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Síntese sobre as características da formação e do formando de Economia.

Por Luizy Graziely.


Texto por ANGE (2010).

Desde o momento em que o homem passou a produzir os seus meios de produção,


até o momento em que se organizou em sociedades políticas organizadas, a
existência da economia e a sua influência era onipresente — assim como nos
tempos atuais — a diferença é que em tempos passados pouco se sabia sobre
como ela funcionava. Havia várias teorias, mas de todas elas, a de Adam Smith —
considerado o Pai da Economia — foi a que se destacou, fazendo todos levarem os
seus olhares a essa ciência.
E quando falamos em economia, não estamos nos referindo apenas ao capitalismo,
capital ou ao mercado, mas também à sociedade que é o que a legitima, afinal, sem
uma organização social, não há existência de um sistema de mercado e logo, não
há a estrutura necessária para os principais estudos econômicos.

É importante dizer que o sistema de mercado tinha forma antes mesmo que alguém
o transformasse em conceito ou estudo, e a economia — abordando o todo — agia
da mesma forma. E com a Revolução Comercial, começaram-se os primeiros
questionamentos acerca dos mesmos. Questionamento como ‘’Como funciona a
oferta e demanda?’’, ‘’Como os preços se ajustam?’’, ‘’Porque de repente a nossa
vida passou a girar em volta do capital?’’, alavancaram a curiosidade dos
observadores e estudiosos acerca do monstro que se formava na Europa.

Eram muitas perguntas seguidas de observações e epifanias, o que rendeu à


literatura mundial diversos livros sobre o assunto. Os estudiosos quanto mais
questionamentos respondiam, mais outros criavam. Seus olhos que só se focavam
na relação mercantil, de repente começaram a focalizar para o governo e então para
o povo. O impacto da economia nas populações mais pobres, o impacto da
economia no poder do Estado e sem ele.

E para completar tudo, a economia onipresente como era, atuava em todo mundo
mas o grande detalhe era: Mesmo que estejamos vivendo no mesmo planeta,
nossas sociedades são diferentes e como consequência, diversas visões de vida —
sociedades — diferentes, criaram ideias diferentes sobre assuntos econômicos. É
por isso que a bibliografia de Economia é tão diferente. Com tantos livros e pontos
de vistas diferentes, as Ciências Econômicas conquistaram o seu lugar no campo
acadêmico, sendo reverenciada por um longo tempo, até que em 1990 teve seu
primeiro declínio.

As pessoas não se interessavam mais por ela, além disso, outros campos de estudo
pareciam ser capazes de atingir o mesmo objetivo.

E como uma forma de resolver o desinteresse latente dos estudantes pelas Ciências
Econômicas, o ANGE (Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Ciências
Econômicas) fez uma reforma curricular no Curso de Ciências Econômicas
brasileiro, a fim de reerguer a especificidade, riqueza e utilidade da Economia.

A carga horária dos cursos aumentou para 50%, as atividades complementares


passaram a ser obrigatórias, o que abre possibilidade para especializações e
experiências definidas pela Instituição de Ensino ou do aluno. Além disso, a
formação em Economia adquire como novos princípios básicos:

1- Comprometimento com a realidade brasileira, com autores brasileiros afinal se


Adam Smith estudou a economia para explicar o que era ‘’aquele monstro’’ agindo
na Europa, então o Economista Brasileiro deve engajar-se em saber sobre o papel
da Economia no seu país.

2- Pluralismo metodológico, porque a ciência sempre aproveita de ideias antigas


para criar ideias novas, então deixe o formando a par de todas as ideias existentes
para que ele escolha a que lhe mais agrada, para que dela se aproveite e crie ou
recrie novas formas para ela.

3- Ênfase nas inter-relações dos fenômenos econômicos com a sociedade em que


se inserem.

4- Ênfase na formação de atitudes, do senso ético para o exercício profissional e


para a responsabilidade social. Como podemos ver, o item 3 e 4 se completam, o
formando econômico precisa ter consciência do seu ao redor, e precisa ser um
sujeito ético, para que assim, tome uma responsabilidade social digna.

E da mesma forma que a formação Econômica tem seus princípios básicos, é


esperado que o formando dessa área tenha o seguinte perfil básico:
1- A capacidade de compreender o todo científico sobre a Economia.

2- Sólida consciência social.

3- Saber interagir e opinar sobre as mudanças econômicas ao seu redor (da sua
sociedade) e do mundo a fora.

4- No final do curso, necessita ter sólida formação geral e domínio técnico dos
estudos teóricos e práticos, que são dados durante o curso.

Por fim, tais abordagens visam melhorar o estudo da Ciência Econômica. Afinal, a
mesma precisou de um longo tempo para enfim firmar-se como ciência e mesmo
que com o decorrer dos anos, ache-se que ela já chegou no limite das ideias
criadas, a sociedade muda constantemente, e junto com ela, as relações de
mercado e logo, as relações econômicas.

Sendo assim, para acompanhar a evolução das Ciências Económicas, as diretrizes


curriculares sempre precisam ser atualizadas para que tal ciência tenha o seu
potencial totalmente explorado.

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