Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aviso importante!
Esta matéria é uma propriedade intelectual de
uso exclusivo e particular do aluno da Saber e Fé,
sendo proibida a reprodução total ou parcial deste
conteúdo, exceto em breves citações
com a indicação da fonte.
SOCIOLOGIA GERAL
EGUINALDO HÉLIO DE SOUZA
Versão da matéria: 1.0
Nossas matérias são constantemente atualizadas
com melhorias e/ou possíveis correções.
Para verificar se existe uma nova versão para
esta matéria e saber quais foram as alterações
realizadas acesse o link abaixo.
www.saberefe.com/area-do-aluno/versoes
43 SOCIOLOGIA GERAL
Sumário
03 u Introdução
03 O que é sociologia?
29 u Conclusão
29 Visão de educação, escola e sociedade
31 u Referências bibliográficas
q Introdução
O que é sociologia?
Por outro lado, vale conhecer a sociologia, não como informação infalível
acerca dos assuntos, mas como caminhos errados tomados pelas ciências sociais.
O marxismo, por exemplo, apresentou toda uma concepção antibíblica sobre o
que é o homem e, por causa disso,falhou em seu objetivo de transformar a socieda-
de. Cabe a cada aluno analisar as diversas teorias sociológicas para poder extrair
o que é bom (1Ts 5.21) e, depois, realizar uma aplicação prática.
Por fim, veremos a relação entre sociologia, sociedade, educação e escola,
para que conheçamos a importância fundamental de nosso papel como educa-
dores cristãos. Pois seja como professores cristãos, seja como professores de escolas
dominicais ou mesmo pregadores, somos educadores que, continuamente, influen-
ciamos a sociedade e determinamos seus rumos para o futuro.
Seria útil fazer uma leitura prévia de 1Coríntios 12.12-31, mesmo porque alguns
sociólogos desenvolveram modelos sociológicos semelhantes ao de “corpo”, con-
forme Paulo expõe nesta e em outras passagens. Embora o pensamento científico
da sociologia esteja além dessa concepção, ela serve, porém, de base para com-
preendermos o que significa analisar o homem em sociedade.
Capítulo
q Auguste Comte
1
A uguste Comte nasceu em Montpellier, França, em 19 de janeiro de 1798. Era
filho de um fiscal de impostos. Suas relações com a família foram sempre
tempestuosas e contém elementos explicativos do desenvolvimento de sua vida e,
talvez, até mesmo de certas orientações dadas às suas obras, sobretudo em seus
últimos anos. Em 1824, com dezesseis anos de idade, Comte ingressou na Escola
Politécnica de Paris, fato que teria significativa influência na orientação posterior
de seu pensamento. Em carta de 1842 a John Stuart Mill (1806-1873), Comte fala da
Politécnica como a primeira comunidade verdadeiramente científica, que deveria
servir como modelo de toda educação superior.
A escola Politécnica tinha sido fundada em 1794, como fruto da Revolução
Francesa e do desenvolvimento da ciência e da técnica, resultante da Revolução
Industrial. Apesar de ter permanecido por apenas dois anos nessa escola, foi ali
que Comte recebeu a influência do trabalho intelectual de cientistas como o físico
Sadi Carnot, (1796-1832), o matemático Lagrange (1736 -1813) e o astrônomo Pierre
Simon de Laplace (1749-1827). Especialmente importante foi a influência exercida
pela Mecânica Analítica de Lagrange, nela Comte teria se inspirado para vir a
abordar os princípios de cada ciência segundo uma perspectiva histórica.
Um ano depois de sair da escola Politécnica, em 1817, Comte tornou-se secre-
tário de Saint-Simon (1760-1825), do qual receberia profunda influência. Essa íntima
ligação intelectual foi extremamente proveitosa para Comte, pois acelerou seu
processo de desenvolvimento. Terminou, contudo, de maneira tempestuosa, como
acontecia com quase todas as relações pessoais de Comte. Ele e Saint-Simon eram
de temperamentos muito diversos para que pudessem trabalhar juntos durante mui-
to tempo: o rompimento ocorreu quando o discípulo começou a sentir-se indepen-
dente do mestre, discordando de suas ideias sobre as relações entre a ciência e a
reorganização da sociedade.
Comte não aceitava o fato de Saint-Simon, nesse período, deixar de lado seus
planos de reforma teórica do conhecimento e dedicar-se a tarefas práticas no
sentido de formar uma nova elite industrial e científica, que teria como alvo a refor-
ma da ordem social. O conflito culminou com a publicação do Plano de trabalhos
científicos necessários à reorganização da sociedade, escrito por Comte e do qual
Saint-Simon discordou.
Comte e a sociologia
Capítulo
q Emilé Durkheim
2
Durkheim e os homens de seu tempo
A sociologia de Durkheim
E mbora Comte seja considerado o pai da sociologia, e tenha lhe dado esse
nome, Durkheim é apontado como um de seus primeiros grandes teóricos.
Seus colaboradores e ele se esforçaram por emancipar a sociologia das demais te-
orias sobre a sociedade e constituí-la como disciplina rigorosamente científica. Em
livros e cursos, sua preocupação foi definir com precisão o objeto, o método e as
aplicações dessa nova ciência.
Portanto, normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimen-
tos mais gerais de determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas
aceitas pela maior parte da população. Patológico é aquele fato que se encontra
fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patoló-
gicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais.
Ainda que preocupado com as leis gerais capazes de explicar a evolução das
sociedades humanas, Durkheim ateve-se também às particularidades da socieda-
de em que vivia, aos mecanismos de coesão dos pequenos grupos e à formação
de sentimentos comuns resultantes da convivência social. Distinguiu diferentes ins-
tâncias da vida social e seu papel na organização social, como a educação, a
família e a religião.
Capítulo
q Karl Marx
3
E conomista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier, em 5 de
maio de 1818, e morreu em Londres, em 14 de março de 1883. Estudou na
universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana (Hegel – teólogo e fi-
lósofo alemão), e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da
filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro.
Em 1842, assumiu a chefia da redação do Jornal Renano, em Colônia, no qual
publicou artigos radicais e democratas que irritaram as autoridades. Em 1843, mu-
dou-se para Paris, editando, em 1844, o primeiro volume dos Anais germânico-fran-
ceses , órgão principal dos hegelianos da esquerda. Mas logo rompeu com os líde-
res desse movimento: Bruno Bauer e Ruge.
Em 1844, conheceu, em Paris, Friedrich Engels. Foi o começo de uma amizade
íntima que durou a vida toda. No ano seguinte, foi expulso da França. Radicou-se
em Bruxelas, onde participou de organizações clandestinas de operários e exilados.
Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de
1848, Marx e Engels publicaram o folheto O manifesto comunista, primeiro esboço
da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Ao voltar para
Paris, logo assumiu a chefia do Novo Jornal Renano, em Colônia, primeiro jornal di-
ário francamente socialista.
Materialismo histórico
A luta de classes
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas
também uma visão histórica da economia, a teoria marxista procura explicar a
evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo
histórico.
Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente dialética das for-
ças entre os poderosos e os fracos, os opressores e os oprimidos. A história da hu-
manidade seria constituída por uma permanente luta de classes, como deixa bem
claro a primeira frase do primeiro capítulo do livro O manifesto comunista, que diz:
“A história de toda sociedade passada é a história da luta de classes”.
Classes essas que, para Engels, eram “os produtos das relações econômicas
de sua época”. Assim, apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e
capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único. A base
da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma
superestrutura, um estado e as ideias econômicas, sociais, políticas, morais, filosófi-
cas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, queria colocar
no poder a maioria, os proletários, que seria a única força capaz de destruir a so-
ciedade capitalista e de construir uma nova sociedade socialista.
Para Marx, os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe domi-
nante, ou seja, as ideias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas
ideias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas
porque se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas.
Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedicasse a trabalhar e a produzir
subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que
associaria todos os homens e povos do planeta só poderia ser uma produção con-
trolada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica
economicamente mais necessita de socialismo.
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é
decisivo são as ações das classes sociais, pois para Marx e Engels, em todas as so-
ciedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores versus
escravos, nobres feudais versus servos, burgueses versus proletariados).
A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindica-
tos por melhores salários e condições de vida. Deveria também ser a luta ideológi-
ca para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como
luta política pela tomada do poder.
Nesse campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o
partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que bus-
casse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por
meio de uma revolução socialista.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e
que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando
os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx, é selvagem, pois o
operário produz mais para o patrão do que o seu próprio custo para a sociedade,
e apresenta-se, necessariamente, como um regime econômico de exploração.
Capítulo
q Max Weber
4
Uma educação humanista apurada
A partir dessa época, Weber somente deu aulas particulares, salvo em algu-
mas ocasiões, em que proferiu conferências nas universidades de Viena e Munique,
nos anos que precederam sua morte, em 1920. Sua obra mais famosa foi A ética
protestante e o espírito do capitalismo.
Compreensão e explicação
O legal e o típico
Para qualquer um desses tipos, tanto seria possível encontrar fenômenos sociais
que poderiam ser incluídos neles quanto se poderia também deparar com fatos
limítrofes entre um e outro tipo. Entretanto, observa Weber, essa fluidez só pode ser
claramente percebida quando os próprios conceitos tipológicos não são fluidos e
estabelecem fronteiras rígidas entre um e outro. Um conceito bem definido estabe-
lece nitidamente propriedades cuja presença nos fenômenos sociais permite dife-
renciar um fenômeno de outro; estes, contudo, raramente podem ser classificados
de forma rígida.
Capítulo
q A sociologia da educação
5
A sociologia da educação integra, desde há largos anos, os currículos de
formação de professores do nosso país, constituindo, de algum modo, uma
expressão e uma tentativa de resposta, enriquecendo outras, à crescente comple-
xidade do sistema de ensino português, o qual exige professores bem preparados,
quer no domínio científico de especialidade quer no domínio científico-pedagógi-
co e didático.
Articulada com as disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendi-
zagem, História e Teoria da Educação e Organização Escolar e Desenvolvimento
Curricular, constitui o corpo de saberes de Ciências da Educação para a formação
de professores na Universidade de Aveiro (Portugal). É sua finalidade principal dar
a conhecer aos alunos (futuros professores) a complexidade da realidade que os
espera no desempenho da sua atividade profissional, e nomeadamente:
a) A dimensão social dos sujeitos, a sua ligação à sociedade de que são origi-
nários e, sobretudo, a dialética existente entre essas instâncias;
b) O sistema de ensino e, designadamente, a escola enquanto instituição e or-
ganização, bem como algumas disfuncionalidades que nela ocorrem;
c) A profissão docente, nomeadamente a alteração dos papéis profissionais e
a forma de desempenho dos mesmos.
A educação e a escola
A educação e a sociedade
q Conclusão
É certo que não há escola sem sociedade, mas, no contexto atual, desafortu-
nada será a sociedade sem escola. Por outro lado, subordinar uma a outra é cair
no “otimismo pedagógico” (apenas a escola vai mudar a sociedade) ou no “de-
terminismo social” (a escola é o reflexo, a reprodutora da ideologia dominante).
Nessa relação conflitiva, cabe à escola focalizar o seu papel formal de principal
responsável pela organização, sistematização e desenvolvimento das capacida-
des científicas, morais, éticas e tecnológicas de uma nação.
O eixo estrutural comum à educação, à escola e à sociedade é o conheci-
mento. Da relação dialética entre estes componentes resultará o modelo de edu-
cação, de escola e de sociedade. É lógico que estas forças estão em permanente
conflito e mutação, o que justifica, por si só, a capital importância do educador
e educando na prática social. Para exercer a cidadania plena, é necessário ter
acesso à informação e à tecnologia, sabendo utilizá-las. Como conceber um ci-
dadão sem estes instrumentos? Sem desenvolvimento educacional não há desen-
volvimento social, e vice-versa. O foco da escola é a ciência, produção humana
determinada historicamente por fatores econômicos, sociais e culturais, nos quais
também interfere. Dessa forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do
homem, sem o qual não é possível alcançar o êxito pessoal e coletivo. A ciência
e o consequente desenvolvimento tecnológico são um meio de compreensão e
transformação da realidade material (natureza) e da sociedade.
Aqui entra o papel fantástico da tecnologia enquanto “extensão” do corpo hu-
mano, sobretudo do cérebro. Ela permeia a nossa função social e a cultura, incluin-
do sua importância na produção dos conceitos e dos valores. Mais do que nunca,
a geração da riqueza está na capacidade de mediar conhecimento e t ecnologia.
Desvincular a escola do processo produtivo é “tirar o seu chão”. É íntima a relação
entre o nível de escolaridade e o nível de desenvolvimento econômico. Aliás, o
mundo do trabalho está cada vez mais exigente não só em termos de tecnologia,
mas também de autoconhecimento, espírito crítico, capacidade de tornar-se au-
todidata e, principalmente, de interação social.
Compete ainda aos agentes educacionais responderem pela dimensão ética,
quer dizer, pela formação dos valores morais, das atitudes e dos procedimentos
para que os alunos sejam membros ativos e úteis à sua comunidade. Valores estes
que orientam o uso correto do saber científico, moral, ético e tecnológico. Impõe-
se a necessidade de uma consistente formação ética sob pena de a força transfor-
madora da ciência e da tecnologia degenerar o ser humano, numa total destrui-
ção. À escola compete contribuir para equacionar e resolver os desafios éticos na
defesa ativa da natureza, da moral e da vida. Valores e atitudes são componentes
que devem integrar nossa proposta pedagógica.
q Referências bibliográficas