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Epifánia Macondzo
Farcélia Manjate
Maria Macanze
Dinércio Mauai
Universidade Save
Chongoene
2024
Jotália Cossa
Epifánia Macondzo
Farcélia Manjate
Maria Macanze
Dinércio Mauai
A docente:
Universidade Save
Chongoene
2024
CAPĺTULO I: Considerações iniciais
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Didáctica de Línguas II, que visa, de forma
geral, uma abordagem sobre as Hipóteses de aprendizagem da L2: Análise constrativa.
Consideramos a nossa abordagem crucial para o curso de língua portuguesa, pois temos noção de
que como professores precisaremos de ter vários métodos, técnicas e estratégias de leccionação,
com vista a cumprir com os propósitos pressupostos em cada abordagem trazida na sala de aula,
por isso, que esse estudo sobre AC trar-nos-a alguns pressupostos que de algum modo
contribuirão para uma reflexão acerca das razões por detras do sucesso ou insucesso na
lecionação e aprendizado da L2. Contudo, com essa abordagem objectivamos Compreender os
pressupostos subjacentes ás Hipóteses de aprendizagem da L2, com enfoque na Análise
contrastiva.
Para a materialização do presente trabalho, recorreu-se à pesquisa bibliográfica que segundo Gil
(2002, p.44) é uma técnica de levantamento ou revisão de obras publicadas sobre a teoria que irá
direccionar o trabalho científico o que necessita de uma dedicação, estudo e análise pelo
pesquisador que irá executar o trabalho científico e tem como objectivo reunir e analisar textos
publicados, para apoiar o trabalho científico.
Relativamente a estruturação do trabalho, tem como primeiro capítulo, a Introdução (que fornece
de forma mais ampla os aspectos que o grupo pretende abordar ao desenvolver esse trabalho) o
segundo capítulo, a parte do Desenvolvimento/Referencial teórico (que contêm as informações
sobre as definições básicas para a compreensão da temática proposta) e por fim, o capítulo III, a
parte da Conclusão e Referências Bibliográficas (que nos permite reflectir acerca dos conteúdos
apresentados no referencial teórico).
Neste capítulo, importa referenciar o entendimento de Severino (2002), que fala sobre o quadro
teórico que constitui categorias e conceitos, formando sistematicamente um conjunto
logicamente coerente, dentro do qual o trabalho do pesquisador se fundamenta e se desenvolve.
(p. 34)
Michail Bakhtin (1990) defendeu a ideia de que a língua possuía um carácter social, que se
realizava através de atos enunciativos em determinada circunstância de interacção verbal.
Na visão de Dubois et al (2014) língua materna é a língua em uso no país de origem do falante e
que o falante adquiriu desde a infância, durante o aprendizado da linguagem. (p.353)
Leffa (1988) postula que temos o estudo de uma segunda língua no caso em que a língua
estudada é usada fora da sala de aula da comunidade em que vive o aluno (exemplo: situação do
aluno moçambicano que foi estudar francês na França).
1.3. Hipóteses de aprendizagem da L2
Análise contrastiva;
Identidade;
Inter-linguagem;
De monitor;
Do filtro.
Segundo Pedro e Tarzan (2021) a análise contrastiva nasceu de uma preocupação didáctica pelos
erros na aprendizagem de uma língua estrangeira.
Madeira (s/d) postula que o modelo contrastivo está associado ao comportamentalismo, uma
teoria do domínio da psicologia que defende que os comportamentos se desenvolvem através de
um processo de aprendizagem, que corresponde a um processo de formação de hábitos. Tal como
acontece com qualquer outro comportamento, também a aprendizagem de uma língua envolve a
formação de hábitos linguísticos. No caso das línguas estrangeiras, considera-se que, a
aprendizagem ocorre por um processo de imitação e prática repetida das estruturas linguísticas.
Uma vez que o principal obstáculo à aprendizagem provém da interferência do conhecimento
prévio, na aprendizagem da L2, a interferência sobretudo da L1.
Para Pedro e Tarzan (2021) este tipo de análise desejava prevenir os erros antes que eles
aparecessem, ou seja, pretendia ser o remédio do ensino de línguas, uma vez que apresentava um
método de trabalho que evitaria os erros.
A comparação do sistema da língua nativa do aluno com o sistema da língua que se está aprender
realiza-se em todos os níveis linguísticos, ou seja, fonológico, gramatical, léxico e
cultural.Partindo de um propósito didáctio, pretende-se prever quais as estruturas que seriam
mais facéis de adquirir pelos alunos e quais as estruturas que seriam mais difícies para levar a
consumação do erro.GARGALLO (1993) cit. em Pedro e Tarzan (2021)
Na escolha do ensino contrastivo, o professor aplica o conhecimento que tem sobre os eventuais
problemas que diagnosticou previamente e deverá ter em conta as dificuldades dos alunos em
relação a nova estrutura.
Há, pois, várias estratégias que poderão ser utilizadas no âmbito do descrito sobre a análise
contrastiva. A tradução, será uma das estratégias que melhor fará com que os alunos tenham
consciência das diferenças e semelhanças entre a língua materna e a língua alvo.
Gargallo (1993) cit.em Almeida (2013) afirma que é dificil, para
um aluno de língua estrangeira, abolir a sua L1 enquanto aprender
uma L2.
Outra estratégia será o recurso a actividades que se inserem dentro do método áudio-oral, já
que este reduz o comportamento do ser humano a um processo mecánico de estímulo e
resposta.Neste sentido durante o processo de ensino e aprendizagem, aos alunos erra-lhes pedido
que repetissem, por meio da emitação estruturas previamente apresentadas, segundo um grau de
hierarquia, do mais fácil ao mais difícil, que depois eram aplicadas em exercícios de pronúncia,
de revisão de conteúdos, de prática oral das estruturas e leitura de textos.
As dificuldades dos aprendentes manifestam-se através dos erros que eles produzem, que
refletem os seus maus hábitos linguísticos. Os elementos que são semelhantes aos da sua
língua materna serão mais simples para ele, e aqueles que são diferentes serão dificeis. É,
pois, possivel prever todos os erros na L2 a apartir da identificação das diferenças entre a
L1 dos aprendentes e a língua alvo.
A aprendizagem produz-se por uma transferência de hábitos da língua 1 à língua
estrangeira;
A transferência é positiva nos casos em que as estruturas das línguas coincidem e é
negativa se existirem diferenças entre os dois sistemas.Ou seja, a transferência é positiva
quando um aluno reproduz algo na língua estrangeira utilizando as estruturas da língua
materna e faz sentido. É negativa quando um aluno usa elementos da língua materna e
não consegue reproduzir o que quer dizer.
Para Lados (1957) cit em Pedro e Tarzan (2021) os resultados de uma análise contrastiva podem
ter uma grande utilidade para o professor de línguas estrangeiras, já que o conhecimento das
diferenças e semelhanças entre a língua do estudante e a língua estrangeira, permite-lhes saber
quais são os problemas reais e poderá oferecer uma maneira melhor de os ensinar.
Na visão de Almeida (2013) foi, durante a década de 70, que a análise contrastiva sofreu algumas
críticas, sobretudo a versão forte e que vieram a tornar-se importantes até para a evolução do
próprio modelo. Em primeiro lugar, pesquisas posteriores vieram dar luz ao facto de, nem todos
os erros não serem provocados por interferência da língua materna. Na verdade, algumas
estruturas da língua estrangeira, objecto de aprendizagem, quando generalizadas, pelo aluno,
seriam as geradoras do erro.
Outra crítica apontada a análise contrastiva, está no facto de nem sempre as previsões feitas
se confirmarem durante o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que estas eram feitas, sem
que se recorresse a testes em situações reias de produções.
No entanto, e apesar das críticas, a análise contrastiva tem a seu favor a centralidade dada ao
aluno no processo de ensino-aprendizagem, o que terá constituido um enorme avanço e
influência nas correntes pedagógicas que se lhe seguiram.
Apesar das críticas a análise contrastiva torna-se claro que o modelo, adaptado aos enfoques
pedagógicos actuais, continua a ser pertinente nos dias que correm, sobretudo em situações em
que a proximadade entre línguas, como é o caso de português e esponhol, é grande e promotora
de fenómenos de tranferência e inteferências.
Segundo Pedro e Tarzan (2021) foi nos anos setenta que a análise contrastiva começou a decair,
e para isso contribuiram três razões:
A transferência não é tão simples quanto pode parecer à primeira vista; pelo contrário.Wode
(1978) fez a seguinte observação:
“Somente se a L1 e a L2 tiverem estruturas com semelhança
crucial é que ocorrerá a interferência, ou seja, uso do
conhecimento prévio da L1”.
Essa observação é importante por ver a transferência como uma estratégia cognitiva, pois os
aprendizes recorrem ao que já conhecem, e por antecipar uma preocupação que ocupou os
pesquisadores da L2 nos últimos tempos, que foi estabelecer precisamente quando a
transferência ocorre.
Segundo MacWhinney (2001) cit.em Zimmer (s/d), o facto de o cérebro ser estruturado de
maneira a promover a transferência de informação neuronial tem consequências cruciais para a
AL2. Tendo adquirido a língua materna na infância, o aprendiz já traz para a aprendizagem da
língua estrangeira um sistema neurolinguístico muito bem organizado. Inicialmente, a AL2 é
altamente influenciada pelas estruturas da L1. Ao construir ligações diretas entre sons e
significados na L2 e ao reestruturar conceitos já existentes na língua materna, o aprendiz vai,
pouco a pouco, aumentando o acesso automático ao léxico e à estrutura gramatical e fonológica
na L2 sem recorrer à L1. Essa reestruturação desfaz a forte associação inicial entre a língua
materna e a estrangeira, embora algum grau de transferência entre as duas línguas esteja sempre
presente, dada a natureza interativa do processamento cognitivo.
Tradução
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8.