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NOÇÕES DE ECONOMIA

• OBJECTIVOS:
• No fim da disciplina os estudantes deverão ser capazes
de:
o Compreender o papel das unidades básicas no
funcionamento do sistema económico;
o Dominar os conceitos fundamentais da economia;
o Analisar os problemas económicos mais gerais;
o Apresentar argumentos de forma clara e lógica. 1
NOÇÕES DE ECONOMIA – ORIGEM E SIGNIFICADO

• Nos dias de hoje, quando andamos pela cidade, percebemos um


grande movimento no comércio. Centenas de pessoas enchem as
lojas, despertando um contentamento enorme nos vendedores.
Os compradores estão contentes, pois as lojas oferecem uma
infinidade de produtos, desde roupas de todos os tipos até
equipamentos electrónicos mais sofisticados, de modo a satisfazer
a todos os gostos.

• Veja que essa variedade de bens satisfaz a vontade do consumidor


mais exigente e mais rico ao menos exigente e com menor poder
de compra. O importante é que são milhões de produtos que
milhares de pessoas podem comprar e compram todos os dias.
Essa cena pode ser vista em qualquer cidade de Mocambique e do
mundo.
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NOÇÕES DE ECONOMIA – ORIGEM E SIGNIFICADO

• É bom lembrar que a disciplina Economia, que ora estamos


iniciando, se interessa, em grande medida, por essas coisas ditas
comuns.

• No Século XIX, Alfred Marshall disse que a Economia procura


estudar os negócios comuns da vida da humanidade. Por
negócios comuns, podemos entender as cenas comuns da vida
económica.

• Hoje, a Economia continua estudando e tentando entender como


esses negócios comuns funcionam: como funciona nosso sistema
económico? Quando e por que o sistema económico entra em
crise, ocasionando mudanças de comportamento das pessoas e
empresas? 3
NOÇÕES DE ECONOMIA – ORIGEM E SIGNIFICADO

• A palavra economia é de origem Grega oikos = casa e nomos =


governo, administração. Xenofontes(455 a 345 a.c.) foi o primeiro a
usar o termo Economia no sentido exposto anteriormente, ou seja,
abrangendo apenas o governo ou a administração do lar.

• Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos


oikos (casa, lar) e nomos (norma, lei, governo, administração), e
pode ser compreendida como “administração da casa”.

• Note-se que administrar uma casa é algo bastante comum na vida


das pessoas. Portanto, essa aproximação de que as casas e as
economias têm muita coisa em comum é muito utilizada.

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NOÇÕES DE ECONOMIA – ORIGEM E SIGNIFICADO
• Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são
escassos; contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e
sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre
alternativas de produção e de distribuição dos resultados da
atividade produtiva aos vários grupos da sociedade.

• Pense como uma família toma decisões no seu dia-a-dia: quais
tarefas cada membro deverá desempenhar, e o que cada um deles
vai receber em troca? Quem vai preparar o almoço e o jantar? Quem
vai lavar e passar? Qual aparelho de televisão vai ser comprado? Qual
carro vai ser adquirido? Onde passar as férias de final de ano? Quem
vai? Onde vai ficar?

• Segundo Mankiw (2005, p. 3), “*...+ cada família precisa alocar seus
recursos escassos a seus diversos membros, levando em
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consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um”.
NOÇÕES DE ECONOMIA – ORIGEM E SIGNIFICADO

• Da mesma forma que uma família precisa tomar muitas decisões,


uma sociedade também precisa fazer o mesmo. Precisa
claramente definir o que produzir, para quem produzir, quando
produzir e quanto produzir. Em linhas gerais, a sociedade precisa
gerenciar bem seus recursos, principalmente se considerarmos
que estes, de maneira geral, são escassos.

• Assim como uma família não pode ter todos os bens que deseja,
ou seja, dar aos seus membros todos os produtos e serviços que
desejam, uma sociedade também não pode fazer o mesmo. A
razão para que isso aconteça está na escassez. Escassez significa
que os recursos são limitados em termos de quantidade disponível
para uso imediato.

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NOÇÕES DE ECONOMIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• Portanto, escassez significa também que a sociedade não tem
todos os recursos que gostaria de ter para produzir todos os bens
e serviços para oferecer a todos os seus membros. A Economia,
assim, tem sido entendida como o estudo de como a sociedade
administra seus recursos escassos.

• Ainda que possamos estudar Economia de muitas maneiras,
existem algumas ideias que se tornam centrais nesta disciplina.
• Essas ideias são consideradas como princípios básicos de
Economia por parte de alguns economistas. Portanto, para poder
compreender Economia, é bom saber mais sobre quais são esses
princípios e o que significa cada um.

• NB: Cada estudante deve aprofundar o conhecimento de


princípios básicos de Economia – TAREFA 1 7
NOÇÕES DE ECONOMIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• Em qualquer parte do mundo, uma economia é um grupo
de pessoas que estão interagindo umas com as outras e,
dessa forma, vão levando a vida.
• Diante disso, podemos imaginar que a primeira coisa que
precisamos entender quando se quer compreender uma
economia é saber como são tomadas as decisões dessas
pessoas. Portanto, cabe questionar: como as pessoas
tomam decisões?

• As decisões que todos os dias todos nós tomamos têm um


propósito, que é o de satisfazer necessidades ou
contribuir para o bem-estar próprio ou daqueles que nos
estão próximos. 8
NOÇÕES DE ECONOMIA – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• POR EXEMPLO:

• A tomada de decisão, por seu lado, exige recolher e


processar informação, a qual pode ter origem em
múltiplas fontes: algumas das nossas escolhas de
consumo podem ser condicionadas pelos hábitos
evidenciados pelos moradores da mesma zona
residencial; as opções de formação ou educação podem
ser resultado de influência familiar ou de amigos; as
decisões de poupança podem ser determinadas pelo
tipo de comunicação que a instituição bancária mantém
com os seus clientes.

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CONCEITO DE ECONOMIA
• O QUE É ECONOMIA?

• S. Mill: “A Economia é a ciência empírica que estuda a produção e


distribuição de riqueza”
• L. Leontivev: “O objecto da economia é a estrutura social da
produção”
• A. Marshall: “Na economia estudam-se os assuntos correntes da
vida e do bem estar”:
• C. Pigou: “A economia tem por objecto os preços e as leis do
mercado”.
• L. Robins: “O problema da aplicação de recursos escassos e o
emprego alternativo em finalidades de desigual importância é o
que constitui o objecto de estudo da economia.

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CONCEITO DE ECONOMIA
• A economia preocupa-se, de facto, e muito, com estes aspectos: Os
recursos, ou seja, aquilo que dispomos para produzir é sempre
escasso (o número de maquinas, de materiais, de trabalhadores,
etc.) não existe em quantidade infinita. Todos os recursos estão
sujeitos a esgotarem-se. No entanto, tem usos alternativos, podem
ser usados de maneiras diferentes. Exemplo, Num mesmo pedaço
de terra, pode-se plantar alface ou cebola, mas, o mesmo pedaço de
terra, não pode ser usado nas duas culturas, simultaneamente.

• Economia pode ser entendida como a ciência que estuda a forma,
de como as pessoas e a sociedade, utilizam recursos escassos com
usos alternativos, para produzir, distribuir, trocar e consumir bens
materiais e serviços, no presente no futuro.
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CONCEITO DE ECONOMIA

• Conceito de Economia: “Ciência que estuda as formas


de comportamento humano resultantes da relação
existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e
os recursos que, embora escassos, se prestam a usos
alternativos.”

• Em síntese, pode-se dizer que a Economia estuda a


maneira como se administram os recursos escassos com
o objectivo de produzir bens e serviços, e como distribuí-
los para seu consumo entre os membros da sociedade.
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ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL
• A economia pode ser definida como ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar os recursos produtivos
escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los
entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de
satisfazer às necessidades humanas.
• Ou seja, a Economia é uma ciência social, pois estuda a situação
economia da sociedade.

• Como umas das ciências sociais (ciência política, sociologia,


antropologia culturas, psicologia, direito), a economia não pode ser
considerada como fechada em torno de si mesma. Pelas implicações
da ação económica sobre outros aspectos da vida humana, o estudo
da economia implica a abertura de suas fronteiras às demais áreas
das ciências sociais ou humanas.

• TAREFA 2: Consolidar o TPC e recomendar leitura complementar.13


DE QUE SE OCUPA ECONOMIA?
• A economia se ocupa das questões relativas a satisfação das
necessidades dos indivíduos e da sociedade.
• Necessidade Humana: é a sensação de carência de algo unida ao
desejo de satisfazê-la.
• Aqui estão destacadas as categorias centrais de preocupação da
Tipos de necessidades:
• Necessidades do individuo - Natural: por exemplo, comer.
• Social: decorrente da vida em sociedade; por exemplo, festa de
casamento.
• Necessidades da sociedade – Coletivas: partem do individuo e
passam a ser da Sociedade; por exemplo, o transporte.
• Publicas: surgem da mesma sociedade; por exemplo, a ordem
pública.
• Necessidades vitais ou primarias: destas depende a conservação
da vida; por exemplo, os alimentos.
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CLASSIFICACAO DE NECESSIDADES
• Necessidades civilizadas ou secundárias: são as que tendem a
aumentar o bem-estar do indivíduo e variam no tempo, segundo o
meio cultural, econômicos e sociais em que se desenvolvem os
indivíduos; por exemplo, o turismo.
• Para satisfação das necessidades:
• Produção → Distribuição → Consumo
• Nesse processo de produção e consumo, surgem e são solucionados
muitos problemas de caráter econômico:
Produção ↔ Consumo

• ↓ ↓

• Que bens produzir Como vão gastar
• e
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• Que meios utilizará para produzir
DE QUE SE OCUPA ECONOMIA?
• A economia diz respeito a satisfação das necessidades materiais.
• São as necessidades que aparecem como móbil da actividade
económica. Nas sociedades modernas e monetizadas todos
trabalhamos para obter um rendimento que nos possibilitara à
aquisição do que precisamos.

• Se os recursos disponíveis para satisfazer as necessidades são
insuficientes, então, diz-se que tais recursos são escassos. Como se
pode depreender, a escassez é um conceito relativo e tem a ver
com a magnitude das necessidades das pessoas e a capacidade dos
recursos disponíveis em poder satisfazer tais necessidades.

• Contudo, importa indicar que nem as necessidades das pessoas e
nem as capacidades de satisfazê-las são constantes. O potencial
produtivo expande-se continuamente, assim como as
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necessidades.
A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA
• Nesse quadro, constata-se que as necessidades são uma
característica inerente a todas as sociedades e em todos os
tempos, das mais ricas às mais pobres, das de pequena dimensão
territorial às de grande.

• De facto, e finalmente, encontramo-nos numa situação de
escassez. Não podemos ter tudo o que queremos. Os recursos
disponíveis para satisfazer as nossas necessidades são, em
qualquer momento, limitados e, em contrapartida, as nossas
necessidades aparecem ilimitadas no tempo.

• Este cenário conduz-nos a uma posição que somos compelidos a
efectuar escolhas. Nós podemos ter mais do X pela via de ter
menos de bem Y. o nosso rendimento é insuficiente para comprar
tudo o que gostaríamos de ter. 17
A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA
• Uma pessoa singular com rendimentos limitados e uma gama
ilimitada de necessidades, ver-se-á obrigada a ter que efectuar
um exercício de escolha, quando quiser gastar aquele rendimento
ganho. E a sociedade como um todo, enfrenta o mesmo
problema.

• Existe um limite de capacidade produtiva de um país, porque a
disponibilidade de oferta de terras, fabrica, maquinas, força de
trabalho e outros recursos produtivos são igualmente limitados.

• Tais recursos económicos têm uso alternativo que quer dizer,
podem ser utilizados para produzir diferentes tipos e qualidades de
bens e serviços. Se parte destes recursos é empregue na produção
de uma coisa, então, a sociedade deve renunciar (abdicar) de
outros bens que seriam produzidos com os mesmos recursos.
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A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA
• Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são
escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas,
elasticas e sempre se renovam.

• Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção


e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários
grupos da sociedade.

• Os recursos são ditos escassos porque a sua oferta é limitada. A


escassez significa que as escolhas dos bens e serviços a serem
produzidos e, portanto, as necessidades humanas, estão sujeitas a
restrições. Por esse motivo, em geral, a economia é descrita como
a ciência das escolhas restritas.
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A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA

• Em qualquer sociedade, os recursos ou factores de produção são


escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e
sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre
alternativas de produção e de distribuição dos resultados da
atividade produtiva aos vários grupos da sociedade.

• Só para citar um exemplo, se empregamos recursos (cimento) para
construir casa de habitação, então, o custo real destas casas é a
produção potencial de escolas, hospitais, quartéis e outros que
foram sacrificados para que se construísse as casas.

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A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA
• A economia se ocupa das questões relacionadas à
satisfação das necessidades dos indivíduos e da
sociedade. Para satisfação das necessidades materiais
(alimentos, vestuário ou moradia) e não materiais
(educação, lazer, etc.) de uma sociedade, seus membros
devem realizar determinadas actividades profissionais.

• Mediante essas actividades, obtêm-se os bens e os


serviços necessários; entende-se por bem todo o meio
capaz de satisfazer uma necessidade, seja dos
indivíduos, seja da sociedade. A economia se ocupa da
maneira como se administram recursos escassos, com
o objectivo de produzir diversos bens e distribui-los
para consumo entre os membros e sociedade. 21
A ECONOMIA E A NECESSIDADE DA ESCOLHA
• CONCLUINDO:

• Na vida real estamos constantemente escolhendo. Os


consumidores, as empresas e o sector publico têm, o
tempo todo, de examinar alternativas na hora de agir e
dicidir, qual delas é mais conveniente. Com esse efeito,
todas as sociedades deparam com a escolha e, portanto,
actuam no contexto da economia.

• A economia estuda como as sociedades administram
recursos escassos para produzir bens e serviços e
distribuí-los entre diferentes indivíduos. 22
DIVISÃO DO ESTUDO ECONÔMICO

A análise econômica, para fins metodológicos e


didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas
de estudo:
• Microeconomia ou Teoria da Formação de Preços.
• Macroeconomia.
• Economia Internacional.
• Desenvolvimento e Crescimento Econômico.

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DISTINÇÃO ENTRE MICROECONOMIA E MACROECONOMIA

• Em termos gerais, a economia é composta de dois ramos, a


microeconomia e a macroeconomia. O prefixo micro é derivado
da palavra grega mikros, que quer dizer “pequeno”.

• Desse modo, a microeconomia estuda o comportamento de


unidades económicas específicas, como um consumidor, um
trabalhador, uma empresa ou um administrador.

• Ela também estuda o comportamento individual de familias,


industrias, mercados, sindicatos ou associações comerciais.

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DISTINÇÃO ENTRE MICROECONOMIA E MACROECONOMIA
• É comum fazer-se a distinção entre microeconomia e
macroeconomia.

• A microeconomia respeita ao estudo do comportamento dos agentes


económicos, como as famílias e as empresas, e às relações de
mercado que entre eles se estabelecem.
• A microeconomia : "Estuda o comportamento de consumidores e
produtores e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a
determinação dos preços e as quantidades em mercados específicos.”

• A macroeconomia debruça-se sobre a medição ou contabilização da


realidade agregada; esta, na verdade, não é mais do que o resultado
da conjugação das decisões individuais que a microeconomia estuda,
mas algum cuidado é necessário quando se procura extrapolar as
relações microeconómicas para uma escala de maior dimensão. 25
DISTINÇÃO ENTRE MICROECONOMIA E
MACROECONOMIA
• A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a
determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como:
renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e
desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balança de
pagamentos e taxa de câmbio.

• "Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados


como PIB, consumo global, investimento global, exportação,
inflação, desemprego, com o objetivo de delinear uma Política
Econômica.”

• Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a


Macroeconomia negligencia o comportamento das unidades
econômicas individuais e de mercados específicos, estas são
preocupações da Microeconomia.
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QUAL E A DIFERENCA ENTRA MICRO E
MACROECONOMIA? ANÁLISES ECONÔMICAS
• Microeconômicas • Macroeconômicas
• Região (infra-estrutura) • Política Monetária
• Concorrentes • Inflação e Risco País
• Estrutura de Mercado • Política Cambial e BOP
• Concorrentes • Política Tributária
• Mao de obra disponível • Política de Renda
• Custos • Política Fiscal
• Formação de preços • Contas Nacionais / PIB
• Comportamento da • Cenário Internacional
demanda
• Comportamento da oferta 27
• PROXIMA AULA: PROBLEMAS FUNDAMENTAIS
DE ECONOMIA

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