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I.

INTRODUÇÃO

1.1. Introdução o tema

O presente tema introduz um estudo sobre os direitos de personalidade como mecanismo da


tutela da pessoa humana no direito angolano.
Após a Segunda Guerra Mundial de 1945, conflito que revelou tremendo desrespeito a
dignidade a pessoa humana, as nações pactuaram relevar o respeito e valorização da vida,
para efeito, criou-se a Organização das Nações Unidas, em 1945, com a finalidade de acudir
os conflitos existentes entre as nações ou manter a paz e a segurança internacional. Outro
facto importante na luta pela dignidade humana foi a realização da Conferência de Bandung
na Indonésia, cujo o objectivo era de apresentar os dez princípios de Bandung, atinentes a
ajudar os países mais atrasados afetados nas guerras mundiais. Eram princípios que
primavam pela igualdade entre os homens1. Ambos acontecimentos visavam, em suma,
valorar os direitos que promovessem e tutelassem a dignidade humana. QUAL FONTE?
Compreende-se que a dignidade da pessoa humana é o ponto de partida do ordenamento
jurídico, esta dignidade da pessoa humana implica que a cada homem sejam atribuídos
direitos, por ela justificados e impostos, que assegurem esta dignidade na vida social. Estes
direitos são comumente designados pela doutrina civilística por direitos de personalidade
Para Pinto (2012) “os direitos da personalidade são um conjunto de direitos absolutos que se
impõem ao respeito de todos outros direitos, incidindo sobre os vários modos de ser físicos ou
morais da personalidade, ou conjunto de características intrínsecas ou extrincica que uma
pessoa a presenta”. USAR APENAS UMA FORMA DE CITAÇÃO: OU AUTOR-ANO,
OU EM NOTA DE RODAPÉ
Os direitos da personalidade correspondem a dignidade da pessoa humana, sendo o ponto de
partida do ordenamento jurídico. Os direitos da personalidade são os direitos que se adquirem
quando a pessoa nasce completo e com vida. É antes de mais uma imposição ontológica. A
dignidade da pessoa humana implica que cada homem seja atribuído direitos por ele
justificados e impostos que assegurem esta dignidade na vida social.2
Os direitos da personalidade são importantes por constituir o cerne de direito mãe que é (a
vida), sendo um bem fundamental, consagrado pela Constituição da República de Angola

1
Conferência de Bandung é o nome com o qual ficou conhecido historicamente o encontro ocorrido nesta cidade
indonésia entre 18 e 24 de Abril de 1955. 
2
SILVA, Carlos Alberto Burity da. Teoria Geral do Direito Civil. 2.ª ed. Revista e actualizada. Edição da
Faculdade de Direito da UAN. Luanda: 2018. p. 124.

1
(CRA) nos seus arts. 30.º e 31.º, nºs 1 e 2, que o Estado respeita e protege a dignidade e
pessoa humanas.
Da natureza do homem resultam a capacidade de configurar livre e responsavelmente a sua
existência e sua inserção social, de auto propor os seus objectivos, e impor a si mesmo limites
na sua actuação. Ou seja, pela sua natureza e destino, o homem é (fim sem si mesmo), dito de
outro modo o homem nasce com personalidade que é a vida e morre sem a mesma. Sendo
algo que não é permitido empregar simplesmente como meio, por isso ele é pessoa enquanto
conceito ético-jurídico fundamental. Cada homem é uma pessoa, em sentido técnico tem um
incondicional em si mesmo, a sua dignidade, é por isso não pode ser utilizado como simples
meio para fins dos outros3. HÁ AUTORES CITADOS QUE NÃO FAZEM PARTE DA
BIBLIOGRAFIA E VICE-VERSA
O reconhecimento dos direitos da personalidade sofreu sérios entraves técnico-
jurídicos, vez que são direitos em que há confusão entre o objecto e sujeito. Após a
Segunda Guerra Mundial diante das agressões causadas pelos governos totalitários à
dignidade humana, tornou-se consciência da importância dos direitos da
personalidade para o mundo jurídico, resguardando-os na Assembleia Geral da ONU
de 1948, na convenção Europeia de 1950 e no Pacto Internacional das Nações
Unidas Diniz, foi portanto com a Declaração Universal dos Direitos humanos que
de facto os direitos da Personalidade tiveram destaque. No sentido de tutela e
respeitos dos estados. (HELENA, 1988, p. 118) ATT. ESTE
APELIDO/SOBRENOME NÃO CONSTA NA BIBLIOGRAFIA NEM O ANO
DA PUBLICAÇÃO
O direito de personalidade consubstancia-se na ideia de pessoa como detentor da
personalidade que começa por ser um princípio normativo consagrado no Código Civil no seu
artigo 66.° nº 1, é este um princípio de aceitação de uma estrutura lógica sem a qual a própria
ideia de direito não é possível. Ou seja, o direito só pode ser concebido tendo como
destinatário os seres humanos, em convivência. Como qualquer outro ramo no direito, o
direito civil baseia-se na convivência humana, na teia de relações jurídicas entre os homens,
relações estas traduzidas em poderes jurídicos (direitos e deveres), sendo que, lato sensu ou
no sentido puramente técnico, ser pessoa é precisamente ter aptidão para se ser sujeito de
direitos e deveres, é ser centro de imputação de poderes, deveres e de uma esfera jurídica4.
Conforme o período estabelecido pela instituição e dentro do plano elaborado, sobretudo, a
partir dos resultados que se obtive achou-se conveniente estruturar este trabalho de seguinte
forma: o primeiro capítulo introduz o estudo, é o capítulo designado por introdução, onde
salienta-se à delimitação do tema, justificação do tema, a importância do tema, formulação do
problema e os objectivos.
3
SILVA, Carlos Alberto Burity da. Teoria Geral do Direito Civil. 2.ª ed. Revista e actualizada. Edição da
Faculdade de Direito da UAN. Luanda: 2018. p. 121. Em sentido análogo a CRA.
4
MIRANDA, Jorge Miranda, Direitos Fundamentais: Introdução Geral (Lisboa, 1999), p. 11.
2
A seguir o capítulo da fundamentação teórica do estudo, abarcando assim a origem e evolução
e fontes dos direitos de personalidade, conceito da pessoa natural, direitos da personalidade
direitos humano e fundamental, características dos direitos de personalidade, regime dos
direitos de personalidade, direitos geral de personalidade e direitos especiais de personalidade,
os direitos de personalidade especificado no cc angolano, o direito de personalidade e
vitimologia, a tutela jurídica dos direitos de personalidade os pilares da dignidade, quadro
legal e entre outros.
O terceiro capítulo é o da caracterização da área de estudo, que delimita a geografia do
estudo.O trabalho apresenta, outrossim, um capítulo de metodologia, com maior ênfase sobre
alguns pontos que considerou-se inalienáveis para obter a relevância científica, uma vez que,
é consoante essa metodologia que foi possível efectuar-se a pesquisa, discorrer-se as teorias e
alcançarem-se os objectivos do trabalho.Finalmente, foram também apresentados os capítulos
dos resultados e discussão, da conclusão, da recomendação e da bibliografia. SEJA
SINTÉTICO, RESUMA OS TRÊS ÚLTIMOS PARÁGRAFOS EM UM…

1.1.1. Delimitação do tema

O trabalho tem como delimitação jurídico-dogmática o campo do Direito Civil, fazendo ainda
necessárias incursões no Direito Constitucional; e tendo como objecto e âmbito os direitos da
personalidade enquanto mecanismo da tutela da pessoa humana no direito angolano.

1.1.2. Justificação do tema


O tema em causa constitui alvo de discussões e análise antes e hoje na sociedade angolana,
existindo a necessidade de respeitar e proteger este direito por ser um bem fundamental.
Vimos que todos os Direitos de Personalidade são de suma importância para o
desenvolvimento social humano, pois garantem o livre desenvolvimento da personalidade e
da vida em sociedade. A garantia jurídica de tais direitos é a harmonia necessária para que o
homem possa se desenvolver na sociedade civil organizada e interagir de forma sadia com o
meio em que vive. Porém para que esse desenvolvimento ocorra também se faz necessários
momentos de privacidade e recolhimento, pois mesmo sendo um ser político o homem
também precisa de seus momentos a sós.
Este tema é de extrema importância para a sociedade, especialmente, para o cidadão comum
que poderá compreender o regime jurídico deste instituto. Por outro lado, sua importância
reside no facto de trazer à tona um esclarecimento imprescindível sobre o estudo dos direitos
de personalidade não só se revela pelo direito civil, mas abarca vários ramos de estudo da vida

3
humana. OK, MAS SEJA SINTÉTICO E APONTA CLARAMENTE A RELEVÂNCIA
PESSOAL, PROFISSIONAL, ACADÉMICA E CIENTÍFICA)
1.2. Formulação do problema

Qual é a importância do direito da personalidade enquanto mecanismo da tutela da pessoa


humana?

1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivo geral
 Explicar a importância do direito da personalidade enquanto mecanismo da tutela da
pessoa humana.

1.3.2. Objectivos específicos


 Abordar sobre o conceito do direito da personalidade;
 Argumentar sobre a tutela da pessoa humana;
 Descrever os direitos da personalidade.

4
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ATT. USAR APENAS UMA FORMA DE CITAÇÃO: OU AUTOR-ANO OU EM NOTA


DE RODAPÉ

ATT. UNIFORMIZAR AS LETRAS DOS NOMES NAS CITAÇÕES, OU USA


MAIÚSCULAS OU MINÚSCULAS, E NAS NOTAS DE RODAPÉ APENAS OS
SOBRENOMES SÃO MAIÚSCULAS

ATT. DIMINUIR AS CITAÇÕES DIRECTAS A APENAS CINCO, A MAIORIA


DEVEM SER INDIRECTAS

2.1. Conceptualização dos direitos da personalidade


Vários autores conceituaram os direitos da personalidade, no presente trabalho ressalta-se o
apresenado por Pinto.A personalidade pertence a todo e qualquer indivíduo como sendo
sujeitos de direitos5. É, portanto, um atributo voltado ao ser humano, ou seja, à pessoa
humana. Destaca-se que o Direito existe em razão dos homens 6, porque sua causa material
está nas relações pessoais, bem como nos acontecimentos mais significativos voltados à
harmonia da vida em sociedade7. Isto é, o Direito foi instituído especificamente para atender o
ser humano no seu convívio diário com outras pessoas8.
Os direitos da personalidade são um conjunto de direitos absolutos que se impõem
ao respeito de todos outros direitos, incidindo sobre os vários modos de ser físicos
ou morais da personalidade, ou conjunto de características intrínsecas ou extrincica
que uma pessoa a presenta. (Pinto, 1999, p. 100).

Também Silva (2000, p. 150) sustenta que


Desde os mais remotos tempos, o ser humano busca seu direito próprio, para poder
viver de forma digna e em igualdade com os seus semelhantes, porém a sociedade
que o acolhe nem sempre fora consciente da necessidade de protecção e valorização
da pessoa humana; visto que nas civilizações antigas não havia conceito de direitos
de personalidade e, se quer conceituava-se pessoa como conhecemos na atualidade.

5
MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado: pessoas físicas e jurídicas. Tomo I. São Paulo: Revista
dos Tribunais. 2012. p. 243. ATT. AQUI ESTÁ UM BOM EXEMPLO
6
Idem, p. 211.
7
Para CORDEIRO, ANTÓNIO MENEZES. (MANTEVE EM TODO TRABALHO O MESMO ERRO DE
FAZER-SE CONSTAR O NOME COMPLETO DO AUTOR NO RODAPÉ EM LETRAS
MAIÚSCULAS) Tratado de Direito Civil IV, 4.a ed., Rev. e Atual., Coimbra: Almedina, 2017, p. 30:
8
Cfr. PAULO NADER, Introdução ao Estudo do Direito, 35.a ed., Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 28.
5
Inicialmente, a sociedade se organizava de forma primitiva, sem hierarquia política e sem
opressão social, todos usufruíam os mesmos bens, não existindo apropriação privada.
Contudo, a partir do momento em que se criou e se desenvolveu a apropriação privada, surgiu
também uma forma social de subordinação e opressão, pois o titular da propriedade passa a
impor seu domínio e subordinar todos que se relacionam com a coisa apropriada9.
Dessa forma, os antigos códigos civis, cuidavam apenas de regular as relações com
repercussão patrimonial. Como consequência natural dos fundamentos ideológicos do direito
privado liberal, tudo que escapava da órbita patrimonial desinteressava ao direito privado.
Para a filosofia grega, o indivíduo não passava de um mero animal político ou social, que por
pertencer ao estado, possuía íntima ligação com o Cosmos e com a natureza10.
Na Roma, o indivíduo não era considerado sujeito de direitos, o sujeito por excelência era o
pai de família, capaz de deter a propriedade, realizar negócios, e proteger a unidade produtiva
familiar. Das máscaras utilizadas pelos actores nas tragédias surge a palavra persona que
passou a designar o sujeito de direito nas relações jurídicas; tal acessório era comummente
usado pelos actores nas suas apresentações teatrais dar eco à voz e propagar o som claramente
à plateia11.
Esta máscara evocava sempre o papel desempenhado pelo actor; e curiosamente teve seu
sentido transformado, passando a exprimir a actuação de cada indivíduo no contexto jurídico.
Na Idade Média, com a influência do Cristianismo, houve uma grande discussão conceitual a
respeito da identidade de Jesus Cristo. Os doutores da Igreja Católica recorreram aos
conceitos estóicos de hypóstasis eprósopon para apresentar a natureza humana e divina de
Cristo. A filosofia estóica apontava a noção de unidade moral do ser humano e afirmava a
dignidade eminente do homem, pois sendo o homem filho do Criador do Universo, era
detentor de direitos inatos. Estes estudos foram o pontapé para a elaboração do conceito de
pessoa de Boécio, no início do século IV12.

Assim, sobre o conceito apresentado por Boécio, Comparato expõe: Ao rediscutir o


dogma proclamado em Nicéia, Boécio identificou de certa forma prósopon com
hypóstasis, e acabou dando à noção de pessoa um sentido diverso daquele
empregado pelo Concílio. Em definição que se tornou clássica, entendeu Boécio que
persona propriediciturna turerationalis individua substantia (diz-se propriamente
pessoa a substância individual da natureza racional). Aqui, como se vê, a pessoa já
não é uma exterioridade, como a máscara de teatro, mas a própria substância do
homem, no sentido aristotélico; ou seja, a forma, que molda a matéria e que dá ao

9
ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO, op. cit., pp. 28-29.
10
Idem, p. 19.
11
CUPIS, Adriano. Os Direitos da Personalidade. Traduzido por Afonso Celso Furtado Rezende. 1 ed..
Campinas: Romana Jurídica, 2004, p. 28.
12
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 2 ed.. Saraiva, 2001, p. 18.
6
ser de determinado ente individual as características de permanência e
invariabilidade. (COMPARATO, 2001, p. 19)
Com a influência do pensamento de Boécio ao pensamento medieval, surge a
clássica definição de que a pessoa é um ser composto de substância espiritual e
corporal, ou seja, passa a ser considerada substância do indivíduo, impulsionando a
elaboração do princípio de igualdade essencial de todo ser humano, formando assim,
o núcleo do conceito universal de direitos humanos. (idem, p. 19)
Com base na filosofia de Kant, a terceira fase na elaboração do conceito de pessoa pontuava
que cada ser humano em sua individualidade é insubstituível e não pode ser cambiado por
coisa alguma. Logo, todo homem possui dignidade e não um preço. A dignidade, então, era
resultado de que, pela vontade racional, a pessoa ao mesmo tempo em que se submete às leis
também seria a fonte dessas mesmas leis13.
Kant sustentava uma oposição ética entre coisas e pessoas, tendo como pressuposto a não
coisificação do ser humano, que consequentemente levou a condenação de várias práticas que
atentaram contra a dignidade humana. A escravidão é um dos maiores exemplos de atentado à
dignidade humana, perdurou por séculos, sendo abolida somente no século XX. Com o
pensamento existencialista do século XX, dava-se início a última etapa na elaboração do
conceito de pessoa. Afirmava que cada indivíduo possuía uma identidade inconfundível e
singular, ou seja, a unicidade da pessoa humana14.
Além de afirmar a unicidade da pessoa humana, o pensamento filosófico presente nesta etapa
contemporânea de conceituação evidenciou a pessoa como sendo um ser em contínuas
transformações, ao passo que a personalidade é algo que se emoldura pelos valores, crenças e
preconceitos que a sociedade carrega ao longo de sua evolução, sendo assim, o ser humano é
inacabado, incompleto e evolutivo15.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos condenou toda a riqueza dessa longa
elaboração, mas anterior a ela, precisamente em 1789, com a Declaração dos direitos do
homem e do Cidadão, houve a proclamação de igualdade dos homens; mas foi com o fim da
segunda guerra mundial que as pessoas passaram a ter consciência da importância da
dignidade humana perante as agressões sofridas pelos governos autoritários da época16.
De toda sorte, com o fim deste conflito mundial, surge na Alemanha a Lei Fundamental de
Bonn, que fundada na ideia de livre desenvolvimento do ser humano fazia o reconhecimento

13
INGO WOLFGANG SARLET, Dignidade da Pessoa Humana I e II, Dicionário de Filosofia do Direito,
coord. Vicente de Paula Barretto, São Leopoldo: Unisinos, 2006, p. 212.
14
IMMANUEL KANT, op. cit., p. 66.
15
J.J. GOMES CANOTILHO / VITAL MOREIRA, op. cit., p. 367, explicam que a Declaração dos Direitos dos
Homens “
16
JÜRGEN SCHWABE, 50 anos de Jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal Alemão, trad.
Beatriz Hennig e outros, Berlin: KONRAD-ADENAUER-STIFTUNG E. V., 2005, p. 177
7
da dignidade da pessoa. Surgiam os primeiros focos de um direito humanitário, contra a
escravidão e a favor da regulamentação dos direitos do trabalhador.17
No entanto, foi no Direito Constitucional que houve a compreensão da urgência de protecção
dos direitos da pessoa humana. As constituições de grande parte dos países contemporâneos
(como na Constituição Angolana) tutelam os direitos da personalidade e trazem em seus
dispositivos mecanismos que impedem que tais direitos sejam desrespeitados18.
Assim, as transformações ideológicas e os avanços da sociedade contribuem para a evolução
do sujeito e impulsionam a busca de igualdade e dignidade da pessoa humana. Em relação aos
direitos da personalidade são por demais extensos, visto que as ideologias humanas são
superadas a cada dia, e a constante quebra de paradigmas renovam e inovam os valores
sociais. O que outrora vigorava como tabu, hoje cada vez torna-se mais presente e petrificado
no contexto social. Um exemplo é o da homossexualidade, matéria esta que será pontuada
posteriormente, é hoje um direito da personalidade, que embora não previsto como tal pela lei,
é tido como uma forma comportamental da pessoa humana e é cada vez mais reconhecida
pela jurisprudência nacional e internacional19.
Partindo desta breve retomada introdução dos direitos de personalidade e da conceito de
pessoa na sociedade, passaremos para a origem evolução e fontes dos direitos da
personalidade20.
2.2. Origem, evolução e fontes dos direitos da personalidade
Foi apenas no século XVIII que se começou a falar em direitos da personalidade, da forma
como hoje os concebemos, sob a denominação de direitos fundamentais do homem e do
cidadão, muito embora as suas raízes possam ser encontradas nas declarações históricas dos
direitos humanos, como a Magna Carta, de 1215, o Bill of Rights de 1689, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, de 178921.
Como bem coloca o mestre Sergio Resende de Barro,(2002, apud. Cunha p.261)esses direitos
surgiram de forma absoluta para combater a monarquia absoluta. Eram direitos absolutos
opondo-se aos reis absolutos: um absoluto contra o outro absoluto. Foi com esse sentido,
prosseguiu, que as revoluções liberais os proclamaram como direitos universais,
imprescritíveis e inalienáveis do ser humano, são direitos assim abstractos e básicos, tais
17
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA DE 5 DE FEVEREIRO DE 2010.
18
SZANIAWSKI, Elimar. Direitos de personalidade e sua tutela. São Paulo: RT, 2002. p. 35.
19
VENOSA, Sílvio de Salvo, Direito Civil – Parte Geral. 4 ed.. Atlas, 2004, p. 161.
20
SOUSA, Rabindranath Valentino Aleixo Capelo de. O direito geral da personalidade. Coimbra: Ed.
Coimbra, 1995. p. 14.
21
Guimarães (2010, p. 09) explica que a “Bill of Rights” documento elaborado pelo parlamento inglês e
promulgado em 16 de dezembro de 1689
8
como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à fraternidade, à felicidade, à segurança e
outros igualmente genéricos. É bastante recente o reconhecimento da importância desses
direitos, como categoria de direitos subjetivos, ganhando relevo após a Segunda Guerra
Mundial, quando foram imanados na Assembleia Geral da ONU de 1948, na Convenção
Europeia de 1950 e no Pacto Internacional das Nações Unidas, como forma de reacção às
agressões à dignidade humana, causada pelo fascismo22.
Questão a qual não podemos deixar de referir, ainda que sucintamente, diz respeito ao
problema das fontes dos direitos da personalidade, sobre o qual se digladiam jus naturalista e
jus positivista. A doutrina clássica busca no direito natural a legitimaçãodos direitos inerentes
à pessoa humana. Para os jus naturalistas, os direitos da personalidade seriam inatos, no
sentido de serem impostos à sociedade independentemente de sua própria formação cultural,
social e política, o que historicamente se justificou, como forma de protecção do homem
contra o arbítrio do totalitarismo e, de forma geral, do poder público. Daí a concepção desses
direitos como direitos inatos, invulneráveis, portanto, ao arbítrio do Estado-legislador23.
Essa concepção não mais se justifica em um Estado Democrático de Direito, onde o ser
humano é alçado á condição de ratio e telos de todo o ordenamento. Como bem coloca
Gustavo Tepedino, no Estado de direito, a ordem jurídica serve exactamente para evitar os
abusos cometidos por quem, com base em valores supra-legislativos, ainda que em nome de
interesses aparentemente humanistas, viesse a violar garantias individuais e sociais
estabelecidas, através da representação popular, pelo direito positivo24.
O autor lembra, ainda, que foi exactamente a variedade de posições adoptadas pela
consciência social dos povos nas diversas épocas, que permitiu que se cometessem
atrocidades contra a humanidade, tais como o regime da escravidão ou a prática de torturas e
de linchamento como formas de sanção socialmente reconhecidas, o que coloca em crise a
simplista tese segundo a qual seria a consciência universal a estabelecer os direitos humanos e
os direitos da personalidade, cabendo ao ordenamento jurídico apenas reconhecê-los25.
Entretanto, prossegue o autor, superado o autoritarismo e admitindo-se, como
premissa, a consolidação de um estado social de direito, o positivismo pode se
constituir em uma sólida garantia da promoção da pessoa humana, contra costumes
muitas vezes retrógrados que tendem a reproduzir as desigualdades constituídas ao
longo do tempo, a partir de hegemonias económica e social que, não fosse a norma
jurídica, imposta através do Estado democrático e interventor, jamais se alteraria
(BITTAR, 2005, p. 401).

22
Assembleia Geral da ONU, Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de Dezembro de 1948.
23
Persona Giuridica - Diritto Romano. Novíssimo Digesto Italiano. Torino: UTET , 1965. v. XII .p. 1
24
Idem, p.23
25
Gustavo Tepedino- s Pessoas Jurídicas em suas Origens Romanas, Evolução e Conceito. Curitiba:
Paranaense, 1943. p.29.
9
Não podemos aqui deixar detomar partido ante essas divergências teóricas. Partilhamos com
Tepedino a opinião de que os direitos da personalidade estão condicionados e vinculados ao
direito positivo. Um mínimo de positivação, ainda que restrita à normativa do Direito
Internacional é indispensável, pois sem ela os direitos da personalidade não se efectivariam.
Seriam valores e ideais que não se realizariam plenamente. Podemos até chamá-los de inatos,
sem qualquer conotação jusnaturalista, mas unicamente pelo facto de terem origem a partir da
existência humana, segundo a disciplina do direito positivo. Convém, no entanto, advertir que
o atributo de inatos não significa dizer que a existência dos direitos da personalidade esteja
condicionada ao nascimento com vida. A partir do momento em que existir um ser humano,
ainda que em estágio embrionário, passam a existir direitos da personalidade a tutelar essa
existência26.
Assim, ao lado das situações jurídicas de conteúdo patrimonial que são a projeção econômica
da personalidade existem os direitos da personalidade, incorpóreos e imateriais, que não
possuem um conteúdo financeiro, econômico, imediato e o direito da personalidade é a tutela
dos direitos que são inerentes à pessoa humana, à sua personalidade, que protegem o homem
como ser individualizado, como um conjunto unitário, dinâmico e evolutivo dos bens e
valores essenciais da pessoa no seu aspecto físico, moral e intelectual, haja vista que tais bens
são inerentes ao ser humano, não se podendo mesmo conceber um indivíduo que não tenha
direito à vida, à liberdade física ou intelectual, ao seu nome, ao seu corpo, à sua imagem e
àquilo que ele crê ser sua honra27.
2.2.1. Conceito contemporâneo de pessoa natural
Conforme o que fora discorrido anteriormente, a evolução social carrega consigo um
constante aprimoramento e uma quebra de paradigmas, que contribuem com a afirmação de
direitos que valoram e dignificam a pessoa. Curiosamente, de um acessório romano-arcaico
surgiu o termo que hoje é sinónimo de ser humano; assim, no campo da filosofia jurídica o
termo pessoa consagra-se como sendo o ser humano dotado de racionalidade, que realiza um
fim moral que transcende a esfera material; no campo jurídico, pessoa é o sujeito de direito ou
sujeito de uma relação jurídica28.
Neste sentido, corroborando com o supracitado, na visão de Diniz, o
termo pessoa, designa o ente físico ou colectivo susceptível de direitos e
obrigações, ou seja, pessoa é sinónimo de sujeito de direito ou sujeito da
relação jurídica. (LOURIVAL, 2004, p.311)

26
CARLOS ALBERTO BITTAR, op. cit., p. 37.
27
CUPIS, Adriano. Os Direitos da Personalidade. Traduzido por Afonso Celso Furtado Rezende. 1 ed..
Campinas: Romana Jurídica, 2004, p. 28.
28
Idem, p. 36
10
A expressão pessoa natural nos remete, portanto, ao ser humano enquanto pessoa,
individualizada e dotada de personalidade, sujeito de relações jurídicas e tutelada pelo
ordenamento jurídico. Para que um ser possa ser reconhecido como pessoa deverá adquirir
uma série de direitos e contrair obrigações, para assim constituir a sua personalidade29.
Com o reconhecimento dos direitos humanos, ninguém mais se subtrai a qualidade de sujeito
de direitos, o que representou um plus na própria natureza. Ao contrário das épocas remotas,
onde o direito era restrito e diferenciado de acordo com a posição que o indivíduo ocupasse na
sociedade, hoje, todos são considerados como pessoa e enquadram-se como sujeitos de
direitos e obrigações protegidos pela lei30.
A palavra pessoa advém do latim persona, emprestada à linguagem tea- tral na
antiguidade romana. Primitivamente significava máscara. Os atores adaptavam ao
rosto uma máscara, provida de disposição especial, desti- nada a dar eco às suas
palavras. Personare queria dizer, pois, ecoar, fazer ressoar. Amás cara era uma
persona, porque fazia ressoar a voz da pessoa (MONTEIRO, 2003,p.61).
Assim, a pessoa representa o conteúdo fundamental e finalístico da norma jurídica,
pois é para ela que o direito foi feito e, logo, configura como um valor a ser tutelado
em todas as suas formas de expressão, em seu interesse moral e material no
desenvolvimento de sua personalidade. (Idem p. 312)
Dessa forma, como elemento imprescindível ao desenvolvimento da pessoa e com ela
intrinsecamente relacionada tem o direito à vida, como direito superior a todos os outros. E,
por isso, é que abordaremos na sequência, os ditames referentes ao início da personalidade.
Ao nosso estudo, interessa o conceito de personalidade para o direito. E também aqui persiste
a heterogenia conceitual31.
A palavra personalidade, no sentido jurídico, encontra-se historicamente ligada à ideia de
pessoa, do latim persona, que significava a máscara usada pelos antigos atores romanos.
O sentido primitivo correspondia a do verbo personare, isto é, fazer ressoar, fazer
retumbar, ferir com um som, atroar. Originariamente, dava-se o nome de pessoa às
máscaras usadas pelos atores romanos nas representações. Tinha, numa abertura que
se ajustava aos lábios, umas lâminas metálicas, que aumentavam a sonoridade, e o
volume da voz”. Em termos estritamente legais, a personalidade, tal como referida
no art. 2.º, do CC/2002 (SARLET, 2004, P. 102),
É a aptidão genérica, reconhecida a todo ser humano, para contrair direitos e deveres na vida
civil. Nesse sentido, a personalidade jurídica é um atributo jurídico. E como atributo, depende
do ordenamento jurídico. Só tem personalidade jurídica quem o ordenamento disser que tem.
Ou seja, identifica-se o conceito de personalidade com o conceito técnico de capacidade.
Confunde-se o ser pessoa com o ser capaz de contrair direitos e obrigações. A

29
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Teoria Geral do Direito Civil. Saraiva. v. 1, 2004,
p. 311
30
J.J. GOMES CANOTILHO / VITAL MOREIRA, Constituição da República Portuguesa Anotada, vol. 1,
4.a ed., rev., Coimbra: Coimbra Editora, 2007, p. 198.
31
SOUSA, Rabindranath Valentino Aleixo Capelo de. O direito geral da personalidade. Coimbra: Ed.
Coimbra, 1995. p. 14
11
instrumentalização da personalidade humana pela técnica jurídica reduz o conteúdo dos
direitos da personalidade, condicionando-os à qualificação jurídica de pessoa, ou seja, só é
titular de direitos da personalidade aquele a quem o ordenamento jurídico atribui a
qualificação de pessoa. Sob tal prisma, o mais correto seria falar em direitos da pessoalidade,
que têm por sujeito a pessoa física ou jurídica de seu titulare que não se confundem como
veremos, com os direitos da personalidade, foco desta investigação, e definidos pelo seu
conteúdo especial. Quanto ao conteúdo, a personalidade é o conjunto de atributos naturais da
pessoa humanos especialmente protegidos pelo ordenamento jurídico32.
E a protecção que o ordenamento jurídico confere a tais bens, importante ressaltar, independe
da conceituação legal de pessoa. Estamos nos referindo à tutela da pessoa humana, do ser
humano e não simplesmente do ser capaz de contrair direitos e obrigações ou do sujeito de
direito. Pessoa humana, para fins de titularização dos direitos da personalidade, é todo o ser
humano, vivo ou morto, nascido ou nascente, concepto ou concepturo, enfim todo aquele que
pertencer à espécie humana. Daí porque, o melhor mesmo seria falar em direitos de
humanidade, no lugar de direitos da personalidade33.
Os direitos da personalidade são direitos atinentes à tutela da pessoa humana, considerados
essenciais à sua dignidade e integridade. Define-os Rubens Limongi França como sendo “as
faculdades jurídicas cujo objeto são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem
assim seus prolongamentos e projecções34”.
Assim, segundo Santos Cifuentes diz que:
São direitos subjectivos privados, inatos e vitalícios que têm por objecto
manifestações interiores da pessoa e que, por serem inerentes, extra patrimoniais
e necessários, não podem transmitir-se nem dispor-se de forma absoluta e
radical. (GUSTAVO, 2004, p.27)

2.3. Direitos da personalidade, direitos humanos e direitos fundamentais

Cabe registar aqui a diversidade semântica verificada na literatura jurídica no que tange à
terminologia desses direitos, ora chamada de direitos humanos ou direitos fundamentais,
quando relativos à tutela de certos direitos do ser humano frente ao Estado; ora chamados de
direitos da personalidade ou direitos personalíssimos, quando referidos à protecção das
projecções do ser humano frente aos seus semelhantes. Essa é a clássica dicotomia que coloca
de um lado os direitos humanos e os direitos fundamentais (direito público) e de outro os

32
SZANIAWSKI, Elimar. Direitos de personalidade e sua tutela. São Paulo: RT, 2002. p. 35
33
BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos da Personalidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p.
01
34
Jorge Miranda, Direitos Fundamentais: Introdução Geral (Lisboa, 1999), 11.
12
direitos da personalidade (direito privado) e que se baseia no “modelo da incomunicabilidade,
na concepção lapidar de Judith Martins-Costa, onde Constituição e Código Civil andavam
paralelos, como mundos que não se tocavam senão sob o aspecto formal, em razão do
princípio da hierarquia das leis35.
A expressão “direitos humanos”, na sua origem histórica, refere-se a certos direitos,
normalmente reconhecidos nos documentos internacionais, atribuídos a todo ser humano,
exclusivamente em razão de sua pertença ao género humano, independentemente de sua
vinculação a uma determinada ordem estatal. Seriam direitos válidos para todos os povos em
todos os tempos, assumindo uma dimensão jus naturalista individualista, segundo JJ. Gomes
Canotilho. Enquanto os direitos da personalidade guardariam relação com a projecção desses
direitos no plano interno, e mais especificamente no âmbito das relações inter privadas36.
No mundo contemporâneo, pessoa é o ser humano que chora, se alegra, temvontades, desejos
e, dessa forma, passa a surgir no direito a teoria dos direitos da personalidade, que possuem
como objeto os próprios bens da personalidade das pessoas, isto é a vida, a integridade física
e psíquica, a imagem, a honra, a privacidade, a autoria, a reputação, a sociabilidade,
aliberdade, a identidade, a dignidade,a mautonomia, dentre outros37.
Os direitos humanos são, em princípio, os mesmos da personalidade; mas deve-se entender
que quando se fala dos direitos humanos, referimo-nos aos direitos essenciais do indivíduo em
relação ao direito público, quando desejamos protegê-los contra as arbitrariedades do Estado.
Quando examinamos os direitos da personalidade, sem dúvida nos encontramos diante dos
mesmos direitos, porém sob o ângulo do direito privado, ou seja, relações entre particulares,
devendo-se, pois, defendê-los frente aos atentados perpetrados por outras pessoas38.
Entretanto, é forçoso reconhecer que essa dicotomia compartimentos entre direito público e
direito privado é contra producente a uma tutela plena da pessoa humana, que muitas vezes,
exigirá simultaneamente a proteção do Estado e das sociedades intermediárias, como ocorre,
frequentemente nas matérias atinentes à família. O que estamos a sustentar, em outras
palavras, é a absoluta inviabilidade de se manter uma concepção exclusivamente privatística

35
MIRANDA, Pontes de.Tratado de Direito Privado: direito de personalidade e direito de família, tomo
VII, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, pp. 60-61.
36
J.J. GOMES CANOTILHO / VITAL MOREIRA, op. cit., p. 367, explicam que a Declaração dos Direitos dos
Homens “apesar de ser inicialmente uma Declaração das Nações Unidas sem força jurídica, se tornou o primeiro
instrumento de universalização dos direitos humanos”.
37
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 2 ed.. Saraiva, 2001, p. 67.
38
.J. GOMES CANOTILHO / VITAL MOREIRA, op. cit., p. 368-369, explicam que a Declaração dos Direitos
dos Homens.
13
dos direitos da personalidade, sem reconhecer a sua vinculação e identificação (e por que não
dizer sinonímia) com os direitos humanos e com os direitos fundamentais39.

O direito da personalidade é o direito que tem qualquer ser humano de defender o que lhe é
próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a imagem, a privacidade, a honra, contra os
particulares ou contra o Estado. É o direito subjetivo de exigir um comportamento negativo de
todos, pessoas públicas ou privadas. Em sentido material, não se pode deixar de inseri-los na
categoria de direitos humanos. Mesmo porque, se os direitos da personalidade têm por objecto
justamente a tutela do ser humano e de sua dignidade, onde quer que ela se manifesta, não há
como negar que eles constituem direitos humanos por excelência e liberdades
institucionalmente reconhecidos e garantidos. Quanto ao termo direitos fundamentais, trata-se
de expressão normalmente utilizada para fazer referência a determinados direitos
expressamente positivados no texto constitucional. Os direitos fundamentais, segundo Ingo
Sarlet, constituem o conjunto de direitospelo direito positivo de determinado Estado, tratando-
se, portanto, de direitos delimitados espacial e temporalmente, cuja denominação se deve ao
seu carácter básico e fundamentador do sistema jurídico do estado de direito40 .

São os direitos humanos “jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espaço


temporalmente”, na expressão de J.J. Gomes Canotilho. Para Canotilho, “muitos
dos direitos fundamentais são direitos de personalidade, mas nem todos os direitos
fundamentais são direitos de personalidade. Os direitos de personalidade abarcam
certamente os direitos de estado (por ex. direitos de cidadania), os direitos sobre a
própria pessoa (direito à vida, à integridade moral e física, direito à privacidade), os
direitos distintivos da personalidade (direito à identidade pessoa, direito à
informática) e muitos dos direitos de liberdade (liberdade de expressão) hoje em dia,
dada a interdependência entre o estatuto positivo e o estatuto negativo do cidadão, e
em face da concepção de um direito geral de personalidade como ‘direito à pessoa
ser e à pessoa devir, cada vez mais os direitos fundamentais tendem a ser direitos de
personalidade e vice-versa. (CANOTILHO.1993, p. 391)
Segundo Carmen, a manifestação dos direitos da pessoa na horizontalidade das relações entre
particulares fez surgir o que vem sendo conhecido como direitos da personalidade. Estes não
são diferentes dos direitos fundamentais da pessoa, nem o poderiam ser, porque toda parte e
converge para os fundamentos constitucionais dos direitos. mas que é considerado também
em seus contactos e na convivência entre particulares, neste espaço regendo-se por normas de
direito privado. (Apud SARLET, p. 89).

No mesmo sentido é a opinião de, para quem os direitos da personalidade são direitos
fundamentais do indivíduo, subsumidos no princípio da dignidade da pessoa humana, em si

39
JORGE REIS NOVAIS, A dignidade da pessoa humana: dignidade e inconstitucionalidade, vol. II,
Coimbra: Almedina, 2017, p. 35.
40
PEDRO PAIS DE VASCONCELOS, Direito de Personalidade, cit., pp. 73-74.
14
direito fundamental, e, devendo ser alvo da tutela do Estado, são campo de livre exercício da
autonomia privada, dela constitutivo, não podendo ser limitados senão tendo em vista a
salvaguarda de direitos de terceiros41.

Por outro lado, não há como se negar a unidade essencial e indissolúvel entre direitos
humanos e direitos fundamentais, razão pela qual alguns autores preferem falar em direitos
humanos fundamentais. Define-os como sendo o conjunto institucionalizado de direitos e
garantias do ser humano que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de
sua protecção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de
vida e desenvolvimento da personalidade humana.

Direitos humanos e direitos fundamentais não há dicotomia e que qualquer tendência


dissociativa deve ser repelida, até mesmo porque discriminatória dos direitos humanos,
atribuindo-lhes contornos amplos e imprecisos, sem concreção normativa. Cabe apenas,
segundo o autor, distinguir os direitos humanos dentro de uma escala fundamental ,
separando os direitos humanos que chama de principais, por constituírem princípios de
outros direitos mais particulares, que neles se fundamentam, para dar-lhes maior congregue,
de outros direitos humanos que os operam e concretizam em situações bem determinadas,
aos quais atribui a denominação de direitos humanos operacionais ou instrumentais e mesmo
esses últimos, no momento e no lugar em que concretizam os principais, são fundamentais: o
direito ao sono, tomado em si mesmo, em abstracto, não há por que incluí-lo nas declarações
de direitos entre os fundamentais42.

2.3.1. Características dos direitos da personalidade43

Em face de doutrina do direito analisar-se em matéria de classificações dos direitos


subjectivos e os direitos da Personalidade pode-se caracterizar como:

a) Direitos absolutos
b) Direitos não patrimoniais
c) Direitos indisponíveis
d) Direitos intransmissíveis
e) Direito ilimitáveis

41
Os direitos da personalidade, trad. Afonso Celso Furtado Rezende, São Paulo: Quorum, 2008, p. 179.
42
GILMAR FERREIRA MENDES et al, op. cit., p. 234.
43
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo, Novo Curso de Direito Civil: parte geral. São
Paulo: Saraiva, 2002, p.151.
15
Todas estas características de direito da personalidade constituem objecto de protecção de
direito penal, que passaremos a desenvolver as mesmas:

a) O direito da personalidade como direito absoluto esta característica significa que eles se
integram numa categoria de direitos que são oponíveis contra todos (erga omnes), isto quer
dizer em caso de reivindicar um direito o seu titular pode invocar e fazer valer à terceiro.

b) A característica do direito de personalidade não patrimonial compreende-nos dizer uma vez


são ao ligado a própria pessoa humana, são pois direitos não susceptíveis de avaliação em
dinheiro, nesta característica ao causarmos um dano à pessoa uma vez de se tratar de um
direito intrinsecamente absoluto a intimidade, honra e dignidade da pessoa, ela não pode ser
avaliada em dinheiro ou uma compensação pecuniárias. Mas à situações que elas podem ser
reparadas por exemplo, o que previsto no artigo 484.º, do CC.

c) Direito Indisponíveis aqui os direito da personalidade estão subtraídos a vontade do seu


titular, que sobre eles se não pode exercer validamente, daqui resulta que como regra, a
pessoa titular do direito da personalidade não pode renunciar a ele ou limita-la de acordo o
preceito legal artigo 81.º, CC, realça que toda limitação voluntária ao exercício dos direito da
personalidade é nula, se for contraria aos princípios da ordem publica.

O carácter excepcional da licitude das limitações ao direito da personalidade é quando não


contrários aos princípios da ordem pública, envolveria uma relevante excepção à
indisponibilidade dos direitos da personalidade não fora do regime particular estatuído na lei
para os correspondentes actos. De acordo a citada norma, os actoslegais de limitações
voluntária são sempre unilateralmente revogáveis pelo titular do direito, a revogação a pena
gera obrigação de indemnizar os prejuízos causadas as legítimas expectativas da outra parte
com a firma o preceito legal em análise.

d)- Com entender das consequências da inerência do titular dos direitos da personalidade
jurídica compreendemos que os direitos da personalidade têm ou são também
intransmissíveis, quer em vida quer por morte, extinguindo-se, assim com o seu titular. Por
tanto integram a essas categorias dos direitos pessoalíssimas aqueles direitos tutelado
penalmente, embora a sua formulação seja defeituosa e criticável, como rege o regime
estatuído no nº 1 do artigo 71.º do CC pese embora ser tipificado por este diploma ela não
constitui excepção a esta característica, quando se afirma que os direitos de personalidade
gozam igualmente de protecção depois da morte do seu titular, ou seja um aspecto relevante
deste regime é o de direitos da personalidade serem em regra, objecto de protecção penal.
16
Com base o CP vem que todo tipo de pratica ou acto que impor risco a integridade física
moral, ética, da personalidade é considerado como crime, nas situações como: as ofensas, mas
significativas aos direitos da personalidade (homicídio ofensas corporais, calunia, difamação e
injuria todos eles regulados nos artigos 349.º, 359.º, 407.º todos do CP e é desta feita que
constituem objecto de protecção penal).

2.4. Regime dos direitos de personalidade44

Em conformidade que foi referido nas características dos direitos de personalidade, eles são
em principais Ilimitáveis, com isto quer dizer que além de não serem disponíveis renunciáveis
e transmissíveis, os direitos de personalidade tem apertadas limitações quanto ao seu exercício
à forma e como os seus titulares deles podem em geral dispor exemplo: estas limitações e
restrições práticas aos direitos de personalidade pode agrupá-las em quatro grandes tipos de
circunstâncias que são:

a) A própria natureza do bem da propriedade;


b) As exigências da vida em comum;
c) A ponderação dos interesses em jogos;
d) O consentimento do ofendido.

i. De acordo à natureza do bem da personalidade: este resulta das limitações pratica no que
concerne aos direitos da personalidade isto é para averiguar a existência de lesão urge
conhecer qual o bem ou projecção atingido, o que limita desde logo a invocação daquele
direito.

ii. As exigências da vida em comum: Aqui a personalidade de um individua acarreta


limitações legitimados de algumas lesões dos respectivos bens, estes resultam do homem
como ser social, que vive em sociedade por sua vez este estabelece exigências e
condicionalismo à vida do homem, não sendo relevantes as limitações aos seus direitos de
personalidade que se mantenha no quadro da chamada adequação social.

iii. A ponderação dos interesses em jogo: De acordo a esta limitação encontramos um


afloramento particular na actuação em estado de necessidade, ela a acontece quando exista
conflito entre dois ou mais direitos. Sobre o assunto dispõe o artigo 335.º, nº 1,2 do CC, o
seguinte: havendo colisões de direitos iguais ou de mesma espécie devem os titulares ceder na
medida do necessário para que todos produzam igualmente o seu efeito. E se os direitos forem
44
CAMPOS, Diogo Leite de – Lições de Direito da Personalidade. p. 12.

17
desiguais ou de espécie diferente prevalece o que deva considerar-se superior. Ora isto é
importante no direito de personalidade para se determinar onde e quando se pode afastar a
ilicitude de certas lesões bens por eles protegidos.

iv. O consentimento do ofendido: As limitações aos direitos de personalidade podem resultar


do consentimento do ofendido este pode determinar a inexistência de lesão (Exclusão de
facto), ou justificação do facto. Em qualquer circunstância para ser avaliado o consentimento
o consentimento do lesado não pode ser contrário a uma proibição legal a ordem publica ou
aos bons costumes conforme nos tipificam os artigos 81.º e 340.º do CC. O consentimento do
ofendido pode distinguir três espécies de consentimento, a saber: Consentimento vinculante,
Consentimento Autorizante, e o Consentimento Tolerante.

a) Consentimento Vinculante: é aquele que dirige-se a assunção de um autentico


compromisso jurídico designadamente a um contrato isto é funciona como uma verdadeira
declaração negocial artigo 81.º, nº 2 C.C, que estabelece o principio de revogabilidade do
consentimento.

b) Consentimento Autorizante: Aqui embora ser revogável não deixa de dar origem a um
compromisso jurídico não negociável, que fundamenta a obrigação de indemnizar dos
prejuízos causados as legítimas expectativas, e não dos direitos subjectivos da outra parte em
caso de ser revogado artigo 81.º, nº 2 do C.C.

c) Consentimento Tolerante: Tudo que revogável é aquele que permite afastar a ilicitude do
acto artigo 340.º, nº 1 do código civil, na quase totalidade dos casos como veremos o
consentimento relevante em matérias dos direitos de personalidade e consentimento
autorizante e tolerante

2.5. Direito geral de personalidade e direitos especiais de personalidade45

O direito de personalidade sendo um direito absoluto de protecção a vida humana, no


particular domínio dos direito civis, pode ter como ponto definitivamente assente e o que pode
variar é o sistema jurídico para o sistema jurídico, é o conteúdo e extensão desses direitos e o
alcance da sua tutela e bem assim a forma de os conhecer.46

A este propósito, o reconhecimento de um direito geral de personalidade, ao lado dos


diferentes direitos especiais de personalidade, apresenta-se como questão particularmente,

45
LOPES, Miguel Maria de Serpa – Curso de Direito Civil. P. 297.
46
SANTOS, Marcelo Pereira dos – Os Direitos da Pessoa Humana na Concepção Civil- Constitucional: Uma
Releitura da Tutela da Personalidade. P. 23-24.
18
contrariedade na doutrina, a esta distinção ou questão não é meramente académica, mas a
resposta para a mesma depende em boa medida a maior ou menor profundidade da protecção
conferida pelo direito à pessoa humana.47

O problema que aqui se Poe é o de saber se, além dos diferentes direitos que tem como
objecto aspectos particulares da pessoa humana (direito à vida, direito à integridade física,
direito à honra). São direitos especiais se devem ou não reconhecer a existência de um direito
incidindo sobre a personalidade humana no seu todo? A resposta afirmativa a esta questão
conduz em geral a que se considere esse direito geral de personalidade como matriz, fundante
dos demais direitos de personalidade que constituem o afloramento particular daquele,
estendendo a tutela da pessoa humana para lá dos aspectos que o legislador tenha
expressamente levado em consideração. Ou seja, o direito geral de personalidade abrangerá
todas as manifestações previsíveis e imprevisíveis da personalidade humana, pois é a um
tempo, direito a pessoa ser em dividir entidade não é estática mas dinâmica e com a sua
liberdade de desabrochas, com direitos livres desenvolvimento da personalidade de que falam
já certos textos positivos48.

Além disso, pugnavam pela desnecessidade de se reconhecer um direito geral de


personalidade direcionado à proteção da saúde, da vida e de outros bens essenciais, pois que
esses valores inerentes à pessoa recebiam tutela idêntica à que era dispensada aos direitos
subjetivos Ademais, o enfoque dicotomizado dado pelo direito positivo, que, sob um ângulo
publicista, os reconhece como direitos humanos e, numa ótica privatística, confere-lhes o
status de direitos da personalidade, renova-lhes as dificuldades teóricas, pois tenta fixar
disciplina e feições diversas a categorias jurídicas com idêntico conteúdo, consistente na
tutela dos valores mais elevados da pessoa humana. No que respeita à pueril construção
teórica dos direitos da personalidade, sobreleva, entre os autores, a discussão a respeito do
pouco tempo que intermedeia o seu surgimento e sua configuração atual. O escasso lapso
temporal ainda não teria sido suficiente para produzir o necessário amadurecimento
doutrinário capaz de superar as divergências que subsistem, de que são exemplos a fonte de
onde provêm, sua natureza jurídica e extensão49.

A aferição dos direitos de personalidade e das medidas para sua tutela, portanto, deve ser feita
em cada relação jurídica. Os direitos da personalidade não podem, de maneira alguma,

47
SOUZA, Rabindranath Valentino Aleixo Capelo de – O Direito Geral de Personalidade. P.317.
48
SOUZA, Rabindranath Valentino Aleixo Capelo de – O Direito Geral de Personalidade. P.203-206
49
Idem p. 320.
19
constituir um rol taxativo, pois são direitos que o homem possui, apenas pela sua condição
humana. O ponto de convergência que motiva a presente digressão pode, agora, ser
delimitado de maneira um pouco mais confortável. Ora, avulta, à evidência, que os direitos da
personalidade possuem uma intrínseca ligação com o princípio da dignidade da pessoa
humana. É de se notar que, em verdade, a temática da dignidade da pessoa humana, donde são
extraídos, em observação legal, os direitos de personalidade, possui estreita e profícua ligação
com os direitos humanos e com o Estado Democrático. O valor da pessoa humana é traduzido
juridicamente pelo princípio constitucional fundamental da dignidade da pessoa
humana, assegurando o mínimo respeito ao ser humano dotado de igual dignidade, sendo
esse, como já denotado, inclusive, um princípio explícito dentro de nosso ordenamento50.

O reconhecimento deste direito geral de personalidade da resposta a necessidade profunda de


defesa da pessoa humana, particularmente nas sociedades modernas, em que se acentuam os
factores restritivos da dignidade da pessoa humana, só direito geral de personalidade se dirige
à protecção do homem no seu todo e não a simples aspecto particular da sua personalidade,
pelo que só o seu reconhecimento permitirá a definitiva superação51.

Como já disse, cada direito da personalidade se vincula a um valor fundamental que se revela


através do processo histórico, o qual não se desenvolve de maneira linear, mas de modo
diversificado e plural, compondo as várias civilizações, nas quais há valores fundantes e
valores acessórios, constituindo aqueles as que denomino invariantes axiológicas. Estas
parecem inatas, mas assinalam os momentos temporais de maior duração, cujo conjunto
compõe o horizonte de cada ciclo essencial da vida humana. Emprego aqui o termo horizonte
no sentido que lhe dá Jaspers, recuando à medida que o ser humano avança, adquirindo novas
idéias ou ideais, assim como novos instrumentos reclamados pelo bem dos indivíduos e das
coletividades52.

Tendo em conta o artigo 70.°, do CC, é a cobertura legal do direito geral de personalidade e
defendido embora a ideia de que em termos gerais, o reconhecimento de um direito geral de
personalidade depende do ordenamento jurídico de que trata, é da opinião ser esse o caso do
asupracitado quer tendo em conta o seu teor, quer recorrendo aos trabalhos preparatórios, do
código, rebatendo com fundamento os argumentos em sentido contrario é aquele defendido

50
REALE, Miguel, Os Direitos da Personalidade. Disponível em:
http://www.miguelreale.com.br/artigos/dirpers.htm. Acesso em: 23 mar. 2020.
51
CUPIS, Adriano. Os Direitos da Personalidade. Traduzido por Afonso Celso Furtado Rezende. 1 ed..
Campinas: Romana Jurídica, 2004, p. 29
52
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: volume único. 5 ed. São Paulo: Método, 2015.
20
entre outros por Dias Marques, Castro Mendes, estes entende que o mesmo consagra a
protecção da personalidade no seu todo53.

O reconhecimento de um direito geral de personalidade quer iure condendo quer de iure


constituo não prejudica a existência e o reconhecimento dos demais direitos especiais de
personalidade não os exclui antes os acolhe como naturais desenvolvimentos das áreas ou
projecções da personalidade de que falamos54.

2.6. Direitos de personalidade especificados no Código Civil angolano

As modalidades de direitos de personalidade o que está especificamente prevista ou tipificado


CC angolano são apena quatro nomeadamente:

a)- Direito ao nome;

b)- Direito à cartas missivas;

c)- Direito à Imagens;

d)- Direito a reserva sobre a intimidade da vida privada.

2.6.1. Direito ao nome

O ser humano não vive isoladamente, é um ser gregário por natureza, sabe-se que a evolução
de sua espécie somente foi possível pela interação e cooperação do grupo. Mas esta
necessidade natural de convivência impõe a individualização do ser, distinguindo-o dos outros
indivíduos do grupo. O bem que satisfaz esta individualização é o da identidade55.

Direito ao nome: é a faculdade que uma pessoa tem de usar o nome completo ou abreviado, e
a opor-se ao seu uso por outrem, ilicitamente para sua identificação ou outros fins como
consagra o artigo 72.°, nº1 do código civil. Quando falamos de direito a nome é um aspecto
particular do direito a identidade, pessoal que tutela o interesse do individuo em não ser
confundido com outrem em mater por tanto a sua própria. Trata-se em si de um direito inato
que, todavia encontra efectivação sobre tudo ao nível do direito ao nome e do direito ao
pseudónimo que são direitos não inatos56.

53
Castro Mendes, afirma que o caráter intransmissível dos direitos da personalidade deve ser compreendido como
a impossibilidade de alteração de sujeito.
54
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Direito civil. Teoria Geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2006.
55
GONÇALVES, 2007, p. 120.
56
Constituição de Angola ARTIGO 32.º direito à identidade, à privacidade e à intimidade.
21
Conformado a este direito a Constituição da República de Angola, prevê genericamente no
seu artigo 32.°, nº 1, o direito de identidade pessoal, que todo cidadão ou pessoal tem uma
identidade ao invés aparecem explicitamente consagrados no código Civil tanto o direito ao
nome artigo 72.°, como o direito ao pseudónimo reconhecido quando tiver registado no
notariado artigo 74.°. Quanto ao código penal ou lei penal o artigo 336º, que fala sobre
usurpação do estado civil, parece constituir um afloramento de tutela a este direito. Nesta
abordagem o direito ao nome. No que concerne as suas limitações deve levar-se
particularmente em consideração o que no nº 2 do artigo 72. ° do código civil, se fixa na
hipótese homonímia, deve admitir-se aqui o jogo de consentimento que poderá assumir a
forma consentimento vinculante devendo, contudo levar-se em linha de conta isto quer dizer
em questões profissionais a alteração do nome total ou parcialmente dependerá de uma
providencia cautelar decretada pelo juízo de equidade melhor conciliem os interesses em
conflitos57.

O direito ao nome é tutelado depois da morte do respectivo titular, isto leva-nos a


compreender que quando a pessoa morrer o seu nome ainda deve ser respeitado e valorizado
por uma razão: primeiro ser um direito absoluto, protegido na lei. Tem legitimidade de acordo
a nosso ordenamento jurídico de reagir a ofensa ocorrida após a morte do titular do nome os
sujeitos referidos no nº 2 do artigo 71. ° do CC, a saber: o cônjuge sobrevivo e qualquer
descendente ascendente, irmão, sobrinho, ou herdeiro da pessoa falecida

Em caso de violação ilícita do direito ao nome deve se aplicar o que esta tipificada no artigo
70.° do código civil, sendo aplicável ao pedido de providência tendente a impedir o uso
prejudicial de nome idêntico ao interessado. É nome de pessoa aquele que consta no assento
de nascimento da pessoa.

O pseudónimo quando é reconhecido no notariado tem uma protecção conferido ao próprio


nome. É etimologicamente é um nome não exacto ou quer dizer arcunho, ele pode esta ligado
a pessoa que passe a designa-la em termos sociais, o formalismo jurídico não pode ir tão
longe58.

2.6.2. Direito à cartas missivas

57
Os direitos da personalidade, trad. Afonso Celso Furtado Rezende, São Paulo: Quorum, 2008, p. 179.
58
SILVIO ROMERO BELTRÃO, p. 179, “o direito ao nome, como direito de personalidade, não é um direito
originário, pois a pessoa não nasce com o nome, uma vez que adquire posteriormente, onde verdadeiramente
surge o direito à identidade pessoal”
22
Em abordagem a este direito o CC, para a sua tutela temos quatro artigos denominadas cartas
missivas confidências que na realidade, se integram no âmbito dos bens, protegidos pelo
direito a intimidade da vida privada ou aos segredos das pessoas, mas, o facto de constarem
de documento dirigido a terceiro com isto levou o legislador a uma regulamentação de certa
minucia. A carta missiva confidencial, é um documento que tem uma informação da vida
privada de uma pessoa, ou seja, o destinatário de uma carta missivas de natureza confidencial
deve guardar reserva sobre o seu conteúdo não lhe sendo lícito aproveitar da informação que
ela tenha levado ao seu conhecimento.

A Constituição da República de Angola no seu artigo 34.° prevê à inviolabilidade da


correspondência e das comunicações destacando as comunicações postais, telefónicas,
telegráficas e telemáticas59.

Os artigos 75.° e 78.°, esses tratam de questões sobre as memórias cartas, e outros escritos,
que tradicionalmente suscitam problemas e reconhece-lhes, a dignidade de se inserirem no
âmbito da tutela da personalidade. Há diferença entre carta confidencial e a não confidencial à
confidencial é aquela carta que protege a confidencialidade dos escritos, impondo a reserva
sobre o seu conteúdo e proibindo o aproveitamento das informações que contenham. Nas
situações de morte o destinatário permite que o tribunal ordene a sua restituição ao autor ou
aos seus familiares referidos no artigo 71.° do CC, a sua destruição, o se deposito em mão de
pessoas idóneas.

No que respeita aos escritos não confidenciais: é aquele que só permite a sua utilização em
termos que não contraírem a expectativas do autor ou das pessoas enumeradas no artigo 71.°,
ou com o seu suprimento judicial desse consentimento salvo quando sejam utilizadas como
documento histórico ou artístico.

2.6.3. Direito à imagem

Direito a imagem é um dos direitos consagrados na constituição da república de angola, no


seu artigo 32.°, e é um dos quatros direitos especiais de personalidade explicitamente
comtemplados no código civil, no artigo 79.º, entretanto este direito não é penalmente
tutelado. Isto é cada ser humano tem uma aparência física distinta dos restantes humano, isto é
diferente daquilo que acontece com os animas, mesmo superiores onde se torna possível

59
Constituição de Angola ARTIGO 34.º inviolabilidade da correspondência e das comunicações.
23
encontrar indivíduos praticamente idênticos entre os humanos a unicidade de compleições
está asseguradas e resultando daqui a suficiente para sua cabal identificação exterior60.

O artigo 79.° nº 1, consagra uma regra básica segundo a qual o retrato de uma pessoa não
pode ser exposto ou lançado no comercio sem o consentimento dela. O legislador angolano
reserva assim a cada pessoa a decisão sobre os termos da exposição da reprodução da
divulgação e do aproveitamento económico do seu retrato no entender de Orlando de
Carvalho este considera que nos termos do artigo 79.° não traduzem o direito a imagem em
todas a dimensão pois podendo o direito à imagem definir-se como um direito à não
divulgação por outrem da sua imagem ou num sentido ligeiramente diverso o direito ao não
conhecimento por outrem da própria imagem física, dai pode resultar ofendido. Toda forma
de captação divulgação de imagem deve ser relevante além disto e contrariamente ao que
aparece induzir o artigo 79.° o direito a imagem ope-se não apenas a sua divulgação como
também e desde logo a sua capacitação. Porem hoje entende-se que o retrato abrange as
diversas formas de identificação visual de uma pessoa e eu apesar de letra da norma não ferir
a capitação do retrato esta actividade também está abrangida pela proibição da normativa. A
tal norma se impõe desde logo o espírito da razão por maioria deve existir o consentimento
para expor, reproduzir lançar ao comércio o retrato de uma pessoa, ou não é possível retratar
alguém sem consentimento é contra a lei61.

Por outro lado o nº 2 do artigo 79. ° prescreve que não é necessário o consentimento da pessoa
retratada quando assim o justifiquem a sua notoriedade, o cargo que desempenhe exigências
de polícia ou de justiça finalidades científicas, didácticas ou culturais, ou quando a reprodução
da imagem vier enquadrada na de lugares públicos, ou na de factos de interesse publico ou
hajam decorrido publicamente62.

Assim quanto aos limites do direito a imagem, eles são os resultam das exigências da vida em
comum, da ponderação dos interesses e do consentimento do ofendido. As exigências da vida
em comum afastam a existência da violência do direito a imagem na divulgação da imagem
no circulo familiar e de amigos, íntimos e ainda na captação e divulgação da imagem de
alguém que se encontre em lugares públicos ou envolvido em factos de interesse publico ou
que hajam decorridos publicamente e ainda alguém cuja notoriedade assim o justifique. Estas

60
Constituição de Angola ARTIGO 32.º direito à identidade, à privacidade e à intimidade.
61
Constituição de Angola ARTIGO 32.º direito ao ensino, cultura e desporto.
62
GAGLIANO, 2002, p. 155.
24
ultimas situações, podem igualmente ser relevantes do ponto de vista da ponderação dos
interesses nomeadamente do interesse publico à informação63.

Quando não ocorra qualquer das limitações anteriormente apontadas, a captação e divulgação
da imagem de alguém só são lícitas quando intervenha consentimento do interessado, o qual,
neste particular domínio dos direitos de personalidade praticamente não conhece limitações
podendo mesmo assumir a forma de consentimento vinculante64.

No caso de direito à imagem ser sacrificado com fundamento no mecanismo da ponderação


dos interesses, se deve entender que não basta a simples ocorrência das circunstâncias
referidas no nº 2 deste artigo: é necessária a existência de um interesse sério e justificado na
captação e divulgação da imagem e que quando for caso disso se use da necessária discrição e
não se ultrapassa o estritamente necessário.

Em quanto que a limitação introduzida no nº 3 do artigo 79. ° decorre não directamente do


direito à imagem, mas antes do direito à honra.

2.6.4. Direito a reserva sobre a intimidade da vida privada

O direito a reserva privada é aquela que diz respeito ao segredo da vida privada de alguém,
ou de uma casa, este reservando apenas pelas pessoas na qual têm intimidade. De acordo
nosso ordenamento jurídico consagra o artigo 80.º do código civil e a constituição de 2010 no
seu artigo 32.º estes explicam o direito a reserva sobre a intimidade da vida privada, este
direito é Quem, em reunião, lugar público ou através de qualquer meio de divulgação ou
comunicação com o público, incitar ao ódio contra uma pessoa ou grupo de pessoas por causa
da sua raça, cor, etnia, local de nascimento, sexo, orientação sexual, crença ou religião,
convicções políticas ou ideológicas, condição ou origem social ou outra causa, com o
propósito de os discriminar, é punido com pena de prisão de 6 meses a 6 anos.

o artigo 380.° do Código65.

O direito à reserva sobre a intimidade da vida privada surge em muitas situações em caso de
invocação de outros direitos, como seja a reserva da palavra escrita, a imagem e a honra ou
também no sentido de o direito à reserva sobre a intimidade da vida privada é um direito

63
LOPES, Miguel Maria de Serpa – Curso de Direito Civil. P. 297.
64
ANDRADE, Manuel A. Domingues de – Noções Elementares de Processo Civil. P. 374.
65
Constituição de Angola ARTIGO 32.º direito à identidade, à privacidade e à intimidade.
25
residual, cujo conteúdo é preenchido pelo espaço deixado em branco pelos demais direitos
especiais, como o direito a imagem e sobre carta missivas66.

Este direito postula uma liberdade fundamental: a que cada um tem de, sem prejudicar
terceiros, orientar a sua privada como entender. A vida privada compreende as mais diversas
realidades abrangendo tudo o que não seja publico e profissional ou social aqui existe um
segredo da vida privada reservada somente a intimidade da pessoa67.

Quando se fala a uma vida privada compreende varia ou outras vidas como (a vida pública),
em relação à qual não haverá reserva ou pelo menos o mesmo tipo de reserva. Fazendo apelo
ao critério da teoria das esferas podemos dizer que o artigo 80.º n.º 1 CC protege apenas as
esferas privada, secreta e intima, não já ou directamente as publica e social-individual. O
direito vigente não consagra nenhuma específica forma de protecção da intimidade privada
contra os potências atentados tornados possíveis pelos meios electrónicos ao dispor da
moderna informática68.

2.6.5. Direito à propriedade intelectual, criação cultural e científica

A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a inventores ou
responsáveis por qualquer produção do intelecto seja bens imateriais ou incorpóreos nos
domínios industrial, científico, literário ou artístico - o direito de obter, por um determinado
período de tempo, recompensa resultante pela criação manifestação intelectual do ser humano.
Segundo Buainain (2004), a propriedade intelectual:
2.6.5.1 Tutela administrativa
A tutela é o “conjunto de poderes de intervenção de uma pessoa colectiva pública na gestão
de outra pessoa colectiva, a fim de assegurar a legalidade ou o mérito da sua actuação’’112 .
Esta tutela estende-se também às pessoas coletivas privadas. A Constituição angolana também
estabelece que uma entidade de tutela pode ser uma pessoa coletiva privada, isto é, de direito
privado. Assim, a tutela administrativa é confiada ao governo, órgão máximo da
Administração Pública, nas suas competências administrativas.
Na Lei n.º 15/14, de 31 de julho (angolana), está prevista a tutela administrativa nos artigos
89.º, 88.º, n.º 2. Assim, o artigo 89.º, n.º 1, estabelece que é competente para a aplicação das
multas o órgão de gestão administrativo dos Direitos de Autor e Conexos, e no n.º 2

66
TÊMIS LIMBERGER, O Direito à intimidade na era da informática: A necessidade de proteção dos dados
pessoais, Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007, p. 116,
67
Idem p. 118.
68
TÊMIS LIMBERGER, O Direito à intimidade na era da informática: A necessidade de proteção dos
dados pessoais, Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007, p. 117.
26
determina que a apreensão é efetuada por entidades ou organismos policiais no âmbito das
suas competências não prejudicam a aplicação de multas em matéria de natureza autoral.
2.6.5.2 Tutela civil
A doutrina define o direito civil como ramo comum ou geral do direito privado é um ramo
subsidiário aos outros ramos do direito privado, é o ramo da ciência Direito que é visto e
vivido nas relações entre particulares, que está ao dispor dos mesmos para recorrerem quando
sentirem-se lesados nos seus direitos.
Em geral os contratos obedecem certas fases e em Angola, os contratos passam na fase
preliminar que inclui o momento das conversações entre as partes, numa primeira instância
que já é suscetível de produzir efeitos jurídicos nos termos do artigo 227.º do C.C. Um dos
meios que o autor ou o titular de direito pode apegar-se e fundamentar a causa é o direito a
comunicação prévia. Assim, nos ensinamentos de LUÍS MENEZES LEITÃO117 , faz
referência sobre o direito de comunicação prévia como um dos meios de tutela civil que são
atribuídos ao autor ou mesmo ao titular do direito, bem como à informação e prestação de
contas, bem como o direito de fiscalização. Ainda assim o Professor faz uma divisão quanto a
comunicação que é da seguinte forma:
a) Direito a comunicação prévia de certas utilizações da obra;
b) Direito à informação e à prestação de contas pela exploração da obra;
c) Direito de fiscalização.
A Direção Nacional dos Direitos de Autor e Conexos (DNDA), por força do artigo 16.º do
Decreto-Lei n.º 7/03, de 6 de junho, relativamente ao estatuto orgânico do (MINCULT),
pertence ao Ministério da Cultura que esteve ao seu serviço e tutelava o direito de autor.
Surgiu ainda a Direção Nacional dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, por força do
Decreto Presidencial n.º 268/014, de 22 de setembro, artigo 3.º, n.º 5 alínea b).
Possibilita transformar o conhecimento, em princípio um bem quase público, em bem privado
e é o elo entre o conhecimento e o mercado. Portanto, a Propriedade Intelectual engloba o
campo de Propriedade Industrial, os direitos autorais e outros direitos sobre bens imateriais de
vários gêneros, tais como os direitos conexos, e as proteções sui generis69.
 Direito autoral: É o direito que decorre basicamente da autoria de obras intelectuais no campo
literário, científico e artístico, de que são exemplos: desenhos, pinturas, esculturas, livros,
conferências, artigos científicos, matérias jornalísticas, músicas, filmes, fotografias, software,
entre outros este regulado na Lei n.º 4/90, de 10 de Março. Lei sobre direito autoral.

69
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves – Curso de Direito Constitucional. P. 333
27
A propriedade industrial: tem o seu foco de interesse voltado para a atividade empresarial.
Tem por objeto patente de invenção e de modelo de utilidade, marca, desenho industrial,
indicação geográfica, segredo industrial e repressão a concorrência desleal, sendo
regulamentada pelo Art 1.°, n° 1 Lei nº 3/92, de 28 Fevereiro, da Lei da propriedade
industrial, engloba um conjunto de direitos e obrigações relacionados a bens intelectuais,
objeto de atividade industrial de empresas ou indivíduos. Assegura a seu proprietário (titular
do direito) a exclusividade de: fabricação, comercialização, importação, uso, venda e cessão.
Com o surgimento de novas criações intelectuais, a possibilidade de incorporação de novas
modalidades de direito para proteção dessas criações estão sendo ampliadas. Essas figuras
jurídicas intermediárias entre a propriedade industrial e o direito autoral, são denominadas
híbridos jurídicos.

A Constituição consagra este direito no arts 42.º e 43.º, sendo um direito inato que tutela a
capacidade criadora do homem. Todavia, à semelhança do que acontece com outros direitos
de personalidade, ele efectiva-se através de outros direitos não inatos, de que ressalta o direito
de autor. Os direitos de autor são hoje regulados pela lei n.º 15/14, de 31 de Julho, da
protecção dos direito de autor conexos

Há que distinguir no direito de autor dois aspectos fundamentais: o direito moral de autor e
direito patrimonial de autor, só o primeiro constitui um direito de personalidade, não inato,
através do qual se dá efectivação ao direito à criação pessoal. Analisa-se no direito que o autor
de uma obra, literal, artística ou cientifica, tem em mante-la ou não inédita e a que quando
divulgada, ela não seja trocada ou alterada. Integram-no, portanto o direito ao inédito e o
direito à intangibilidade da obra. Trata-se de um direito de personalidade do seu criador,
enquanto projectada na obra literária, artística ou cientifica70.

É sabido, porém que as obras literária, artísticas ou científica, mercê da sua divulgação ou
aplicação podem revestir-se de um interesse econômico, podem representar um quid
patrimonial. O seu autor pode reservar directamente para si essas vantagens, publicando a
obra ou por qualquer modo, a obra apaerece-nos aqui já não como momento da personalidade
do seu autor, mas antes como um valor patrimonial, de que o seu autor é titular e o direito a
tutela enquanto tal direito patrimonial de autor é um direito sobre um valor, que se inscreve, já
não no âmbito dos direitos de personalidade, mas sim na vertente dos direitos patrimoniais71.

70
DOTTI, René Ariel - Proteção da Vida Privada e Liberdade de Informação: Possibilidades e Limites. P.
77.
71
Idem p. 79
28
2.7. Outros direitos de personalidade previstos na constituição e outros diplomas legais 72

A Constituição da República de Angola de 2010 é a carta magna deste país na qual consagra
vários direitos de personalidade, e entre outros direitos especiais de personalidade prescritos
noutros diplomas como código civil, a Declaração dos direitos do homem, a Carta das Nações
Unidas, Direito penal. Esta constituição consagra os seguintes direitos de personalidade:

O direito à vida artigo 30.º

O direito à integridade pessoal física, artigo 31,º;

O direito à liberdade (artigos 36.º, 40.º,41.º);

O direito de propriedade intelectual (42.º, 43.º).

Depois desta classificação vamos desenvolvê-las de acordo a leis a fins.

O direito à vida é o centro de todos direitos especiais de personalidade, que


surpreendentemente, não obteve consagração expressa no CC, embora este ao referir o artigo
70.º, nº 1, este artigo não vem desenvolver sobre o direito a vida, mas que sim fala sobre a
protecção concedida por lei aos indivíduos, isto é contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de
ofensa a sua personalidade física, garante de certo termos civis o direito a vida buscando o
começo da personalidade de acordo artigo 66.º do CC não se protegerá a personalidade sem
vida73.

Quanto a sua fundamentação o direito á vida justifica-se em primeiro lugar, a sua consagração
na constituição como um direito fundamental do cidadão artigo 30.º da CRA consagra o
respeito, a protecção legal e a inviolabilidade deste direito, é desta natureza o artigo 59.º
proíbe a pena de morte74.

É desta forma que o direito penal estabelece uma especial, e particular protecção a este bem
essencial da pessoa humana que é a vida, sem este não haverá outros direitos. Por exemplo o
homicídio é punido nos termos dos artigos 147.º.º e segs, do código penal e os artigos 148.º e
153.ºe segs, também do código penal, proíbem respectivamente o auxilio ao suicídio, e a
morte piedosa eutanásia e o duelo.

O direito a vida é um direito totalmente indisponível, com total irrelevância do consentimento,


seja ele vinculante, autorizante ou meramente tolerante.

72
Constituição da República de Angola de 2010.
73
Constituição de Angola ARTIGO 30.º direito à vida.
74
Idem 30.º direito à vida.
29
A total indisponibilidade do direito à vida não afasta, a possibilidade de, em certas
circunstâncias ele pode ser sacrificado, ou seja existe situações que o direito a vida pode ser
sacrificado, isto é, em caso de litígios e se verifica actuação em legitima defesa como nos diz
o artigo 337.º do código civil, é legitima quando considera-se justificado o acto destinado a
afastar qualquer agressão actual e contraria à lei, contra a pessoa ou património do agente ou
de terceiro desde que não seja possível faze-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo
acto não seja manifestamente superior ao que pode resultar da agressão ainda o artigo 44.º n.º
5, do código penal, especifica as causas de justificação do facto e de exclusão da culpa,
quando estejam em conflito direitos a vida de diversas pessoas, ou quando a colisão de direito
haverá aqui pessoa tem direito iguais ou da mesma espécie, devem os titulares ceder na
medida do necessário para que todos produzam igualmente o seu efeito, sem maior detrimento
para qualquer das partes. Artigo 335.º do CC. Por exemplo nas situações de em que
intervenha o direito de punir do estado naquelas legislações que admitem a pena de morte e
finalmente no teatro de guerra, em combate, se ver que a única saída para se livrar matar nós
sacrificamos o bem mas fundamental que é a vida. Trata-se de situações em que a ponderação
dos interesses em jogo, resulta poder ser licitamente sacrificado o direito a vida de alguém.

Mas já não será estranho, se tivermos em conta o que atrás se deixou dito a propósito do
funcionamento deste princípio limitativo dos direitos de personalidade, em que se acentuou de
se atender a todas as circunstâncias de cada caso, objectivas e subjectivas. Entre tanto, no caso
de legítima defesa, a conduta do agressor leva a que se deva reconhecer um maior peso ao
direito do agredido, se bem que os interesses em jogos é a via do agredido e do agressor,
sejam a partida, e em termos objectivos idênticos. No caso de acidente de aviação grave um
médico depara-se com um problema de uma mulher grávida de 8 meses na qual parte a bacia
e bebe ainda em vida e condição de operação de sacrificar o feto para salvar a mãe, ou um
acidente de varias pessoas e medico só pode acudir a um dos feridos e deixar morrer outros
situação idêntica se passa com o sacrifício da vida humana.

Quando se fala de lesão culposa do direito à vida é quando faz incorrer o lesante em
responsabilidade civil, no que concerne a morte pode resultar em danos patrimoniais, aquele
que consagra o artigo 495.º do código civil, que diz: são indemnizáveis todas as despesas
feitas para salvar o lesado e as demais, incluindo as do funeral, tem direito a indemnização
todos os que socorrerem o lesado ou realizarem despesas com ele, tem igualmente direito de
indemnização os filhos em caso de alimentos ao lesado ou aquele que o lesado os prestava no
cumprimento de uma obrigação natural.
30
Quanto aos danos morais ou não patrimoniais são danos indemnizáveis ou avaliado em
dinheiro por se tratar da vida, dor e vazio que este deixa no seio das famílias, em caso de
morte de acordo o artigo 496.° Nos seus n.º 2 e 3 do CC, consagra a ressarcibilidade dos
danos provenientes da morte tem, contudo, suscitado divergência de interpretação e tomadas
de posições diversas. Outros defendem que podem ser compensadas e outros não, se
entrarmos na profundidade veremos a interpretação mas razoável em face letra da lei e dos
interesses em jogo75.

De acordo os danos não patrimoniais proveniente da morte o artigo 496.º distingue dois tipos
de danos a saber: primeiro aquele que sofre a própria vitima, e aqueles que sofrem os seus
familiares mais próximos pelo desgosto que sofrem com a morte da pessoa, e que são: o
cônjuge e de descendentes da vítima, na falta destes os pais e outros ascendente e por ultimo,
os irmãos e sobrinhos que os representem o mesmo artigo no seu n.º 2 do código civil.

Relativamente aos danos sofridos pela vitima, o direito a indemnização a que eles dêem
origem entra a fazer parte do seu património, como um crédito, e difere-se de um direito
hereditário aos seus herdeiros, quer se trate de sucessão legitima, legitimaria, ou
testamentária. É devido em caso de morte instantânea se deve considerar ainda os danos
morais da vítima que então apenas se reduzem ao chamado dano da vida. Alguns autores
contestam a indemnização do dano da vida, sobretudo por considerarem ser impossível
inscrever-se na esfera jurídica de alguém um direito a uma indemnização pela sua própria
morte, dado que com a morte termina a personalidade jurídica e portanto a sua capacidade de
aquisição de direitos. Nestes autores referiu-se o Orlando de Carvalho superando este
obstáculo de ordem lógica e procurando a resposta a partir da consideração dos interesses em
jogo inclina-se no sentido da indemnização do dano do bem vida76.

Quanto aos danos morais das pessoas referidas no nº 2 do artigo 496.º, eles têm carácter
indirecto ou lateral. O direito a indemnização a que dá o lugar inscrever-se directamente nos
respectivos patrimónios, e não no da vítima, pois que tem como causa desgosto por elas
sofrido com a morte de um próximo77.

Por tanto em resumo, no caso da morte dealguém em consequência de uma agressão, há que
incluir na responsabilidade civil do agressor: a indemnização dos danos patrimoniais e a

75
VASCONCELOS, Pedro Pais de – Teoria Geral do Direito Civil. P. 63.
76
Orlando de Carvalho superando este obstáculo de ordem lógica e procurando a resposta a partir da
consideração dos interesses em jogo inclina-se no sentido da indemnização do dano do bem vida.
77
ANDRADE, Manuel A. Domingues de – Noções Elementares de Processo Civil. P. 374.
31
indemnização dos danos morais sofridos pela própria vítima entre os quais é de incluir o dano
do bem vida que se referem aos seus herdeiros por força do fenómeno sucessório78.

2. 9. Dignidade da pessoa humana

A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da
concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser
humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida
congregação para a doutrina da fé, instrução antes de te formar no ventre materno, eu te
escolhi; antes que saísses do seio da tua mãe, eu te consagrei vós conhecíeis já aminha alma e
nada do meu ser vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas
profundidades da terra79.
Por outro lado, o direito à vida não depende da circunstância de se atingir determinada fase
de crescimento humano, sejam dez ou dezasseis semanas de vidaintra-uterina, seja o
nascimento, a infância, a juventude ou a idade adulta. Negar odireito à vida a seres humanos
por não terem atingido determinada fase do seucrescimento intra-uterino, será tão arbitrário
como negá-lo a qualquer pessoa em funçãoda sua raça, da sua etnia, das suas convicções
políticas ou religiosas, ou de qualquer outra circunstância. Está em causa o princípio da
igualdade e da não discriminação, também consagrado no artigo 23.º da Constituição
angolana. E não se diga que o embrião e o feto humanos não têm o estatuto de “pessoa”, pelo
que não beneficiariam da tutela que o citado artigo 30º da Constituição angolana reconhece à
vida “da pessoa humana”. Todo o ser humano tem o estatuto de pessoa – é o que impõe o
princípio daigualdade. O conceito de “pessoa humana” não pode ser manipulado de modo a
negar, na prática, a tutela de direitos fundamentais a uma categoria de seres humanos que dele
arbitrariamente são excluídos (foi o que se verificou com a escravatura)80.
Os direitos inalienáveis da pessoa deverão ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil
e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos
pais, nem mesmo representam uma concessão da sociedade e do Estado. Pertencem à natureza
humana e são inerentes à pessoa, em razão do acto criador que lhe deu origem. Entre estes
direitos fundamentais deve aplicar-se odireito à vida e à integridade física de todo ser
humano, desde a concepção até à morte (Donum Vitae, 3). «Desde o momento em que uma A
'dignidade da pessoa humana' personalizou, pois, o direito, que deixou de focar o seu centro

78
Idem p. 370.
79
ALEXANDRINO, José Melo – Direitos Fundamentais. p. 71.
80
Constituição da República de Angola de 2010.
32
orientador no 'ter', passando a focá-lo no 'ser'. Em assim sendo, a pessoa humana passou a ser
o centro axiológico e a razão fundante do direito e do próprio Estado81. 

2.10. Os pilares da dignidade

2.10.1. O direito à vida e à existência digna

O direito à vida é o centro de todos direitos especiais de personalidade, que


surpreendentemente, não obteve consagração expressa no código civil, embora este ao referir
o artigo 70.º, nº 1, este artigo não vem desenvolver sobre o direito a vida mas que sim fala
sobre a protecção concedida por lei aos indivíduos, isto é contra qualquer ofensa ilícita ou
ameaça de ofensa a sua personalidade física, garante de certo termos civis o direito a vida
buscando o começo da personalidade de acordo artigo 66.º do CC não se protegerá a
personalidade sem vida82.

Quanto a sua fundamentação o direito á vida justifica-se em primeiro lugar, a sua consagração
na constituição como um direito fundamental do cidadão artigo 30.º da constituição da
angolana consagra o respeito, a protecção legal e a inviolabilidade deste direito, é desta
natureza o artigo 59.º proíbe a pena de morte83.

É desta forma que o direito penal estabelece uma especial, e particular protecção a este bem
essencial da pessoa humana que é a vida, sem este não haverá outros direitos. Por exemplo o
homicídio é punido nos termos dos artigos 349.º e segs, do código penal e os artigos 354.º e
381.º e segs, também do código penal, proíbem respectivamente o auxilio ao suicídio, e a
morte piedosa eutanásia e o duelo. O direito a vida é um direito totalmente indisponível, com
total irrelevância do consentimento, seja ele vinculante, autorizante ou meramente tolerante.

A total indisponibilidade do direito à vida não afasta, a possibilidade de, em certas


circunstâncias ele pode ser sacrificado, ou seja existe situações que o direito a vida pode ser
sacrificado, isto é, em caso de litígios e se verifica actuação em legitima defesa como nos diz
o artigo 337.º do CC, é legitima quando considera-se justificado o acto destinado a afastar
qualquer agressão actual e contraria à lei, contra a pessoa ou património do agente ou de
terceiro desde que não seja possível faze-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo
acto não seja manifestamente superior ao que pode resultar da agressão ainda o artigo 44.º n.º
5, do código penal, especifica as causas de justificação do facto e de exclusão da culpa,
81
CABRITA, Isabel Rute Sousa do Amaral Xavier – Breve Ensaio Sobre os Direitos Humanos. p. 31.
82
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 2 ed.. Saraiva, 2001, p. 88.
83
Constituição de Angola ARTIGO 30.º 59.ºdireito à vida, É proibida a pena de morte.
33
quando estejam em conflito direitos a vida de diversas pessoas, ou quando a colisão de direito
haverá aqui pessoa tem direito iguais ou da mesma espécie, devem os titulares ceder na
medida do necessário para que todos produzam igualmente o seu efeito, sem maior detrimento
para qualquer das partes. Artigo 335.º do CC. Por exemplo nas situações de em que
intervenha o direito de punir do estado naquelas legislações que admitem a pena de morte e
finalmente no teatro de guerra, em combate, se ver que a única saída para se livrar matar nós
sacrificamos o bem mas fundamental que é a vida. Trata-se de situações em que a ponderação
dos interesses em jogo, resulta poder ser licitamente sacrificado o direito a vida de alguém.

Mas já não será estranho, se tivermos em conta o que atrás se deixou dito a propósito do
funcionamento deste princípio limitativo dos direitos de personalidade, em que se acentuou de
se atender a todas as circunstâncias de cada caso, objectivas e subjectivas. Entre tanto, no caso
de legítima defesa, a conduta do agressor leva a que se deva reconhecer um maior peso ao
direito do agredido, se bem que os interesses em jogos é a via do agredido e do agressor,
sejam a partida, e em termos objectivos idênticos. No caso de acidente de aviação grave um
médico depara-se com um problema de uma mulher grávida de 8 meses na qual parte a bacia
e bebe ainda em vida e condição de operação de sacrificar o feto para salvar a mãe, ou um
acidente de varias pessoas e medico só pode acudir a um dos feridos e deixar morrer outros
situação idêntica se passa com o sacrifício da vida humana84.

Quanto à natureza jurídica dos direitos da personalidade, são eles enquadrados, pela doutrina,
na categoria dogmática dos direitos subjetivos, muito embora recebam um tratamento jurídico
especial e preeminente se confrontados com os demais direitos da mesma categoria.2 Esta
diferenciação se dá, principalmente, em virtude do objeto que visam proteger – os valores e
bens essenciais inerentes ao ser humano – do que decorre uma tutela jurídica de natureza
dúplice, integrada pelos níveis constitucional e de legislação ordinária, conseqüentemente
permeada por diversas esferas do direito positivo85.

Quando se fala de lesão culposa do direito a vida é quando faz incorrer o lesante em
responsabilidade civil, no que concerne a morte pode resultar em danos patrimoniais, aquele
que consagra o artigo 495.º do CC, que diz: são indemnizáveis todas as despesas feitas para
salvar o lesado e as demais, incluindo as do funeral, tem direito a indemnização todos os que
socorrerem o lesado ou realizarem despesas com ele,tem igualmente direito de indemnização
84
HAMMERSCHMIDT, Denise, Intimidade Genética & Direito da Personalidade. Curitiba: Juruá, 2007, p.
114 e 115.
85
GARCIA, Emerson. Dignidade da pessoa humana: referenciais metodológicos e regime jurídico. Revista
de Direito Privado. São Paulo, n.º 21, jan./mar. 2005, p. 87.
34
os filhos em caso de alimentos ao lesado ou aquele que o lesado os prestava no cumprimento
de uma obrigação natural.

Quanto aos danos morais ou não patrimoniais são danos indemnizáveis ou avaliado em
dinheiro por se tratar da vida, dor e vazio que este deixa no seio das famílias, em caso de
morte de acordo o artigo 496.° Nos seus n.º 2 e 3 do CC, consagra a ressarcibilidadedos danos
provenientes da morte tem, contudo, suscitado divergência de interpretação e tomadas de
posições diversas. Outros defendem que podem ser compensadas e outros não, se entrarmos
na profundidade veremos a interpretação mas razoável em face letra da lei e dos interesses em
jogo.

De acordo os danos não patrimoniais proveniente da morte o artigo 496.º distingue dois tipos
de danos a saber: primeiro aquele que sofre a própria vitima, e aqueles que sofrem os seus
familiares mais próximos pelo desgosto que sofrem com a morte da pessoa, e que são: o
cônjuge e de descendentes da vítima, na falta destes os pais e outros ascendente e por ultimo,
os irmãos e sobrinhos que os representem o mesmo artigo no seu n.º 2 do CC.

Relativamente aos danos sofridos pela vitima, o direito a indemnização a que eles dê em
origem entra a fazer parte do seu património, como um crédito,e difere-se de um direito
hereditário aos seus herdeiros, quer se trate de sucessão legitima, legitimaria, ou
testamentária. É duvido em caso de morte instantânea se deve considerar ainda os danos
morais da vitima que então apenas se reduzem ao chamado dano da vida. Alguns autores
contestam a indemnização do dano da vida, sobretudo por considerarem ser impossível
inscrever-se na esfera jurídica de alguém um direito a uma indemnização pela sua própria
morte, dado que com a morte termina a personalidade jurídica e, portanto a sua capacidade de
aquisição de direitos. Nestes autores referimos o Orlando de Carvalho superando este
obstáculo de ordem lógica e procurando a resposta a partir da consideração dos interesses em
jogo inclina-se no sentido da indemnização do dano do bem vida86.

Quanto aos danos morais das pessoas referidas no nº 2 do artigo 496.º, eles têm carácter
indirecto ou lateral. O direito a indemnização a que dão lugar inscrever-se directamente nos
respectivos patrimónios, e não no da vítima, pois que tem como causa desgosto por elas
sofrido com a morte de um próximo87.

86
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 2 ed.. Saraiva, 2001, p. 33.
87
COMPARATO, 2001, p. 19.
35
Por tanto em resumo, no caso da morte de alguém em consequência de uma agressão, há que
incluir na responsabilidade civil do agressor: a indemnização dos danos patrimoniais e a
indemnização dos danos morais sofridos pela própria vitima entre os quais é de incluir o dano
do bem vida que se referem aos seus herdeiros por força do fenómeno sucessório88.

O direito à vida é o primeiro e mais fundamental direito tutelado pelo ordenamento jurídico
angolano. Mais do que essencial, é um direito essencialíssimo porque dele dependem todos os
outros direitos, razão pela qual a sua protecção se dá em todos os planos do ordenament: no
direito civil, penal, constitucional, internaciona89.

o direito à vida é condição essencial de possibilidade dos outros direitos. Desenvolve-se aí a


concepção da supremacia da vida humana e que, para ser entendida como vida,
necessariamente deve ser digna90.

Mas, atenção: a expressão “direito à vida” não significa que o ser humano seja dono absoluto
de sua vida ou de seu corpo, a ponto de ter direito sobre a própria morte. Daí porque alguns
autores, a exemplo de Santos Cifuentes, preferem o uso da expressão direito de viver91.

Como primeiro enumerado em todo e qualquer catálogo de direitos humanos, esse direito,
mais do que um direito individual, é necessariamente um direito de toda a humanidade, no
perfeito paralelo que fizemos com a poesia de John Donne anteriormente citada.

A cada pessoa não é conferido o poder de dispor da vida, sob pena de reduzir sua condição
humana. Daí ser uma das principais características dos direitos da personalidade a sua
indisponibilidade.

O direito à vida compreende o direito à integridade físico-psíquica, tutelando a intangibilidade


das dimensões física e mental da pessoa humana, protegendo-a contra qualquer tipo de
agressão física e psicológica.

2.11. A tutela jurídico-legal dos direitos da personalidade (ATT. DEVE SER MAIS
EXTENSO, MAIS UMA PÁG.)

As ordens jurídicas, em todas as épocas, e em grande parte das civilizações, depararam-se


com a árdua missão de regular os fatos mais importantes da vida das coletividades. Estes

88
Ibidem, p. 19
89
Ibidem, p. 19
90
Ibidem, p. 26
91
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Fundamentos do direito natural à vida. Revista dos Tribunais. São Paulo,
n.º 623, set. 1987, p. 27.
36
valores sofrem mutações no tempo e no espaço, acarretando o surgimento de novos bens
jurídicos ns diferentes ordenamentos jurídicos92.

Em relação à Tutela Privada, sabemos que o dever do Estado é zelar pela paz social e pela
justiça, e garantir à pessoa a inviolabilidade e o exercício dos seus direitos sociais e
individuais. Em relação aos direitos de personalidade, se houver urgência na defesa destes
direitos e, diante da impossibilidade do Estado, é possível que o titular faça uso da tutela
privada contra o ofensor de seu direito personalíssimo93.

Os direitos de personalidade são tutelados pela constituição Angolana nos seus arts: 30.º 31º,
32º, 33.º, e no Codigo Civil nos artigos seguintes 70.º,71.º, 483.º, 484.º, têm sua base e
substrato nesse princípio maior . Ressalta Ingo Sarlet que todo o sistema de direitos
fundamentais, aqui incluídos, por óbvio, os direitos da personalidade, repousa na dignidade da
pessoa humana, isto é, na concepção que faz da pessoa fundamento e fim da sociedade e do
Estado, razão pela qual se chegou a afirmar que o princípio da dignidade humana actua como
´alfa e omega´ do sistema das liberdades constitucionais e, portanto, dos direitos
fundamentais94.

Tamanha é a vinculação entre direitos da personalidade e dignidade humana que alguns


autores, a exemplo de Renan Lotufo, falam que os direitos da personalidade constituiriam “o
mínimo imprescindível para o ser humano desenvolver-se dignamente95.

“O conteúdo do princípio da dignidade da pessoa humana, tal como contemporaneamente


plasmado na maioria das Constituições a pós guerra, foi construído e consolidado, sobretudo,
a partir da última metade do século XX” 96.

Esse período certamente não foi dos mais felizes para a espécie humana, principalmente
porque imaginávamos nos encontrar em um elevado nível de civilização. Os factos históricos
demonstraram, no entanto, o quanto era ilusório o nosso estágio civilizatório97.

Duas guerras mundiais em um intervalo de apenas 30 anos, o genocídio perpetrado pelo nazi
facismo contra os judeus, ou pelos japoneses contra os chineses, a guerra fria que, por pouco,

92
INGO WOLFGANG SARLET-Dignidade da Pessoa Humana I e II, Dicionário de Filosofia do Direito, coord. Vicente
de Paula Barretto, São Leopoldo: Unisinos, 2006, p. 102.
93
Idem p. 103
94
Constituição de Angola ARTIGO 34.º inviolabilidade da correspondência e das comunicações
95
Idem, p.111
96
Idem, p.77
97
RODRIGUES, Ivana Bonesi. Responsabilidade civil por danos causados ao direito da personalidade.
Revista de direito privado. São Paulo, n.º 09, jan./mar., 2002, p. 131.
37
não extinguiu a vida na terra, e mais recentemente a Guerra dos Bálcãs, demonstraram até
onde o ser humano pode chegar em matéria de degradação ética e moral. O mundo assistiu a
um verdadeiro retorno à barbárie. Nunca se cometeram de forma tão fria e sistemática tantas
violações aos direitos humanos como nesse período98.

Nesse século, ressalta Carmen, “se demonstrou também que toda forma de desumanização
atinge não apenas uma pessoa, mas toda a humanidade, apresentada e representada em cada
homem. ``O princípio da dignidade da pessoa humana assegura o respeito que cada ser
humano merece do outro, a começar no seio da própria família, onde a educação deve ser
voltada para essa conscientização`´99.

Mas não se confunda dignidade com bondade ou com moleza. Nem muito menos com
leniência ou omissão, sobretudo na relação paterno-filial. A realização da dignidade no seio
da família, consoante demonstraremos posteriormente, não é exigência de comportamentos
pusilânimes.

Ressalte-se, ademais, que a dignidade da pessoa humana, como princípio e valor


fundamentaldo ordenamento jurídico, se apoia em três grandes pilares: o direito à vida e à
existência dignas, aqui incluído o direito à integridade física e psíquica, o direito à liberdade
e o direito à igualdade ou à isonomia. Analisaremos, nos tópicos seguintes, cada um desses
pilares, que além de conteúdo de dignidade, são também direitos da personalidade, tomando
por foco, doravante, especificamente as relações de família.
Pode-se, porém, indagar acerca da conveniência e necessidade de fixar no texto legal as
características dos direitos da personalidade, na medida em que esta matéria pode ser
desenvolvida no âmbito jurisprudencial. revela-se, aqui, o zelo excessivo no ordenamento
brasileiro em assegurar qualidades aos direitos da personalidade, a fim de prevenir qualquer
possibilidade de subtração de suas potencialidades. Além disso, paira a indagação se o
objetivo do legislador em cristalizar várias características para os direitos da personalidade
não se constitui em um propósito quimérico, tendo em vista que seu exercício é moldado
essencialmente pela concretização jurisprudencial.
Relativamente às características identificadas pela doutrina, cumpre, inicialmente, destacar a
questão relativa à imprescritibilidade. na doutrina, sustenta-se que esta característica dos
direitos da personalidade deveria conduzir à imprescritibilidade da pretensão indenizatória
dos danos morais em caso de sua lesão, com o efeito de não aplicação do prazo de 3 anos

98
Idem, p 132
99
Idem 132
38
previsto no art. 206, 3.°, V, do Código Civil. Apesar de esta orientação pretender resguardar a
tutela dos direitos da personalidade, há que se afastá-la na medida em que vai de encontro à
segurança jurídica, que se concretiza mediante os prazos prescricionais.
Quanto à intransmissibilidade, trata-se de característica traçada para realçar o caráter
exclusivo dos direitos da personalidade. Mas mesmo em relação a este ponto, há nuances a
serem destacadas, pois debate-se acerca da transmissibilidade quando se trata da tutela da
pessoa falecida - como será visto em ponto seguinte.
Em se tratando da irrenunciabilidade, cuida-se de característica que também enfrenta
atualmente grande série de desafios, tendo em vista a possibilidade de a pessoa estabelecer,
voluntariamente, por um consentimento, restrições ao exercício de seus direitos da
personalidade.
O reconhecimento da existência dos direitos da personalidade é muito importante, mas não
basta serem reconhecidos e previstos pelo ordenamento, é preciso que esses direitos essenciais
e inatos também sejam protegidos e efetivamente garantidos a seus titulares. Quando se
estuda tutelas deve vir à mente a ideia de proteção, guarda, amparo. Tutela jurisdicional é o
provimento que acolhe o direito material de uma das partes, ou seja, tutela efetiva dos
direitos; é o processo como garantia do direito material. "A técnica processual a serviço de
seu resultado." Diversas são as espécies de tutela jurisdicional e a diferença entre elas é
exatamente "as circunstâncias inerentes à situação da vida que clama pela proteção
jurisdicional."

2.12. Responsabilidade civil por violação a direitos de personalidade, uma forma de


tutelar a personalidade humana (ATT. DEVE SER MAIS EXTENSO, MAIS UMA
PÁG.)

O dispositivo versa sobre os mecanismos de tutela dos direitos da personalidade, tanto na


Constituição, Código Civil, como no direito penal, e outras leis afins prevenção e cessação da
lesão quanto na reparação dos possíveis danos daí advindos.

Abriu-se aqui a possibilidade de cumulação dessas medidas com pedido de perdas e danos e
com quaisquer outras sanções previstas em leis especiais. A tutela geral dos direitos da
personalidade, segundo Carlos Alberto Bittar, compreende asseguintes medidas: “a) cessação
de práticas lesivas; b) apreensão de materiais oriundos dessas práticas; c) submissão do agente

39
à cominação de pena; d) reparação de danos materiais e morais; e e) perseguição criminal do
agente100”

Não vemos como possa se estabelecer qualquer tipo de restrição, salvo aquelas previstas em

lei e referentes à capacidade e legitimidade processuais. Fora disso, não vemos qualquer óbice
a que o filho, ou o cônjuge, valha-se de quaisquer dessas medidas para defesa de seus direitos
da personalidade. Inclusive a reparação civil, nos casos de dano moral.

Os direitos da personalidade são pessoais em face de seu caráter não patrimonial, o que não
impede que eles fundamentem ações de responsabilidade civil.(ASCENSÃO, 1997, p. 83) E
não menos interessante é a experiência da relação com o direito patrimonial, em face do nexo
instrumental existente entre os bens inerentes à pessoa e os bens patrimoniais. Ao contrário do
que perdurou por bastante tempo em nossa ordem jurídica, os bens da personalidade possuem
uma correlação imediata com o interesse econômico, onde diante da evolução social e
correspondente disposição constitucional e civil, há um reflexo patrimonial nos direitos da
personalidade. É certo que, o remédio contra lesões aos direitos da personalidade, são de fato
às aplicações de medidas próprias que visem a cessação da ofensa e a reintegração especifica
do bem violado, acrescido do ressarcimento patrimonial.

No caso específico de responsabilidade civil por dano moral no âmbito das relações de
família, não podemos deixar de nos referir ao conceito de dano moral: ao contrário do que
afirmam muitos autores, o dano moral não é a dor ou o constrangimento, nem muito menos o
sofrimento ou o desconforto experimentado pela pessoa. Dano moral é simplesmente o dano
decorrente de violação a direito da personalidade, pouco importando os aspectos subjetivos da
vítima. O dano moral não pode ser identificado com a dor exatamente pela o dispositivo
versa sobre os mecanismos de tutela dos direitos da personalidade, tanto na prevenção e
cessação da lesão quanto na reparação dos possíveis danos daí advindos.

Abriu-se aqui a possibilidade de cumulação dessas medidas com pedido de perdas e danos e
com quaisquer outras sanções previstas em leis especiais. O dano moral não pode ser
identificado com a dor exatamente pela impossibilidade de qualquer mensuração do
sofrimento. Não há como se estabelecer graus de dor. E isso é importante destacar para que
não se fale em patrimonialização dos sentimentos. Havendo violação de direito da
personalidade, surge o dever de indenizar, pouco importando os sentimentos da vítima.

100
BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade e o projeto de Código Civil brasileiro. Revista de
Informação Legislativa. Brasília, n.º 60, out/dez 1978, p. 113.
40
Vejamos o caso concreto da responsabilidade civil nas relações paterno-filiais. Já dissemos,
em tópico anterior, que a família, dentro de uma concepção funcionalizada, deve assegurar a
realização da personalidade de seus membros. o abandono afetivo causa um dano à
personalidade do indivíduo, na medida em que atinge a sua integridade psíquica. O direito ao
afeto parental é um dos pressupostos para o desenvolvimento psíquico de qualquer pessoa.

Não se trata de patrimonialização do afeto, mas compensação ao dano moral sofrido, a qual

não precisaria sequer ter cunho monetário.

Aliás, o ideal é que venhamos a encontrar uma solução alternativa de compensação desses
danos, que não envolva indenização pecuniária, afastando, assim, essa conotação
monetarista, que muito tem contribuído para o desprestígio de uma construção doutrinária
substanciosa, que coíbe a violação dos direitos da personalidade no âmbito das relações
internas da família e que vem ao encontro da exigência de dignificação da pessoa humana.

2.13. Quadro legal

Constituição da República de Angola; aos 05 de Fevereiro de 2010.

Lei nº 18/88, de 31 de Dezembro, Lei do Sistema Unificado de Justiça;

Lei nº 23/92 de 16 de Setembro, Lei Constitucional da República de Angola;


41
Código civil Angolano, 3ª edição Acadêmica

Código Penal Angolano, António Vicente Marques, 2009.

III. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A Actual República de Angola, foi também conhecida até o ano de 1975 como Província
ultramarina portuguesa, é um país da costa ocidental da África, cujo território principal é
limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul
42
pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Inclui também o enclave de Cabinda, através
do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já
mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena.

A independência do domínio português foi alcançada em 1975, depois de uma longa guerra de
libertação pelos movimentos de libertação nacional (FNLA, MPLA e UNITA). O país tem
vastos recursos naturais, como grandes reservas de minerais e de petróleo e, desde 1990, sua
economia tem apresentado taxas de crescimento que estão entre as maiores do mundo,
especialmente depois do fim da guerra civil.

3.1.Etimologia do nome Angola

Etimologicamente o nome Angola é uma derivação portuguesa do termo Bantu N’gola, título
dos reis do Reino do Ndongo existente na altura em que os portugueses se estabeleceram em
Luanda, no século XVI.

3.1.1.Clima

A República de Angola, localizar-se numa zona tropical, tem um clima que não é
caracterizado para essa região, devido à confluência de três factores:

 A Corrente de Benguela, fria, ao longo da parte sul da costa;

 O relevo no interior;

 Influência do Deserto do Namibe, a sudoeste.

Portanto, o clima de Angola é caracterizado por duas estações que são:

 Chuvas, que ocorre de Outubro a Abril

 Seca, conhecida por Cacimbo, esta que ocorre de Maio a Agosto, mais seca, como o
nome indica e com temperaturas mais baixas.

3.1.2.Demografia

A população de Angola em 2014, depois do primeiro censo pós-independência e dos


resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação 2014, é de 25
789 024, habitantes, sendo 52 % da população angolana do género feminino. Nos dias de
43
hoje, fruto das migrações e das taxas de natalidade e mortalidade, estima-se em
aproximadamente 28.000.000, habitantes.

3.1.3.Línguas

O português é a língua oficial da República de Angola. De entre as línguas africanas faladas


no país, algumas têm o estatuto de língua nacional. Estas assim como as outras línguas
africanas são faladas pelas respectivas etnias e têm dialectos correspondentes aos subgrupos
étnicos. A língua étnica com mais falantes em Angola é o umbundo, falado pelos Ovimbundu
na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de cerca de um
terço dos angolanos.

O Kimbundu (ou quimbundo) é a segunda língua étnica mais falada - por cerca da quarta
parte da população, os Ambundu que vivem na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje.

3.1.4.Governo e política

O regime político vigente em Angola é o presidencialismo, em que o Presidente da República


é igualmente chefe do Governo, que tem ainda poderes legislativos. Os governadores das 18
províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. O sistema legal
baseia-se no português e direito consuetudinário, mas é fraco e fragmentado. Existem
tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país.

Entre os aspectos que merecem uma atenção especial estão os decorrentes das políticas
chamadas de descentralização e desconcentração, adoptadas nos últimos anos, e que remetem
para a necessidade de analisar a realidade política a nível regional (sobe tudo provincial) e
local. Por outro lado, começa a fazer sentir-se certo peso internacional de Angola,
particularmente a nível regional, devido à sua força económica e ao seu poderio militar.

3.2.Direitos humanos

Entretanto, a guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais
do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhão o número de pessoas internamente
deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge
os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda
(que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais
apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infra-estruturas
administrativas bem como de muitas instituições sociais. A grave situação económica do país
inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais.

44
3.3.Cultura

A cultura Angolana é por um lado tributária das etnias que se constituíram no país há séculos,
principalmente os ovimbundu, ambundu, bakongo, côkwe e ovambo. Por outro lado, Portugal
esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em Benguela a partir dos séculos
XVI, ocupando o território correspondente à Angola de hoje durante o século XIX e
mantendo o controlo da região até 1975.

Esta presença redundou em fortes influências culturais, a começar pela introdução da língua
portuguesa e do cristianismo. Esta influência nota-se particularmente nas cidades onde hoje
vive mais de metade da população. No lento processo de formação uma sociedade abrangente
e coesa em Angola, que continua até hoje, registam-se por tudo isto "ingredientes" culturais
muito diversos, em constelações que variam de região para região.

A literatura de Angola nasceu antes da Independência de Angola em 1975, mas o projecto de


uma ficção que conferisse ao homem africano o estatuto de soberania surge por volta de 1950
gerando o movimento Novos Intelectuais de Angola.

IV. METODOLOGIA

4.1. Tipo de Estudo

Para a elaboração do presente trabalho realizou-se uma pesquisa descritiva/bibliográfica com


abordagem qualitativa.

A utilização da pesquisa descritiva permitiu trazer ao estudo a essência dos direitos de


personalidade, descrevendo-se a sua origem, reconhecimento e protecção da pessoa humana.
Quanto a abordagem qualitativa proporcionou o aprofundamento da investigação das questões

45
relacionada ao estudo do direito de personalidade, mais precisamente quanto aos seus
mecanismos de tutela.

4.2. População e amostra

População – Para a realização do presente trabalho foram utilizados vários diplomas que
tratam sobre o direito da personalidade como direito fundamental, que consubstanciam a
população, designadamente a Constituição da República de Angola e o Código Civil.

Amostra – Determinou-se uma amostra composta pelos seguintes artigos: 30º, 31º e 32.º da
CRA, e os artigos 66.º, 68.º, 70.º, do Código Civil, artigo 34.°. A amostra foi determinada de
maneira intencional por método não probabilístico (ATT: AINDA ESTÃO EM FALTA
AQUI NA AMOSTRA DIVERSOS ARTIGOS QUE FORAM CITADOS AO LONGO
DO TRABALHO)

4.2.1. Critérios de inclusão

Os artigos utilizados como amostra foram determinados porque dariam um contributo à


investigação e aos objectivos preconizados.

4.2.2. Critérios de exclusão

Os outros artigos não foram estudados vistos que não brindariam contributos à investigação
considerada ou apresentada

4.3. Métodos utilizados

Na elaboração do presente trabalho foram utilizados os métodos: analítico-sintético, histórico-


lógico, e dedutivo.

4.4. Técnicas para a colecta de dados

Para realização deste trabalho, foi necessário analisar várias bibliografias ou meios de apoios
como: livros, legislações, códigos, revistas, a internet, para colecta de dados.

4.5. Processamento de dados

Os dados do trabalho foram processados por o Software Microsoft Word.

46
V. RESULTADOS E DISCUSSÃO

ATT. ESTÁ MUITO BEM MAS AINDA PODE MELHORAR OS


RESULTADOS NO SEGUINTE: ESTES DEVES RESPONDER AO
PROBLEMA DO ESTUDO E IR DE ACORDO AO SEU OBJECTIVO
GERAL

ATT. ESSE CAPÍTULO DEVEDE-SE EM DUAS PARTES: PRIMEIRO,


DESCREVE-SE OS PRINCIPAIS ACHADOS DA PESQUISA,
SEGUNDO, DISCUTE-SE OU CONFRONTA-SE ESTES ACHADOS
COM AS PRINCIPAIS DOUTRINAS E COM O NOSSO
POSICIONAMENTO

Actualmente os direitos de personalidade continuam a manifestar-se como uma categoria


histórica por serem sensíveis a variações no tempo e no espaço. O agravar de novas
tecnologias permitiu a intromissão na vida privada, com a possibilidade escutas de gravações,
fotografia e publicações não autorizadas deu a partir do final do século XX uma nova
dinâmica à preocupação de defesa da personalidade. Hoje é a intromissão informática que
representa a grande problemática. Não se chegou ainda apesar, de várias leis sobre tutela de
dados pessoais face à informática, a um equilíbrio entre vida pessoal e o computador.

O autor do trabalho coicide com definição dada na fundamentação teórica que a


personalidade jurídica é a susceptibilidade de ser sujeito de direitos e de obrigações ou de
situações jurídicas. Consequentemente, pessoa jurídica é toda aquela que constitui um centro
de imputação autónomo de situações jurídicas activas e passivas ou, de outro modo, de
direitos e de obrigações.

À luz do ordenamento juridico Angolano o direito de personalidade são tutelados pela


Constituição da República de Angola como um direito fundamental, nos seus arts: 30.º 31º,
32º, 33.º, e no Código Civil nos artigos seguintes 70.º, 71.º, 483.º, 484.º. O direito em geral de
personalidade previsto fundamentalmente no art. 70.º, 71.º, 72.º, 73.º, 74.º, 75.º, 78.º, 79.º, 80
todos do C.C. determina e caracteriza os bens juridicamente protegidos que integram a
personalidade humana, como à vida, à integridade física, à saúde, à honra, a existência, a
igualdade, a segurança, a identidade, a intimidade da vida privada, o sigilo, os sentimentos, as

47
capacidades anímicas e criadoras, a autoria moral, a imagem, o ambiente e o desenvolvimento
da personalidade pré-natal bem como a do cadáver e a da memória do falecido.

Determina-se a responsabilidade civil dos indivíduos, das pessoas colectivas privadas e


públicas, particularmente do Estado, por danos na personalidade humana, bem como os
modos processuais da sua efectivação, inclusive se protege no âmbito direito Internacional e
Comunitário. Conhece-se dos limites do direito geral de personalidade, nomeadamente face à
colisão de direitos, ao abuso de direito, às causas de justificação da ilicitude a personalidade
do indivíduo. os direitos especiais de personalidade e com outros institutos jurídicos
próximos ou afins (como os direitos fundamentais, os direitos subjectivos públicos e os
direitos do homem). Finalmente, caracteriza-se a natureza do direito geral de personalidade,
enquanto direito subjectivo, direito pessoal absoluto e direito fundamental consagrado no
direito Civil e constitucional. Os artigos:1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, 6.º da DUDH defende sobre os
direitos humanos no contexto universal no artigo 3.°, diz que todo o individuo tem o direito à
vida, à liberdade e segurança pessoal, e artigo 4.°, retrata sobre a dignidade da pessoa
humana por referir que ninguem pode ser mantido em escravatura ou em servidão e tratado de
escravos por toda forma são proibidos. Já o artigo 6.°, desta declaração tipifica que: todos os
individuos têm direito ao reconhecimento em todos lugares da sua personalidade jurídica.

O autor do trabalho concorda o que está estabelecido na fundamentação teórica sobre a


personalidade ser o conjunto de atributos naturais da pessoa humana especialmente protegidos
pelo ordenamento jurídico Angolano, e a protecção que o ordenamento jurídico confere a tais
bens, importante ressaltar, independentemente da conceituação legal de pessoa. Estamos nos
referindo à tutela da pessoa humana, do ser humano e não simplesmente do “ser capaz de
contrair direitos e obrigações” ou do “sujeito de direito”. Pessoa humana, para fins de
titularização dos direitos da personalidade, é todo o ser humano, vivo ou morto, nascido ou
nascente, concepto ou concepturo, enfim todo aquele que pertencer à espécie humana. Daí
porque, o melhor mesmo seria falar em “direitos de humanidade”, no lugar de direitos da
personalidade.

O direito penal sanciona todos aqueles que violem ou lesa gravemente a dignidade da
pessoa humana de acordo so seguintes preceto legais: artigo, 147.ºtrata do homicídio
voluntário simples que qualquer pessoa que voluntariamente matar outra, será punida com
prisão de maior de catorze a vinte anos , artigo 159.ºrealça de ofensas corporais voluntárias
simples já que o artigo 213.º, 214.º, retratam sobre: Crimes contra a honra, difamação, calúnia
e injúria desta feita a pessoa humana é, por natureza gregária, actuando no seio da família, nos
48
círculos de proximidade social e no seio da comunidade em geral, este merece todo nosso
respeito e dignidade da pessoa. De modo a prosseguir os fins a que se propõe, a pessoa
humana sente por vezes necessidade de promover a união de esforços, de colocar em conjunto
determinados meios e bens.em conjunto, prosseguindo um projecto que vai para além de si
próprio, procurando assegurar a estabilidade, a permanência e a continuidade da sua actuação
conjunta ele agrega os seus interesses numa organização mais ou menos complexa e constitui
uma pessoa humana.

Compreende-se também sobre a liberdades profissionais que este todo cidadão é livre de
escolher o seu trabalho, profissão, que este prefere fazem circulo dos direitos de personalidade
sendo por isso indisponíveis, estes direitos admitam com contudo amplas limitações, podendo
ser objecto, de um consentimento vinculante, através de obrigações de fazer ou de não fazer
por exemplo o contrato de trabalho, a irrenunciabilidade destes direitos opõe-se, contudo à sua
disposição e a todas as limitações através das quais resultasse prejudicado no seu núcleo
irredutível o que, por exemplo afasta uma obrigação de não concorrência sem limite de
objecto, de tempo e de lugar, e impõe a livre resolubilidade dos contratos de prestações de
serviços de duração ilimitada.

Sempre na senda do direito Angolano como atrás referiu-se que pode-se citar como exemplo:
o n.º 1 do art, 32.º, CRA, (direito à identidade, à privacidade e à intimidade) e o art. 34.º
(inviolabilidade da correspondência e das comunicações). Uma vez tratou-se de direito à
carta e missiva como direito da personalidade é inviolável este direito, ou o sigilo da
correspondência e dos demais meios de comunicação privada, nomeadamente das
comunicações postais, telegráficas, telefónicas e telemáticas. Apenas por decisão de
autoridade judicial competente proferida nos termos da lei, é permitida a ingerência das
autoridades públicas na correspondência e nos demais meios de comunicação privada. Os
direitos de cada estabelecidos na Constituição ou ainda o Ante-projecto de Lei da Protecção de
Dados Pessoais, cujo texto, a ser aprovado, visará estabelecer as regras jurídicas aplicáveis ao
tratamento de dados pessoais com o objectivo de garantir o respeito pelas liberdades públicas
e os direitos e garantias fundamentais das pessoas singulares, tal como se lê no seu artigo 1.º
objecto, capítulo disposições gerais. tal resulta da necessidade de protecção de dados pessoais
que muitas das vezes são passados ao público, sem autorização, por profissionais ligados
àvárias áreas, dentre elas, da Saúde e Comunicação Social.

49
Como já fora referido, o direito à reserva sobre a intimidade da vida privada é tutelado pelo
direito Civil e penalmente, estando consagrado como princípio constitucional. Em face disto,
pode-se citar como consequências a que, nos termos dos arts. 483.º (Princípio geral) e 484.º
(Ofensa do crédito ou do bom nome), quanto à matéria de responsabilidade por actos ilícitos,
ambos do Código Civil angolano, sujeita o agente ao cumprimento de uma indemnização por
parte da parte de quem viole tais direitos. Presumivelmente baseados no n.º 1 do art. 487.º
(Culpa), já que cabe ao "lesado provar a culpa do autor da lesão sobre tudo quandoestiver em
linha com o que estabelecem 1 e 2 do art. 488.º, (Imputabilidade).
Ache-se claro, porém, que não é possível, no todo, suprimir os efeitos dos danos causados. O
direito à integridade física, para a compreensão deste direito de personalidade, além da sua
consagração formal no artigo 31.º, n.º 1 é de levar em conta o disposto no artigo 60.º da
constituição que preceitua que ninguém pode ser submetido a tortura, a trabalhos forçados,
nem a tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes, a integridade física abrange a
integridade físico-psíquica, ou seja, também a integridade ou sanidade mental, não enquanto
pura faculdade, mas enquanto mas enquanto aspecto da base psíquico-somática de todas as
faculdade.
A partir do estudo da identidade da pessoa, entende-se que a natureza jurídica do nome
advém da teoria que o considera como sendo um direito de personalidade, sendo que esta
teoria passou a ser aprofundada a partir das inovações do actual CC. O trabalho procurou
discorrer acerca da composição do nome e dos actos regulado do mesmo. Desta forma, pode-
se reconhecer que a declaração de nascimento é obrigação dos pais ou responsáveis, sendo
que no momento do registo deverão informar o nome completo do registado (nome e
prenome). Ou, no mínimo, deverão informar o prenome escolhido, para que o registador
acrescente a este o nome dos pais (sobre nome)
Finalmente, procurou-se mostrar este direito e os direitos da personalidade, como garantias
fundamentais constitucionais. Mesmo não explícitos tais direitos encontram-se enraizados no
corpo constitucional, mais precisamente no princípio da dignidade da pessoa humana. Desta
forma, o direito ao nome, deve ser reconhecido e respeitado pelo ordenamento jurídico
angolano por configurar como um dos maiores direitos da personalidade. A personalidade é,
portanto, um direito civil que deve ser valorizado, pois deste de valores a ela ligados constitui
bens jurídicos necessários ao desenvolvimento da dignidade da pessoa humana.

50
VI. CONCLUSÕES

A personalidade jurídica de uma pessoa afirma-se como um valor fundamental , pelo facto
de estar próximo ao conceito de dignidade humana. que é a vida, honra, a liberdade, à
imagem, ao nome estes direitos constituem a maior atenção e respeito do estado e qualquer
cidadão no exercício dos mesmos por ser o cerne do ordenamento jurídico angolano.
A pesquisa também demonstrou a evolução histórica do conceito de pessoa natural, passando
pelo início e extinção de sua personalidade jurídica.
Procurou-se demonstrar que, inicialmente, o direito era voltado apenas para questões
patrimoniais e não valorizava a pessoa como ser humano, não lhe garantindo seus direitos
mínimos.

Que os direitos, liberdades a honra, à integridade fisica à vida como direito de personalidade
são garantias e conquista dos Estados Democráticos de Direito, dentre eles em Angola, que
constituem bases para uma sólida relação entre os homens, na base da moderação e
do respeito pela dignidade de cada um.
Muito tempo se passou até a afirmação dos direitos da personalidade como Direitos Humanos
e fundamentais no ordenamento angolano, começando a falar-se-á nos séculos XX, uma vez
relembrando desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que sedimentou a
igualdade entre pessoas e consagrou a dignidade humana como um valor a ser respeitado. De
qualquer forma, é um momento importante na história do direito, de modo que foi onde,
efetivamente, começou a se desenvolver um fio condutor em relação à proteção internacional
dos Direitos Humanos, a ser internalizado pela legislação doméstica.

Nesta ordem de idéia o reconhecimento os direitos de Personalidade no ordenamento jurídico


angolano concluiu-se é de extrema importância para a sociedade, especialmente, para o
cidadão comum, que poderá compreender o regime jurídico, deste instituto jurídico. Por outro
51
lado, sua importância reside no facto de trazer à tona um esclarecimento imprescindível sobre
o estudo do direitos de personalidade, e não só se revela pelo direito civis mas a barca vários
ramos de estudo da vida humana, na vertente dos direitos fundamentais, constitucionalmente
consagrada, pela constituição da república de Angola, pelo direito civil, pelo estudo da
psicologia, da filosofia sobre a personalidade do indivíduo e pelo direito penal.

Com entender das consequências da inerência do titular dos direitos da personalidade jurídica
compreendeu-se que os direitos da personalidade são também intransmissíveis, quer em vida
quer por morte, extinguindo-se, assim com o seu titular. Por tanto integram a essas categorias
dos direitos pessoalíssimas aqueles direitos tutelado penalmente, embora a sua formulação
seja defeituosa e criticável, como rege o regime estatuído no nº 1 do artigo 71.º, do C.C pese
embora ser tipificado por este diploma ela não constitui excepção a esta característica, quando
se afirma que os direitos de personalidade gozam igualmente de protecção depois da morte do
seu titular. A titularidade dos direitos da personalidade é única e exclusiva, não podendo ser
transferida para terceiros, herdeiros ou sucessores. Por não serem objetos externos à pessoa,
não podem ser disponíveis, inclusive quanto ao exercício deles, ainda que gratuito.
Os direitos da personalidade extinguem-se com a pessoa; pode haver a transferência
deles, por morte, de modo a que a defesa seja atribuída a familiares, como no caso da lesão à
honra do morto.
Com base o viu-se que todo tipo de pratica ou actos que impõe risco a integridade física,
moral, ética, da personalidade de individuo é considerado como crime, nas situações como:
as ofensas mas significativas aos direitos da personalidade ( homicídio, ofensas corporais,
calunia, difamação e injuria todos eles regulados nos artigos 147.º, 160.º todos do código
penal, constituindo objecto de protecção destes direitos.

Que, enquanto ser falível o ser humano necessita de limites legais de modo a preservar a sua e
a digniadde dos outros, dentro dos principios lógicos da justiça (igualidade e alteridade) e das
premissas da justiça, entre elas a integração comunitária.
Que o direito à reserva da intimidade da vida privada, enquanto um direito subjectivo de
natureza essencial e pessoal, deve se mantido dentro da esfera jurídica em visa a sua contínua
manunteção dos fins do direito justiça, certeza e segurança. Numa só palavra a preservação
deste direito concorre para a crianção de uma situação geral de pax etranquilitas.
O Poder Público não pode desapropriar qualquer direito da personalidade, porque ele não
pode ser domínio público ou coletivo. A pretensão ou exigência para o cumprimento do dever

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e da obrigação de abstenção ou de fazer, como na hipótese do direito de resposta, ou da
indenização compensatória por dano moral, jamais prescreve.

VII. RECOMENDACÕES
ATT. MELHORAR, RECOMENDA-SE DE ACORDO AO PROBLEMA
E AOS RESULTADOS
Após análise das conclusões em relação o resultado do presente estudo propõe-se as
seguintes:

Incentivar às mais diversas franjas ou grupos da sociedade o reconhecimento dos direitos de


personalidade, como direitos fundamentais, por via de palestras;

Promover nas instituições sócias, políticas e religiosas o respeito pela dignidade da pessoa
humana como um bem fundamental por via de diálogo; REDUDÂNCIA

Deve-se procurar aprofundar o estudo sobre a personalidade da pessoa humana como um


bem fundamental de todos

Incentivar que os direitos da personalidade seja bases para uma sólida relação entre os
homenn.

53
VIII. BIBLIOGRAFIA

(ORGANIZAR CONFORME A NORMA… O APELIDO DEVE ESTAR


NA PARTE INICIAL MAS NÃO NEGRITADO… POR FAVOR
CONSULTA A NORMA DA UNIBELAS)
ANDRADE, Manuel A. Domingues de – Noções Elementares de Processo Civil. P. 374.
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