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Os recursos de uma empresa são classificados em capital físico, capital humano e capital
organizacional. O capital físico é representado pela tecnologia, equipamentos, localização geográfica
ou acesso a matéria-prima. Assim, o capital humano conta com a capacidade intelectual e de
relacionamento que pode ser encontrada nas pessoas, sejam os gestores, sócios administrativos ou os
trabalhadores em geral.
E logo, o último, capital organizacional, diz respeito a estrutura formal da empresa, a forma como ela se
organiza, suas ferramentas de controle, seus sistemas de coordenação e as relações informais entre os
grupos (BARNEY, 1991).
O Quadro 1 apresenta a caracterização dos atributos do modelo VRIO. Esses elementos partem de
quatro questões-chave que se devem fazer sobre um recurso ou capacidade para determinar seu potencial
competitivo (BARNEY; HESTERLY, 2011).
MODELO VRIO
Conceito Questão- Chave
VALOR Identifica as ameaças e oportunidades Os recursos e capacidades permitem
no que a empresa explore oportunidades
ambiente externo, além de reconhecer externas e/ou
que o valor de um recurso específico neutralize uma ameaça ocorrida no
torna-se dinâmico ao longo do tempo. ambiente?
O modelo VRIO, fundamentado na visão baseada em recursos, demonstra quais são as características
que os recursos devem possuir, a fim de gerar vantagem competitiva que se tornem ainda mais
duradouras e eficazes. As questões propostas desenvolvem análises que visam bloquear ameaças
originadas no ambiente externo e permite explorar oportunidades (LACERDA, 2014).
O Quadro 2 expõe os resultados de vantagem competitiva que a empresa pode atingir, a partir do
mapeamento e classificação dos recursos (BARNEY; HESTERLY, 2011).
De acordo com o modelo VRIO, as empresas com recursos valiosos, raros, difíceis de imitar e com
poucas chances de serem substituídos obterão resultados superiores aos das organizações sem esses
Os recursos úteis para formulação de estratégias e criação de valores são aqueles que detêm valores
para a empresa. Quando estes pontos são identificados, se tem material para que os gestores analisem e
2014).
Tal como vimos anteriormente, a competitividade das organizações demonstra a “saúde” das mesmas e
consiste na capacidade em adquirir quota de mercado. Assim, segundo Barney (2011), são quatro os
critérios preponderantes que permitem às organizações desenvolverem-se e ganharem vantagem
competitiva:
➢ Devidamente organizados.
Para que uma empresa tenha, efetivamente, sucesso, necessita de fazer adaptações, o que vai depender
da preparação do seu pessoal para a mudança e da sua motivação. Assim a formação torna-se,
efectivamente, um elemento crucial para o desenvolvimentos dos RH, possibilitando ao Marketing
Interno atingir o seu objectivo, ou seja, proporcionar uma resposta adequada com as exigências do
exterior.
Neste sentido, para que a formação se afirme como um instrumento de Gestão de Recursos Humanos
eficaz, deverá estar enquadrada na estratégia da empresa. As necessidades a que a formação vai
responder devem resultar de um diagnóstico da sua envolvente, das respostas necessárias para manter a
Assim, com base nas exigências do meio e as respostas consentâneas, são apuradas as competências
exigíveis aos Recursos Humanos. Da diferença entre as exigências e o seu potencial existente são
Em todo o decorrer da Era Industrial, as organizações bem-sucedidas eram aquelas que aumentavam os
recursos financeiros e o faziam crescer e expandir. O retrato do sucesso organizacional era representado
pelo tamanho da organização e as suas instalações físicas e, sobretudo, pela riqueza financeira. As
organizações procuravam assim acumular activos tangíveis, físicos e concretos como base do seu
sucesso e da sua força e poder no mercado.
No entanto isso já se foi! A inovação ganha agora um papel preponderante, definindo-se como a
capacidade de uma organização produtos e serviços criativos e inovadores, que transformem os demais
em obsoletas e ultrapassados.
Desta forma, na Era da Informação, os recurso financeiro está a deixar de ser o recurso mais importante
da organização. Outros activos intangíveis e invisíveis estão a assumir rapidamente o seu lugar e
relegando-o a um plano secundário. Estes activos intangíveis dizem respeito ao capital
intelectual/humano da organização.
De acordo com Sánchez et.al.,, o capital humano, de uma forma simples é o conhecimento, geralmente
de forma tácita que os funcionários levam com eles no final do dia de trabalho, ou seja, é a quantidade
de conhecimento que não permanece na organização quando os indivíduos saem da mesma.
Chiavenato afirma que é o capital de gente, de talentos e de competências. A competência de uma
pessoa envolve a capacidade de agir em diversas situações, tanto para criar activos tangíveis como
intangíveis. Não basta ter pessoas.
(colaboradores).
compartilhando conhecimentos.
➢ Mudanças demográficas e diversidade de força de trabalho
De acordo com Noe, gerir talentos é sinónimo de atrair, reter, desenvolver e motivar funcionários e
gestores altamente qualificados. A gestão de talento está a tornar-se um aspecto cada vez mais
Os clientes julgam a qualidade e o desempenho das organizações. Como resultado disso, a excelência do
cliente requer atenção para as características dos produtos e serviços, bem como para as interacções com
futuras. Desta forma, há uma redução nos defeitos/erros, atendendo às especificações, diminuindo as
A internet criou um novo modelo de negócio – o comércio online -, em que as transacções de negócios
e relacionamentos podem ser realizadas electronicamente. A internet é uma colecção global de redes de
computadores que permitem aos usuários a troca de dados e informações.
A nova tecnologia provoca mudanças nos requisitos das habilidades e papéis de trabalho e, muitas
vezes, resulta em estruturas de trabalho redesenhadas.
Um dos métodos mais populares para aumentar a responsabilidade e o controlo sobre os funcionários
são as equipas de trabalho. Estas envolvem os funcionários com várias habilidades que interagem e se
complementam na obtenção de um produto ou prestação de um serviço. As equipas de trabalho reúnem
muitas outras actividades, normalmente destinadas aos gestores, incluindo a selecção de novos
membros para a equipa, agendamento de trabalho, coordenação de trabalho e coordenação de
actividades com clientes e outras unidades da empresa.
Figura 2- A estratégia do processo de formação e desenvolvimento
Com a ênfase na criação do capital Humano e com o movimento em direcção a sistemas de alto
desempenho utilizando equipas, os funcionários estão a realizar, actualmente, muitos papéis antes
reservados à gestão.
Além disso, uma vez que os funcionários são ainda responsáveis pela qualidade dos bens/serviços,
necessitam de saber utilizar dados e tomar decisões, e mais uma vez, a formação desempenha aqui um
papel fulcral.
Por sua vez, as funções e as tarefas dos gestores de empresas que utilizam sistemas de alto desempenho
são:
a. Gestão de alinhamento;
b. Coordenação de actividades;
c. Facilitação no processo de tomada de decisão;
d. Encorajamento da formação ao longo da vida;
e. Criação e manutenção da confiança.
Ou seja, de uma forma geral, a função dos gestores é a de criar condições necessárias para assegurar o
sucesso da equipa.
Se os gestores de linha estão conscientes do que a actividade de desenvolvimento pode alcançar, como
uma redução do tempo no preenchimento de posições em aberto, estes encontram-se mais dispostos em
envolver-se com estas actividades formativas. Esse envolvimento torna-se ainda maior quando os
gestores são recompensados pela sua participação.
3.5. Conhecimento Organizacional
Existe uma diversidade de recursos a nível organizacional, sendo que os recursos podem ser tangíveis e
intagíveis. Portanto, os recursos e capacidades tangíveis e intangíveis criam retornos para a empresa,
visto que são utilizados para construir vantagem competitiva e, como consequência, riqueza.
edificarem-se de acordo com os seus conhecimentos, tendo como principal arma os seus activos
constatando-se uma crescente preocupação pela mediação de recursos intangíveis que inicialmente não
domínio empresarial.
A temática da Gestão do Conhecimento assume um papel cada vez mais importante no contexto
organizacional. Efectivamente, estamos perante uma nova era, demarcada por transformações a nível
devem, em virtude disso, conceber mecanismos que possibilitem a criação, o estímulo e o interesse
pelo conhecimento, nomeadamente, criar espaços de diálogo, de interacção, de debate de ideias, com o
A este respeito, Fialho & Serrano (2005) verificam que as organizações necessitam de criar um
Diante de um mundo que se torna extremamente mais complexo, é interessante que os CEOs tenham
3.Têm a mente aberta e são inventivos na expansão de seus estilos de administração e comunicação,
1. Admita a Ambiguidade: Vá além dos silos (Liberte dos compartimentos os elementos criativos de
sua organização e integre-os à comunidade. Transcenda o óbvio para formar parcerias pouco
externas, eliminando toda barreira à comunicação para aperfeiçoar sua capacidade de lidar com o
desconhecido.
outros fazem; Crie cenários para planear respostas a uma gama de futuros possíveis. Deverá agir apesar
da incerteza.
2. Assuma riscos que rompam com os modelos de negócios herdados: Pilote inovações radicais
(Estimule a equipe de gerência ampliada a quebrar o molde dos modelos de negócios existentes);
Aproprie-se dos êxitos de outros segmentos de mercado (aprenda e inspire-se com as realizações
criativas de fora do seu segmento de mercado. Discuta regularmente casos de exemplo de outros
segmentos de mercado em suas reuniões com a equipe de gerência. Esteja a par das tendências dos
clientes e da tecnologia que estejam transformando outros sectores e considere de que maneira você
poderia aplicá-las).
3. Avance além dos estilos de gestão, do “testado e comprovado”: Fortaleça sua capacidade de
persuasão e influência (lidere trabalhando em conjunto na direcção de uma visão compartilhada.
Atreva-se a ceder um pouco do controle em favor da construção de uma confiança mais mútua em
toda a organização. Não apresente a sua lógica: descubra a lógica junto com a equipa) Instrua outros
líderes (desperte a imaginação dos outros. Instile a busca da criatividade na missão de sua organização
por meio de formação formal e informal. Desafie cada equipe a priorizar a criatividade e apoie e
premie funcionários que derem um passo fora da zona de conforto para inovar).
Use abordagens de comunicação largamente variadas (comunicação com canais menos formais e
mais inovadores. Aceite que, para clientes e funcionários igualmente, blogs, presença na Internet,
sistemas de mensagens instantâneas e redes sociais têm mais do que a tradicional comunicação de
cima para baixo. Seja mais aberto no permitir que partes interessadas tenham acesso a você enquanto
gestor).
“Reinventar o relacionamento com os clientes”
(começando pelo gestor de topo, todo funcionário na organização deve estar com o foco hipercentrado
nos clientes. Assegure que cada funcionário se responsabilize e seja avaliado anualmente através da
Aumente a exposição dos clientes (facilite que os clientes se conectem com a pessoa certa em sua
organização. Cada funcionário deve dispor das informações necessárias para envolver os clientes de
forma apropriada e eficaz). Deverá medir o que os clientes valorizam (saiba, genuinamente, o que
motiva os clientes actuais e potenciais a escolherem o seu produto ou serviço. Compreenda as metas de
Inove em conjunto e interaja com os clientes de novas maneiras (colabore por meio dos
diferentes canais para criar novos produtos e serviços. Mantenha um diálogo corrente, que inclua
interacção presencial e por redes sociais. Envolve os clientes em todo o processo), Promova a real
transparência dos processos (pergunte a seus clientes quais processos estão funcionando bem e o
que poderia ser feito para corrigir os que não estiverem).
3. Lucre com a explosão de informações: Explore o valor dos dados ilimitados (identifique e
priorize oportunidades ocultas, gerindo e usando melhor as informações. Encontre novas formas de
extrair valor de dados não estruturados e não numéricos). Converta dados em visão e este em acção
que crie resultados para os negócios (torne os dados certos acessíveis às pessoas certas, na hora
certa.
Remova pontos cegos que atrapalhem a tomada de decisões. Desenvolva análise que permita a você e
seus funcionários “prever e agir”, não simplesmente “sentir e responder”). Partilhe informações
que estejam sendo fornecidas as informações que os clientes querem, da maneira que desejam.
Aumente a eficácia — não somente a eficiência — das trocas de informações, para evitar a armadilha
•Simplificar Operações: Menos da metade dos outros gestores enfatizará a simplificação como forma de
administrar melhor a complexidade;
•Substituir custos fixos por custos variáveis: Os gestores mais hábeis põem foco muito maior em
estruturas de custos variáveis para poderem aumentar ou diminuir a expansão mais rapidamente.
1.Simplifique sempre que possível: Simplifique as interacções com os clientes (seja ultrafácil de
fazer negócios com os clientes. Elimine complexidades desnecessárias de modo que políticas e
procedimentos relacionados a clientes, bem como o acesso a produtos e serviços, não exija esforço do
tome decisões quando “souber o bastante” e resista ao impulso de esperar até “saber tudo”). Promova
velocidade de execução (racionalize os processos para possibilitar uma rápida tomada de decisões e
execução. Remova barreiras processuais ou de política, dando autonomia de acção aos funcionários
Corrija o curso quando necessário (alinhe algumas métricas claras aos objectivos, para identificar
quando necessário. Ganhe entendimento em profundidade do que realmente precisa ser localizado.
Permita diferenças culturais e não pressuponha que o que funciona em um país ou mercado vá
constantemente).
Aproveite o que existe no mundo através dos parceiros (ser ágil muitas vezes significa não fazer
tudo sozinho. Saiba onde estão as melhores oportunidades a cada momento e vá buscá-las. Fortaleça
habilidades de parceria para substituir custos fixos por variáveis e tire proveito de conhecimento
A diferenciação das Empresas está cada vez mais naquilo que sabem. Deste modo, a competitividade
passou a estar focalizada em recursos intangíveis, dificilmente imitáveis, tornando-se estas as variáveis
que caracterizam as competências distintivas das Empresas. Referimo-nos a recursos que senão se
resumem aos activos físicos e financeiros, mas sim antes a capacidades internas da Empresa que se
transformam em activos intangíveis.
Com estes recursos, a Empresa possui competências-chave perfeitamente distintivas e dificilmente
imitáveis e reprodutíveis por outra organização, criando o diferencial sustentado que lhe permite
melhorar a sua competitividade. É neste contexto que a Gestão do Conhecimento ganhou uma atenção
crescente no mundo da Gestão Empresarial, já que este pretende produzir, recolher, armazenar e
inovação e, consequentemente, num activo intangível estratégico para a sobrevivência das Empresas.
Esta toma forma a partir da pretensão de ser um conjunto de processos que administra a criação, a
objectivos. A gestão do conhecimento sugere três dimensões para a análise do uso do conhecimento e da
aprendizagem:
1. A dimensão do homem e do conhecimento: Compreender a relação entre as características
pessoais e o conhecimento e a forma como as pessoas utilizam o conhecimento e aprendem;
2. A dimensão da tecnologia e do conhecimento: Diz respeito aos recursos utilizados para a gestão
do conhecimento existente e em desenvolvimento;
3. A dimensão do sistema organizacional: Trata do ambiente de distribuição dos recursos que gerem
e, portanto, favorecem ou limitam o uso, a criação e o desenvolvimento do conhecimento.
Foco Inicial: surgiu muito ligada às culturas organizacionais; reforçar as operações (criar bases de
dados), melhorando o conhecimento e a sua disponibilidade de TI e Aprendizagem Organizacional;
Foco Emergente: volta-se à origem, relacionada com as componentes humanas da informação a fim de
tornar a empresa mais competitiva a partir de perspectivas estratégicas, criando e utilizando o
conhecimento e o envolvimento pessoal, e não meramente nas operações (bases de dados). Foca-se,
então, nas networks (redes) de forma a reforçar as interligações dentro e fora das organizações.
A sustentação da vantagem competitiva está no Conhecimento das pessoas que utilizando, ou não, a
tecnologia, utilizam os dados, as informações e os transformam em Conhecimento. Existe alguma
tendência para se confundir dados com informação e estes com conhecimento. Assim, seguidamente
diferenciamos dados, informação e conhecimento.
❖ Conhecimento Explícito: envolve o conhecimento dos factos e é adequirido quase sempre pela
educação formal;
❖ Conhecimento Tácito: a arte de “saber-fazer” envolve uma proficiência prática – física e mental.
Trata-se de capacidades adquiridas, sobretudo, através do treino e da prática;
❖ Experiência: reflexões sobre erros e sucessos passados;
❖ Julgamento de Valor: percepções do que a pessoa acredita estar certo, agindo como filtros
conscientes e inconscientes para o processo de saber de cada indivíduo;
❖ Rede Social: relações com outros seres humanos dentro de um ambiente e de uma cultura
transmitidos pela tradição.
O conhecimento organizacional, por outro lado, é definido como o conjunto partilhado de crenças sobre
relações causais mantidas por indivíduos dentro de um grupo.
Conhecimento Explícito:
Ligado aos procedimentos, às bases de dados, às patentes e aos relacionamentos com os clientes. Este é
considerado como o resultado de um conjunto de informação com significado, articulado numa
linguagem clara incluindo números e diagramas (Polanyi e de Nonaka e Takeuchi, 1995);
❖ Corresponde a um tipo de conhecimento mais facilmente expresso em palavras, números e pode ser
prontamente transmitido entre pessoas, de modo formal e sistemático. Envolve o conhecimento de
factos. É objectivo, teórico e digital. É formal e sistematizado: facilmente comunicado e partilhado
(Câmara et al, 2007: 628);
❖ É aquele que pode ser codificado e estruturado. É sistemático e transferível através da linguagem
formal. Deste modo, pode adoptar-se à forma de programas informáticos. Patentes, diagramas e
outros (Almeida, 2007: 55).
Conhecimento Tácito:
É aquele que se adquire através da experiência, estando relacionado com os sentidos. Para Spender, “é
um conhecimento adquirido quando entramos numa organização nova e iniciamos uma actividade
diferente”. Resulta de um conhecimento pessoal difícil de formalizar e comunicar (Almeida, 2007: 55).
Corresponde a um conhecimento dificilmente verbalizado e é adquirido através da experiência. É
trabalhadores de uma organização para realizarem as tarefas quotidianas. É transferível aos outros
através de contactos face a face e conversas informais. É portanto, muito subjectivo e intuitivo. Este
tipo de conhecimento está muito enraizado nas emoções, valores ou ideias, bem como nas acções e
experiências de um indivíduo.
A dimensão técnica inclui know-how concreto, técnicas e habilidades que actuam como uma habilidade
informal e difícil de definir (Câmara et al, 2007: 628). Desta forma, este tipo de conhecimento inclui
grande ênfase aos insights (percepções), intuições, ideias, valores, emoções, imagens e símbolos.
Quadro 4. Conhecimento Tácito vs Conhecimento Explícito
A Criação deste, segundo o modelo dos autores, ocorreria a partir de uma espiral do conhecimento
baseada no compromisso pessoal e em vários processos de conversão entre os conhecimentos
implícitos e explícitos, envolvendo desde o indivíduo até ao grupo, a organização e o ambiente.
Para os autores, «as Empresas criadores de conhecimento» seriam pois, aquelas que criam novos
conhecimentos, disseminam – nos pela organização e rapidamente incorporam a novas tecnológicas e
produtos. Este processo ocorre a partir de uma espiral de conhecimento baseada no compromisso
pessoal e vários processos de conversão entre o conhecimento tácito e explícito. O modelo pressupõe,
como referido, quatro formas de conversão de conhecimento:
Socialização (tácito a tácito): A partilha de conhecimento tácito e caracteriza-se por uma troca de
experiências pessoais. É um processo de adquirir o conhecimento (tácito) através da partilha de
experiências e no qual os modelos mentais e habilidades técnicas são criados. Como os aprendizes
aprendem o ofício dos seus mestres com a observação, a imitação e a prática, assim também os
colaboradores de uma Empresa aprendem habilidades novas com formação on the Job.
Esta sessão de formação não precisa de ser formalizada, já que este processo de conversão de
conhecimento tácito para tácito pode-se efectuar pelo simples processo de imitação e experiência sem
recurso à palavra. A Socialização gera o Conhecimento Partilhado. No quotidiano das Empresas este
processo pode ocorrer através das relações interpessoais, em reuniões informais, sessões de
brainstorming. Acontece, quando existe um contacto indivíduo a indivíduo, pelo que se desenrola no
âmbito da interacção pessoal. É um espaço onde, por intermédio da convivência, procura criar-se um
clima de confiança, de empatia mútua e de partilha de emoções e valores.
Combinação (explícito a explícito): é a forma de conversão do conhecimento que envolve diferentes
conjuntos de conhecimento explícito já disponíveis e controlados pelos indivíduos, por forma a criar
conhecimento explícito adicional. Esta conversão assenta em três processos que visam, primeiramente,
captar e integrar o novo conhecimento explícito, em seguida, disseminá-lo por intermédio de reuniões e
apresentações para estar disponível por toda a organização e, finalmente, proceder à sua edição e
processamento para estar disponível por toda a organização e, finalmente, proceder.
À sua edição e processamento nos vários locais onde se torna útil o seu uso. Os indivíduos fazem o
processo de combinação do seu conhecimento explícito por telefonemas, nas reuniões, etc. A
informação existente em base de dados computorizados pode ser categorizada, ordenada e classificada
de várias formas para produzir o conhecimento explícito de novo. A combinação dá origem ao
Conhecimento Sistémico (quando todo o conhecimento se adquire do exterior da organização, e
partimos originalmente do conhecimento explícito para gerar outro explícito, dá se o conhecimento
sistémico, que utiliza de forma sistemática, e o seu valor será só operativo).
Internalização (explícito a tácito): é a conversão do conhecimento explícito em conhecimento tácito,
necessária para o seu desenrolar é o facto de o conhecimento explícito ter de estar ligado à acção e à
prática, de forma a permitir ao indivíduo rever os seus conceitos e métodos à luz da experiência.
Por outro lado, o uso de simulações permite estimular e desenvolver os mecanismos do learning by
doing, “aprender fazendo”, onde os indivíduos experimentam a partilha de conhecimento explícito que
Na tradução, procura-se, a partir do que foi expresso pelo indivíduo, obter uma formulação que permita
a sua sistematização – contribuindo assim para a dissociação do sujeito e do conhecimento expresso
por si. Acontece, portanto, quando um indivíduo, junto de terceiros, procura expressar uma ideia ou um
conceito para os partilhar com o grupo – estamos pois no âmbito grupal. A externalização gera o
conhecimento conceptual (se o que a organização relaciona é o conhecimento tácito que passa a ser
explícito, podemos dizer que nos aproximamos de conceitos que nos vão permitir definir a estratégia
organizacional).
Figura 4. Espiral de conversão do conhecimento
Por sua vez, Leal (2002) considera que o bencharmarking é “um processo, uma estratégia, uma
ferramenta, uma técnica, aprendizagem, informação, mudança e uma atitude de olhar o exterior, em que
as empresas aprendem com os melhores, procuram a excelência e revelam-se proactivas para a
mudança”. Assenta em princípios filosóficos como: “o conhece-te a ti próprio”, “aprende com os
melhores”, “integra o aprendido” e “obtém a superioridade”.
Freire (2000) considera que um programa de benchmarking tem 5 fases:
1. Identificação dos recursos e actividades relacionados com as comptências que precisam de ser
actividades;
3. Contactos com os líderes – gestores e trabalhadores – para análise dos seus processos;
5. Definição das melhores práticas de gestão e respectiva adaptação à empresa, medição dos
- Compara práticas e processos dentro da mesma - Compara, constantemente, produtos e serviços - Compara processos com os dos líderes funcionais,
organização entre funções similares; dos principais concorrentes; independentemente da indústria/sector.
- Permite unificar formas de actuação e estabelecer - É o melhor método para comparar a - O facto de não se desenvovler, com competidores
objectivos; funcionalidade de produtos/serviços similares. directos, a obtenção de informação não representa
nenhum problema;
-Pode detectar pontos críticos que são objecto de - A dificuldade na obtenção de informação pode
Bemchmarking externo. não detectar melhores práticas; - As práticas habituais noutro sector tendem a aceitar-
se com facilidade pelo facto de não existir ricochete às
- A confidencialidade não supõe um problema. - Os competidores podem não ser os melhores,
práticas que vêm da concorrência.
nem terem as melhores práticas.
Um mecanismo que pode ser utilizado para explorar a transferabilidade é o das várias técnicas de
benchmanking que podem ir desde a simples comparação entre processos ou produtos diferente até à
para descobrir quem tem a solução mais eficaz para um problema comum. O sucesso de benchmarking