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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL – UNIPLAN

CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA


DISCIPLINA: DIREITOS HUMANOS
PROFESSOR: TULIO

Roteiro 1 – Teoria geral dos Direitos Humanos (DH’s)

1. Noções iniciais sobre os direitos humanos

2. Caracterização – de um modo geral, os elementos caracterizadores dos DH’s são:


2.1. Historicidade: tais direitos foram elaborados/obtidos ao longo do processo histórico dos povos,
como qualquer outro direito;
2.2. Inalienabilidade – não têm um conteúdo patrimonial aferível economicamente e, por tal motivo, não
podem ser alienados da mesma forma como se faz com um bem material, como um automóvel, por
exemplo;
2.3. Imprescritibilidade – pelo fato de não serem exercidos, não se pode dizer que os DH`s prescrevem
e, por outro lado, jamais deixam de ser exigíveis;
2.4. Irrenunciabilidade – os DH`s são da categoria de direitos que não admitem a sua renúncia;
2.5. Relatividade – os direitos humanos não são absolutos e, sendo assim, podem ser restringidos,
dentro de certos limites, denominados limites às restrições dos direitos humanos, pela teoria dos
limites dos limites aos direitos humanos, que seriam: a) princípio da dignidade humana – esta não
pode ser violada em nome da restrição a um direito humano; b) princípio da reserva legal – qualquer
restrição somente pode ser feita por meio de lei (ex: súmula 686, STF; lei da escuta telefônica); c)
princípio da proporcionalidade – toda restrição a um DH tem que respeitar a proporcionalidade
(ou seja, o necessário, o razoável, o adequado);
2.6. Indivisibilidade – os DH’s não podem ser compartimentalizados, ou seja, eles são interdependentes
e complementares, ou seja, fazem parte de um sistema único e complementar;

3. Definições:
3.1. De um modo geral – DH’s são uma construção histórica/Para alguns autores: falar em DH’s é
também falar do surgimento da própria noção de organização política (Estado) e do surgimento do
direito

3.2. “São aqueles imprescindíveis ao homem no seio da sociedade. São direitos indispensáveis à condição
humana. Podem ser definidos como os princípios jurídica e positivamente vigentes em uma ordem
constitucional que traduzem a concepção de dignidade de uma sociedade e legitimam o sistema
jurídico estatal. Alexandre de Moraes define como direitos humanos ‘o conjunto institucionalizado
de direitos e garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito à sua dignidade, por
meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de
vida e desenvolvimento da personalidade humana’”1;

3.3. “São os considerados indispensáveis à pessoa humana, necessários para assegurar a todos uma
existência digna, livre e igual. Não basta ao Estado reconhecê-los formalmente; deve buscar
concretizá-los, incorporá-los no cotidiano dos cidadãos e de seus agentes”2;
➢ É quase consenso doutrinário que os direitos humanos são aqueles reconhecidos
internacionalmente, também conhecidos como direito internacional dos direitos humanos.
Já os direitos fundamentais são aqueles reconhecidos no âmbito interno, ou seja, em sede
constitucional e/ou infraconstitucional

4. Natureza dos DH`s – os DH`s são normas constitucionais de eficácia plena, não necessitando de
qualquer positivação por parte do legislador ordinário para conferir-lhes eficácia ou aplicabilidade (v.
arts. 1º, inc. III; 4º, inc. II; 5º, §§ 1º a 3º, todos da CF)

5. Universalidade dos DH`s – significa que os DH’s dizem respeito a todas as pessoas independentemente
de nacionalidade, ordem constitucional, legal ou ordem jurídica. Por outro lado, por não serem os DH’s
absolutos há casos em que mesmo estrangeiros residentes no país, no caso brasileiro, não tem direito,
por exemplo, a direitos políticos/Ex: art. 12, §3º, CF

1
SIQUEIRA Jr., Paulo Hamilton e OLIVEIRA, Miguel Augusto Machado de. Direitos humanos e
cidadania. 2ª ed. revista e atualizada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 20.
2
PINHO, Rodrigo César Rebello. Teoria geral da constituição e direitos fundamentais. 7ª ed. revista e
atualizada. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 67.

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