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DISCIPLINA
INTRODUÇÃO GERAL À
SOCIOLOGIA
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03
ANEXOS .......................................................................................................... 45
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INTRODUÇÃO
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar
dúvidas e aprofundar os conhecimentos.
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1. INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
De acordo com Camargo (s/d, s/p) o termo Sociologia foi criado por Auguste
Comte em 1838 (séc. XVIII), que pretendia unificar todos os estudos relativos ao
homem — como a História, a Psicologia e a Economia. A Sociologia surgiu como
disciplina no século XVIII, como resposta acadêmica para um desafio que estava
surgindo: o início da sociedade moderna. Com a Revolução Industrial e
posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se uma nova era no
mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados nacionais no
Ocidente. A Sociologia surge então para compreender as novas formas das
sociedades, suas estruturas e organizações. (...) e tem a função de, ao mesmo
tempo, observar os fenômenos que se repetem nas relações sociais – e assim
formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social –, como também se
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podemos citar: a organização das mais diversas atividades humanas pelo capital; a
predominância da indústria na atividade econômica e o crescimento da urbanização.
Vários historiadores têm dividido o processo de criação das sociedades industriais
em duas fases, a primeira com duração de 1760 a 1860 e a segunda iniciada por
volta de 1860. Com essa revolução surgiram também novas formas de energia,
como a eletricidade e os combustíveis derivados do petróleo. A velha Europa agrária
foi se tornando uma região com cidades populosas e industrializadas. Com tempo, a
Revolução Industrial influenciou profundamente a vida de milhões de pessoas em
todas as regiões do planeta. (MONOGRAFIAS/BRASILESCOLA, s/d, s/p)
Ainda de acordo com Martins (1994, p. 7-8) merece ser salientado que a
profundidade das transformações em curso colocava a sociedade num plano de
análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto" que
deveria ser investigado. Os pensadores ingleses que testemunhavam estas
transformações e com elas se preocupam não eram, no entanto, homens de ciência
ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de tudo homens voltados para
a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade.
Participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes
liberais, conservadoras e socialistas. Eles não desejavam produzir um mero
conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial,
mas procuravam extrair dele orientações para a ação, tanto para manter, como para
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reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo. Tal fato significa que
os precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre
indivíduos que participavam e se envolviam profundamente com os problemas de
suas sociedades.
Ainda conforme Costa Neto (s/d, s/p) no final do século XVIII a situação
socioeconômica da França era de total calamidade. Numa perspectiva de tentar
resolver as situações problemas, o Monarca Luis XVI convocou seu Ministro das
finanças Necker, que estava afastado do cargo, para decidir quanto à situação de
crise econômica e financeira. Por sugestão de Necker, Luis XVI convocou, no dia 5
de maio de 1789, a Assembleia dos chamados Estados Gerais que reunia os
representantes políticos do 1º. , 2º. e 3º. Estados os quais não se reuniam desde o
século XVII. O 1º. Estado era formado pelo alto clero, o 2º. Estado pela alta nobreza
e o 3º. Estado, pelos deputados que representavam a maioria da população
(assalariados, camponeses e pequena burguesia) – era o grupo maior, pois continha
um número maior de representantes.
cidadão esperando que houvesse uma aceitação por parte das classes populares
que ainda encontravam-se insatisfeitas com as realizações políticas e sociais
daqueles que se diziam seus representantes políticos. Na realidade a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão foi uma forma de legitimar a burguesia
no poder político do Estado sendo ela a classe dominante, de elite. Portanto, para a
burguesia a revolução estava por encerrada uma vez que seus interesses já haviam
sido conquistados por ela. Era necessário impedir a radicalização do movimento
revolucionário; ou seja, era necessário impedir que a revolução se tornasse popular,
o que não interessava à burguesia. (COSTA NETO, s/d, s/p)
invasores. Verdun, última defesa de Paris, foi sitiada pelos prussianos. O povo,
chamado a defender a revolução, saiu às ruas e massacrou muitos partidários do
Antigo Regime. Sob o comando de Danton, Robespierre e Marat, foram distribuídas
armas ao povo e foi organizada a Comuna Insurrecional de Paris. As palavras de
Danton ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse
ele: Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e
então a França estará salva. Em 21 de Janeiro do ano seguinte, 1793, Luis XVI foi
condenado e guilhotinado na praça da revolução – atual Praça da Concórdia situada
na avenida Champs-Élysées, em Paris – uma vez que os Jacobinos já haviam
assumido a liderança do movimento revolucionário. A rainha Maria Antonieta, foi
decapitada no mesmo ano só que em setembro. A República Girondina caiu e os
Jacobinos assumiram a direção política do Estado proclamando uma nova
República: a República Jacobina e com ela uma nova Constituição: a Constituição
de 1793. Na Constituição Jacobina continham princípios que satisfazia a população
porque garantia-lhe direitos e poder de decisão. Vejamos os mais importantes
pontos da nova Constituição:
O impacto da revolução foi tão profundo que, passados quase setenta anos
do seu triunfo, Alexis de Tocqueville, um importante pensador francês, referia-se a
ela da seguinte maneira: "A Revolução segue seu curso: à medida que vai
aparecendo a cabeça do monstro, descobre-se que, após ter destruído as
instituições políticas ela suprime as instituições civis e muda, em seguida, as leis, os
usos, os costumes e até a língua; após ter arruinado a estrutura do governo, mexe
nos fundamentos da sociedade e parece querer agredir até Deus; quando esta
mesma Revolução expande-se rapidamente por toda a parte com procedimentos
desconhecidos, novas táticas, máximas mortíferas, poder espantoso que derruba as
barreiras dos impérios, quebra coroas, esmaga povos e - coisa estranha - chega ao
mesmo tempo a ganhá-los para a sua causa; à medida que todas estas coisas
explodem, o ponto de vista muda. O que à primeira vista parecia aos príncipes da
Europa e aos estadistas um acidente comum na vida dos povos, tornou-se um fato
novo, tão contrário a tudo que aconteceu antes no mundo e no entanto tão geral, tão
monstruoso, tão incompreensível que, ao percebê-lo, o espírito fica como que
perdido". (MARTINS, 1994, p. 13)
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surge com interesses práticos e não "como que por encanto", como certa vez
afirmara. (MARTINS, 1994, p. 15-16)
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O termo Sociologie foi cunhado por Auguste Comte, que esperava unificar
todos os estudos relativos ao homem — inclusive a História, a Psicologia e a
Economia. Seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve
grande força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha
atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse
compreender este progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de
ordem social.
explicação dos fatos da natureza e passa a ser substituído pelo uso da razão.
(JOBIM, 2007, p. 3-4)
- Auguste Comte: Para Pauli (s/d, s/p) Auguste Comte filósofo francês (...) é
conhecido como fundador do positivismo e da sociologia. É o positivismo uma nova
forma do empirismo, que agora assume a veste de um novo nome e se ordena em
síntese ampla. Tal como já o empirismo, o positivismo se retém naquilo que não
ultrapassa à superfície das coisas que se experimentem; afasta-se de conceitos
meramente racionais, como, por exemplo, o de substância. Com isso ficaram
eliminadas a metafísica e a psicologia racional. Classificou Comte as ciências pelo
objeto. Em consequência abandonou classificação subjetiva pelas faculdades
introduzida por Francis Bacon e que fora ainda divulgada pela Enciclopédia
Francesa. Por sua vez o objeto foi ordenado pela ordem de generalidade
decrescente, estabelecendo-se consequentemente a matemática no topo (ou na
base) das ciências positivas. Depois vem a astronomia, a física, a química, a
biologia e a sociologia, com objetos progressivamente menos gerais, todavia mais
complexos. A descida ao cada vez menos geral pode resultar em divisões materiais;
não suficientemente atento a esta questão dividiu Conte ciências, como a física, a
astronomia, a geografia, que efetivamente não se diferenciam por esta via. A
sociologia de Comte como ciência positiva, se prende à filosofia apenas na sua
caracterização meramente formal. Em si mesma a sociologia somente afeta à
filosofia, quando se trata de defini-la e lhe discutir os métodos. Então ela é a ciência
que tem por objeto a interação social; advertir para este objeto de estudo, Comte
teve certamente um grande mérito, ainda que tal estudo em parte sempre houvesse
sido realizado. No atinente ao método, faz-se o reparo, que Comte ao dividi-la usou
de expressões analógicas, e que podem inadvertidamente ser tomadas pelo sentido
inadequado. Ao denominá-la física social, e ao dividi-la em estática social e dinâmica
social, usou uma linguagem que somente é válida em sentido analógico; usada em
sentido próprio poderá acarretar equívocos.
Para Jobim (2007, p. 4-6) Comte acreditava que a realidade é formada por
partes isoladas, de fatos atômicos; a explicação dos fenômenos se dá através da
relação entre eles; não se interessa pelas causas, mas pelas relações entre os
fenômenos; rejeição ao conhecimento metafísico; há somente um método para a
investigação dos dados naturais e sociais. Tanto um quanto outro são regidos por
leis invariáveis. Em sua Lei dos três estados ou estágios do desenvolvimento
intelectual, Comte teorizava que o desenvolvimento intelectual humano havia
passado historicamente primeiro por um estágio teológico, em que o mundo e a
humanidade foram explicados nos termos dos deuses e dos espíritos; depois
através de um estágio metafísico transitório, em que as explanações estavam nos
termos das essências, de causas finais, e de outras abstrações; e finalmente para o
estágio positivo moderno. Este último estágio se distinguia por uma consciência das
limitações do conhecimento humano.
- tudo tem origem no - tudo tem origem na razão, - ciência substitui a razão,
sobrenatural. na natureza e em forças natureza e forças misteriosas.
- época dos sacerdotes e misteriosas. - época industrial.
militares. - época jurídica. - predomínio do intelectual,
- domínio da organização - prevalece a organização principalmente o sociólogo|- a
militar. jurídica. economia se junta à sociologia
para, juntas, guiarem os destinos
da organização social.
Toda sociedade deve possuir uma ordem, proveniente dos instintos sociais do
indivíduo e que se manifesta através da família. Essa ordem exige, para sua
sobrevivência, de uma autoridade. Na família essa autoridade é o marido e na
sociedade é o governo. Não há sociedade sem governo, nem governo sem
sociedade.
No início a humanidade assumiu a fase teológica ou fictícia, que foi uma fase
provisória, mas o ponto de partida necessário para todo o processo cultural.
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Há informações sobre a Igreja Positivista do Brasil ao final desta Apostila.
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- Karl Marx e Friedrich Engels: De acordo com Araujo (s/d, p. 7-8) Marx e
Engels merecem destaque por suas pesquisas de cunho sociológico e socialista.
Esses dois estudiosos procuraram oferecer uma explicação da sociedade como um
todo e, por isso, não estavam preocupados em fundar a Sociologia como disciplina
específica. Em seus trabalhos, percebe-se uma profunda interligação entre os
campos do saber. A formação teórica do socialismo marxista constituiu uma
complexa operação intelectual e crítica de assimilação das três principais correntes
do pensamento europeu do século passado – o socialismo, a dialética e a economia
política.
Essa teoria é conhecida também por alguns outros nomes, que são
significativos. Alguns a chamam de teoria absolutista, pois essa teoria resume a
realidade do que está aí, e nada fora do que está aí existe. Além disso, para a teoria,
cada grupo é absoluto, fechado sobre si mesmo. O sistema está organizado de tal
modo que ele se explica a si mesmo: as partes em função do todo, tudo girando ao
redor do centro, caminhando para o equilíbrio e a harmonia. O resto do mundo pode
deixar de existir, que não há problema.
Outro nome que alguns ainda dão a essa teoria é o de teoria acadêmica.
Esse apelido já é um pouco malicioso, mas sugestivo. Qualquer sistema, para poder
sobreviver, tem de se garantir, de se legitimar, de se explicar. Essa teoria, pois para
se garantir, tem que montar alguns mecanismos que a sustentem. E o mecanismo
principal é a própria academia, ou o conjunto todo da educação: universidades,
escolas. (GUARESCHI, 1989, p. 22)
ALVES, Julia Falivene. Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997.
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
JOHSON, Allan G. Dicionário de sociologia. São Paulo: Jorge Zahar Editor, 1997.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2000.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia: série Brasil. São Paulo:
Ática, 2004.
VITA, Álvaro de. Sociologia da sociedade brasileira. São Paulo: Ática, 1989.
Sites visitados:
ANEXOS
Igreja Positivista do Brasil - O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso
por fim.
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Estas e outras informações acerca da Igreja Positivista do Brasil estão disponíveis em
<http://www.igrejapositivistabrasil.org.br/igreja.html> Acesso em: 06.08.2010.
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Neste endereço, no terceiro pavimento morreu Clotilde de Vaux, cofundadora com Augusto Comte da
Religião da Humanidade.
- Personalidades do Positivismo: