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Formação em Saúde Materno Infantil SMI

Trabalho de Ciências Humanas


Turma 2 do 1º Ano

Tema:

DIREITOS HUMANOS E HUMANIZAÇÃO

Nampula, Março de 2023


INSTITUTO COMERCIAL MUAHIVIRE EXPANSÃO
Formação em Saúde Materno Infantil SMI
Trabalho de Ciências Humanas
Turma 2 do 1º Ano

Tema:

DIREITOS HUMANOS E HUMANIZAÇÃO

Trabalho de carácter avaliativo da


disciplina de Ciências Humanas,
Leccionada pela Docente: Mariana
Alexandre.

Discentes:

Halima Assane Abubacar

Jantira Chande Xavier

Paulina Abibo Bilhete

Samira Salvador De Sousa

Zarda Mario

Zita Jose Rajabo

Nampula, Março de 2023


INDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 4
CAPITULO I – Principais conceitos a ter em conta para melhor entendimento do tema referido ............... 5
CAPITULO – II ............................................................................................................................................ 6
DIREITOS HUMANOS E HUMANIZAÇÃO ............................................................................................. 6
Os Direitos Humanos ................................................................................................................................ 6
HUMANIZAÇÃO ........................................................................................................................................ 7
Importância da Humanização.................................................................................................................... 8
O atendimento humanizado acontece quando há: ..................................................................................... 9
Directrizes do plano de acção para a humanização ................................................................................. 10
Benefícios da humanização do atendimento ........................................................................................... 10
CONCLUSÃO ............................................................................................................................................ 12
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 13
INTRODUÇÃO
A importância das directrizes de humanização apresenta-se focada sobre o aspecto de que,
através do MISAU, os usuários e os profissionais da saúde passem a criar uma relação
harmoniosa, priorizando a saúde com o elo de ligação, e, enfatizando que, através do
acolhimento, o profissional passe a estabelecer acções que visam a educação, a prevenção, a
conscientização e a participação efectiva dos usuários nos programas e campanhas que são
apresentados pelo Ministério da Saúde e pelo próprio município, visando a melhoria da
qualidade da população.

Objectivo Geral:
 Estudar os Direitos Humanos e a Humanização.

Objectivos Específicos:
 Apresentar conceitos básicos sobre os Direitos Humanos e a Humanização;
 Fazer um breve resumo sobre a sua história;
 Mencionar as directrizes do plano de acção para a humanização.

Todavia, o presente trabalho torna-se recomendável e importante para o estudante, na medida em


que foi uma via pela qual foi possível fazer um estudo sobre os Direitos Humanos e a
Humanização.

Metodologia
A metodologia utilizada na redacção deste trabalho foi a de pesquisa bibliográfica, que consistiu
na recolha, tramitação e conciliação de ideias doutrinarias de vários autores, como ilustra as
citações no corpo do trabalho e posteriormente alocadas na bibliografia.
De acordo com Marconi & Lakatos (2001, pp.43-44), pesquisa bibliográfica, trata-se de
levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações
avulsas e impressa escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo
aquilo que foi escrito sobre determinado assunto.

4
CAPITULO I – Principais conceitos a ter em conta para melhor entendimento do tema
referido

 O humanismo está relacionado a uma ética baseada na condição humana e nos ideais
partilhados pelos homens 1.
 A humanização tem por finalidade conseguir que todos sejam dados o acesso ao que
precisam segundo as suas necessidades2.

11
“VOZ” in , Dicionário Internacional de Língua Portuguesa. 9ª edição, Textos editora Limitada, Portugal, 1996;
pag, 66.
2
Ob Cit pag 88.

5
CAPITULO – II

DIREITOS HUMANOS E HUMANIZAÇÃO

Os Direitos Humanos

Cabe destacar que, para melhor apreciação do tema, a doutrina diferencia Direitos Humanos,
Direitos do Homem e Direitos Fundamentais. A diferença entre essas terminologias está no grau
de positivação de cada um.

Os Direitos do Homem tem um carácter mais vago. São direitos característicos do ser humano.
Não tem uma ligação jurídica, pois são supralegais. São direitos-princípios derivados dos
conceitos jusnaturalistas.

Os Direitos Humanos são os Direitos do Homem com densidade jurídica. São positivados em
documentos internacionais.

Os Direitos Fundamentais são os dois últimos reconhecidos pelo Estado e garantidos por este
internamente. Eles são sempre direitos Humanos que, no entanto, podem atingir sua plena
eficácia e aplicabilidade devido à sua positivação nas Constituições3.

Essa diferenciação se torna importante neste estudo no momento em que se analisa a evolução
dos Direitos Humanos (aqui tratados como direitos inatos ao homem), que no decorrer da
história saem da condição de meras ideias Jusnaturalistas (Direitos do Homem) e atingem o
patamar de Letra da Lei nas grandes Constituições ocidentais (Direitos Fundamentais).

Breve histórico sobre os direitos humanos

Os direitos humanos são uma conquista grandiosa para a Humanidade, é por meio deles que se
defende o que há de mais básico para cada indivíduo, como a liberdade, a vida, a educação, a
saúde e a dignidade. Foi com o surgimento da fé monoteísta, mais especificamente a fé cristã,
com a ideia de que um Deus Superior criou o homem e que dele descendemos e somos iguais, é
que se iniciou o caminho para a consagração dos direitos humanos. É dessa ideia de igualdade

3
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores, 2011. Pag 101.

6
que se deduz que não existem homens menos humanos que outros – a exemplo do escravo e seu
senhor- e que tanto o superior como o subordinado são iguais em direitos4.

Com o desenvolvimento do Racionalismo, surgem os defensores do Direito Natural, que


abandonam a origem divina dos direitos humanos e afirmam a origem natural dos direitos e que
estes são inerentes a todo indivíduo desde o nascimento. Mais tarde se tornou visível a influencia
dessa corrente no mundo Ocidental, com o surgimento da Declaração Americana de
Independência (1776, EUA) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França,
1879). Já em 1945, os terríveis acontecimentos da Segunda Grande Guerra levaram à criação da
Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de manter e estabelecer a paz no mundo.
Em 1948 foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos que serviu como
referencia para inúmeros outros documentos internacionais e constituições ocidentais5.

Essas conquistas surgiram após muito tempo de sofrimento e desigualdade da maior parte da
população mundial. Havia aparentemente uma distinção entre pessoas mais humanas e menos
humanas. Isso era observado no tratamento desigual dado a trabalhadores, às mulheres, aos mais
pobres e aos demais que viviam à margem da sociedade. Os marginalizados, que não tem acesso
às beneficies do desenvolvimento social, são, não raro, os que cometem delitos para sobreviver.
No passado, eles constituíam a esmagadora parcela populacional. Por serem considerados menos
humanos, mereciam penas desumanas. Dessa forma, naqueles tempos sombrios, a punição penal
era aterrorizante e não observava nenhuma garantia aos Direitos Humanos. Isso mudou
drasticamente com o reconhecimento destes direitos

HUMANIZAÇÃO
A humanização é o conjunto de acções integradas que visam mudar substancialmente o padrão
de assistência tendo como foco a melhoria da qualidade e eficácia dos serviços prestados e o
aprimoramento das relações entre profissional de saúde e destes com os Utentes e a comunidade.

4
https://jus.com.br/artigos/52045/direitos-humanos-e-a-humanizacao-das-penas Acesso em 19/03/2023
5
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 1999.Pag 156.

7
Importância da Humanização

O processo de humanização é essencial para garantir que os processos sejam feitos da melhor
maneira possível.

Para compreender melhor a importância de humanizar o atendimento, basta considerar que o


paciente não busca apenas a solução de um problema de saúde, mas também alívio e conforto
pessoal.

Assim, é preciso considerar necessidades existenciais, atender com solidariedade e acalentar


quem procura pelo serviço.

A Humanização e os Direitos dos Usuários da Saúde

No campo da saúde o termo humanização tem sido utilizado com diferentes significados e
entendimentos. O conceito vem se modificando no decorrer dos últimos anos, confundindo-se
historicamente, nas fases iniciais, com a luta por direitos dos pacientes/usuários. Podemos dizer
que humanização da atenção à saúde tem seu fundamento na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que em seu art. 1º afirma: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros
em espírito de fraternidade6".

A reflexão sobre práticas humanizadoras em saúde se inicia nos anos 1970 por meio da discussão
e luta sobre os "direitos do paciente". A primeira declaração de direitos dos pacientes a ser
reconhecida pela literatura foi emitida pelo Hospital Mont Sinai, em Boston/ USA, em 1972. Um
ano depois, a Associação Americana de Hospitais lança a Patient's Bill of Rights [Carta dos
Direitos dos Pacientes], que foi posteriormente revisada em 1992 (Fortes, 1998).

De grande importância para a fundamentação sobre a humanização na saúde foi a Declaração da


Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, co-patrocinada e organizada pela
Organização Mundial de Saúde e pela UNICEF, que aconteceu em Alma-Ata, capital do
Kazaquistão Soviético, de 6 a 12 de Setembro de 1978, a qual reafirmou que a saúde é um estado
de bem-estar completo, físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças ou

6
FORTES P. A. C. Ética e Saúde. São Paulo, Ed. Pedagógica Universitária, 1998. Pag 130.

8
enfermidades, devendo ser compreendida como um direito humano fundamental. A Declaração
enfatizou que a obtenção do mais alto nível de saúde possível é o objetivo social mais importante
a ser atingido pelos sistemas de saúde, sendo que as pessoas devem ter o direito e a obrigação de
participar, individual e colectivamente, no planeamento e na implementação de seus cuidados
com saúde.

No continente europeu foram emitidos diversos documentos por organismos transnacionais


desde o final dos anos 1970. Em 1979, a Comunidade Económica Europeia se manifestou
mediante a "Carta do Doente Usuário de Hospital". A Carta afirmou o direito do paciente
hospitalizado à autodeterminação, o direito para aceitar ou recusar os cuidados propostos pelos
profissionais de saúde tanto para diagnóstico como para tratamento, como também a
obrigatoriedade do fornecimento das informações sobre todos os fatos referentes ao estado de
saúde.

Em 1984, ampliando o enfoque hospitalar dos outros documentos, o Parlamento Europeu adota a
Carta Europeia dos Direitos do Paciente, na qual se encontram expressos, entre outros aspectos,
o direito à informação sobre o tratamento e o prognóstico, o direito à consulta, pelo usuário, a
seu prontuário médico, assim como o direito de consentir ou de recusar ser submetido a
tratamentos.

Em Moçambique, além das bases constitucionais relativas a direitos individuais, colectivos e


sociais, a legislação infraconstitucional referente ao sector de saúde traz directrizes e normas que
se referem, de forma directa ou indirecta, à humanização da atenção em saúde, tais como a
preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral, à igualdade da
assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, e o direito à informação
das pessoas assistidas sobre sua saúde.

O atendimento humanizado acontece quando há:

 Ética profissional;
 Tratamento individualizado;
 Cuidado realizado com empatia, atenção e acolhimento integral;
 Escuta atenta e diferenciada, com olhar sensível para as questões humanas;

9
 Respeito à intimidade e às diferenças;
 Comunicação eficiente que permite a troca de informações;
 Confiança, segurança e apoio;
 Infra-estrutura adequada.

Directrizes do plano de acção para a humanização


 Reorganização da gestão dos hospitais públicos, para que se tornem organizações mais
modernas, dinâmicas e solidárias, em condições de atender às expectativas de seus
gestores, Utentes e da Comunidade.
 Sensibilização dos dirigentes dos hospitais para a questão da humanização e para o
desenvolvimento de um modelo de gestão que reflicta a lógica deste processo: cultura
organizacional pautada pelo respeito, pela solidariedade, pelo desenvolvimento da
autonomia e da cidadania dos agentes envolvidos numa assistência centrada no utente.
 Estabelecer um programa de formação e supervisão para constituir equipas saudáveis,
capazes de promover a humanização do serviço e sensíveis à fragilidade humana.
 Elaboração de planos concretos das acções para a humanização a considerar a natureza
específica de cada instituição.
 As Enfermeiras de SMI têm uma dupla tarefa na humanização da assistência:
Ajustar a realidade do sistema de saúde como um todo à especificidade de cada
instituição.
Usar os desafios e constrangimentos que se apresentam na implementação do processo,
para criar soluções e optimizar oportunidades.

Benefícios da humanização do atendimento

De acordo com o Ministério da Saúde, a humanização da saúde deve permanecer como uma
directriz transversal que favoreça a troca de saberes, diálogo entre profissionais, trabalho em
equipe e consideração aos desejos e interesses dos diferentes protagonistas do campo da saúde.

Oferecer uma assistência mais humana implica no aumento do grau de co-responsabilidade na


produção de saúde, assim como exige mudanças na cultura de atenção aos pacientes e gestão dos
processos de trabalho.

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Existem vários benefícios na implantação do atendimento humanizado, dentre os quais
destacam-se:

 Memorabilidade (facilidade de ser lembrado pelo paciente);


 Maior eficácia no cuidado ao paciente;
 Forte relação com a ética;
 Fidelização, facilidade em ganhar a confiança de quem é atendido.

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CONCLUSÃO
A grande revelação da consagração dos Direitos Humanos é que todos os seres humanos, a
despeito das inúmeras diferenças culturais e biológicas que os diferenciam entre si, são
merecedores do direito à vida, à liberdade e à igualdade na mesma proporção.

A humanização na saúde, conjugada à ideia de direitos humanos, tem por finalidade conseguir
que “a todos seja dado acesso ao que precisam segundo suas necessidades e a cada um as
condições para desenvolver e exercitar suas capacidades”.

Através de um plano de acção, verifica-se que a sua criação visa contribuir para a melhoria das
condições de atendimento, bem como de conscientização dos usuários de sua importância,
integrando assim, uma nova possibilidade de ampliação das actividades já realizadas e
apresentando novas directrizes, com o intuito de promover na prática os princípios de
humanização.

Em suma a humanização hospitalar tem como meta fazer com que todos saibam quem são os
profissionais que cuidam de sua saúde. Por isso, as unidades do ramo devem garantir os direitos
do usuário e possibilitar o acompanhamento por seus familiares.

Além disso, deve haver redução de filas com avaliação de riscos e agilidade no acolhimento.
Assim, as unidades de saúde devem garantir a gestão participativa aos seus trabalhadores e
usuários.

Tais princípios certamente cooperam para a melhoria nas estratégias gerais e a participação da
sociedade, o que gera um consequente aprimoramento de resultados.

Desenvolver o lado humano vem para confrontar o desgaste das relações, devido à mecanização
do atendimento e à construção de barreiras para evitar aproximações afectivas.

Antes de se perguntar se o que é atendimento humanizado tem a ver com suas práticas, lembre-se
de que o tom de voz, os gestos e o olhar da equipe dizem muito nesse momento, além do acesso
à informação, que é um ponto de destaque.

12
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 1999.
 FORTES P. A. C. Ética e Saúde. São Paulo, Ed. Pedagógica Universitária, 1998.
 https://jus.com.br/artigos/52045/direitos-humanos-e-a-humanizacao-das-penas Acesso
em 19/03/2023.
 MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Científica. 5. ed. São Paulo, 2001.
 SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros
Editores, 2011.
 VOZ” in, Dicionário Internacional de Língua Portuguesa. 9ª edição, Textos editora
Limitada, Portugal. 1996.

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