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Introdução à
Ciência Econômica
e o Funcionamento
do Mercado
Dr. André Luiz Cordeiro Cavalcanti
Dr. Ricardo Goncalves da Silva
Me. André Teixeira de Carvalho
Aula 01
Introdução à Economia e ao
Pensamento Econômico
Prezado(a) estudante,
Nesta disciplina estudaremos os conceitos básicos que ajudarão a você entender como o seu
dia a dia, e o de sua organização, são impactados pelas forças econômicas nacionais e globais.
Bons Estudos!
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Olá, estudante! Faremos aqui uma introdução à Economia e às mudanças no modo de pensar
econômico ao longo dos tempos. Boa aula!
Introdução
Caro(a) estudante...
Tudo isso será discutido neste curso de Economia. Primeiro, entretanto, vamos entender o que
é Economia.
Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Ela estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação entre as
necessidades dos homens e os recursos disponíveis para satisfazê-las. Assim sendo, esta
ciência está intimamente ligada à política das nações e à vida das pessoas, sendo que uma
das suas principais funções é explicar como funcionam os sistemas econômicos e as relações
dos agentes econômicos , propondo soluções para os problemas existentes.
(FEAUSP, 2014)
Parece complicado... Mas vocês verão aqui que essa fascinante ciência possui conceitos
básicos facilmente entendidos. Esses conceitos, ademais, são fortemente relacionados à nossa
vida diária, ajudando-nos a tomar melhores decisões.
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Não, longe disso! Para o professor Nali Souza ,
O termo Economia origina-se das palavras gregas oikos (casa) e nomos (normas). Na Grécia
antiga, economia significava a arte de administrar o lar, levando-se em conta a renda familiar
e os gastos efetuados, durante um período de tempo.
(SOUZA, 2003 )
Em razão da natureza humana, de querer sempre mais, podemos dizer que as necessidades
humanas são ilimitadas, enquanto os recursos para o seu atendimento são escassos. Nesse
assunto, estudante, você deve estar atento ao fato de que, em um mundo que comportará 9
bilhões de habitantes em 2050, os recursos serão cada vez mais escassos e, portanto, as
pessoas deverão ser cada vez mais cuidadosas em suas escolhas.
SAIBA MAIS
Para saber mais, acesse a reportagem da pesquisa da Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre a projeção do número de habitantes na Terra para 2050, lendo o
QRCode a seguir!
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SAIBA MAIS
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QUER UM EXEMPLO?
Recentemente, uma criança veio feliz de uma “feira de trocas”. Nessa feira, a criança
levou uma boneca antiga e a trocou por um carrinho usado de outra criança.
É claro que nem todo mercado se baseia em trocas puras, conforme descrito anteriormente.
Veremos, no decorrer da disciplina, como os recursos monetários auxiliam em muito essa
tarefa.
O objeto da ciência econômica é auxiliar os agentes econômicos a decidir quais trocas realizar,
em um contexto no qual suas necessidades são ilimitadas e os recursos dos quais eles dispõem
são escassos.
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O Pensamento Econômico ao Longo dos
Tempos
Nosso objetivo neste tópico é apresentar, de forma cronológica, as principais correntes
econômicas e suas influências na condução das sociedades a um maior nível de bem-estar.
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Na Antiguidade grega, a Economia não passava de ideias fragmentadas e soluções adaptadas a
problemas específicos. Essas ideias são encontradas, aqui e acolá, em estudos filosóficos e
políticos da época. Durante o Império Romano, houve muitas trocas comerciais, mas não havia
um pensamento econômico integrado. Apesar do enorme fluxo de transações comerciais no
império, a contribuição romana à Humanidade foi mais política do que econômica.
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Após a queda do Império Romano no ano 476 da era cristã, inicia-se o período conhecido por
Idade Média. Na Alta Idade Média (476 até o ano 1000), observou-se o encolhimento das
atividades mercantis no que restou do antigo Império Romano. As atividades econômicas,
antes centradas nas cidades, retornam ao setor rural, e os feudos são formados: pequenas
regiões dominadas pelo senhor feudal. Nestes, a atividade econômica existia para satisfazer
necessidades básicas, ou seja, a economia era de subsistência (produção para o consumo e não
para a troca) e baseava-se no trabalho do servo, que não era pago em salários. A essa
organização social chamamos de feudalismo (SANDRONI, 1999) .
Outra característica dessa época é o pouco uso do dinheiro, com predomínio do escambo
(troca de bens e serviços sem a intermediação do dinheiro) e reduzido contato entre regiões
(SANDRONI, 1999) .
Na Baixa Idade Média (século XI até o século XV), a atividade econômica entre regiões
ressurge nas chamadas feiras. As corporações de ofícios (associações de pessoas do sexo
masculino e de fé cristã que trabalhavam em um mesmo setor de atividade e passavam seus
conhecimentos de uma geração para a outra) são criadas.
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A Igreja Católica, todavia, influencia as atividades comerciais. Estimula o “justo preço” (“aquele
bastante baixo para poder o consumidor comprar, sem extorsão e suficientemente elevado
para ter o vendedor interesse em vender e poder viver de maneira decente” (HUGON, 1998, p.
51 apud SOUZA, 2009, p. 28) . A igreja pregava a moderação aos agentes econômicos.
A partir de 1450, o poder religioso não mais contém o crescente interesse dos europeus por
transações econômicas. É a época dos “grandes descobrimentos”. Aliando a redescoberta ou
criação de tecnologias de navegação em alto-mar ao descobrimento de novos territórios –
sobretudo nas Américas – os europeus inauguram uma época de progresso denominada
Mercantilismo (1450-1750). Nesse período, o pensamento econômico apoiava os governantes
no aumento da riqueza das nações. Ademais, a busca de melhores condições materiais
(melhores habitações, alimentos e vestuários, por exemplo) cria vasto mercado para novos
bens e serviços. Oriundos das Américas, metais preciosos e recursos naturais permitiram a
melhoria do padrão de vida na Europa. Pinho (2004, p. 28) esclarecem que:
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François Quesnay
A Fisiocracia considera o sistema econômico como um organismo, regido por leis próprias, mas
derivado da ordem natural das coisas. Para os fisiocratas, “o universo é regido por leis naturais,
imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina” (PINHO, 2004, p. 29-30).
Consideram essa ordem natural cientificamente relevante e acreditavam que, por meio da
razão, poderiam descobri-la. O pensamento fisiocrata influenciará posteriormente as teorias
econômicas que veem o sistema econômico como fundamentalmente equilibrado. Uma
importante contribuição de Quesnay é observar a interdependência das atividades
econômicas de uma nação; seu “tableau économique” (em português, tabela econômica) é
demonstrativo dessa interdependência.
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Adam Smith
Adam Smith é mais conhecido pela sua obra prima Inquérito sobre a natureza e as causas da
riqueza das Nações. Tem como discípulos brilhantes pensadores: Malthus, Ricardo, Stuart Mill
e Say, “que buscam [...] explicar pontos ambíguos da obra de Smith”. (PINHO, 2004, p. 31) . Para
Adam Smith, todo indivíduo se esforça para melhorar o seu próprio bem-estar. Para isso, cada
indivíduo tenta ganhar o maior lucro no mercado, oferecendo bens ou serviços que outros
indivíduos necessitam e/ou desejam. Segundo ele, existe, entretanto, uma “mão invisível” que
combina os esforços individuais, faz a sociedade avançar economicamente e aumenta o bem-
estar de todos. Para Smith:
Não devemos esperar que nosso jantar venha da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou
do padeiro, mas, sim, de sua consideração para com seus próprios interesses. Nós não nos
dirigimos ao seu humanitarismo, e sim ao seu amor-próprio, e nunca lhe falamos de nossas
necessidades, mas de suas vantagens.
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Karl Marx
Podemos dizer que a abordagem feita por Marx de sua época é correta: havia, em meados do
século XIX, muita exploração social. Suas conclusões, entretanto, não foram validadas pelos
acontecimentos futuros. Seus estudos tiveram mais influência política e social do que efeito
prático no desenvolvimento econômico posterior.
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É claro que nem todo mercado se baseia em trocas puras, conforme descrito anteriormente.
Veremos, no decorrer da disciplina, como os recursos monetários auxiliam em muito essa
tarefa.
O objeto da ciência econômica é auxiliar os agentes econômicos a decidir quais trocas realizar,
em um contexto no qual suas necessidades são ilimitadas e os recursos dos quais eles dispõem
são escassos.
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O ano de 1870 marca o início da análise econômica moderna. Os economistas desenvolvem
ideias de como alocar recursos escassos entre usos alternativos, com o objetivo de maximizar a
utilidade ou a satisfação dos consumidores. Nasce a economia marginalista: segundo esta, o
homem é um ser essencialmente racional, que toma decisões calculadas, aloca os recursos
escassos para a otimização de seu bem-estar: ele é o “homem econômico”.
Por sua vez, o termo “marginalista” aqui é entendido da seguinte maneira: caso aumentemos o
uso de recursos para a produção de determinado bem ou serviço em uma unidade, em quanto
aumentaria, na margem, a satisfação do consumidor desse bem ou serviço?
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Em outubro de 1929, o pensamento neoclássico sofre um rude golpe. O forte desenvolvimento
econômico das primeiras décadas do século XX é pulverizado pela queda da Bolsa de Valores
de Nova Iorque. Durante anos, os países ocidentais acreditavam que, sem a interferência do
Estado, a economia cresceria continuamente. Parcelas crescentes da população investiam em
ações das empresas: o preço dessas ações subia continuamente, o que estimulava mais
pessoas a investir no mercado de ações.
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Apesar de o crescimento da população aumentar a demanda por produtos e serviços nas
primeiras décadas do século XX, há um teto para o potencial de lucro de uma empresa. Esse
teto foi estabelecido no que foi conhecido como Crash de 1929. Em 15 de outubro daquele
ano, o mercado norte-americano de ações começou a cair. Todos os investidores tentaram
vender suas ações ao mesmo tempo. O preço das mesmas desabou e fortunas foram perdidas.
As pessoas, agora mais pobres, deixaram de consumir. As empresas, sem o dinheiro que vinha
do mercado de ações e observando o consumo por seus bens e serviços se reduzir, sofreram
prejuízos e, em consequência, começaram a demitir. Os fazendeiros foram arruinados, pois não
havia mais compradores para os produtos agrícolas. Essa conjuntura reduziu ainda mais o
consumo de toda a sociedade. Instalou-se o que foi conhecido como a Grande Depressão: a
redução contínua da atividade econômica, o fechamento de inúmeras companhias e o aumento
do desemprego. Calcula-se que, em 1932, nos Estados Unidos, um em cada quatro
trabalhadores estava desempregado!
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SAIBA MAIS
Para entender como os EUA enfrentou uma crise econômica mundial, entre os anos
O economista inglês John Maynard Keynes (daí o termo keynesianismo ) acredita que o
Estado, ao contrário de ficar isento em tempos de crise econômica, deve ter na ação
governamental um instrumento que leve ao aumento do uso de recursos produtivos ociosos.
Em épocas de crise, Keynes sugeria que o Estado deveria promover amplos programas de
incentivo econômico que levassem ao pleno emprego dos recursos econômicos ociosos. Como
durante uma recessão econômica reduz-se o recebimento de impostos pelo Estado, o
financiamento desses programas econômicos deveria ser feito pela impressão de dinheiro.
Keynes acreditava que programas econômicos reestimulariam as empresas a produzir e a
reempregar as pessoas. A economia sairia da depressão e, com o aumento da produção,
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haveria o aumento do pagamento de impostos, o que permitiria ao Estado reequilibrar suas
finanças e reduzir a impressão de dinheiro para pagar suas contas.
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intensamente na economia. Surge o Estado intervencionista, ou seja, um Estado que interfere
na economia com os seguintes objetivos:
Regulação do setor privado, com a fixação de regras do mercado, dos preços de bens e
mercadorias e dos salários;
Apesar da aplicação crescente das ideias de Keynes após 1945, houve críticos que
expressaram preocupação com o que eles chamavam de “intervenção excessiva” do Estado na
economia. Entre esses críticos, destacam-se os monetaristas (ou neoclássicos conservadores).
Para estes, ao contrário do que pensam os keynesianos, a economia tende a trabalhar
eficientemente se a participação do Estado for reduzida. Ao reduzir-se a participação estatal
na economia, alcança-se o pleno emprego de recursos da economia, inclusive o pleno emprego
da mão de obra disponível.
Outra crítica dos monetaristas é o fato de que, ao intervir na economia, sobretudo quando há
poucos impostos a recolher, o governo tende a gastar mais do que recebe e, para cobrir a
diferença, imprime moeda. No entanto, a impressão de moeda pode causar inflação , ou seja, o
aumento contínuo e generalizado dos preços de uma economia.
SAIBA MAIS
Para entender mais sobre o processo inflacionário pelo qual passou o Brasil há
algumas décadas, veja vídeo da TV Folha disponível.
Por fim, a partir de 1950, importantes trabalhos sobre desenvolvimento econômico – focados
no subdesenvolvimento – foram elaborados pela Comissão Econômica para a América Latina e
o Caribe (Cepal), sediada na capital do Chile, Santiago. Esses estudos observaram os problemas
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econômicos dos países componentes da Cepal. Surge a tese estruturalista, segundo a qual o
quadro de pobreza encontrado na maioria dos países dessas duas regiões se devia a causas
estruturais, tais como:
Dessa maneira, para resolver problemas econômicos, haveria a necessidade de mudanças nas
estruturas econômicas dos países latino-americanos e caribenhos, mudanças que incluíssem a
reforma agrária e a promoção de maior produção para o mercado interno. Ademais, esses
países deveriam estimular exportações de produtos mais industrializados, em lugar de se
concentrarem na exportação de alimentos e minérios.
A tese estruturalista, lançada após os anos 1950, enfrentou forte resistência política por parte
de países como os Estados Unidos, que a viam como uma ameaça aos interesses dos países
mais desenvolvidos nas regiões latino-americana e caribenha. Ademais, temas como reforma
agrária foram sempre complicados na América Latina e no Caribe, regiões onde há forte
concentração de terras em mãos de poucos proprietários.
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PRINCIPAIS ÉPOCAS, PENSAMENTOS ECONÔMICOS E RESPECTIVAS
FASE
CARACTERÍSTICAS.
De 1870 a 1929: a análise Teoria Marginalista: economia tende ao equilíbrio automático. “Homem
econômica moderna econômico”. Nenhuma intervenção estatal. Laissez-Faire.
Olá, estudante! Nesta unidade iremos ver como o mercado realmente funciona. Teremos como
objetivos entender: como são realizadas as trocas em uma economia de mercado, como são
alocados bens e serviços entre os agentes econômicos, o porquê de chamarmos esses agentes
econômicos deprodutores e consumidores . Veremos igualmente, que, em uma economia de
mercado, podem existir diferentes relações entre produtores e consumidores, a depender da
estrutura de mercado existente.
produtores e consumidores;
preços e quantidades;
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Para melhor entendermos esses conceitos, serão necessários, entretanto, estudar alguns
conceitos básicos. Vejamos quais são eles.
Variável é uma quantidade algébrica cujo valor pode mudar. [...] Se uma variável é função de
outra, como na equação y = 2x2, y é a variável dependente, uma vez que seu valor depende de
x, que é a variável independente. Ou seja, o valor de y dependerá do valor que x tomar.
Um exemplo simples que ajuda a entender é um corredor que necessita percorrer dez
quilômetros de distância. A variável dependente é o tempo que ele demora em percorrer esta
distância. A variável independente é a velocidade que ele utiliza para cobrir a distância de dez
quilômetros.
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Para melhor explicarmos a relação entre variável dependente e variável independente,
utilizamos o conceito de gráfico cartesiano .
Um gráfico cartesiano é formado por dois eixos cartesianos, perpendiculares e com a mesma
origem, e que constituem um sistema de eixos. Esse sistema de eixos é designado por
referencial cartesiano. Um ponto num sistema de dois eixos tem duas coordenadas. À primeira
coordenada (primeiro eixo), designamos por abcissa, e, à segunda, por ordenada (segundo
eixo).
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Por exemplo, no Gráfico 1, o ponto A tem, como abcissa, o valor 6 e, como ordenada, o valor 4.
Por razões históricas, no caso de planos cartesianos que relacionam preço e quantidade, essa
relação se inverte! A reversão de eixos na economia existe há mais de um século. León Walras,
um economista do século XIX, em seus escritos, colocava quantidade como variável
dependente (que fica o eixo das ordenadas). Todavia, outro economista, Alfred Marshall,
popularizou a representação gráfica para explicar fenômenos econômicos e colocava em seus
gráficos o preço como variável dependente (no eixo das ordenadas). Como ambos os
economistas foram muito importantes para o desenvolvimento posterior da economia, os
economistas atuais trataram de utilizar a teoria de Walras (quantidade como variável
dependente), mas utilizaram os gráficos de Marshall, na qual preço é a variável dependente.
Assim todos os economistas atuais desenham planos cartesianos com as variáveis invertidas!
Ou seja, tudo é uma questão de tradição!
SAIBA MAIS
Para mais detalhes sobre a vida e obra do economista León Walras, leia o QRCode a
Mas por que utilizamos gráficos para explicar relações econômicas? Há várias razões, entre as
quais destacamos:
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1. Gráficos revelam muito mais informações do que tabelas e planilhas.
3. Podemos usar escalas de valores diferentes para os dois eixos (preço em valores monetários
e quantidades em quilos, por exemplo).
Por sua vez, consumidores são todos aqueles que buscam comprar esses bens e serviços para
obter a maior satisfação possível em seu consumo.
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Aula 02
Esta aula é a primeira parte do conteúdo sobre conceitos básicos e ideias principais da ciência
econômica. Fique atento, os conceitos apreendidos aqui têm grande valia para a formação nessa área.
Continue estudando!
Lei da Escassez
Nesta aula, veremos conceitos básicos que serão utilizados para a compreensão de algumas
ideias principais da ciência econômica. Comecemos com a chamada lei da escassez.
A escassez surge do pressuposto de que as necessidades humanas são infinitas, ao passo que
os bens ou os meios de satisfazê-las são sempre finitos. [...] O homem pode produzir o
suficiente de qualquer bem [...] para satisfazer completamente determinada necessidade, mas
jamais poderá produzir o suficiente de todos os bens para atender simultaneamente a todas
as necessidades. De acordo com essa definição, a ciência econômica serviria exatamente para
gerir a escassez.
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Ou seja, haveria uma lei que apresenta à humanidade alternativas de consumo e a faz escolher
qual tipo de bem econômico deseja produzir. Como já explicamos, os desejos da humanidade
não têm fim, mas isso não desobriga a humanidade de escolher como alocar seus recursos para
atender o máximo possível de suas necessidades.
SAIBA MAIS
Observe que o sentido de lei econômica aqui não é o mesmo do que lei jurídica. A lei
econômica deve ser entendida como um princípio que deriva da observação de uma
dada situação econômica. Para saber mais, leia o QRCode a seguir e leia o
conteúdo.
Trata-se de conceito teórico com o qual se ilustra como a escassez de recursos impõe um
limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas entre diferentes
alternativas de produção.
Para entender esse conceito, pensemos em uma economia que produza apenas canhões ou
manteiga, como a descrita no gráfico abaixo. Caso a defesa do país seja mais importante,
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canhões terão preferência nas decisões de produção. Caso queira mais alimentos, a sociedade
produzirá mais manteiga.
Como ilustra a figura, nos pontos A, B, C, D, E, e F, a economia estará em seu limite de pleno
emprego, ou seja, utiliza o máximo de suas capacidades produtivas, e escolherá uma das
alternativas de produção. No caso do ponto G, a economia está produzindo abaixo do pleno
emprego e a sociedade poderá escolher produzir mais canhões e mais manteiga, ao mesmo
tempo.
Finalmente, a economia não poderá produzir no caso do ponto H, pois este se encontra acima
da curva de possibilidades de produção. Para alcançar um ponto como H, a economia deverá se
expandir tecnologicamente, ou seja, utilizar melhor seus fatores de produção , de molde a
alcançar maior produtividade.
Para decidir entre diversas alternativas de produção, a humanidade deve responder três
questões centrais. Rizzieri (2004, p. 11) esclarece que essas questões são as descritas a seguir,
resumidas no quadro.
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QUESTÃO OBJETIVO DA QUESTÃO
O que e
Significa escolher quais produtos deverão ser produzidos (por exemplo, carros ou ônibus) e
quando
em quais quantidades.
produzir?
Como Implica escolher quais recursos serão utilizados e de que maneira eles serão combinados
produzir? dentro de um processo técnico determinado.
Para quem Informa a quem se destinará a produção. Esta, talvez, seja a escolha mais difícil e de maior
produzir? impacto na distribuição de bem-estar de toda a sociedade.
SAIBA MAIS
Agentes Econômicos
Devemos igualmente entender que a economia é praticada por agentes conhecidos como
agentes econômicos. A Associação Portuguesa de Bancos , em seu sítio eletrônico, estabelece
esse conceito:
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Que tomam decisões sobre o consumo de bens e serviços e de poupança, mediante os
rendimentos auferidos;
Empresas: Que tomam decisões sobre investimento, sobre produção e a oferta de trabalho.
Estes três agentes, em conjunto com as instituições financeiras, fazem parte de uma
Economia Fechada. Contudo, e cada vez mais, deve considerar-se um quarto agente, o
Exterior, com os quais os restantes agentes econômicos nacionais estabelecem, num quadro
de Economia Aberta, relações econômicas intensas.
Esta é a segunda parte do conteúdo sobre conceitos básicos e ideias principais da ciência econômica.
Continue estudando para desenvolver as competências e habilidades necessárias a essa área de
atuação e do conhecimento. Boa aula!
Sandroni (1999) informa que “bem é tudo o que tem utilidade, podendo satisfazer uma
necessidade ou suprir uma carência”. Esclarece também que “os bens econômicos são aqueles
relativamente escassos ou que demandam trabalho humano (e para os quais podemos atribuir
um preço). Assim, por exemplo, o ar é um bem livre, mas o minério de ferro é um bem
econômico” (SANDRONI, 1999, p. 51) .
BENS FINAIS: aqueles destinados ao consumo final pelos agentes econômicos. Por exemplo, o
pão, uma residência ou um carro.
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BENS INTERMEDIÁRIOS: aqueles necessários para a produção de bens finais. Por exemplo, a
farinha (pão), o cimento e o tijolo (residência); e o aço e a borracha (carro).
Esse uso de bens pelos agentes econômicos se faz no que se denomina fluxos fundamentais da
economia. Em uma economia de mercado, os bens e serviços que serão vendidos terão suas
quantidades e valores decididos pela livre concorrência entre os agentes econômicos. Os bens
e recursos circulam entre famílias e empresas e daí o conceito de fluxos.
1. No lado real da economia ocorre o fluxo de bens e serviços. Nesse caso, as famílias fornecem
recursos às empresas e as empresas suprem as famílias com unidades de bens e serviços finais.
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Tipos de Organização de Mercado
Vejamos quais tipos de economia o mundo atual apresenta:
ECONOMIA DE MERCADO: este conceito já foi apresentado anteriormente, mas não custa
repeti-lo:
SAIBA MAIS
ECONOMIA MISTA: Sandroni (1999, p. 191) , sobre esse tipo de economia, esclarece que:
[...] é um sistema econômico em que uma parte dos meios de produção pertence ao Estado e a
outra, a empresários particulares. Existe em muitos países capitalistas [...]. Nessas condições,
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o Estado, além de orientar a economia, detém a propriedade de empresas em setores
considerados estratégicos (bancos, indústrias de base, transporte, saúde e educação). Deixa à
iniciativa privada importantes segmentos da economia.
Podemos dizer que, por conta da influência keynesiana a partir de 1945, as economias mistas
dominam o cenário mundial.
SAIBA MAIS
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Aula 03
Caro(a) estudante, nesta aula veremos duas importantes teorias elementares, a da demanda e a da
oferta. Vamos, então, buscar responder os questionamentos a seguir. Boa aula!
Vimos que as pessoas têm necessidades ilimitadas, mas contam com recursos escassos para
atender esses desejos. Neste tópico, entenderemos quais são os determinantes básicos que as
pessoas encontram para atender suas necessidades.
Vamos entender primeiro o conceito de demanda. Sandroni (1999, p. 160) esclarece que
“demanda (ou procura) é a quantidade de um bem ou serviço que um consumidor deseja e está
disposto a adquirir por determinado preço e em determinado momento”. Observe que este
autor explica aqui o conceito de demanda individual, ou seja, aquela realizada por uma pessoa
apenas.
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Devemos acrescentar que o consumidor procurará distribuir sua renda (seu orçamento) entre
vários bens e serviços de modo a obter a melhor combinação possível, ou seja, aquela que lhe
trará o maior nível de satisfação possível.
Quer Um Exemplo?
Pense que você tenha ido a uma lanchonete. No cardápio, há diversos pratos, alguns
mais baratos e outros mais caros. Você tem um dinheiro “certo” para poder utilizar
nessa lanchonete: esse é seu orçamento. Ademais, sua fome é muita, e assim sua
necessidade de se alimentar parece (pelo menos naquele momento) ilimitada! O
primeiro aspecto de sua escolha é o preço dos diversos pratos. Digamos que você
escolha um hambúrguer. A escolha por este item dependeu não apenas de seu
gosto, mas de diversos outros aspectos:
2. do preço de outros itens, que seriam bens substitutos para saciar sua fome, caso o
preço do hambúrguer estivesse fora de suas possibilidades;
4. de sua renda (seu orçamento), ou seja, o dinheiro que você tem no momento para
atender aquela necessidade.
3. a renda do consumidor; e
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Teoria Elementar da Demanda
Relação Entre a Demanda de Um Bem e Seu Preço
Quando o preço do pão aumenta, é intuitivo que iremos comprar menos pão.
Assim, dizemos que, normalmente, há uma relação inversa entre o preço de um bem ou serviço
e a quantidade demandada pelo mesmo, desde que todos os outros preços e condições de
mercado se mantenham constantes.
Essa condição (tudo o mais constante) recebe um nome em economia: caeteris paribus ou
ceteris paribus : expressão em latim que significa “permanecendo constantes todas as demais
variáveis” (SANDRONI, 1999, p. 71) .
SAIBA MAIS
Observe que estamos tratando o pão como um bem normal . Bens normais são “bens
cuja demanda aumenta com o aumento da renda do consumidor ou, ao contrário, bens
cuja demanda diminui quando a renda do consumidor diminui”.
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Gráfico 2. Relação entre preço e quantidade demandada. Fonte:
http://tinyurl.com/nhjntvu.
Uma maneira de ver a relação entre o aumento do preço do pão e a redução do seu consumo
(ou o inverso, a redução do preço do pão e o aumento de seu consumo) é através da construção
de uma curva de demanda individual, como a que se segue.
Observe que, no ponto F, o preço do pão estaria muito alto e o consumidor demandaria apenas
duas unidades. Inversamente, no ponto I, onde o preço do pão estaria muito baixo, o
consumidor irá demandar dez pães. Observe que há uma relação inversa entre preço (Px) e
quantidade demandada (Dx) de um bem normal, caeteris paribus.
Oliveira (2004, p. 111) fazem o seguinte esquema para que não esqueçamos:
Quando P. ⇑ D. ⇓
e quando P. ⇓ D. ⇑
Vejamos Um Exemplo:
caso o preço do pão suba muito, é natural que se reduza a quantidade demandada
de pão e se aumente a quantidade demandada de outro bem, biscoito, por exemplo.
Caso o preço do pão suba muito e isso causar um aumento da demanda por biscoito, por
exemplo, diremos que pão e biscoito são bens substitutos entre si. Ou seja, um bem
substituto existe quando um aumento do preço de um bem (pão) aumenta a demanda
pelo outro bem, seu substituto (biscoito). Outros exemplos de bens substitutos são
manteiga e margarina, café e chá, etanol e gasolina.
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Gráfico 3. Relação de um bem e o preço de seu substituto.
Observe, todavia que o aumento do preço do pão só vai causar um aumento da demanda
por biscoito, se o preço do biscoito não se alterar (ou se alterar em menor proporção do
que o aumento no preço do pão).
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Se o aumento do preço do pão ocasionar uma queda na demanda de manteiga, por
exemplo, diremos que pão e manteiga são bens complementares, ou seja, o uso de um
bem (pão) é complementado pelo uso de outro bem (manteiga). Sandroni (1999, p.
51)esclarece que “bens complementares devem ser combinados para satisfazer uma
necessidade; usados em conjunto, eles aumentam sua utilidade”. Outros exemplos de
bens complementares são automóveis e pneus, eletricidade e lâmpadas, etc.
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Gráfico 4. Relação de um bem e complementar.
Assim, quanto maior a renda desse consumidor, mais ele irá demandar um bem ou serviço.
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de consumo saciado. Um exemplo de bem de consumo saciado é o sal: não importa sua renda,
você não irá consumir além de uma certa quantidade de sal em um dado período de tempo.
No Gráfico 5 (MONTORO FILHO, 2004, p. 137 ), que relaciona o consumo do bem de subscrito
x com a renda do consumidor (R), a curva (1) representa os bens normais; a curva (2)
representa os bens saciados e, por fim, a curva (3) representa os bens inferiores. Observe, para
esta última curva, que, a partir de um certo aumento da Renda (R), o consumo pelo bem x
diminui.
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seu “gosto” por este bem), caeteris paribus, ele aumentará a demanda por este bem, ou seja, há
uma relação positiva entre demanda e aumento do gosto do consumidor por este bem.
Para finalizarmos o estudo da teoria da demanda, devemos falar que “a demanda de mercado é
a soma das demandas individuais” (MONTORO FILHO, 2004, p. 138 ). Ou seja, a demanda de
mercado por pão é a soma das demandas de todos os indivíduos que consomem pão em um
determinado mercado (o Distrito Federal, por exemplo).
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Gráfico 6. Relação entre preço de um bem e quantidade ofertada.
A oferta de um bem ou serviço irá aumentar com o aumento do preço deste bem ou serviço,
atendida a condição caeteris paribus, Assim, quanto maior o preço de um bem (ou serviço),
normalmente maior será a oferta do mesmo.
Vejamos uma relação gráfica entre o preço de um bem (normal) e a quantidade ofertada.
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No Gráfico 6, quando o preço está baixo, a quantidade ofertada é pequena. Quando,
entretanto, o preço sobe, a quantidade ofertada igualmente sobe. O gráfico evidencia o fato de
que há uma relação
O preço de um bem ou serviço dependerá, entre outros aspectos, do custo dos fatores de
produção (e da tecnologia) necessários para a sua criação. Por exemplo, caso o preço da farinha
aumente, é normal que o preço do pão aumente.
O Equilíbrio de Mercado
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Os preços e quantidades de equilíbrio no mercado são determinados pelas forças de oferta e
de demanda. Consumidor e produtor, influenciados pelos fatores explicados acima, buscam
encontrar um preço e quantidade de equilíbrio para um bem ou serviço. Unindo os gráficos da
curva de oferta e da curva de demanda, teríamos um gráfico como representado no Gráfico 7.
Observando o Gráfico 7, podemos concluir que o equilíbrio dar-se-á quando o preço estiver em
P0 e a quantidade (tanto demandada quanto ofertada) estiver em Q0. Dessa maneira, o preço
de equilíbrio é P0 e a quantidade de equilíbrio será Q0.
No ponto de interseção (cruzamento de duas linhas ou duas superfícies) das duas curvas –
Ponto E – a quantidade que os consumidores demandam coincide com a quantidade que os
produtores ofertam.
O gráfico, ademais, explica o que ocorre em duas situações distintas, o excesso de oferta e o
excesso de demanda.
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Haverá excesso de oferta no mercado e a tendência é de que os preços caiam e a oferta
igualmente caia, até que se retorne ao ponto de equilíbrio (a interseção das duas curvas).
Haverá uma pressão para que os produtores ofertem mais produto, mas eles se aproveitarão
dessa situação e elevarão o preço até que demanda e oferta voltem ao equilíbrio.
Mas quais são as situações que levem a alterações desse ponto de equilíbrio? Vejamos.
1.
Os consumidores podem ter um aumento da renda real , ou seja, aumentem a sua capacidade
de consumir. Nesse caso, e não esquecendo a hipótese caeteris paribus, haverá um aumento do
consumo dos bens. Isso ocasionaria um deslocamento à direita da curva de demanda (por
exemplo, ela passaria da curva DD para a curva D´D´), como no Gráfico 8.
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Nesse caso, um novo equilíbrio se estabeleceria, ou seja, a quantidade demandada passaria de
Q para Q´, e o preço de P para P´. Observe que, com a mudança na demanda, e ao preço
anterior, haveria excesso de demanda e haverá um aumento do preço e uma redução no
excesso de demanda.
Agora, no novo equilíbrio dar-se-á com um preço menor (P´ em lugar de P) e uma nova
quantidade de equilibrio (Q´ em lugar de Q). Com o deslocamento da oferta, a quantidade
ofertada será maior e o preço de equilíbrio menor.
48
SAIBA MAIS
seguir .
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Aula 04
Sobre a Elasticidade
Olá, estudantes! Veremos aqui o conceito de elasticidade aplicado à Economia. Boa aula!
Elasticidade
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Observamos que alterações nos preços dos bens podem alterar as quantidades ofertadas e
demandadas.
Mas, em quanto?
elasticidade-preço da oferta.
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Elasticidade-preço da demanda é a variação percentual da quantidade demandada do bem x
para cada unidade de variação percentual no preço do bem x. Em outras palavras, a
elasticidade-preço da demanda indica quantos por cento vai variar (ou reduzir) a quantidade
demandada de um bem para cada um por cento de variação no seu preço.
Matematicamente, temos:
V ar. %Qx
nD =
V ar. %P x
Onde:
Graficamente, temos:
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Vamos explicar melhor a elasticidade-preço da demanda, observando o Gráfico 10. Vejamos
que o preço subiu de P1 para P2. Quando houve esse aumento de preço, a demanda caiu de Q1
para Q2.
ΔQ
Onde ΔQ é igual a: ΔQ = Q2 - Q1
ΔP
Onde ΔP é igual a: ΔP = P2 - P 1
SAIBA MAIS
absoluto. Sobre esse assunto, leia o QRCode a seguir e leia o texto disponível.
1. DEMANDA ELÁSTICA
Uma variação em percentual no preço causa uma maior variação, também em percentual, na
demanda, ou seja, uma expansão nos preços, em percentual, causa uma redução mais que
proporcional na demanda, também em percentual. Nesse caso: % Var. Q > % Var. P.
2. DEMANDA UNITÁRIA
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Uma variação em percentual no preço causa igual variação, também em percentual, na
demanda, ou seja, uma expansão nos preços, em percentual, causa uma igual variação na
demanda, também em percentual. Nesse caso: % Var. Q = % Var. P.
3. DEMANDA INELÁSTICA
Elasticidade-Renda da Demanda
A elasticidade-renda da demanda mede a variação percentual da quantidade demandada de
um bem x quando ocorre uma unidade de variação percentual na renda do consumidor deste
bem, mantendo-se constantes todos os outros fatores que influenciam a demanda.
(MONTORO FILHO, 2004, p 148 , com adaptações).
Ou seja,
Matematicamente, temos:
V ar. %Q
E rd =
V ar. %R
1. No caso de bens normais, quanto maior a renda do consumidor, maior será a quantidade
demandada de um bem, ou seja:
Elasticidade-renda > 0
2. No caso de bens inferiores, quanto maior a renda do consumidor, menor será a quantidade
demandada de um bem, ou seja:
Elasticidade-renda < 0
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Elasticidade-Preço da Oferta
Neste caso, medimos qual é a variação percentual na quantidade ofertada do bem x para cada
unidade de variação percentual no preço do bem “X”. (MONTORO FILHO, 2004, p. 148).
Matematicamente, temos:
V ar. %Q
E0 =
V ar. %R
SAIBA MAIS
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Aula 05
Estrutura de mercado
Nesta última aula da unidade, veremos sobre a estrutura de mercado. Fique atento e boa aula!
Estrutura do Mercado
Quando a economia de mercado começava a se firmar na maioria das sociedades, as trocas
ocorriam entre um grande número de pequenos produtores (ofertantes) e um grande número
de consumidores. Com a evolução econômica, outras formas de interação entre produtores e
consumidores apareceram, levando inclusive a situações em que a produção de algum bem ou
serviço se concentrasse na mão de um ou poucos produtores, os quais, assim, exerciam maior
controle sobre o preço praticado.
Para melhor compreender essas mudanças, os economistas criaram quatro modelos teóricos
de mercado, classificados por ordem decrescente de competição e denominados estruturas
de mercado.
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SAIBA MAIS
Saiba mais sobre os quatro modelos teóricos de mercado, lendo o QRCode a seguir.
A interação entre a oferta e a demanda, que vai resultar na determinação de preço [...], é
abordada sob diferentes estruturas de mercado. O termo estrutura de mercado refere às
características organizacionais de um mercado, as quais determinam as relações entre:
vendedores no mercado; compradores no mercado; vendedores e compradores; e
vendedores estabelecidos e novos vendedores.
Há várias características que podem ter influência em qual tipo de estrutura ocorrem trocas
entre consumidores e produtores. As principais seriam:
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Competição Perfeita (igualmente conhecida como concorrência perfeita).
Competição Monopolística.
Pelo lado da oferta, as principais características dessas estruturas podem ser vistas no quadro-
resumo abaixo:
Número de Inúmeros ofertantes e inúmeros compradores, e todos são muito pequenos em relação
participantes ao mercado total.
Tipo de produto
Homogêneo.
ofertado
Barreiras à
entrada de outros Nenhuma.
ofertantes
Acesso a
informações
Tanto produtores (ofertantes) como consumidores têm completo acesso a todas as
importantes para
informações necessárias à formação de preços e quantidades de equilíbrio.
a formação de
preços
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Número de
Muitos ofertantes e muitos compradores.
participantes
Tipo de produto
Diferenciado.
ofertado
Barreiras à entrada de
Nenhuma.
outros ofertantes
No curto prazo (produto é ainda diferenciado): o produtor tem algum controle sobre
Domínio dos ofertantes o preço.
sobre o preço cobrado No longo prazo (quando a diferenciação foi imitada por outros produtores): não há
controle de preço.
Acesso a informações No curto prazo, os produtores que ofertam produtos diferenciados buscam guardar
importantes para a segredos que possam influenciar na formação de preços de seus competidores. No
formação de preços longo prazo, essa possibilidade se reduz.
Acesso a informações importantes O monopolista nega qualquer tipo de informação que possa reduzir o
para a formação de preços preço do produto ou serviço ofertado.
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Número de participantes Um ofertante e inúmeros compradores.
Acesso a informações importantes O monopolista nega qualquer tipo de informação que possa reduzir o
para a formação de preços preço do produto ou serviço ofertado.
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1º Em primeiro lugar, observem que a estrutura de competição perfeita exige muitas
características para existir. Há necessidade de inúmeros ofertantes e compradores e todos
precisam ter acesso às informações necessárias à formação do preço de equilíbrio ao mesmo
tempo. Esta última característica é bastante irreal. Dessa maneira, podemos dizer que um
mercado em competição perfeita é muito difícil de existir.
3º Por conta da capacidade de manipular preços, os oligopólios são bastante combatidos por
todos os órgãos de regulação. Apesar disso, eles existem em alguns mercados e são difíceis
de desaparecerem. Há, todavia, uma falha essencial na formação de um oligopólio: há
incentivo para uma empresa “fugir” do acordo de preços e praticar um preço menor para
conseguir maior parcela do mercado total.
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5º Existe ainda monopólios naturais. Um monopólio natural é:
(OLIVEIRA, 2011)
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SAIBA MAIS
Concluindo
As trocas operadas por produtores e consumidores vão depender da estrutura de mercado em
que esses agentes econômicos operam. Uma determinada estrutura irá ter forte influência no
preço de equilíbrio e na quantidade de equilíbrio existentes. O estudante deverá estar ciente
dessas estruturas quando fizer suas decisões de compra e/ou vender um determinado produto
ou serviço.
Outro item importante é entender que, quanto mais um mercado é competitivo, mais as forças
de oferta e demanda irão decidir o preço e a quantidade de equilíbrio.
Para finalizarmos a unidade 2, observe o mapa mental abaixo com os tópicos estudos até o
momento:
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