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Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
P618e
ISBN 978-65-5663-374-9
ISBN Digital 978-65-5663-375-6
CDD 341.415
Impresso por:
Apresentação
Olá, caro acadêmico, eu sou a sua professora e autora nesta Disciplina de
Ética Geral e Jurídica e me chamo Vera Lúcia Hoffmann Pieritz, sou doutoranda
no curso de Administração e Gestão em Saúde Pública na Universidad
Columbia Del Paraguay – PY, tenho mestrado em Desenvolvimento Regional,
especialista em Direito Médico e Hospitalar, Educação a Distância: Gestão
e Tutoria; MBA Profissional em Gestão Administrativa e Marketing. Tenho
graduação em Direito e Serviço Social. Com experiência profissional em
coordenação de Cursos de Graduação da área Social e jurídica.
Bons estudos!
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 123
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA.............................................................................................. 125
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 219
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES
DO DIREITO........................................................................................................... 223
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 309
UNIDADE 1 —
A ÉTICA GERAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico da primeira unidade do seu livro de Ética
Geral e Jurídica, realizaremos um aprofundamento dos nossos conhecimentos
acerca das principais noções sobre a ética e a moral, perpassando por uma
reflexão a respeito da questão da Ética e da moral, desvelando o significado e o
desenvolvimento do Sujeito Ético-Moral e seus fundamentos e bases éticas.
Boas reflexões!
3
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
4
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Outro fator que merece uma reflexão, é que a ética, segundo Cunha (2011,
p. 140), é o “ramo do conhecimento cuja finalidade é estabelecer os melhores
critérios para o agir”. Demostrando, assim, que esses critérios, segundo Pieritz
(2020, p. 4), “são estabelecidos socialmente e que norteiam o convívio do ser
humano em sociedade”, já que podemos compreender que a ética é tida como
“normas e princípios que dizem respeito ao comportamento do indivíduo no
grupo social a que pertence” (GUIMARÃES, 2016, p. 377).
Solomon (2006, p. 12) coloca-nos que “estudar ética não é escolher entre o
bem e o mal, mas é se sentir confortável diante da complexidade moral”, porque
devemos compreender que estamos “buscando aprofundar o conhecimento
acerca do nosso agir perante a sociedade em que vivemos, pois se faz necessário
realizar um estudo das nossas atitudes éticas e morais, para assim podermos
refletir e entender essas questões balizares das nossas atitudes e comportamentos”
(PIERITZ, 2020, p. 5).
Assim, fica evidente que possuímos uma noção empírica do que é a ética
e a moral, que é historicamente constituído em sociedade, já que convivemos com
os outros nos grupos sociais a que fazemos parte, e esse comportamento faz parte
da própria cultura do povo.
5
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Entretanto, vale ressaltar que a consciência moral e ética dos homens que
vivem e convivem em sociedade, segundo Pieritz (2013, p. 4), “é determinada por
um consenso coletivo e social, ou seja, o conjunto da sociedade é que formula e
compõe as normas de conduta que o regem”. Proporcionando ao ser humano
“um regramento comportamental empírico, ditado pelos comportamentos éticos e
morais, como também pelos regramentos e normativas institucionais, balizados em
regras e normas legais do legislativo, executivo e judiciário” (PIERITZ, 2020, p. 5)
E
IMPORTANT
6
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
CAMPOS CARACTERÍSTICAS
Tais como:
• Liberdade;
PROBLEMAS GERAIS E • Consciência;
FUNDAMENTAIS • Bem e Mal;
• Valor;
• Lei e outros.
Na aplicação concreta, como os problemas da:
• Ética profissional;
PROBLEMAS • De ética política;
ESPECÍFICOS • De ética sexual;
• De ética matrimonial;
• De bioética; etc.
FONTE: Adaptado de Valls (2003, p. 8)
ATENCAO
Você saberia dizer o que é certo e errado, se estamos fazendo o bem ou o mal?
Reflita sobre essa questão e depois leve suas indagações para discutir em sala.
7
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
CARACTERÍSTICAS
QUESTÃO
ESPECÍFICAS COMUNS
8
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Esses preceitos éticos e morais fazem com que possamos tomar o melhor
caminho a ser seguido perante a sociedade a qual fazemos parte.
9
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Como exposto, todos nós, seres humanos, somos diferentes mesmo que
convivamos em um mesmo grupo social, pois, de acordo com Pieritz (2020, p. 9) é:
Importante compreendermos que, se fazemos parte de uma
comunidade, de um grupo social ou grupo familiar, ou seja, de uma
sociedade, devemos entender que todos nós somos diferentes e
possuímos valores e princípios éticos e morais diferenciados, sendo
que cada etnia possui seu próprio jeito de ser e conviver, instituindo
regras sociais, políticas, econômicas e jurídicas de convivência.
Nesse sentido, de acordo com Tavares (2013, p. 3), “a ética e a moral são os
condutores para a sustentabilidade de uma sociedade mais humana, mais justa,
mais igualitária. É o bem comum que subsidia as condições para as condutas
morais, para a manutenção de valores que coadunam com o interesse coletivo”.
10
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
NOTA
O que é cultura?
Vejamos!
CULTURA
FONTE: <https://definicao.net/wp-content/uploads/2019/05/diversidade-cultural-1.jpg>.
Acesso em: 9 fev. 2021.
DICAS
4 CONCEITO DE ÉTICA
Agora que você já compreendeu um pouco das questões da ética e da
moralidade no comportamento do ser humano, como também realizamos uma
reflexão a respeito do desenvolvimento do sujeito ético-moral e vimos que cada
grupo ou composição possui diferentes costumes, princípios, valores éticos e
morais e que foi constituído historicamente pelos componentes do seu provo,
resta compreender e estudar o significado da ética em si.
12
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
ÉTICA
De tal modo, pode-se expor que a ética denota o agir comportamental dos
seres humanos em sociedade, estudando e mediando as melhores formas que
normatizem e institucionalizem nosso comportamento social, político e econômico.
13
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Assim sendo, Tomelin e Tomelin (2002, p. 89) ainda nos colocam que “a
palavra ética provém do grego ethos e significa hábitos, costumes, e se refere à
morada de um povo ou sociedade. A palavra moral provém do latim morális e
significa costume, conduta”. Comprovando que:
A principal função da ética é sugerir qual o melhor comportamento
que cada pessoa ou grupo social tem ou venha a ter. Indicando o que
é certo ou errado, o que é bom ou mau, porém, este comportamento
sempre partirá do ponto de vista dos princípios morais de cada
sociedade, ou seja, seu grupo social. A ética auxilia no esclarecimento e
na explicação da realidade cotidiana de cada povo, procurando sempre
elaborar seus conceitos conforme o comportamento correspondente
de cada grupo social (PIERITZ, 2013, p. 7).
De tal modo, Pieritz (2020, p. 11, grifo nosso) expõe que “pode-se
compreender que a ética reflete os hábitos e costumes gerais de uma sociedade,
suas normativas e convenções, que fora institucionalizada pelo coletivo social,
e a moral é a forma que conduzimos nossos atos perante o outro, ou seja, é a
conduta em si”.
14
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Desse modo, pode-se dizer que ser ético é saber legislar sobre o
comportamento humano, buscando explicar e investigar a conduta em si, seus
prós e contras, definindo os caminhos que poderão ser seguidos. Ditando, assim,
o comportamento moral das pessoas.
Vale frisar aqui, que “o valor de ética está naquilo que ela explica – o fato
real daquilo que foi ou é [...], e não no fato de recomendar uma ação ou uma atitude
moral” (PIERITZ, 2013, p. 7, grifo nosso).
Nesse sentido:
Ética é a ciência da conduta humana, segundo o bem e o mal, com vistas
à felicidade. É a ciência que estuda a vida do ser humano, sob o ponto
de vista da qualidade da sua conduta. Disto precisamente trata a Ética,
da boa e da má conduta e da correlação entre boa conduta e felicidade,
na interioridade do ser humano. A Ética não é uma ciência teórica ou
especulativa, mas uma ciência prática, no sentido de que se preocupa com
a ação, com o ato humano. (ALONSO; LÓPEZ; CASTRUCCI, 2006, p. 3).
E ainda:
Estas transformações sociais ao longo da história da humanidade
advêm da própria existência humana, pelas suas relações sociais com
o outro, pois, a ética vem demostrando pelo seu estudo e regulação, que
determinadas ações e atitudes morais devam ser revistas e adaptadas
à nova realidade social, pois estamos em constantes transformações
humanas e sociais (PIERITZ, 2020, p. 12, grifo nosso).
Sobre essa questão, Pieritz (2013, p. 7) expõe que “outro fator que não
podemos esquecer é a questão de julgar o comportamento dos outros grupos
sociais, pois a realidade cotidiana desses foi formada por outro conjunto de
normas e princípios morais, diferente dos nossos. Mesmo que em alguns aspectos
esses princípios se pareçam com os nossos”.
16
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
E
IMPORTANT
“A ética filosófica quer refletir sobre a maneira de viver. A ética científica quer observar e
descrever a maneira de viver”.
17
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Segundo Pieritz (2020, p. 14), “a ética faz com que o ser humano reflita e
indague sobre seus atos, comportamentos e costumes, para assim poder agir no
seu meio social”. Pode-se observar na Figura 6 muitos atributos que proporcionam
uma compreensão de adjetivos e características que fundamentam a essência da
ética de forma geral.
E
IMPORTANT
Prezados acadêmicos:
“A ética não se restringe somente às normas e leis instituídas pelos poderes legislativo,
executivo e judiciário!
A ética vai além das normativas impostas, pois leva em consideração a construção histórica
do comportamento humano em sociedade, sua conduta, hábitos e costumes” (PIERITZ
(2020, p. 14).
18
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Vale refletir ainda sobre esta indagação de Valls (2003, p. 43, grifo nosso):
Vejamos!
Nesse sentido, Pieritz (2020, p. 15) expõe que “pode-se perceber que a
ética oportuniza uma reflexão do nosso jeito de viver e conviver historicamente
em sociedade, compreendendo os nossos costumes de hoje, de ontem e como
poderá se moldar amanhã”. E é esse comportamento que define a nossa conduta
ética perante o grupo social que vivemos.
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UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Vejamos!
MORAL
20
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
MORALIDADE
Então, perceberam que a moral designa o modo de ser dos seres humanos,
seu comportamento perante os outros e que esse comportamento está pautado
nos princípios e diretrizes da ética?
21
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
ÉTICA
X MORAL
22
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Assim, de acordo com Pieritz (2020, p. 29), ficou claro que “é a nossa
consciência das obrigações e deveres morais, ou seja, o caráter e o modo de ser dos
homens em sociedade que formam a ética”. Todavia, precisamos compreender
que, “a ética é a ciência que procura estudar e compreender as nuances relativas
aos princípios morais, que são constituídos historicamente” (PIERITZ, 2020, p.
29, grifo nosso).
Em contrapartida, a moral:
Retrata nossos costumes e hábitos cotidianos, pois seu caráter é social
e está pautado na história, cultura e natureza dos seres humanos, pois,
a moral está compreendida como um conjunto de normativas, regras,
leis, regulamentos e princípios, que são instituídos pelo coletivo social,
mas individualizada na consciência dos homens e mulheres que vivem
e convivem em sociedade (PIERITZ, 2020, p. 29, grifo nosso).
23
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Nessa discussão, Pieritz (2020, p. 30, grifo nosso) ainda expõe que:
Os seres humanos não nascem com os conhecimentos éticos e postura
moral, eles se tornam éticos no decorrer do seu desenvolvimento
intelectual ao longo de sua história, e colocam seus princípios morais
de acordo com o empoderamento de suas conotações e convívio sociais,
pois, é na socialização e interação com o outro em sociedade que
construímos a nossa postura ética individual e profissional.
24
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
E
IMPORTANT
Vejamos!
Vamos lá!
25
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
26
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
FONTE: http://www.jornalcorreiocacerense.com.br/ver_noticia.php?noticia=16405>.
Acesso em: 10 fev. 2021.
27
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Elas nos parecem situações comuns, mas que nos preocupam muito,
pois demostram uma concepção errônea do nosso comportamento ético-moral.
Contudo, como cidadãos civis, não podemos julgar esses comportamentos, pois
depende da decisão de que caminho desejamos seguir com relação aos preceitos
éticos socialmente constituídos.
DICAS
AUSÊNCIA CONTRÁRIO
• O OPOSTO.
• Estado ou condição da AUSENTE. • Que apresenta OPOSIÇÃO OU
• Não comparecimento, falta. DIFERENÇA ABSOLUTA.
• INEXISTÊNCIA, FALTA. • Desfavorável, desvantajosos.
• A falta de alguém que se esperava • Relativo à proposição que NEGA não só
ou que deveria estar presente. o que a firma a outra, mas também o que
afirmaria uma proposição menos extensa.
AUSENTE CONTRARIAR
• NÃO PRESENTE.
• Desagradar ou descontentar alguém.
• Pessoa que não está presente em
• DIZER, FAZER OU QUERER O
determinado lugar.
CONTRÁRIO.
• Aquele que não está no lugar em
• Argumentar em sentido contrário.
que se pratica o ato.
FONTE: Adaptado de Cunha (2011, p. 43-85) e Ferreira (2008, p.154-264)
28
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
29
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
30
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Então, o que é certo, errado, bom ou ruim para nós, pode não ser para
nosso semelhante!
Desse modo, seguem sínteses para que você possa fazer sua reflexão final
das concepções e diferenças da ética e moral.
Vamos relembrar!
31
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Esperamos que tenha gostado, pois foi muito bom ter você até aqui!
Agora lhe convido a realizar duas leituras complementares, que são muito
importantes para sedimentar seus conhecimentos em relação a base da ética e da moral.
Boas Leituras!
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TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
ÉTICA E MORAL
Sandro Denis
33
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
34
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era
necessário nos submetermos ao dever. Essa ideia é herdada da Idade Média na
qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o
bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizando
assim a ideia de dever. Kant afirma que se nos deixarmos levar por nossos impulsos,
apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natureza nos conduz
pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas como instrumentos
para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo.
35
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
O homem é visto, como sujeito histórico-social, e como tal, sua ação não
pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente um
dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa, e contribui
para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre os homens. Na
ética pragmática o homem é politicamente ético, – “todos os aspectos da condição
humana, têm alguma relação com a política” – há uma
co-responsabilidade em prol de uma finalidade social: a
igualdade e a justiça entre os homens.
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TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
FONTE: <Http://Circulocubico.Wordpress.Com/2008/04/04/Tica-E-Moral/>.
Acesso em: 10 jun. 2020.
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UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
ÉTICA E MORAL
Israel Alexandria
38
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
2 A MORAL ARISTOCRÁTICA
Mas, na maioria das vezes, esses modelos ideais são apenas descrições
sem referências a nomes de personagens históricos. A moral aristocrática
propõe que cada indivíduo seja dotado das virtudes adequadas (a palavra
virtude vem de virtu, que significa força) para imitar o modelo ou um ideal de
vida proposto. A felicidade plena é obtida quando o indivíduo realiza o ideal
proposto. Quanto mais virtuoso for o indivíduo, maior o seu grau de felicidade.
39
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
40
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
Nem a posse das riquezas nem a abundância das coisas nem a obtenção
de cargos ou o poder produzem a felicidade e a bem-aventurança; produzem-
na a ausência de dores, a moderação nos afetos e a disposição de espírito que se
mantenha nos limites impostos pela natureza.
3 A MORAL UTILITARISTA
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UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
42
TÓPICO 1 — NOÇÕES SOBRE ÉTICA E MORAL
4 A MORAL KANTIANA
43
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A moral designa o modo de ser dos seres humanos, seu comportamento perante
os outros. E que esse comportamento está pautado nos princípios e diretrizes
da ética.
• Com relação ao comportamento dos seres humanos que são contrárias a alguma
coisa, estamos falando das pessoas que são adversas, antagônicas, avessas,
desfavoráveis e opostas a alguma situação de sua vida cotidiana.
• Aquela postura que denota ausência ou que seja contrária, podemos verificar
que quem toma essa decisão é única e exclusivamente o ser humano, em seus
processos de tomada de decisão, junto ao coletivo social.
46
AUTOATIVIDADE
47
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) Somente a sentença III está correta.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
48
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico, desenvolveremos uma análise
referente aos valores, princípios, essência, consciência e conduta moral, no qual
aprofundaremos nosso conhecimento acerca dos valores e princípios morais,
como princípios norteadores da ética, na questão dos valores humanos e os
princípios éticos e morais.
Bons estudos!
49
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
VALOR
VALOR CULTURAL
É uma ideia comum sobre como alguma coisa é classificada em termos de
desejabilidade, mérito ou perfeições sociais relativas.
• Em todos os casos, o que torna a ideia
• Valores podem ser usados para
um valor é seu uso para categorizar
classificar virtualmente qualquer coisa,
coisas em relação a outras, e não
incluindo:
as comparar como sendo apenas
semelhantes ou diferentes.
50
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Diante desse cenário, Pieritz (2013, p. 39), reforça essa discussão, expondo
que é importante “compreender o significado de valor, pois, ao refletir sobre
ética, também falamos sobre os nossos valores e virtudes e, consequentemente,
no comportamento dos homens”. Possibilitando, assim, realizarmos uma reflexão
pertinente às questões ético-morais, pois vale salientar que estamos nos reportando,
aqui, diretamente à “vida moral dos homens, e essa moralidade social é permeada
de valores, esses também constituídos em sociedade” (PIERITZ, 2013, p. 39).
51
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
FONTE: A autora
Vejamos!
Segundo José Paulo Netto, a filósofa Agnes Heller cita que “valor é tudo
aquilo que contribui para explicar e para enriquecer o ser genérico do homem,
entendendo como ser genérico um conjunto de atributos que constituiriam a
essência humana” (PAULO NETTO, 1999 apud BONETTI et al., 2010, p. 22-23).
52
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
• Universal.
UNIVERSALIDADE • O todo.
• Fazer parte de um determinado grupo.
LIBERDADE • Livre-arbítrio
FONTE: Adaptado de Paulo Netto (1999 apud BONETTI et al., 2010, p. 23)
O que é um princípio?
PRINCÍPIOS
• PRECEITO, REGRA.
• Fonte ou finalidade de uma instituição, aquilo que corresponde á sua
natureza, essência ou espírito.
• Aquilo em que se encontra a BASE ou ORIENTAÇÃO para o agir.
• Os primeiros preceitos de uma arte ou ciência.
53
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
VALORES PRINCÍPIOS
EXEMPLOS EXEMPLOS
O princípio da IGUALDADE,
A HUMILDADE, BONDADE,
IMPARCIALIDADE,
RESPEITO e assim por diante.
MORALIDADE, LIBERDADE etc.
FONTE: Adaptado de Pieritz (2020, p. 38)
E
IMPORTANT
54
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
De tal modo, que no nosso dia a dia, de acordo com Pieritz (2013, p. 41),
“empregamos diversos tipos de valores, tais como: utilidade, estético, afetividade,
do bem e mal, religiosos, aspectos econômicos, sociais e políticos”.
55
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Com relação à questão de uma ação ser considerada intrínseca, Ferreira (2008,
p. 488) coloca-nos que a terminologia “intrínseco” denota que é o “que está dentro
duma coisa ou pessoa e lhe é próprio, íntimo. Inseparavelmente ligado a uma coisa ou
pessoa”. Assim, podemos expor que possuímos determinadas características morais
que são inerentes à própria condição humana, pois já estão concebidas naturalmente
pela própria evolução do comportamento humano em sociedade.
E
IMPORTANT
56
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
QUESTÃO DE
NECESSIDADE PARA
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
A REPRODUÇÃO DA
VIDA COTIDIANA
57
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
58
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Você sabe quais são essas responsabilidades que estamos falando aqui?
59
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
CONSCIÊNCIA
Consciência é:
• Tomar CIÊNCIA dos fatos ou de alguma coisa.
• Reconhecimento da realidade;
• Descoberta de algo;
• Capacidade de perceber as coisas.
• Atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua própria realidade.
• Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados.
• CONHECIMENTO.
• Percepção imediata dos acontecimentos e da própria atividade psíquica.
FONTE: Adaptado de Paulo Netto (1999 apud BONETTI et al., 2010, p. 23) e Ferreira (2008, p. 259)
EMPODERAMENTO
(Empowerment)
[...]
60
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Segundo Mattar (2003, p. 1, grifo nosso), “[...] A única coisa que parece
permear toda prática que utiliza a abordagem é a noção de que ninguém
empodera ninguém. As pessoas é que se empoderam”.
61
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
62
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
“A questão não é tão simples assim, pois não podemos dizer que a ética
só depende da razão e que a racionalidade é o seu fator constituinte” (PIERITZ,
2013, p. 21).
Denotando que essa racionalidade humana, segundo Pieritz (2020, p. 40, grifo
nosso), “advém da consciência e empoderamento dos valores e princípios ético-
morais adquiridos no decorrer da história da humanidade. E refletem diretamente
no senso e na consciência moral do ser humano”.
Entretanto, antes de tudo, precisamos compreender o significado das
ações ético-morais na vida dos seres humanos, indagando se o simples
fato de pensar e estabelecer normas de conduta da realidade cotidiana
pode ser compreendido como a realização de uma atividade prática em
sua vida, ou seria possível que a vida dos homens fosse estabelecida
apenas por sua racionalidade ou pela composição de regras, normas e
valores sociais? (PIERITZ, 2013, p. 21-22).
63
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Sendo assim, vale salientar que, nesse cenário, as pessoas vivem e convivem
coletivamente “num mundo real, palpável, pulsante e em constantes transformações,
na qual, constantemente estamos estabelecendo novas e diversas relações com a
própria natureza, e esse contato propicia sua própria transformação, modificando-a
de acordo com suas necessidades reais de sobrevivência” (PIERITZ, 2020, p. 40).
64
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
65
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Embora os conteúdos dos valores variem, podemos notar que estão se referindo
a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o bem.
Vejamos!
CONSCIÊNCIA COLETIVA
Dizer que alguma coisa é imoral diz muito mais do que aquilo que é
pessoalmente ofensivo ou abominável para a pessoa que assim se manifesta.
Não é uma "mente grupal", mas sim um arcabouço comum que indivíduos
experimentam como externo, limitador e significativo.
FONTE: Adaptado de Johnson (1997, p. 49)
67
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Já que diante dessas concepções, “os seis estágios também coexistem entre
si. A vida é contraditória. Cada pessoa possui vários níveis de motivos para agir
corretamente e diversos tipos de definição do que é correto” (AVELINE, 2019, p. 1).
68
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
69
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Vamos lá!
No primeiro nível, de acordo com Pieritz (2020, p. 46, grifo nosso), “as
pessoas ainda não compreendem o que é certo e errado, o que é fazer o bem e o
mal. Como também, não tiveram a internalização das normas e convenções sociais
instituídas legalmente e que não seguem um código de conduta”.
70
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Pieritz (2020, p. 46) salienta que são “as consequências das ações que
demostram o comportamento em si, a ação comportamental, ou seja, não é a ação
que predomina, e sim o medo das consequências que a ação poderá gerar. Gerando
obediência por medo de punição e castigo”.
NOTA
Obediência:
• “Ato ou efeito de obedecer.”
Obedecer:
• “Sujeitar-se à vontade ou à autoridade ou ao mando de outrem.”
• “Cumprir, executar.”
Pieritz (2020, p. 47) expõe que nesse primeiro nível, “os indivíduos ainda não
compreendem o que é certo e errado, o que é fazer o bem e o mal. Como também não
tiveram a internalização das normas e convenções sociais instituídas legalmente e que
não seguem um código de conduta”.
71
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Vale salientar que, segundo Pieritz (2020, p. 47, grifo do autor), “esse estágio
da evolução do intelecto e comportamento humano, foi denominado como a fase
da recompensa”, pois, de acordo com Alves (2017, p. 1), no Estágio 2, as ações estão
pautadas no “hedonismo instrumental ingênuo. O individualismo e a transação
passam a ser considerados.” “A ação correta é definida como ‘aquela que serve os
interesses de cada um’. O objetivo é obter uma recompensa. Ocorre aqui o ‘toma lá,
dá cá’. Vale a negociação caso a caso, a troca de favores, o apoio mútuo em ações de
curto prazo” (AVELINE, 2019, p. 1).
NOTA
Assim, conforme Pieritz (2020, p. 47, grifo do autor), “as ações humanas, no
seu convívio social, estão pautadas no prazer individual, desprovida de malícia, e
na transação ou negociação de barganha para conseguir o que deseja. Ações essas,
únicas e exclusivas para satisfação pessoal”.
Segundo Carvalho (2011, p. 1), esse segundo estágio denota que o ser
humano “age pelo próprio interesse (individualismo), [pois] a obediência consiste
em fazer só aquilo que lhe interessa e até na relação com os outros não é movido
por respeito ou por lealdade, mas pelo interesse de “uma mão lava a outra”, uma
troca de favores.
72
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Nesse sentido, Pieritz (2020, p. 48, grifo do autor) ressalva que, “o objetivo
desse comportamento é a reciprocidade restrita em obter uma recompensa”.
ATENCAO
Prezado acadêmico!
Segundo Aveline (2019, p. 1, grifo nosso), os dois estágios iniciais da moralidade humana são
chamados de “pré-convencionais”, porque neles não há um código de conduta. As ações
são vistas de modo mais ou menos isolados. Predomina o “casuísmo”.
NOTA
Recompensar:
• “Dar a (alguém) prêmio ou compensação por serviço, auxílio”.
• “Dar algo cujo valor ou importância são considerados uma boa retribuição a (esforços,
dedicação, sofrimento etc.)”.
73
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Desse modo, Pieritz (2020, p. 48, grifo do autor) expõe que “esse terceiro
estágio da consciência e raciocínio da evolução humana, foi denominado como a
fase da aprovação social”, pois, de acordo com Alves (2017, p. 1, grifo nosso), esse
é o estágio das “relações interpessoais. [Onde existe] o ideal de “bom garoto”, ou
seja, o que agrada aos outros é bom”.
Pieritz (2020, p. 49, grifo do autor) expõe que “procuramos nos orientar
pelos valores socialmente constituídos, buscando mantê-lo íntegros, conforme as
normativas, regras e legislações vigentes, mas sempre no intuito de agradar o grupo
social em que fazemos parte, e não pelo simples fato de seguir as normas”.
Pieritz (2020, p. 49) complementa expondo que “nossa atitude com relação
às ações humanas deva estar pautada nas normativas socialmente constituídas, e
que nos orientam se podemos ser considerados bons ou maus seres humanos, e
se assim agradamos e somos aprovados socialmente”.
Ressalva-se ainda que, para Pieritz (2020, p. 49, grifo do autor), “as ações que
agradam o coletivo são consideradas boas, e que o caráter humano é reconhecido
por esses atos compartilhados e positivados nas relações interpessoais”.
Segundo Pieritz (2020, p. 49, grifo do autor), “a palavra aqui é agradar o outro!”
74
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
NOTA
Agradar:
• “Ser agradável”.
• “Satisfazer o gosto, o critério, as exigências”.
• “Causar satisfação”.
• “Contentar, satisfazer”.
Ressalva-se que, de acordo com Pieritz (2020, p. 49, grifo nosso), no terceiro
nível, “os seres humanos procuram seguir as regras e as normas de condutas
socialmente constituídas pela sociedade em que vivem convivem. São leais às regras
e normas”.
Desse modo, Pieritz (2020, p. 49, grifo nosso), coloca-nos que “esse quarto
estágio da consciência e raciocínio da evolução humana, foi denominado como
a fase da manutenção da ordem social”, pois, de acordo com Aveline (2019, p.
1, grifo nosso), “o quarto estágio é o da Lei e da Ordem. Neste ponto, o respeito
ao líder, ao chefe, ao professor é algo central. O importante é cumprir o dever.
Cabe respeitar às normas e obedecer às autoridades – sem questioná-las”. Como
também é importante salientar que é a “autoridade [que] mantém a ordem social.
Atitude deontológica, cumprir os deveres” (ALVES, 2017, p. 1).
Salienta-se que Pieritz (2020, p. 50, grifo nosso) evidencia, aqui, que “o
nosso comportamento social é orientado pelas normas, leis, regras e ordem
social. Procurando MANTER os valores e princípios socialmente constituídos”.
75
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Já que, aqui, de acordo com Pieritz (2020, p. 50, grifo nosso), “o importante
sempre será o cumprimento da lei e da ordem, cumprindo nossos deveres
e obrigações para com a sociedade em que fazemos parte, além de respeitar os
processos decisórios de nossos gestores, pois, assim, proporcionaremos a promoção
do bem-estar social”.
ATENCAO
Prezado acadêmico! De acordo com Aveline (2019, p. 1, grifo nosso), “As etapas
três e quatro são chamadas de “convencionais”, porque nelas o indivíduo é sinceramente leal
às normas e às orientações coletivas”.
Segundo Pieritz (2020, p. 50, grifo nosso), “as palavras aqui são respeito e
cumprimento das leis e da liderança!”
NOTA
Respeito:
• “ato ou efeito de respeitar (-se), ou sentimento de quem respeita”.
76
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Respeitar:
• “Tratar com reverência ou acatamento. Honrar”.
• “Dar atenção ou importância a. Considerar”.
• “Não agir contrariamente a (decisão, orientação, regra). Acatar”.
• “Agir de modo que não fira, não prejudique ou não ofenda (alguém), ou não destrua (algo)”.
Pieritz (2020, p. 51, grifo nosso) destaca que “devemos compreender que
as pessoas já possuem plena internalização das normas e convenções sociais, e
que não se baseiam nos padrões dos outros, e sim baseiam-se nos seus princípios
individuais abstratos”.
77
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Você conseguiu notar, no discurso de Freud, que “as leis e normas podem
ser reformuladas e modificadas no decorrer da própria evolução humana,
por conta da transformação social? Que elas podem ter sido feitas de formas
equivocadas, não atingindo seu propósito? Que podem ter perdido sua validade,
por conta do tempo de promulgação?” (PIERITZ, 2020, p. 51).
Ficamos felizes que tenha compreendido essa questão! Visto que esse
assunto é de fundamental importância para você compreender esse estágio da
consciência ética-moral dos homens, como o sexto estágio também.
Assim, segundo Pieritz (2020, p. 51, grifo nosso), “este quinto estágio da
consciência e raciocínio da evolução humana, foi denominado como a fase da
proteção do bem-estar coletivo”, pois, na visão de Aveline (2019, p.1, grifo nosso),
esta é uma fase que demostra o “desenvolvimento ético, [onde] o indivíduo percebe
que as leis e os costumes estabelecidos podem ser injustos. [E], quando necessário,
ele busca uma mudança para melhor. Faz isso através de meios legítimos,
democráticos, moralmente aceitáveis, eticamente responsáveis”. “Demonstrando
que é possível realizar a mudança normativa, desde que devidamente justificada
e legal, pois quem está nessa fase, consegue enxergar além das normativas postas,
pois procura aprimorar o contrato social posto” (PIERITZ, 2020, p. 51).
Aqui, nesse quinto estágio, de acordo com Pieritz (2020, p. 52, grifo nosso),
os seres humanos “se orientam pela melhoria constante do contrato social e suas
normativas institucionalizadas, procurando o exercício do respeito aos direitos
civis, sociais e individuais, no intuito de protegê-las e verificarem sua eficácia, para
angariar a promoção do bem-estar do coletivo social”.
• “Será que podemos ir além do contrato social instituído, tendo uma visão
ampliada de sua eficácia e propor aprimoramento, quando necessário?
• Como podemos exercer nossa cidadania para proteger o bem-estar coletivo?”.
78
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
NTE
INTERESSA
Segundo Pieritz (2020, p. 52, grifo nosso), “as palavras aqui são proteção
do bem-estar coletivo e melhoria do contrato social”.
NOTA
Proteger:
• “Dispensar proteção a. Amparar, favorecer. Defender”.
• “Preservar do mal”.
• “Defender de riscos, perigos, ataques (físicos ou morais), intempéries etc.”.
79
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Desse modo, no terceiro nível, devemos partir do princípio de que “agora as crianças
ou adultos respeitam as normas, leis e convenções, mas ao mesmo tempo enxergam além
delas e procuram aprimorá-las” (AVELINE, 2019, p. 1, grifo nosso).
De tal modo, Pieritz (2020, p. 53) expõe que “esse sexto estágio da
consciência e raciocínio da evolução humana, foi denominado como a fase do
zelo dos princípios éticos universais”, pois, para Aveline (2019, p. 1), “na sexta
etapa de desenvolvimento moral, o indivíduo – ou o povo – vive os princípios
universais da consciência ética. Hoje, são pouco numerosos os seres humanos
firmemente estabelecidos nesse estágio. São os precursores. Preparam o futuro.
Abrem o caminho”.
Alves (2017, p. 1) coloca-nos que “os princípios de justiça e ética são parte da
consciência, sendo questões de escolhas individuais dentro de princípios axiológicos
universais, mesmo que contra as leis e regras socialmente estabelecidas”. Vale
lembrar que “a pessoa desenvolve um padrão moral baseado nos direitos humanos
universais. Quando confrontado com um conflito entre a lei e a consciência, a
pessoa seguirá a consciência, ainda que essa decisão envolva risco pessoal. E tem a
capacidade de ver-se no lugar do outro” (CARVALHO, 2011, p. 1).
80
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Assim, de acordo com Pieritz (2020, p. 53), “somos incitados a zelar por
essa consciência dos princípios éticos e de justiça universais que refletem as nossas
condutas na sociedade em que estamos inseridos”.
Lembre-se de que, de acordo com Pieritz (2020, p. 54), “Estamos aqui para
melhorar o mundo em que vivemos, mas precisamos compreender e zelar os
nossos valores e princípios ético-morais que foram historicamente concebidos pelo
coletivo social”.
NOTA
Prezado acadêmico, para Kohlberg (1981), “nem todos progrediam por esses
estágios. Somente uns poucos (citou Gandhi, Thoureau e Martin Luther King) chegam ao
estágio 6, mas todos tem potencial podem alcançar esses estágios, que progridem conforme
a idade” (ALVES, 2017, p. 1). De acordo com Carvalho (2011, p. 1):
Segundo Pieritz (2020, p. 54, grifo nosso), “as palavras aqui são zelo dos valores
e princípios ético-morais e universais, pois a ética é para o coletivo, para todos”.
NOTA
Universal:
• “Comum a todos os homens, ou a um grupo dado”.
• “Que advém de todos. Geral”.
81
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
6 A CONDUTA MORAL
Prezado acadêmico! Adentraremos agora numa última reflexão, que
também é necessária para compreendermos a questão da ética e da moral, que é o
próprio comportamento moral das pessoas em si, ou seja, a nossa conduta moral.
Nesse sentido, Pieritz (2020, p. 54) expõe que “no que tange a nossa conduta
moral, em relação ao fazer o bem ou o mal, em fazer o certo ou o errado, pode-se
dizer que chegamos agora num dilema, pois, no nosso próprio comportamento
ético-moral, é a nossa consciência, das coisas e dos fatos, que irá determinar o
caminho a seguir”.
[Pois], sempre que uma decisão ou uma escolha deve ser feita em
relação ao comportamento, a decisão moral será aquela que trabalha
para a criação de confiança e integridade nos relacionamentos. Deve
aumentar a capacidade dos indivíduos para cooperar, e aumentar a
sensação de autorrespeito no indivíduo. Atos que criam desconfiança,
suspeita e mal-entendidos, que constroem barreiras e destroem a
integridade, são imorais. Eles diminuem o senso de autorrespeito
do indivíduo e, ao invés de produzir uma capacidade de trabalhar
juntos, separam as pessoas e rompem a capacidade de comunicação
(KIRKENDALL, 1961, p. 6).
83
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Tatiane Souza
Todos nós somos providos por crenças e valores pessoais que nos
estimulam ou que nos prendem em determinados momentos. Esses valores e
crenças foram sendo adquiridos ao longo de nossa história desde o momento de
nosso nascimento, sendo influenciado por nossos amigos, parentes e familiares
mais próximos. Esse conjunto se torna praticamente nosso jeito de ser e agir.
Nossos valores são tudo que acreditamos como certo, independente da ética
que faz parte de um conjunto de valores estipulados pela sociedade.
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos
e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os
valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos, pois bem, dentro
de nossos valores (que seria uma ética particular nossa) existem crenças que
nos fortalecem nas tomadas ou não de decisões. Nossas crenças nos movem no
sentido do que acreditamos. Mesmo que a decisão tomada não seja a melhor,
tomamos a mesma em cima do que acreditamos, e não conforme a grande
maioria das pessoas nos estimulam a acreditar.
84
TÓPICO 2 — DOS VALORES, PRINCÍPIOS, ESSÊNCIA, CONSCIÊNCIA E CONDUTA MORAL
Olá, acadêmico, ufa!!! Este tópico foi bastante extenso e incitou muitas
reflexões sobre os valores, princípios, essência, consciência e conduta moral da
vida cotidiana das pessoas.
85
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Um princípio denota uma orientação, uma regra que nos orienta, ou seja, são
as bases normativas que norteiam nosso comportamento.
86
• Existe uma essência comportamental na ação cotidiana dos seres humanos, e
que está intrínseca à própria ação em si, permitindo que o ser humano se sinta
pertencente ao grupo social, político ou econômico do qual faz parte.
87
AUTOATIVIDADE
88
a) ( ) São os parâmetros, preceitos, normas, leis e marcos de referência para
uso pessoal e de referência para o comportamento humano e que serve
para julgar as pessoas.
b) ( ) São os parâmetros, preceitos, normas, leis e marcos de referência para
a formação da consciência coletiva, da moral e da justiça.
c) ( ) São os princípios legais de referência para o comportamento humano.
d) ( ) São os parâmetros, preceitos, normas, leis e marcos de referência
universais, que definem as regras de conduta social e consente a
medição das consequências do comportamento humano.
89
90
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, aqui, desenvolveremos uma reflexão relativa ao
comportamento ético-moral nas relações humanas e sociais, proporcionando sua
ampliação da percepção no que tange à questão da ética na atualidade, procurando
refletir sobre algumas questões polêmicas sobre a ética na contemporaneidade,
como também faremos algumas reflexões sobre a ética e a liberdade.
Outra questão salutar a ser estudada aqui será um debate com relação ao
ser humano e sociedade, para compreender as nuances relativas à compreensão
do que é o “ser humano” e a “sociedade” em si, para possibilitar um entendimento
do homem e suas relações humanas e sociais na sociedade em que vive e convive
com os outros.
91
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Ótimos estudos!
92
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Pieritz (2020, p. 70) expõe que “sob este bem comum, na visão de Valls (2003),
estamos saindo das concepções universais, do todo, para um comportamento
individualizado, privado, centralizando nossas ações aos fatos particulares de
nossa vida em sociedade e não somente no contexto ético-moral universal”.
93
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
DICAS
• Atividade: Pegue um bloco de anotações, nele, coloque pelo menos cinco dilemas
éticos e morais que você possa detectar no seu bairro, município e estado.
Esta atividade é para você poder refletir sobre eles com seus colegas no próximo encontro!
Pieritz (2020, p. 71) expõe que “essas situações de conflito, em que temos
que escolher, é realmente um grande dilema ético-moral para a humanidade,
pois sempre teremos vários caminhos a percorrer, mas, sempre devemos fazer
três indagações antes de agirmos”, como:
• Eu quero fazer ou não?
• Eu devo fazer ou não?
• Eu posso fazer ou não?
Ressalva-se, ainda, que esses dilemas cotidianos que vivemos, com relação
às escolhas ético-morais que fazemos, perpassam três questões fundamentais,
que estão delimitados nos dilemas dos valores, destinatários e meios, os quais
descreveremos suas principais características no Quadro 28. Vejamos!
Dilema dos
Dilema dos VALORES Dilema dos MEIOS
DESTINATÁRIOS
Em que aqui se
apresentam os conflitos
dos valores éticos- Aqui, o fator gerador da
morais, ou seja, as escolha da alternativa
ESCOLHAS dos valores São aqueles dilemas contraditória está,
éticos, de ser ético ou e situações difíceis única e exclusivamente,
antiético. correlacionadas com as na MANEIRA de se
Este é o dilema da PESSOAS que irão se alcançar o resultado
escolha de seguir beneficiar com a ação da desejado, ou seja, o
ser leal, de honrar o tomada de decisão, ou MEIO, MECANISMOS,
compromisso, de ser não. e INSTRUMENTOS
solidário, tolerante utilizados para realizar a
ou não. Ser justo ou atividade e atingir seu fim.
injusto. Ser honesto ou
desonesto.
95
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
De tal modo, Pieritz (2020, p. 73) conclui expondo que “os sensos do dever
e da importância da decisão a ser tomada são muito importantes nessa discussão
dos dilemas ético-morais que vivenciamos o tempo todo, para podermos mediar
o nosso comportamento nas nossas relações humanas e sociais”.
96
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Fonte https://www.cubatel.com/blog/actualidad/cuando-llegara-el-nuevo-codigo-de-familia-
-a-cuba/
FONTE: Adaptado de Valls (2003, p. 71)
97
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
DICAS
Assim, Pieritz (2020, p. 74) expõe que se pode “perceber que os valores
e princípios éticos e morais vão sendo renovados e reconfigurados conforme a
própria evolução humana na terra, pois, a humanidade vem se transformando ao
longo da sua história”.
98
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
DICAS
Assim, podemos verificar que o Estado denota “ser muito mais complexo,
pois os ideais políticos são um tanto mais complicados de se compreender”
(PIERITZ, 2013, p. 51). Especialmente, quando verificamos a questão liberdade!
99
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Valls (2003, p. 75) complementa expondo que “os Estados que existem de
fato são a instância do interesse comum universal, acima das classes e dos interesses
egoístas privados e de pequenos grupos [...]. Em outras palavras, o Estado real
resolve o problema das classes, ou serve a um dos lados, na luta de classes?”.
A ÁGUIA E A GALINHA
Sentiu muita pena da jovem águia. Por misericórdia, quase quis sacrificá-
la. Até encontrava razões para isso, visto que matam muitos animais pequenos,
especialmente macacos, preguiças, lebres e patos. Sabia que, na Austrália, as
águias são mortas às centenas por serem prejudiciais aos cangurus e outros
animais pequenos.
100
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Certo dia, um casal de águias passou por ali. Deu voos rasantes. Ao
perceber as águias no céu, a águia-galinha espalmava as asas e sacudia a cauda.
Seu coração de águia voltava a pulsar aos poucos.
— Águia, nunca deixará de ser águia, estenda suas asas e voe. Vendo
as galinhas, a águia deixou-se cair pesadamente. Fizeram nova tentativa, no
terraço de sua casa, mas não funcionou.
FONTE: BOFF, L. A águia e a galinha. In: TOMELIN, J. F.; TOMELIN, K. N. Do mito para a razão:
uma dialética do saber. 2. ed. Blumenau: Nova Letra, 2002. p.129-130.
101
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
“Faça como a águia, abra suas asas e voe para o alto! Tenha seu livre-
arbítrio em suas escolhas! Compreendendo seus princípios ético-morais, para ter
um comportamento socialmente condizente com os preceitos pré-estabelecidos”
(PIERITZ, 2020, p. 78).
Vejamos!
O QUE É A LIBERDADE?
Luísa Guimarães
102
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Este é um assunto que deve ser discutido por todos nós para que
possamos ter um contato mais cuidado e atento com as diferentes realidades
que dão vida ao nosso mundo e para que possamos entender o outro e agir da
melhor forma.
FONTE: <https://osraciociniosdeninguem.blogspot.com/2019/04/o-que-e-liberdade_22.html>.
Acesso em 25 jun. 2020.
A LIBERDADE é:
• A capacidade de determinar.
• A posse das próprias faculdades.
• Poder agir segundo próprio discernimento.
• É o direito de fazer tudo quanto as leis permitem.
• A obediência à lei que nós mesmos nos prescrevemos.
• A faculdade de só obedecer às leis externas as quais, pude dar o meu
assentimento.
• A segurança tranquila no exercício do direito.
FONTE: Adaptado de Cunha (2011, p. 185)
103
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
A ÉTICA é:
• A moral individual ou subjetiva, por oposição à moral social.
• A filosofia da moral.
• É a ciência cujo objeto é a moral.
• O ramo do conhecimento cuja finalidade é estabelecer os melhores critérios
para o agir.
FONTE: Adaptado de Cunha (2011, p.140)
LIBERDADE E ÉTICA
104
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
105
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
FONTE: ARDUINI, J. Antropologia: ousar para reinventar a humanidade. São Paulo: Paulus, 2002.
106
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Pieritz (2020, p. 82) ressalta que “toda escolha que fazemos determinará a
nossa própria existência junto ao grupo social que fazemos parte”.
Por fim, de acordo com Pieritz (2013, p. 55), “a moral, por meio das normas
de conduta, determina como devemos agir perante a sociedade em que vivemos.
E se devemos agir desse modo, conforme as diretrizes morais e éticas, é porque
existe a possibilidade de as pessoas fazerem o contrário, ou seja, não agirem
conforme as normas de conduta preestabelecidas pela sociedade”.
Temos a liberdade de escolha, pois muitas vezes nos indagamos se
realmente devemos obedecer ou não a essas regras, pois cabe a cada
um de nós decidir o que é certo ou errado, o que é fazer o bem ou o
mal. É claro, essa decisão deve ser tomada à luz de nossos valores e
princípios éticos, que foram e são constituídos pela sociedade como um
todo (PIERITZ, 2013, p. 55).
Vamos lá?!
107
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
LEITURA COMPLEMENTAR
O SER HUMANO
Sabemos que somos diferentes das outras espécies de animais, tais como
os gatos, cachorros, pássaros, cavalos, bois, tigres, elefantes, leões, rinocerontes,
crocodilos, macacos, peixes, e muitos outros, pois, possuímos certas particularidades
e complexidades que nos definem como homens e seres racionais, mas, então qual
é o fator que nos classifica como diferentes? Vejamos:
Podemos ver que, de acordo com Batista (2008, p.1), “o homem, sem
dúvida alguma, é um ser eminentemente social, isto é, tem inerente em si a
perpétua tendência a se agrupar, de unir-se aos seus semelhantes, não só para
lograr atender aos fins que busca e deseja, mas também para satisfazer suas
necessidades materiais e de cultura”, ou seja, podemos considerar que uma das
primeiras características do ser humano é a SOCIABILIDADE, pois o homem
vem se constituindo com tal pelo convívio com o outro. E por intermédio do
convívio social que o homem começa a constituir seus princípios e valores éticos
e morais, que norteiam todos os seus atos em sociedade. E esta convivência
social do ser humano permeia por todas as fases da vida do homem, desde seu
nascimento até sua morte. Assim, Batista (2008, p.01) complementa expondo que
108
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Aquele mundo que o ser humano vive e convive com o outro, em seu
grupo socialmente constituído, mas também devemos compreender que nesse
mundo do homem em sociedade existem as suas particularidades subjetivas, ou
seja, a constituição íntima e pessoal do homem, que é formada por princípios e
valores socialmente constituídos.
Assim, podemos expor que o homem é um ser complexo, pois além de sua
natureza necessita se relacionar com os outros seres humanos, interagindo com
todos os elementos culturais do seu grupo social.
A SOCIEDADE
109
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Pois bem, a teoria das relações humanas trabalha as questões dos ASPECTOS
EMOCIONAIS do homem em suas relações de trabalho. No qual, determina que
se o ser humano conseguir se sentir pertencente em um determinado local ele
conseguirá melhores resultados em seus relacionamentos humanos e sociais, ou
seja, o homem necessita fazer parte de um determinado grupo, para assim se sentir
útil e realizar seus objetivos, mas, só este fator não é suficiente, ele precisa também
relacionar-se informalmente com as outras pessoas do seu entorno, desenvolvendo
laços de interação social sem as formalidades normais dos ambientes que está
inserido, como os laços de amizade, de grupo, de equipe etc...
Outro fator exposto por esta teoria é que o ser humano necessitar
desenvolver relações de cooperação, ou seja, participar e criar ações colaborativas
e participativas, além de desenvolver um bom processo de comunicação com os
outros. Em outros termos, o homem é um ser social complexo e esses elementos
devem ser constantes na vida do homem, principalmente em suas ações e atitudes
perante o grupo social a que pertence, para que assim possa desenvolver sua
integração social e possibilitar boas relações humanas e sociais. O mesmo está
representado no quadro a seguir.
110
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
FONTE: a autora
Aristóteles, 384-322 a.C (apud REIS, 2009, p. 1) nos coloca que “o homem é
reconhecido como um animal social: pois qualquer um que não consegue lidar com
a vida comum ou é totalmente autossuficiente que não necessita e não toma parte da
sociedade, é um bicho ou um deus”. Assim, verificamos que não conseguimos viver
sem estar em contato com o outro, seja direta ou indiretamente. Temos a necessidade de
nos conectar com as outras pessoas, pois “o homem como ser social está envolvido de
alguma forma evidente de relacionamento com outros: dando suporte, demandando,
ditatorial, justa, explorativa ou altruísta. Tais características poderiam aumentar ou
diminuir o bem-estar social subjetivo das pessoas” (REIS, 2009, p. 1). assim, podemos
colocar que o homem só se constitui como homem, quando ele desenvolve contatos
e relacionamentos com os outros homens em uma determinada sociedade ou um
determinado grupo social. E “o homem só se realiza como pessoa na relação com os
outros, relação essa que tem vários níveis e assume múltiplas formas: Universalidade;
Sociabilidade e intimidade” (MUSSAK, 2009, p. 1).
111
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Vejamos:
Segundo Dias (2000, p. 72), “ao nascer, a criança possui apenas potencialidades
de tornar-se humana. Ao interagir com outros, passa por várias experiências, e vai
sendo socializada. A esse processo, através do qual o ser humano vai aprendendo
o modo de vida de sua sociedade, desenvolve a capacidade de “funcionar” como
indivíduo e como membro do grupo, é que denominamos socialização”.
112
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
UNI
Vejamos:
OS SENTIMENTOS HUMANOS
Falar de sentimentos e emoções parece bem fácil, mas caro aluno não é.
Este tema possui certa complexidade de entendimento, portanto vamos por parte.
Vejamos:
113
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Podemos dizer então que o sentimento nada mais é do que informações do nosso
estado psicológico, ou seja, conforme nos sentimos estamos transmitimos determinado
sentimento ou tomamos determinada ação e atitude perante o grupo social.
Vejamos:
Primeiramente devemos colocar que conviver com os outros não é só estar com
os outros, e sim conviver é estar se relacionando diariamente com a outra pessoa, além
de possuir vínculos, intimidade, afinidades e familiaridade com este outro, ou seja, fazer
parte ativa da história do outro. Fazer com que o outro também se sinta parte da sua
vida e mostrar que ele é importante para a sua vida, pois, podemos dizer que o ato de
conviver é mais forte do que apenas viver. Sendo que não conseguimos viver isolados,
necessitamos estar em constante contato com os demais seres humanos. Necessitamos
nos relacionar, interagir com o outro para assim nos tornarmos humanos.
114
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Devemos compreender ainda que “as pessoas que tem mais habilidade
em compreender os outros e tem traquejo interpessoal são mais eficazes no
relacionamento humano” (MINICUCCI, 2011, p. 31). e isso nos mostra que
devemos tentar compreender melhor as pessoas que estão se relacionando
conosco, para assim poder desenvolver um bom relacionamento com eles, mas,
devemos compreender o outro com os princípios e valores deste outro e nunca
tentar compreendê-los com os nossos valores, pois cada um de nós constitui
uma gama de valores e princípios um pouco diferentes, pois cada um de nós
possuímos subjetividades e visão de mundo diferente.
115
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
Quando vamos lidar com as outras pessoas devemos ter tato, ou uma certa
sensibilidade em tentar compreender a outra pessoa como ela realmente é, pois:
Assim,podemosobservarquedevemoscompreendercomoaspessoasrealmente
são e como elas se comportam, e ao mesmo tempo devemos ter “jogo de cintura”
com relação ao nosso comportamento perante ao grupo social a que pertencemos,
pois necessitamos ter flexibilidade de ação em nosso comportamento, relativizando
constantemente com o comportamento coletivo, para assim desenvolvermos uma
interação social sólida e saudável, pois ao desenvolvermos a habilidade da empatia
nós poderemos melhor compreender o outros, pois, “ela nos ajuda compreender as
razões (por mais estranhas que pareçam) que levam alguém a fazer coisas que você
jamais faria, como, por exemplo: passar horas praticando determinado esporte, que
você detesta; valorizar o status, enquanto você não se importa com isso; gastar o que
não tem, ou, então, economizar sem precisar” (FERRAZ, 2010, p. 119).
E esses conflitos são advindos dos princípios éticos e morais que constituímos
ao longo de nossas vidas, pois, no que tange aos problemas éticos e morais do
comportamento humano, observamos que a ética não é facilmente explicável, ao
sermos indagados, mas todos nós sabemos o que é, pois está diretamente relacionada
aos nossos costumes e às ações em sociedade, ou seja, ao nosso comportamento, ao
nosso modo de vida e de convivência com os outros integrantes da sociedade.
Tudo isso nos leva às questões dos princípios morais e éticos, que segundo
Tomelin e Tomelin (2002, p. 89), “a palavra ética provém do grego ethos e significa
hábitos, costumes e se refere à morada de um povo ou sociedade. A palavra moral
provém do latim morális e significa costume, conduta”.
117
UNIDADE 1 — A ÉTICA GERAL
118
TÓPICO 3 — A ÉTICA E AS RELAÇÕES HUMANAS NA ATUALIDADE
Minicucci (2011, p. 37) expõe que “num processo de grupo, durante seu
desenvolvimento, você poderá notar comportamentos tais como:
QUADRO 21
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A nossa sociedade está permeada por dilemas ético-morais, nas mais diversas
esferas, e que eles são frutos do livre-arbítrio das escolhas humanas.
CHAMADA
121
AUTOATIVIDADE
122
REFERÊNCIAS
ALEXANDRIA, I. Ética e moral: uma reflexão sobre a ética e os padrões
de moralidade ocidental. 2001. Disponível em: http://www.gbic.com.br/
ibes2k9si/1%BA%20Semestre/etica/audio/3%20-%20%C9tica%20e%20moral%20
-%20Uma%20reflex%E3o%20sobre.txt . Acesso em: 26 fev. 2021.
BONETTI, D. A. et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 11. ed.
São Paulo: Cortez, 2010.
CUNHA, S. S. Dicionário compacto de direito. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
DENIS, S. Ética e moral. Círculo Cúbico, abr. 2008. Disponível em: http://
Circulocubico.Wordpress.Com/2008/04/04/Tica-E-Moral/. Acesso em: 10 jun. 2020.
123
FREUD, S. The Question of Lay Analysis. In: FREUD, A. (Org.). The Essentials
of Psycho-Analysis. London: Vintage Books, 2005, p. 597.
GUIMARÃES, D. T. Dicionário técnico jurídico. 19. ed. São Paulo: Rideel, 2016.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. 6. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1987.
MUSSAK, E. Homem como ser social. 2009. In: PIERITZ, Vera Lúcia Hoffmann.
Relações Humanas e Sociais. Indaial: Uniasselvi, 2012.
REIS, A. L. T. O homem como um ser social. 2009. In: PIERITZ, Vera Lúcia
Hoffmann. Relações Humanas e Sociais. Indaial: Uniasselvi, 2012.
124
UNIDADE 2 —
A ÉTICA JURÍDICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
125
126
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, agora que você já se empoderou dos conhecimentos
acerca da “ética geral”, em que realizamos, na unidade anterior, uma reflexão sobre
as noções da ética e da moral, suas características e diferenças, o desenvolvimento
do sujeito ético-moral e suas bases éticas-morais, a consciência e a conduta moral, os
valores e princípios morais, a essência intrínseca da moral e os valores e princípios
morais como princípios norteadores da ética, como também debatemos a respeito
da ética e as relações humanas na atualidade, elucidando sobre as questões éticas
atuais, a ética e a liberdade humana e, por fim, estudamos o espaço da ética na
relação indivíduo e sociedade e suas relações humanas.
127
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Vejamos!
DIREITO
128
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
OBJETIVAMENTE SUBJETIVAMENTE
129
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Nesse sentido, pode-se observar que existe uma intimidade entre o direito e
as concepções ético-morais, pois, para Silva e Gonçalves (2015 apud SILVEIRA, 2018,
p. 15, grifo nosso), essa intimidade acontece “pelo fato que juntas disciplinam a
relação entre os homens através de normas, impondo uma conduta obrigatória”,
ou seja, tanto a ética como o direito desenvolvem normativas, códigos, preceitos e
leis que disciplinam o comportamento humano.
Assim, Silveira (2018, p. 15, grifo nosso) complementa expondo que no “ato
moral, ele parte de uma atitude com discernimento e o ato jurídico é praticado
inconscientemente e não irá perder esse atributo.” Então, a diferença está na
atitude consciente ou inconsciente do ato em si.
Lembre-se!
130
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
NOTA
131
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
JUSTIÇA
Conformidade com o direito, o Poder de julgar, de aplicar os
preceito legal. dispositivos legais.
Johnson (1997, p. 133) ainda expõe que, “no sentido mais simples, justiça é
um conceito que se refere à equidade e ao processo de pessoas conseguirem aquilo
que merecem”, pois nem sempre os efeitos das leis e normas são igualitários e
justos para todos os homens. Sob esse prisma, vale destacar que:
Os princípios de justiça são de justificação pública; [...] compartilháveis por
todos os cidadãos. Contudo, o cidadão se vê protegido em sua identidade
ética enquanto seus valores não conflitarem com os princípios do justo.
As pessoas precisam ser protegidas em seus valores éticos através das
leis jurídicas e das leis morais.
As liberdades de consciência religiosa e de expressão são bons exemplos
disso. É por isso que procuramos proteção na comunidade jurídica e na
comunidade internacional.
A diferença é que as leis jurídicas valem para determinada comunidade
política e as leis morais para a comunidade internacional, portanto,
até mesmo para os apátridas. Se estes não se veem protegidos por uma
comunidade ética nem por uma comunidade jurídica deverão sê-lo pela
comunidade dos seres humanos (WEBER, 2015, p. 303, grifo nosso).
132
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
Assim, pode-se expor que ser justo é ter um comportamento pautado nas
regras legais, mas sempre levando em conta as diferenças, a imparcialidade e a
integralidade, pois, de acordo com Perelman (2005, p. 19), os “seres de uma mesma
categoria essencial devem ser tratados da mesma forma”, ou seja, deve haver equidade
no tratamento das regras e leis institucionalizadas, pois devemos compreender que
os “casos semelhantes devem ter tratamento semelhante” (WEBER, 2015, p. 294).
133
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
NOTA
SENTIDOS DA JUSTIÇA
• A justiça consiste em tratar a todos de acordo com a lei,
Em sentido jurídico em garantir os direitos civis e seguir de forma coerente
e imparcial as normas prescritas.
135
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
O que é IGUAL?
136
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
Vejamos!
EQUIDADE
É o critério básico de justiça, que
através das diferenças busca a É a igualdade, retidão, equanimidade.
igualdade.
NOTA
• “O CPC informa que o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
• Hipóteses em que há expressa autorização da aplicação da equidade são encontradas
na CLT, de forma subsidiária, e na lei que regula os procedimentos perante os Juizados
Especiais, nesse último caso, como fonte direta do Direito.
• O CTN admite o emprego da equidade pelas autoridades administrativas, de forma
supletiva, e desde que não ocorra, por força de sua aplicação, a dispensa de tributo devido.
• Nas decisões proferidas em procedimento arbitral, um dos requisitos exigidos para a
sentença é trazer os fundamentos da decisão, mencionando-se se foi dada por equidade”.
138
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
139
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
• democracia;
• dignidade da pessoa humana;
• segurança;
• bem-estar.
A ética no direito civil já vem estampada nos seus três princípios gerais que
são a Eticidade, a Socialidade e a Operabilidade, mas principalmente na eticidade,
pois ela exprime no seu âmago a importância dos princípios e valores éticos e
morais, ou seja, a boa-fé, igualdade e a justiça, para que assim possa proporcionar
à população brasileira melhores condições de vida em seu relacionamento social,
político e econômico.
140
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
NOTA
"Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do
lugar de sua celebração".
"Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois
que não era credor".
"Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé" (BRASIL, 2002).
141
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Silveira (2018, p. 17) complementa expondo que “toda pena pode ferir
ou, no mínimo, restringir direitos individuais e só se justifica a sua previsão para
atender à reclamos de bem-estar da comunidade”. Assim, pode-se expor que os
preceitos legais do Código Penal brasileiro possuem por base os princípios da
ética e do comportamento moral, mas as normativas penais em si não regulam ou
protegem a ética e a moral.
142
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
INTRODUÇÃO
143
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Durkeim conceitua Ética da seguinte forma: "Tudo que é relativo aos bons
costumes ou às normas de comportamento admitidas e observadas, em certa
época, numa dada sociedade" (Durkeim apud Oliveira, 2006).
144
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
De acordo com Marilena Chauí (1998), o que foi apresentado por Cenci
(2002) corresponde ao principal pilar da diferenciação entre Moral e Ética, pois
para ela toda moral é normativa enquanto designada a ditar aos sujeitos os
padrões de conduta individual e ou social, assim como os valores e costumes das
sociedades das quais participam. Já a ética não é necessariamente normativa. A
professora ainda sistematiza a subdivisão de ética em normativa e não normativa.
Normativa seria a ética de deveres e obrigações e não normativa a ética que
tem como objeto de estudo as ações e paixões humanas embasadas no ideal da
felicidade de acordo com o critério da relação razão – vontade – liberdade.
Para Souto & Souto (1981), o sujeito, desde que em perfeito estado de
juízo, já possui a ideia do que é certo ou errado em suas atitudes. Nas sociedades
em geral existem os códigos de conduta estabelecendo o que deve ser considerado
como certo ao agir. Dessa forma, existe a ideia de como fazer.
145
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
146
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
147
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Miguel Reale (2002, p. 42) afirma que "a teoria do mínimo ético consiste em
dizer que o Direito representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório
para que a sociedade possa sobreviver", relacionando Direito e Moral, ambos
inseridos em um complexo ético, pois o viver de forma ética corresponde ao ato
de acrescer uma regra moral de uma norma jurídica em uma situação qualquer.
148
TÓPICO 1 — ÉTICA NAS PROFISSÕES JURÍDICAS
Por fim, temos que a Ética é o estudo geral do que é certo ou errado,
bom ou mal, justo ou injusto, apropriado ou inapropriado. Assim, é possível a
conclusão do objetivo da Ética na fundamentação de regras estabelecidas pela
Moral e pelo Direito, porém, ressaltando, que ela se diferencia de ambos, na
medida em que não dita regras (GLOCK & GOLDIM, 2003).
CONCLUSÃO
FONTE: <http://www.lex.com.br/doutrina_23813027_OS_PRINCIPIOS_ETICOS_E_SUA_APLICACAO_
NO_DIREITO.aspx>. Acesso em: 26 fev. 2021.
149
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Tanto as normas éticas como as jurídicas são validadas pelo coletivo e são
para todos.
• A justiça permite que os seres humanos conquistem tudo o que as leis e normas
os permitirem, sejam por seus méritos, necessidades ou por intermédio das
legislações, e que essas sejam normas iguais para todos, para a universalidade.
151
AUTOATIVIDADE
3 A missão do Direito Penal é a proteção aos bens jurídicos. Essa proteção não
é exercida apenas pela prevenção geral (intimidação coletiva) e exercida
pela difusão do temor à sanção penal, mas principalmente através do
contrato ético celebrado entre o Estado e o indivíduo, o qual é convicto da
necessidade da lei penal e crê na justiça desta. Com relação ao Direito Penal,
assinale a alternativa CORRETA:
152
a) ( ) O Direito Penal visa somente legislar sobre as penas devidas pelo
descumprimento das normas morais.
b) ( ) O principal objetivo do Direito Penal não é a tutela atual e concreta dos
bens jurídicos, mas a administração da natureza ético-social de suas
leis, o permanente acatamento legal de suas normas.
c) ( ) O principal objetivo do Direito Penal é a execução tutelar das leis
segundo o Código Civil e moral de um País.
d) ( ) O Direito Penal visa legislar sobre as penas de quem cometeu um crime
ético e moral segundo os costumes da nação.
153
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
DEONTOLOGIA JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, depois de refletirmos sobre as questões pertinentes à
“ética jurídica”, em que aprofundamos nosso conhecimento acerca das questões
da ética nas profissões jurídicas, no qual foi apresentado para você as principais
características e elementos norteadores da ética no direito, perpassando por
uma reflexão correlacionada à justiça na ética jurídica, à liberdade e equidade, à
moralidade e justiça e à ética em algumas áreas do direito, chegou o momento de
compreender as premissas da “deontologia jurídica”.
155
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
156
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
DEONTOLOGIA
157
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Para Lima (2020, p. 2), a diceologia “é uma expressão que vem do grego d ikeos,
que significa direito”. Priberam (2008) complementa que esta terminologia grega
denota “cumpridor de uso ou a regra, civilizado, justo, correto”. Sendo assim,
a diceologia é o estudo dos direitos dos seres humanos, sejam eles políticos,
individuais, sociais e constitucionais.
158
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
DICEOLOGIA
FONTE: a Autora
159
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
3 A DEONTOLOGIA JURÍDICA
Agora que você já compreendeu o significado da deontologia em si e
pôde verificar que ela estuda os deveres dos seres humanos, ampliaremos nossas
percepções com relação à deontologia jurídica, ou seja, a deontologia no âmbito
do ramo do direito.
160
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
RAMO DE ATUAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DEONTOLÓGICAS
NO DIREITO
161
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
162
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
Nesse sentido, Negro e Rodrigues (2018, p. 31-204 apud LIMA, 2020, p. 6) nos
colocam que “é possível se extrair alguns princípios do senso comum profissional e
que se prestam a elementos interpretativos e integrativos na aplicação das normas
jurídicas de natureza ética aos casos concretos”. Dentre eles, pode-se citar os
seguintes princípios deontológicos de âmbito jurídico:
• Princípio fundamental da ciência e consciência.
• Princípio da conduta ilibada.
• Princípio do decoro e da dignidade.
• Princípio da diligência.
• Princípio da confiança.
• Princípio do coleguismo.
• Princípio do desinteresse.
• Princípio da fidelidade.
• Princípio da reserva.
• Princípio da lealdade e da verdade.
E
IMPORTANT
164
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
165
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
E
IMPORTANT
Sendo assim, de acordo com Negro e Rodrigues (2018, p. 31-204 apud LIMA,
2020, p. 6), “estes princípios dizem respeito ao desempenho da profissão de cada
um de seus membros, exigindo daquele que a pratica seriedade e serenidade no
comportamento”. Isso é, que tenhamos seriedade profissional, buscando sempre agir
com compostura e decência junto aos nossos clientes, colegas e demais profissionais.
166
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
167
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Salienta-se que, para Negro e Rodrigues (2018, p. 31-204 apud LIMA, 2020,
p. 7), “o advogado, todavia, pode recusar determinadas causas em face de certas
circunstâncias”. Demostrando que os profissionais do direito possuem autonomia
de aceitar ou rejeitar certas demandas judiciais.
NOTA
170
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
Nesse sentido, Cunha (2011, p. 112) expõe que a dignidade pode ser
compreendida como a “característica do que é digno”. E, portanto, digno é “o
que é valoroso, merecedor de consideração e respeito. Aquele que age segundo
a moral. Aquilo que é normalmente adequado. O que está acima de qualquer
preço, e, por conseguinte, não admite equivalente” (CUNHA, 2011, p. 112).
171
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
172
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
173
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
174
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
Fonte: PIERITZ; Vera Lúcia Hoffmann; BONETTI, Joelma Crista Sandri; FRANZMANN, Neusa
Mendonça. Direitos humanos e cidadania. Indaial: UNIASSELVI, 2016. (p. 78-83).
E
IMPORTANT
175
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
DICAS
Prezado acadêmico, não deixe de ler esses dois documentos que tratam da
questão da Dignidade da Pessoa Humana:
Convidamos você, ainda, a realizar as seguintes leituras: Deontologia jurídica: ética das
profissões de Elcias Ferreira da Costa e A deontologia jurídica e a sua aplicação no âmbito
do direito moderno de Tiago Ferreira da Silva.
FONTE: COSTA, E. F. da. Deontologia jurídica: ética das profissões jurídicas. 2. ed. São Paulo:
Forense, 2008.
1 INTRODUÇÃO
176
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
177
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
profissão. Assim ocorre com os Códigos de Ética, por exemplo, criados com
o fito de se ter uma prestação de serviço plena e confiável em relação as suas
relações pessoais e sociais, onde não seria possível se não houvesse a presença
da ética e da moral.
3 A DEONTOLOGIA JURÍDICA
178
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
179
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
180
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
181
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
182
TÓPICO 2 — DEONTOLOGIA JURÍDICA
De fato, o advogado tem que cumprir com sua função com expertise,
entretanto este deverá sempre lembrar que está revestido de uma função ética
e imprescindível à administração da justiça.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que a proposta ética da deontologia seja cumprida com mais exatidão
pelos grupos profissionais, é importante que não só haja uma delimitação
de condutas mais propícia à época atual, como também é necessário que os
profissionais busquem cumprir suas atribuições sem desrespeitar os ditames do
Código de Ética. Os profissionais jurídicos devem ter em mente que suas práticas
ilícitas interferem na saúde pública dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) como também a si mesmos.
183
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A diceologia é o estudo dos direitos dos seres humanos, sejam, eles políticos,
individuais, sociais e constitucionais.
• Esta ciência do direito possui por base a própria filosofia da moral e dos
princípios éticos, por conseguinte, a deontologia jurídica também, ou seja,
a obrigação do fazer dos operadores do direito, segundo os preceitos legais,
está alicerçada pelos princípios ético-morais.
184
• A deontologia se aplica a todas as profissões, como no direito também, pois
a deontologia estuda os aspectos do dever profissional, como do advogado e
de outros operadores do direito como os juízes, promotores e serventuários
da justiça.
185
AUTOATIVIDADE
1 A deontologia surgiu a quase 200 anos e ela vem estudando, desde então,
as normas éticas e morais do dever junto aos indivíduos que vivem e
convivem em sociedade. Sua origem vem do grego deontos (dever) e logos
(estudo, ciência, tratado). Com relação ao conceito de deontologia, assinale a
alternativa CORRETA:
3 A respeito da dignidade da pessoa humana, temos que ela não pode ser violada
por ninguém e nem pelo próprio homem, e deve ser protegida pelo Estado e a
Carta Magna brasileira que é a nossa Constituição Federal, possui como um de
seus fundamentos constitucionais a dignidade da pessoa humana, justamente
no intuito de possibilitar a proteção incondicional de sua população. Com
relação à dignidade humana, assinale a alternativa CORRETA:
186
b) ( ) A dignidade humana é um valor espiritual, por isso mesmo é a base
das igrejas do Brasil.
c) ( ) A dignidade humana é um valor atinente às questões religiosas relacionadas
à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente
e responsável da própria vida, e que traz consigo a pretensão ao respeito
por parte das demais pessoas, constituindo-se de um valor instituído pela
Igreja brasileira em todas as suas religiões.
d) ( ) A dignidade humana é um valor espiritual e moral atinente à pessoa,
que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e
responsável da própria vida, e que traz consigo a pretensão ao respeito
por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável
que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que
merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.
187
188
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Depois de termos aprofundado o conhecimento acerca da “ética jurídica”,
em que debatemos as questões da ética nas profissões jurídicas e o significado da
“deontologia jurídica”, estudamos seus aspectos conceituais e demais características
intrínsecas, perpassando por uma análise dos princípios da deontologia jurídica,
que possui natureza ética, realizamos um debate final sobre a relação da dignidade
da pessoa humana com os fundamentos da ética judicial e da justiça.
Toda essa análise, reflexão e discussão inicial nos dois primeiros tópicos
desta unidade do seu livro de Ética geral e jurídica, ofereceram-nos subsídios para
que, neste momento, possamos discorrer sobre os “princípios éticos comuns às
carreiras jurídicas” no Brasil.
189
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
PRINCÍPIOS
• PRECEITO, REGRA.
• Fonte ou finalidade de uma instituição, aquilo que corresponde a sua
natureza, essência ou espírito.
• Aquilo em que se encontra a base ou orientação para o agir.
• Os primeiros preceitos de uma arte ou ciência.
3 PRINCÍPIO DA CIDADANIA
No que tange ao princípio da cidadania, apresentaremos, neste momento,
uma ponderação correlacionada à cidadania, pois ela faz parte do contexto ético
profissional dos operadores do direito.
190
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
CIDADANIA
UNI
Ser cidadão:
O que é SER • é RESPEITAR e PARTICIPAR das decisões da sociedade,
CIDADÃO? para melhorar suas vidas e a de outras pessoas.
• é NUNCA ESQUECER DAS PESSOAS que mais necessitam.
A cidadania consiste:
191
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Todo cidadão passivo é, também, cidadão ativo, mas nem todo cidadão
ativo é, também, passivo. Exemplo: o analfabeto.
FONTE: Adaptado de Mascarenhas (2008, p. 49)
192
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
Por conseguinte, Pieritz et al. (2015, p. 16, grifo nosso) expõem que a
cidadania “expressa os direitos e deveres de todas as pessoas que vivem e
convivem em sociedade, seja na esfera social, política ou civil, no que tange ao
respeito a si, ao próximo e ao patrimônio público e privado”.
Logo, de acordo com Maciel (2012, p. 29), nos dias de hoje a cidadania é
considerada “sinônimo de participação que remete ao exercício da democracia
para além das eleições. Somos ‘controladores’ da política, do orçamento, ou
seja, das ações do Estado como um todo”. Em outros termos, “cada cidadão
tem o dever e o direito de participar de todos os espaços democráticos do seu
município, Estado ou Federação” (PIERITZ et al., 2015, p. 16).
193
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Assim, segundo Pieritz et al. (2015, p. 17, grifo nosso), “vale salientar que
a cidadania é conquistada pela nossa participação nos momentos das discussões
e decisões coletivas, portanto a cidadania se dá pela participação ativa de nossa
vida em sociedade e na vida pública”.
194
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
4 PRINCÍPIO DA LIBERDADE
Partindo do entendimento que já estudamos no Subtópico 3, Tópico 2,
da Unidade 1 deste livro, que tratou da Ética e liberdade humana, resgataremos,
neste momento, suas principais concepções, para compreendermos o princípio
ético da liberdade. Nesse sentido, pode-se observar que “a liberdade é uma
das capacidades humanas de tomar decisões perante os grupos sociais a que
pertencemos” (PIERITZ, 2020, p. 78).
Liberdade é ter o poder de escolha! Nesse sentido, Pieritz (2013, p. 52) faz
a seguinte reflexão:
Quantas vezes tivemos o sentimento de estarmos presos, ou seja,
não tendo liberdade para fazer aquilo que realmente desejamos;
ou simplesmente poder escolher entre uma ou mais opções; ou
ainda sentir-se livre para querer realizar as nossas mais subjetivas
necessidades, tais como: escolher uma boa comida, comprar aquela
roupa desejada, fazer aquele curso desejado e não imposto pela família
ou sociedade, andar de bicicleta, fazer um esporte etc.
195
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
A DEMOCRACIA EM PAUTA
Nesse sentido, Moisés (2010, p. 277) expõe que “o significado mais usual
da democracia se refere aos procedimentos e aos mecanismos competitivos de
escolha de governos através de eleições”, ou seja, a democracia é compreendida
habitualmente somente como um processo de escolha dos nossos representantes
legais em todas as esferas, tanto local, municipal, estadual e federal, no qual
a população destas esferas, por meio de seu voto, seleciona e elege o seu
representante para legislar em nome desta mesma população.
196
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
FORMAS DE DEMOCRACIA
197
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
FONTE: A autora
Vale salientar que a democracia vai muito além deste discurso sintético
de representação e de voto, pois Moisés (2010, p. 277, grifo nosso) coloca-nos que:
existem outras perspectivas que ampliam a compreensão do conceito,
incluindo tanto as dimensões que se referem aos conteúdos da
democracia, como também os seus resultados práticos esperados no
terreno da economia e da sociedade. Por uma parte, acompanhando a
abordagem minimalista de Schumpeter (1950) e a procedimentalista
de Dahl (1971), vários autores definiram a democracia em termos de
competição, participação e contestação pacífica do poder.
198
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
199
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
http://rafaelsilva.over-blog.es/article-objetivo-democracia-iv-124370354.html
FONTE: Adaptado de Moisés (2010, p. 277)
FONTE: A autora
200
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
201
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
LEITURA COMPLEMENTAR
1 DIREITO E MORAL
Nesse terreno, o costume aqui respeitado pode ser ali repudiado, sempre
com a mesma veemência. A moral, portanto, joga com valores variáveis e se
relaciona com os costumes históricos de cada sociedade e, portanto, "tem uma
forte carga de subjetividade circunstancial”.
O que o século XX acabou por assistir foi uma invasão da seara do direito
pelos valores éticos, em todos os quadrantes do ordenamento, desde o direito
público ao privado, com a implantação de categorias novas como o abuso ou desvio
de poder, o abuso de direito e a submissão dos negócios jurídicos aos padrões da
boa-fé, entre outros.
203
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
204
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
205
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
Todo ello le hace bien al hombre de derecho, pues tan serenas y estimulantes
lecciones del pasado y del derecho comparado muestran a las claras cómo es imprescindible
asociar la teoría del proceso justo a las consecuencias positivas que de él deben derivarse
inevitablemente”.
206
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
207
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
208
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
A teoria do abuso do direito se mostra como uma reação contra a rigidez das
disposições legais e sua aplicação mecânica, alheada dos valores éticos consagrados
pela moral e pelos costumes. Por seu intermédio confere-se flexibilidade ao
ordenamento jurídico, adaptando-o à realidade social, política e econômica.
210
TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS ÉTICOS COMUNS ÀS CARREIRAS JURÍDICAS
"...Observar a lei não é, não pode ser, concepção ultrapassada"... "O Poder
Judiciário será exercido por tribunais independentes, apenas à lei subordinados"
("antiga norma jurídica alemã, inscrita no primeiro artigo da Lei de Organização
dos Tribunais, de 1877")...
"O respeito à lei, a submissão à lei, como diz a apontada regra, é a segurança
máxima a proteger a sociedade, garantia em que o povo alemão sempre teve
orgulho de poder confiar, como atestam os versos famosos do poeta FRANÇOIS
ANDRIEUX, no episódio do bravo moleiro Sans-Souci, que enfrentou altivamente
o todo poderoso rei da Prússia, porque confiava nos juízes de Berlim".
8 LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
9 CONCLUSÕES
213
UNIDADE 2 — A ÉTICA JURÍDICA
214
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Um princípio denota uma orientação, uma regra que nos orienta, ou seja, são
as bases normativas que norteiam nosso comportamento.
CHAMADA
216
AUTOATIVIDADE
2 A missão do Direito Penal é a proteção aos bens jurídicos. Essa proteção não
é exercida apenas pela prevenção geral (intimidação coletiva) e exercida
pela difusão do temor à sanção penal, mas principalmente através do
contrato ético celebrado entre o Estado e o indivíduo, o qual é convicto da
necessidade da lei penal e crê na justiça desta. Com relação ao Direito Penal,
assinale a alternativa CORRETA:
217
3 A democracia é um direito da população brasileira e ela deve exercer esse
direito de forma participativa e proativa, demonstrando seus direitos e
responsabilidades perante os efeitos da decisão coletiva. Existem quatro
condições necessárias para que se possa instaurar um regime governamental
pautado na democracia. Com relação a essas quatro condições necessárias
citadas, analise as sentenças a seguir:
218
REFERÊNCIAS
ALTOÉ, R.; DOMINGUES, R. A. A Ética e o ensino jurídico: a importância dos
conteúdos éticos para o direito e seu papel na recuperação da crise do ensino
jurídico, Revista de Pesquisa e Educação Jurídica, Minas Gerais, v. 1, n. 2, p. 70-
85, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2PJEXVV. Acesso em: 30 out. 2020.
BITTAR, E. C. B. Curso de ética jurídica: ética geral e profissional. 4. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
BITTAR, E. C. B.; ALMEIDA, G. A. Curso de filosofia do direito. São Paulo: Atlas, 2001.
CÉSPEDES, L.; ROCHA, F. D. Vade Mecum tradicional. 29. ed. São Paulo:
Saraiva, 2020.
CUNHA, S. S. Dicionário compacto de direito. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
219
GOMES, L. F. Caso Polanski: os limites entre a ética e o direito penal. Jornal Carta
Forense, São Paulo, 4 nov. 2009. Disponível em: https://bit.ly/2PX6i7h. Acesso em:
1º nov. 2020.
GUIMARÃES, D. T. Dicionário técnico jurídico. 19. ed. São Paulo: Rideel, 2016.
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
NALINI, J. R. Ética geral e profissional. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.
220
SILVA, D. M. Qual a relação entre a ética e o direito constitucional? 2009.
Disponível em: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2033530/qual-a-relacao-entre-
a-etica-e-o-direito-constitucional-denis-manoel-da-silva. Acesso em: 1º nov. 2020.
221
222
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
223
224
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, nesta última unidade, aprenderemos sobre a ética nos
meandros profissionais do advogado e dos operadores de direito, começaremos
com uma análise do Código de Ética do Advogado e também falaremos sobre a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
NOTA
225
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
*Vale lembrar que o Vade Mecum é atualizado constantemente, pelo menos uma vez
por ano. Fique ligado nas atualizações das legislações!
FONTE: <https://varginhadigital.com.br/wp-content/uploads/2019/09/estagio_direito.jpg>.
Acesso em: 23 nov. 2020.
226
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
• A Ordem tem a sua origem no ano de1843 através da criação do Instituto dos
Advogados do Brasil.
• Getúlio Vargas, em seu Decreto nº 19.408, de 18 de novembro de 1930, cria a OAB.
• A criação da OAB, um pouco depois da Revolução de 30, tem como foco a
instituição representar os interesses dos advogados.
• Com a criação da OAB, desenvolveu-se toda a regulamentação ao exercício
profissional do advogado e a sua formação universitária.
• Atualmente, exige-se o exame de ordem da OAB para a obtenção de licença
para advogar.
• Atualmente, temos a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 que dispõe sobre o
Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (BRASIL, 1994).
• Sua estrutura básica, conforme estipulado pela Lei nº 8.906, de 4 de julho de
1994, é assim composta:
o Conselho Federal, com sede em Brasília, é o órgão máximo da OAB.
o Conselhos Seccionais, sediados nos estados.
o Subseções, órgãos regionais da OAB.
o Caixas de Assistência dos Advogados (Lei nº 8.906/94, Art. 45).
DICAS
227
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Outra dica muito importante para você que deseja fazer o exame da OAB:
Geralmente, no exame caem até oito questões relacionadas ao Estatuto da Advocacia e a
Ordem dos Advogados do Brasil, Lei nº 8.906/1994 e o Código de Ética Profissional, por isso,
adentraremos mais nesses temas durante este tópico, mas ainda assim recomendamos a leitura
completa tanto da Lei nº 8.906/1994 quanto do Código de Ética do Advogado. Na íntegra em:
Lei nº 8.906/94
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm.
Boa leitura!!!
228
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
229
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Pelo Art. 2º, temos claro que todo provimento legal que esteja em processo
de judicialização, necessita de atuação de um advogado.
Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a
denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB).
§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta
lei, além do regime próprio a que se subordinem os integrantes da
Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional,
da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas
entidades de administração indireta e fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os
atos previstos no Art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto
com advogado e sob responsabilidade deste.
Art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza,
técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização,
nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020).
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a
sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
objeto do contrato. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020) (BRASIL, 1994).
No Art. 3º, fica claro que não adianta cursar o curso de direito para ser
denominado de advogado, mas sim que a denominação de advogado são privativos
dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou seja, precisa passar no
exame da ordem e ter a carteirinha para ser considerado advogado no Brasil.
Temos ainda o Art. 4º, que trata sobre os atos privativos dos advogados,
ele traz:
Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por
pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e
administrativas.
Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado
impedido – no âmbito do impedimento – suspenso, licenciado ou que
passar a exercer atividade incompatível com a advocacia (BRASIL, 1994).
Ressalva-se que não adianta somente ser formado no Curso de Direito para
exercer a função de advogado, pois, para desempenhar a profissão de advogado
é primordial que o bacharel em Direito seja aprovado no exame da Ordem dos
Advogados do Brasil, a OAB, tenha a posse de sua carteira de advogado inscrito da
230
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
OAB da seccional do seu Estado, como também estar em dia com as suas obrigações
junto a OAB, pois em qualquer outra situação, se atuar profissionalmente como
advogado e não ter sua inscrição junto a OAB, seus atos são passíveis de nulidade.
Para encerrarmos o Capítulo I, temos ainda o Art. 5º, que nos traz:
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do
mandato.
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração,
obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por
igual período.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar
todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que
exijam poderes especiais.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez
dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante,
salvo se for substituído antes do término desse prazo (BRASIL, 1994).
CAPÍTULO II
Dos Direitos do Advogado
231
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
232
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
233
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Art. 7º- A. São direitos da advogada: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
I - gestante: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos
de raios X; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
234
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; (Incluído pela Lei nº
13.363, de 2016)
II- lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local
adequado ao atendimento das necessidades do bebê; (Incluído pela Lei nº 13.363,
de 2016)
III- gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das
sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante
comprovação de sua condição; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
IV- adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a
única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente.
(Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 1º Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto
perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação.
(Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 2º Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante
ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no Art. 392 do Decreto-Lei
no 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho). (Incluído
pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 3º O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante ou que der
à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6º do Art. 313 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos
nos incisos II, III, IV e V do caput do Art. 7º desta Lei: (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
Como você pôde ver no material apresentado, o Art. 7º, que trata sobre
os direitos do advogado, é bastante extenso e detalhista na descrição dos direitos,
mostrando-se autoexplicativo em todo o seu contexto.
DICAS
Prezado acadêmico, releia novamente esse Capítulo II, pois é importante conhecer
profundamente os direitos que os advogados possuem, além de ser um questionamento
importante para o exame da ordem.
235
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
I- capacidade civil;
II- diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
III- título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV- aprovação em Exame de Ordem;
V- não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI- idoneidade moral;
VII- prestar compromisso perante o conselho (BRASIL, 1994).
NOTA
236
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
FONTE: <https://pm1.narvii.com/6237/2318ec2b5ee736ff9fc63eb829ea6869f987bf5c_
hq.jpg>. Acesso em: 25 nov. 2020.
CAPÍTULO VII
Das Incompatibilidades e Impedimentos
237
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
238
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
CAPÍTULO IX
Das Infrações e Sanções Disciplinares
239
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
240
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
DICAS
FONTE: GUIMARÃES, D. T. Dicionário técnico jurídico. 19. ed. São Paulo: Rideel, 2016.
241
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
FONTE: CUNHA, S. S. Dicionário compacto de direito. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
Esta é uma dica prática que aprendemos no início de nossos estudos de direito e que
utilizamos até os dias de hoje.
242
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
Esse capítulo como um todo deve ser bem entendido pelo advogado e por
isso é mister a você, acadêmico, parar um pouco, voltar a reler esse material e ao
capítulo como um todo para sedimentar bem esse assunto.
243
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
II - os Conselhos Seccionais;
III - as Subseções;
IV - as Caixas de Assistência dos Advogados.
§ 1º O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria,
com sede na capital da República, é o órgão supremo da OAB.
§ 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica
própria, têm jurisdição sobre os respectivos territórios dos Estados-
membros, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 3º As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na
forma desta lei e de seu ato constitutivo.
§ 4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade
jurídica própria, são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes
contarem com mais de mil e quinhentos inscritos.
§ 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade
tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços.
§ 6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados
ou de administração interna, devem ser publicados na imprensa oficial
ou afixados no fórum, na íntegra ou em resumo.
§ 6º Os atos, as notificações e as decisões dos órgãos da OAB, salvo
quando reservados ou de administração interna, serão publicados
no Diário Eletrônico da Ordem dos Advogados do Brasil, a ser
disponibilizado na internet, podendo ser afixados no fórum local, na
íntegra ou em resumo. (Redação dada Lei nº 13.688, de 2018) (Vigência)
(BRASIL, 1994).
DICAS
Não se esqueça que todos esses detalhes expressados no Estatuto da OAB, podem cair no
exame da ordem.
Boa leitura!!!
244
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
ATENCAO
for cabível, sofrer outros processos judiciais, ou seja, o advogado pode sofrer um
processo administrativo na OAB e ainda pode estar respondendo criminalmente
pelo mesmo ato no judiciário e os dois processos são independentes em resultados
jurídicos.
Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante
representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada.
§ 1º O Código de Ética e Disciplina estabelece os critérios de
admissibilidade da representação e os procedimentos disciplinares.
§ 2º O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo
acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade
judiciária competente (BRASIL, 1994).
246
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
DICAS
FIGURA – ESTATUTO_OAB_COMENTADO
FONTE: <http://www2.oabpr.org.br/downloads/ESTATUTO_OAB_COMENTADO.pdf>.
Acesso em: 28 nov. 2020.
Boa leitura!!!
André Kageyama
247
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Importante destacar para aqueles que estejam lendo este texto, que as leis
processuais (CPC, CPP) regulamentam como os processos irão tramitar. O Código
de Ética e Disciplina da OAB, no Art. 58, Parágrafo 1º, autoriza a regulamentação de
atos processuais pelas Turmas Disciplinares. Isto quer dizer que é possível que haja,
em alguma Seccional, regulamentação distinta, em relação à prática processual,
entre o que dispõem as leis processuais e alguma outra Seccional da OAB.
RECURSOS
248
TÓPICO 1 — OAB E O ESTATUTO DA OAB
DA TURMA DEONTOLÓGICA
Uma dúvida muito comum com relação aos limites da OAB é quando se
pensa em marketing jurídico e assuntos relacionados. [...]
CONCLUSÃO
249
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Ordem tem a sua origem no ano de 1843 através da criação do Instituto dos
Advogados do Brasil.
251
AUTOATIVIDADE
252
Com base no que dispõe o Estatuto da Advocacia e as leis regentes, é CORRETO
afirmar que:
a) ( ) O advogado deve permanecer sentado na sala de audiências até o final
do ato.
b) ( ) Caso o advogado necessite retirar-se do local, deve postular licença à
autoridade.
c) ( ) O advogado pode permanecer sentado ou de pé nos recintos do Poder
Judiciário.
d) ( ) Pode permanecer de pé, caso autorizado pela autoridade competente.
253
254
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, acabamos de conhecer o estatuto da OAB, com ele,
aprendemos sobre diversos pontos relacionados à atuação do advogado, situações
relacionadas à ética e também sobre sanções e punições, e outros quesitos mais.
DICAS
Sugerimos também a leitura das obras Estatuto da advocacia e novo código de ética e
disciplina da OAB e Comentários ao novo código de ética dos advogados
GONZAGA, A.; NEVES, K. P.; BEIJATO JUNIOR, R. Estatuto da advocacia e novo código de
ética e disciplina da OAB: Comentados. Rio de Janeiro: Método, 2019.
255
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
COÊLHO, M. V. F. Comentários ao novo código de ética dos advogados. São Paulo: Saraiva,
2016.
Boa leitura!!!
FONTE: <http://lifenroll.com.br/platform/wp-content/uploads/2017/06/duplo-caminho-595x311.jpg>.
Acesso em: 27 nov. 2020.
2 DA ÉTICA DO ADVOGADO
Prezado acadêmico, vamos, agora, começar a análise do Código de
Ética e Disciplina da OAB, o qual você poderá acessar em sua íntegra no sítio
apresentado anteriormente no quadro de UNI DICA. Estudaremos o Título I que
trata Da Ética do Advogado.
256
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
257
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
258
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
Gonzaga, Neves e Beijato Junior (2019) escrevem que, no Art. 4º, temos
a presunção de preservar a independência do advogado quando ele atua como
empregado, empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços,
integrante de departamento jurídico, ou órgão de assessoria jurídica, público ou
privado.
Art. 4º O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante
relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de
serviços, integrante de departamento jurídico, ou órgão de assessoria
jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e
independência.
Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de
pretensão concernente à lei ou direito que também lhe seja aplicável,
ou contrarie expressa orientação sua manifestada anteriormente
(OAB, 1995, p. 2).
259
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
NOTA
FIGURA – CONFLITOS
260
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
NOTA
261
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
262
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
DICAS
FONTE: COÊLHO, M. V. F. Comentários ao novo código de ética dos advogados. São Paulo:
Saraiva, 2016.
263
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
DICAS
Um artigo legal para a leitura é este da OAB: Sigilo profissional do advogado é base do
direito de defesa do cidadão. Disponível em: https://www.oabsp.org.br/noticias/2017/10/
sigilo-profissional-do-advogado-e-base-do-direito-de-defesa-do-cidadao.12000.
Leia também este parecer da OAB: Tribunal de Ética e Disciplina / Pareceres / E-3.965/2010.
Acesse o link https://www.oabsp.org.br/tribunal-de-etica-e-disciplina/pareceres/e-3-965-2010.
Boa leitura!!!
264
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
Este é um capítulo bem curto mesmo, contendo somente três artigos com
uma mensagem bem clara, o sigilo entre advogado e cliente é inviolável, salvo raras
situações também explicitadas no capítulo.
265
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE
Art. 31. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações, cores, figuras,
desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da
advocacia, sendo proibido o uso dos símbolos oficiais e dos que sejam utilizados
pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º São vedadas referências a valores dos serviços, tabelas, gratuidade ou
forma de pagamento, termos ou expressões que possam iludir ou confundir
o público, informações de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou
indiretamente, captação de causa ou clientes, bem como menção ao tamanho,
qualidade e estrutura da sede profissional.
266
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
267
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
DICAS
Prezado acadêmico, sugerimos a você uma leitura atenta deste capítulo, pois é um
dos que mais geram processos administrativos na OAB, pois somos tentados diversas vezes em
nossas vidas profissionais a fazer uma ação de comunicação para angariarmos mais clientes ou
comunicar as nossas conquistas judiciais. Tome muito cuidado com esse assunto!!!
CAPÍTULO V
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
Art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual correção, bem como sua majoração
decorrente do aumento dos atos judiciais que advierem como necessários, devem
ser previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e o meio da prestação
do serviço profissional, contendo todas as especificações e forma de pagamento,
inclusive no caso de acordo.
§ 1º Os honorários da sucumbência não excluem os contratados, porém devem
ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte, tendo sempre
presente o que foi ajustado na aceitação da causa.
§2º A compensação ou o desconto dos honorários contratados e de valores que
devam ser entregues ao constituinte ou cliente só podem ocorrer se houver
prévia autorização ou previsão contratual.
§ 3º A forma e as condições de resgate dos encargos gerais, judiciais e extrajudiciais,
inclusive eventual remuneração de outro profissional, advogado ou não, para
desempenho de serviço auxiliar ou complementar técnico e especializado, ou
com incumbência pertinente fora da Comarca, devem integrar as condições
gerais do contrato.
268
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
Art. 42. O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado autônomo, seja
de sociedade de advogados, não autoriza o saque de duplicatas ou qualquer
outro título de crédito de natureza mercantil, exceto a emissão de fatura, desde
que constitua exigência do constituinte ou assistido, decorrente de contrato
escrito, vedada a tiragem de protesto.
269
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
• Ver Arts. 21 a 26 e 34, III, da Lei nº 8.906/94 e Arts. 14 e 111 do Regulamento Geral.
NOTA
Boa pesquisa!
270
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
3 DO PROCESSO DISCIPLINAR
Prezado acadêmico, quando apresentamos um código de ética profissional,
devemos supor que alguém poderá agir de forma a contrariá-lo, por isso, a OAB
também definiu os procedimentos ligados ao processo disciplinar do advogado
que transgrida às regras.
TÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA
Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar
e aconselhar sobre ética profissional, respondendo às consultas em
tese, e julgar os processos disciplinares.
Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em menor
período, se necessário, e todas as sessões serão plenárias.
Art. 50. Compete também ao Tribunal de Ética e Disciplina:
I– instaurar, de ofício, processo competente sobre ato ou matéria
que considere passível de configurar, em tese, infração a princípio
ou norma de ética profissional;
271
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
272
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
Art. 54. Ocorrendo a hipótese do Art. 70, § 3º, do Estatuto, na sessão especial
designada pelo Presidente do Tribunal, são facultadas ao representado ou ao
seu defensor a apresentação de defesa, a produção de prova e a sustentação
oral, restritas, entretanto, à questão do cabimento, ou não, da suspensão
preventiva.
273
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Art. 61. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma prescrita no Art. 73, §
5º, do Estatuto.
• Ver Arts. 43, 58, III, 61, Parágrafo único, “c”, 68, e 70 a 74, da Lei nº 8.906/94,
Arts. 89, V e VII, 120, § 3º, 137-A e seguintes do Regulamento Geral e
Provimento nº 83/96.
• Ver Provimento nº 83/96 e o Manual de Procedimentos do Processo Ético-
Disciplinar, editado pela Segunda Câmara do Conselho Federal.
• Ver Proposição nº 0042/2002/COP (DJ, 03.02.2003, p. 574, S.1).
Como você leu, temos todo o processo descrito, desde o seu encaminhamento,
procedimentos internos e a sua execução quando for o caso.
274
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
DICAS
FONTE: <https://www.oab.org.br/Content/pdf/AnexoUnicoResolucaon022018SCA.pdf>.
Acesso Em: 24 fev. 2021.
Boa leitura!!!
275
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Esperamos que você tenha aprendido mais sobre esse ponto tão importante
da vida profissional do advogado, pois a ética e o profissionalismo é a base para
ser um bom advogado, e o Brasil precisa de bons advogados para garantir a
legalidade judicial no País.
276
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
[...]
277
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
A figura análoga dos Arts. 621 a 627 do Código de Processo Penal (que
se aplica subsidiariamente ao processo disciplinar, como já mencionado) permite
extrair algumas conclusões: a) apenas detém legitimidade o advogado punido; b)
278
TÓPICO 2 — CÓDIGO DE ÉTICA DO ADVOGADO
FONTE: <https://www.sedep.com.br/artigos/apontamentos-sobre-o-processo-disciplinar-na-
-ordem-dos-advogados-do-brasil-oab/>. Acesso em: 1º dez. 2020.
279
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A ética nos remete a uma visão filosófica do termo em relação ao nosso dia a
dia, mas quando adentramos em seus meandros práticos da práxis profissional,
vimos muitos detalhes práticos surgirem.
• O cliente, ao buscar uma advocacia para expor o seu problema, antes de mais
nada o faz na segurança de ser garantido o sigilo entre profissional e cliente
como fator deontológico fundamental.
281
AUTOATIVIDADE
2 (Gabarite, c2010-2021)
FONTE: Adaptado de <https://www.gabarite.com.br/questoes-de-concursos/25783-questao>.
Acesso em: 30 nov. 2020.
282
a) ( ) A infração ética revestir-se de gravidade de âmbito nacional.
b) ( ) A infração ética for cometida no âmbito do Conselho Federal.
c) ( ) A infração ética for praticada em detrimento de Presidente de Conselhos
Seccionais.
d) ( ) A infração ética for praticada em detrimento de membros do Conselho
Federal.
283
284
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, estamos entrando no último tópico de seu livro didático,
onde trataremos de ética, mas de situações especiais, voltadas especificamente
para as carreiras jurídicas dos operadores do direito. Abordaremos a ética dos
estudantes de direito, dos magistrados entre outros, e traremos também sobre o
tema compliance.
FIGURA 7 – MAGISTRADO
285
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Não é possível, durante um curso, não importa a área, aqui estamos falando
do curso de direito, que por mais detalhada que seja a grade curricular, versar
sobre todos os detalhes possíveis para a profissionalização do estudante, mas é
fundamental que se apresente ao acadêmico os principais pontos da legis, prática
e ética, devendo, sim, o acadêmico, também assumir a sua responsabilidade no
processo.
• O agir ético: um dos primeiros pontos que o acadêmico de direito deve assumir
é o de agir eticamente em todas as situações, pois como poderemos implantar
uma cultura de ética e responsabilidade senão agirmos desta forma.
• Deveres para consigo mesmo: um dos deveres fundamentais está em um agir
ético para consigo mesmo, isso se torna importante, inclusive para o futuro
profissional, para que o acadêmico possa entender já sobre as suas próprias
decisões, inclusive para que em futuro o mesmo possa estar seguro em suas
causas.
• Relacionamento com os colegas: durante o período de estudo já é valiosa a
ética no relacionamento com seus colegas, pois é importante na atualidade e
no futuro como profissionais da área de direito.
286
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
287
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
288
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
INDEPENDÊNCIA
CAPÍTULO III
IMPARCIALIDADE
Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos
fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo
uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento
que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.
289
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
CAPÍTULO IV
TRANSPARÊNCIA
CAPÍTULO V
290
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
Art. 18. Ao magistrado é vedado usar para fins privados, sem autorização, os
bens públicos ou os meios disponibilizados para o exercício de suas funções.
Art. 19. Cumpre ao magistrado adotar as medidas necessárias para evitar que
possa surgir qualquer dúvida razoável sobre a legitimidade de suas receitas e
de sua situação econômico-patrimonial.
CAPÍTULO VI
DILIGÊNCIA E DEDICAÇÃO
Art. 20. Cumpre ao magistrado velar para que os atos processuais se celebrem
com a máxima pontualidade e para que os processos a seu cargo sejam
solucionados em um prazo razoável, reprimindo toda e qualquer iniciativa
dilatória ou atentatória à boa-fé processual.
Art. 21. O magistrado não deve assumir encargos ou contrair obrigações que
perturbem ou impeçam o cumprimento apropriado de suas funções específicas,
ressalvadas as acumulações permitidas constitucionalmente.
CAPÍTULO VII
CORTESIA
Art. 22. O magistrado tem o dever de cortesia para com os colegas, os membros
do Ministério Público, os advogados, os servidores, as partes, as testemunhas e
todos quantos se relacionem com a administração da Justiça.
291
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
CAPÍTULO VIII
PRUDÊNCIA
Art. 26. O magistrado deve manter atitude aberta e paciente para receber
argumentos ou críticas lançados de forma cortês e respeitosa, podendo confirmar
ou retificar posições anteriormente assumidas nos processos em que atua.
CAPÍTULO IX
SIGILO PROFISSIONAL
Art. 27. O magistrado tem o dever de guardar absoluta reserva, na vida pública
e privada, sobre dados ou fatos pessoais de que haja tomado conhecimento no
exercício de sua atividade.
Art. 28. Aos juízes integrantes de órgãos colegiados impõe-se preservar o sigilo
de votos que ainda não hajam sido proferidos e daqueles de cujo teor tomem
conhecimento, eventualmente, antes do julgamento.
CAPÍTULO X
Conhecimento e capacitação
Art. 30. O magistrado bem formado é o que conhece o Direito vigente e desenvolveu
as capacidades técnicas e as atitudes éticas adequadas para aplicá-lo corretamente.
292
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
Art. 34. O magistrado deve manter uma atitude de colaboração ativa em todas
as atividades que conduzem à formação judicial.
Art. 35. O magistrado deve esforçar-se para contribuir com os seus conhecimentos
teóricos e práticos ao melhor desenvolvimento do Direito e à administração da
Justiça.
Art. 36. É dever do magistrado atuar no sentido de que a instituição de que faz
parte ofereça os meios para que sua formação seja permanente.
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 41. Os Tribunais brasileiros, por ocasião da posse de todo Juiz, entregar-
lhe-ão um exemplar do Código de Ética da Magistratura Nacional, para fiel
observância durante todo o tempo de exercício da judicatura.
Art. 42. Este Código entra em vigor, em todo o território nacional, na data de
sua publicação, cabendo ao Conselho Nacional de Justiça promover-lhe ampla
divulgação.
293
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
DICAS
Fica também a dica do site do Código de ética da magistratura nacional. Na íntegra em:
https://www.cnj.jus.br/codigo-de-etica-da-magistratura/.
Boa Leitura!!!
DICAS
• Pará: https://bit.ly/3aYP5lU.
• Pernambuco: http://defensoria.pe.def.br/defensoria/?x=conteudo&cod_conteudo=6407.
• Mato Grosso: https://bit.ly/3r0v3Nl.
Boa pesquisa!!!
DICAS
295
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
Boa leitura!!!!
Você pode ler mais de um Código de Ética da defensoria pública, mas verá
que eles são muito similares entre si, às vezes aparecendo um detalhe diferencial
entre si, mas os princípios são todos eles muito parecidos.
NOTA
Em outras palavras, é dever do Estado, através da Defensoria Pública, garantir assistência jurídica
integral e gratuita àqueles que não podem custeá-la. Isso significa muito mais do que o direito
a assistência judicial, abrangendo a defesa, em todas as esferas, dos direitos dos necessitados.
296
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
[...]
3 COMPLIANCE E DIREITO
Compliance tem a sua origem no termo em inglês to comply, que é um verbo
e significa, de forma geral, a estar de acordo com uma regra, agir conforme uma
regra definida, ou a uma norma interna, ou um comando ou, ainda, com uma
instrução que foi passada.
297
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
DICAS
FIGURA – COMPLIANCE
DICAS
298
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
DICAS
Como última dica, queremos indicar o material da Febraban (2018), o qual trata do tema em
detalhes. https://cmsportal.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/febraban_manual_
compliance_2018_2web.pdf. ou https://portal.febraban.org.br/pagina/3228/52/pt-br/guia-
compliance.
Boa leitura!!!
299
UNIDADE 3 — A ÉTICA NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DO DIREITO
DICAS
Prezado acadêmico, deixaremos uma última dica para você entender a evolução
da compliance no Brasil, é um e-book que traz os resultados de uma pesquisa mostrando
os dados levantados sobre o grau de aplicação do Compliance no Brasil. Você pode acessar
o e-book na íntegra em: https://portaldecompliance.com.br/assets/pdf/Ebook_Pesquisa_
Maturidade_2018.pdf.
FONTE: <https://portaldecompliance.com.br/assets/pdf/Ebook_Pesquisa_Maturidade_2018.pdf>.
Acesso em: 24 fev. 2021.
300
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Fabíola Dantas
1 INTRODUÇÃO
[...]
4 OPERADORES JURÍDICOS
4.2 O ADVOGADO
4.3 O PROMOTOR
302
TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS DE ÉTICA NA CARREIRA JURÍDICA
4.4 O MAGISTRADO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo válido ressaltar que, para cumprir o seu papel com dignidade,
honestidade e presteza, um jurisconsulto põe em prática seu saber aliado, e isso é
o mais importante, a preceitos éticos, deixando evidente o seu compromisso com
a justiça social.
FONTE: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1813/Etica-indispensavel-aos-operadores-do-
-Direito>. Acesso em: 2 nov. 2020.
304
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
305
• Estudamos a Lei nº 12.846/2013 – Lei Anticorrupção Empresarial ou
simplesmente de LAC, que trata sobre as regras e normas relativas à corrupção
e à aplicação de sanções administrativas e judiciais às instituições empresarias.
CHAMADA
306
AUTOATIVIDADE
307
c) ( ) Trabalha-se treinamentos operacionais da produção, prevenção à
lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo; avaliação de riscos
internos e externos; canais de comunicação e marketing; Lei Geral de
Proteção aos funcionários (LGPF, Lei nº 13.709/18).
d) ( ) Trabalha-se os impostos federais e estaduais para redução de custos,
treinamentos operacionais da produção; prevenção ao excesso de
lucro pela empresa; avaliação de riscos internos e externos; canais de
comunicação e marketing; Lei Geral de Proteção aos Fornecedores
(LGPF, Lei nº 13.709/18).
3 A magistratura é uma das áreas de trabalho do advogado e temos verificado
a sua importância para a sociedade moderna em suas ações para mitigar a
criminalidade e os atos contra a sociedade em todas as instâncias de atuação.
O código de ética dos magistrados versa sobre a sua práxis, deixando claro
a sua ação principalmente com relação à sociedade. Sobre a práxis dos
magistrados e o seu código de ética, analise as sentenças a seguir:
308
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia
e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Acesso em: 23 nov. 2020.
CUNHA, S. S. Dicionário compacto de direito. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
GUIMARÃES, D. T. Dicionário técnico jurídico. 19. ed. São Paulo: Rideel, 2016.
HISTÓRIA da OAB. OAB Nacional, Brasília, DF, c2021. Disponível em: https://
www.oab.org.br/historiaoab/index_menu.htm. Acesso em: 24 nov. 2020.
309
PIERITZ, V. L. H. Compliance. Indaial: Uniasselvi, 2020.
310