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16h OT – E (206)
20h OT – F (210)
27 fev a 04 mar Título II - Capítulo I – Das Pessoas – Direitos da Personalidade | Capacidade Jurídica (Menor, Maior Acompanhado)
6 a 11 mar Título II - Capítulo I – Das Pessoas – Domicílio e Ausência | Nacionalidade | Estado Civil
13 a 18 mar 1.º Ponto Escrito | Título II - Capítulo I – Das Pessoas – Nacionalidade | Estado Civil
3 a 9 abr PÁSCOA
01 a 6 mai Título III - Capítulo II Prestações | Capítulo III Outros possíveis objetos
“As dificuldades de distinção … não são… inultrapassáveis, desde que se abandone a técnica da
classificação dicotómica e se adote um modo de qualificação polar” - PPV/PLPV (9)
“vertente pessoal, a componente individual, particular, “vertente comunitária, a componente social, coletiva,
privada, relativa às pessoas comuns e aos seus interesses, estatal, relativa à comunidade e ao bem comum, de todos
num modo de relacionamento em princípio paritário” - ou da maioria, ou dos interesses que ao Estado cabe
PPV/PLPV (9) prosseguir assistido de poderes de autoridade e de modo
sobre-ordenado” - PPV/PLPV (9)
Tutela dos interesses particulares Tutela dos interesses públicos
Direito do Trabalho Direito Privado (ex.: limitações a autonomia privada no contrato de trabalho)
Direito Civil --» componente privada é dominante mas não exclusiva (“interesse e ordem pública”)
“o Direito Civil constitui o cerne fundamental do Direito Privado. É no seu âmbito que se
concentram os princípios, institutos e regulações que são comuns ao sub-ramos do Direito
Privado e que constituem os próprios fundamentos do Direito Privado, entendido como o
direito das pessoas comuns” - PPV/PLPV
Pessoas
Criado PELAS Pessoas e PARA as Pessoas
Ações
Comportamentos e Finalidades – Sociedade não é inerte
Bens
Satisfação de necessidades e vontades
“pode-se detectar uma série de princípios
1. O Personalismo Ético fundamentais do actual direito civil. esses
princípios formam a ossatura do direito civil,
2. O princípio da autonomia
sustentando as normas que os desenvolvem e
3. O princípio da responsabilidade danto-lhes um sentido e uma função... Esses
princípios jurídicos oferecem-nos assim os traços
4. O princípio da confiança e da aparência fundamentais do sistema do direito civil, na
5. O princípio da boa fé medida em que modelam o conteúdo do direito
vigente, penetrando e cimentando os seus
6. O princípio da paridade jurídica elementos normativos” - CAMP (96)
7. O princípio da equivalência
8. O reconhecimento da propriedade e a sua função
9. O respeito pela família e pela sucessão por morte
Artigo 66.º
Pessoa ≠ Ser Humano
Começo da personalidade
(Pessoa propriamente dita, organização de pessoas, conjunto de 1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
bens --» personalidade jurídica) 2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.
FUNDAMENTAÇÃO:
Também Geraldo Rocha Ribeiro, a este propósito afirma que “a ordem jurídica assenta, pois, no personalismo ético que reconhece liberdade
para a autodeterminação individual e responsável da pessoa (ou seja, reconhecer a dignidade da pessoa humana é consagrar a sua
autodeterminação e consequente responsabilidade). A imposição de limites por parte do Estado a estas dimensões essenciais da ordem jurídica é
admissível apenas a título excepcional e por necessidade de protecção de interesses jurídicos superiores ou equivalentes. Reconhece-se à
pessoa a liberdade real e jurídica de conformar a sua vida e gerir os seus interesses, não podendo o Estado, por isso, impor arbitrariamente um
paternalismo anacrónico e redutor da essência humana (…) Estas considerações implicam que o princípio da dignidade da pessoa humana seja
centrado a partir da perspectiva da pessoa e que nela se desenvolva e se materialize, recusando-se qualquer imposição ou determinação
exógena, quer pelo Estado, quer por terceiros. A cada ser humano deverá ser reservada a competência para definir e conformar a sua própria
vida, o que implica uma realização inevitavelmente circunstancial deste princípio, quanto à definição e materialização do seu concreto conteúdo.
Não pode, por isso, o Estado assumir uma função paternalista e impor uma protecção não querida pelo próprio
FUNDAMENTAÇÃO DA ILICITUDE:
Quando tal se revele inviável, num sistema jurídico assente, como é o caso do ora vigente, em lei fundamental
centrada no primado da dignidade da pessoa humana, em que não será difícil descortinar um personalismo ético
que exige o reconhecimento de cada pessoa como sujeito (de direitos fundamentais) e a sua protecção enquanto tal,
a colisão desses direitos deve, em princípio, resolver-se pela prevalência daquele direito de personalidade (nº2 do
art. 335º, do CC) (...) Só assim não deverá ser quando, em concreto, concorram circunstâncias susceptíveis de, à luz
de bem entendido interesse público, justificar a adequação da solução oposta: sempre, então, também, ilícito o
excesso, se exigindo o respeito por um princípio, não apenas de verdade, necessidade e adequação, mas também
de proporcionalidade (ou razoabilidade)”.
Não é absoluta!
Sephora Marchesini - 10856@por.ulusiada.pt
http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/56a6e7121657f91e80257cda00381fdf/ea5081c0eece5aca80257e4c0037d20a?OpenDocument
FUNDAMENTAÇÃO:
O princípio da autonomia da vontade não é absoluto, sendo que, os direitos fundamentais não podem, em caso algum, ser postos em causa
pela execução de um contrato, razão pela qual, sempre que de demonstrem factores dos quais se fora inferir a denegação a alguém do acesso
de á justiça arbitral (a que voluntariamente e de acordo com o seu poder de autodeterminação se submeteu), deverá então sobrepor-se de novo
o dever do Estado de a todos garantir o acesso à justiça, uma vez que a sua afirmação suplanta a autonomia privada contida na convenção
arbitral.
Como evidente decorre, assim, que, sendo a arbitragem uma forma de acesso à justiça, tal como o são os tribunais estaduais, quando o
cumprimento da cláusula compromissória possa implicar o absoluto comprometimento da concretização do valor fundamental do nosso
ordenamento, em que consiste o acesso à justiça, deverá ser excluída a sua aplicação, pois, em nenhuma situação, a execução dum contrato
pode significar a negação desse valor.
Responsabilidade Civil –-» Caráter Ressarcitório (*função punitiva da indemnização para impedir que o autor
da lesão persista – é uma solução recente, autores como PPV/PLPV (18) defendem ser aplicados somente
nos casos conexos com o processo criminal)
“punitive damages”
“skimming off”
Sephora Marchesini - 10856@por.ulusiada.pt enriquecimento sem causa
Resp. Civil Resp. Penal/Criminal
Legislação Código Civil – 483.º ss | 798.º ss Código Penal /Processo Penal
Esfera Direito Civil, Direito Privado Direito Penal, Direito Público
Inimputável também – a partir dos
Responsabilidade Maior de Idade (exceções do 127.º CC)
7 anos (488.º n.º2)
Defesa da ordem social (caráter público
Interesse Pessoa lesada (caráter privado)
e indisponível)
Prevenção Geral e Especial –
Finalidade Restituição dos interesses lesado
Intimidação e Reeducação
5 pressupostos
-Facto Voluntário
-Ilicitude 5 pressupostos
Factos ilícitos - 483.º -Facto Voluntário
Violação dos direitos absolutos -Ilicitude
Responsabilidade Violação de regras de proteção de Não cumprimento definitivo
Subjetiva interesses alheios
Abuso de direito Atraso no cumprimento
Casos Especiais – 334.º, 484.º a 486.º Cumprimento defeituoso
Responsabilidade
Objetiva Risco – 499.º (sem culpa) -Culpa (presumida)
Factos lícitos - 339.º n.º2; 1348.º n.º2, 1367.º etc. -Danos (patrimoniais e não patrimoniais)
-Culpa -Nexo de Causalidade
-Danos (patrimoniais e não patrimoniais)
-Nexo de Causalidade
Obrigação de Indemnizar – 562.º
Reconstituição natural | Dinheiro
Responsabilidade Inimputável também – a partir dos 7 anos (488.º n.º2 CC) Ter capacidade de direito (exceções do 123.º, 127.º, 139.º e 156.º CC)
Cabe ao lesado provar a existência do dano e da relação direta entre facto e o Basta provar a existência da relação e a violação, cabendo a outra parte ilidir a culpa -
Regime de Provas dano, assim como a culpa (art. 487.º n.º1 CC – concretização do art. 342.º CC). Presume-se a culpa do devedor/lesante. Isso é cabe ao lesante provar que não agiu de forma
*(Presunção legal de culpa art. 491º , 492.º n.º1, 493.º e 503º n.º3 CC). censurável (art. 799.º, n.º 1 e n.º2 do art. 350.º CC).
Responsabilidade do comitente (art. 500.º e 497.º CC) Responsabilidade do Devedor (art. 800.º CC) – possibilidade de previamente excluir u
Responsabilidade por fato de terceiro
limitar a responsabilidade
Obrigação de Indemnizar Prevista no art. 562.º ss CC Prevista no art. 562.º ss CC
Cabe compensação por não danos
Sim - art. 496.º CC Sim - art. 496.º do CC
patrimoniais
Momento de constituição de mora Desde a citação - art. 805.º n.º 3 segunda parte CC Diversas situações - art. 805.º n.º 1, 2 e 3 na primeira parte CC
Foro Competente Local onde facto ocorreu – art. 71.º n.º2 CPC Domicílio do Réu – art. 71.º n.º1 CPC
Termos Lesado e o agente ou lesante. Credor e devedor
“o princípio da boa fé se ajusta a – contribui para – uma visão do direito em conformidade com a que subjaz ao Estado de
Direitos Social dos nossos dias, intervencionista e preocupado por corrigir os desequilíbrios e injustiças, para lá das meras
justificações formais" - PMP (124)
Subjetiva ou Objetiva --» são perspetivas de análise
“tem em vista a situação de quem julga a atuar em conformidade “constitui uma regra deconduta segundo a qual os
com o direito, por desconhecer ou ignorar, designadamente, contraentes devem agir de modo honesto, correcto e leal,
qualquer vício ou circunstância anterior” – CAMP (125) não só impedindo assim comportamentos desleais como
impondo deveres de colaboração entre eles.” – CAMP (125)
243.º n.º2 "a boa fé consiste na ignorância da simulação"
291.º n.º3 "desconhecia, sem culpa, o vício do negócio nulo ou 227.º n.º1 "regras da boa fé"
anulável" 239.º "ditames da boa fé"
612.º má fé como "la consciência do prejuízo que o ato causa ao 334.º "limites impostos pela boa fé"
credor"
437.º n.º1 "princípios da boa fé"
1260.º n.º1 posse de boa fé quando "quando o possuidor ignorava, ao
adquiri-la, que lesava direito de outrem" Tutela da Confiança
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“as partes, no contrato, devem ter assegurada uma posição paritária, quer na negociação, quer na
celebração, quer no desenvolver da relação contratual. Do mesmo modo, deve ser respeitada a
igualdade dos cônjuges no casamentos e dos filhos na filiação, e bem assim a não discriminação
dos sócios na sociedade ou dos consortes na compropriedade” - PPV/PLPV (26)
Artigo 237.º
Casos duvidosos
Em caso de dúvida sobre o sentido da declaração, prevalece, nos negócios gratuitos, o menos gravoso para o disponente e, nos onerosos, o que
conduzir ao maior equilíbrio das prestações.
Artigo 1305.º
Propriedade das coisas
O proprietário goza de modo pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro dos limites da lei e com observância das restrições por ela impostas.
“A família tem evoluído, nas suas regras internas, não por imposição da Lei, mas sim de acordo com a evolução das conceções
éticas, culturais e sociais dominantes – «entia moralia» - que fazem parte da Lei Natural, da Natureza das Coisas. Na legislação e
na aplicação do Direito Civil da Família deve haver um particular cuidado em não ofender as regras institucionais que lhe são
próprias e uma consciência clara do papel institucionalmente subsidiário da Lei neste domínio.” - PPV/PLPV (32)
Artigo 36.º
Família, casamento e filiação
1. Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade.
2. A lei regula os requisitos e os efeitos do casamento e da sua dissolução, por morte ou divórcio, independentemente da forma de celebração.
3. Os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e à manutenção e educação dos filhos.
4. Os filhos nascidos fora do casamento não podem, por esse motivo, ser objeto de qualquer discriminação e a lei ou as repartições oficiais não podem usar
designações discriminatórias relativas à filiação.
5. Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos.
6. Os filhos não podem ser separados dos pais, salvo quando estes não cumpram os seus deveres fundamentais para com eles e sempre mediante decisão judicial.
7. A adoção é regulada e protegida nos termos da lei, a qual deve estabelecer formas céleres para a respetiva tramitação.
Destino das coisas (excluída da sucessão as relações pessoais) após a morte --» distribuição do espólio pela família e de acordo coma última vontade do falecido
2133.º – quando o autor da Cônjuges, descendentes e os ascendentes – 1874.º Testamento – 2179.º ss. Contrato (Doação) 2028.º e 1700.º ss.
sucessão não se manifesta e 2157.º
previamente sobre a atribuição dos Benefício a certos sucessores – Herdeiros
seus bens Legitimários (“conservar no seio da família um
património para o qual todos contribuíram;
(Inclui o Estado – não numa ideia assegurar a permanência e coesão do agregado
de socialização da propriedade mas familiar e o cumprimento do dever de assistência
sim com a finalidade de não haver recíproca (arts. 1874.º e 2009.º CC” – RLX (31))
bens no abandono)
Quota Indisponível (legítima) – o autor da sucessão Liberalidade (inter vivos ou mortis causa) limitada a 1/3, ½ ou 2/3 da
não pode dispor – 2156.º herança (2158.º - 1262.º) conforme herdeiros legitimários
Inclui bens deixados e bens doados (“restituição
fictícia dos bens doados”)
Há tributação em sede de Imposto Não há tributação em sede de Imposto de Selo Há tributação em sede de Imposto de Selo (*exceto o unido de facto
de Selo sobrevivo que tenha sido designado como sucessor testamentário)
(ex.: irmãos, primos, tios,
sobrinhos…)
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http://www.dgsi.pt/jstj.nsf/-/6E40177A3D076F1E80257DCE005194DF
“uma relação jurídica quando ao(s) direito(s) de um (sujeito) ou ao(s) de vários sujeitos corresponde
uma obrigação de respeitar este(s) direito(s) por parte de outros(s) sujeito(s), seja(m) este(s)
último(s) determinado(s) ou não” – EEH/ESMS (171)
Relação Jurídica --» atribuição de direitos subjetivos (resultam em obrigações)
Relação Virtual --» como está regulamentado na lei Relação Real --» “as regras da relação em sentido abstrato
ganham vida num caso concreto” EEH/ESMS (173)
Pessoas/Objetos determinados
Ex.: Normas que regulam o contrato de arrendamento Ex.: A relação entre o inquilino A e o senhorio B
Facto jurídico corresponde a um dever jurídico ou Facto jurídico resulta numa pluralidade de direitos e
sujeição obrigações
Ex.: comodato / obrigação de restituir Ex.: contrato de compra e venda
“a relação constitui a matéria ou objecto regulado” EEH/ESMS (175) “designa o conjunto de preceitos legais relativamente às
"A relação jurídica é pois a matéria sobre que incide a regulamentação" - relações jurídicas de um determinado tipo” EEH/ESMS (175)
CAMP (178)
Direitos potestativos constitutivos - ato unilateral do seu titular – ex.: constituição de servidão de passagem em benefício de prédio
encravado (1550.º)
Direitos potestativos modificativos - simples modificação numa relação jurídica existente e que continuará a existir - ex. mudança
da servidão para outro sítio (1568.º)
Direitos potestativos extintivos - extinguem uma relação jurídica ex.: direito de obter o divórcio (1773.º)
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RELAÇÃO JURÍDICA SIMPLES
Sujeito Ativo?
Sujeito Passivo?
Objeto Imediato?
Facto jurídico?
Garantia?
Capítulo I – As
As Pessoas Capítulo II – As
pessoas coletivas
QUALIDADE de ser Pessoa
“A personalidade jurídica costuma ser definida formalmente como a suscetibilidade de direitos e
obrigações ou titularidade, ou de ser sujeito de direitos e obrigações ou de situações jurídicas.
Pessoa jurídica é então, nesta perspectiva, todo o centro de imputação de situações jurídicas ativas
ou passivas, de direito ou de obrigações” - PPV/PLPV (37)
“O nascituro não é, pois, objeto do direito. Como pessoa humana viva, o nascituro é pessoa jurídica” - PPV/PLPV (78)
“A personalidade jurídica das pessoas humanas tem início concomitantemente com o início da sua vida e existência enquanto pessoas” - PPV/PLPV (79)
“Se houver nascimento com vida, a pessoa continua a vida e a personalidade jurídica que já tinha, a sua capacidade de gozo torna-
se genérica, com as limitações apenas de natureza humana e aquelas que a lei estabelece, e fica numa situação de incapacidade de
exercício geral, como menor” - PPV/PLPV (80)
“É incontestável que o nascituro tem vida e substância humana desde a conceção” - PPV/PLPV (85)
PRIRES DE LIMA e ANTUNES VARELA – não tem verdadeiramente personalidade (no caso da sucessão é uma expectativa ao futuro chamamento)
DIAS MARQUES – não tem personalidade, mas ao nascer há uma retroação dos direitos e consequentemente da personalidade jurídica
MOTA PINTO – considera direitos sem sujeitos aqueles atribuídos por doação ou herança a nascituro – mas admite indemnizações em caso de wrongful actions
GALVÃO TELLES – é um ser vivo, carece de proteção jurídica, mas não tem personalidade jurídica
CARVALHO FERNANDES – direitos sem sujeito, ao nascer adquire os direitos (sem retroação)
HÖSTER – não admite personalidade jurídica ao nascituro, somente com nascimento (aceita indemnização em casos de wrongful actions)
MENEZES CORDEIRO – considera que o artigo 66.º n.º1 deveria ser alterado, e haver personalidade jurídica desde a conceção
PAULO OTERO – início da personalidade jurídica deveria coincidir com o início científico da vida -» reconhecimento de uma personalidade jurídica pré-natal
LEITE CAMPOS – “«o ser humano concebido não é menos pessoa que o já nascido»” - PPV/PLPV (85)
Aqui deve-se interpretar que a doação é feita mediante uma condição suspensiva – a
conceção.
Se houver conceção --» o bem ou direito doado entram na titularidade do nascituro
E se não houver conceção? --» A doação caduca nos termos do artigo 275.º n.º1
E se o nascituro morrer antes de nascer? --» A doação caduca com eficácia retroativa
(como se o bem nunca tivesse deixado a titularidade do doador)
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Artigo 2033.º
Princípios Gerais
1 - Têm capacidade sucessória, além do Estado, todas as pessoas nascidas ou concebidas ao tempo da abertura da sucessão, não excetuadas por lei, bem
como as pessoas concebidas, nos termos da lei, no quadro de um procedimento de inseminação post mortem.
2. Na sucessão testamentária ou contratual têm ainda capacidade:
a) Os nascituros não concebidos, que sejam filhos de pessoa determinada, viva ao tempo da abertura da sucessão;
b) As pessoas colectivas e as sociedades.
NASCITURO CONCENTURO
Sucessão Pode ser chamado na Sucessão Legítima e Está limitado a Sucessão Testamentária e Contratual
Legitimária
Doação Pode haver doação ao Nascituro Doação sob condição suspensiva da conceção ou
nascimento
Administração dos 1878.º n.º1 – Cabe aos pais -
bens doados 2237.º n.º2 – regime de administração enquanto não
há o nascimento 2237.º n.º2 – regime de administração enquanto não
Herança ou 2240.º n.º2 - administração “compete a quem há a conceção/nascimento
Legado administraria os seus bens se ele já tivesse nascido”
2240.º n.º 1 – Ao Pai/Mãe - “esta pessoa ou, se ela
for incapaz, ao seu representante legal”
Jahi McMath Seus pais defenderam manutenção do suporte vital – em 20 de dezembro de 2013 apresentaram ação judicial no
Tribunal Superior do Condado de Alameda.
13´
Após 4 dias, o pedido dos pais foi negado (avaliação pericial confirmou a morte encefálica).
Em 30 de dezembro de 2013, a família apelou da decisão para o Segundo Distrito, os Tribunais de Recurso da
Califórnia e o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Califórnia.
Mãe defendeu que a Lei de Determinação da Morte violava os direitos religiosos e constitucionais, afetando a
privacidade.
Em 3 de janeiro de 2014, foi emitido certificado de óbito oficial com data de óbito indicada em 12 de dezembro de 2013,
faltando a determinação da morte (ausência de autópsia).
Hospital deu custódia a mãe (com ventilador e linhas de líquidos intravenosos, mas não efetuou a trasqueotomia).
A família moveu a menina para um local não revelado onde uma traqueostomia foi realizada e um tubo de alimentação
foi inserido.
Em março de 2015, a família apresentou ação de negligência contra o Children's Hospital Oakland e contra o cirurgião
que realizou a cirurgia de McMath (sangramento, demora no atendimento, pressão para doação de órgãos,)
Em 25 setembro de 2016 – Publicação de um vídeo “Jahi taking breaths on her own. Glory to God. Always trust your
instincts when it comes to your children, but above all TRUST GOD.”
Dr. Alan Shewmon, um renomado neurologista pediátrico da UCLA, declarou a menina viva em 29 de junho de 2017
(vídeos)
Ex.: Casal que sofre acidente, não sendo possível identificar quem faleceu antes, considera-
se que nenhum sobreviveu ao outro, e por isso nenhum deles entra na sucessão do outro --»
nos termos do artigo 350.º n.º2 pode ser ilidida a comoriência.
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CASO 1 CASO 2
X e Y são vítimas de acidente de Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
trânsito, vindo a falecer em decorrência podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu os outros,
do evento. Nos termos do Código Civil, presumir-se-ão mortos primeiro os mais velhos e depois os mais
se dois ou mais indivíduos falecerem na novos.
mesma ocasião, não se podendo
averiguar a precedência de algum dos Certo Errado
falecimentos, presumir-se-ão
simultaneamente mortos. Trata-se do
instituto da: CASO 3 - RLX (52)
Artigo 68.º
Termo da personalidade
1. A personalidade cessa com a morte.
2. Quando certo efeito jurídico depender da sobrevivência de uma a outra
pessoa, presume-se, em caso de dúvida, que uma e outra faleceram ao mesmo
tempo.
3. Tem-se por falecida a pessoa cujo cadáver não foi encontrado ou
reconhecido, quando o desaparecimento se tiver dado em circunstâncias que
não permitam duvidar da morte dela.
http://www.dgsi.pt/jtrg.nsf/86c25a698e4e7cb7802579ec004d3832/8702dc0ca13c58a9802585f40048f241
?OpenDocument
“A existência de uma massa de bens carente de administração, na titularidade de alguém que desapareceu e se não sabe se está vivo ou morto,
constitui fator de perturbação e de potencial perigo. Perigo para os bens do ausente, que estão por administrar e a mercê das cobiças alheias, e
perigo para a paz pública que pode ser perturbada por apetências ou cobiças eventualmente geradoras de conflito.” - PPV/PLPV (108)
Artigo 71.º
Ofensas a pessoas já falecidas
1. Os direitos de personalidade gozam igualmente de protecção depois da morte do respectivo titular.
2. Tem legitimidade, neste caso, para requerer as providências previstas no n.º 2 do artigo anterior o cônjuge sobrevivo ou qualquer descendente,
ascendente, irmão, sobrinho ou herdeiro do falecido.
3. Se a ilicitude da ofensa resultar de falta de consentimento, só as pessoas que o deveriam prestar têm legitimidade, conjunta ou separadamente, para
requerer providências a que o número anterior se refere
“O cadáver é o corpo humano sem vida … O cadáver já não é pessoa. Mas também não é uma coisa, no sentido jurídico do artigo
202.º do Código Civil” - PPV/PLPV (91)
Código Penal
Artigo 253.º
Impedimento ou perturbação de cerimónia fúnebre
Quem, por meio de violência ou de ameaça com mal importante, impedir ou perturbar a realização de cortejo ou de cerimónia fúnebre, é punido com pena de prisão até 1 ano
ou com pena de multa até 120 dias.
Artigo 254.º
Profanação de cadáver ou de lugar fúnebre
1 - Quem:
a) Sem autorização de quem de direito, subtrair, destruir ou ocultar cadáver ou parte dele, ou cinzas de pessoa falecida;
b) Profanar cadáver ou parte dele, ou cinzas de pessoa falecida, praticando actos ofensivos do respeito devido aos mortos; ou
c) Profanar lugar onde repousa pessoa falecida ou monumento aí erigido em sua memória, praticando actos ofensivos do respeito devido aos mortos;
é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.
2 - A tentativa é punível.
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https://observador.pt/especiais/como-se-mantem-vivo-um-bebe-na-barriga-de-uma-mulher-em-morte-cerebral/
Cadáver vai desaparecer e por isso o uso não afeta dignidade e sacralidade se for utilizado para cura e
alívio de outro ou para desenvolvimento do conhecimento da ciência.
Algumas questões:
Artigo 70.º
Tutela geral da personalidade
1. A lei protege os indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de ofensa à sua personalidade física ou moral.
2. Independentemente da responsabilidade civil a que haja lugar, a pessoa ameaçada ou ofendida pode requerer as providências adequadas às circunstâncias do caso,
com o fim de evitar a consumação da ameaça ou atenuar os efeitos da ofensa já cometida.
Estado deve proteger a dignidade de cada pessoa, mas cada pessoa deve exigir o respeito de sua
personalidade
Direito Objetivo da Personalidade Direito Subjetivo da Personalidade
Regulação jurídica relativa à defesa da personalidade Direito de defender a dignidade própria personalidade
Defesa da globalidade da espécie humana. Defesa individual – podendo prescindir da sua defesa, ou dispor (gratuitamente ou
onerosamente)
“basta” a participação à entidade competente sobre a violação para que reaja e
faça cessar a violação por atuação administrativa ou policial (ex.: constituir crime) Tem de exercer direta e livremente, não adianta ficar a espera do Estado.
Artigos 24.º, 25.º, 26.º CRP Direito ao nome ou à privacidade (Código Civil)
Imposição do próprio legislador, não cabendo ao Estado legislar sobre estas
matérias.
Direito Indisponível, encontra-se no campo da Heteronomia Direito disponível (limitado pelo direito objetivo da personalidade)
Para além da Responsabilidade civil e criminal, Processo próprio 878.º a 880.º CPC
Personalidade cessou com a morte, o que está em causa é a memória do falecido – regime próprio, não sendo aplicável o n.º do artigo 70.º
Para PPV/PLPV – 71.º n.º2 aparenta limitar as providências do n.º2 do 70.º. Mas é passível aplicar o n.º1 do 70 conjugada com 483.º para
aplicação da responsabilidade civil extracontratual
Direito Objetivo --» respeito pelos mortos
Direito Subjetivo --» titularidades das pessoas vivas a tutela do respeito devido aos seus mortos
Artigo 280.º
Requisitos do objeto negocial
1. É nulo o negócio jurídico cujo objecto seja física ou legalmente impossível, contrário à lei ou indeterminável.
2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes.
Autonomia privada limitada pela ordem pública, contrariedades à lei e aos bons costumes.
Sempre revogáveis (cabe indemnização pela frustração da expectativa e não por um direito subjetivo da outra parte)
Revogação unilateral, pelo detentor dos direitos de personalidade (não pode nunca perder definitivamente o controlo)
Comum a limitação do direito de personalidade voluntária --» domínio da publicidade | forças armadas | experimentos científicos
Controverso nos casos de experiências médicas e científicas mas necessárias para o bem comum.
Mais controverso são casos de aviltamento público da dignidade de pessoas em meios de comunicação social… a ganância material
como fator para se aceitar (considerar lícita) certas ofensas à dignidade é controverso (“vida não pode ser trocada por dinheiro”)
Direito à privacidade
Direito à identidade pessoal e ao nome
Direito à imagem
Artigo 70.º
Tutela geral da personalidade
1. A lei protege os indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de ofensa à sua personalidade física ou moral.
2. Independentemente da responsabilidade civil a que haja lugar, a pessoa ameaçada ou ofendida pode requerer as providências adequadas às circunstâncias do caso,
com o fim de evitar a consumação da ameaça ou atenuar os efeitos da ofensa já cometida.
Desafios:
Condições de ilicitude do aborto (142.º interrupção da gravidez não punível | descriminalização)
Definição legal da morte
Prolongamento da vida com recurso de suporte vital artificias
Interrupção da vida meramente vegetativa artificialmente suportada
“Este regime parece-nos incompatível com o direito à vida do filho ainda não nascido, com direito do pai à paternidade e com o princípio da igualdades do pai e mãe” - PPV/PLPV (63)
Morte
Medicamente
Distanásia Eutanásia Assistida
(Suicídio Assistido)
Ortotanásia Mistanásia
http://www.scott-morgan.com/blog/
1969 Living Will”, Advogado Louis Kutner (Sociedade Americana
Pró Eutanásia)
1970 Outros documentos – “Advanced Directives”
15/04/1975 Karen Ann Quinlan
31/03/1976 New Jersey Supreme Court: DIREITO à
Karen Ann
Quinlan PRIVACIDADE
29 de março de 1976 Estado da Califórnia - Natural Death Act
1954 - 11 de junho
de 1985 1990 Caso Nancy Cruzan – Supreme Court
1991 Patient SelfDetermination Act (PSDA)
Declaração
Diretiva Médica/ Instruções
Antecipada de
para Médicos prévias (ESP)
Tratamento
d) «Obstinação diagnóstica e terapêutica» os procedimentos diagnósticos e terapêuticos que são desproporcionados e fúteis, no contexto global
de cada doente, sem que daí advenha qualquer benefício para o mesmo, e que podem, por si próprios, causar sofrimento acrescido;
Caso de Barulho / Ruído --» que impeçam o sono, violam o direito da personalidade,
impedem o direito ao repouso (mesmo que não ultrapasse os limites fixados em lei)
Apesar do Regulamento fixar limites --» não há um direito a fazer ruído, nem é lícito
impedir o repouso alheio, por isso direito de personalidade prevalece perante o
regulamento.
Artigo 335.º
Colisão de direitos
1.Havendo colisão de direitos iguais ou da mesma espécie, devem os titulares
ceder na medida do necessário para que todos produzam igualmente o seu
efeito, sem maior detrimento para qualquer das partes.
2. Se os direitos forem desiguais ou de espécie diferente, prevalece o que
deva considerar-se superior.
DESONRA – perda de respeito em termos pessoais pode ser maior ou menos do quem em termos sociais.
*Divergência no gravame à honra --» uma pessoa pode ser eticamente mais exigente que outra, ou menos
exigente que a sociedade.
Direito de imprensa não sobreleva o direito à honra (apesar de ambos estarem consagrados no
rol de direitos, liberdades e garantias da CRP), como direito de personalidade é
hierarquicamente superior.
DESAFIO – figuras públicas (menor tutela da honra e da privacidade).
Nos casos de interesse público da revelação de certos factos ou situações, o direito à honra e
à privacidade não podem impedir a revelação do que for estritamente necessário.
Excluída a ilicitude pelo caráter público do interesse na questão – 180.º n.º2 – buscar o princípio
do mínimo dano.
Casos de “voyeurismo” e curiosidade malsã/doentia --» ilícito (ainda que exista interesse público
se for em excesso)
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Espaço de privacidade em que possa estar à vontade --» “direito de ser deixado em paz”
Rigidez não corresponde à realidade (degraus e não uma rampa | quebra abrupta)– os limites variam de pessoa para pessoa
Identificar não só o que é mais intimo/privado do que aquilo, e que esta pessoa é mais intima do que aquela.
Artigo 67.º
Capacidade jurídica Capacidade Jurídica
As pessoas podem ser sujeitos de quaisquer relações jurídicas, salvo ≠
disposição legal em contrário: nisto consiste a sua capacidade jurídica.
Personalidade Jurídica
“é a suscetibilidade de ser titular de direitos, de situações jurídicas” - PPV/PLPV (94) “é a suscetibilidade que a pessoa tem de exercer pessoal e livremente os direitos e cumprir as
obrigações que estão na sua titularidade, se a intermediação de um representante legal ou
consentimento de um assistente” - PPV/PLPV (95)
Pessoa pode ter capacidade de gozo mas não ter capacidade de exercício.
“não podem atuar no Direito a não ser por intermédio de representantes
Menores (atentar as exceções -124.º e 127.º) legais, ou estão sujeitos, na sua atuação jurídica, à autorização e
*Maiores acompanhados – Lei n.º 49/2018 de 14 de agosto vigilância dos pais ou dos acompanhantes” - PPV/PLPV (95)
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Caso de ausência de capacidade de gozo:
Menor de 16 anos –» impedimento absoluto para casamento - artigo 1601.º alínea c)
Caso de ausência de capacidade de exercício:
Menor entre 16 e 18 anos –» depende de autorização dos pais – artigo 1612.º n.º 1
Se Casamento ocorre sem o suprimento do consentimento dos pais ou tutor (ou sem
suprimento judicial), continua ser considerado menor, e por isso a administração dos
seus bens pelos seus pais/tutor/administrador judicial – artigo 1649.º
Capacidade Legitimidade
SITUACIONAL RELACIONAL
Abstrata – podemos ser titulares ou Concreta - diante de um concreto ato
podemos exercer jurídico
“é a suscetibilidade de ser titular de direitos, de “é a particular posição da pessoa perante um
situações jurídicas” - PPV/PLPV (94) concreto interesse ou situação jurídica que lhe
permite agir sobre eles.” - PPV/PLPV (97)
“Em alguns casos a pessoa que pretende agir não tem legitimidade porque não é titular de uma situação jurídica que possibilite
essa atuação, sendo que essa falta de titularidade pode decorrer de uma incapacidade de gozo. Não tendo capacidade de gozo,
não é titular, e sem ser titular não terá legitimidade” - PPV/PLPV (100)
Personalidade
Jurídica
Pessoa está obrigada em consequência dos factos
ilícitos (*risco) que cometeu.
Capacidade
Jurídica
Capacidade negocial está para a
Responsabilidade Contratual assim como a
Capacidade Delitual está para a Responsabilidade Capacidade de Capacidade
agir Delitual
Extracontratual.
MENORES
MAIORES ACOMPANHADOS
Artigo 123.º
Artigo 122.º Incapacidade dos menores
Menores Salvo disposição em contrário, os menores carecem de capacidade para o
É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade. exercício de direitos.
“eles não estão habilitados a reger a sua pessoa (incapacidade de praticar actos pessoais) e a dispor dos seus bens (incapacidade para realizar
negócios jurídicos patrimoniais) e não tem capacidade para adquirir direitos ou assumir obrigações por ato próprio (ou por meio de um
representante voluntário) - HEH/ESMS (349)
Responsabilidades Parenta
REPRESENTAÇÃO
Artigo 124.º Outra pessoa age pelo incapaz (designada pela lei ou
Responsabilidades parentais Suprimento da incapacidade dos menores entidade), com inteira independência, mas as vezes precisando
A incapacidade dos menores é suprida pelo de autorização de outra entidade
poder paternal e, subsidiariamente, pela ASSISTENCIA
tutela, conforme se dispõe nos lugares Incapaz pode agir ele mesmo, mas depende do consentimento
respectivos. de certa pessoa ou entidade para validar os respetivos
negócios
SUPRIMENTO
Responsabilidades Parentais Tutela Administração de bens
Artigo 1971.º
Direitos e deveres do administrador
Artigo 1938.º
1. No âmbito da sua administração, o administrador tem os
Actos dependentes de autorização do tribunal
1 - O tutor, como representante do pupilo, necessita de autorização do tribunal:
direitos e deveres do tutor.
a) Para praticar qualquer dos actos mencionados no n.º 1 do artigo 1889.º; 2. O administrador é o representante legal do menor nos actos
b) Para adquirir bens, móveis ou imóveis, como aplicação de capitais do menor; relativos aos bens cuja administração lhe pertença.
c) Para aceitar herança, doação ou legado, ou convencionar partilha extrajudicial; 3. O administrador deve abonar aos pais ou tutor, por força dos
d) Para contrair ou solver obrigações, salvo quando respeitem a alimentos do menor ou se mostrem rendimentos dos bens, as importâncias necessárias aos alimentos
necessárias à administração do seu património; do menor.
e) Para intentar acções, salvas as destinadas à cobrança de prestações periódicas e aquelas cuja demora 4. As divergências entre o administrador e os pais ou tutor são
possa causar prejuízo; decididas pelo tribunal de menores, ouvido o conselho de
f) Para continuar a exploração do estabelecimento comercial ou industrial que o menor haja recebido família, se o houver.
por sucessão ou doação.
2. O tribunal não concederá a autorização que lhe seja pedida sem prèviamente ouvir o conselho de
família.
3. O disposto no n.º 1 não prejudica o que é especialmente determinado em relação aos actos
praticados em processo de inventário.
Artigo 253.º
Artigo 126.º PIRES LIMA / ANTUNES VARELA e HÖSTER – o dolo
Dolo do menor
Dolo
1. Entende-se por dolo qualquer
Não tem o direito de invocar a não impede que o representante legal peça a
sugestão ou artifício que alguém anulabilidade o menor que para anulabilidade (mas os herdeiros já não poderiam)
empregue com a intenção ou praticar o acto tenha usado de
consciência de induzir ou manter em dolo com o fim de se fazer CARVALHO FERNANDES - considera ser aplicável a
erro o autor da declaração, bem como passar por maior ou
a dissimulação, pelo declaratário ou emancipado. todos que teriam legitimidade.
terceiro, do erro do declarante.
Menoridade não releva para o caso de ERRO
2. Não constituem dolo ilícito as Atentar ao 764.º n.º2
sobre a pessoa -» 251.º e 247.º
sugestões ou artifícios usuais,
considerados legítimos segundo as Dolo em relação a idade!
concepções dominantes no comércio
jurídico, nem a dissimulação do erro, “Se é eticamente insustentável a posição do menor que, depois de enganar a outra parte fazendo-se crer que é maior, vem
quando nenhum dever de elucidar o invocar a sua própria menoridade para anular o negócio, também é demasiadamente inseguro e nocivo para o exercício
declarante resulte da lei, de
jurídico, e injusto para a outra parte, permitir a anulação nessas condições.” - PPV/PLPV (124)
estipulação negocial ou daquelas
concepções.
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Artigo 125.º
Anulabilidade dos actos dos menores
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 287.º, os negócios jurídicos celebrados pelo menor podem ser anulados:
a) A requerimento, conforme os casos, do progenitor que exerça o poder paternal, do tutor ou do administrador de bens, desde que a acção seja proposta no prazo de um ano a
contar do conhecimento que o requerente haja tido do negócio impugnado, mas nunca depois de o menor atingir a maioridade ou ser emancipado, salvo o disposto no artigo 131.º;
b) A requerimento do próprio menor, no prazo de um ano a contar da sua maioridade ou emancipação;
c) A requerimento de qualquer herdeiro do menor, no prazo de um ano a contar da morte deste, ocorrida antes de expirar o prazo referido na alínea anterior.
2. A anulabilidade é sanável mediante confirmação do menor depois de atingir a maioridade ou ser emancipado, ou por confirmação do progenitor que exerça o poder paternal, tutor
ou administrador de bens, tratando-se de acto que algum deles pudesse celebrar como representante do menor.
Capacidade para o exercício / maioridade não pode ser avaliada caso a caso
Atos da vida corrente – 127.º n.º1 b) Até um ano após a morte (até um ano após a
Derivados do seu trabalho – 127.º n.º1 a) e c) maioridade), os herdeiros podem arguir a anulação
- 125.º n.º 1 c)
Casamento autorizado emancipa – 132.º
Até a maioridade os responsáveis podem
arguir a anulação - 125.º n.º 1 a) (atentar ao
131.º)
Artigo 138.º
(Pessoas sujeitas a interdição) Artigo 152.º
1. Podem ser interditos do exercício dos seus direitos todos aqueles que por anomalia psíquica, (Pessoas sujeitas a inabilitação)
surdez-mudez ou cegueira se mostrem incapazes de governar suas pessoas e bens. Podem ser inabilitados os indivíduos cuja anomalia psíquica, surdez-
2. As interdições são aplicáveis a maiores; mas podem ser requeridas e decretadas dentro do ano mudez ou cegueira, embora de carácter permanente, não seja de tal
anterior à maioridade, para produzirem os seus efeitos a partir do dia em que o menor se torne modo grave que justifique a sua interdição, assim como aqueles que,
maior. pela sua habitual prodigalidade ou pelo abuso de bebidas alcoólicas
3. A interdição por anomalia psíquica pode, todavia, ser requerida e decretada a partir dos dezassete ou de estupefacientes, se mostrem incapazes de reger
anos do interditando, com os efeitos do número anterior, mas sem prejuízo do disposto no artigo convenientemente o seu património.
2299.º
Maior Autonomia
Impede os pedidos sucessíveis de
parentes – delimita quem pode pedir.
Em causa património
"a lei deixa muito claro que a sua possibilidade de agir e de participar no tráfico jurídico negocial só será restringida na exacta medida da diminuição da sua capacidade
real, a qual deverá ser concretamente atestada em juízo" - HEH/ESMS (373)
Artigo 154.º
Atos do acompanhado Artigo 257.º
1 - Os atos praticados pelo maior acompanhado que não observem as medidas de Incapacidade acidental
acompanhamento decretadas ou a decretar são anuláveis: 1. A declaração negocial feita por quem, devido a qualquer causa, se
a) Quando posteriores ao registo do acompanhamento; encontrava acidentalmente incapacitado de entender o sentido dela
b) Quando praticados depois de anunciado o início do processo, mas apenas após a ou não tinha o livre exercício da sua vontade é anulável, desde que o
decisão final e caso se mostrem prejudiciais ao acompanhado. facto seja notório ou conhecido do declaratário.
2 - O prazo dentro do qual a ação de anulação deve ser proposta só começa a contar- 2. O facto é notório, quando uma pessoa de normal diligência o teria
se a partir do registo da sentença. podido notar.
3 - Aos atos anteriores ao anúncio do início do processo aplica-se o regime da Serão inválidos se ficar provado que no ato estava
incapacitado de entender
incapacidade acidental.
Interpretação corretiva do artigo 154.º n.º1 alínea b) --» “quando praticados depois de anunciado o início do processo, mas antes
do registo da decisão final”
Regime da Incapacidade Acidental – 154.º n.º3 | Aplicável o disposto no 1920.º-B e 1920.º.-C e 1.º
257.º (Legitimidade é de quem está no proc. De n.º1 h) CRC. Enquanto não houver registo, não
maior acompanhado, e o prazo é a partir da pode ser invocado – boa fé. Aplica-se 154.º n.º1
sentença) al. b)
psíquica. Mediante autorização de G, Pai tem legitimidade para requerer a ação por ser "parente sucessível" (2133.º n.º1 al. b) -
H seu pai, de imediato requereu ação "ascendentes"), ainda mais que possui a autorização do próprio G – 141.º - ainda que G não tivesse
dado autorização poderia a mesma ser suprida pelo tribunal n.º2.
judicial de acompanhamento de O Pai pode ser nomeado acompanhante, seja pela indicação do próprio G (143.º n.º1), mas como não o
maiores. fez, cabe ao tribunal decidir seguindo a ordem de preferência do 143.º n.º2. Como G não tem
cônjuge/unido de facto, aplica-se a al. c) "a qualquer dos pais"
Na pendência da ação (e após
anunciada a sua proposição) G vende Como a decisão indica que os atos de disposição dependem de autorização prévia de H, as vendas
realizadas sem a autorização são consideradas anuláveis - 154.º n.º1 al. a).
a I (produtor de vinho), por metade do
preço, toda a colheita de uva de uma Contudo, as vendas ocorreram durante o processo, antes do registo. E por isso é necessário
vinha que tinha herdado de J, seu tio. verificar se efetivamente serão decretadas medidas de acompanhamento que abranja os atos que estão
em causa (145.º n.º2 al- c)), assim como se foram prejudiciais ou não, para então se avaliar se cabe ou
Dois meses depois, ainda na não a anulação - 154.º n.º1 al. b)
pendência da ação, vende o próprio
Venda das Uvas – Valor abaixo do mercado - após o anúncio do início do processo - 154.º n.º1 al.
terreno da vinha a L pelo preço normal b) - por ser prejudicial, ainda que antes do registo, cabe a sua anulação.
do mercado.
NÃO!
Mais um mês volvido, o tribunal
decreta o acompanhamento de Se a venda das uvas corresponderem a um ato de disposição que, ai sim dependerá de autorização.
maiores em regime de autorização Venda das uvas é um ato de Administração -» não está abrangido pela sentença. Não cabe a anulação,
ainda que tenha sido prejudicial - é considerado um negócio jurídico válido.
prévia para atos de disposição entre
vivos, designado H, na falta de Venda do Terreno – Valor de mercados - após o anúncio do início do processo – Negócio jurídico
aqui é uma disposição de bens entre vivos, portanto, está abrangida pela sentença de G.
escolha de G, acompanhante do seu Como não foi prejudicial a G, não ocorreu após o registo da sentença, ainda que esteja dentro do
filho. âmbito das restrições, o negócio não tem de ser anulável.
1) tinha H legitimidade para requerer a Se as vendas tivessem ocorrido antes do início do processo aplicar-se-ia o regime de incapacidade
acidental – 154.º n.º3 e 257.º - Mas como ocorreram já com o processo em andamento, é necessário
ação judicial de acompanhamento de verificar se houve ou não prejuízos.
maiores? Podia ser designado
acompanhante de G? H, acompanhantes poderá intentar ação de anulação da venda das uvas no prazo de um ano a contar do
registo da sentença - 154.º n.º2
2) É válida a venda das uvas?
3) É válida a venda do terreno?
Processo de maior acompanhado (decisão judicial) nos casos de
"o maior impossibilitado, por razões de saúde... de exercer,
plena, pessoal e conscientemente, os seus direitos...", com o
A nascido em 1 de outubro de 2001 viciou-se no
objetivos de "assegurar o bem-estar..." – 138.ºss CC e 891.º a
consumo de estupefacientes. 904.º CPC
VENDA DO QUADRO X (abril/19)
Em de maio de 2019, C, seu pai, interpôs uma MENORIDADE 122.º e 123.º! Sem capacidade de exercício para dispor
ação para que viesse a ser decretado o regime
de maior acompanhado do seu filho.
dos seus direitos. Aplica-se o 125.º n.º1, al. A -» Pais (1901.º) podem
requerer a anulação até outubro de 2019.
Em 1 de abril de 2019, A vendera uma quadro INÍCIO DO PROCESSO (maio/19)
valioso que tinha herdado de uma tia, para X. Pai tem legitimidade para requerer a ação por ser "parente
sucessível" (2133.º n.º1 al. b) - "ascendentes"), ainda que A não
Em 1 de novembro de 2019, A arrendou a J um
apartamento que tinha herdado da mesma tia. O
concordasse, o Tribunal poderia conceder a autorização - 141.º n.º2.
contrato foi feito por três anos. Ainda que fosse menor 142.º
Além do contrato de arrendamento vendeu CONTRATO DE ARRENDAMENTO A J (nov/19)
também um outro quadro valioso que tinha para Ato praticado na pendência da ação. Tratado como menor, 131.º.
J, com preço acima do mercado.
Cabe a anulação por parte dos pais 125.º n.º1 al. A) até a
Em 15 de janeiro de 2020 foi decretado o regime sentença, mesmo que haja maioridade antes!
de maior acompanhado tendo como nomeado C VENDA DO QUADRO A J (nov/19)
seu acompanhante.
Idem
Ficou em sentença que os atos de disposição SENTENÇA (jan/20)
ficariam sujeitos a autorização prévia. A partir da sentença não pode contrariar a decisão (154.º), no
Um mês depois, A vendeu, abaixo do preço, caso a sentença especificou atos de DISPOSIÇÃO!
toda fruta produzida na sua quinta. VENDA DA FRUTA (fev/2020)
Venda da fruta não é um ato de Disposição, e sim de
ADMINISTRAÇÃO, portanto não precisa de autorização do
progenitor. Ainda que tenha vendido com prejuízo não cabe a
anulação!
Processo de maior acompanhado (decisão judicial) nos casos de "o maior impossibilitado, por
A, com 20 anos de idade, padece já há razões de saúde... de exercer, plena, pessoal e conscientemente, os seus direitos...", com o
vários meses de uma forte depressão, que objetivos de "assegurar o bem-estar..." – 138.ºss CC e 891.º a 904.º CPC
coloca em causa as suas capacidades. VENDA DO QUADRO (15/01/2020)
Maior, contrato de compra e venda (874.º, 879.º, 498.º n.º)
B, pai de A, após conversar com um Passível de anulação nos termos do 154.º n.º3, remissão para 257.º
Advogado, propõe com acordo de A, uma INÍCIO DO PROCESSO (1/02/2020)
ação de maior acompanhado. Pai tem legitimidade para requerer a ação por ser "parente sucessível" (2133.º n.º1 al. b) -
A ação deu entrada em 1 de fevereiro de "ascendentes"), ainda que A não concordasse, o Tribunal poderia conceder a autorização -
2020. 141.º n.º2.
Em 30 de janeiro de 2021, e logo a seguir LOCAÇÃO POR 10 ANOS (15/06/2020)
foi decretado o regime de maior 1024.º Ato de Administração EXTRAORDINÁRIO.
acompanhado com necessidade de Sentença que depois será apresentada não limita atos de administração, ainda que extraordinários.
autorização prévia para atos de disposição. Não se aplica o 154.º n.º1 b)
LOCAÇÃO POR 2 ANOS (15/06/2020)
A praticou os seguintes atos: 1024.º Ato de Administração ORDINÁRIO.
- 15/01/2020 vendeu um quadro valioso Sentença que depois será apresentada não limita atos de administração.
- 15/06/2020, locou por 10 anos, um Não se aplica o 154.º n.º1 b)
apartamento herdado DOAÇÃO DO QUADRO (15/06/2020)
- 15/06/2020, locou pelo prazo de 2 anos Aplicação do 154.º n.º1 b) depende de dois requisitos, que seja um ato que posteriormente
outro apartamento esteja impedido de o fazer por sentença - ATO DE DISPOSIÇÃO - e que o mesmo seja
- 15/06/2020 doou um valioso quadro a prejudicial
um amigo Doação (940.º) é contrato gratuito, é um prejuízo. Portanto cabe a anulação.
- 15/06/202 vendeu um automóvel pelo VENDA DOAUTOMÓVEL (15/06/2020)
preço de mercado Venda é um disposição (874.º e 879.º, 408.º), o que não poderia fazer, como será declarado
- 10/05/2021 fez um testamento em sentença. Contudo, não foi prejudicial, e por isso não cabe a anulação pelo 154.º n.º1 al. B)
SENTENÇA (30/01/2021)
Todos os atos praticados por A são A partir do registo da sentença poderá o acompanhantes requerer a anulação - 154.º n.º2
válidos? TESTAMENTO (10/05/2021)
Já após a sentença. Mas não estava limitado – 147.º n.º2 | 2189. O testamento será válido.
“O domicílio é a sede jurídica da pessoa... É o local onde, para efeitos jurídico, ou para certos efeitos jurídicos, o Direito tem a
pessoa como localizada... Para além da localização pessoal e efetiva, é importante, para fixar qual a sede jurídica das
pessoas, a localização que é relevante para o Direito. Esta localização relevante para o direito é o domicílio...Para a fixação
desta localização, o Direito não pode ignorar – e efetivamente não ignora – a real localização da pessoa, mas não fica
completamente preso a essa localização, podendo fixar domicílios especiais, para certos efeitos restritos...” - PPV/PLPV (106)
Paradeiro: "o sítio em que uma pessoa em dada altura efectivamente se encontra"
Residência: "o sítio que serve de base de vida a uma pessoa, podendo a residência ser
habitual ou ocasional"
Domicílio: "o lugar de residência habitual de uma pessoa"
Domicílio voluntário - 82.º a 84.º
Domicílio legal – 85.º a 88.º
“o domicílio de uma pessoa serve, ao lado e além do seu nome, para a individualizar e , sobretudo, para manter os estabelecer
relações juridicamente relevantes com ela” - HEH/ESMS (395)
DOMICÍLIO
ESPECIAIS ELETIVO
Empregados
públicos
LEGAL
Agentes
diplomáticos
portugueses
Artigo 85.º
Domicílio legal dos menores e dos maiores acompanhados
1. O menor tem domicílio no lugar da residência da família; se ela não existir, tem por domicílio o do progenitor a cuja guarda estiver.
2. O domicílio do menor que em virtude de decisão judicial foi confiado a terceira pessoa ou a estabelecimento de educação ou assistência é o do progenitor
que exerce o poder paternal.
3 - O domicílio do menor sujeito a tutela é o do seu tutor.
4 - O domicílio do maior acompanhado é o determinado nos artigos anteriores, salvo se a sentença que decretou o acompanhamento dispuser de outro modo.
5 - Quando tenha sido instituído o regime de administração de bens, o domicílio do menor ou do maior acompanhado é o do administrador, nas relações a que
essa administração se refere.
6 - Não são aplicáveis as regras dos números anteriores se delas resultar que o menor ou o maior acompanhado não tem domicílio em território nacional.
competente
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http://www.dgsi.pt/jtrg.nsf/86c25a698e4e7cb7802579ec004d3832/0c0daa41d2ebea918025890f003cdda4?OpenDocument
“A existência de uma massa de bens carente de administração, na titularidade de alguém que desapareceu e se não sabe se está vivo ou morto,
constitui fator de perturbação e de potencial perigo. Perigo para os bens do ausente, que estão por administrar e a mercê das cobiças alheias, e
perigo para a paz pública que pode ser perturbada por apetências ou cobiças eventualmente geradoras de conflito.” - PPV/PLPV (108)
Primeira Fase
Proteção do património na expectativa do regresso
3 Requisitos
1. Desaparecimento sem que haja notícias – sobre o paradeiro ou sobre se está ou não morta
(98.º al. e) n.º2 - Se há certeza da morte extingue o processo)
2. Ausente não tenha deixado representante legal ou procurador que queira* e possa
representar (*artigo 89.º n.º 2)
3. Tem de ser requerida por interessado ou pelo MP (91.º)
Artigo 91.º Artigo 92.º
Legitimidade A quem deve ser deferida a curadoria provisória
A curadoria provisória e as providências a que se 1. O curador provisório será escolhido de entre as pessoas seguintes: o cônjuge do ausente, algum ou alguns dos
refere o artigo anterior podem ser requeridas pelo herdeiros presumidos, ou algum ou alguns dos interessados na conservação dos bens.
Ministério Público ou por qualquer interessado. 2. Havendo conflito de interesses entre o ausente e o curador ou entre o ausente e o cônjuge, ascendentes ou
descendentes do curador, deve ser designado um curador especial, nos termos do n.º 3 do artigo 89.º.
Pode ser requerido por qualquer um, mas é o
tribunal que define quem será o curador. Curador --» Semelhante ao Acompanhante no que respeita aos bens
Artigo 93.º
Relação dos bens e caução
1. Os bens do ausente serão relacionados e só depois entregues ao curador provisório, ao qual será fixada
caução pelo tribunal.
2. Em caso de urgência, pode ser autorizada a entrega dos bens antes de estes serem relacionados ou de o
curador prestar a caução exigida.
3. Se o curador não prestar a caução, será nomeado outro em lugar dele.
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Administração unitária do património do ausente
Artigo 94.º Artigo 95.º
Direitos e obrigações do curador provisório Prestação de contas
1. . O curador fica sujeito ao regime do mandato geral em tudo o que não contrariar as disposições desta 1. O curador provisório deve prestar contas do seu mandato
subsecção. perante o tribunal, anualmente ou quando este o exigir.
2. Compete ao curador provisório requerer os procedimentos cautelares necessários e intentar as acções que 2. Deferida a curadoria definitiva nos termos da subsecção
não possam ser retardadas sem prejuízo dos interesses do ausente; cabe-lhe ainda representar o ausente em seguinte, as contas do curador provisório são prestadas aos
todas as acções contra este propostas. curadores definitivos.
3. Só com autorização judicial pode o curador alienar ou onerar bens imóveis, objectos preciosos, títulos de
crédito, estabelecimentos comerciais e quaisquer outros bens cuja alienação ou oneração não constitua acto
de administração. Artigo 96.º
4. A autorização judicial só será concedida quando o acto se justifique para evitar a deterioração ou ruína dos Remuneração do curador
bens, solver dívidas do ausente, custear benfeitorias necessárias ou úteis ou ocorrer a outra necessidade O curador haverá dez por cento da receita líquida que realizar.
urgente.
Entrega de bens aos herdeiros – 103.º (até a entrega fica sob administração do cabeça de casal 2080.º ss)
*Os Curadores definitivos não são remunerados pois passam a ter direito à totalidade dos frustos dos bens que tiverem recebido.
Artigo 118.º
Óbito em data diversa
1. Quando se prove que o ausente morreu em data diversa da fixada na sentença de declaração de morte presumida, o direito à herança compete aos que naquela data lhe deveriam
suceder, sem prejuízo das regras da usucapião.
2. Os sucessores de novo designados gozam apenas, em relação aos antigos, dos direitos que no artigo seguinte são atribuídos ao ausente.
Fundamentação:
Pode casar de novo, sendo certo que nesse caso a dissolução do casamento por divórcio apenas acontecerá, automaticamente, ope
legis (nos termos do art. 1160 do C.C.) se o ausente regressar (verificando-se até este momento, conforme se refere no despacho
recorrido, e conforme referem P. Lima e A. Varela, in ob.cit., pag. 117, uma situação de bigamia legal).
Mas pode acontecer que não queira casar de novo, apenas querendo ver (com fundamento legal) o seu casamento dissolvido, da
mesma forma que pode querer casar novamente mas apenas depois de ver dissolvido o anterior casamento.
Afigura-se-nos assim mais correcto e adequado o entendimento de que, inexistindo dissolução do casamento, pode o cônjuge do
ausente (cuja morte presumida foi declarada), tendo fundamento para tal, pedir e obter o divórcio.
Aliás, contrariamente ao que se refere no despacho recorrido, não resulta do art. 1160 do C. Civil que o casamento só se dissolve se o
cônjuge do ausente casado civilmente contrair novo casamento.
O que ali se refere é que, podendo o cônjuge do ausente contrair novo casamento, este se considera dissolvido se o ausente regressar
ou houver notícias de que era vivo à data da celebração das novas núpcias.
Aliás, jamais faria qualquer sentido que, mesmo depois de o ausente regressar, o seu cônjuge, tendo fundamento legal, continuasse
impossibilitado de requerer o divórcio.
Artigo 120.º
Direitos que sobrevierem o ausente
Os direitos que eventualmente sobrevierem ao ausente desde que desapareceu sem dele haver notícias e
que sejam dependentes da condição da sua existência passam às pessoas que seriam chamadas à
titularidade deles se o ausente fosse falecido.
Artigo 121.º
Curadoria provisória e definitiva
1. O disposto no artigo anterior não altera o regime da curadoria provisória, à qual ficam sujeitos os
direitos nele referidos.
2. Instaurada a curadoria definitiva, são havidos como curadores definitivos, para todos os efeitos legais,
aqueles que seriam chamados à titularidade dos direitos nos termos do mesmo artigo.
Artigo 119.º
Direitos que sobrevierem o ausente
1.Se o ausente regressar ou dele houver notícias, ser-lhe-á devolvido o património no estado em que se encontrar, com o preço dos
bens alienados ou com os bens directamente sub-rogados, e bem assim com os bens adquiridos mediante o preço dos alienados,
Morte presumida quando no título de aquisição se declare expressamente a proveniência do dinheiro.
2. Havendo má fé dos sucessores, o ausente tem direito a ser indemnizado do prejuízo, sofrido.
3. A má fé, neste caso, consiste no conhecimento de que o ausente sobreviveu à data da morte presumida.
Ausência
CC se encontram preenchidos; depois, identificar a
fase em que se encontram e qual a sua finalidade
principal; a seguir, dizer quem tem legitimidade para
requerer a ausência e se o prazo foi cumprido; e
finalmente, explicar os efeitos e o regime dessa fase.
CURADORIA PROVISÓRIA
Finalidade: O sentido jurídico deste regime é o da proteção do património do ausente, na expectativa do seu regresso.
Legitimidade:
Para requerer a curadoria provisória: artigo 91º CC - Ministério Público e “qualquer interessado” [nota: esse “interessado” não
tem de ser um familiar ou herdeiro, basta ser alguém que esteja interessado na administração dos bens do ausente]
Para exercer a função de curador provisório: artigo 92º/1 CC – cônjuge do ausente, herdeiros ou os interessados na
conservação dos bens, cabendo ao tribunal nomear o curador provisório [artigo 89º/1 CC, “in fine”].
Prazo: Não há prazo para requerer a curadoria provisória, bastando estarem verificados os pressupostos da ausência e o
tribunal nomear curador provisório [artigo 89º/1 CC].
Regime:
Artigo 94º/1 CC: A curadoria segue o regime do mandato geral, remetendo assim para os artigos 1157º CC e ss. [fazer esta
remissão no vosso CC]
Artigo 1157º CC: Mandato = contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais atos jurídicos por conta da
outra.
Artigo 1159º/1 CC: O mandato só compreende os atos de administração ordinária.
CONCLUSÃO: Os curadores apenas podem praticar atos de administração ordinária, não podendo, regra geral, dispor nem
alienar os bens do ausente.
Artigo 94º/3 CC: Curador provisório apenas pode alienar ou onerar bens do ausente com autorização judicial.
Artigo 94º/4 CC: Restrição dos casos em que a autorização judicial é concedida ao curador, nos termos do número anterior: a)
evitar deterioriação ou ruína dos bens; b) solver dívidas do ausente; c) custear benfeitorias necessárias ou úteis [remissão para
o artigo 216º CC]; d) ocorrer a outra necessidade urgente.
Artigo 96º CC: Remuneração do curador de 10% da receita líquida que realizar.
Artigo 98º CC: Termo da curadoria provisória.
CURADORIA DEFINITIVA
Finalidade: O sentido deste regime é mais o da proteção do interesse dos futuros titulares dos bens, embora ainda não seja
realizada a partilha definitiva dos bens do ausente.
Legitimidade:
Para justificar a ausência: Ministério Público [artigo 99º CC, “in fine”] ou algum dos interessados consagrados no artigo 100º CC.
Para ser curador definitivo: Artigo 104º CC – herdeiros e demais interessados a quem tenham sido entregues os bens do ausente.
Prazo: O artigo 99º CC consagra dois prazos mínimos para requerer a curadoria definitiva, sendo estes prazos relativos à data das
últimas notícias do ausente:
i) 2 anos – se não tiver deixado representante legal nem procurador [se nada for dito no enunciado da frequência, é isto que presumem];
ii) 5 anos – se tiver deixado representante legal ou procurador bastante.
Regime:
Artigo 110º CC: Aplica-se o regime do artigo 94º CC
Artigo 101º CC: Abertura de testamento.
Artigo 102º CC: Entrega de bens aos legatários e outros interessados.
Artigo 103º CC: Entrega dos bens aos herdeiros.
Artigo 106º CC: Suspende-se a exigibilidade das obrigações que se extinguiriam pela morte do ausente.
Artigo 108º CC: Cônjuge não separado de pessoas e bens pode requerer inventário e partilha e exigir os alimentos [ver artigo 2003º/1 CC] a que tiver
direito.
Artigo 111º CC: Os ascendentes, descendentes e cônjuge nomeados curadores definitivos têm direito à totalidade dos frutos percebidos [nº 1]; o
curador definitivo que, não os anteriores, tem de reservar para o ausente 1/3 da receita líquida que realizarem [nº 2].
Artigo 112º CC: Termo da curadoria definitiva. Artigo 113º CC: Se o ausente regressar ou se houver notícias da sua existência e do lugar onde reside,
os seus bens ser-lhe-ão entregues após este os requerer [nº1].
MORTE PRESUMIDA
Finalidade: Há uma descrença da sobrevivência do ausente e, portanto, a lei presume a sua morte e os seus bens serão
entregues aos sucessores e àqueles que a eles teriam direito por morte do ausente.
Legitimidade:
O artigo 114º/1 CC, “in fine”, remete para o artigo 100º CC relativamente aos interessados com legitimidade para requerer a
morte presumida.
Prazo: Existem três prazos mínimos para a declaração da morte presumida, todos eles dependentes da idade do ausente
e relativos à data das últimas notícias:
i) 10 anos – regime geral [artigo 114º/1 CC];
ii) 5 anos – se entretanto o ausente tiver completado 80 anos de idade [artigo 114º/1 CC];
iii) 5 anos após atingir a maioridade – se o ausente for menor [artigo 114º/2 CC]. [notem que este prazo é INDEPENDENTE da
idade do menor].
Regime:
Artigo 115º CC: A declaração da morte presumida produz os mesmos efeitos da morte com exceção da dissolução do
casamento, ou seja: termo da personalidade jurídica [artigo 68º/1 CC] e abertura da sucessão [artigo 2024º CC e ss.]
Artigo 116º CC: Cônjuge do ausente casado civilmente pode ser contrair novo casamento; se o ausente regressar, considera-se
o primeiro matrimónio dissolvido à data da declaração da morte presumida.
Artigo 117º CC: Entrega dos bens, remetendo para o artigo 101º CC, não havendo, porém, caução (contrariamente à curadoria
definitiva: artigo 107º CC)
Artigo 119º/1 CC: Se o ausente regressar, terá direito à devolução do seu património no estado em que se encontrar, bem como
o preço dos bens alienados e sub-rogados e, ainda, os bens adquiridos mediante o preço dos alienados.
Artigo 119º/2 CC: Sucessores de má fé [sentido subjetivo: conhecimento de um facto ou situação juridicamente relevante, neste
caso a sobrevivência do ausente à data da declaração da morte presumida: artigo 119º/3 CC] devem indemnizar o ausente
[artigo 562º CC e ss.] pelos prejuízos causados.
Situação de A
A casado com B no regime de Desaparecimento em circunstâncias que não permitem dúvidas da sua
separação de bens. Certo dia A e B, morte – 68.º n.º3
junto do filho C foram fazer um Sua personalidade cessa com a "suposta" morte.
passeio de barco. Devido a uma forte Os direitos pessoais cessam, e quanto aos patrimoniais é aberta a sua
sucessão nos termos do 2024.º.
tempestade sofreram um naufrágio. B
C é um dos herdeiros, mas diante da ausência de B, se habilita como
e C conseguiram se salvar. Mas A cabeça de casal e pode administrar os bens - 2079.º e 2080.º
desapareceu. *Justificação Judicial da morte nos termos do artigo 207.º
CRC
A tinha vários imóveis, alguns estavam
arrendados e outros estavam a ser Situação de B
sujeitos a obras de conservação. Caso de B é aplicável o instituo da ausência. Podendo C requerer nos
termos do 89.º a Curadoria Provisória, já que tudo indica que B está
apenas ausente, e por isso, há expetativa do seu regresso.
B ficou desgostoso com
Caso B não regresse no prazo de 2 anos, já que não deixou qualquer
desaparecimento de A, e acabou por procuração, poderá C requerer a Curadoria Definitiva nos termos do
viajar não dando mais notícias. 99.º ss.
Como curador definitivo têm direito à totalidade dos frutos percebidos
B tinha uma empresa no ramo têxtil. [111.º nº 1]; não precisa reservar para o ausente 1/3 da receita líquida
que realizarem [nº 2].
C, sozinho, e diante dos bens e
negócio dos pais, precisa intervir para
E após 10 anos do sumiço, requerer a morte presumida, e assim.
administrar os bens.
Causa Violação de uma norma imperativa (que protegem interesses Violação de normar que estão particularizadas.
públicos/difusos/gerais) e que não podem ser afastadas pela
vontade das partes. Tipicidade -» legislador indica quando determinado comportamento pode resultar em
anulação.
Atipicidade --» norma não precisa indicar que o ato será nulo
Efeitos Ineficácia total. O negócio produz efeitos até ser arguida a anulação.
Como se o ato nunca tivesse produzido efeitos. A anulação é retroativa.
Consequência 289.º n.º1 "Tanto a declaração de nulidade como a anulação do negócio têm efeito retroactivo, devendo ser restituído tudo o que tiver sido prestado ou, se
a restituição em espécie não for possível, o valor correspondente."
Legitimidade 286.º "A nulidade é invocável a todo o tempo por qualquer 287.º n.º 1 "1. Só têm legitimidade para arguir a anulabilidade as pessoas em cujo
interessado e pode ser declarada oficiosamente pelo tribunal." interesse a lei a estabelece, e só dentro do ano subsequente à cessação do vício que
Mesmo que as partes não requeiram. lhe serve de fundamento."
Legitimidade de quem é protegido, tem interesse.
Prazo NÃO HÁ PRAZO Tem prazo de caducidade
287.º n.º1 - "só dentro do ano subsequente à cessação do vício que lhe serve de
fundamento"
n.º2 - "Enquanto, porém, o negócio não estiver cumprido"
Sanação INSANÁVEL - nulo sempre nulo SANÁVEL
Pelo decurso do prazo ou pela confirmação.
288.º n.º 2 - "compete à pessoa a quem pertencer o direito de anulação"