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Joana Francisco Macamo

Antropologia Cultural de Moçambiqe

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Universidade Pedagógica de Maputo

2021
I

Joana Francisco Macamo

Positivismo

Trabalho por apresentar na disciplina de


Antropologia Cultural de Moçambique.

Docente: Rute Macave

Universidade Pedagógica de Maputo

2021
II

Índice

1 Introdução.................................................................................................................................1

1.1 Objectivos 1

1.1.1 Objectivo geral...........................................................................................................1

1.1.2 Objectivos específicos...............................................................................................1

1.2 Metodologia 1

2 Conceitos..................................................................................................................................2

3 História do positivismo e a Sociologia do Século XIX............................................................2

4 Lei dos Três Estados.................................................................................................................4

5 Ideias principais ou hipóteses fundamentais do positivismo....................................................4

6 Características do positivismo..................................................................................................4

7 Conclusão.................................................................................................................................6

8 Referências bibliográficas........................................................................................................7
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1 Introdução

O presente trabalho versa sobre Positivismo, afirmar que a antropologia é a ciência do homem
não quer dizer muito, pois qualquer disciplina entre as chamadas ciências humanas (psicologia,
sociologia etc) trata do homem e é também, portanto, uma ciência do homem. Sendo a
antropologia, ao pé da letra, (anthropos – homem; logos – ciência) ciência do homem.

Em primeiro lugar, significa que é o único saber que acima de tudo, com toda a sua grande
diversidade temática, tem uma preocupação constante em definir o homem. Sem dúvida, a tarefa
que se atribui à antropologia é muito vasta, o que facilita a proliferação de subdivisões e
paradigmas distintos agrupados sob esta denominação comum. Denominou-se a antropologia
como cultural, física, econômica, social, aplicada, médica, psicológica, lingüística, filosófica,
cognitiva, ecológica, hermenêutica, funcional, simbólica, estrutural etc.

O positivismo é uma proposta teórico-metodológica com pretensão de constituir-se como ciência


capaz de explicar as relações e fenômenos social.

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral

Debruçar sobre o positivismo desde o seu surgimento até os dias de hoje.

1.1.2 Objectivos específicos

 Apresentar alguns conceitos.


 Fazer um breve historial do positivismo.
 Discutir sobre ideias principais do positivismo e suas características.

1.2 Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se a leitura de artigos bibliográficos de modo a


obter bases teóricas que sustentem o assunto em abordagem. Foi feita a revisão da literatura
sobre positivismo.
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2 Conceitos

A Antropologia e as Ciências Sociais

Quando abordamos a antropologia no contexto das Ciências Sociais, é frequente o entendimento


de que a antropologia se dedica ao estudo dos povos chamados “primitivos”, em contraposição à
sociologia que estudaria o homem chamado “civilizado”, urbano, contemporâneo. Ou de que a
antropologia estudaria as culturas, e a sociologia, assim como a ciência política, estudaria as
instituições.

O positivismo é uma teoria de desenvolvimento social que afecta o campo das ciências, pois


aposta nelas como factor de desenvolvimento social, e o campo da política, pois desenvolve uma
teoria que promove uma espécie de doutrina para a promoção do progresso civil.

Essa teoria foi elaborada pelo filósofo Auguste Comte (1798-1857), que, influenciado pelo
iluminismo francês, elaborou uma teoria política, social e científica que apostou em uma
marcha progressiva constante da sociedade. Segundo o seu pensamento, a humanidade teria
passado por dois estágios de desenvolvimento e, no século XIX, teria entrado no terceiro e mais
aprimorado estágio, o positivo.

Para Comte, a Europa estaria vivendo uma nova configuração, demasiadamente complexa, por
conta das duas grandes revoluções ocorridas: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial.

3 História do positivismo e a Sociologia do Século XIX

A Revolução Francesa pôs fim ao chamado “Antigo Regime”, ou seja, acabou com a monarquia
no território francês. Esse facto desencadeou um período de instabilidade política que durou
cerca de trinta anos. A Inglaterra acumulava cada vez mais fábricas, inaugurando a primeira fase
da Revolução Industrial, que no século XVIII utilizava, principalmente, o motor a vapor como
forma de energia produtiva.

O efeito colateral dessa primeira fase da Revolução Industrial foi a explosão demográfica dos
centros urbanos, que ocasionou um crescimento desordenado das cidades, acirrando a
desigualdade social, a miséria, a fome e as doenças.
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O primeiro representante do positivismo foi Condorcet (1743-1794), postulando que a ciência da


sociedade deve tornar o caráter de uma matemática social, ou seja, deveria ser preciso, rigoroso e
objetivo. Considerava o conhecimento da Física um modelo de ciências isentas de valor ou
paixão, assim deveria ser as ciências humanas.

Em seguida temos Saint-Simon (1760-1825), discípulo de Condorcet. Esse formulou uma ciência
social segundo o modelo biológico (fisiológico). Sua reflexão tem caráter crítico utópico. Para
ele algumas classes são parasitas do organismo social, uma referência à aristocracia e ao clero.
Também caracterizada como combatente das classes dominantes.

Com Augusto Comte (1798-1857), temos uma mudança, pois este criticava, seus antecessores
em virtude de seu caráter crítico e negativo. Segundo Conte o conhecimento deveria ser positivo.
O positivo aqui soa quase como conservador. Embora continue a tradição anterior, considera a
ciência natural como paradigma a ser perseguido, chama sua concepção de “física social”, é uma
ciência que estudará os fenômenos sociais. Esses fenômenos são submetidos a leis invariáveis.

Como maneira de entender as complexas mudanças sociais, Comte propôs o desenvolvimento de


uma nova ciência, a Sociologia. Segundo o filósofo, esse período seria o mais intenso na cadeia
evolutiva da humanidade, que utilizaria a Sociologia e a Biologia para compreender os campos
fisiológicos e sociais de actuação do ser humano na natureza.

O positivismo seria uma saída para resolver o problema deixado pela instabilidade política.


Comte era favorável ao fim da monarquia, porém, o caos que sucedeu a Revolução Francesa,
para ele, era perigoso e, segundo o filósofo, somente a ordem política e o rigor civil poderiam
mudar esse quadro. Por meio de um estudo sistemático da sociedade (Sociologia) e da ordem
política e social aliada ao cientificismo (positivismo), haveria avanço para a humanidade.

O positivismo pretende completar a isenção de preconceitos para as ciências humanas. Sendo


filha do Iluminismo, entendemos seus motivos, ao compreendermos o contexto o qual estava
inserido, pois lutava contra a ideologia dominante da época, a ideologia clerical, feudal,
absolutista. No primeiro momento, o positivismo se mostra possuidor de um caráter utópico,
crítico e revolucionário.
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Para fixar uma marcha de desenvolvimento da humanidade que culminaria na sua fase mais
evoluída, aquela que era vivida no século XIX, Comte elaborou a Lei dos Três Estados.

4 Lei dos Três Estados

A lei dos três estados foi organizada desta maneira:

 Estado teológico: momento primitivo em que os seres humanos procuravam respostas


para os dilemas da vida em elementos sobrenaturais e irracionais, como a actuação dos
deuses, seres místicos e forças sobrenaturais.

 Estado metafísico: a Filosofia surge para substituir as explicações teológicas por


especulações baseadas em argumentos lógicos e racionais, impulsionando a busca pelo
conhecimento verdadeiro.

 Estado positivo: quando a ciência baseada na observação rigorosamente metódica seria


responsável por elaborar o conhecimento humano sobre a natureza, buscando respostas na
própria natureza.

5 Ideias principais ou hipóteses fundamentais do positivismo

O positivismo pode ser explicado a partir de três ideias principais ou hipóteses fundamentais:

 A sociedade humana é regulada por leis naturais, imutáveis, ou seja, não sofre influências
da vontade ou ação humana. Essas leis regulamentam a vida social, econômica e política
e são do mesmo tipo que as leis naturais.
 O método para conhecer a sociedade são os mesmos utilizados para conhecer a natureza.
 As ciências naturais são ciências objetivas. Livres de juízos e valores, as ciências
humanas devem ser do mesmo tipo, ou seja, devem ser objetivas. Os valores são
empecilhos à objetividade, são contrários, portanto indesejáveis nesse campo.
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6 Características do positivismo
 Doutrina filosófica: a inspiração política do positivismo estava no Iluminismo. Os
primeiros filósofos iluministas defendiam que o conhecimento deveria ser universalmente
estimulado, mediante uma educação emancipadora para levar a autonomia social a um
nível em que a humanidade progrediria moralmente pelos frutos do progresso intelectual.
Esse progresso somente seria pleno, no momento em que todos se juntassem em prol
da busca pelo conhecimento esclarecedor sobre o mundo.

 Doutrina sociológica: a ordem social estaria intimamente ligada ao desenvolvimento


moral e ao desenvolvimento científico. Portanto, seria necessário, além de entender a
natureza, entender o funcionamento da sociedade, levando em conta a actuação dos seres
humanos e criando teorias doutrinárias que ditassem um modo de agir que levasse ao
progresso. O rigor e a ordem eram imperativos nessas teorias, pois eram eles que
garantiriam o pleno desenvolvimento humano.

 Doutrina política: a disciplina, o rigor e a ordem social eram requisitos políticos para a


garantia do avanço social na visão de Comte. Somente com acções voltadas para
o desenvolvimento de uma disciplina pessoal e colectiva, cultivada juntamente com o
aprendizado das ciências e com o trabalho sociológico, a política poderia render um
estágio de progresso capaz de levar a humanidade ao seu ápice.

 Desenvolvimento das ciências e das técnicas: a tecnologia e a ciência eram partes


importantíssimas da teoria de Auguste Comte. Segundo o filósofo, nenhum progresso
seria possível no estágio positivo sem o alto grau de aperfeiçoamento científico aliado ao
alto desenvolvimento tecnológico, o que impulsionaria a humanidade sempre adiante.

 Religião positiva: a religião sempre foi característica comum da humanidade. Os seres


humanos sempre buscaram o culto a algum tipo de divindade para explicar o
inexplicável. Como a busca por explicações mais elaboradas é marca comum do estágio
positivo, a religião tradicional daria lugar, segundo o pensamento positivista, a um novo
tipo de religião, o cientificismo. O cientificismo seia o acto de depositar nas ciências toda
a fé em relação ao conhecimento e ao desbravamento do mundo, entendendo que não há
sobrenatural, mas somente natureza. As ciências ocupariam, para os positivistas, o lugar
que Deus ocupou nas religiões desenvolvidas até então.
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7 Conclusão

Após a apreciçã deste trabalho, pode-se concluir que o positivismo pretende completar a isenção
de preconceitos para as ciências humanas, o presente trabalho foi elaborado baseando-se nas
ideias do filósofo Auguste Comte, solo mais fértil foi encontrado pelo positivismo comteano,
incluindo-se a religião positivista, em países de menor tradição cultural e carentes de ideologia
para seus anseios de desenvolvimento, embora tenha me focado muito no filósofo Auguste
Comte, no decorrer das pesquisas constatei várias passagens que relacionam o positivismo com
diversas disciplinas, passo mais importante, contudo, foi dado por Luís Pereira Barreto (1840-
1923), com a obra As Três Filosofias, na qual a filosofia positivista era apontada como capaz de
substituir vantajosamente a tutela intelectual exercida no país pela Igreja Católica. Pereira
Barreto não foi um positivista ortodoxo, como Miguel Lemos (1854-1917) e Raimundo Teixeira
Mendes (1855- 1927), que se iniciaram no positivismo através da matemática e das ciências
exatas, quando estudantes na Escola Politécnica. Os dois entreviram na ciência fundada por
Auguste Comte as bases de uma política racional e pressentiram, na sua coordenação filosófica,
o congraçamento definitivo da ordem e do progresso, como dirá mais tarde o próprio Miguel
Lemos.
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8 Referências bibliográficas

SANTOS, Rafael José Dos. Antropologia para quem não vais Antropólogo. Porto Alegre. Tomo
Editora. 2005

QUEIROZ, Pedro Fernandes & SOBREIRA, Antonio Gonçalves. Antropologia Geral. Sobral
Editora.2016

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Copyright Abril S. A. Cultural e Industrial, São Paulo, 1978

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