Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Quelimane
2021
ii
Docente:
Quelimane
2021
Índice
iii
1 Introdução.....................................................................................................................3
1.1 Objectivos.....................................................................................................................4
1.1.1 Geral.............................................................................................................................4
1.1.2 Específicos....................................................................................................................4
1.2 Metodologias................................................................................................................4
2 Fundamentação Teórica................................................................................................5
2.1 Direitos.........................................................................................................................5
3 Conclusão...................................................................................................................11
4 Referencias bibliográficas..........................................................................................12
3
1 Introdução
Este trabalho visa contribuir com o debate da questão da origem dos direitos humanos,
considerado que o tema é de grande relevância para a sociedade como um referencial amplo
de questões que devem ser perseguidos por ela. Os direitos humanos exprimem uma
antinomia fundamental na sociedade humana, antinomia que vai da relação entre Homem e
sociedade à relação do indivíduo com todos os seus congêneres.
Ao destacar a trajetória histórica de definição dos direitos humanos, desde a mais remota
antiguidade das sociedades humanas até o tempo presente, aponta-se para a percepção da
humanidade sobre a necessidade de garantir direitos fundamentais. Na definição destes
direitos está presente, desde os tempos remotos, a paz social com a aplicação da justiça e os
meios necessários para a dignidade e sobre vivência humanas. Sem as garantias básicas as
sociedades são envolvidas em crises que resultam em conflitos que, ao final acaba afetando a
todos, mesmo as elites que se dão o direito de negar dignidade aos demais.
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
Conhecer a origem dos direitos humanos
1.1.2 Específicos
1.2 Metodologias
Para Marconi & Lakatos (1992), “método é o caminho pelo qual se chega a determinado
resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo reflectido e
deliberado” (p. 44).
2 Fundamentação Teórica
2.1 Direitos
Conceito:
Segundo (Ruggiero & Maroio, 1955), direito é a norma das acções humanas na vida social,
estabelecida por uma organização soberana e imposta coativamente à observância de todos.
(Reale, 1955), em Lições Preliminares de Direito, afirma que "aos olhos do homem comum o
Direito é a lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência
social graças ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros".
Para (Cranston, 1973), um direito humano, por definição, é um direito moral universal, algo
que todos os homens em todos os lugares, em todos os tempos, devem ter, algo de que
ninguém pode ser privado sem uma afronta grave à justiça, algo que é devido a cada ser
humano simplesmente porque ele é humano.
Para (Oliveiras, 2017), o movimento contemporâneo pelos direitos humanos teve origem na
reconstrução da sociedade ocidental ao final da segunda guerra mundial. Neste sentido, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, é um marco que veio responder às
atrocidades que aconteceram durante a segunda guerra mundial.
Os direitos humanos não surgiram com a declaração universal dos direitos humanos. Duas
histórias podem ser contadas a respeito da sua origem. A primeira história associa a ideia de
direitos humanos a um certo consenso cultural e religioso. De acordo com essa abordagem,
há uma ética ou uma moral comum a todas as culturas e religiões e que pode ser expressa em
termos de direitos.
6
De acordo com (Oliveiras, 2017), a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi
promulgada em 26 de agosto de 1789, na França. Ela está intimamente relacionada com a
Revolução Francesa. Para ter uma ideia da importância que os revolucionários atribuíam ao
tema dos direitos, basta constatar que os deputados passaram uma semana reunidos na
Assembleia Nacional francesa debatendo os artigos que compõem o texto da declaração. Isso
com o país ainda a ferro e a fogo após a tomada da Bastilha em 14 de julho daquele mesmo
ano. Havia urgência em divulgar a declaração para legitimar o governo que se iniciava com o
afastamento do rei Luís XVI, que seria decapitado quatro anos depois, em 21 de janeiro de
1793. Era preciso fundamentar o exercício do poder, não mais na suposta ligação dos
monarcas com Deus, mas em princípios que justificassem e guiassem legisladores e
governantes daquele momento em diante.
(Oliveiras, 2017), afirma que: a importância desse documento nos dias de hoje é ter sido a
primeira declaração de direitos e fonte de inspiração para outras que vieram posteriormente,
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU (Organização das
Nações Unidas), em 1948. Prova disso é a comparação dos primeiros artigos de ambas:
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade”.
Algumas leis que tratam dos direitos humanos segundo Flores (2009):
Segundo (Trindade, 1998, p. 150), após a experiência terrível das duas guerras mundiais, os
líderes políticos das grandes potências vencedoras criaram, em 26 de junho de 1945, em São
Francisco, a ONU (Organização das Nações Unidas) e confiaram-lhe a tarefa de evitar uma
terceira guerra mundial e de promover a paz entre as nações, consideraram que a promoção
dos “direitos naturais” do homem fosse a condito sine qua non para uma paz duradoura. Por
isto, um dos primeiros actos da Assembleia Geral das Nações Unidas foi a proclamação, em
8
10 de dezembro de 1948, de uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo primeiro
artigo reza da seguinte forma:
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotadas de razão e
de consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”.
Os redatores tiveram a clara intenção de reunir, numa única formulação, as três palavras de
ordem da Revolução Francesa de 1789: liberdade, igualdade e fraternidade. Desta maneira, a
Declaração Universal reafirma o conjunto de direitos das revoluções burguesas (direitos de
liberdade, ou direitos civis e políticos) e os estende a uma série de sujeitos que anteriormente
estavam deles excluídos (proíbe a escravidão, proclama os direitos das mulheres, defende os
direitos dos estrangeiros, etc.); afirma também os direitos da tradição socialista (direitos de
igualdade, ou direitos econômicos e sociais) e do cristianismo social (direitos de
solidariedade) e os estende aos direitos culturais (Cassese, 1994, p. 49).
É oportuno lembrar que a Declaração Universal foi proclamada na plena vigência dos regimes
coloniais e que, “mesmo após subscreverem a Carta de São Francisco e a “declaração de 48”,
as velhas metrópoles colonialistas continuaram remetendo tropas e armas para tentar esmagar
as lutas de libertação e, em praticamente todos os casos, só se retiraram após derrotados por
esses povos”. (Trindade, 1998, p. 160).
Multiplicação: nos últimos cinquenta anos, a ONU promoveu uma série de conferencias
específicas que aumentaram a quantidade de bens que precisavam ser defendidos: a natureza e
o meio ambiente, a identidade cultural dos povos e das minorias, o direito à comunicação e a
imagem;
Diversificação: as Nações Unidas também definiram melhor quais eram os sujeitos titulares
dos direitos. A pessoa humana não foi mais considerada de maneira abstrata e genérica, mas
9
na sua especificidade e nas suas diferentes maneiras de ser: como mulher, criança, idoso,
doente, homossexual, (Cassese, 1994, p. 54).
Quer na própria Constituição da República quer na legislação ordinária são elencados vários
Direitos Fundamentais/Humanos que gozam os cidadãos moçambicanos, dentre os quais
podemos destacar:
10
O Direito à vida;
O Direito à assistência na incapacidade e na velhice;
O Direito à educação;
O direito à protecção especial e aos cuidados do seu bem-estar da Criança;
O Direito à saúde;
O Direito ao ambiente;
O Direito ao trabalho, à retribuição e segurança no emprego;
O Direito de propriedade;
O Direito de recurso aos tribunais;
Segundo (Teles & Brás, 2010), uma das principais críticas que se faz à construção conceptual
dos Direitos Humanos é a subalternização da questão de género. Isto é, trata-se de uma
construção baseada na igualdade formal entre homens e mulheres, ignorando as profundas
desigualdades sociais e assimetrias de poder que ainda subsistem no mundo entre estes, pondo
em causa, mesmo, a essência dos Direitos Humanos. A necessidade de uma concepção dos
Direitos Humanos que tenha em conta a questão de género é advogada para a edificação e
implementação efectiva dos Direitos Humanos.
Desde 1979, com a aprovação, pela organização das Nações Unidas, da Convenção sobre a
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, novas concepções dos
Direitos Humanos que tenham em conta a questão de género, são exigidas. Ou seja, a ideia de
que o homem e a mulher, enquanto seres sociais, devem ter a oportunidade de fazer e refazer
o mundo, deve nortear a construção e implementação dos Direitos Humanos.
(Teles & Brás, 2010), afirmam que: o ter em conta a questão de género na elaboração deste
relatório não violará, no nosso entender, o critério da universalidade dos Direitos Humanos,
antes pelo contrário, reafirma a necessidade de entender os contextos e as sociedades em que
estão inseridos os moçambicanos e, consequentemente, apresentar uma radiografia mais
completa da questão da percepção dos Direitos Humanos pelos cidadãos moçambicanos.
3 Conclusão
Os direitos humanos não surgiram com a declaração universal dos direitos humanos. Duas
histórias podem ser contadas a respeito da sua origem. A primeira história associa a ideia de
direitos humanos a um certo consenso cultural e religioso. De acordo com essa abordagem,
há uma ética ou uma moral comum a todas as culturas e religiões e que pode ser expressa em
termos de direitos.
12
4 Referencias bibliográficas
Cranston, Maurice William. (1973). What are human rights? London: Bodley Head.
Cassese, António, (1994), I diritti umani nel mondo contemporâneo, Laterza, Roma-Bari.
Reale, Miguel. (1995). Lições Preliminares de Direito. 22ª ed. São Paulo. Saraiva.
Ruggiero & Maroi, (1955). Istituzioni di diritto privato. 8 ed, v.1. Milão
Trindade, José Damiano de Lima, (1998). Anotações sobre a história social dos direitos
humanos, in “Direitos Humanos. Construção da Liberdade e da Igualdade”, Centro de
Estudos da Procuradoria Geral do Estado, São Paulo, pp. 23-163.
Teles, Nair & Brás, Eugénio José (Org.) (2010). Género e Direitos Humanos em
Moçambique. Departamento de Sociologia da Universidade Eduardo Mondlane.