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AUTORIA
Jaqueline da Silva Paulichi
Bem vindo(a)!
Olá, caro(a) aluno(a), tudo bem? Vamos estudar sobre direitos humanos neste
módulo, matéria que é de extrema relevância para o contexto social em que
vivemos.
Por esse motivo a disciplina aqui em comento é tão necessária e tão importante no
nosso dia a dia. Os direitos humanos são os direitos daquelas pessoas que se
encontram em situações de vulnerabilidade, pessoas que foram ou ainda são
tratadas de forma indigna, protegendo seus direitos como cidadãos.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer essa jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados
em nosso material.
Unidade 1 Unidade 2
Introdução aos direitos humanos Fundamentos e conceitos de
direitos humanos
Unidade 3 Unidade 4
Evolução dos direitos humanos Direitos humanos e direitos
fundamentais
Introdução aos direitos
humanos
AUTORIA
Jaqueline da Silva Paulichi
Sumário
Introdução
Considerações Finais
Introdução
Olá, estudante, tudo bem? Nesta unidade iremos estudar sobre os conceitos iniciais
de direitos humanos, bem como a sua importância como disciplina autônoma para o
direito. Iremos abordar também os diferentes conceitos da disciplina e entender o
porquê essa matéria é considerada tão complexa pelos estudantes de direito. Vamos
analisar a evolução histórica dos direitos humanos, o reconhecimento de documentos
internacionais pela ordem jurídica interna, e também vamos ler e analisar os
documentos internacionais que tratam sobre direitos humanos.
Bom estudo!
Plano de Estudo:
1. Conceitos e De nições sobre Direitos Humanos, evolução histórica e losó ca,
além da análise dos direitos humanos para o jusnaturalismo e o reconhecimento
de documentos internacionais na ordem interna constitucional, e a positivação
dos direitos humanos no Constitucionalismo Moderno.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Conceituar e contextualizar a disciplina de Direitos Humanos.
2. Discutir sobre os diferentes conceitos da disciplina.
3. Analisar o objeto de estudo da disciplina, bem como sua evolução histórica e
losó ca.
4. Compreender as teorias que tratam sobre o jusnaturalismo e positivismo.
5. Estudar a positivação dos direitos humanos no Constitucionalismo moderno.
Gênese histórica dos direitos
humanos
Introdução
Direitos humanos é uma disciplina ligada ao direito internacional público, em que se
estudam os direitos dos cidadãos previstos na ordem internacional. Dessa forma, a
disciplina possui extrema relevância para a compreensão dos direitos que os cidadãos
possuem no ordenamento jurídico brasileiro e na ordem internacional.
Esta disciplina abrange muito mais que direitos das pessoas presas ou de pessoas
que se encontram em situação de necessidade, eis que os direitos básicos previstos
na Constituição Federal de 1988 decorrem de documentos internacionais que
reconheceram, por exemplo, a necessidade de proteção ao consumidor, às crianças,
às pessoas com de ciência, o direito ao voto, direito de propriedade, dentre outros.
Documentos Históricos
O primeiro documento a tratar dos direitos humanos foi a Magna Carta, que
submeteu o governante a um corpo escrito de normas, ressaltando a inexistência de
arbitrariedades na cobrança de impostos. A cobrança de uma multa ou ainda a prisão
de uma pessoa necessitava de um julgamento justo.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o
próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não
tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da
sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser
determinados pela lei.
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que
não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser
constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos
determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os
que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens
arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou
detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário
torna-se culpado de resistência.
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado
e, se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda
da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo
opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem
pública estabelecida pela lei.
Art. 11º. A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais
preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar,
escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta
liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de veri car, por si ou pelos seus
representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la
livremente, de observar o seu emprego e de lhe xar a repartição, a
coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público
pela sua administração.
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Fundamentos e conceitos de
direitos humanos
AUTORIA
Jaqueline da Silva Paulichi
Sumário
Introdução
Considerações Finais
Introdução
Olá, estudante, tudo bem? Nesta unidade iremos estudar sobre Direitos humanos no
direito internacional contemporâneo, a Fundamentação dos direitos humanos e Crítica
ao conceito de direitos humanos.
Bom estudo!
Plano de Estudo:
1. Conceitos e De nições sobre Direitos humanos no direito internacional
contemporâneo;
2. Fundamentação dos direitos humanos;
3. Crítica ao conceito de direitos humanos.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Analisar os direitos humanos na ótica do direito internacional.
2. Re etir sobre a disciplina e seu fundamento jurídico.
3. Discutir acerca do Conceito de Direitos Humanos.
Direitos humanos no direito
internacional contemporâneo
Os Direitos Humanos no Direito Internacional têm início a partir do Pós Guerra, sendo
considerado uma resposta às atrocidades realizadas durante o movimento nazista. Assim,
procurou-se redesenhar os aspectos de dignidade e direitos humanos, elaborando um
referencial teórico apto a orientar a ordem internacional contemporânea. Dessa forma, foi
adotada a conversão dos direitos humanos em tema de legítimo interesse da
comunidade internacional. Consequentemente, formou-se um sistema normativo
internacional de proteção de direitos humanos, em âmbito regional e global. Esses
documentos trazem rumos norteadores da proteção da pessoa, baseados no princípio da
dignidade da pessoa humana (PIOVESAN, s.d.).
O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto no art. 1º, inc. III da Constituição
Federal, elevando-o a fundamento da República Federativa do Brasil. Esse princípio é
utilizado como fundamentação em diversos julgados do STF e STJ. Veja alguns casos já
decididos pelo STF:
Deixar a cargo da mulher autora da representação a decisão sobre o início da
persecução penal signi ca desconsiderar o temor, a pressão psicológica e
econômica, as ameaças sofridas, bem como a assimetria de poder
decorrente de relações histórico-culturais, tudo a contribuir para a
diminuição de sua proteção e a prorrogação da situação de violência,
discriminação e ofensa à dignidade humana. Implica relevar os graves
impactos emocionais impostos pela violência de gênero à vítima, o que a
impede de romper com o estado de submissão. [...] Descabe interpretar a Lei
Maria da Penha de forma dissociada do Diploma Maior e dos tratados de
direitos humanos rati cados pelo Brasil, sendo estes últimos normas de
caráter supralegal também aptas a nortear a interpretação da legislação
ordinária. Não se pode olvidar, na atualidade, uma consciência constitucional
sobre a diferença e sobre a especi cação dos sujeitos de direito, o que traz
legitimação às discriminações positivas voltadas a atender as peculiaridades
de grupos menos favorecidos e a compensar desigualdades de fato,
decorrentes da cristalização cultural do preconceito. [...] Procede às inteiras o
pedido formulado pelo PGR, buscando-se o empréstimo de concretude
maior à CF. Deve-se dar interpretação conforme à Carta da República aos
arts. 12, I; 16; e 41 da Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha – no sentido de não
se aplicar a Lei 9.099/1995 aos crimes glosados pela lei ora discutida,
assentando-se que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que
consideradas de natureza leve, praticadas contra a mulher em âmbito
doméstico, atua-se mediante ação penal pública incondicionada. [...]
Representa a Lei Maria da Penha elevada expressão da busca das mulheres
brasileiras por igual consideração e respeito. Protege a dignidade da mulher,
nos múltiplos aspectos, não somente como um atributo inato, mas como
fruto da construção realmente livre da própria personalidade. Contribui com
passos largos no contínuo caminhar destinado a assegurar condições
mínimas para o amplo desenvolvimento da identidade do gênero feminino.
[ADI 4.424, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 9-2-2012, P, DJE de 1º-8-2014.]
= ARE 773.765 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-4-2014, P, DJE de 28-4-2014,
Tema 713 (BRASIL, 2008)
[ADPF 153, voto do rel. min. Eros Grau, j. 29-4-2010, P, DJE de 6-8-2010.]
(BRASIL, 2010).
[ADI 3.510, rel. min. Ayres Britto, j. 29-5-2008, P, DJE de 28-5-2010.] (BRASIL,
2012).
Após a Constituição Federal de 1988, os tratados internacionais que versam sobre direitos
humanos foram rati cados pelo Brasil, que são (PIOVESAN, s.d.).:
Já os tratados que não versarem sobre direitos humanos, possuem status de lei ordinária.
Por m, os tratados e convenções internacionais que tratam de direitos humanos, mas
que foram incorporados pelo ordenamento jurídico antes da Emenda Constitucional 45
de 2004, possuem status de norma de sobredireito, acima das leis ordinárias e abaixo da
Constituição Federal de 1988.
A autonomia da pessoa; o ser humano é livre para ir e vir, para ter a liberdade de
pensamento, liberdade religiosa, de convicções políticas e ideológicas. Assim, pode-se
inferir que o sujeito é livre para fazer suas escolhas, desde que não inter ra o direito de
outros. A autonomia da pessoa é princípio previsto em todo ordenamento jurídico
brasileiro. Por exemplo, no direito civil existe a previsão acerca da autonomia para
contratar, ser contratado, liberdade para estabelecer suas obrigações, casamento, regime
de bens, sucessões, dentre outros. Assim, a autonomia da vontade, ou liberdade, é
importante princípio que regulamenta o direito brasileiro.
O terceiro princípio básico que podemos extrair é o da dignidade da pessoa humana, que,
por sua vez, é o núcleo rígido de todos os demais direitos da personalidade, direitos
fundamentais, dentre outros. Dessa forma, a dignidade da pessoa humana traz o
fundamento dos direitos humanos, e a partir dele podemos interpretar diversas outras
normas jurídicas e de nir sua aplicabilidade conforme o que é melhor ao ser humano.
Leia a seguir um importante trecho de artigo publicado por Flávia Piovesan (2005, p. 132)
acerca da dignidade da pessoa humana:
No dizer de Hannah Arendt, os direitos humanos não são um dado, mas um
construído, uma invenção humana, em constante processo de construção e
reconstrução. Considerando a historicidade destes direitos, pode-se a rmar
que a de nição de direitos humanos aponta a uma pluralidade de
signi cados. Tendo em vista tal pluralidade, destaca-se neste estudo a
chamada concepção contemporânea de direitos humanos, que veio a ser
introduzida com o advento da Declaração Universal de 1948 e reiterada pela
Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993. 2 Esta concepção é fruto
do movimento de internacionalização dos direitos humanos, que constitui
um movimento extremamente recente na história, surgindo, a partir do pós-
guerra, como resposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o
nazismo. Apresentando o Estado como o grande violador de direitos
humanos, a era Hitler foi marcada pela lógica da destruição e da
descartabilidade da pessoa humana, que resultou no envio de 18 milhões de
pessoas a campos de concentração, com a morte de 11 milhões, sendo 6
milhões de judeus, além de comunistas, homossexuais, ciganos, etc. O
legado do nazismo foi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a
condição de sujeito de direitos, à pertinência a determinada raça - "a raça
pura ariana". No dizer de Ignacy Sachs, "o século XX foi marcado por duas
guerras mundiais e pelo horror absoluto do genocídio concebido como
projeto político e industrial". 3 É neste cenário que se desenha o esforço de
reconstrução dos direitos humanos, como paradigma e referencial ético a
orientar a ordem internacional contemporânea. Se a 2.ª Guerra signi cou a
ruptura com os direitos humanos, o Pós-Guerra deveria signi car a sua
reconstrução este sentido, em 10 de dezembro de 1948, é aprovada a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, como marco maior do processo
de reconstrução destes direitos. Introduz ela a concepção contemporânea de
direitos humanos, caracterizada pela universalidade e indivisibilidade destes
direitos. Universalidade porque clama pela extensão universal dos direitos
humanos, sob a crença de que a condição de pessoa é o requisito único para
a dignidade e titularidade de direitos. Indivisibilidade porque a garantia dos
direitos civis e políticos é condição para a observância dos direitos sociais,
econômicos e culturais e vice-versa. Quando um deles é violado, os demais
também o são. Os direitos humanos compõem assim uma unidade
indivisível, interdependente e inter-relacionada, capaz de conjugar o
catálogo de direitos civis e políticos ao catálogo de direitos sociais,
econômicos e culturais.
Crítica ao conceito de direitos
humanos
O conceito de direitos humanos que temos hoje não é o su ciente para abarcar toda a
complexidade de direitos que envolvem a disciplina de direitos humanos. Nota-se que os
direitos humanos tratam dos direitos do sujeito, da pessoa. Basta que seja pessoa
humana que esta terá os seus direitos garantidos. No entanto, nem todo país adere às
normas de direitos humanos ou aos tratados e convenções internacionais. Dessa forma,
ca difícil discutir direitos das mulheres, por exemplo, em países que entendem que as
mulheres são seres inferiores.
Mesmo no Brasil, em que temos diversas normas que procuram tutelar e proteger os
grupos e vulneráveis, ainda temos di culdade em fazer valer os direitos dessas pessoas.
REFLITA
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Evolução dos direitos
humanos
AUTORIA
Jaqueline da Silva Paulichi
Sumário
Introdução
1 - Polissemia conceitual
3 - Principais documentos
4 - Universalidade x Relatividade
Considerações Finais
Introdução
Olá, estudante, tudo bem? Nesta unidade iremos estudar sobre os conceitos de
direitos humanos e suas gerações. Iremos abordar as diferenças terminológicas e
analisar as características da disciplina, como a universalidade e a relatividade
cultural, no qual vamos abordar as características de um povo e as consequências
para os direitos humanos. Também iremos estudar acerca das gerações de direitos
humanos, como os direitos relativos à liberdade, à igualdade e à solidariedade, e os
documentos internacionais que tratam de direitos humanos relativo aos temas.
Bom estudo!
Plano de Estudo:
1. Conceitos e De nições sobre a Polissemia conceitual;
2. Ideia de gerações e suas críticas;
3. Principais documentos;
4. Universalidade X Relatividade.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Analisar os direitos humanos e sua polissemia conceitual;
2. Re etir sobre as gerações de direitos humanos;
3. Discutir acerca dos principais documentos que versam sobre direitos humanos.
4. Estudar sobre as características principais da disciplina.
Polissemia conceitual
A polissemia quer dizer que existem inúmeros conceitos acerca do que se trata os
direitos humanos. Ressalta-se que os direitos humanos tratam dos direitos das
pessoas, basta ser sujeito de direitos, basta ser pessoa que estará protegido pelas leis
nacionais e internacionais que tratam de direitos humanos.
No entanto, existem diversos signi cados para mesma disciplina, pois deve ser
analisada sob a ótica da proteção nacional, da proteção regional e da proteção
internacional dos direitos humanos, além dos documentos que protegem os sujeitos
em relação a tratamento degradante ou desumano, a condição análoga de escravo, a
proteção das mulheres, proteção das crianças e dos adolescentes, proteção dos
idosos, proteção das pessoas com de ciência, dentre outras minorias e grupos
vulneráveis.
Agora vamos analisar outros conceitos que tratam do tema. Leite (2014, p. 33) explica
o conceito de direitos humanos para os juspositivistas da seguinte maneira:
O conceito de Direitos Humanos é muito amplo. Pode ser considerado sob dois
aspectos (SORONDO, s.d., on-line):
Mas, então, o que são direitos humanos? De forma livre, podemos concluir que
direitos humanos são a forma como você espera ser tratado pelos demais. De forma
digna (SORONDO, s.d).
Dessa forma, os direitos humanos possuem inúmeros conceitos e signi cados, o que
demonstra a sua importância no âmbito jurídico e social. Eis que os diversos autores
que tratam do tema se preocupam com o mesmo: a proteção do ser humano. Assim,
podemos entender que os direitos humanos estudam e protegem o ser humano.
Ideia de gerações e suas críticas
As gerações de direitos humanos remetem os princípios losó cos da revolução
Francesa, quais sejam liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, iremos abordar a
gerações de direitos humanos e as suas consequências jurídicas, pois os autores que
tratam do tema estabeleceram a divisão da evolução da disciplina em três ou mais
gerações, delimitando a primeira geração como os direitos advindos da Liberdade e
os seus documentos históricos e normativos, a segunda geração como direitos
advindos da igualdade e a terceira geração os direitos de fraternidade ou
solidariedade.
Apesar do Estado ser reconhecido como maior violador dos direitos humanos, cabe a
ele a tutela e a proteção dos direitos humanos contra qualquer abuso de outra pessoa
ou outro órgão político. É importante destacar que os direitos humanos possuem
aplicabilidade imediata, ou seja, tão logo sejam reconhecidos devem ser aplicados de
forma efetiva aos sujeitos de direito.
O Estado deve proporcionar à sociedade meios para que esses direitos sejam
garantidos e efetivados, para que os direitos e garantias fundamentais não sejam
apenas textos de lei e passem a ser garantias dos cidadãos brasileiros.
Os direitos de primeira geração tratam do “não fazer”, ou seja, são garantias dos
cidadãos de que o Estado não irá intervir nos seus atos, possuindo um status
negativo.
NA PRÁTICA
A segunda geração de direitos humanos diz respeito aos direitos sociais, econômicos
e culturais. Os direitos humanos de segunda geração possuem um status positivo,
necessitando que o Estado realize atos, um dever de fazer, de contribuir, de ajudar por
parte dos órgãos que compõem o Poder Público.
Por esse motivo existe a preocupação com o meio ambiente, com relação de
consumo, com questões de patrimônio histórico e social, com direitos coletivos e
difusos, o extrato dos interesses da massa que passam a exigir do Estado a inserção
do reconhecimento no ordenamento jurídico.
Nota-se que existe a diversidade cultural, ou seja, cada região possui suas
características peculiares, no qual alguns direitos podem não ter sentido para aquelas
pessoas. Citam-se os casos de países que não reconhecem às mulheres os mesmos
direitos que os homens.
Dessa forma, questiona-se: os direitos humanos podem ser extensíveis aos entes não
humanos? Ex.: rinhas de galo? Farra do boi? Não há extensão dos direitos humanos
aos animais. No entanto, tem-se forte linha que defende o direito animal. Existe a
vedação a experimentos cientí cos que coloquem em risco a vida e a saúde do ser
vivo.
A Constituição Federal, no Título VIII, estabelece sobre a Ordem social. Assim, seu art.
215 dispõe que:
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
ocupam, competindo à União, demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens (BRASIL, 1988).
REFLITA
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Direitos humanos e direitos
fundamentais
AUTORIA
Jaqueline da Silva Paulichi
Sumário
Introdução
2 - Proteção internacional
3 - Direitos fundamentais
Considerações Finais
Introdução
Olá, estudante, tudo bem?
Bom estudo!
Plano de Estudo:
1. Conceitos e De nições sobre os direitos humanos na ordem interna, analisando
os direitos fundamentais que os documentos internacionais que tratam do
tema.
Objetivos de Aprendizagem:
1. Analisar os direitos humanos sob a ótica da Constituição Federal
2. Aprender sobre o sistema internacional de proteção aos direitos humanos.
3. Re etir sobre os direitos fundamentais.
Proteção na constituição de 1988
Os direitos humanos também são tutelados pela Constituição Federal de 1988.
Como exemplo, podemos citar o artigo 5º que prevê diversos direitos fundamentais e
que também se desdobra em direitos humanos.
Salienta-se que a Constituição também prevê em outros artigos sobre direitos sociais,
direitos previdenciários, direito ao meio ambiente equilibrado, direito de família, da
ordem econômica e social, dentre outros direitos que são essenciais para proteção do
ser humano.
CONCEITUANDO
Nota-se que o código penal pune aquele que cometer crime contra a vida, conforme
artigo 121, aquele que realizar lesão corporal contra outra pessoa, bem como a
criminalização do infanticídio e do aborto (todos eles crimes contra a vida).
A consolidação das leis trabalhistas também garante aos trabalhadores que recebam
salário mínimo e que tenham horas de descanso para que não seja caracterizada a
condição análoga de escravo.
Assim, temos normas especiais voltadas para aqueles que foram marginalizados pela
sociedade, por motivos históricos, sociais, culturais, econômicos ou outros. A não
discriminação é componente essencial da teoria dos direitos humanos – a ponto da
igualdade ser considerada mais do que um princípio, e sim um verdadeiro
fundamento. Contudo, seria ingênuo imaginar que a simples a rmação desta
igualdade seria su ciente para alcançá-la. Devido essa consciência o sistema de
Proteção de direitos humanos começa a ganhar novos rumos e ter preocupação
concreta com as pessoas que necessitam de proteção especial.
Igualdade e não-discriminação
1.Os Estados Partes reconhecem que todas as pessoas são iguais perante
e sob a lei e que fazem jus, sem qualquer discriminação, a igual proteção
e igual benefício da lei.
Sobre a Liberdade Religiosa: a ONU tem atuado pelo seu conselho de Direitos
Humanos em relatórios sobre a liberdade de religião e crença. São mecanismos
destas relatorias o envio de recomendações, as visitas aos países e a submissão de
relatório anual à Assembleia geral. Nesse relatório se observa uma preocupação com
questões práticas atinentes a liberdade religiosa, garantindo-a mesmo aos grupos
vulneráveis e às minorias, impedindo a suspensão destes direitos em quaisquer
circunstâncias e compreendendo que não há vinculação da liberdade religiosa
quando a manifestação religiosa é também uma manifestação cultural, como os
feriados religiosos e os símbolos utilizados em repartições públicas. Observa-se que
em alguns países o quadro de intolerância à liberdade religiosa é bastante grave,
cabendo adotar medidas corretivas.
[STA 389 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-12-2009, P, DJE de 14-5-2010.]
(BRASIL, 2009b).
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
a) a plenitude de defesa;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o de na, nem pena sem prévia
cominação legal;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em agrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, de nidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou
à pessoa por ele indicada;
LXIV - o preso tem direito à identi cação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário in el;
b) para a reti cação de dados, quando não se pre ra fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, cando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
b) a certidão de óbito;
A Declaração Americana de 1948 foi utilizada como base de atuação para a matéria
até o advento da Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969, que
proclamou os direitos inerentes à pessoa, conforme pode-se depreender de seu
preâmbulo (BRASIL, 1992):
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, como
são dotados pela natureza de razão e consciência, devem proceder
fraternalmente uns para com os outros. O cumprimento do dever de
cada um é exigência do direito de todos. Direitos e deveres integram-se
correlativamente em toda a atividade social e política do homem. Se os
direitos exaltam a liberdade individual, os deveres exprimem a dignidade
dessa liberdade. Os deveres de ordem jurídica dependem da existência
anterior de outros de ordem moral, que apoiam os primeiros
conceitualmente e os fundamentam. É dever do homem servir o espírito
com todas as suas faculdades e todos os seus recursos, porque o espírito
é a nalidade suprema da existência humana e a sua máxima categoria.
É dever do homem exercer, manter e estimular a cultura por todos os
meios ao seu alcance, porque a cultura é a mais elevada expressão social
e histórica do espírito.
O art. 5º da Constituição Federal prevê que todos são iguais perante a lei, e em seus
incisos existem diversas previsões acerca dos direitos fundamentais, que passaremos
a analisar.
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Conclusão