Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade III
7 GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES
Para esse autor, dentre essas práticas, além da formal, ou seja, institucionalizada, há as que acontecem
de modo difuso e disperso. São as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação
de maneira não intencional e não institucionalizada, configurando a educação informal. Há, também,
as práticas educativas realizadas em instituições não convencionais de educação, mas com certo nível
de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações profissionais,
nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos sociais específicos, caracterizando a
educação não formal.
Saiba mais
65
Unidade III
A partir da década de 1970, com as dificuldades apresentadas por trabalhadores dentro das empresas,
iniciou‑se o processo de formação profissional, já que houve uma crescente automação do processo de
trabalho, de novas tecnologias e a classe trabalhadora encontrava‑se totalmente despreparada para o estágio
de desenvolvimento industrial. As empresas começaram, então, a reclamar profissionalização dos trabalhadores
para acompanhar as transformações tecnológicas. Com isso, os treinamentos começaram a ser desenvolvidos
nas empresas com maior eficácia. A partir de então, a educação sofreu mudanças, deixando de ser restrita ao
processo de ensino‑aprendizagem escolar formal para formar o trabalhador viável naquele momento.
Embora a escola seja o espaço privilegiado para a formação de pessoas, temos observado que, como
instituição social educativa, ela vem sendo questionada acerca de seu papel ante as transformações
econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo contemporâneo. Segundo Libâneo et al. (2012),
elas decorrem, sobretudo, dos avanços tecnológicos, da reestruturação do sistema de produção e
desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, das modificações nele operadas e das mudanças
no sistema financeiro, na organização do trabalho e nos hábitos de consumo. Esse conjunto de
transformações, segundo os autores, está sendo chamado, em geral, de globalização.
Por outro lado, tem‑se tornado cada vez mais evidente o fato de que, na sociedade global, a
instituição escolar já não é considerada o único meio ou o meio mais eficiente e ágil de socialização
do conhecimento técnico‑científico, de desenvolvimento de habilidades cognitivas e de competências
sociais requeridas para a vida prática.
Não obstante, isso não significa o fim da escola como instituição social educativa ou o início de um
processo de “desescolarização” da sociedade. Indica, antes, o início de um processo de reestruturação
dos sistemas educativos e da instituição tal como a conhecemos. Nestes termos, concordamos com
Libâneo et al. (2003) para quem a escola de hoje precisa não apenas conviver com outras modalidades
de educação não formal, informal e profissional, mas também articular‑se e integrar‑se a elas, a fim de
formar cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo.
66
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
Por outro lado, sabemos que isso ainda não é uma realidade, pois, apesar dos esforços observados
a partir das políticas públicas de educação no que tange à inclusão de todos os alunos (quer estejam
na idade própria ou não) nos sistemas de ensino, não temos observado resultados satisfatórios,
principalmente quando analisamos as exigências de mercado ou quando nos submetemos a testes
internacionais como é o caso do PISA.
Observação
Apesar de os problemas com a qualidade do ensino não serem o objetivo precípuo de discussão
deste texto, devem ser mencionados, pois há muitas críticas quanto ao fato de que as escolas não têm
cumprido seu papel de formadora de capital humano, conforme as necessidades de mercado.
Esse ponto de vista está fundamentado na premissa de que a escola deve atender às necessidades
da sociedade, com o objetivo de:
• prover formação global que constitua um patamar para atender à necessidade de maior e
melhor qualificação profissional, de preparação tecnológica e de desenvolvimento de atitudes e
disposições para a vida numa sociedade técnico‑informacional.
Como se vê, são muitas as exigências atribuídas à escola que, apesar dos esforços, não tem dado
conta de todas. Nesse contexto, questiona‑se: quem perde com isso? Entendemos que todos, pois os
prejuízos são percebidos especialmente pelos egressos das redes públicas de educação básica que, em
decorrência da baixa qualificação, encontram problemas de inserção no mercado de trabalho.
Para que possamos compreender melhor esse assunto, recorremos ao texto a seguir:
Um estudo realizado, em 2007, pelo Banco Mundial verificou que, no Brasil, a taxa de
analfabetismo é de 13% e o tempo médio que o brasileiro passa na sala de aula é de cinco
anos.
67
Unidade III
O mesmo estudo aponta que quase trinta milhões de trabalhadores com carteira
assinada frequentaram até o ensino fundamental e com isso se acredita que a baixa
escolaridade está devidamente ligada à taxa de desemprego no Brasil. Vale dizer que,
há alguns anos, os processos de recrutamento eram mais simples, pois bastava um
anúncio em jornal ou uma placa na entrada da empresa e se contratavam os primeiros
candidatos.
Atualmente, o candidato precisa ter um perfil diferente, pois terá que ser produtivo,
trabalhar com segurança e, para isso, é necessário efetivamente saber ler e interpretar, e não
apenas apresentar um certificado de conclusão do Ensino Fundamental. Portanto, buscando
incrementar o processo de recrutamento de empregados, muitas empresas fazem testes de
escolaridade que atestam se o candidato realmente sabe ler, escrever e realizar operações
matemáticas.
Estudos recentes mostram que, embora o número de analfabetos tenha diminuído de 2009 para
2011 no Brasil, o percentual de pessoas consideradas analfabetas funcionais permaneceu o mesmo no
período. Segundo Klix (2012), 20,4% dos brasileiros com mais de 15 anos, não conseguem participar de
todas as atividades em que a alfabetização é necessária. Sendo que esse é o mesmo índice observado
em 2009 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), cujos novos dados foram divulgados em 2012.
Para calcular o analfabetismo funcional, o IBGE utiliza o número de pessoas com menos de quatro
anos de estudo, pois são consideradas analfabetas funcionais as pessoas com menos de quatro anos de
escolarização que não possuam as habilidades de leitura, escrita e cálculo para fazer face às necessidades
da vida social e profissional dos nossos tempos (MOREIRA, 2003).
Esse é um mal do qual o Brasil não tem conseguido se curar. Para se ter uma ideia, em 2011, 30,5
milhões de brasileiros estavam nessa condição. A maioria desses analfabetos funcionais está no Norte e
Nordeste, onde 25,3% e 30,9% da população faz parte desse grupo, respectivamente. A região Sudeste
é a que apresenta o melhor cenário em relação ao índice, com 14,9% de analfabetos funcionais, seguida
pela Sul (15,7%) e Centro‑Oeste (18,2%). Para visualizar melhor a situação, apresentamos um gráfico do
analfabetismo no Brasil.
Analfabetismo funcional
A taxa de pessoas com menos de 4 anos de estudo por região
35
30
25
20
15
10
5
0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
2009 2011
Pnad/IBGE
69
Unidade III
Saiba mais
Apesar das críticas de educadores e sociólogos, defendemos a tese de que o nível educacional está
diretamente ligado à produtividade, mas a educação no Brasil, conforme mencionado, ainda é um
processo deficiente que precisa ser aprimorado. É preciso que ela se volte para as necessidades de jovens
e adolescentes, bem como de adultos, que não concluíram sequer o Ensino Fundamental e que precisam
ter uma escolaridade mínima para trabalhar. Com isso, acreditamos que o papel das empresas neste
processo pode ser muito significativo.
A escassez de estudos sobre o assunto pode suscitar dúvidas sobre essa possibilidade, mas, se for
empreendida uma pesquisa mais detalhada dos números de programas de qualificação das maiores
empresas brasileiras, é provável que muitas secretarias de educação fiquem surpreendidas. Afinal de
contas, o mercado de trabalho é muito dinâmico e as pessoas precisam adaptar‑se a ele, e ninguém sabe
ao certo até quando este ciclo irá durar, nem quais serão as futuras demandas. O fato é que a educação
é o motor do crescimento e desenvolvimento e isso não pode ser ignorado.
Lembrete
Considerando o exposto, cabem aqui alguns questionamentos: o que está por trás da gestão do
conhecimento? Qual é sua concepção? Tomando como referência as contribuições de educadores, em
especial, do professor Paulo Freire (2006) podemos afirmar que, tradicionalmente, a educação para a
formação profissional foi compreendida como uma etapa de instrumentalização para o exercício da
profissão. Na atualidade, esse paradigma, amplamente dominante, gerou outra visão, que concebe a
educação como um processo de construção com e para a autonomia, centrado em valores humanos, na
formação do cidadão, na visão crítica e criativa. Assim, a dinâmica do conhecimento é compreendida em
seu sentido mais amplo e o educador como mediador deste processo. Trata‑se de organizar a assimilação
produtiva de um conjunto de instrumentos e conhecimentos que só poderão funcionar efetivamente
com a mudança cultural. A transformação é de forma e de conteúdo.
• A relação ensino‑aprendizagem é orientada, de certa forma, pela demanda, o que torna as pessoas
sujeitos da sua própria formação. Não se trata mais de gerar o currículo adequado a partir de
instâncias “superiores”, mas de corresponder às necessidades efetivas dos sujeitos e sua interação
com o mundo.
• Trata‑se de associar o processo educacional de uma comunidade com o conjunto dos seus esforços
de modernização, desenvolvimento, cidadania e humanização. O foco não é questionar o universo
formal de conhecimentos, e sim de integrá‑lo com o processo real de transformação do cotidiano
que os sujeitos demandam e onde veem sentido e significado.
Em outra perspectiva, sabemos que a aprendizagem tem sido cada vez mais uma necessidade no
interior das empresas e, com isso, a gestão do conhecimento se faz cada vez mais necessária. Para ilustrar
nosso pensamento, tomamos como exemplo uma pesquisa feita em 2004, pela E‑Consulting Corp, com
executivos de 200 empresas sediadas no Brasil (nacionais e multinacionais). Estas empresas praticam
a gestão do conhecimento e, com base na pesquisa, constatamos que elas usam preferencialmente o
próprio conhecimento organizacional como principal fonte de conhecimento. Ou seja, as empresas
reconhecem que o conhecimento necessário para mantê‑las competitivas no mercado e melhorar
significativamente o seu desempenho já se encontra, em boa parte, dentro de seu próprio ambiente. No
71
Unidade III
entanto, na maioria das vezes, esses conhecimentos são perdidos nos departamentos, depositados nos
bancos de dados, sem nenhum gerenciamento (BURNHAM et al., 2005).
Frente ao exposto, acreditamos que se faz cada vez mais necessário o gerenciamento e o
compartilhamento do conhecimento nas empresas. De acordo com Mayo (2003), partilhar informações
traz por si só a inovação, na medida em que ideias são estimuladas por meio da interação. A gestão
sistemática do conhecimento, portanto, ajuda tanto na questão da lucratividade como na criação de
novo capital humano, acrescenta o autor.
Para compreender melhor o exposto, apresentamos a seguir algumas propostas acerca da gestão e
compartilhamento do conhecimento, se é que podemos assim dizer, pois, em tese, a gestão já pressupõe
o compartilhar.
Observação
Segundo Mayo (2003), não precisamos ser bombardeados com novos conhecimentos adquiridos
por um indivíduo todos os dias, mesmo que isso fosse viável. Aliás, temos observado que os novos
conhecimentos não são tantos, mas, sim, em grande parte, redundantes, pois observamos uma repetição
exagerada principalmente pelas diferentes mídias.
Nós precisamos de algum tipo de arquitetura para aquilo que realmente precisa ser compartilhado
(MAYO, 2003), pois os indivíduos acham o seu próprio modo de registrar ou relembrar o que é importante
para eles, e cada grupo precisa fazer o mesmo. No nível da organização como um todo, deve haver
relativamente pouco que seja de interesse para todo funcionário, além da informação compartilhada
sobre a infraestrutura e informações da empresa. No entanto, de acordo com o mesmo autor, as
estruturas centrais, as competências e os processos da organização serão sustentados pelo que poderia
ser chamado de “ativos do conhecimento estratégico”. Tais ativos deveriam, segundo o autor, estar sob
a guarda e serem mantidos por pessoas indicadas, que são as pessoas que garantem que todos aqueles
que os utilizam saibam o que deveria ser compartilhado ou não para o benefício geral.
Essa pessoa seria, a nosso ver, o pedagogo empresarial, pois entendemos que ele carrega consigo o
conjunto de competências necessárias para fazer o compartilhamento dessas informações.
Nosso ponto de vista é fundamentado em Libâneo (1990), que nos sinaliza que, sendo formado num
campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada
sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos tendo em vista prepará‑los
72
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
para as tarefas da vida social, o pedagogo, além do estudo dos ramos próprios da Pedagogia, como
a teoria da educação, a didática, a organização e o planejamento escolar e a história da educação
e da pedagogia, busca em outras ciências os conhecimentos teóricos e práticos que auxiliam no
entendimento do seu objeto: o fenômeno educativo, que, por sua vez, está presente tanto na escola
quanto no ambiente corporativo (afinal, a escola e a universidade não são espaços exclusivos para o
fenômeno educativo, mas sim privilegiados).
Ademais, o pedagogo tem em sua formação acadêmica toda uma bagagem necessária para
transformar a prática educativa, onde quer que ela aconteça, em uma atividade intencional e eficaz.
Ele pode orientar essa prática e criar um conjunto de condições metodológicas e organizativas para
viabilizá‑la, não só para alcançar os objetivos organizacionais, mas, sobretudo, para as finalidades sociais
e políticas da educação.
Mayo (2003) afirma que muitas iniciativas por parte da gestão do conhecimento têm sido
conduzidas pelos departamentos de Tecnologia da Informação (TI) das empresas e, como resultado,
algumas ferramentas eficazes têm sido desenvolvidas. As pessoas podem dar um perfil a seus interesses,
e programas especiais de busca vasculharão a internet diariamente à procura de itens importantes, os
quais, então, aparecerão nas suas caixas postais, acrescenta o autor.
A habilidade para encontrar informação e questionar ou discutir com os colegas tem crescido com
rapidez. A tecnologia não é o problema. Todavia, ela só pode trabalhar, segundo Mayo (2003), com o que
lhe é dado e só é útil à medida que é usada. Nesse contexto, observamos que muita gente acredita que
os aspectos práticos do insumo dos sistemas de conhecimento e os procedimentos de acesso a eles são
frustrantes e gastam tempo demais. Os internautas sabem quanto tempo se gasta para encontrar coisas
bastante simples, apesar da crescente sofisticação das ferramentas de busca, já que eles competem
com o crescente volume de informação e conhecimento (MAYO, 2003) – se é que podemos chamar de
conhecimento, pois entendemos o conhecimento como algo que é construído e não pronto.
Do nosso ponto de vista, a noção de compartilhamento de ideias é algo maravilhoso, ainda mais
no século em que vivemos, em que as informações correm desesperadamente. Temos observado com
frequência que os meios de comunicação percorrem todo o mundo levando e trazendo conhecimentos
indispensáveis à nossa sociedade. Sabe‑se também que informações particulares são, muitas vezes,
espalhadas de forma até criminosa, mas isso não significa que o processo seja de todo ruim. Nesse
contexto, fica evidente que as desconfianças nunca foram tão expressivas, pois pessoas invadem
computadores alheios buscando senhas de banco, documentos sigilosos, fotos comprometedoras, entre
73
Unidade III
outros. O cuidado sempre é redobrado quando disponibilizamos algo particular na web. A internet,
como meio de comunicação, surgiu para facilitar a vida de muitas pessoas, mas também pode causar
incômodos.
Quando pensamos no compartilhamento de informações por intermédio da internet sabemos dos riscos,
mas temos consciência do poder da ferramenta. Ademais, entendemos que o conhecimento compartilhado
por meio dela faz com que todos tenham acesso às mais variadas informações, o que descentraliza o poder
sobre elas. Afinal de contas, esses dados se mantêm à nossa disposição e, quando necessário, os consultamos.
Mas não basta apenas conhecermos um assunto, o importante é podermos compreendê‑lo.
Não podemos negar que em certos momentos somos egoístas e não gostamos muito de compartilhar
nossas descobertas, pois temos receio de que alguém possa se apoderar delas. Se tudo que conseguimos
é tão difícil, por que, então, um indivíduo deveria oferecer seu conhecimento gratuitamente para os
outros, ou descobrir o que os outros fizeram? Segundo Mayo (2003), pode haver inúmeras desculpas
para não se fazer isso.
Segundo o autor, um problema bastante real se refere ao tempo, pois alguns dos ambientes de
gestão do conhecimento mais sofisticados proveem informações além do que as pessoas podem
acessar, mesmo que estas o façam com a maior boa vontade. Acessar todas as informações disponíveis e
mantê‑las atualizadas pode consumir muitas horas de cada semana; o mesmo ocorre com o tempo que
se consome para registrar e compartilhar o conhecimento e a experiência à medida que são adquiridos.
Há ainda barreiras mais profundas. As pessoas veem seu conhecimento como seu capital humano
pessoal, seu poder, e cedê‑lo a outros poderia representar uma perda inaceitável de segurança.
Programas para capturar o conhecimento das pessoas, em geral, não funcionam bem (MAYO, 2003).
Muito melhor, segundo o autor, é permitir que a organização saiba quem possui a especialização e como
manter contato com a pessoa certa. É provável que ajudar um colega tenha um caráter mais ameno do
que ceder o conhecimento para todo um sistema, e, além disso, muitas pessoas apreciam que outros
estejam presentes para ouvir o que elas sabem. Isso constrói, segundo o autor, não uma ameaça, mas
sua autoestima. Elas também podem controlar o quanto estão dando.
Pode também haver uma predisposição natural contra o acesso ao que os autores descobriram,
um desejo de aprender com os próprios erros ou realizar as coisas de sua própria maneira. Essas
atitudes podem estar incrustadas tanto nos grupos como nos indivíduos. A questão a ser respondida
é sempre: “o que eu ganho com isso?”, o acesso simples e restrito a conhecimentos realmente úteis
talvez torne o trabalho mais fácil ou faça com que haja algum reconhecimento positivo pela aquisição
e compartilhamento de conhecimentos novos.
De acordo com Ribeiro (2008), a atuação do pedagogo na empresa caracteriza‑se como uma das
possibilidades de formação do pedagogo bastante recente, especialmente no contexto brasileiro. Tem
74
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
seu surgimento vinculado à ideia da necessidade de formação de recursos humanos nas empresas. No
entanto, segundo a autora, nem sempre as empresas preocuparam‑se com o desenvolvimento de seus
recursos humanos, entendidos como fator principal do êxito empresarial.
Esta preocupação surge como uma demanda, ao mesmo tempo, interna e externa para melhor
desempenho e formação profissional, recebendo inclusive incentivos governamentais para a sua
operacionalização (RIBEIRO, 2008), conforme consta da Lei nº 6.297/75, mais especificamente em seus
artigos 1º e 2º cuja redação evidencia que:
Notamos, portanto que os pedagogos, a partir do exposto na lei supracitada, passaram a ganhar
espaços nas empresas como alguém que atua na área de desenvolvimento de recursos humanos,
especificamente em treinamento de pessoal, ou seja, os agentes responsáveis pela formação de mão de
obra para o atendimento das especificidades da organização.
Nesses termos, fica evidente que um dos propósitos da pedagogia empresarial é o de qualificar todo
o pessoal da organização nas áreas administrativa, operacional, gerencial, elevando a qualidade e a
produtividade organizacionais (FERREIRA, 1985 apud RIBEIRO, 2008).
Ao analisarmos o exposto, fica evidente que a atuação do pedagogo na empresa tem como
pressupostos principais a filosofia e a política de recursos humanos, adotadas pelas organizações.
Portanto, exclui do imaginário comum a concepção de que o treinamento tem um fim em si mesmo ou
que a postura a adotar na empresa é a mesma a ser adotada na escola.
Então, a atuação do pedagogo na empresa produz e difunde o conhecimento, pois esse profissional
exerce seu papel de educador. Ademais, acreditamos que a maneira de o pedagogo atuar na empresa
deve buscar modificar o comportamento dos trabalhadores, de modo que estes melhorem tanto suas
qualidades no desempenho profissional como no pessoal. Com isso, a atuação do pedagogo empresarial
está aberta, já que é ampla e extrapola a aplicação de técnicas que visam a estabelecer políticas
educacionais de contexto escolar.
Frente às exigências, fica evidente que o pedagogo empresarial precisa ser um profissional muito
qualificado, pois seu desafio, diferentemente do que algumas pessoas possam pensar, não se resume
a conduzir dinâmicas de grupo e preparar material de treinamento para o qual as pessoas não estão
engajadas ou enxergando uma necessidade imediata. Ao contrário, sua atuação requer muito trabalho.
Portanto, os aspirantes à função de pedagogo empresarial precisam de muito estudo e de observações
cuidadosas do que está acontecendo dentro da empresa, além de entender o seu ecossistema, buscando
compreender como ele funciona e por que existe um desequilíbrio dentro dele. Acreditamos que esse
diagnóstico requer do pedagogo empresarial perspicácia, observação, envolvimento, desprendimento,
coragem, preparo técnico, ousadia, vontade, criatividade e desejo efetivo pela descoberta dos pontos de
desequilíbrio dentro da corporação, mas sabemos que nem todas as pessoas possuem essas competências,
portanto nem todos os pedagogos serão bem sucedidos nas empresas.
Dessa forma, salientamos que uma questão importante para a formação e a atuação desse
profissional diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto organizacional,
tendo em vista que toda sua atuação está pautada na dimensão humana. As políticas de recursos
humanos, por si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos; ele tem
no elemento humano o seu ponto‑chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de
forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será possível elaborar
e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários,
bem como melhorar o desempenho da empresa.
Talvez você, futuro pedagogo, possa estar se questionando se o olhar do pedagogo empresarial não
se distancia muito do olhar do educacional sobre o processo ensino‑aprendizagem. Nossa resposta é
não, pois considerando a empresa como um espaço educativo, estruturado como uma associação de
pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também
de aprendizagem, caberá ao pedagogo a busca de estratégias e metodologias que garantam melhor
aprendizagem tendo sempre como pano de fundo a realização de ideais e objetivos precisamente
definidos tal qual fazemos no ambiente escolar.
Embora tenhamos feito um discurso bem extenso mostrando a importância do papel do pedagogo nas
organizações, é provável que você esteja se questionando qual afinal seria a atuação deste profissional
em termos mais concretos.
De acordo com Almeida (2006 apud Ribeiro, 2008), trata‑se de uma área ainda não bem definida,
mas em síntese ele poderia atuar:
de profissionais mais qualificados e com maior afinidade com o assunto, como é o caso dos pedagogos,
talvez a situação fosse diferente.
Como se vê, são muitas possibilidades, pois cada vez mais as empresas têm descoberto a importância
da educação no trabalho e começam a desvendar a influência da ação educativa do pedagogo na empresa.
Sendo assim, a pedagogia possibilita que o pedagogo empresarial atue nas organizações, visando à melhoria
da qualidade de prestação de seus serviços. As empresas, por sua vez, começam a abrir espaço para que esse
profissional possa, de maneira consciente e competente, solucionar problemas, elaborar projetos e formular
hipóteses, com o objetivo de melhorar os processos nela instituídos, garantindo a qualidade do atendimento
e contribuindo para instalação da cultura institucional da formação continuada dos empregados.
Se, em suas abordagens iniciais, no contexto da teoria econômica da firma, falar em aprendizagem
organizacional significa avaliar resultados de desempenho, na medida em que o conceito é apropriado
pela teoria das organizações, o foco passa a ser os processos. Trata‑se, assim, de buscar responder, por
meio do conceito, como organizações agem para conquistar os resultados que indicam a realização de
aprendizagens. Busca‑se compreender que estruturas organizacionais, políticas de gestão de pessoas,
cultura, valores, tipos de liderança, competências e aspectos podem favorecer ou obstaculizar processos
de aprendizagem.
Para Alperstedt (2001), a questão da aprendizagem tem sido amplamente discutida e ocupa um
espaço considerável em discussões acadêmicas e profissionais da atualidade; porém, não se trata de
algo totalmente novo, nem mesmo em ambientes organizacionais.
78
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
As empresas aprendem a operar a produção e vão melhorando os seus processos a partir de suas
próprias experiências, alimentadas por informações advindas do mercado e da concorrência. De acordo
com Bell (1984 apud ALPERSTEDT 2001), este tipo de aprendizado é passivo, automático e não implica
custos adicionais, sendo, porém, limitado.
Há, entretanto, outras formas de aprendizagem, que exigem determinação e postura ativa, envolvendo
considerável esforço e investimento. São os processos de aprendizagem por meio da mudança, da análise
do desempenho, do treinamento, da contratação e da busca (BELL, 1984 apud ALPERSTEDT, 2001).
Nesses termos, a introdução de novas tecnologias ou qualquer outro elemento que aponte a
necessidade de mudança, estrutural ou processual, impele as organizações à aprendizagem. As
experiências e conhecimentos, positivos ou negativos, adquiridos ao longo de processos de mudança
são extremamente enriquecedores, conferindo à organização um plus que todos os processos de
aprendizagem oferecem.
É evidente, porém necessário, destacar que a aprendizagem ocorre principalmente via processos de
treinamento e desenvolvimento dos empregados, tanto no nível individual como no de grupo. O objetivo
é que o empregado seja mais produtivo; por isso, investe‑se nele, proporcionando‑lhe o desenvolvimento
de habilidades técnicas, humanas e conceituais. De fato, toda a bagagem de conhecimentos individuais
e de grupo, adquirida com o passar dos anos, na própria organização ou fora dela, expressa um conteúdo
de aprendizagem.
Daí advém outra forma de aprendizagem, que é decorrente da contratação. Para Quinn, Anderson
e Finkelstein (1996 apud ALPERSTEDT, 2001), recrutar os melhores profissionais consiste em uma
das best practices observadas pelas mais efetivas organizações. A empresa busca atrair indivíduos
para a organização, de modo a assimilar seus conhecimentos e habilidades específicas. A mera
apropriação de conhecimentos individuais, porém, não significa que a empresa está aprendendo;
isso só ocorre se a empresa agregar na sua estrutura e processos o potencial representado por este
indivíduo.
A aprendizagem por meio da busca é mais conhecida por meio da formação de redes de alianças
e parcerias. A cooperação entre empresas com fins estratégicos, além da redução de custos e partilha
dos riscos, das economias de escala e da união de esforços, possibilita largamente a aprendizagem, ao
viabilizar o acesso a conhecimentos e recursos internamente inexistentes.
79
Unidade III
Essas primeiras impressões sobre o assunto não nos deixam à vontade para discuti‑lo, pois entendemos
que o assunto ainda carece de informações. De antemão, podemos dizer que, em geral, os educadores
têm receio de expressões do mundo corporativo, como é caso de repetição constante, empregada pelo
autor para designar a aprendizagem organizacional.
Por outro lado, já sabemos que a Aprendizagem Organizacional (AO) é tema clássico da teoria das
organizações que, por sua vez, se vincula ao conceito de inovação. Segundo Bemfica e Borges (1999),
atualmente, observa‑se um crescente interesse pelo assunto, tanto pelo desejo acadêmico de entender
quanto pelo exercício de aplicação do entendimento.
Portanto, embora o cenário contemporâneo permeado por novas concepções de sociedade ofereça
um grande potencial para a aprendizagem organizacional, os modelos mais referenciados mundialmente
são baseados nos paradigmas reducionistas vinculados às teorias clássicas científicas da administração.
Elas enfatizam métodos e técnicas validadas por algumas comunidades científicas sem contextualizar
as particularidades de cada cultura organizacional. Os modelos mais citados na literatura baseiam‑se em
casos que deram certo e, assim, tratam o universo organizacional de modo homogêneo com pretensão
de generalizar seus modelos.
80
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
[...] poucos autores se preocupam em construir uma base teórica que leve em
conta as condições e características específicas das organizações como fatores
relevantes para o que se poderia denominar aprendizagem organizacional.
• Teoria de Garvin: trata‑se de uma teoria que considera a experimentação como um dos elementos
importantes para a aprendizagem, para adquirir e transferir conhecimentos.
Constatamos que se trata de um modelo que é pautado em métodos científicos que, por sua vez,
apresentam cinco vias de aprendizagem, conforme descritas a seguir:
• Teoria de Sveiby: essa teoria se preocupa com a identificação do conhecimento individual, como
se ele sozinho fosse capaz de alcançar os fins planejados.
De acordo com Bemfica e Borges (1999), na teoria de Sveiby, o uso do termo conhecimento seria menos
adequado que o uso de competência, a qual se constituiria a partir de cinco elementos mutuamente:
— habilidade: é arte de saber fazer, o que envolve a proficiência prática, e seria adquirida por
meio da própria prática e do treinamento;
81
Unidade III
— julgamentos de valor: são as percepções consideradas corretas e que atuam como “filtros
conscientes e inconscientes” no processo de saber individual;
— rede social: é constituída pelas relações com os outros no interior de um ambiente e de uma
cultura transmitidos pela tradição.
• Teoria de Senge: segundo Bemfica e Borges (1999), trata‑se de uma teoria que focaliza a
aprendizagem individual dentro da organização.
Para tanto, Senge identifica como necessárias duas formas de aprendizagem: a generativa, para
referir‑se à criação, e a adaptativa, relativa à adaptação ao ambiente. A partir dessa teoria, haveria
cinco aspectos fundamentais para a constituição de organizações capazes de aprender generativa
e adaptativamente:
— raciocínio sistêmico: é definido como a estrutura conceitual cujo objetivo seria tornar clara a
visão de conjunto, a partir da qual as alterações necessárias à melhoria da organização seriam
identificadas;
• Teoria de Kolb: é uma teoria que destaca apenas um estilo de aprendizagem, valorizando apenas
determinadas habilidades em detrimento de outras. De acordo com Bemfica e Borges (1999),
o ponto de partida de Kolb é um modelo de representação do modo como pessoas aprendem,
denominado modelo de aprendizagem vivencial, pela sua origem intelectual na psicologia de Kurt
Lewin e pela sua ênfase no papel da experiência para o processo de aprendizagem.
De acordo com as autoras, segundo esse modelo, a aprendizagem seria um ciclo quadrifásico que
requereria quatro habilidades:
— criação de conceitos que integrem suas observações em teorias sólidas, em termos de lógica –
a conceituação abstrata;
— utilização dessas teorias para tomar decisões e resolver problemas – a experimentação ativa.
De acordo com Bemfica e Borges (1999), em outra direção, embora ainda na linha prescritiva,
Stewart (1998) faz uma abordagem economicista do conhecimento organizacional. Segundo ele,
uma das características da organização que aprende seria o fato de que seus ativos físicos têm
menos importância que seus ativos intangíveis – os talentos dos funcionários, a eficácia de seus
sistemas gerenciais, o caráter dos relacionamentos com os clientes –, os quais constituem o seu
capital intelectual. Assim, investir em empresas de conhecimento significaria adquirir talentos,
capacidades, habilidade e ideias, ou seja, capital intelectual.
Por considerar que o poder econômico dos ativos intangíveis é tão real quanto o das máquinas
e outros bens de produção físicos, Stewart defende que eles não podem ser negligenciados. O
gerenciamento do capital intelectual se tornaria palavra de ordem, e a aprendizagem, sua força
motriz. Em vista disso, as organizações procurariam formas de avaliar os custos de tais ativos
e, por exemplo, localizariam o custo de treinamento e a experiência adquirida em curvas de
aprendizado (BEMFICA; BORGES, 1999).
Para compreendermos melhor a aprendizagem organizacional, podemos nos valer também das
contribuições de Mayo (2003), que entende esse tipo de aprendizado como um processo que diz respeito
ao benchmarking, ou seja, a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho
superior. Nosso ponto de vista é fundamentado na tese de que o benchmarking é um processo positivo
e proativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica, a
fim de melhorar seu desempenho, bem como realizar ela mesma uma função semelhante. Podemos
acrescentar, ainda, que o processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é
chamado de benchmarking e as cargas usadas são chamadas de benchmark. Segundo Mayo (2003), com
esse processo, a organização inclui o estabelecimento de mecanismos de escuta com os interessados:
pesquisa, focus group, reuniões com a gerência e assim por diante.
83
Unidade III
Ao nosso ver, é nesse contexto que se insere o pedagogo empresarial como agente que deve buscar
a aprendizagem valendo‑se de uma abordagem centrada mais na permissão do que na exigência.
Segundo Wittwer (1992 apud RIBEIRO, 2008), para uma atuação mais efetiva em termos do
desenvolvimento de recursos humanos no contexto da sociedade atual, é necessário que o pedagogo
empresarial tenha acesso aos métodos de aprendizagem orientados para a experiência, menos centrados nele
mesmo. Ademais, as competências mais amplas, como a capacidade de resolver problemas e de trabalhar de
forma mais independente serão desenvolvidas tão somente em contextos de aprendizagem apropriados.
De acordo com a autora, o pedagogo empresarial tem de aprender a ser mais flexível e permitir, ao
planejar uma atividade de formação profissional, que a aprendizagem seja realizada pelos aprendizes
e que as metas esperadas de cada um (possibilidades de desempenho de cada estudante) lhe sejam
claramente definidas e informadas.
O pedagogo empresarial precisa ter em mente que a aprendizagem organizacional se dá com adultos
que como tal devem ser vistos. Ademais, conforme sinaliza Dowbor (1998), a formação de adultos é
um tema que precisa ser revisto em profundidade. Afinal de contas, não podemos nos esquecer de
que não se deve tratar o adulto como uma criança que precisaria recuperar o “atraso”. Concordamos
com o autor, que o adulto está profundamente integrado na luta pela vida, e sistemas infantilizantes
são humilhantes para eles; o pedagogo precisa ter isso muito claro se optar pela formação de adultos,
principalmente no ambiente corporativo.
Todavia, o pedagogo empresarial precisa ter em mente que, ao optar por uma proposta mais
permissiva, em momento algum sua postura implicará renunciar a direção do processo, deixando‑se
seduzir pela ideia romântica de que o estudante aprende sozinho. Entendemos que assumir uma postura
de guia do processo significa assegurar a liberdade do crescimento próprio e, portanto, nunca a renúncia
do direito de educar (LITT, 1965 apud RIBEIRO, 2008).
Vale ressaltar que, embora esteja disponibilizada para as empresas uma vasta gama de possibilidades
didático‑metodológicas, boa parte da formação oferecida pelas empresas tem adotado o chamado
84
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
método de quatro fases, também conhecido como Training within Industry (TWI). Segundo Ribeiro (2008),
configura‑se como um método que se baseia no princípio da imitação: preparação, demonstração,
imitação e exercitação. A modalidade de demonstração (imitação) era, em 1991, a forma principal de
formação de recursos humanos. Seguia‑se a ela o treinamento em serviço (formação continuada).
Destacamos que grande parte dos programas de formação tem privilegiado a aprendizagem em equipe
e, portanto, as técnicas de dinâmica de grupo são privilegiadas.
E qual seria, afinal, a melhor técnica a ser escolhida? Será que o pedagogo empresarial está preparado
para isso? Talvez não, mas, como profissional que atua na formação continuada da empresa, precisa ter
em mente que a seleção de métodos e técnicas didático‑pedagógicas em uma organização depende
de alguns fatores, como tamanho da empresa, tipo de atividade que desenvolve, política de recursos
humanos, concepção de treinamento/desenvolvimento de recursos humanos, nível de formação dos
profissionais que nela atuam etc.
Por fim, é mister dizer que mesmo as empresas inovadoras que oferecem propostas mais efetivas de
aprendizagem modificam a organização de suas práticas, à medida que novas necessidades emergem.
No que diz respeito aos aspectos importantes na conquista do sucesso empresarial, encontram‑se
informações, na literatura atual sobre desenvolvimento de recursos humanos, de que ele se relaciona
predominantemente ao uso criativo da energia humana e ao desenvolvimento das pessoas na canalização
e no aproveitamento dessa energia (RIBEIRO, 2008).
Antes que analisemos o contexto atual, buscaremos compreender a partir de quando e como este
processo se iniciou. Para tanto, contaremos com as contribuições das autoras Canabrava e Vieira (2006),
85
Unidade III
que empreenderam uma pesquisa bastante significativa e atual sobre o treinamento e desenvolvimento
para as empresas que aprendem, e com estudos de outros autores, que nos ajudarão a entender o
conceito de treinamento e desenvolvimento.
Para Chiavenato (2004), o treinamento é o processo de desenvolver qualidades nos recursos humanos
para habilitá‑los a ser mais produtivos e contribuir melhor para o alcance dos objetivos organizacionais.
O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos, influenciando
seus comportamentos.
Para investir nas pessoas, segundo Boog (1994), as ferramentas mais poderosas de transformação
nas organizações são o treinamento e desenvolvimento pessoal, principalmente num mundo onde as
mudanças são constantes e cada vez mais velozes.
Carvalho (2000) cita que a educação é geral e o treinamento específico, pois, para uns a educação é
voltada para o homem como um todo, enquanto o treinamento visa ao trabalhador. A educação incumbe–se
de desenvolver integralmente a personalidade, enquanto ao treinamento compete integrar o indivíduo em
seu trabalho, visando à otimização de seu desempenho, para atender às múltiplas necessidades da empresa.
Uma vez conhecidos os conceitos dos termos, podemos resgatar um pouco da história de seu
processo. Canabrava e Vieira (2006) afirmam que a origem do treinamento profissional no Brasil se dá
a partir do Pós‑guerra, mais precisamente na década de 1940, com o processo de industrialização que,
por sua vez, gerou grande necessidade de pessoal qualificado e treinado para atender à produção das
indústrias e empresas.
Porém, não foram somente estes segmentos que passaram a demandar por mão de obra qualificada
(pelo menos para o contexto da época), pois a estrutura do comércio e dos serviços nas cidades também
cresceu, ao mesmo tempo em que ocorreu grande deslocamento de pessoas das zonas rurais para os
centros urbanos em busca de novas expectativas de vida. De acordo com as autoras, nesse período,
incidiram mudanças em todas as áreas de atividades, o que iniciou um período de crescente consumo e
de exigência de serviços qualificados.
Conforme se observa, as demandas por educação eram muitas, mas as políticas eram poucas, pois
somente na Constituição de 1937 tratou‑se pela primeira vez das escolas vocacionais e pré‑vocacionais
como dever de Estado, que deveria ser cumprido com a “colaboração das indústrias e dos sindicatos
econômicos (classes produtoras), aos quais caberia ‘criar na esfera de sua especialidade, escolas de
aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários e associados” (GONÇALVES et al., 2002, p. 19 apud
CANABRAVA; VIEIRA, 2006, p. 22).
86
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
Notamos, portanto, que a partir daí surge a importância de se iniciar uma educação empresarial
em que seriam definidas formas de preparar e qualificar as pessoas para o trabalho. Consta também
da literatura que, nessa época, a educação profissional era realizada pelas escolas técnicas do sistema
regular de ensino.
Para que possamos compreender melhor o contexto da época, vale ressaltar que:
Por outro lado, segundo Canabrava e Vieira (2006), o início da educação profissional no Brasil pode
ser considerado como o momento em que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criou o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em 1942, a partir das contribuições das empresas privadas,
em grande crescimento. Consta que a instituição tinha o objetivo de criar uma base – e efetivar um
projeto – para o desenvolvimento industrial, suprindo, assim, as necessidades de mão de obra preparada
e qualificada para o setor industrial.
Após a criação do Senai, vieram outras iniciativas. Para ilustrar o exposto, podemos citar a criação
do Serviço Social da Indústria (Sesi) cujo objetivo era fazer a promoção social dos trabalhadores e
familiares, bem como a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço
Social do Comércio (Sesc) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em 1946.
Frente ao exposto cabe uma indagação: o que está por trás dessas instituições?
Em síntese, podemos dizer que são sistemas compostos por instituições educacionais de caráter
privado, administrados pelas suas respectivas federações. De acordo com Canabrava e Vieira (2006), sua
ação educativa se situa num complexo filosófico de valores e na visualização de objetivos estratégicos
a serem alcançados. Ademais, proporciona aos seus alunos experiências e uma articulação entre teoria
e prática, favorecendo, ainda mais, a construção de aprendizagens significativas, desenvolvendo
competências essenciais, requeridas pelas demandas de mercado, consolidando o processo de ensino
e de aprendizagem. Assim sendo, pode desempenhar duplo papel, sem antagonismo, de agir sobre
os aprendizes transmitindo‑lhes a herança cultural e preparando‑os para serem agentes de mudança
social, principalmente pela via do trabalho.
Por outro lado, sabemos que essas instituições sozinhas não conseguem atender às necessidades de
capacitação de pessoas para o comércio e a indústria, pois as demandas neste segmento são cada vez
maiores. Portanto, a criação de leis de incentivos fiscais, beneficiando empresas para o investimento em
ações de treinamento e desenvolvimento, como é o caso da Lei nº 6.297/75, conforme já mencionado
neste texto, é de extrema importância.
Estudos mostram que no período compreendido entre a segunda metade da década de 1970 e início
da década de 1990, houve grandes projetos de treinamento, ampliando a cultura de treinamento e
desenvolvimento (T e D) no Brasil até 1990. Não obstante, a partir daí, até o ano de 1994, as ações em T e
D, embora importantes, foram reduzidas em função da falta de recursos financeiros e incentivos fiscais.
Portanto, os investimentos nas pessoas, consequentemente, diminuíram.
Para responder a essa indagação, entendemos que o T e D nas empresas pode ser visto por dois lados:
o da empresa e o do profissional.
No que se refere ao lado da empresa, entendemos que ela precisa investir para ajudar o desenvolvimento
da equipe, qualificando seus colaboradores para buscar o sucesso do negócio, e também perceber isso
como uma forma de atração e retenção de talentos. Ademais, ela pode, e deve, de alguma maneira,
contribuir para o treinamento de seus colaboradores, seja investindo ou incentivando e orientando‑os
sobre a importância desse investimento para o seu aperfeiçoamento.
Segundo Canabrava e Vieira (2006), a questão de investimento em T e D no século XXI vem sendo cada
vez mais valorizada, pois as empresas brasileiras, para ter sustentabilidade e manter a competitividade,
devem estar preparadas para enfrentar as mudanças nas áreas de conhecimento, construindo um
alicerce educacional sólido.
Nesses termos, entendemos que o pedagogo empresarial tem papel preponderante nas empresas,
pois o processo de T e D deve ser acompanhado pelo departamento de recursos humanos, de forma
88
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
que seja conduzido na busca de melhorias produtivas e comportamentais das equipes, incentivando a
cultura das empresas a acreditar no potencial desse subsistema de RH, e mostrando aos colaboradores
que não se deve esperar tudo de uma organização. Portanto, fica a cargo do pedagogo empresarial
evidenciar que cabe a cada um demonstrar interesse, solicitar auxílio, mostrar a importância disso para
o negócio e ser também um empreendedor do desenvolvimento do seu trabalho e da sua carreira.
Observação
Nesses termos, observamos que é cada vez maior o número de organizações e indivíduos que buscam
aprimoramentos pessoal, profissional e institucional. Mas por que será que isso acontece? Cremos
que vocês já devem ter suas próprias respostas, pois o texto já deixou várias pistas, mas sabemos que
têm suas próprias concepções sobre o assunto. De nossa parte, entendemos que, no contexto atual, é
imperativa essa busca por instrumentos, ferramentas e técnicas para melhor posicionamento e, claro,
melhor atuação profissional. Portanto, este fato se dá, entre tantos outros motivos, em função:
• da competitividade existente;
• da consonância que se deve ter com o mercado (até por uma questão de sobrevivência);
• do correto posicionamento diante da concorrência que também procura – quase sempre sem
alardes – o aperfeiçoamento de que necessita.
Lembrete
Concordamos com Canabrava e Vieira (2006), em sua afirmação de que treinar os colaboradores é,
sem dúvida, uma estratégia significativa para garantir o desenvolvimento da organização, devendo ser
entendido mais como um processo contínuo, integrado por ações interconectadas e complementares,
do que eventos isolados.
Portanto, não se deve “comprar” treinamentos apenas teóricos com pequena ou quase nenhuma
aplicabilidade prática, apenas para “engordar” o curriculum ou ainda, para justificar a aplicação de uma
verba que está sobrando no orçamento, como têm feito algumas secretarias de educação.
Vale dizer que treinamento não é sinônimo de passatempo. Tampouco é pacote. Deve ser encarado
como um grande investimento. Deve acontecer sob medida, atendendo a necessidades e, tanto as
pessoas quanto as organizações, devem atentar seriamente para isso. Portanto, antes de propor um
programa de treinamento, é obrigação verificar: a carga horária em função do conteúdo programático
a ser ministrado, o número de participantes, bem como a questão da homogeneidade/heterogeneidade
dos participantes. É extremamente importante e necessário o rigor nos critérios para selecionar e
contratar instrutores e/ou empresas para um curso.
Não basta, portanto, escolher pessoas para atuarem em projetos de treinamento apenas porque são
conhecidas ou famosas. Além disso, quando se trata de pessoas que assumiram algum cargo político, a
tendência de rejeição por parte dos cursistas é ainda maior, conforme temos observado no treinamento
de recursos humanos de algumas secretarias de educação.
Porém, para chegarmos a esse ponto, é importante salientar que, ao longo do tempo, o treinamento
nas organizações tem sido realizado sob diferentes enfoques, conforme sinalizam Canabrava e Vieira
(2006).
Segundo as autoras, nas primeiras décadas do século XX, período identificado como de predominância
da administração científica – época do fordismo –, o treinamento tinha como foco o “adestramento” de
pessoas para a realização de tarefas, sem que houvesse qualquer preocupação com o seu desenvolvimento,
já que os empregados eram percebidos apenas como executores que vendiam o seu trabalho em troca
de salário.
Por outro lado, não podemos nos esquecer de que o trabalho produtivo e a educação se juntaram
a partir do capitalismo, bem no seu início. Segundo Canabrava e Vieira (2006), no modelo de produção
capitalista, a liberdade de mercado assume grande importância. Esse modelo se fundamenta em um
conjunto de teorias, ideias, valores e instituições, nas quais se inclui a escolar, por onde se estabelece a
produção e reprodução do conhecimento. A escola passa, então, a representar a ideologia que compõe
o novo sistema de produção e a relação da educação e trabalho se coloca em favor do modelo de
desenvolvimento; surge a necessidade de formação do trabalhador, com o perfil apropriado ao novo
sistema de produção. Desta forma, para atender a esse modelo produtivo, realiza‑se o “adestramento”
mínimo do trabalhador para a linha de produção, e a capacitação de um corpo gerencial de supervisão,
para chefiar e supervisionar o empregado.
Nesses termos, Canabrava e Vieira (2006) afirmam que cabia às universidades a educação profissional
das classes dirigentes superiores e médias, dos profissionais liberais e dos burocratas. O treinamento
deveria responsabilizar‑se pela aprendizagem da classe trabalhadora – de linha de produção –,
aprimorando o “fazer” das “tarefas específicas”, que “eram aprendidas com a experiência”, repetindo,
assistindo, demonstrações e simulações.
Esse quadro permaneceu até próximo do século XX, quando as próprias empresas treinavam o
trabalhador “em serviço”. Não obstante, isso não quer dizer que o treinamento em serviço, a prática, as
demonstrações e simulações sejam metodologias inadequadas. Concordamos com Canabrava e Vieira
(2006) que o inadequado é reduzir a educação ou T e D somente à finalidade de instruir o “fazer”,
automatizando e alienando o trabalhador, que fica sem acesso aos outros pilares da educação, conforme
sinaliza Jacques Delors (1999), ao propor os quatro pilares para a educação no século XXI, no livro
intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”.
Considerando o exposto, fica evidente que o foco nesse tipo de treinamento eram os índices elevados
de boa produção, e isso despertou em Taylor a necessidade de realizar estudos de tempos e gestos
apropriados à execução de cada tarefa própria, tendo em vista a consecução de determinado produto.
O taylorismo foi, portanto, o conjunto das teorias para aumento da produtividade do trabalho fabril,
91
Unidade III
elaboradas pelo engenheiro norte‑americano Frederick Wislow Taylor, que buscou simplificar ao máximo
a produção, tornando as operações únicas e repetitivas, cujos princípios podem ser assim resumidos:
• princípio de preparo – preparar e treinar os operários para produzirem mais e melhor, de acordo
com o método planejado;
• princípio de controle – controlar o trabalho para certificar‑se de que está sendo executado de
acordo com os métodos estabelecidos;
Saiba mais
Segundo Eboli (2004), para compreender a importância da educação corporativa, tanto como novo
padrão para a educação superior quanto, num sentido amplo, como instrumento‑chave de mudança
cultural, é importante entender as forças que sustentaram o aparecimento de tal fenômeno.
Quando nos propomos a falar de educação corporativa nos remetemos diretamente à Universidade
Corporativa (UC) que, segundo a autora, surge no final do século XX como o setor de maior crescimento
no Ensino Superior.
Podemos dizer, de forma resumida, que UC é uma instituição de Ensino Técnico e Superior, em
nível de graduação e pós‑graduação, vinculada a empresas privadas e públicas. O objetivo da UC é
oferecer cursos técnicos específicos para os colaboradores da corporação. Assim, ela customiza os
cursos exatamente de acordo com as políticas e estratégias da empresa, reduz custos do treinamento
convencional e obtém rapidez na formação da mão de obra.
A UC difere das universidades acadêmicas tradicionais porque possui características próprias: seus
objetivos de aprendizagem estão sintonizados aos interesses, objetivos e estratégias das empresas que
promovem a formação dos seus funcionários. Grande parte das suas estruturas geralmente é virtual, ou
seja, são oferecidos cursos on‑line.
92
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
Os cursos oferecidos pela UC são muito utilizados por organizações de grande porte e, muitas vezes,
não são aplicáveis a pequenas e médias empresas.
Apenas a título de ilustração, vale mencionar que, no Brasil, as UCs mais conhecidas são Universidade
Corporativa do Banco do Brasil, da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal. Já no exterior, as referências
se voltam para as universidades corporativas da Shell Oil Corporation e hotéis Accor. Mais adiante,
discorreremos de forma mais detalhada sobre os aspectos das universidades corporativas no Brasil e no
mundo.
Contudo, precisa ficar evidente desde já que a missão da universidade corporativa é treinar e
garantir o aprendizado contínuo de funcionários, clientes e fornecedores. Portanto, o objetivo é que
todos passem a ter as qualificações necessárias para atingir as metas da organização. Além disso, a UC
busca proporcionar aos funcionários um conhecimento do contexto no qual a empresa opera e, assim,
ela permite que o funcionário administre de forma proativa seu próprio desenvolvimento profissional.
Portanto, a UC é um campo possível de atuação da Pedagogia Empresarial.
Uma vez compreendido o que vem a ser a UC, apresentamos a seguir os motivos de seu surgimento,
indicados por Eboli (2004).
Concordamos em Eboli (2004) que a realidade mudou, exigindo que todas as pessoas em todos os
níveis da empresa tenham desenvolvida a capacidade de criar trabalho e conhecimento organizacional,
contribuindo de maneira efetiva para o sucesso dos negócios.
Diante disso, surge o seguinte questionamento: por que uma empresa deseja criar uma UC? Estudos
mostram que são várias as razões, tais como:
• Imagem externa: cria‑se uma ótima impressão nos clientes ou sócios, se o diretor presidente de
uma empresa puder dizer: “nosso pessoal está sendo treinado em nossa própria universidade” ou
“se assinarmos esse acordo de parceria, poderemos abrir as portas de nossa universidade para seus
empregados”.
Sabemos que a UC representa um fenômeno crescente em todo o mundo, inclusive no Brasil, pois
à medida que as empresas começam a perceber a necessidade de repensar seus tradicionais centros de
T e D, de modo que possam contribuir com eficácia e sucesso para a estratégia empresarial, agregando
valor ao resultado do negócio, o número de UCs também cresce.
Quais Performance
nossas desejada
metas? Modelo de GAP
Como
seremos bem Performance
sucedidos? atual
Quais são as
Modelo estratégico corporativo habilidades
necessárias?
Quais sistemas
de gestão são
necessários?
94
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
De acordo com Eboli (2004), a UC é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão
de pessoas por competências. Uma maneira de avaliar o real fôlego de um projeto de UC é observar
se a empresa também está trabalhando com o conceito de competências em outros subsistemas de
gestão de Recursos Humanos (RH), e não apenas em T e D. Se o conceito de competência é incorporado
e assimilado como um princípio organizacional, a empresa tende a contratar por competência, a
remunerar por competência, a avaliar por competência. Mais que um conceito, torna‑se um valor e
uma prática empresarial. Dessa forma, a UC evidencia‑se como uma mudança significativa em relação
ao centro de T e D.
Desse modo, a missão da UC consiste em formar e desenvolver os talentos na gestão dos negócios,
promovendo a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difusão e aplicação), por
meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua.
Portanto, o objetivo principal desse sistema, segundo Eboli (2004), é o desenvolvimento e a instalação
das competências empresariais e humanas consideradas críticas para a viabilização das estratégias de
negócios. De modo geral, os projetos de UC enfatizam as seguintes metas globais:
• difundir a ideia de que capital intelectual será o fator de diferenciação das empresas;
• despertar nos talentos a vocação para o aprendizado e a responsabilidade por seu processo de
autodesenvolvimento;
De acordo com Meister (1999 apud EBOLI, 2004), as experiências de implantação de projetos de UC
tendem a se organizar em torno de alguns princípios. São eles:
95
Unidade III
Uma vez conhecidos os princípios, julga‑se necessário mencionar os pressupostos que constituem o
conceito de UC:
• Escopo: concentrar‑se nas necessidades dos negócios, tornando o escopo estratégico, e não
focado exclusivamente nas necessidades individuais.
• Ênfase dos programas: conceber e desenhar ações e programas educacionais, a partir das
estratégias de negócios, ou seja, da identificação das competências críticas empresariais.
5) Definir público‑alvo.
7) Conceber ações e programas educacionais presenciais e/ou virtuais sempre orientados para as
necessidades dos negócios.
96
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
10) Estabelecer um sistema eficaz de avaliação dos resultados obtidos com investimentos em
treinamento.
Saiba mais
Para saber mais sobre gestão da educação em ambientes não escolares, leia:
97
Unidade III
Esse estágio complementa as atividades desenvolvidas nos semestres anteriores, já que a formação
do pedagogo, no contexto atual, apresenta‑se como possibilidade de aprofundamentos na dimensão da
formação em ambienes escolares e não escolares.
Entendemos que é um momento em que o aluno estará dinamizando suas habilidades e competências
desenvolvidas no decorrer do curso. Portanto, nos valemos do conceito de Rhinesmith (1993, p. 35)
que, estudando as competências gerenciais para a globalização, entende que “competência é uma
capacidade específica de executar a ação em um nível de habilidade que seja suficiente para alcançar o
efeito desejado”.
98
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
• Informação
Conhecimentos • Saber o quê
• Saber o porquê
Competência
Habilidades Atitudes
• Técnicas • Querer fazer
• Capacidade • Identidade
• Saber como • Determinação
Estamos cientes de que o estágio em gestão da educação numa empresa constitui um desafio
para a universidade, uma vez que o alunado, em sua maioria, apresenta uma heterogeneidade
quanto às suas experiências profissionais. Conforme deve ser de seu conhecimento, lidamos com
alunos que, em geral, até já atuam no mercado, mas em ambientes educativos. Outro grupo é
formado por alunos que não atuam no contexto educacional, exercendo trabalhos diversos até
completarem sua formação.
Há também um terceiro grupo de alunos que atua em ambientes corporativos, e muitos deles
buscam no curso de Pedagogia a formação necessária para sua profissionalização. Ainda que encontrem
dificuldades para cumprir os estágios de licenciatura, eles conseguem agregar valores à sua formação
com essa prática. Desse modo, entendemos que existem aspectos que podem representar obstáculos
para alguns estudantes de Pedagogia que buscam estagiar no ambiente corporativo, mas não devemos
encará‑los como uma barreira intransponível.
É de suma importância o cumprimento desse estágio, pois ele proporcionará ao futuro gestor a
oportunidade de vivenciar, nas empresas, aspectos relacionados à coordenação de atividades de ensino,
de planejamento e orientação, bem como a supervisão e avaliação dessas atividades, para assegurar a
regularidade do desenvolvimento do processo educativo nesse ambiente. Além disso, o aluno poderá
analisar processos de assessoria de atividades de ensino, pesquisa e extensão, pois muitas empresas
estão envolvidas nestes segmentos. Será possível, ainda, analisar atividades vinculadas aos projetos
político‑pedagógicos das empresas e, claro, aos projetos de formação continuada e de gestão do
conhecimento nas empresas.
99
Unidade III
Diferentemente dos estágios anteriores do curso de Pedagogia da Universidade Paulista, que foram
realizados em ambientes educativos (escolas, creches, diretorias de ensino, secretarias de educação etc.),
o estágio em gestão da educação em ambientes escolares e não escolares terá parte de sua carga horária
que deverá ser cumprida, obrigatoriamente, em organizações legalmente constituídas como: órgãos
públicos, empresas privadas, organizações estatais, sociedades civis e órgãos representativos de classe.
A estética de um relatório obedece a certos padrões, relativos à sua apresentação gráfica. Assim,
determinadas normas referentes à numeração progressiva, formato, espaçamento, margens e paginação
devem ser observadas pelos estudantes de Pedagogia, conforme as orientações que seguem.
Padronização
• encadernação em espiral: capa de plástico transparente na frente e na cor preta ou azul no verso;
• distribuir o texto, evitando que o título das seções seja digitado em final de página e os textos
respectivos, na página seguinte;
• parágrafos: formatar a primeira linha com 1,25 cm (padrão Word); a primeira letra em maiúsculo
e as outras em minúsculo;
Capa
Exemplo:
NOME DO ALUNO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Gestão da Educação em Ambientes
Escolares e Não Escolares
Local
Ano
As capas de relatórios devem ser resistentes o suficiente para proteger o conteúdo por tempo
razoável, e a apresentação deve estar de acordo com o indicado pela instituição (vide exemplos). No
relatório, o tema ilustra a capa, e este pode converter‑se em título. Sua localização é no centro da capa
com todas as letras maiúsculas.
Folha de rosto
Exemplo:
101
Unidade III
Universidade Paulista
Curso de Pedagogia
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Gestão da Educação em Ambientes Escolares e
Não Escolares
Local
Ano
A folha de rosto apresenta um pequeno texto explicativo. Deverão ainda constar, digitados em caixa
de texto, logo abaixo do título, a finalidade do trabalho, curso, disciplina e nome do professor orientador.
Esses dados são digitados com corpo menor (8 ou 10). Local e ano do término do trabalho são referidos
a 3 cm do final da folha.
Desenvolvimento
Neste momento, deve‑se contemplar o relato de todas as atividades realizadas. É o corpo do trabalho.
Nesses termos, entendemos que:
Esse relato pode ser em um só corpo. Pode também ser dividido em partes
ou capítulos para facilitar a redação, dependendo de como foi elaborada
a previsão. Se a proposta ou projeto for eficiente e bem organizado,
certamente haverá muito a ser descrito. Não se deve esquecer que o
tratamento estatístico torna o trabalho mais completo, auxiliando, inclusive,
nas conclusões (BIANCHI et al., 2003, p. 79).
102
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
Não é demais lembrar que é absolutamente necessário que, na licenciatura durante o estágio, se
separe em rascunhos o que foi observado, de acordo com as partes previstas para o relatório. Portanto,
portfólio e diário de campo devem ser companheiros inseparáveis dos estagiários.
Para cada uma das atividades mencionadas será atribuída uma carga horária que, completada com
outras atividades, irá compor a carga total de horas do estágio em prática em gestão da educação na
empresa.
Conclusão
Em face do exposto, sugere‑se que, nesse momento, o aluno faça uma análise crítica da realidade
observada. Por outro lado, é prudente mencionar que não é possível fazer generalizações, pois as
situações vivenciadas, necessariamente, não se repetem.
103
Unidade III
Resumo
Ao término da leitura desta unidade, podemos dizer que a pedagogia
deixou de ser apenas mais uma área da educação, voltada exclusivamente
ao espaço escolar. Ela entrou no mercado, de maneira mais ampla, suprindo
necessidades da sociedade e das empresas no que tange à qualificação e
desenvolvimento de competências profissionais.
Exercícios
Questão 1. (Enade 2005) Dois coordenadores pedagógicos, recém-admitidos em uma escola pública,
fazem um diagnóstico da instituição e identificam a necessidade de melhoria da gestão escolar e da
qualidade do ensino.
A proposta dos coordenadores pedagógicos é trabalhar com leitura de textos sobre o tema, entrevistas
com professores, alunos, pais e funcionários, relatos de experiência de outras escolas, seminários e
debates. Estes recursos devem garantir que a discussão tenha como foco um suporte teórico para a
realização de ações que promovam uma gestão comprometida com a qualidade de ensino, a inclusão
social e o sucesso escolar de seus alunos.
B) O aval dos pais, para garantir a participação deste segmento nas decisões da escola.
D) O apoio dos políticos e do comércio da região, para equipar a escola com recursos tecnológicos.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
106
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO
EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa correta.
Questão 2. (Enade 2008) Uma organização social com foco no trabalho com crianças e adolescentes
em situação de risco está tendo problemas de evasão dos participantes do projeto de iniciação musical
e profissionalização. Os gestores ficaram preocupados, pois o projeto conta com músicos experientes,
recursos e equipamentos adequados.
Considerando os princípios da gestão, qual o primeiro procedimento para tentar resolver o problema?
107
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
TONUCCI, F. Com olhos de criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 100‑101.
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Figura 11
Figura 12
Figura 14
FILE000347894440.JPG. <http://cdn.morguefile.com/imageData/public/files/c/clarita/preview/
fldr_2004_11_03/file000347894440.jpg>. Acesso em: 2 mar. 2013.
Figura 15
REFERÊNCIAS
Textuais
___. O papel do diretor na administração escolar. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1988.
109
AMORIM, M. A. Por uma história da educação para além da escola. In: CONGRESSO DE PESQUISA EM
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS, 2., 2003, Uberlândia. Anais... Uberlândia: [s.n.], 2003.
Disponível em: <http://www.faced.ufu.br/nephe/images/arq‑ind‑nome/eixo11/complestos/historia.
pdf>. Acesso em: 11 fev. 2013.
BIANCHI, A. C. M.; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Manual de estágio supervisionado. 3. ed. São Paulo:
Thomson, 2003.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 5 jan. 2013.
___. Decreto‑Lei nº 6. 297, de 15 de dezembro de 1975. Dispõe sobre a dedução do lucro tributável,
para fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas em projetos
de formação profissional, e dá outras providências. Brasília, 1975.
___. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências. Brasília, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.
htm>. Acesso em: 6 jan. 2013.
___. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 5 jan.
2013.
___. Resolução CNE/CP nº 1, de 16 de maio de 2006. Brasília: Diário Oficial da União, 2006. Disponível
em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf>. Acesso em: 12 mai. 2013.
110
BURNHAM, T. F. et al. Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento. In: ENCONTRO DE
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 6., Salvador, 2005. Anais... Salvador: [s.n.], 2005. Disponível em: <https://
desenvrepositorio.ufba.br/ri/bitstream/123456789/3876/1/TeresinhaRenatoIsabelRamone.pdf>. Acesso
em: 1 nov. 2012.
CANABRAVA, T.; VIEIRA, O. F. A. Treinamento & desenvolvimento para empresas que aprendem.
Brasília: Senac, 2006.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de
Janeiro: Campus, 2004.
___. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
DELORS, J. (Org.) Educação, um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional
sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC, 1999.
EBOLI, M. Educação corporativa no Brasil: mitos e verdades. 3. ed. São Paulo: Gente, 2004.
111
FERREIRA, N. S. C. A gestão da educação e as políticas de formação de profissionais da educação:
desafios e compromissos. In: FERREIRA, N. S. C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais
tendências, novos desafios. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2006.
GLATTER, R. A gestão como meio de inovações e mudança nas escolas. In: NOVOA, A. As organizações
escolares em análise. Lisboa: Publicações Dom Quixote Ltda., 1992.
___. Educação não formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. São
Paulo: Cortez, 1999.
LACOMBE, F. J. M.; HEILBORN G. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.
LIBÂNEO, J. C et al. Educação escolar: política, estrutura e organização. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
___. Pedagogia e pedagogos, para quê? 8. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
___. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
___. et al. Educação escolar: política, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.
LOPES, E. M. T. Ensinar história da educação. In: LOPES, A. A. B. M. et al. (Org.). História da educação em
Minas Gerais. Belo Horizonte: FUMEC, 2002. p. 58‑65.
112
LOPES, E. M. T.; GALVÃO, A. M. O. História da educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
LÜCK, H. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 26. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
___. A evolução da gestão educacional a partir de mudança paradigmática. Gestão em Rede, n. 3, nov.
1997, p. 13‑18. Disponível em: <http://cedhap.com.br/publico/ge_GestaoEscolar_02.pdf>. Acesso em:
10 ago. 2012.
MAXIMIANO, C. A. Teoria geral da administração. ed. compacta. São Paulo: Atlas, 2006.
___. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2002.
MILKOVICH, G. T.; BOUDREAU, J. W. Administração de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
MOREIRA, D. A. Analfabetismo funcional: o mal nosso de cada dia. São Paulo: Pioneira Thonson, 2003.
OLIVEIRA, A. F.; MELO, J. C. (Org.). Educação, democracia e gestão escolar. Gestão Escolar. Goiânia: PUC
Goiás, 2010. v. 1.
PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2010a.
___. A educação, a política e a administração: reflexões sobre a prática do diretor de escola. Educação
e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 763‑778, set./dez. 2010b.
___. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2006.
___. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1993.
PELETEIRO, R. O papel das empresas na educação do trabalhador. 2007. Disponível em: <http://
www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/o‑papel‑das‑empresas‑na‑educacao‑do‑trabalhad
or/13283/>. Acesso em: 4 jan. 2013.
PINAZZA, M. A.; GALLEGO, R. C.; SILVA, V. B. O projeto pedagógico e currículo em ação. Curso de
Formação de Diretores REDEFOR – USP. São Paulo: USP, 2010.
RHINESMITH, S. Guia gerencial para a globalização. Trad. de Isabel Paquet de Araripe. Rio de Janeiro:
Berkeley, 1993.
RIBEIRO, A. E. A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak,
2008.
113
RIBEIRO, J. Q. Ensaio de uma teoria da administração escolar. São Paulo: Saraiva, 1986.
___. Ensaio de uma teoria da administração escolar. São Paulo: FFCL/USP, 1952.
SANTOS, C. R. Gestão educacional e escolar para a modernidade. São Paulo: Cengage, 2008.
___. O gestor educacional de uma escola em mudanças. São Paulo: Pioneira/Thomson Learning, 2002.
SCHÜTZ, C.; FREITAS, D. S. Análise da concepção de gestão dos especialistas formados no curso de
especialização em gestão da UFSM. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO, n. 11, 2006,
Cachoeira do Sul – RS. Anais... Cachoeira do Sul: [s.n.], 2006. Disponível em: <www.sieduca.com.
br/2006/admin/upload/31.doc>. Acesso em: 29 mai. 2012.
SGARIONI, M. Entrevista com Fernando Reimers. Revista Nova Escola, São Paulo, n. 243, p.
32‑34, jun./jul. 2011. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/politicas‑publicas/
entrevista‑fernando‑reimers‑636888.shtml>. Acesso em 19 mai. 2013.
___. Supervisão da educação: do autoritarismo ingênuo à vontade coletiva. 1983. Tese (Doutorado) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1983.
SOUTO MAIOR, R. C. Ser humano: o recurso mais importante para o desenvolvimento turístico da
cidade de João Pessoa. Abordagem exploratória da rede hoteleira. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE
ADMINISTRAÇÃO, n. 18, 2004, Natal. Anais... Natal: [s.n.], 2004.
SOUZA, A. R. Perfil da gestão escolar no Brasil. 2006. 302 p. Tese de Doutorado em Educação
(Programa de Pós‑Graduação em Educação) – PUC, São Paulo, 2006.
VIEIRA, A. T.; ALMEIDA, M. E. B.; ALONSO, M. Gestão educacional e tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003.
Exercícios
115
116
117
118
119
120
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000