Você está na página 1de 10

Índice

1. Introdução.................................................................................................................................2

2. As variações Linguísticas, Bilinguismo, Multilinguismo e Diglossia.....................................3

3. As variação linguísticas............................................................................................................3

3.1. Tipos de variações linguísticas.........................................................................................3

3.1.1. Variedades regionais, geográficas ou diatópicas.......................................................3

3.1.2. Variedades sociais ou diastráticas.............................................................................3

3.1.3. Variedades históricas ou diacrônicas.........................................................................4

3.1.4. Variedades estilísticas ou diafásicas..........................................................................4

4. Bilinguismo..............................................................................................................................4

4.1. Critérios para classificação de bilinguismo na perspectiva de Flory e Souza..................5

5. Multilinguismo.........................................................................................................................7

6. Diglossia...................................................................................................................................7

Conclusão........................................................................................................................................9

Bibliografia....................................................................................................................................10
1. Introdução

O presente trabalho engloba uma multiplicidade de temas: Variações Linguísticas, Bilinguismo,


Multilinguismo, e Diglossia. São temas bastantes importantes de modo a compreender a língua
falada e escrita no mundo tudo, de como varia de país em país, região para região e de diferentes
povos mesmo que esses estejam abitando no mesmo país. De forma minuciosa, procuraremos
neste trabalho todos os conteúdos que falam sobre os temas em causa.

De forma a compreende-se melhor o trabalho há uma necessidade de se definir quais são so


objectivos do mesmo. O presente trabalho tem como objectivo geral compreender os 4 temas em
causa, e tem como objectivos específicos, trazer o conceito ou definição de cada tema em causa,
caracterizar cada tema, indicar a importância da língua e bem como da sua variação para as
sociedades atuais.

Para a elaboração e efetivação do deste tema usou-se dois métodos indispensáveis nas ciências
sociais e humanas, que é a hermenêutica e heurística, onde o primeiro método consiste na
recolha de dados de diferentes bibliografias que abordam sobre os temas em causa e o segundo
método consiste na confrontação e intepretação dessas bibliografias selecionadas que abordam
sobre os temas em causa.

Em relação a estrutura do trabalho, cada tema abordado corresponde a um momento ou fase,


onde na primeira fase ira-se abordar sobre as variações linguísticas onde procurara-se trazer os
aspectos mais importantes, na segunda fase ira-se abordar sobre o bilinguismo que também ira-se
trazer os aspectos importantes do tema, a terceira fase fala-se do multilinguismo e a quarta fase
ira-se abordar sobre a diglossia.
2. As variações Linguísticas, Bilinguismo, Multilinguismo e Diglossia

3. As variação linguísticas

São as variações que uma língua apresenta em razão das condições sociais, culturais e regionais
nas quais é utilizada, isto é, variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela
diversificação dos sistemas de uma língua em relação às possibilidades de mudança de seus
elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a
característica de serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade,
a classe social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação.

Todas as línguas do mundo são sempre continuações históricas gerações


sucessivas de indivíduos legam a seus descendentes o domínio de uma língua
particular. As mudanças temporais são parte da história das línguas. No plano
sincrônico, as variações observadas na língua são relacionáveis a fatores
diversos: dentro de uma mesma comunidade de fala, pessoas de diferentes
origens, idades e sexos falam distintamente. ( BASSANI, 2015.p12)

As variações linguísticas diferenciam-se em quatros grupos: sociais (diastráticas), regionais


(diatópicas), históricas (diacrônicas) e estilísticas (diafásicas).

3.1. Tipos de variações linguísticas

3.1.1. Variedades regionais, geográficas ou diatópicas

São as variedades linguísticas que sofrem forte influência do espaço geográfico ocupado pelo
falante. Relaciona-se a diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre
falantes de origens geográficas distintas, ou seja, são as responsáveis pelos chamados
regionalismos, provenientes de dialetos ou falares locais Essas variantes são percebidas por dois
fatores:
 Sotaque: fenômeno fonético (fonológico) em que pessoas de uma determinada região
pronunciam certas palavras ou fonemas de forma particular.
 Regionalismo: fenômeno ligado ao léxico (vocabulário) que consiste na existência de
palavras ou expressões típicas de determinada região.
3.1.2. Variedades sociais ou diastráticas

Relaciona-se a um conjunto de fatores que têm a ver com a identidade dos falantes e também
com a organização sociocultural da comunidade de fala São as variedades típicas de grandes
centros urbanos, já que as pessoas dividem-se em grupos em razão de interesses comuns, como
profissão, classe social, nível de escolaridade, esporte, tribos urbanas, idade, gênero, sexualidade,
religião. Há dois fatores que contribuem para a identificação das variedades sociais:

 Gírias: palavras ou expressões informais, efêmeras e normalmente ligadas ao público


jovem.
 Termo técnico: palavras ou expressões típicas de determinados ambientes profissionais

3.1.3. Variedades históricas ou diacrônicas

São as variedades linguísticas comumente usadas no passado, mas que caíram em desuso. São
percebidas por meio dos arcaísmos – palavras ou expressões que caíram em desuso no decorrer
do tempo. Essas variedades são normalmente encontradas em textos literários, músicas ou
documentos antigos. ( BASSANI, 2015.p 4)
3.1.4. Variedades estilísticas ou diafásicas

São as variedades linguísticas que surgem da adequação que o falante faz de seu nível de
linguagem ao estilo exigido pelo texto ou pela situação comunicativa ou seja, definida pela
adequação que o falante faz de seu nível de linguagem à situação comunicativa e ao estilo do
gênero textual. Portanto, caberá ao falante ou redator dominar as diferentes variantes a fim de
adequá-las à situação comunicativa

4. Bilinguismo

Segundo Câmara Júnior (1974, p. 94), bilinguismo é a capacidade de um indivíduo de usar duas
línguas distintas, como se ambas fossem a sua língua materna, optando por uma ou por outra,
conforme a situação social em que no momento se ache. Esta definição não se diferencia muito
da de Hamers e Blanc (1989, p. 6), segundo a qual o bilinguismo é o controle de duas línguas
equivalente ao controle de que o falante nativo dessas línguas é capaz. Para estes autores, o
sujeito bilíngue é aquele que funciona em duas línguas em todos os domínios, sem apresentar
interferência de uma língua na outra.

No entanto, esta definição de bilinguismo é contestada por Cavalcanti (2007, p. 72), que
problematiza a questão de definir “quem é o falante nativo que é tomado como modelo e qual é o
seu controle linguístico”. Ela afirma que, no conjunto dos falantes nativos de uma dada língua,
sempre se encontra uma variedade imensa de comportamentos linguísticos, a depender da
procedência, da faixa etária, do gênero, da ocupação, do nível de escolarização. Entende-se daí
que o falante nativo e sua competência sejam uma abstração. Para alguns autores, há a noção de
que o sujeito bilíngue seria a somatória perfeita de dois monolíngues igualmente perfeitos

4.1. Critérios para classificação de bilinguismo na perspectiva de Flory e Souza

a) Proeficiência nas línguas em questão

Esse critério diz respeito à capacidade do indivíduo no uso das duas línguas em questão. A partir
desse critério, é possível chegar a dois tipos de falantes bilíngues, os balanceados e os
dominantes:
 Falante bilíngue balanceado: tem competência similar no uso das duas línguas;
 Falante bilíngue dominante: tem melhor competência em uma das duas línguas
b) Idade de aquisição da segunda língua
O termo aquisição de linguagem pela criança ou pelo adulto pode se referir amplamente à
aquisição da língua materna, de uma segunda língua e da língua escrita (Scarpa, 2012, p.243-4).
A depender da idade em que adquirem a segunda língua, os falantes bilíngues podem ser
classificados em precoces (subdivididos em tipos de bilinguismo simultâneo ou sequencial) e
tardios:
 Falante bilíngue precoce: adquire a segunda língua durante a infância, sendo que a
situação de aquisição pode ser de:
 Bilinguismo Simultâneo: a aquisição das duas línguas se dá ao mesmo tempo;
 Bilinguismo Sequencial: a aquisição da segunda língua se inicia após a aquisição da
primeira estar completa.
 Falante bilíngue tardio: adquire a segunda língua durante a adolescência ou idade adulta.
c) Organização dos códigos linguísticos
O terceiro critério se refere ao modo como os falantes bilíngues organizam seus códigos lin-
guísticos. Isso, por sua vez, se relaciona à organização cognitiva.

d) Status da língua em questão


Este critério organiza o bilinguismo de acordo com o status social e político das línguas dentro
da sociedade em que são faladas. São propostos dois tipos: o Bilinguismo de Elite e o Bilin-
guismo Popular.

 Bilinguismo de Elite: o indivíduo fala a língua dominante dentro daquela sociedade e


também fala uma língua que lhe confere prestígio neste mesmo grupo;
 Bilinguismo Popular: esse tipo de bilinguismo ocorre em grupos linguísticos
minoritários. A língua falada não tem status elevado na sociedade em que seus falantes
estão inseridos.
e) Manutenção da Língua Materna

Este critério diz respeito à manutenção (ou não) da língua materna no processo de aquisição de
segunda língua. Com relação a esse critério, o bilinguismo pode ser de dois tipos: bilinguismo
aditivo e bilinguismo subtrativo.

 Bilinguismo Aditivo: o indivíduo adquire a segunda língua sem prejuízo da primeira.


Nesses casos, em geral, as duas línguas são valorizadas na sociedade em que está
inserido;
 Bilinguismo Subtrativo: o indivíduo adquire a segunda língua às custas da perda da
língua materna. Nesses casos, em geral, a língua materna não é valorizada na sociedade
em que o falante está inserido.
f) Identidade cultural do indivíduo bilíngue
O sexto e último critério de bilinguismo diz respeito ao tipo de identificação do indivíduo com os
grupos culturais que falam as suas línguas e se este indivíduo quer ou não ser reconhecido como
membro desses grupos. A partir daí, são derivados quatro tipos de bilinguismo:

 Bilinguismo bicultural: o falante se identifica positivamente com os dois grupos de


falantes e é reconhecido como membro de ambos;
 Bilinguismo Monocultural: o falante tem competência bilíngue, mas somente se
identifica culturalmente com o grupo de sua língua materna;
 Bilinguismo Aculturado: o falante renúncia ou é obrigado a renunciar da identidade
cultural do grupo de sua língua materna e adota a identidade cultural do grupo falante da
segunda língua;
 Bilinguismo Deculturado: o falante renúncia da identidade cultural própria, mas não
passa a adotar a identidade cultural do grupo falante da segunda língua

5. Multilinguismo

Ao consultar vários dicionários de linguística, é possível reparar como o conceito de


multilinguismo está estritamente ligado ao de bilinguismo o conceito de bilinguismo e o de
multilinguismo são definidos, por um lado, como a capacidade de um indivíduo em saber usar
duas ou mais línguas e, por outro lado, como o uso de duas ou mais línguas no seio das
sociedades. O multilinguismo, portanto, pode realizar-se quer ao nível individual quer ao nível
social.

Pode-se definir o multilinguíssimo em duas vertentes, como coexistência de sistemas linguísticos


diferentes (língua, dialeto, etc.) numa comunidade e como a utilização simultânea de várias
línguas por uma pessoa ou por um grupo, com idêntica fluência ou com proeminência de uma
delas. O termo é frequentemente usado como sinônimo de plurilinguismo, que se refere mais
especificamente à capacidade dos habitantes dessa área geográfica de se expressar em diferentes
idiomas.

De acordo com Franceschini citado por Caruso (2019: 17-18),

O facto de o multilinguíssimo poder realizar-se ao nível individual e ao


nível social é demonstrado, por exemplo, pelo facto de que se pensarmos
numa pessoa como um “ser social” torna-se óbvio que esta pessoa terá
contactos com outras pessoas no seio de uma sociedade e, provavelmente,
com outras línguas também. Aliás, o contacto entre as pessoas não é
apenas “socialmente natural”, mas é inevitável para a aquisição de
competências linguísticas por parte de um indivíduo. E é exatamente a
partir destas premissas que o multilinguismo pode ser considerado como
um fenómeno que contém uma dupla natureza: individual e social.
O multilinguismo está se tornando um fenômeno social regido pelas necessidades da
globalização e da abertura cultural. Graças à facilidade de acesso à informação causada pela
Internet, a exposição das pessoas a múltiplas línguas está ficando cada vezes mais frequente e
provocando, portanto, a necessidade de aprender diferentes línguas. O ensino de línguas poderá
ser visto como um exemplo de multilinguismo.

6. Diglossia

Em linguística, diglossia é definida como uma situação social em que uma comunidade usa duas
variedades de uma língua (diglossia em sentido estrito) ou duas línguas diferentes (diglossia em
sentido amplo) em diferentes situações e com diferentes funções sociais. Quando três ou mais
variedades ou línguas intervêm, fala-se de poliglossia
Diglossia foi apresentada pelo linguista americano Ferguson em seu artigo “Diglossia” . Ele
definiu este termo como "o uso de duas variedades diferentes da mesma língua pelo mesmo
falante em contextos separados socialmente determinados". O autor também define diglossia
como "uma situação de linguagem relativamente estável em que, além dos dialetos primários da
língua (que podem incluir um padrão ou padrões regionais), há uma linguagem muito divergente,
altamente codificada (muitas vezes gramaticalmente mais complexa) variedade sobreposta
Diferentemente de Ferguson (1959), Calvet expande o conceito e afirma que a diglossia acontece
também entre línguas diferentes e através de fatores sociais. Assim, o autor afirma que a língua e
a sociedade são sistemas estruturados e não itens separados. As variedades linguísticas não são
livres, mas correlacionadas a diferenças sociais e, à vista disso, as dominações linguísticas
refletem as dominações sociais.
Dessa maneira, o termo diglossia, para Calvet, não pode ser desvinculado das relações sociais. A
diferença do uso das línguas ocorre, por estas carregarem em si status sociais, políticos, de
pertencimento ou não a um certo grupo. Línguas com mais prestígio são usadas em
circunstâncias mais formais, enquanto outras, de menor prestígio social, ficam restritas a
ambientes informais. Línguas são ligadas a relações de força, poder e negociação e a Diglossia é
um conflito entre o uso de duas ou mais línguas.
Conclusão
A variação linguística, segundo alguns teóricos, acontece em todos os níveis de elaboração da
linguagem, e ocorre em função do emissor e do receptor, sempre levando em conta a região em
que se encontra (emissor ou receptor), faixa-etária, classe social e profissão, sendo eles
responsáveis por essa variação.
Ao nível social as várias línguas podem não ter o mesmo estatuto dentro da sociedade, existindo
muitas vezes diferenças de uso das línguas. Estas diferenças refletem-se não só nos diferentes
âmbitos de utilização, mas também num diferente estatuto social das línguas em questão.
Diglossia é a situação que ocorre quando duas línguas com diferente status sociais coexistem no
mesmo território, de forma que uma delas se configura como uma língua de prestígio sobre a
outra, que é relegada a uma posição subordinada. Esta situação é sustentada pelas várias áreas
em que se pode fazer uso de uma e de outra. Assim, a língua dominante é geralmente aquela que
é oficialmente ou não oficialmente usada na administração, educação, justiça, mídia, etc.,
enquanto a variedade desfavorecida é relegada a ambientes familiares e informais.
Bibliografia

BASSANI, Indaiá de Santana. Fundamentos Linguísticos: Bilinguismo e Multilinguismo. São


Paulo, 2015
CARUSO, Elis. A competência Multilingue no Ensino Superior. Lisboa.2019
CAVALCANTI, Ferreira. Língua Portuguesa: Variações Linguísticas. Rio Grande do Norte,
2007
SCARPA, Ester Mirian. Aquisição da Linguagem. In: Mussalin, F; Bentes, C (orgs). Introdução
à Linguística: domínios e fronteiras. Vol.2. São Paulo: Cortez, 2012

Você também pode gostar