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ECONOMIA
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Curso básico de economia em 13 minutos - CONCEITOS


BÁSICOS
UNIDADE 1 PLANO DE ESTUDOS

PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade está organizada em cinco
A partir desta unidade você será capaz de: tópicos. Ao final de cada tópico você
encontrará atividades que lhe darão uma
• compreender os conceitos básicos da ciência econômica; maior compreensão dos temas abordados.

• compreender e avaliar os problemas econômicos básicos que


impactam nas atividades econômicas e no cotidiano; • TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À
ECONOMIA
• entender e diferenciar as principais características dos sistemas
econômicos; • TÓPICO 2 – SISTEMAS ECONÔMICOS
• conhecer e interpretar a curva de possibilidade de produção;
• TÓPICO 3 – CURVAS DE
• compreender o funcionamento de uma economia e sua relação com as
atividades produtivas, comerciais e de distribuição da renda de uma POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
sociedade;
• TÓPICO 4 – FUNCIONAMENTO DE
• conhecer a evolução do pensamento econômico e as suas principais UMA ECONOMIA DE MERCADO
correntes.
• TÓPICO 5 – A EVOLUÇÃO DO
PENSAMENTO ECONÔMICO
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA

Em termos etimológicos, a palavra “economia” tem origem grega, sua divisão se dá por duas palavras:

Assim, com a junção das duas palavras, temos


oikonomia, que significa “administração da casa” ou
“administração da coisa pública”. O senso comum
OIKOS NOMOS costuma relacionar uma pessoa como sendo
(CASA) (NORMA / LEI) econômica, o que significa dizer que ela é cuidadosa
com o gasto de dinheiro, ou cautelosa na
administração de recursos que ela dispõe, geralmente
a sua renda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).

A economia, ou ciência econômica, busca compreender Os sujeitos devem fazer escolhas, as quais administrem
como a sociedade e os indivíduos utilizam os seus bem os seus recursos, que já são escassos, de acordo com
recursos, que são escassos, na produção de determinados as suas necessidades (alimentação, saúde, educação,
bens e serviços. Estuda-se ainda a forma como esses bens vestuário, habitação, transporte) que como citamos, são
são distribuídos entre as várias pessoas e grupos da ilimitadas. Portanto, a ciência econômica preocupa-se com
sociedade, com a finalidade de satisfazer as necessidades a alocação dos recursos de forma que não se comprometa
de todos os indivíduos. as gerações futuras com o problema da escassez dos
recursos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
ECONOMIA COMO UMA CIÊNCIA SOCIAL
A ciência econômica procura estudar como a sociedade se organiza e de que forma administra seus recursos que são
limitados (que tem um fim) com o propósito de produzir bens e serviços para atender às necessidades de toda a população
que são ilimitadas. Assim, pode-se deferir a ciência econômica como sendo:

a ciência social que estuda como as pessoas e a sociedade decidem


empregar recursos escassos, que poderiam ter utilização alternativa, na
produção de bens e serviços de modo a distribui-los em várias pessoas e
grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas
(STONIER, 1971 apud PASSOS; NOGAMI, p. 5).

Para Samuelson (1988) apud Passos e Nogami (2012), a Assim temos que: “economia é, pois, a ciência que estuda as
economia é o estudo de como as pessoas e a formas do comportamento humano resultantes da relação
sociedade decidem empregar os recursos escassos. existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os
Resumidamente, a definição da economia para Passos recursos que, embora escassos, se prestam a usos
e Nogami (2012) é “uma ciência social que tem por alternativos” (STONIER, 1971, apud PASSOS; NOGAMI, p. 5,
objeto de estudo a questão da escassez”. 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A CIÊNCIA DA ESCASSEZ
O problema da escassez é um problema de todas as sociedades contemporâneas. Todos sabemos que o ser humano possui necessidades
diárias para a reprodução material de sua vida, e que estão relacionadas ao consumo de mercadorias (bens e/ou serviços). Essas
necessidades apresentam-se das mais variadas formas, é só observamos as nossas próprias necessidades, as primárias, que são:
alimentação, saúde, educação etc. Desde as necessidades mais básicas até aquelas que podem facilitar a nossa vida, como produtos
tecnológicos, celulares, computadores, carros etc. Assim, o consumo desses e de outros bens e serviços se torna uma condição de vida
saudável, próspera e confortável na sociedade da qual
fazemos parte.
É importante, também, diferenciar as necessidades humanas O que é a escassez e por que existe o problema da escassez?
dos desejos.

As necessidades envolvem tudo


A escassez significa que um determinado produto ou serviço não tem uma
Já os desejos são roupas disponibilidade ampla no mercado. Quer dizer, não consegue se produzir
o que realmente precisamos
caras e de marca, perfumes determinado bem para todas as pessoas e, se ele é escasso, possivelmente
para sobreviver, como
importados, celular de
alimentação, moradia, saúde, seu preço é mais elevado e nem todas as pessoas poderão comprá-lo.
educação, roupas, sapatos. última geração etc.
Assim a escassez existe pelo fato de que as necessidades das pessoas são
A escassez está presente em nosso dia a dia, por exemplo, quando você
percebe que seu salário não pode comprar para além de todas as suas
ilimitadas. Tente pensar quais produtos e serviços você precisa para
necessidades e todos os seus desejos. Se você precisa comprar um sobreviver e se reproduzir em um mês do ano, por exemplo. Você precisa
automóvel para facilitar seu deslocamento para seu trabalho, ou mesmo consumir incontáveis bens e serviços, como
para passeio, isso é sua necessidade. Seu desejo seria comprar uma alimentos, roupas, casa, transporte, escola, precisa ir ao médico, ir à
Ferrari, mas como seus recursos (rendimentos) são escassos, você vai faculdade, precisa abastecer seu carro, enfim, a lista se tornaria imensa, por
comprar um automóvel que esteja dentro do seu orçamento e que vai isso, se diz em economia, que as necessidades são infinitas e ilimitadas.
atender a sua necessidade.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A CIÊNCIA DA ESCASSEZ
De outro lado, temos os recursos produtivos, (utilizados para a produção destes bens e serviços que utilizamos diariamente) que são
máquinas, fábricas, terras, matérias-primas, entre outros, estes recursos são limitados, ou seja possuem um fim, possuem um limite. Por
isso, os economistas costumam afirmar que as necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos são limitados, pelo simples fato de
que não se consegue produzir todos os desejos de todas as pessoas (PASSOS; NOGAMI, 2012).

Precisamos ter cuidado para que a escassez não seja


confundida com pobreza. A pobreza, em termos simplistas,
significa ter poucos e poder adquirir também poucos bens.

Enquanto a escassez, significa que se tem mais desejos do


que bens para satisfazê-los, ainda que hajam muitos bens.

A questão da escassez está presente em todas as sociedades,


seja rica ou seja pobre. Todavia, o problema difere se
compararmos, por exemplo, países de terceiro mundo com
países desenvolvidos. É claro que se experimenta uma escassez
de maior quantidade de bens nos países em desenvolvimento.
Já nos países desenvolvidos, como na Europa e Estados Unidos,
estes podem ofertar uma quantidade maior de bem e serviços,
por consequência, a escassez de bens é menor
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
as necessidades humanas, em todas as sociedades, são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados, aí confrontam-se com o problema
da escassez, trata-se de um problema econômico central de qualquer sociedade dada a escassez de recursos, associada com a necessidade
das pessoas que é ilimitada, originam-se os três problemas econômicos fundamentais que são:

Um exemplo básico sobre os três problemas fundamentais


seria pensar sobre a produção de carros importados, quem os
comprará?

Provavelmente será uma pequena parcela da sociedade que


poderá adquirir esse bem, então não é viável produzi-lo em
grande escala. Outro exemplo seria a produção de trigo, o
que, quanto e para quem? O trigo é um dos elementos mais
comuns na alimentação mundial, possivelmente a demanda
por esse bem é alta e não é apenas uma camada da
sociedade que detém o poder de adquirir o pão, mas
praticamente todas as faixas de renda.

Os produtores vão observar o que e quanto devem produzir,


como e para quem, observarão, inclusive, qual público poderá
adquirir o bem, e se este bem é ou não viável de produzir em
uma sociedade, já que não faria sentido produzir um bem que
ninguém pode pagar ou que ninguém tem necessidade ou
desejo sobre ele (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS

A forma como esses três problemas


O que e quanto Como Para quem fundamentais serão tratados depende
produzir? produzir? produzir? da forma de organização de uma
determinada sociedade, que podem
• Considerando que os • Este problema se • Neste problema, a ser economias de mercado ou
recursos utilizados refere aos recursos sociedade observará capitalistas, economias socialistas ou
para a produção de que utilizará para como as pessoas centralmente planificadas.
bens e serviços são produzir bens e podem participar da
escassos, a serviços. Em geral, os distribuição de bens
sociedade precisa produtores tendem a e serviços. Neste Nas economias de mercado, por
fazer escolhas, o que escolher aqueles que ponto se leva em exemplo, espera-se uma maior
vai produzir e quanto tiverem um baixo conta as rendas dos condução desses problemas por parte
vai produzir. custo para produzir indivíduos, ou seja, das empresas privadas. Já nas
bens e serviços. quem pode pagar economias planificadas, o
por determinado protagonismo é do Estado na solução
bem. dos problemas (veremos mais adiante,
no Tópico 2, os diferentes sistemas
econômicos).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA
Falamos até aqui do problema da escassez e
dos problemas econômicos fundamentais. A
escassez, em economia, significa a falta de Os bens livres Bens econômicos
algum bem ou serviço.
• são os que existem em • são caracterizados pelo
Quando se diz que um bem é escasso, quantidade ilimitada e esforço humano para
significa dizer que ele é raro no mercado, podem ser obtidos com obtenção desse bem.
mas precisamos entender o que são os pouco ou nenhum esforço
bens e serviços em uma economia. humano. • E além disso, estes bens têm
• Exemplos: a luz solar e o ar como característica básica
Por “bem” pode-se entender que é tudo que respiramos, estes são um preço, além de serem
aquilo que permite satisfazer determinada considerados bens, pois de escassos.
necessidade humana. certa forma eles atendem às
necessidades humanas. São
Só faz sentido um “bem” ser procurado se bens livres, pois não
ele satisfazer as necessidades, ou seja,
possuem preço ou pelo
menos ainda não pagamos
porque ele é útil. Em economia, os bens são
por isso!
classificados em bens livres e bens
econômicos.

Veremos a seguir as classificações:


UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA
Os bens materiais são classificados em bens de consumo Os bens de consumo e bens de capital são considerados
e bens de capital. Os bens de consumo estão bens finais, pois já passaram por todos os processos de
relacionados com a satisfação das necessidades humanas. transformações possíveis para serem colocados no
Estes podem ser de uso “não durável” e desaparecem mercado e à disposição da população, por isso são os ditos
assim que são utilizados. Alguns exemplos são: alimentos, “bens acabados”.
gasolina, bebidas. Já os bens de uso durável, ao contrário,
são bens que podem ser utilizados por um maior período Além dos bens finais, existem ainda os bens
de tempo, por isso, duráveis. Exemplos são intermediários, que são aqueles que ainda não foram
eletrodomésticos, móveis, livros, carros, computador, finalizados, como vidros utilizados na produção de carros.
entre outros.
Os bens podem ainda ser classificados em bens privados e
bens públicos.
Os bens de capital são os bens que permitem a produção
de outros bens, como máquinas, equipamentos, Os bens privados referem-se àqueles produzidos de forma
computadores, instalações etc. privada, como carros, computadores, celulares.

Os bens públicos são aqueles fornecidos pelo Estado, são


bens públicos: segurança, justiça, educação, saúde etc.
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA
BENS E SERVIÇOS EM UMA ECONOMIA
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OS RECURSOS PRODUTIVOS
Os recursos produtivos, ou fatores de produção, são elementos utilizados no processo produtivo de bens (mercadorias) com a finalidade de satisfazer as
necessidades humanas. Aqui entram os fatores que propiciaram a confecção das mercadorias, entre eles, o trabalho, os recursos naturais, as matérias-
primas, os combustíveis, a energia, os equipamentos, entre outros. Os recursos produtivos de uma economia são classificados em trabalho, terra ou
recursos naturais, capital, tecnologia, e capacidade empresarial.

Terra (ou recursos Capital Capacidade


Trabalho Tecnologia
naturais) (ou bens de capital) empresarial
• como o próprio nome já • trata-se do valor humano • é definido por um conjunto de • na • este fator de produção
bens utilizados no processo de
atualidade, a
deixa claro são os necessário para a produção de outros bens e não tecnologia tem papel consiste na capacidade
recursos naturais, as produção de essencialmente para atender às fundamental na empresarial, no “saber
florestas, a energia solar, determinado bem. O necessidades das pessoas. atividade econômica. fazer” do empresário que
os recursos minerais, o trabalho que consiste em Exemplos de capital são exerce atividades e
máquinas e equipamentos, As inovações
solo, as águas etc. Boa esforço por parte de um funções fundamentais no
parte destes recursos ser humano, pode ser
estoques, instalações, edifícios, tecnológicas têm processo produtivo, pois
usinas, estradas de ferro etc. papel fundamental na
naturais são utilizados braçal, de força física ou Quando se fala em capital é é o empresário quem
diariamente na produção mental despendida. muito comum que nossa mente economia como um organiza todo o processo
dos bens econômicos. Assim, o trabalho num associe a ações ou ao dinheiro, todo, por meio de de produção e assume os
porém, isso deve ser associado inovações é possível
Todavia, o que algumas sentido econômico, é um como capital financeiro.
riscos da produção dos
correntes de economistas serviço prestado por Poderíamos pensar em alcançar um nível de bens e serviços que
e ambientalistas determinada pessoa na exemplos do nosso cotidiano crescimento e propõe-se a atender,
costumam alertar é que sua área de atuação, para bens de capital: aumento de resultando em lucros, ou
os recursos naturais podendo ser um médico, • Qual o capital de um taxista? Seu nas perdas de seu
táxi e seu sistema de comunicação; produtividade.
também são limitados, um agricultor, um • Qual o capital de um pescador? Sua Exemplos são os investimento
ou seja, possuem um fim pedreiro. Contudo, a rede e bote para pescar. (VASCONCELLOS;
computadores, os
se não forem utilizados força de trabalho e sua • E de um médico? Seu GARCIA, 2004).
com a devida precaução. qualidade também são conhecimento, ou seja, seu smathphones, etc,
investimento educacional na
limitadas. faculdade de medicina. Se tiver
que acabam
consultório médico, seu facilitando o acesso
investimento em equipamento e
local para atender seus pacientes.
produtivo.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
REMUNERAÇÃO DOS RECURSOS PRODUTIVOS
Para a produção de qualquer bem ou serviço é necessário o empego dos recursos produtivos. Necessita de terra, de bens de capital que são
necessários para produzir outros bens, além disso, o empresário, às vezes, não conta com todo o dinheiro para investir, sendo necessária a
busca de dinheiro de terceiros para a aquisição de máquinas e equipamentos. E por fim, necessita de mão de obra para a produção de bens
que virão a atender as necessidades humanas. Assim, o preço pago pela utilização dos serviços dos fatores de produção vai constituir a renda
dos proprietários desses fatores.
Com relação ao trabalho, o trabalhador é o proprietário
dos recursos, e a remuneração que ele recebe na forma
de salários no final de cada período trabalhado
constitui a sua renda – paga pelo dono da empresa –.
Por exemplo, com relação à remuneração do fator terra
(ou recursos naturais), geralmente se conhece duas
formas de remuneração, através de arrendamento
(aluguel por ceder a terra temporariamente a alguém)
ou mesmo a venda para outro proprietário. Já a renda
do capital são os juros.

No caso de um empresário necessitar de mais dinheiro


para investir na sua produção, ele buscará o capital na
forma de empréstimos, e para usufruir desse dinheiro,
em troca pagará juros ao banco. O lucro, por fim,
consiste na remuneração pela capacidade empresarial.
O quadro a seguir sintetiza o que descrevemos até
aqui.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

São todas as pessoas, as empresas, o governo todos estes agentes transacionam entre si dentro de um
mesmo mercado. É muito simples, todos nós efetuamos transações (de compra e venda) com os
OS AGENTES ECONÔMICOS
diferentes agentes, é só observar o seu dia a dia.

FAMÍLIAS AS EMPRESAS GOVERNO O RESTO DO MUNDO


• refere-se a todos os indivíduos • uma unidade produtiva que é •O Governo, ou Estado, • Resto do mundo é o termo
que exercem o papel de responsável pela produção e desempenha um papel utilizado em economia para
consumidores de bens e serviços, comercialização de bens e fundamental na economia de expressar as relações
com a finalidade de atender as serviços. A produção acontece qualquer nação. Em sociedades comerciais e de troca entre as
suas necessidades. O ato de por meio da aquisição dos fatores capitalistas, como é o caso na
diferentes nações.
comprar determinada mercadoria de produção das famílias (terra, maior parte do mundo, o Estado
funciona como um voto a favor trabalho) e das empresas, é da emerge justamente para corrigir Atualmente, com o
da escolha de produção dessa onde sai a maior parte das as falhas do mercado, com a crescimento das relações
mercadoria, que depende do mercadorias na forma de bens e finalidade de interferir nas comerciais entre os vários
empresário para ser produzida. serviços, os quais servem para relações de mercado entre países, decorrente do
Caso as famílias reduzam o atender às necessidades das empresários e consumidores. processo de globalização, o
consumo e comprem menos pessoas. Além disso, os • Todas as organizações estão de Resto do Mundo pode ser
mercadorias, o empresário empresários são aqueles que forma direta ou indireta sob o visto como um quarto agente
deverá interpretar esta ação, por realizam os investimentos controle do governo, seja na econômico. Os mercados
parte o consumidor, como um produtivos para ampliar a sua esfera federal, estadual ou externos podem atuar como
descontentamento e capacidade de produção, ou seja, municipal. O governo tem o papel consumidores das
possivelmente por conta disso para aumentá-la, utilizarão os de intervir no sistema econômico mercadorias produzidas pelo
tentará alterar a qualidade da investimentos para contratar e com a finalidade de corrigir suas
mercadoria oferecida, de modo a treinar trabalhadores e investir país. Ao mesmo tempo, as
falhas. Além disso, concentra-se
se ajustar às novas necessidades em novas máquinas e nas atividades de supervisão,
famílias de um país podem
dos compradores e equipamentos. regulação, oferta de bens consumir mercadorias
consumidores. Além do papel de públicos, redistribuição das produzidas no exterior por
consumidores, as famílias riquezas. meio de importação de
oferecem ao mercado os fatores produtos.
de produção que são: terra,
trabalho, capital, entre outros,
que os oferece às empresas.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OS AGENTES ECONÔMICOS
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
MERCADO
O mercado não se trata especificamente de um agente econômico, mas é no mercado que a relação entre as famílias
(consumidores) e as empresas (unidades produtivas) acontece. O mercado é um local físico ou não físico, onde se encontram
compradores e vendedores para realizarem as trocas de bens e serviços. Concretamente são as feiras, lojas, bolsa de valores
etc. No mercado, os compradores e vendedores confrontam os preços e as quantidades de um determinado bem que
desejam trocar. Na definição de Sandroni (1999, p. 378), o termo mercado:

designa um grupo de compradores e vendedores que estão em contato


suficientemente próximo para que as trocas entre eles afetem as condições de
compra e venda dos demais. Um mercado existe quando compradores que
pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores
desses mesmos bens e serviços. Desse modo, o mercado pode ser entendido como o
local, teórico ou não, do encontro regular entre compradores e vendedores de
uma determinada economia.

Em todo o mercado, o preço atua como mecanismo que regula as trocas. O comprador e o vendedor chegam a um acordo
em relação ao preço de determinado bem. É importante ter em mente que o preço influencia na procura por um bem. Por
exemplo, se determinado bem estiver com um preço baixo, possivelmente as pessoas comprarão mais desse bem, se ele
estiver mais caro, as pessoas, no geral, tendem a substitui-lo por outro bem.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA
De forma muito introdutória, veremos as duas grandes divisões do estudo da teoria econômica, que se dividem em duas
grandes áreas: a teoria microeconômica e a teoria macroeconômica.

TEORIA MICROECONÔMICA, OU TEORIA MACROECONÔMICA, OU


MICROECONOMIA, MACROECONOMIA

• é preocupada em examinar o • estuda o comportamento da economia


comportamento econômico das como um todo. A macroeconomia
unidades individuais que são estuda os grandes agregados
representadas pelos consumidores, nacionais, tais como a produção total
pelas empresas e pelos proprietários dos bens e serviços, o PIB, as taxas de
de recursos produtivos. A inflação e desemprego, o total de
microeconomia estuda a interação poupança captada em um país, as
entre as empresas e os consumidores, receitas e despesas totais de
bem como a maneira pela qual a determinada economia, os
produção e preço são determinados investimentos por parte do governo, o
em mercados específicos. balanço de pagamento e as contas
nacionais etc. (PASSOS; NOGAMI,
2012; ROSSETTI, 2003).
UNIDADE 1 TÓPICO 1

2. R.: Os três problemas básicos da economia são:

1 - O que e quanto produzir? Este problema é de cunho


econômico e significa decidir quais produtos e serviços
serão produzidos por uma economia, bem como quais
serão as suas quantidades. Isso é, claro, levando em
consideração o problema da escassez: os recursos
limitados e as muitas necessidades.

2 - Como produzir? Este problema é mais técnico.


Significa, de maneira simples, pensar em quem irá
c
b produzir os bens e serviços, com quais recursos fará isso,
d e ainda, de que maneira, ou seja, com qual tecnologia. Da
e mesma maneira que no problema anterior, respeitando o
a problema da escassez.

3 - Para quem produzir? Este problema tem uma ligação


social. Significa pensar para quem se destinam os bens e
serviços produzidos. Além disso, implica na reflexão
acerca da destinação da renda gerada no processo
produtivo de bens e serviços.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

3. R.: As famílias são os agentes básicos da economia, de modo que não existiria o fluxo econômico sem elas. As
famílias têm capacidade de produção e de consumo. São elas as proprietárias dos fatores/recursos de produção. Sua
função, então, é vender os recursos para as empresas em troca de bens e serviços.

As empresas correspondem ao agente de produção básico da economia. São elas que compram os fatores de produção
das famílias e são responsáveis por transformá-los em bens e serviços. As empresas produzem os bens e serviços de que
as famílias necessitam, por isso, essa relação é primordial na economia.

O governo é o agente regulador da economia, da relação entre famílias e empresas. Suas funções são: fornecer bens e
serviços públicos, complementar a ação da iniciativa privada, regulamentar a atividade econômica, entre outros.
Inclusive, o governo dispõe de um conjunto de leis para basear as ações dos demais agentes.

O resto do mundo corresponde às transações (de bens e de serviços) efetuadas com os demais países do mundo. São as
transações realizadas entre os agentes econômicos nacionais e os agentes econômicos estrangeiros. Os mercados
externos atuam como consumidores das mercadorias produzidas pelo país e, ao mesmo tempo, as famílias desse país
podem consumir mercadorias produzidas no exterior.
UNIDADE 1 TÓPICO 1
4. R.: Os bens de consumo são aqueles utilizados
para a satisfação da necessidade humana que
adquirimos. Os bens de consumo dividem-se em
bens duráveis e não duráveis.

Os bens de consumo duráveis que adquirimos


podem ser computadores, televisões, celulares,
eletrodomésticos em geral.

Já os bens não duráveis são aqueles que


utilizamos para atender às necessidades
daquele momento, por exemplo, alimentos,
gasolina, bebidas.
5. R.: A teoria econômica, a grosso modo, divide-se em dois grandes campos Já, por bens de capital entende-se que são os
teóricos: a microeconomia e a macroeconomia. A microeconomia volta seu bens que permitem a produção de outros bens.
estudo aos indivíduos, às unidades produtivas, às famílias e à forma como Exemplos são máquinas e equipamentos,
interagem no mercado, além de estudar como a produção e os preços são instalações que permitam a produção de outros
determinados pelo mercado. Já a macroeconomia é o estudo do bens.
comportamento dos grandes agregados, como a produção total, o
investimento, as despesas totais, a inflação, o desemprego, entre outras
variáveis.
UNIDADE 1 TÓPICO 1

INTRODUÇÃO À ECONOMIA
A DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA
UNIDADE 1 TÓPICO 2

SISTEMAS ECONÔMICOS
O QUE É UM SISTEMA ECONÔMICO?
Conceito básico em economia é o de sistema econômico. Este pode ser definido como a forma na qual a sociedade se
organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver as suas atividades econômicas e produtivas para atender às
demandas e às necessidades da população. Os elementos básicos de um sistema econômico, segundo Vasconcellos e
Garcia (2004), são:
Assim, toda economia opera segundo um conjunto de normas e regras, leis
e regulamentos, e por isso é chamado de “sistema econômico”. De maneira
geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes
estoques de recursos produtivos ou
os chamados fatores de produção grupos: o sistema socialista ou de economia planificada; e o sistema
(os quais incluem recursos o complexo de unidades de capitalista ou de economia de mercado.
produtivos, trabalho humano,
capacidade empresarial), aí entram produção, constituídos No primeiro caso, em economia planificada ou socialista, as questões
os fatores que veremos mais pelas empresas econômicas são resolvidas por um órgão central, no qual predomina a
adiante, o capital, os recursos propriedade pública dos meios de produção, que são os bens de capital, os
naturais e a tecnologia
recursos naturais, bancos, prédios etc. Um exemplo de uma economia
planificada atualmente é Cuba.
Já o sistema capitalista, ou de economia de mercado, leva este nome
o conjunto de instituições justamente por ser regido pelas forças do mercado, na qual predomina a
políticas, jurídicas, econômicas livre iniciativa e a propriedade privada dos meios de produção. Nas
e sociais, as quais são base economias de mercado, que são boa parte dos países do mundo, as
para a organização da questões fundamentais são resolvidas por meio do mecanismo de preços
sociedade. e por meio da oferta e da demanda. Ressalta-se que mesmo com a livre
iniciativa e o livre mercado no sistema capitalista, o Estado tem papel
fundamental para o bom funcionamento da atividade econômica
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 2

SISTEMAS ECONÔMICOS
ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO

Quando falamos em capitalismo, nos referimos ao sistema econômico e social predominante atualmente na maioria dos
países. Basicamente, é um sistema de organização econômica baseado na propriedade privada dos meios de produção.

A economia está baseada na separação entre trabalhadores livres, portadores de sua força de trabalho e em
proprietários dos meios de produção. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho aos proprietários dos meios de
produção, em troca de salário. A intenção, neste processo, é a produção de mercadorias, visando a obtenção de lucro
(SANDRONI, 1999).
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIA CAPITALISTA OU DE MERCADO SISTEMAS ECONÔMICOS


Alguns elementos que caracterizam o sistema econômico são:

PROPRIEDADE DIVISÃO DO
CAPITAL MOEDA PREÇO LUCRO
PRIVADA TRABALHO
• para o senso comum, • as economias • nas economias • juntamente com o • o preço está presente
capital é entendido capitalistas recebem capitalistas é marca a capital e a nas economias de
especialização do mercado e expressa a
• uma das finalidades
como um grande este nome justamente especialização, a
montante de dinheiro. • porque o capital é trabalho, ou seja, a relação de troca de um dos empresários é,
produção massiva de moeda vem a ser bem por outro bem. Em obviamente, obter
O conceito de capital essencialmente bens é possível graças à mais uma outras palavras, lucros, retornos
na economia é mais propriedade privada divisão do trabalho
abrangente, ele característica das significa a quantidade positivos sobre seu
de alguém: o máximo de vantagem,
significa o conjunto de capitalista. É por meio suas aptidões em
economias em dinheiro que se dá negócio, no qual foi
bens econômicos, capitalistas. Dentro em troca de algum bem investido capital. O
da propriedade determinadas tarefas. A
ou mercadoria,
como máquinas, privada que o especialização dos de uma economia, lucro é a diferença
processos produtivos tem a moeda tem representando assim o
equipamentos, capitalismo se valor monetário da entre a receita e o
fábricas, terras, apropria de parte da a finalidade de dinamizar algumas funções
e tornar cada vez melhor mercadoria ou serviço. custo da produção.
matérias-primas, que renda gerada nas básicas, sendo Ainda em economias Um dos principais
são capazes de um processo produtivo.
atividades O processo de divisão do estas: meio de capitalistas de mercado, objetivos da
produzir outros bens e econômicas, a partir troca, reserva de o preço tem função de
serviços. O capital, na
trabalho faz com que empresa no
disso surge a cada trabalhador, de valor, unidade de assegurar a
sua forma física, é concorrência
capitalismo é obter
acordo com a sua conta e padrão para concorrência da
chamado de capital (SANDRONI, 1999). especialidade, adquira economia como um lucros para seu
tangível. E o capital pagamentos. A proprietário
uma maior agilidade no todo. De acordo com o
representado por processo produtivo, moeda como meio preço dos bens e (SANDRONI, 1999).
documentos, ações e acentue a sua agilidade de troca facilita as serviços, as pessoas
papéis chama-se dentro do processo de negociações em escolhem o que
capital intangível produção, o que faz com uma economia comprar e as empresas
(SANDRONI, 1999). que a produtividade se (SANDRONI, 1999). escolhem o que
eleve (SANDRONI, 1999). produzir (SANDRONI,
1999).
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS SISTEMAS ECONÔMICOS


Nas economias planificadas ou socialistas apresentam-se três problemas básicos. Como nas economias capitalistas de mercado,
todavia, a forma de resolvê-lo é que se distingue. Os problemas fundamentais, o que e quando produzir, para quem e como
produzir, são decisões tomadas por órgãos planejadores centrais. Estes determinam tais questões, já que nas economias
planificadas não há orientação pelo sistema de preços como nas economias de mercado. Um exemplo hoje ainda de economia
planificada, é a experiência cubana. Nas economias socialistas o planejamento é formulado da seguinte maneira:

• Planejamento sobre as necessidades das pessoas a serem atendidas;

• levantamento sobre os recursos e as técnicas disponíveis para a produção de bens e serviços;

• dada a premissa básica da economia, de que as necessidades são ilimitadas e que os recursos são limitados, surge
também a necessidade de selecionar quais destas necessidades humanas serão prioridades para se produzir, quando se
decidir isto, se determina o que, quanto, como e para quem serão produzidos determinados bens e serviços para
atenderem as necessidades dos indivíduos dentro de uma determinada sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).

Quem define esse planejamento e as prioridades do que será produzido são os órgãos centrais planejadores. Nas
economias socialistas, o sistema de preços não funciona como meio regulador, mas sim para facilitar os objetivos de
produção estabelecidos pelo Estado. As características do funcionamento de uma economia socialista são: os preços e a
organização da produção, os preços e a distribuição da produção, propriedade pública dos meios de produção (PINHO;
VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003).
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS SISTEMAS ECONÔMICOS


Observe cada uma delas a seguir:

Os preços e a Os preços e a
organização da distribuição da Propriedade pública
produção produção
• ao contrário das economias de • os preços dos bens de • na economia socialista os
mercado em que o preço aparece como
fundamental, no sistema socialista, ao consumo são determinados meios de produção, as
contrário, não é a oferta e a demanda pelo governo com intuito de máquinas, os
que definem os preços, mas sim, o evitar qualquer excesso ou equipamentos, os edifícios,
órgão máximo de planificação central.
Com base nas necessidades da qualquer falta dele na as matérias-primas, as
população, consideradas prioritárias, é produção. terras e os bancos, todos
que vão se definir o que e quanto, são considerados de toda
como e para quem será produzido. Na
produção em si, as fábricas são população que habita
organizadas individualmente por um aquele país, tendo como
diretor escolhido pelo órgão de característica a propriedade
planificação central, estas recebem as
instruções deste órgão central sobre o coletiva dos meios de
que, quanto e como será produzido produção.
naquela fábrica, de acordo com a
capacidade da mesma (lembrando que
é propriedade coletiva, ou seja, todos
os trabalhadores trabalham para a
sociedade como um todo).
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIAS SOCIALISTAS OU PLANIFICADAS SISTEMAS ECONÔMICOS

Nas economias planificadas não existe a


propriedade privada dos meios de
produção. A oferta e demanda de bens e
serviços, assim como os preços e salários
estão sob responsabilidade de um órgão
planejador central.
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIAS MISTAS SISTEMAS ECONÔMICOS


Neste sistema, umas parcelas dos meios de produção são pertencentes ao Estado, por meio das chamadas firmas
públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, são as firmas privadas. A solução dos problemas econômicos
fundamentais, o que e quanto produzir, como e para quem nestas economias mistas, se dá na relação conjunta entre
mercado e Estado. Com relação ao que e quanto produzir, o Estado, por meio de isenção ou redução de tributos e
incentivos fiscais, pode indicar o que deve ser produzido naquela economia. Outro instrumento que o Estado utiliza é por
meio do controle de crédito, por exemplo, naquelas atividades em que o Estado deseja fomentar haverá um maior incentivo
ao crédito. Outra forma ainda do Estado intervir é por meio de suas empresas públicas, que são destinadas a garantir a
produção dos bens e dos serviços que são fundamentais para o bem-estar coletivo, como saneamento básico, transporte,
energia, entre outros. O Estado também executa grandes obras, como estradas e pontes, neste caso, o Estado necessita
indiretamente do setor privado na produção dos insumos para estas grandes obras, como o cimento, o aço etc. Todavia, nas
economias mistas o problema “o que e quanto produzir” se orienta pelo sistema de preços.

O problema de como produzir, em economias mistas, é Nos sistemas mistos, a questão distributiva é análoga às
resolvido de forma diferente segundo o setor público economias de mercado pelo sistema de preço, como vimos
ou privado da economia. No setor público se resolve anteriormente. Nas economias mistas, assim como nas
com o planejamento governamental, cuja função não economias de mercado, é marcada a concentração das rendas,
é obter lucros, mas sim ao atendimento das e neste caso, o Estado oferece subsídios como ensino público,
necessidades da população. Já o contrário acontece no assistência médica, entre outros. Exemplos da ação do Estado
âmbito do setor privado, a questão é solucionada de nesse sentido são: seguro-desemprego, o estabelecimento de
acordo com o mercado e com os preços. salários-mínimos, entre outros.
UNIDADE 1 TÓPICO 2

ECONOMIAS MISTAS SISTEMAS ECONÔMICOS

Um exemplo concreto das chamadas economias mistas ou modelo de social democracia são as experiências dos países
nórdicos, como a Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Estes países ostentam um alto índice de desenvolvimento
humano, de longevidade e de educação, além de taxas de desemprego baixíssimas e taxas de inflação operando a 1%.
Embora com o predomínio das leis de mercado e da propriedade privada nestes países, boa parte dos serviços públicos,
como saúde e educação, são gratuitos, bancados pelo Estado, isso é possível devido a uma carga tributária altíssima. Para
se ter ideia, na Dinamarca, a alíquota do imposto de renda chega a ser cerca 56%. Com níveis de desigualdade baixíssimos,
estes países têm instituições fortes e são considerados os mais democráticos do mundo.
UNIDADE 1 TÓPICO 2

R.: Um sistema econômico é a forma de organização política, social e


econômica que se estabelece numa determinada sociedade em termos
econômicos e sociais para desenvolver as suas atividades econômicas e
produtivas, com a finalidade de atender às demandas e às necessidades
da população. Os elementos básicos de um sistema econômico são o
estoque de recursos produtivos, empresas, as instituições políticas,
jurídicas econômicas e sociais que organizam a sociedade.
UNIDADE 1 TÓPICO 2

X
UNIDADE 1 TÓPICO 2
4. R.: Nas economias socialistas as
questões econômicas são decididas por
um órgão de planejamento central.

Os preços das mercadorias, bens e


serviços são controlados pelo Estado.
Nestas economias, não há a
3. R.: A economia capitalista de mercado é o sistema econômico que predomina propriedade privada da produção, ou
na maior parte dos países do mundo. Este sistema econômico é marcado pelas seja, todos os bens são coletivos, um
“forças de mercado”, no qual predomina a livre iniciativa e a propriedade privada exemplo ainda, atualmente, é a
dos meios de produção. Além disso, é baseado na busca pelo lucro e na divisão experiência cubana.
do trabalho.

5. R.: As economias mistas, como o


próprio nome sugere, são regidas pelas
regras de mercado e também por meio
da atuação do Estado na economia.

Os principais problemas econômicos


são resolvidos com a junção de
mercado e Estado, prevalecendo as leis
de mercado, todavia, o Estado intervém
corrigindo as falhas de mercado.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


TÊXTIL
Considerada uma empresa exemplo, possui uma determinada extensão de instalações, máquinas e equipamentos próprios
para as atividades que ali são desenvolvidas e um número de pessoas empregadas nesta atividade produtiva. O empresário
deverá optar por aquilo que ele vai produzir e como produzir. Fazendo a escolha, o empresário estará optando por como
seus recursos produtivos serão alocados ao restante das combinações dos bens possíveis.

Por exemplo, ao escolher se especializar na produção de Neste caso, se o dono da fábrica orientar a sua produção
dois produtos, cobertores e toalhas, o empresário precisa apenas para a produção de cobertores, não haverá recursos
decidir como organizar a produção, quantos trabalhadores disponíveis para produção de toalhas. E de outro lado, se
utilizará para a produção de cada bem, se haverá espaço na optar apenas pela produção de toalhas, não haverá recursos
empresa para a produção de um terceiro produto do ramo disponíveis para a produção de cobertores.
têxtil. No exemplo que estamos utilizando, em uma empresa
hipotética, o empresário optaria pela produção de dois
produtos: toalhas e cobertores.

Assim, estamos diante de uma situação de escolha, aí podem existir outras possibilidades de solução que possam
intermediar o problema, poder-se-á utilizar parte da produção para a produção de toalhas e parte para a produção de
cobertores. O quadro a seguir ilustra as várias possibilidades de produção da empresa em exemplo hipotético e numérico
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


TÊXTIL
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


O TÊXTIL
quadro que você observou explicita as possibilidades de produção em escala numérica e com algumas possibilidades que refletem a opção
do empresário pela produção dos dois bens. A opção A demonstra a opção pelo empresário em produzir apenas toalhas em sua fábrica e
nenhuma quantidade de cobertores, e hipoteticamente produziria 8000 toalhas. A opção F demonstra o contrário, o empresário optaria por
produzir apenas cobertores e produziria 5000 unidades. As possibilidades B, C, D e E representam as possibilidades do empresário caso
optasse por produzir os dois bens, toalhas e cobertores, em suas instalações (PASSOS; NOGAMI, 2012).

A representação gráfica da chamada curva de possibilidade de produção


demonstra a possiblidade de produção da empresa entre toalhas e
cobertores.

Para isso, o gráfico é construído por um sistema de eixos cartesianos. O eixo


das coordenadas (vertical) representará a quantidade de toalhas que a
empresa poderá produzir. No eixo das abscissas (horizontal) representa-se a
quantidade de cobertores que a empresa poderá produzir.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


TÊXTIL

No ponto A, indica-se uma situação em que toda a capacidade


produtiva da empresa está operando para a produção de toalhas.
Nesse caso, a produção de cobertores fica zerada, pois todos os
recursos produtivos estão sendo alocados para a produção das
toalhas, permanecendo zerada a disponibilidade de recursos para
a produção de cobertores. O ponto F indica outro extremo, ou
seja, quando toda a capacidade produtiva da empresa está
voltada para a produção de cobertores. Nesse caso, a produção
de toalhas seria nula. Desta forma, os pontos B, C, D e E indicam
outras possíveis combinações intermediárias de produção.
Podemos, agora, unir os pontos de A até F. A curva resultante das
combinações dos pontos no gráfico é a chamada Curva de
possibilidades de produção. A curva demonstra todas as
combinações possíveis da empresa, entre toalhas e cobertores. A
representação gráfica do que foi descrito está acima, ilustrada no
Gráfico 2.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


TÊXTIL

As demais possibilidades de produção da empresa estão nos


pontos B, C, D e E, são possibilidade de produção que alocam os
recursos produtivos na produção dos dois bens: toalhas e
cobertores. No ponto B da curva, a empresa opera com a
capacidade de produzir 7.500 toalhas e 1000 cobertores. Já no
ponto C, produziria 6500 toalhas e 2000 cobertores. No ponto D a
empresa produziria 5000 toalhas e 3000 unidades de cobertores,
e no ponto E produziria 3000 unidades de toalhas e 4000
unidades de cobertores. Perceba que cada vez que se aumenta a
produção de um bem, diminui-se a produção de outro bem
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

FRONTEIRA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA


NoTÊXTIL
caso hipotético da empresa e sua possibilidade de produção, representada graficamente acima, a empresa estaria
operando de maneira eficiente sempre que a produção de um bem fosse aumentada, e por consequência, fosse reduzida a
produção de outro bem. O fenômeno chamado de eficiência produtiva da empresa acontece somente se a curva do gráfico
estiver situada sobre a linha do ponto A até o F, que neste caso a produção de cobertores aumentará somente se houver
uma diminuição na produção de toalhas.

Supondo que a empresa esteja produzindo no ponto D, a curva de possibilidade de produção estará produzindo 5000
toalhas e 3000 cobertores. Caso o empresário deseje aumentar a sua produção de cobertores, deverá operar no ponto E,
neste ponto serão produzidas 4000 unidades de cobertores para 3000 unidades de toalhas. Todavia, este aumento só será
possível se parte dos recursos, que antes eram alocados para a produção de toalhas, for agora alocada para a produção de
cobertores. Nesse caso haverá, por consequência, uma diminuição da produtividade das toalhas de 5000 unidades para
3000 unidades, somente com a diminuição da produção das toalhas o empresário conseguirá produzir mais cobertores
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

O CUSTO DE OPORTUNIDADE
O custo de oportunidade é o termo utilizado para expressar os custos que se referem às alternativas que foram
sacrificadas para a produção de um determinado bem. Por exemplo, se o empresário estiver com a sua produtividade no
ponto C da curva, estaria produzindo 6.500 toalhas e 2000 unidades de cobertores. Se o empresário quisesse aumentar a
sua produção de cobertores para 3000 unidades que seria alcançada no ponto D do gráfico, o empresário deverá sacrificar
1500 unidades de toalhas para obter tal aumento. Assim, o custo de oportunidade das 1000 unidades a mais de cobertores,
são o custo de produzir 1500 unidades a menos de toalhas. Para elevar a produtividade de cobertores para mais 1000, foi
necessária uma diminuição da produção de toalhas sucessivamente, passando do ponto que seria D no gráfico, para o ponto
E.
Voltando ao termo “custo de oportunidade”, este é um Poucos observam, mas passamos a vida fazendo escolhas
termo importante na teoria econômica, pois faz a relação justamente porque existe a escassez dos fatores de
básica entre a questão da escassez e da escolha. produção para suprir todas as necessidades humanas que
Basicamente, o custo de oportunidade significa uma são ilimitadas, de modo que o ser humano se obriga a
melhor alocação dos recursos para a produção de um bem optar por atender a determinadas necessidades e não
que poderia gerar um melhor ganho no uso alternativo dos todas, deixando assim, necessidades que não serão
recursos. Assim, temos que a transferência dos fatores de atendidas. Assim, o ser humano é submetido a fazer
produção de determinado bem para a produção de outro escolhas diariamente. Na ciência econômica, toda vez que
bem, implica um custo de oportunidade, e isto significa o fazemos a opção por uma determinada escolha e não
sacrifício de deixar de produzir parte de um bem para outra, diz-se que ela implica em um custo de
produzir mais de um outro bem. oportunidade.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

O CUSTO DE OPORTUNIDADE
Um exemplo corriqueiro seria a opção por jogar basquete, ao fazer tal escolha, você opta por não fazer qualquer outra
atividade que lhe traria os mesmos benefícios ao mesmo tempo. Outro exemplo, ao optar por fazer um curso superior, você
deixa de fazer uma série de coisas que possivelmente gostaria de fazer no mesmo tempo despendido nesta escolha, como
por exemplo, ler, ir ao cinema, assistir televisão etc. Se você optou em ocupar seu tempo estudando, você deixa de lado as
demais atividades, pois acredita que esta atividade foi a melhor e mais racional escolha que poderia ter feito, mesmo que
obrigando-se a sacrificar outras, isso chama-se na ciência econômica, de custo de oportunidade.

Os custos não devem ser considerados absolutos, mas iguais a uma segunda melhor oportunidade de benefícios não
aproveitada, ou seja, quando a decisão para as possibilidades de utilização de A exclui a escolha de um melhor B, podem-se
considerar os benefícios não aproveitados decorrentes de B dos custos de oportunidade, assim, o custo de oportunidade é
o termo utilizado para expressar os custos que se referem às alternativas que foram sacrificadas (PASSOS; NOGAMI, 2012;
ROSSETTI, 2003).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


O DESEMPREGO REPRESENTADO NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO
Continuando com o exemplo da empresa, podem ocorrer casos em que ela esteja operando abaixo da sua capacidade, sendo assim, os
fatores de produção estarão ociosos, gerando por consequência o desemprego de parte dos trabalhadores. Ao observarmos o gráfico a
seguir, isso ocorre precisamente localizado no interior da curva de possibilidade de produção, especificamente no ponto G. Neste ponto, a
produção de ambos os produtos, cobertores e toalhas, podem ser aumentadas até chegarem ao desenho da curva, utilizando esses fatores
de produção que são ociosos no ponto G. Com um aumento na produção de cobertores e a mesma quantidade de toalhas, poderemos passar
do ponto G para o ponto C, ou para o ponto E com uma maior produção de toalhas e a mesma de cobertores, ou no ponto D com o aumento
de ambos os produtos.

Existem ainda pontos que podem localizar-se fora da curva de possibilidade


de produção, tais como o ponto H, descrito na ilustração. Estes pontos são
inatingíveis, já que envolvem uma combinação da elevação de dois produtos,
em que a empresa não poderá produzir por ter os fatores de produção e
tecnologias necessários. Estes pontos localizados para além da curva de
possibilidade de produção serão alcançados somente se houver um aumento
de tecnologia, fatores produtivos, ou ainda, por meio de inovação
tecnológica que possa vir a viabilizar uma maior produção de determinado
produto. No caso da empresa, um exemplo de aumento de produtividade por
meio de tecnologia, ou ainda por meio da aquisição de novas máquinas e
equipamentos que possibilitem mais rapidez nas atividades e uma maior
produtividade na empresa poderiam alcançar o ponto H (PASSOS; NOGAMI,
2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA
Até agora trabalhamos com a curva de possibilidade de produção em um exemplo hipotético de uma empresa do ramo
têxtil, com fatores de produção e tecnologia e que hipoteticamente trabalha-se com a produção de apenas dois
bens, o que resultaria em uma determinada curva de possibilidade de produção, como vimos acima. Agora, veremos como
se comporta a curva de possibilidade de produção em nível de sociedade.

Em uma economia de mercado não se produzem apenas Vamos imaginar que essa sociedade tenha disponível uma
duas mercadorias, como no exemplo hipotético de uma quantidade fixa de fatores de produção, uma quantidade fixa de
empresa que produz apenas toalhas e cobertores. trabalhadores e uma quantidade fixa de empresas e
Sabemos que são produzidos diariamente milhares de instrumentos necessários à produção (terra, trabalho, capital
produtos, desde que estes contenham os fatores etc.). Quanto ao grau de conhecimento e à tecnologia, este
produtivos necessários. Já estudamos também que permanecerá constante, sendo imutável durante nossa análise.
lidamos diariamente com escolhas e com o problema da Vamos supor também que a mão de obra empregada e os
escassez, sabemos que os recursos são escassos e estes demais fatores produtivos podem ser empregados na produção
serão distribuídos entre inúmeras possibilidades de de alimentos e na produção de automóveis em diferentes
produção de bens e serviços em uma determinada combinações de ambos (PASSOS; NOGAMI, 2012).
sociedade. Assim surge o dilema da ciência econômica
mais uma vez, a escolha! Para simplificar o entendimento,
estudaremos uma economia hipotética que produza
apenas dois bens econômicos: alimentos e automóveis.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA
No quadro, segue um exemplo das possibilidades de produção de alimentos e automóveis na economia em questão.

Se fossem empregados todos os recursos


disponíveis na produção de automóveis,
obteríamos um total máximo de 500 unidades.
Assim, a produção de alimentos seria igual a zero,
já que todos os fatores produtivos estariam
voltados para a produção de automóveis e a
produção de alimentos ficaria inviável. Se
observarmos o quadro, isso aconteceria no ponto
A.

No caso contrário, se voltássemos todos os


recursos produtivos para a produção de
alimentos, a produção desta economia hipotética
Por outro lado, poder-se-ia trabalhar com as demais combinações dos dois bens, seria de 4 milhões de toneladas de alimentos, em
alocando parte dos recursos produtivos para a produção de alimentos e também de contrapartida, a produção de automóveis ficaria
automóveis, o que geraria várias alternativas de produção, como as descritas em B, C igual a zero, pois todos os fatores de produção
e D no quadro acima, por exemplo. O ponto G apenas será alcançado se houver um estariam alocados para a produção dos alimentos.
aumento na produção ou a implementação de uma tecnologia que permita o Esta alternativa se daria no ponto E do quadro
aumento da produtividade, a exemplo do ponto H da empresa têxtil (PASSOS; acima, com a produção de 4 mil toneladas de
NOGAMI, 2012). alimentos e nenhuma unidade de automóveis.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


A CURVA DA POSSIBILIDADE EM NÍVEL DE UMA ECONOMIA

A representação gráfica da curva de possibilidade de produção de


uma sociedade que hipoteticamente produz dois bens – alimentos e
automóveis – dar-se-ia da forma demonstrada, sendo que o eixo
horizontal representa a produção de alimentos e o eixo vertical
representa a produção de automóveis.

Como vimos anteriormente, no exemplo da empresa, o custo de


oportunidade apresenta-se também em termos de uma sociedade.
Conforme o exemplo que estamos utilizando, em uma sociedade
produtora de automóveis e alimentos, para produzir mais alimentos
deve-se abdicar uma parte da produção de automóveis, para que
assim possam alocar mais fatores de produção para a produção de
alimentos. Estamos novamente frente a frente com o custo de
oportunidade. Observa-se ainda que os custos de oportunidade
podem ser crescentes, quando uma sociedade sacrifica quantidades
cada vez maiores de um bem para aumentar a produção de outro
bem. Este custo de oportunidade está representado no gráfico nos
pontos 100, 150 e 200. Cada vez que a sociedade deseja produzir mais
toneladas de alimentos, ela terá que sacrificar a produção de
automóveis.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

As alterações na curva de possibilidade que


localizam-se à direita da curva de possibilidade
de produção, neste caso o ponto G, não eram
possíveis de serem alcançadas, dada a condição
tecnológica e a disponibilidade limitada de
fatores de produção. Todavia, podem ocorrer
mudanças quanto à capacidade de produção,
devido a diferentes fatores ao longo do tempo,
como um aumento de inovações tecnológicas.
Neste ponto ocorrerá um aumento nas
instalações e no número de fábricas, de
trabalhadores e instrumentos de produção,
entre outros, que vão determinar a mudança e o
aumento da possibilidade de produção da
economia que se dá por meio de constantes
inovações tecnológicas. A curva de possibilidade
de produção deslocar-se-á para a direita, como
podemos observar no gráfico a seguir.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

Como podemos visualizar, a curva de possibilidade de produção


está completa no ano de 2010, operando com as suas
combinações abaixo do ponto G. Já no ano de 2016, a curva
alcança o ponto G. Esta mudança na curva de possibilidade de
produção ocorre devido aos progressos tecnológicos, invasões
implementadas pela empresa que possibilitem o aumento da
produtividade. No caso da produção de automóveis, a inovação
tecnológica tem papel fundamental.

A introdução de novas tecnologias e o aperfeiçoamento das linhas


de montagem podem causar mudanças na curva de possibilidade
de produção. Assim, como a questão da produção de alimentos,
que podem ser por meio de fertilizantes ou mesmo tecnologias
que possibilitem uma maior produtividade de determinada cultura
por hectares, causando assim, um aumento na produtividade
deste bem.
Na produção dos dois bens, automóveis e alimentos, poderá ocorrer
mudanças na curva de possibilidade de produção de ambos. Todavia,
a inclinação será maior naquele bem em que as possibilidades de
produção forem mais favoráveis na direção de um bem do que na de
outro (PASSOS; NOGAMI, 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO

No gráfico ocorre um caso em que o progresso tecnológico foi


mais favorável para a produção de alimentos do que automóveis,
por exemplo. Partimos agora para o último ponto deste tópico
sobre a curva de possibilidade de produção.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO: O
CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A ESCOLHA ENTRE BENS DE
CONSUMO
Nós já vimos queEaBENS DE
produção de CAPITAL
bens e serviços tem a finalidade de
atender às necessidade ilimitadas das pessoas, são os bens de
consumo, mas não produzem somente para as pessoas, são produzidos
também bens com a finalidade de produzir outros bens, estes são os
chamados bens de capital. Todavia, sabe-se que as instalações, as
máquinas e equipamentos, assim como os demais bens de produção
sofrem depreciação, deterioram-se à medida que são utilizados na
produção ao longo do tempo. De modo que faz-se necessária a
produção de mais bens de capital com a finalidade de substituir
aqueles já desgastados, a fim de manter a capacidade produtiva. Para
compreendermos melhor a situação, observe o caso no gráfico a
seguir:

No gráfico acima, no eixo horizontal estão representados os bens de


consumo, e no eixo vertical os bens de capital. O ponto A refere-se ao
ano de 2010 e representa uma situação atípica, na qual são utilizados
todos os recursos na produção unicamente de bens de capital. Neste
ponto, a economia produz muitas máquinas e equipamentos para a
utilização em fábricas e não produz nenhum bem de consumo, o que
não é interessante para a maior parte da população, já que esta tem
demanda por bens de consumo (como roupas, alimentos, eletrônicos
etc.).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


ALTERAÇÕES NA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO: O
CRESCIMENTO E O DILEMA ENTRE A ESCOLHA ENTRE BENS DE
CONSUMO E BENS DE CAPITAL
Já o ponto B representa outra situação atípica, todos os fatores de produção estão
alocados para a produção de bens de consumo. Neste ponto, a produção de bens de
consumo tem função de atender às demandas da população. O que acontece neste
ponto é que somente produz-se bens de consumo e nenhum bem de capital está
sendo produzido. Esta situação atípica também não é interessante em termos de
uma sociedade, pois com o passar do tempo as máquinas, equipamentos e
instalações vão ficando obsoletas e desgastadas, e necessitam ser substituídas por
outras para que a capacidade produtiva não fique ociosa. Pois, se ocorre a defasagem
das máquinas e equipamentos e se não houver a substituição, isto acarretará em
consequências, como um declínio na produção também de bens de consumo,
causando uma diminuição no atendimento das necessidades das pessoas. Portanto, o
ideal, em uma economia, é que não ocorra nenhuma dessas situações extremas, já
que quem sentirá as consequências será toda a sociedade.

Fica claro, portanto, que uma sociedade, além de produzir bens de consumo e também bens de capital, não serve só para substituir
eventualmente os equipamentos obsoletos, mas também para manter e ampliar a capacidade produtiva de uma economia. No ponto C do
gráfico, indica que nesta economia está se produzindo bens de consumo e bens de capital. Este ponto permitirá a produção de máquinas e
equipamentos e a produção de bens de consumo, o que seria o ponto ideal. No ano de 2016 ocorre um deslocamento da curva de
possibilidade de produção para a direita, alcançando o ponto D, aí pode-se observar que houve um aumento na possibilidade de produção
tanto dos bens de capital como dos bens de consumo. Fica claro que é necessário um sacrifício no consumo presente para que no futuro se
ampliem as possibilidades (PASSOS; NOGAMI, 2012).
UNIDADE 1 TÓPICO 3

1. R.: O custo de oportunidade é utilizado para


expressar os custos no que diz respeito ao grau de
sacrifício que os agentes econômicos fazem ao optar
pela produção de bem, em termos da produção de
outro bem. Significa o sacrifício de deixar de
produzir parte de um bem para produzir mais de
outro bem.

2. R.: A curva de possibilidade de produção irá


representar a capacidade máxima de produção de
uma empresa ou da sociedade com relação aos
recursos/fatores de produção que ela dispõe. Com
auxílio desta curva, podemos analisar o limite da
capacidade produtiva (de uma economia, de uma
empresa), bem como as várias combinações de
escolhas possíveis de produção (bens e serviços).

R.: Em uma economia, se todos os fatores produtivos estiverem alocados para a produção apenas de bens de capital
(máquinas, equipamentos e instalações), não haverá a disponibilidade de fatores produtivos para a produção de bens de
consumo (alimentos, roupas etc.). Sendo assim, a produção para atender às necessidades básicas das pessoas ficará
comprometida. E de outro lado, se a sociedade optar por produzir apenas bens de consumo e nenhum bem de capital, a
situação também não é interessante, pois com o passar do tempo as instalações, máquinas e equipamentos vão ficando
defasados, tendo a necessidade de serem substituídos para que a capacidade produtiva seja mantida.
UNIDADE 1 TÓPICO 3

4. R.: As alterações na curva de possibilidade de


produção ocorrem, geralmente, com um
deslocamento para a direita. Essa alteração na curva
significa um aumento da capacidade produtiva da
empresa ou sociedade, esta se deve a diferentes
fatores, tais como um aumento nas instalações,
aumento no número de fábricas, de trabalhadores e
um fator importante são os impulsos causados pelas
inovações tecnológicas.

5. R.: Podem ocorrer casos em que a empresa está operando abaixo de sua
capacidade produtiva, isto é, boa parte dos fatores produtivos estão ociosos, assim a
consequência maior será o desemprego de boa parte dos trabalhadores. Ao
contrário da movimentação da curva em caso de inovações tecnológicas e aumento
da capacidade de produção na qual a curva de possibilidade desloca-se para a
direita, neste caso específico, este ponto geralmente localiza-se no interior da curva
de possibilidade de produção, conforme o exemplo do estudo, localiza-se no ponto
G do Gráfico 3.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
O FLUXO REAL DA ECONOMIA
O primeiro e mais simples fluxo real da economia consiste em uma economia hipoteticamente simples e composta apenas por dois agentes:
as famílias e as empresas. Nesse esquema, as famílias são detentoras de força de trabalho e dos fatores produtivos que oferecem para as
empresas, já as empresas, para fazer sua produção de bens e serviços, necessitam de mão de obra. Assim, as empresas remuneram as famílias
pela mão de obra e fatores de produção oferecidos na forma de salários. Com os salários as famílias adquirem poder de compra, indo ao
mercado e comprando os bens e serviços dos quais necessitam que são ofertados pelas empresas. Esta é a relação mais básica de uma
economia, representada na figura a seguir:

No fluxo real da economia acontece um movimento dos


recursos produtivos de bens e serviços entre dois agentes
econômicos, as famílias e as empresas. Nesse caso, a relação
de troca entre ambos é dupla, quer dizer que um depende do
outro.

As famílias ofertam mão de obra e fatores de produção, as


empresas, por outro lado, demandam contratar mão de obra,
além de matérias-primas e insumos para a produção de bens,
serviços e mercadorias que serão disponibilizadas no mercado.

Em troca de ofertar a mão de obra às empresas, as famílias


recebem a remuneração pelo trabalho na forma de salários, ou
ainda, no caso de possuírem terras, recursos naturais e
terrenos, receberão como rendimento os aluguéis, mas isso já
está relacionado com o fluxo monetário que veremos na
sequência (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
O FLUXO MONETÁRIO
O fluxo monetário são todas as transações financeiras que acontecem entre os agentes econômicos. Toda vez que um serviço, um bem ou uma
mercadoria é passada de um agente para outro, é efetuado o pagamento por meio de moeda que media as trocas. É só pensar nas nossas
transações diárias, por exemplo, você trabalha para determinada empresa, que no final de cada período tem o compromisso de pagar seu
salário, que vem a ser a sua remuneração que lhe permite ir ao mercado e comprar os bens, mercadorias e serviços dos quais necessita
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).

Assim, o fluxo monetário busca demonstrar como se dá a


remuneração entre os agentes, nesse caso, as famílias e as empresas.
A remuneração paga às famílias, na forma de salários, criam a renda
e o poder de compra e consumo pelas famílias.
As famílias, por sua vez, têm necessidades que são ilimitadas e que
são satisfeitas pelo consumo de mercadorias na forma de bens e
serviços. Essas mercadorias são produzidas pelas empresas, as quais
são adquiridas pelas famílias por meio de pagamentos.
Todos estamos inseridos nos fluxos da economia em quase tudo o
que compramos, por exemplo, as atividades mais simples do nosso
É importante frisar que o fluxo monetário da economia só se torna cotidiano, como ir à padaria comprar pão, ir ao mercado, pagar a
possível com a presença de moeda (meio de troca/reserva de valor), mensalidade da faculdade, entre outros.
que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para pagar os
bens e serviços. Identifica-se além do fluxo real da economia que
representa, por um lado, o envio dos recursos produtivos das famílias
para as empresas, e por outro lado, o envio das mercadorias (bens e
serviços) das empresas para as unidades familiares. De forma
resumida, o fluxo monetário envolve o pagamento de bens e serviços
por parte dos compradores, às empresas, e a consequente
remuneração dos fatores de produção, às famílias (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
FLUXO CIRCULAR DA RENDA - FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA
SEM GOVERNO
O fluxo circular da renda, representado na figura a seguir, surge
da interligação dos fluxos reais e dos fluxos monetários de uma
economia e busca demonstrar a forma como ela se movimenta e
como os agentes transacionam entre si.

O fluxo circular da renda ilustra de forma simplificada como em


uma economia de mercado ajusta os preços à oferta e à
demanda das famílias e a oferta e a demanda das empresas.
Neste fluxo, são dois agentes econômicos que transacionam
entre si: as famílias e as empresas. E são dois mercados que
compõem este fluxo: o mercado de bens de consumo e serviços
e os recursos produtivos.

Ao observarmos a parte de cima do fluxo, as famílias anseiam em satisfazer


as suas necessidades, as quais serão atendidas pela aquisição de diferentes
bens, produtos e serviços. Isso é a procura das famílias por atender as suas
diferentes necessidades. É só pensarmos em nós mesmos, do que
geralmente temos necessidades? São alimentos, roupas, serviços médicos
etc. De outro lado, os serviços que uma família pode comprar depende
muito de sua renda. Assim, quanto maior for a renda da família, mais bens,
produtos e serviços ela poderá comprar. Já as empresas têm como
finalidade maximizar os seus lucros, fazem isso colocando bens, produtos e
serviços no mercado para que as famílias possam adquirir.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
FLUXO CIRCULAR DA RENDA - FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA
SEM GOVERNO

Por meio desta relação entre a oferta e a procura, tem-se a


formação dos preços em economias de mercado (lembra-se do
Tópico 2?). É por meio das quantidades demandadas de
determinado produto que o empresário vai saber se deve
produzir mais ou menos de um determinado bem. É a solução do
problema econômico: “o que produzir”! Assim, cria-se um fluxo
real (no esquema, observe a flecha vermelha) de bens, produtos
e serviços das empresas para as famílias. E de outro lado, cria-se
um fluxo monetário (no esquema, a flecha azul) das famílias para
as empresas como pagamentos pelos produtos comprados
(PASSOS; NOGAMI, 2012).

A parte de baixo do esquema do fluxo circular da renda mostra como se


formam os preços dos recursos produtivos no mercado de fatores de
produção. Neste caso, as famílias são proprietárias dos recursos de
produção e os ofertam no mercado de fatores de produção. As famílias Neste ponto do fluxo se dará a formação dos preços que vai assinalar aos
ofertam terra, trabalho, capital, capacidade empresarial. As empresas estão produtores a outra questão econômica fundamental a ser solucionada:
no mercado justamente demandando estes recursos de produção. Assim, “como produzir”. Tem-se um fluxo real de recursos das famílias para as
novamente temos uma relação de oferta e demanda, agora invertido na
empresas. As empresas, ao comprarem os recursos produtivos, vão pagar
parte de cima do fluxo, de modo que as famílias ofertam e as empresas
demandam. as famílias em unidades monetárias na forma de salários, aluguéis, juros e
lucros, o que resulta num fluxo monetário das empresas para as famílias
<https://www.youtube.com/watch?v=glSmM4dqhK0>. (PASSOS; NOGAMI, 2012; VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE UMA ECONOMIA ABERTA
Nesta situação, temos três agentes econômicos ofertando e
demandando bens e serviços. E são novamente dois mercados
que compõem este fluxo: o mercado de bens de consumo e
serviços e os recursos produtivos. Você já estudou o fluxo circular
da renda entre as famílias e as empresas no tópico anterior, a
diferença é que agora o governo aparece como o terceiro agente
econômico.
Como vimos, as famílias precisam atender as suas necessidades, e para isso
vão ao mercado de bens e serviços nos quais as empresas ofertam os bens.
De outro lado, as empresas demandam no mercado de fatores de produção
os quais as famílias são proprietárias. Assim, as empresas efetuam o
pagamento às famílias por meio de recursos monetários, e as famílias, com
esta renda, podem ir ao mercado de bens consumir os produtos e serviços
dos quais necessitam para satisfazer suas necessidades (novamente ocorre
o fluxo real representado no esquema pela flecha preta e o fluxo monetário
representado pela flecha vermelha). Neste caso, ainda uma parte da renda
das famílias vai ser destinada ao pagamento de impostos ao governo. Estes
tributos serão utilizados para financiar gastos no mercado de fatores e no
mercado de bens.

Em uma economia com governo, este também demanda recursos ou fatores de produção. São os
Por outro lado, pode-se registrar os gastos do governo, que são as
serviços que o governo adquire e os utiliza para produzir outros bens e serviços públicos, que
podem ser: alimentação, materiais escolares, a saúde pública, as escolas, as universidades, a transferências que realiza na forma de auxílios financeiros, na forma de
segurança, entre outros. Estes serviços o governo disponibiliza (oferta) para as famílias e para as programas sociais, ou ainda subsídios para as empresas, lembrando que o
empresas de forma pública e gratuita. Além disso, o governo também dispõe de alguns fatores de que financia boa parte das transferências do governo são os tributos na
produção como terras, que arrenda ou vende no mercado de fatores de produção. forma de impostos e taxas (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA

Na teoria keynesiana a renda adquirida pelas famílias De outro lado, é importante observar que nem todas as pessoas
deve ser gasta com o consumo, como já vimos. Todavia, gastam o total da sua renda. Algumas famílias conseguem deter
se isso não for possível, as empresas não terão como uma parte da sua renda como poupança. É importante observar
vender todos os bens e serviços (mercadorias) que nos países de terceiro mundo, nos quais os salários e as
produzidos, o que gerará uma crise de superprodução. rendas são baixas, o nível de poupança tende a ser reduzido.

Nesta situação há uma diminuição das receitas, e A poupança representa um vazamento de recursos do fluxo
consequentemente, dos lucros da empresa, havendo uma circular da renda, e esses recursos, para evitar uma crise, devem
tendência à diminuição de seu quadro de funcionários, ser reinventados na economia.
redução da renda da sociedade e, por consequência,
diminuição do consumo. Neste caso, a economia se
encontraria em um momento de retroalimentação
negativa, ou um ciclo vicioso, sendo que as vendas
estimulariam as demissões e essas, por consequência,
novas quedas nas vendas e assim sucessivamente.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
As injeções no fluxo circular da renda provenientes
da poupança

O papel de recolher os investimentos na forma de poupança é do As famílias (ou indivíduos) que têm recursos financeiros de sobra são
mercado financeiro. Por meio dos bancos comerciais e demais estimulados a aplicá-los no mercado financeiro em troca de uma
entidades financeiras efetuasse o recolhimento dessas rendas não remuneração. É justamente por meio desse mecanismo que o
gastas ou poupadas. O mercado financeiro coloca esses recolhimentos mercado financeiro recolhe o que se chama de vazamentos do fluxo
à disposição dos agentes econômicos na forma de empréstimos e circular da renda, que ocorre devido a “uma sobra” nos rendimentos
cobra taxas de juros pela transação. das famílias.

Ao recolher estes rendimentos, o mercado financeiro os oferece em forma de empréstimos, que


serão utilizados por empresários para estimular os investimentos. Assim, o recurso é injetado
novamente no fluxo circular da renda.

Podemos observar assim a importância da poupança, no sentido de financiar os empréstimos e


investimentos.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS

Se as famílias pudessem optar ou se não existissem os


impostos, os indivíduos poderiam fazer outra coisa com este
Boa parte dos rendimentos das famílias não é gasta com dinheiro (como comprar mais mercadorias). Caso o
consumo e também não é poupada. Uma parte considerável montante de impostos cobrados pelo governo não
da renda das famílias é gasta com o pagamento de impostos retornasse para a economia, alguns problemas poderiam
ao governo. Isso representa mais um vazamento do fluxo ocorrer. Dentre eles, uma desaceleração econômica, fazendo
circular da renda. diminuir a demanda por bens e serviços. Se isso prevalecer
por um longo período, poderia acarretar numa séria
recessão, e é claro, em altos níveis de desemprego.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
As injeções no fluxo circular da renda provenientes dos impostos

Os impostos recolhidos pelo governo são injetados


novamente no fluxo circular da renda. Depois de recolher o
dinheiro das famílias e das empresas, eles são investidos na
sociedade de várias formas. Por exemplo, com a realização Assim, é necessário um equilíbrio tanto do volume de
de obras de infraestrutura, construção de escolas, impostos recolhidos como de gastos do governo. Se os
universidades, investimento em saúde, entre tantas outras gastos do governo forem maiores do que a sua arrecadação,
despesas públicas. Além disso, o governo compra insumos, é o governo (igual a qualquer pessoa) estará em dívida. Se o
responsável pelo pagamento do funcionalismo público, contrário acontecer, ou seja, se houver uma maior
realiza a transferência às famílias por meio de programas arrecadação do que os gastos (ou seja, se sobrar dinheiro na
sociais e políticas públicas, paga as aposentadorias etc. Estas conta do governo) ele consegue reduzir a sua dívida (se ele
e outras atividades do governo se resumem a seus gastos, tiver alguma).
mas também significam injeções na economia dos recursos
anteriormente retirados.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES
Além da poupança e dos impostos, existe outro vazamento do fluxo circular da renda: os gastos das famílias com as mercadorias importadas. A
compra de mercadorias produzidas fora do país favorece a produção naquele determinado país e desestimula a produção no país de domicílio.
Importando produtos, o indivíduo envia parte da sua renda para o exterior. Por outro lado, se a demanda por mercadorias importadas for
muito grande, é possível que a demanda por mercadorias nacionais caia e algumas empresas quebrem.

As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações

Para este vazamento, o governo dispõe de injeções de Por outro lado, se o volume de exportações for muito maior
recursos. Nesse caso, existem as injeções de recursos no que o de importações, a tendência é ocorrer inflação, devido
fluxo circular da renda que decorrem das exportações. ao fato de que a produção nacional poderá não dar conta de
Quando determinado país exporta mercadorias, ele atrai suprir a elevação no consumo interno, que se originarão do
renda externa. Essa renda estimulará a demanda agregada e excesso de renda resultantes das exportações. A seguir,
provocará um aquecimento na atividade econômica dentro podemos analisar um resumo do fluxo circular da renda, dos
do país. respectivos vazamentos e injeções.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações

Conforme ilustrado no esquema, os vazamentos do fluxo


circular da renda são três: a poupança (S), os impostos (T) e as
importações (M). Depois de estudar até aqui, você ainda pode
se perguntar como isso acontece, ou como na prática
acontecem os vazamentos no fluxo de renda. Imaginemos que
o seu salário seja R$ 3.000,00. Segundo a premissa
keynesiana, para que a economia funcione de forma
equilibrada, você deveria gastar todo o seu salário, certo?

Todavia, você sabe que parte do seu salário será retido em


forma de impostos (pagamento de imposto de renda e
contribuição previdenciária, por exemplo). Suponhamos que
o valor gasto com isso seja de R$ 200,00. Assim, seu salário
real será de R$ 2.800,00, que foi o que sobrou após ter pago
os tributos.
UNIDADE 1 TÓPICO 4

FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE


MERCADO
As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações

Além disso, você pode optar por guardar parte do seu salário na Com dinheiro sobrando, você decide comprar um computador. Acontece
poupança. Suponhamos então, que você guarde mais R$ 200,00 que ele é importado da China. Digamos que você parcelou sua compra,
mensais, pois deseja comprar um automóvel no futuro. Tomando cuja parcela é de R$ 200,00 mensais. Temos então, um gasto com
esta decisão, você estará optando por não consumir ou não gastar importação no valor de R$ 200,00 (por mês). Essa parte do seu salário
parte da sua renda. Seu salário, que era de R$ 3.000,00, agora é não está sendo gasta dentro do país de origem, mas sim, no exterior.
de R$ 3.000,00 – 200,00 – 200,00.

Imagine que muitas pessoas fizeram transações parecidas com a sua.


Então, teremos um valor bem maior de vazamento no fluxo de renda. Se
No final das contas, do seu salário inicial sobrou R$ 2.400,00 para
não for feito nada para corrigi-los, a economia nacional poderá enfrentar
gastar com bens e serviços na economia de seu país. O restante
alguns problemas relacionados à desaceleração: muitas empresas
(impostos + poupança + importação) corresponde a vazamentos
encontrarão problemas para vender seus bens e serviços, e
no fluxo de renda.
possivelmente terão de reduzir a produção. Isso poderá ocasionar
desemprego.

Para que isso não aconteça, o governo cria mecanismos ou gastos que compensem
cada um dos vazamentos. Isso denomina-se injeções na economia. Conforme a Acabamos de ver como é importante o governo no
ilustração acima, pode-se observar que as injeções são constituídas por investimentos fluxo da renda. Essa gestão de injetar novamente os
(I) que visam compensar a poupança, os gastos do governo (G) que compensam a vazamentos é dinamizada por meio da gestão das
arrecadação de impostos (T) e as exportações (X) que têm a finalidade de se igualar às políticas econômicas feitas pelo governo, que iremos
importações (M). Tudo isto para que a economia se mantenha equilibrada. aprofundar na Unidade 3 deste caderno.
UNIDADE 1 TÓPICO 4
1. R.: O fluxo real e monetário acontece com a interligação entre
dois agentes econômicos: as famílias e as empresas. No fluxo
real ocorre a oferta e demanda por parte das famílias e das
empresas. As famílias ofertam os fatores de produção no
mercado e as empresas os demandam. Já o fluxo monetário
representa o envio de recursos financeiros das empresas para as
famílias. As famílias com a remuneração, vão ao mercado de
bens de consumo adquirir bens e serviços com a finalidade de
satisfazer as suas necessidades.

2. R.: Em uma economia fechada são dois agentes econômicos


que transacionam entre si: são as famílias e as empresas. E são
dois mercados que compõem o fluxo: o mercado de bens de
consumo e serviços e os recursos produtivos.
O fluxo demonstra a oferta e a demanda entre as famílias e as
empresas. As famílias precisam satisfazer as suas necessidades,
estas necessidades serão atendidas por meio da aquisição de
diferentes bens, produtos e serviços.
Significa dizer que as empresas demandam bens para atenderem
as suas necessidades básicas. Quem oferta os bens e serviços são
as empresas.
De outro lado, as famílias são proprietárias dos recursos de
R.: Os vazamentos no fluxo circular da renda são a poupança, os impostos e as produção e os ofertam no mercado de fatores de produção, as
importações. Todavia, eles podem ser compensados por meio das chamadas famílias ofertam terra, trabalho, capital, capacidade empresarial.
injeções, que ficam a cargo do governo, que são os investimentos por meio de As empresas estão no mercado justamente demandando esses
gastos do governo e com as importações. recursos de produção. Assim, novamente temos uma relação de
oferta e demanda. As empresas vão remunerar as famílias pelos
fatores de produção, o que permite a estas irem ao mercado de
bens e serviços adquirirem os bens necessários.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRÉ-HISTÓRIA E ANTIGUIDADE CLÁSSICA
A rigor, não se pode admitir a existência de um pensamento econômico Algumas ideias econômicas fragmentárias apareceram na
até o fim da Idade Média. Até então, a economia era tão pouco antiguidade grega, mas ligavam-se à política e à filosofia. Aliás,
relevante que não exigia pensar-se sobre ela. Mesmo assim, reconhece- foram os gregos os primeiros a utilizarem a palavra oikonomia.
se que, entre outros, Aristóteles na Grécia Antiga, e Santo Agostinho e Porém, não representou um pensamento econômico mais
São Tomás de Aquino na Idade Média, referiram-se a temas elaborado, já que se tratava de conhecimentos práticos de
econômicos. administração doméstica.

Entre os romanos, algumas preocupações econômicas também tiveram lugar, mas como ocorreu com os gregos, não chegou a
representar um pensamento econômico geral. Mesmo que as trocas fizessem parte de sua organização social, a preocupação
dos romanos ligava-se à política.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
IDADE MÉDIA
Ainda na Idade Média, principalmente entre os séculos XI ao XIV, a Podemos dizer que o pensamento medieval tinha um caráter
atividade econômica, as trocas regionais e inter-regionais foram prático e dependente da moral cristã. Neste sentido, a igreja
ganhando cada vez mais força. As trocas se generalizaram, surgiram as procurava moralizar todas as ações das pessoas. E o mesmo ocorria
corporações de ofício, a divisão entre campo e cidade se acentuou, com a prática econômica. Neste período, esta instituição
entre outras características. reconheceu a dignidade do trabalho, condenou as taxas de juros
(usura), pregou o “justo preço”, a moderação e o equilíbrio dos atos
econômicos.
MERCANTILISMO
O mercantilismo foi uma doutrina econômica que surgiu entre o fim da Idade
Média e a época de triunfo do laissez-faire, portanto, entre 1500 e 1770, época de
expansão comercial e marítima de nações europeias. Podemos apresentar como
seus representantes, Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) e Sir William Petty (1623-
1687). A grande preocupação destes pensadores era entender como tornar uma
nação mais rica.

Os mercantilistas consideravam que a riqueza de uma nação provinha da


acumulação de metais preciosos: ouro e prata. Estes teriam origem, em grande
parte, no comércio externo, mais precisamente, nos saldos que um país
acumulava metais preciosos recorrente das trocas comerciais de bens com outros
países.
Podemos dizer que esta é a base do pensamento mercantilista. Por isso mesmo, a
fim de aumentar o estoque de metais preciosos, defendiam um maior estímulo ao
comércio exterior por meio de uma balança comercial favorável.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
MERCANTILISMO
O contexto histórico do surgimento do mercantilismo foi marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação do capitalismo mercantil,
como já dissemos, entre o século XVI e fins do século XVIII. Em resumo, podemos destacar as seguintes transformações ocorridas neste período
histórico:

I. Transformações intelectuais: foi um período de mudanças na II. Transformações religiosas: cresceu o processo de laicização do
forma de se pensar o mundo. O método científico (ligados à pensamento, ganharam maior evidência os argumentos que exaltavam o
observação e à experiência) tomava o lugar das antigas maneiras de individualismo, até restrições a algumas práticas econômicas (como a
explicar a realidade, as produções artísticas e literárias se cobrança de juros e o lucro) perderam força.
modificaram, entre tantas outras.

III. Transformações no padrão de vida: os padrões de vida da IV. Transformações políticas: neste período houve o aparecimento do
população também se modificaram. A preocupação com o material, Estado moderno, que coordenava os recursos materiais e humanos e que
pelo desejo de bem-estar difundiram-se (melhor alimentação, casas foi aglutinador das forças da nobreza, do clero, dos senhores feudais, da
confortáveis, viagens, troca de experiências). burguesia.

V. Transformações geográficas: a navegação e seu aprimoramento VI. Transformações econômicas: todas as mudanças também se
permitiram a descoberta de “novos mundos” (Américas, por refletiram no aumento do afluxo de riquezas, surgiram novos centros de
exemplo). comércio, cidades se avolumavam, intensificou-se o processo de
exploração das colônias, ente outros.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

MERCANTILISMO A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO


Resumidamente, podemos destacar como princípios do mercantilismo ECONÔMICO

• Acumulação de ouro e prata como fonte da riqueza. As nações deveriam promover ações que permitissem a
acumulação destes metais.
1
• O nacionalismo. Era preciso uma nação poderosa, aglutinadora de forças. A nação deveria promover exportações
e acumular riquezas as custas de seus vizinhos. Isso implicava em militarismo, dominação de rotas comerciais,
2 captura de colônias.

• O comércio exterior e protecionismo. O comércio exterior deveria ser estimulado, por meio da balança comercial
favorável. Internamente, era preciso proteger as matérias primas e os bens manufaturados. Além disso, era
3 necessária uma política capaz de restringir a saída de matérias-primas.

• O colonialismo. Defendia-se uma política de dominação e exploração de colônias e de monopólio do comércio


4 colonial em benefício próprio, ou seja, da metrópole (Política colonial mercantilista).

• Comércio Interno e incremento da população. De certa maneira, se estimulava o comércio interno, porém,
através de concessões de monopólio e privilégios comerciais. Favoreciam uma população numerosa, fornecedora
5 de mão de obra barata e abundante. Não preocupava-se com seu bem-estar.

• Grande intervenção do Estado. As atividades econômicas tinham forte controle e direção do Estado. Este concedia
6 privilégios de monopólios a setores ligados ao comércio externo. A livre entrada no comércio interno era
restringida.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
FISIOCRACIA
A Fisiocracia foi uma doutrina econômica liberal que teve seu auge no século XVIII. Formulou, pela primeira vez, de maneira
sistemática e lógica, uma teoria do liberalismo econômico. Mais precisamente, apareceu na França no final da época
mercantilista, tendo seu início determinado em 1756. A escola fisiocrata durou pouco e já em 1776 havia perdido muita força,
principalmente com o advento das ideias que viriam a ser a base do pensamento econômico clássico.

Assim como os mercantilistas, os fisiocratas queriam


entender como uma nação poderia tornar-se rica. Só que
para eles, a fonte das riquezas de um país estava na terra.
Sem a provisão de matérias-primas da natureza não se
geraria qualquer valor. Podemos ressaltar como principais
representantes desta corrente de pensamento, o médico
francês François Quesnay (1694-1774) e Anne-Robert-
Jacques Turgot (1727-1781).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
OS FISIOCRATAS – CONTEXTO
A fisiocracia surgiu como uma reação ao mercantilismo no momento histórico de muitas contradições, marcado
pela dissolução dos últimos resquícios feudais e de ascensão da burguesia.

Por um lado, o comércio se consolidou, o uso de Do outro lado, como resquícios da velha ordem
moeda (em detrimento do escambo) se generalizou, sociopolítica, havia muito controle governamental sobre
grandes cidades surgiram, as primeiras indústrias se as atividades mercantis. As atividades econômicas
desenvolveram, novos métodos de produção (ligadas ao comércio, agricultura, indústria) eram
ganharam lugar, bem como a consolidação de uma sobrecarregadas de impostos, tarifas e pedágios. A
classe de comerciantes – a burguesia – como nobreza e o clero ainda gozavam certo prestígio e se
protagonistas dos processos socioeconômicos. beneficiavam das riquezas geradas pela sociedade.

Os ideais fisiocratas ganharam força neste contexto, sendo base tanto para as reivindicações da nova classe
emergente, a burguesia, quanto para a ascensão do pensamento econômico liberal.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
OS FISIOCRATAS – CONTEXTO
Podemos resumir os preceitos da fisiocracia do seguinte modo:
Terra (agricultura/natureza) como fonte de riqueza. Somente a Ideia de ordem natural. As sociedades humanas estavam sujeitas a
agricultura era produtiva, pois criava excedentes. A indústria e o leis da natureza. As atividades humanas deveriam estar em comunhão
comércio eram úteis, mas, estéreis, pois reproduziam o valor com estas leis.
consumido (matéria-prima e produtos de subsistência).

Oposição às restrições feudais, mercantilistas e governamentais.


Intervenção mínima do Estado. Economicamente, o direito natural
Deveria existir liberdade de negócios interna e livre-comércio no
das pessoas era desfrutado seu próprio trabalho. Assim, o Estado
exterior. Laissez-faire, laissez-passer, que significa "deixar fazer, deixar
não deveria intervir nos assuntos econômicos além do mínimo:
passar"
proteger a vida e a propriedade, mantendo a liberdade.

Impostos deveriam ser cobrados apenas dos proprietários de


Consideração da economia como um todo integrado. Esta premissa é
terras. Como a agricultura era a fonte de riqueza, somente os
bem descrita na Tableau Economique, de Quesnay. Basicamente,
donos das terras deveriam pagar os impostos (os nobres e a igreja
divide a sociedade em três classes: os proprietários de terra (nobreza e
eram donos das terras, neste período histórico).
clero), os produtores (agricultores) e as "classes estéreis" (demais
cidadãos). Assim, existiria uma circulação de renda entre essas três
Oposição ao consumo de luxo. Os fisiocratas consideravam o classes: proprietários e produtores compravam produtos e serviços dos
consumo de luxo uma demais grupos. Essa renda retornava com a negociação dos produtos
barreira à acumulação de capital. agrícolas.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
A ESCOLA CLÁSSICA
Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a publicação da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, neste mesmo
ano. Este pensador é considerado uma espécie de “pai” da ciência econômica. É a partir dos estudos feitos por Adam Smith que se tem um
pensamento econômico mais elaborado. Com base nisso, outros economistas irão explicar a realidade de várias formas, como mostraremos
neste tópico. Dessa maneira, diferentemente do mercantilismo e da fisiocracia, podemos dizer que as premissas da Escola Clássica são
precursoras da teoria econômica moderna.
A doutrina clássica também é conhecida como liberalismo econômico. Sendo Os economistas clássicos consideravam naturais as categorias
assim, são seus pilares: como dinheiro, capital, lucro, salário, propriedade privada, entre
outras, uma vez compreendidas, elas se eternizariam. Suas
a) a liberdade pessoal; principais ideias devem ser entendidas em seu contexto
histórico, já que ganharam corpo em meio à desestruturação do
b) a propriedade privada; antigo regime feudal. Como vimos anteriormente, é um período
de grandes transformações: culturais, religiosas, políticas,
c) a iniciativa industrial e controle individual da empresa; econômicas, científicas, entre tantas outras.

d) a doutrina do laissez-faire, laissez-passer.


O liberalismo econômico expressou o ideário da burguesia no
período em que ela estava na vanguarda das lutas sociais,
Ao pensarmos em colocar um fim na supremacia desta escola, conduzindo o processo que derrubaria o antigo regime
podemos citar o ano de 1871, com os trabalhos de W. Stanley (feudalismo). Além do mais, as ideias desta escola ganharam
Jevons e Carls Menger. Estas formulações viriam a ser conhecidas força no século XVIII, quando a Inglaterra assumiu a supremacia
como teoria neoclássica. no comércio e indústria. Período este, da Revolução Industrial.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
A ESCOLA CLÁSSICA
Resumidamente, são princípios da Escola Clássica:
a. Princípio do “laissez-faire, laissez-passer” e crença no
autoajuste do mercado: para os economistas clássicos, o melhor
governo era aquele que menos governava. Por isso, defendiam o b. Harmonia de interesses: os clássicos sustentavam que
Estado mínimo, com poucas funções e que não intervisse na o indivíduo, ao buscar satisfazer seu próprio interesse,
economia. As forças de mercado, livre e competitivo, deveriam acaba servindo aos interesses da sociedade.
orientar a produção, a troca e a distribuição das mercadorias e
Isso, é claro, em uma economia concorrencial.
serviços. Para estes pensadores, a economia se ajustava
automaticamente e tendia ao equilíbrio.

c. O trabalho como fonte de valor: para os clássicos, a fonte da


riqueza estava no trabalho. Além disso, eles ressaltavam a d. Objetivavam a promoção do máximo crescimento e
importância de todas as atividades econômicas no processo de desenvolvimento econômico: isto, de certa maneira, estava associado à
geração de riqueza: a agricultura, o comércio, e principalmente, a crença de que os indivíduos, supostamente, tinham como desejo inato
indústria. acumular riquezas como um fim em si mesmo.

e. Noção da economia como um todo e regida por leis


naturais: os clássicos viam a economia como um todo f. Partiam de um método de análise: um dos grandes legados dos
interligado. Além disso, acreditavam existir leis naturais clássicos foi ter oferecido um método de análise da economia, bem
que a regiam. Assim, era importante descobri-las. como das leis que dela fazem parte.
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA:
ADAM SMITH

Adam Smith é considerado o fundador da Escola Clássica e como vimos anteriormente, é tido, por muitos, como o “pai” da
economia moderna. Ele nasceu em 1723, na Escócia, onde viveu quase toda a sua vida. Veio a falecer em 1790. Frequentou
as universidades de Glasgow e Oxford entre 1737-1746. Lecionou em Glasgow entre 1751 e 1764. Ficou dois anos na França,
entre 1764 e 1766, onde teve contato com muitos pensadores e filósofos, dentre os quais destaca-se o contato com o
fisiocrata Quesnay. Em 1776 publicou sua obra mais importante: An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of
Nations – A Riqueza das Nações.

Smith se distinguiu daqueles que trataram de temas econômicos antes


dele, como os fisiocratas e os mercantilistas. Isso dada a sua formação
acadêmica e pela vastidão de conhecimentos. Além do mais, elaborou um
modelo abstrato completo e relativamente coerente da natureza, da
estrutura e do funcionamento do sistema capitalista. Notou que havia
ligações entre as principais classes sociais, entre os setores de produção, a
distribuição da riqueza, da renda, o comércio, a circulação da moeda,
questões relativas aos preços e ao processo de crescimento econômico
das nações (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004; HUNT, 2005).
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: ECONÔMICO
ADAM SMITH
O trabalho de Adam Smith é vasto, mas podemos destacar algumas ideias:
O trabalho como fonte das riquezas das nações. A importância da divisão do trabalho: isso quer dizer a especialização
dos trabalhadores em uma etapa específica do processo produtivo de
A ideia da “mão invisível” e da autorregulação do determinada mercadoria. A divisão do trabalho, para ele, era
mercado/economia: Adam Smith sustentava ser necessário deixar estimulada pela ampliação dos mercados e era um elemento gerador
agir a livre concorrência, de modo que os agentes econômicos de aumento da produtividade, e com isso, da própria riqueza (pois o
encontrariam o equilíbrio de maneira natural, através de uma “mão trabalhador se especializa em uma atividade, poupava-se tempo e se
invisível”. Com esta teoria defendia que todos os agentes, na busca abria espaço para o uso das máquinas).
por lucrar ao máximo, acabavam promovendo o bem-estar de toda
a sociedade.
A defesa do laissez-faire, laissez-passer - não intervenção do Estado:
É como se uma mão invisível orientasse as ações do mercado e da como considerava que o mercado e a economia se ajustavam
economia sem a necessidade propriamente da atuação do Estado automaticamente, defendia que o Estado não intervisse na economia. O
para isso. Portanto, via o mercado, única e exclusivamente, como Estado deveria apenas a) proteger contra-ataques externos; b)
regulador das decisões econômicas de uma nação. estabelecer a justiça; c) construir obras e instituições necessárias à
sociedade (não lucrativas); d) emitir papel moeda; e) controlar a taxa de
Uma das passagens de seu famoso livro ilustra esses pressupostos: juros, em alguns casos.
"não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do
cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do Enfatizava o crescimento e o desenvolvimento, que seriam ocasionados
empenho deles em promover seu autointeresse” (SMITH,1996, p. pela divisão do trabalho, pelo aumento da produtividade e pela
22). ampliação dos mercados.
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID
RICARDO

Outro importante pensador da Escola Clássica da economia foi David Ricardo (1772 -1823). Filho de um rico capitalista inglês,
Ricardo fez fortuna ainda jovem operando na bolsa de valores. No campo da economia política, sua obra máxima foi
“Princípios de economia política e de tributação”, publicada em 1817. Após Adam Smith, tornou-se a principal figura das
ideias desenvolvidas pela Escola Clássica. Ele demonstrou as possibilidades da utilização do método abstrato e enfatizou
temas relacionados à distribuição da renda (OSER; BLANCHFIELD, 1987; HUNT, 2005).

É claro que o trabalho deste pensador é vasto, porém destacamos três


ideias: a teoria do valor-trabalho, teoria das vantagens comparativas e a
teoria da renda da terra.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: DAVID
RICARDO

Teoria do valor-trabalho: partido das ideias de Adam Smith, Ricardo


aprimorou a tese de que todos os custos se reduziriam aos custos de
trabalho. Sendo assim, o valor de uma mercadoria era determinado
pela quantidade de trabalho nela incorporada. E esse tempo de
trabalho incluía o tempo de trabalho na elaboração do bem, acrescido
do trabalho incluído nas matérias-primas, acrescido do trabalho
incluído nos bens de capital. Teoria da renda da terra: com esta teoria, Ricardo
considerava duas hipóteses: primeiro, que a terra
tinha diferenças quanto a sua fertilidade. Dessa
maneira, existiam espaços mais férteis e outros
Teoria das vantagens comparativas: esta teoria foi elaborada a partir dos estudos
de Ricardo sobre o comércio internacional. Ela consistia na demonstração de que menos férteis. Portanto, o uso das terras poderia
os países deveriam se especializar na produção de bens que eram mais capazes de se ordenar a partir da terra mais fértil para a
produzir. Mesmo que um país seja mais eficiente do que outro na produção de menos fértil. A segunda hipótese é que a
todos os bens, esse país deve se especializar e exportar o produto cujo custo é concorrência sempre igualaria a taxa de lucro dos
comparativamente o mais baixo. E da mesma maneira deve importar o que tiver o fazendeiros capitalistas, que arrendavam as terras
custo relativo (de produção interna) mais caro. Seguindo esta lógica, haveria dos proprietários (HUNT, 2005).
vantagens para ambas as economias. Por isso, denominam-se estes preceitos de
teoria das vantagens comparativas (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT, 2005).
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA:
JEAN-BAPTISTE SAY

Jean-Baptiste Say (1767 - 1832) é considerado um seguidor das ideias de Smith, apesar de que sua pretensão era corrigir os
equívocos deste pensador. Formou o que ficou conhecido como corrente liberal otimista, também denominada como Escola
Liberal Francesa. Sua principal obra foi o “Tratado de economia política”, publicada em 1803.

Para Say, o preço ou valor de troca de qualquer mercadoria era


dependente de sua utilidade. Rejeitando assim, a ideia de que era
o trabalho o formador de preço das mercadorias. Enquanto
Ricardo havia colocado no centro dos fenômenos de produção a
propriedade fundiária e a renda, Say enfatizou a indústria.

Outros importantes argumentos deste pensador dizem respeito a


sua crença no autoajuste do mercado, e consequentemente, no
equilíbrio total da economia, em que todos os recursos (inclusive o
trabalho) seriam plenamente utilizados, correspondendo a uma
situação de pleno emprego da capacidade produtiva da economia.
Esses pressupostos ficaram conhecidos como a Lei de Say (HUNT,
2005).
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA:
THOMAS MALTHUS

Thomas R. Malthus (1766 - 1834) ficou famoso pela publicação da obra “Ensaio sobre o princípio da população”, em 1798.
Nela se expressam os argumentos da teoria malthusiana da população. Outra obra que mereceu destaque foi “Princípios de
economia política”, publicada em 1820.

Com relação à teoria malthusiana da população, este pensador acreditava


que o crescimento da população iria superar a capacidade produtiva da
terra, o que geraria fome e miséria. Para ele, a população, quando não
controlada, aumentava geometricamente (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...). Por outro
lado, a produção de alimentos aumentava aritmeticamente (1,2,3,4,5,
6, ...). É claro que, por esta ótica, a “conta não fechava”, já que uma parcela
da população iria passar por dificuldades de sobrevivência. Mais tarde esta
teoria foi superada, já que Malthus não considerou o papel das inovações
tecnológicas no processo produtivo.

Outros importantes argumentos deste autor foram algumas críticas à lei de


Say. Entre elas, a que tentava demonstrar que o nível de atividade de uma
economia dependia da sua demanda efetiva (segundo a lei de Say, esse nível
de atividade seria influenciado pela oferta (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT,
2005).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
PRINCIPAIS PRECURSORES DA ESCOLA CLÁSSICA: JOHN
STUART MILL

Outro importante nome da Escola Clássica foi John Stuart Mill (1806 - 1873). Seguidor de Ricardo, tentou integrar a teoria do
valor-trabalho com a perspectiva utilitarista, que via a utilidade como formadora dos preços. Sua principal obra foi “Princípios
de economia política com algumas de suas aplicações à filosofia social”, publicada em 1848.

Mill reformulou a teoria do valor-trabalho de David Ricardo. Embora o


trabalho ainda figurasse como o mais importante determinante do valor,
não era único. Para este pensador, a teoria do valor-trabalho seria válida
caso a razão entre capital e trabalho fossem as mesmas em todas as
fábricas. Sendo assim, os custos para a produção seriam proporcionais ao
trabalho incorporado em todos os tipos de mercadorias.

É comum dizer que Mill foi o sintetizador do pensamento clássico. Além do


mais, afirmava que a superprodução generalizada de bens poderia ocorrer em
uma economia, mas seria uma condição temporária, o que reforça a ideia de
que os mercados se autorregulavam. Também concordava que os princípios
da produção de riqueza baseavam-se em leis naturais, ou seja, imutáveis. Mas
as leis de distribuição dependiam parcialmente das instituições humanas,
portanto, sujeitas a modificações (OSER; BLANCHFIELD, 1987 ; HUNT, 2005).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
MARXISMO

O contexto que se seguiu à Revolução Industrial e à consolidação do modo capitalista de produção foi marcado por inúmeros
problemas socioeconômicos. Por um lado, se havia superado por completo os resquícios do feudalismo. A consolidação do
novo modo de produção, com base na indústria, acarretou inúmeros problemas, entre eles: pobreza das massas,
desemprego, super exploração, inchaço das cidades, poluição, desigualdades, entre muitos outros (OSER; BLANCHFIELD,
1987).
Neste contexto, Karl Marx, com auxílio de Friedrich Engels, formulou uma crítica à
economia política clássica como forma de entender a realidade, e mais do que isso,
engajar-se em transformá-la.

Filho mais jovem de uma família judaica, Karl Marx (1818 - 1883) nasceu em Trier.
Sua formação inicial foi em Filosofia, cujo título obteve em 1841. Em parceira com
seu amigo Engels publicou diversas obras, entre elas: “A Sagrada Família”, “O
Manifesto Comunista” e “A Ideologia Alemã”.

Porém, a obra mais importante de Marx foi “O Capital”, resultado de 40 anos de


pesquisas e de esforço intelectual. Marx faleceu antes da publicação dos dois últimos
volumes desta obra, que foram editados e publicados por seu amigo Engels. Nesta
vasta obra é realizada uma crítica aos clássicos da economia (pressupostos de Adam
Smith e os demais que o sucederam) e é claro, se constrói cientificamente uma
profunda análise do modo capitalista de produção.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
MARXISMO

Marx e Engels interessaram-se em compreender a realidade social de seu tempo (capitalismo em seu contexto histórico) e
descobriram que esta era condicionada pela crescente influência do capital.

A grande crítica de Marx aos autores da Escola Clássica é que lhes faltava a
perspectiva histórica (embora essa crítica não se dirigisse propriamente a Adam
Smith). Na opinião de Marx, se tivessem estudado história com mais cuidado,
teriam descoberto que “a produção é uma atividade social” e que esta, por isso,
assume diferentes formas e modos, dependendo da organização social (HUNT, 2005,
p. 297). Por isso, podemos dizer que uma das características deste pensador era
justamente não conceber os fenômenos socioeconômicos através de leis naturais e
eternas. Isto é, estes fenômenos são produtos das ações humanas, e, portanto, não
se repetem em todos os momentos históricos. E isso é diferente do pensamento
clássico, que muitas vezes procurava dar um sentido de naturalidade ao modo de
produção capitalista.

Marx também sustentava a ideia de que a base econômica da sociedade (forças


produtivas e relações de produção) condicionam o restante, como o Estado, as leis
(direito), as ideologias, a cultura, a religião, entre outros.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
MARXISMO A seguir mais algumas ideias de Marx:
O capital como relação social: Marx não concebia o capital apenas como O conceito de mais-valia: este corresponde ao trabalho excedente e não
um conjunto de máquinas, equipamentos, estradas etc. Para ele, o capital pago, que é apropriado pelo dono dos meios de produção. A mais-valia é
era uma relação social, uma relação de produção que surgiu com o produzida no processo de produção e finalizada na circulação, isto é, quando
aparecimento de duas classes sociais distintas: uma que se apropria dos a mercadoria é vendida. Por exemplo, imagine uma facção, com cinco
meios de produção, ou seja, a burguesia, e outra que tinha apenas a sua trabalhadores, cuja produção mensal é de 100.000 camisetas, em 20 dias
força de trabalho para vender, isto é, os trabalhadores. trabalhados. Para cobrir os custos de salário destes cinco trabalhadores, é
necessária a produção de 25.000 camisetas, que são produzidas com cinco
dias de trabalho. Portanto, em cinco dias de trabalho, os trabalhadores já
Mercadoria como valor de uso e valor de troca: para este pensador, o produziram o suficiente para sua subsistência. O restante da produção, ou
preço das mercadorias era definido pelo tempo de trabalho socialmente seja, o valor das 75.000 camisetas restantes (e os 15 dias de trabalho
necessário a sua produção. As mercadorias tinham valor de uso (que restantes) ficam com o patrão. Em três dias, eles produzem um número de
corresponde à utilidade dela, para que ela serve) e valor de troca (isto é, a camisetas que Marx fazia distinção, ainda entre a mais-valia relativa e a
possibilidade de ser trocada/vendida por outra). Vale dizer ainda que mais-valia absoluta. Esta última está ligada à exploração do trabalhador
Marx também considera como mercadorias a força de trabalho e o através de métodos intensivos para aumentar o volume da produção. Entre
dinheiro (OSER; BLANCHFIELD, 1987). eles: superjornada de trabalho (muito além das oito horas), ritmo acelerado
da produção, vigilância do processo produtivo. E é claro, sem pagar a mais
Exército industrial de reserva: corresponde ao contingente de por isso. Já a mais-valia relativa tem ligação com o uso da tecnologia no
trabalhadores sem emprego. Para Marx, um contingente de processo produtivo. A produção não se eleva devido ao aumento da jornada
desempregados era uma característica do modo de produção capitalista, de trabalho, maior produtividade individual, mas sim, aumento devido às
e, portanto, muito importante para a continuidade do processo de melhorias tecnológicas, que aceleram o processo de produção. Porém,
acumulação de capital. O exército industrial de reserva era produto do mesmo com mais mercadorias produzidas por trabalhador, não se repassa
capitalismo e agia como um regulador dos salários. Além disso, era aumento em seus rendimentos (MARX, 1987).
necessário à medida que deixava à disposição mão de obra complementar
(MARX, 1987).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
MARXISMO A seguir mais algumas ideias de Marx:
Acumulação de capital: este processo é a força motriz do Acumulação primitiva: contrariando os economistas
modo de produção capitalista. É o processo de valorização clássicos, Marx sustentava que a origem do modo de
do valor. No processo de produção, o dinheiro inicialmente produção capitalista se dava através do processo de
investido na produção de mercadorias, ao final do acumulação primitiva e não por conta de um esforço
processo, retornava com acréscimo (por exemplo, pessoal de algumas pessoas. Este processo nada mais era
pensemos em um capitalista que tenha investimento de R$ do que o processo de separação do produtor direto (o
1.000,00 na produção de 10.000 lápis. trabalhador) da propriedade das condições de seu
trabalho, um processo que transforma, por um lado, os
Após a produção e venda, teve um retorno de R$ 2.500,00. meios sociais de subsistência e de produção em capital, e
Logo, aos R$ 1.000,00 iniciais foram acrescidos outros R$ por outro, os produtores diretos em trabalhadores
1.500,00). No processo de acumulação, parcela do assalariados (MARX, 1987). A acumulação primitiva era
excedente criado (para Marx, através da mais-valia) era caracterizada por processos violentos e permitiu a
reinvestida no processo produtivo novamente. superação dos entraves feudais e a ascensão do
capitalismo. Marx analisou o caso da Inglaterra e chamou a
atenção para a expropriação violenta das terras dos
camponeses e suas características: violência, ação do
Estado, legislação, entre outros (MARX, 1987).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
OS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS (OU MARGINALISTAS)

A “ciência econômica” neoclássica (também conhecida como marginalismo) passou a exercer forte influência em inúmeros
âmbitos nas últimas décadas do século XIX, até a crise econômica dos anos 1930 e a publicação da Teoria Geral, de Keynes.
Período este de consolidação da Revolução Industrial, e, portanto, do capitalismo.

Marcado por inúmeras mudanças e também pelo crescimento de


problemas socioeconômicos, como o desemprego, por oscilações
econômicas e até mesmo por guerras. Cresceram também os
movimentos teóricos de negação aos preceitos clássicos, os
movimentos socialistas, movimentos sindicais, entre outros.

Em apertada síntese, os neoclássicos defenderam que a economia


devesse funcionar livre de qualquer intervenção, submetida apenas
aos mecanismos de mercado, isto é, às leis da oferta e procura. De
certa maneira, eles fizeram uma releitura do trabalho dos
economistas clássicos, incorporando novos preceitos (OSER;
BLANCHFIELD, 1987).

São importantes representantes neoclássicos: Léon Walras (1834 -


1910), W. S. Jevons (1835 - 1882), Carl Menger (1840 - 1921), A.
Marshall (1842 - 1924), V.
Pareto (1848 - 1923).
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
IDEIAS DOS ECONOMISTAS NEOCLÁSSICOS
A abordagem neoclássica/marginalista privilegiava a microeconomia. Defendia a ideia laissez-faire, laissez-passer, isto é, de que os
Neste sentido, os agentes econômicos, de maneira individual, assumiam o mercados se autorregulavam, e, portanto, o Estado não deveria
centro das discussões. A abordagem marginalista não se preocupava com intervir na economia. Sem interferências nas leis econômicas (que
a economia agregada, mas sim, com a tomada de decisão individual, com para eles, eram naturais), se alcançariam os benefícios sociais
as condições de mercado para um único tipo de bens, com a formação de máximos.
preços, com as decisões das empresas, com a produção e custos das
empresas isoladas, com a maximização do lucro, entre outros.

Enfatizam o lado da oferta. Para os marginalistas, era a oferta que


determinava a demanda.
A ideia de equilíbrio na economia. Como os marginalistas sustentavam
que os mercados se autorregulavam, afirmavam que a economia tendia
sempre ao equilíbrio. Sendo assim, as crises seriam apenas temporárias. A ideia de utilidade marginal. A utilidade de cada bem
relacionava-se a sua capacidade de satisfazer as necessidades
humanas. À medida que se consome um bem, diminui a satisfação
A ideia da concorrência perfeita. Os economistas neoclássicos baseavam ou a utilidade de cada unidade adicional consumida desse bem.
sua análise em um sistema econômico pautado pela concorrência
perfeita. Neste sentido, existiriam muitos compradores, muitos
vendedores (empresários pequenos, individualistas e independentes), Defesa da racionalidade nas decisões dos indivíduos. Os
produtos homogêneos e preços uniformes. Assim, nenhum agente marginalistas defendiam que os indivíduos seriam racionais
econômico teria a capacidade de influenciar os preços de mercado. Além quanto as suas decisões. Indivíduos e empresas buscavam a
disso, as decisões eram pautadas pela racionalidade e pelo pleno acesso alocação ótima de recursos. Além disso, sustentavam que as
à informação. pessoas buscavam maximizar o prazer e minimizar o desprazer.
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
KEYNESIANISMO

John Maynard Keynes (1883 - 1946) foi um dos mais notáveis economistas da primeira metade do século XX. É considerado o
pioneiro da macroeconomia. Discípulo do economista marginalista Alfred Marshal, estudou e lecionou em Cambridge. Tinha
grandes preocupações com as implicações práticas das teorias econômicas. Não foi por acaso que se tornou crítico dos
conceitos da ortodoxia marginalista, portanto, de seu próprio mestre (Marshal).

Keynes não se destacou apenas como economista. Foi um homem de


negócios, diretor de companhias de seguro e investimento, assessor de
grande influência do Tesouro Britânico, diretor do Banco da Inglaterra
(equivalente ao nosso Banco Central). Foi produtor teatral, editor e
colecionador de livros raros, articulista da imprensa. Politicamente, tinha
ligação com o Partido Liberal Inglês. Inclusive, representou a Inglaterra na
Conferência de Bretton Woods, em 1944, de onde se originaram o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (VICECONTI; NEVES,
2005).

Seria John Maynard Keynes quem explicaria a crise dos anos 1930 e
demonstraria que os neoclássicos falharam ao ignorarem a necessidade de
uma “regulação macroeconômica” do Estado. A contribuição de J. M.
Keynes foi imortalizada na publicação de uma das obras mais influentes do
século XX: a “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” (1936). Nestas
páginas, descreveu o princípio da demanda efetiva.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
KEYNESIANISMO

Podemos dizer que é a partir de Keynes que o estudo da macroeconomia ganhou maior relevância. Anteriormente, outros
economistas contribuíram com discussões acerca do desempenho da economia como um todo, como Adam Smith, Malthus,
Karl Marx e F. List. Contudo, Keynes é considerado o fundador da teoria macroeconômica, em suas tentativas de explicar a
crise econômica que atingia o mundo e a propor medidas para sair dela.

Como se evidenciou antes, as ideias de Keynes ganharam força após os O pensamento de Keynes deu origem a uma “corrente” dentro
anos de 1930, justamente no calor da crise de 1929. Foi um período das ciências econômicas: o keynesianismo. Este pensamento
caracterizado pelo desemprego em massa, crescimento lento das inaugurou uma modalidade de intervenção do Estado na
economias (ou nenhum), excesso de produção, concentração de riquezas, economia, que não atingia totalmente a autonomia da iniciativa
dentre tantos outros problemas macroeconômicos. Sem contar que a privada. Como em sua origem procurava reverter os efeitos da
primeira metade do século XX foi marcada por duas grandes guerras crise econômica, defendia a adoção de políticas capazes de
mundiais. solucionar os problemas de desemprego pela intervenção estatal,
desestimulando o entesouramento por meio da redução da taxa
No âmbito da ciência econômica havia uma crise justamente porque a de juros e aumento dos investimentos públicos. Em consequência
doutrina dominante – a neoclássica/marginalista – não dava conta de disso, aumentam-se os investimentos em atividades produtivas
explicar os problemas da nova realidade socioeconômica, muito menos de (SANDRONI, 1999).
apresentar soluções para estes problemas.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
KEYNESIANISMO

Algumas ideias:
I. O princípio da demanda efetiva: o princípio da demanda efetiva/agregada IV. Preocupação com o curto prazo: o pleno emprego era apenas
atentava para a proporção da renda gasta em consumo e investimento. Para uma das tantas situações possíveis em uma economia, e ao
Keynes, era a demanda, ou seja, as necessidades dos indivíduos que contrário dos neoclássicos, era possível alcançar o equilíbrio de
influenciaria na oferta. Sendo assim, para promover o equilíbrio uma economia com desemprego no mercado de trabalho.
macroeconômico com emprego, faz-se necessário atentar para o lado da Seria possível, de acordo com Keynes, alcançar o equilíbrio do
procura. Um dos fatores fundamentais pelo volume de emprego era o nível produto nacional de uma economia sem o pleno emprego dos
de produção nacional de determinada economia, que era determinado pela recursos produtivos. Segundo os pressupostos keynesianos, a
demanda efetiva (VASCONCELLOS; GARCIA, 2009). economia pode encontrar seu nível de equilíbrio mesmo com um
nível alto de desemprego, que vai permanecer assim até que haja
intervenção do governo através de uma política adequada de
III. Contrário à Lei de Say: para os keynesianos, o mercado não se investimentos e de incentivos, capazes de sustentar a demanda
autorregulava sempre. Dessa maneira, era necessária a intervenção efetiva, bem como manter os níveis de emprego e renda em alto
estatal (através de gastos públicos) para estimular a demanda efetiva da ritmo. Assim, com cada elevação da renda, cresce também o
economia e reequilibrá-la. consumo e o investimento. E para que isto aconteça, faz-se
necessário que o Estado tenha instrumentos de política
econômica, sejam de regulação da taxa de juros, de expansão dos
II. Ênfase na macroeconomia: a ênfase do keynesianismo está nos grandes gastos públicos, de investimentos por meio de empréstimos,
agregados macroeconômicos: emprego, demanda efetiva, produto interno entre outros (SANDRONI, 1999; OSER; BLANCHFIELD,1987).
bruto, inflação, taxa de juros, nível de consumo agregado, entre outros.
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A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
A ECONOMIA PÓS-KEYNES

Principalmente a partir dos anos 1970, a corrente keynesiana, então hegemônica na explicação da realidade econômica,
perdeu espaço. Alguns problemas assolavam as economias mundiais e os preceitos de Keynes não eram capazes de
solucioná-los. Dentre estes problemas, a falta de crescimento econômico e a ocorrência do fenômeno da estagflação.

Uma corrente que ganhou evidência foi o monetarismo, que tem como Retomando alguns preceitos neoclássicos, os monetaristas
importante pensador Milton Friedman. O pensamento monetarista é tido afirmavam que a economia de mercado se autorregulava. Assim,
como uma espécie de antítese do pensamento keynesiano. Para eles, era eram totalmente contrários à intervenção do Estado. Para eles,
preciso deixar a preocupação com a demanda e enfatizar a oferta. O Estado problemas como a inflação, e mesmo as flutuações econômicas,
deveria se afastar da economia e deixar as forças de mercado funcionar. tinham raízes na oferta de moeda, ou seja, de ordem monetária.
Teria que haver inversão de ênfase entre aspectos estruturais e conjunturais Entendiam, assim, que a moeda, ou melhor, o controle de
(PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003; OSER; BLANCHFIELD, 1987). estoque de moeda na economia era a variável mais importante na
determinação da demanda agregada de um país.

Para os monetaristas, controlar o estoque de moeda, com o intuito de Podemos dizer que algumas medidas dos monetaristas resultaram
manter uma oferta monetária estável, era o que permitiria um controle do positivamente nos países centrais, mas de maneira efêmera. Nos
processo inflacionário, e é claro, levaria as economias ao equilíbrio. Sua países periféricos, as políticas monetaristas fracassaram: o
ênfase também era em políticas de longo prazo, diferentemente do afastamento do Estado e a liberalização dos mercados produziram
keynesianismo (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003; OSER; ainda mais a concentração de riquezas e problemas
BLANCHFIELD, 1987 ). socioeconômicos.
UNIDADE 1 TÓPICO 5

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
A ECONOMIA PÓS-KEYNES

Outra escola que ganhou evidência entre os anos de 1970 e 1980 foi a das expectativas racionais, conhecida também como
os novos clássicos. Os principais postulados dessa escola eram parecidos com a dos monetaristas: a) defendiam que a
economia se autorregulava; b) que o Estado não deveria interferir no mercado; c) deveria haver controle da oferta de moeda;
d) sustentavam a ideia das expectativas racionais, ou seja, de que os agentes econômicos fundamentavam suas expectativas
futuras de forma racional.

Por fim, podemos citar os novos keynesianos, que buscam analisar a realidade com base em uma releitura dos principais postulados de
Keynes. Procuram fazer isso, com base em um esquema teórico mais sólido. Além destes, vale citar os institucionalistas, que incorporaram à
discussão dos agregados macroeconômicos novos elementos: o papel da tecnologia e das instituições, para eles, muitas instituições sociais e
de poder que influenciam na formação dos preços e na alocação de recursos na economia. Assim, o mercado não seria o único a influenciar
os preços e as demais variáveis econômicas (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2003).
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d
a

c
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F
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4. R.: Os principais pressupostos do
Keynesianismo são: princípio da
demanda efetiva. Para Keynes, era a
demanda, ou seja, as necessidades dos
indivíduos que influenciaria na oferta.

O foco está nos grandes agregados à


preocupação macroeconômica:
emprego, demanda efetiva, produto
interno bruto, inflação, taxa de juros,
nível de consumo agregado etc.

Outro pressuposto é que para os


Keynesianos o mercado não se
5. R.: O monetarismo, que tem como importante pensador, Milton Friedman. autorregulava sempre, portanto,
contrário à lei de Say. Além disso,
Para ele, era preciso deixar a preocupação com a demanda e enfatizar a oferta. O Estado defende a necessidade de intervenção
deveria se afastar da economia e deixar as forças de mercado funcionarem. Outra corrente estatal por meio de gastos públicos
após Keynes são os novos clássicos. Esta corrente defendia ideias parecidas com os com a finalidade de estimular a
monetaristas, defendiam que a economia deveria se autorregular, um estado mínimo e um demanda efetiva da economia para
controle da oferta de moeda. Além disso, defendiam a ideia das expectativas racionais, ou retomar o equilíbrio.
seja, de que os agentes econômicos fundamentavam suas expectativas futuras de forma
racional.

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