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Atividade formativa e avaliativa – Introdução aos clássicos – Auguste Comte

Componente: Sociologia I
Docente: Juliana Nicolau Santana
Discente: Maria Eduarda F. Furtado
Curso: 1 Administração
Período: Matutino
Data: 18/06/2020

Olá, estudantes!

Em continuação ao nosso processo de reposição de aulas e conteúdos, adiaremos


a etapa que trata da sociologia como ciência e os métodos sociológicos e trataremos dos
clássicos da sociologia.

Nessa etapa, abordaremos sobre o contexto histórico, conceitos elaborados pelo


“pai da sociologia” Auguste Comte.

O material foi elaborado a partir da perspectiva de uma aprendizagem autônoma,


com a seleção de conteúdos específicos e numa linguagem que facilite o seu estudo.

É importante fazer anotações em seu caderno, após as leituras e assistir aos


vídeos.

Não se esqueça de que existe um canal aberto para dúvidas via Edmodo e outro
via monitoria. Entre em contato, caso sinta necessidade.

As atividades devem ser entregues via Edmodo ou impressas no protocolo


do IFMT.

Bons estudos!

Parte I – Auguste Comte e o positivismo

1) Leia os textos “Introdução à ciência da sociedade e aos clássicos” e “Auguste


Comte e a teoria positivista” responda com suas próprias palavras:
1.1) Que corrente de pensamento social influenciou Comte e por quê? (até
0,5 ponto)
R-) Sua motivação repousa no estado de “anarquia” e “desordem” de
sua época, a França do século XIX, período marcado por um
profundo caos social.
1.2) Qual a importância do pensamento positivista para a formação da
ciência da sociedade. (até 0,5 ponto)
R-) “O nome ‘positivismo’ significa certo, seguro, definitivo. Como
escola filosófica derivou do ‘cientificismo’, isto é, da crença no poder
dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e
traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da
vida do homem, da natureza e do próprio universo. Com este
conhecimento pretendia-se substituir as explicações teológicas,
filosóficas e de senso comum por meio das quais, até então, o homem
explicara a realidade e sua participação nela”

1.3) A partir da ideia positivista de Auguste Comte, explique os três


estados da evolução da sociedade humana. (até 0,5 ponto)
R-) Comte definiu três estados os quais são: 1° Teológico;
2° Metafisico; 3° Positivo/Científico. Comte e afirma que “o espírito
dos indivíduos, assim como aespécie humana e as próprias ciências
descreve um movimento histórico que atravessa um estado teológico
no qual o espírito humano acredita que os fenômenos são explicados
pela ação de agentes sobrenaturais, um estado metafísico no qual os
agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas como
explicação dos fenômenos e finalmente atinge, por necessidade
histórica, o estado positivo.

1.4) De acordo com Comte, a sociedade é ao mesmo tempo estática e


dinâmica. Por quê? (até 0,5 ponto)
R-) Comte afirma que há um desenvolvimento histórico da
sociedade, um progresso da evolução humana, um progresso,
entretanto, que em momento algum prescinde da ordem ou carrega
em si a possibilidade de alterar os elementos estáticos da sociedade.
Sem ordem não há progresso, que não é senão o desenvolvimento da
própria ordem. Para Comte, portanto, há complementaridade entre
ordem e progresso e sua proposta será uma síntese dessas duas ideias
visando restaurar a unidade social.

1.5) Na sociedade brasileira, como a valorização do racionalismo e do


cientificismo se apresenta? Responda por meio de um exemplo
concreto atual. (até 1,0 ponto)
R-) Pode-se concluir colocando os princípios racionais como meio de
valorização como a criação e implementação das normas de conduta
e leis da razão.
Parte II - Positivismo no Brasil

2) Assista ao vídeo “Positivismo – o Rio de Janeiro da Belle Époque”,


disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-yiVQTZrRfg e responda com
suas próprias palavras:
2.1) Segundo Luis Otávio Ferreira, pesquisador da Fiocruz, nos anos
1870, havia no Brasil intelectuais positivista que viam em nosso país
uma passagem do estágio metafísico para o positivo. De que maneira
o pesquisador justifica a sua afirmação? (até 1,0 ponto)
R-) Segundo o mesmo o Brasil passava dos princípios filosóficos,
abstratos e mudava para os princípios científicos, o qual os
intelectuais como químicos, matemáticos, médicos, engenheiros
promoveriam a modernização ou reorganização da sociedade.

2.2) De acordo com Ferreira, como se deu a divisão entre grupo ortodoxo
e heterodoxo de positivistas no Brasil? (até 0,5 ponto)
R-) O grupo ortodoxo era adepto na concepção religiosa do
positivismo enquanto o grupo heterodoxo valorizava a ideia de um
governo baseado na técnica.

2.3) Ferreira afirma que o positivismo se desdobraria em três dimensões:


política, filosófica e religiosa. Em relação à dimensão política, quais
as ideias defendidas pelos positivistas? (até 1,0 ponto)
R-) A política brasileira era formada majoritariamente por bacharéis
em direito, logo a crítica que os positivistas faziam, era uma crítica a
própria ordem política herdada do império e que deveria ser renovada
e transformada durante a republica com a ascensão do engenheiros ao
poder do estado brasileiro e a constituição de uma elite técnica.

2.4) Conforme o entendimento de Ferreira, explique quais as


contribuições dos positivistas na educação técnica brasileira? (até 1,0
ponto)
R-)

2.5) Em sua opinião, a educação técnica e científica pode reorganizar a


sociedade brasileira atual? Justifique a sua resposta. (até 1,0 ponto)

Parte III – A teoria comteana em seu cotidiano

3) Escreva um texto descritivo ou argumentativo, no qual você relate como o


positivismo, Lei dos três estágios, dinâmica e estática, ordem e progresso
dentro da visão de Comte estão presentes em seu cotidiano. (até 2,5
ponto)
Anexo I

Introdução à ciência da sociedade e aos clássicos

Como vimos por meio dos vídeos analisados e da leitura do livro didático nas
últimas aulas, a Sociologia é uma ciência que começou a se desenvolver no século
XVIII, em um momento de transformações na sociedade europeia.

A I Revolução Industrial trouxe o aumento da produção de mercadorias,


crescimento das cidades e formação de novos Estados Nacionais. A organização
econômica se dividiu em dois principais grupos, um que se tornou o proprietário das
fábricas, terras e materiais primas chamado genericamente de burguesia e outro que se
tornou a mão de obra, chamado de trabalhadores assalariados.

A Revolução Francesa baseada no Iluminismo contribuiu para o surgimento de


teorias políticas sobre a formação dos Estados Nacionais, Liberalismo. Declarou-se que
os homens eram iguais perante a Lei e tinham direitos universais. Com isso, criou-se
uma série de direitos sociais como educação, moradia, alimentação e civis como
liberdade de pensamento e expressão, direito de ir e vir, entre outros.

Como explicar que toda a riqueza resultante da I Revolução Industrial levava ao


aumento da pobreza dos trabalhadores? Se todos os homens eram iguais, fraternos e
libertos como dizia o lema da Revolução Francesa por que alguns povos eram
escravizados? E o aumento da desigualdade social? Para responder essas e outras
perguntas e explicar cientificamente o mundo, as relações sociais humanas e entre
diferentes sociedades surgiu a Sociologia.

Dentre as várias teorias que foram elaboradas sobre as relações sociais humanas,
três autores se destacaram e são considerados como clássicos. Um clássico é algo de
importância, tradição para a sociedade em geral. Na Sociologia existem diversos autores
de grande referência, os três principais são Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.

No início do século XIX, um movimento contribuiu para o fortalecimento do


pensamento científico, o positivismo. Este buscava uma nova proposta e a aplicação de
determinadas hipóteses científicas uma saída mais viável de intervir na realidade social.
O principal filósofo positivista foi Saint-Simon (1760-1825). Contudo, a
sistematização e estruturação das ideias positivas foram feitas por seu secretário
Auguste Comte (1798-1857). Com base no positivismo, Comte entendia que era
“possível observar a vida social e reunir conhecimentos confiáveis, válidos sobre como
a sociedade funciona. Esses conhecimentos poderiam ser usados para afetar o curso da
mudança e melhorar a condição humana. Ele acreditava que, como nas ciências naturais,
a vida social era governada por leis e princípios básicos que podiam ser descobertos
através do uso dos métodos mais comumente associados às ciências físicas”
(JOHNSON, 1997, p. 179).
Comte foi o primeiro a utilizar a palavra sociologia. Para esse filósofo, “as
teorias de vida social deveriam ser formuladas rígida, linear e metódica sobre uma base
de fatos verificáveis” (JOHNSON, 1997, p. 179).

A partir da ideia de que o homem é um ser naturalmente social, portador de


razão, construtor da sua inteligência, Comte afirmava que a sociedade humana passava
evolutivamente pelo que ele chamou de Lei dos três estados (ou estágios) do
conhecimento e pensamento humano.

O primeiro estado do conhecimento humano foi chamado por Comte de o estado


teológico. Neste estágio, o homem entende que tudo o que ocorre no mundo, inclusive
na sua vida social, tem Deus no controle a dar as ordens e determinar as ocorrências de
forma lógica. Em outras palavras, é uma visão com Deus no centro de tudo, teocêntrica
da vida social, na qual a crença e a fé chega a ser irracional, carregada de predestinações
por meio das quais o homem fica em uma posição submissa diante da realidade.

O homem evolui e pode atingir o segundo estado ou estágio, chamado por Comte
de metafísico. Neste estágio, o homem não vê Deus no centro de tudo, começa a
questionar e levantar dúvidas sobre a sua realidade.

Com os questionamentos há progresso e evolução do pensamento humano.


Assim, o homem chega a formulação antropocêntrica da realidade. Neste terceiro
estágio, chamado por Comte de positivo, existe a valorização da busca do saber,
reflexão com base na razão e nos métodos científicos, que também são chamados de
positivos e no uso da racionalidade.

Comte afirma que no estado positivo, as concepções não são absolutas e sim
relativas. Isso é importante para a aplicação do raciocínio indutivo, no qual se observa
um fenômeno particular e elabora relações com situações gerais. Exemplo: a falta de
acesso à educação afeta a vida de Romeu. Romeu é humano. Logo a falta de acesso à
educação afeta a vida de todo ser humano.

Comte propôs e adotou modelos de análise vindos da biologia na sociologia. Ele


via a sociedade como um grande organismo vivo. Da mesma forma que as partes do
corpo humano dependem uma das outras para um bom funcionamento, as instituições
sociais são partes que devem ser unidas e harmônicas para a manutenção da ordem e o
progresso da sociedade.
A proposta filosófica de Comte pode ser considerada uma reação de caráter
conservador aos ideais da Revolução Francesa e ao momento de instabilidade que
atingiu a França, nas primeiras décadas após essa revolução. O pensamento comteano
refletia os valores ideológicos da classe burguesa, que buscava maior harmonia social. O
filósofo defende a reorganização e a estabilidade da sociedade industrial, inclusive por
meio da preservação moral, da qual decorre a aplicação da noção de ordem e
progresso. O próprio Comte afirmava: “Nenhum grande progresso pode efetivamente
se realizar se não tende finalmente para a evidente consolidação da ordem” (COMTE,
1978, p. 9). Essas afirmações não lhes são familiar, aqui no Brasil?

A influência do pensamento positivista foi grande em vários países Alemanha,


Argentina, Brasil, Chile, França, Inglaterra, Itália, México, entre outros. No final do
período imperial brasileiro, as ideias positivistas foram extremamente influenciadoras de
diversas medidas adotadas pelo governo da República que se iniciava no Brasil.

As ideias positivistas estavam presentes no Partido Republicano, nas pessoas a


favor do sistema republicano e militares que participaram da Proclamação da República,
em 1889, no Brasil. A frase da bandeira “Ordem e Progresso” foi retirada do
pensamento de Comte. Ele influenciou a redação da nossa primeira Constituição
republicana de 1891, primeiro Código Civil, medidas administrativas, orientações
educacionais e pedagógicas adotas pelo Estado Brasileiro até meados de 1940.

Comte buscava unir religião e ciência; reforma e conservadorismo. Além disso,


esse filósofo defendia a tríade família-pátria-humanidade, o que chamou a atenção de
parte dos homens e mulheres da elite brasileira. A religião positivista criada por ele
cresceu no Brasil. Embora a Igreja positivista tenha decrescido consideravelmente no
século XXI, ainda existe no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.

AUGUSTE COMTE E A TEORIA POSITIVISTA

Auguste Comte (1798-1857) é um pensador inteiramente conservador, ou


seja, um defensor sem ambiguidades da nova sociedade. Sua motivação repousa no
estado de “anarquia” e “desordem” de sua época, a França do século XIX, período
marcado por um profundo caos social. E ao se deparar com essa realidade se propõe
a pensar a sociedade de forma cientifica com o objetivo de restabelecer a coesão e
equilíbrio social, mas para isso é necessário ordem.

O Positivismo: - “Doutrina que postula entre outras coisas, a


necessidade de utilizar o modelo das ciências naturais e aplicá-loao estudo da
sociedade” (VIANA, 2006:24).

- “A palavra designa a doutrina e a escola fundada por Auguste


Comte, no século XIX. Seu positivismo compreende não só uma teoria da ciência,
mas também, e simultaneamente, uma determinada concepção da história e uma
proposta de reforma da sociedade e da religião” (SIMON, 2010:156).
- “O nome ‘positivismo’ tem sua origem no adjetivo‘positivo’, que
significa certo, seguro, definitivo. Como escola filosófica derivou do ‘cientificismo’,
isto é, da crença no poder dominante e absoluto da razão humana em conhecer a
realidade e traduzi-la sob a forma de leis que seriam a base da regulamentação da
vida do homem, da natureza e do próprio universo. Com este conhecimento
pretendia-se substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum por
meio das quais – até então – o homem explicara a realidade e sua participação nela”
(COSTA, 2005:72).

Segundo o sociólogo Anthony Giddens, o tema central de Auguste Comte é


a necessidade de conciliar a ordem com o progresso. Isso devido a sua disputa
intelectual com duas correntes distintas de pensamento social: Os Metafísicos
Revolucionários (1789), e a Escola Retrógrada (conservadorismo católico).
Os pensadores da corrente Metafísica Revolucionária lutavam pelo
progresso, mas à custa da ordem, isto é, embora a sociedade estivesse em caos o
mais importante era o progresso, o afastamento total do Antigo Regime
(Monarquia-feudal). Por sua vez, a corrente da escola retrógrada lutava pela ordem,
sem desejar o progresso, isso porque desejava o retorno a ordem feudal, ao modelo
de hierarquia estamental e ter novamente poder.
Entretanto, o tipo de sociedade previsto por Comte com a garantia de
ambos, ordem e progresso, dava grande importância às características constantes
dos trabalhos da “escola retrógradas”, isso porque este grupo defendia os valores
que Comte entendia como importantes para o estabelecimento e manutenção da
ordem – senso moral, autoridade, compreensão favorável a desigualdade, sem,
contudo, se relacionar com o catolicismo.

A sociologia de Comte apresenta a partir de dois elementos fundamentais:


• Doutrina dos três estados.
• Estático e Dinâmico.

A doutrina dos três estados refere-se a “descoberta” da lei do


desenvolvimento da mente humana, ou seja, o processo evolutivo do ser humano
caracterizado por três estados/estágios:
1° Teológico; 2° Metafísico; e 3° Positivo/científico.

Segundo Simon a Lei dos três estados é fundamental ao pensamento de


Comte e afirma que “o espírito dos indivíduos, assim como aespécie humana e as
próprias ciências descreve um movimento histórico que atravessa um estado
teológico – no qual o espírito humano acredita que os fenômenos são explicados pela
ação de agentes sobrenaturais –, um estado metafísico
– no qual os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas como
explicação dos fenômenos – e finalmente atinge, por necessidade histórica, o estado
positivo. É somente nesse terceiro estado que se realiza o verdadeiro espírito
científico, o qual se limita à observação dos fatos, a raciocinar sobre eles e a procurar
suas relações invariáveis, quer dizer suas leis.
Para Comte as sociedades possuíam aspectos que ele denominou de
Estático e Dinâmico. Estes estão relacionados à ordem e ao progresso. O aspecto
Estático está relacionado ao que Comte entendia por fatores que deveriam
permanecer nas sociedades como mecanismo integralizadores, ou seja, instituições
moralizadoras e estruturantes da sociedade.
Dessa forma o aspecto estático está diretamente relacionado à ordem.
Por sua vez o aspecto Dinâmico é natural e necessário a toda e qualquer
cultura, este se relaciona ao progresso. Progresso desde o ponto de vista da
intelectualidade, as leis dos três estados, ao progresso produtivo propriamente dito.
Portanto, para Comte a sociedade Europeia Capitalista com produção industrial
(civilizada) e a ciência se estabelecendo como dominadora de toda verdade é o modelo
máximo para toda e qualquer cultura, reproduzindo o eurocentrísmo.

Estático – estuda a harmonia prevalecente entre as diversas condições de


existência, o qual estabelece a ORDEM.
Dinâmico – investiga o desenvolvimento ordenado da sociedade e
estabelece as leis do PROGRESSO.
Segundo Simon Comte afirma que há um desenvolvimento histórico da
sociedade, um progresso da evolução humana, um progresso, entretanto, que em
momento algum prescinde da ordem ou carrega em si a possibilidade de alterar os
elementos estáticos da sociedade. Sem ordem não há progresso, que não é senão o
desenvolvimento da própria ordem. Para Comte, portanto, há complementaridade
entre ordem e progresso e sua proposta será uma síntese dessas duas ideias visando
restaurar a unidade social. Uma das ideias-chave do positivismo será “O amor por
princípio, a ordem por base e o progresso por fim”.
A implicação de subordinar o progresso a ordem está no fato de que esse
modelo de sociedade é uma continuidade da estruturade dominação. Ou seja, as
instituições sociais devem ser mantidas e altamente consideradas para que estas
consigam “formatar” as consciências e assim, mantera harmonia social. Manter a
ORDEM significa acalmar as revoltas sociais, legitimas o u não, em nome do
PROGRESSO,e nesse caso, o progresso do capitalismo. Dessa maneira, qualquer
reivindicação que tenha, pelo menos, aparência de revolta deve ser contida pela força
militar, já que a religião e outras instituições sociais não têm cumprido bem seu
papel, com isso chegamos a outra conclusão do pensamento positivista comteano: Os
problemas sociais não são resultados das desigualdades sociais ou pela má
distribuição de renda, mas sim pelo enfraquecimento das instituições sociais.
Ordem e progresso é o lema da bandeira brasileira, isso porque o
positivismo ganhou expressividade a partir de 1870 influenciando na política
nacional. Simon nos esclarece que a variedade e os modos de adesão ao calendário
filosófico-religioso de Comte dividem os positivistas. Os religiosos ortodoxos,
seguidores fiéis da doutrina como um todo representado principalmente por Miguel
Lemos e Teixeira Mendes (fundadores da primeira Igreja Positivista do Brasil, no
Rio deJaneiro), e os heterodoxos, que aceitavam apenas a parte filosófico-científica
da obra de Comte, como Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Benjamin Constant,
entre outros. E, pode-se falar ainda, de um positivismo político que se situou
basicamente no Rio Grande do
Sul, sob a liderança de Júlio Castilhos, mas que orientou a ação
política de setores militares e civis da pequena burguesia em outros pontos do
país.
Os positivistas participaram do movimento pela Proclamação da República,
em 1889, e na Constituição de 1891, e por sua influência a Bandeira brasileira passou a
ostentar o lema clássico do positivismo.

Organização: Prof. Edson Elias Bibliografia:


ADORNO, Theodor. HOKHEIMER, Max. Temas básicos da
sociologia. São Paulo, Cultrix, 1973. COSTA, Cristina.
Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. São Paulo:
Moderna, 2005.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia, 29° ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.

SIMON, Maria Cecília. O Positivismo de Comte in: REZENDE, Antônio. Curso de


Filosofia, 15° ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010, pp.144-158.

TOMAZI, Nelson. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: Atual, 2007. VIANA,
Nildo. Introdução à Sociologia. Belo Horizon te: Autêntica, 2006.

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