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Região Académica I

◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Escola Superior Pedagógica do Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Letras Modernas

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Segundo Piajet e Bruner

Grupo nº 01

Docente: António Van-Dúnem Pinto

BENGO, 2023
Região Académica I
◊ Luanda ◊ Bengo ◊
Escola Superior Pedagógica do Bengo
Departamento de Ensino, Investigação e Extensão de Letras Modernas

Estágios do Desenvolvimento Cognitivo Segundo Piajet e Bruner

Trabalho apresentado ao Professor como


requisito parcial de avaliação para cadeira de
Psicologia do Desenvolvimento.

Autores:
 Engracia Vila Bombo
 Feliana Luís Landa
 Fineza Caginga Manuana
 Francelina Manuel Pedro
 Josefina Raimundo Cassinda
 Maurício Tomás Bunga
 Suzana Mário Escórcio
 Vidal Francisco Marques António
Curso: Língua Portuguesa
Ano Académico: 1º
Período: Pós-laboral

BENGO, 2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO ........................................................................ 4

Concepções De Desenvolvimento ................................................................................ 4

Inatismo .................................................................................................................... 4

Empirismo ou ambientalismo ................................................................................... 5

Interacionismo .......................................................................................................... 5

Continuidade Versus Descontinuidade No Processo Evolutivo ................................... 5

A Epistemologia Genética De Jean Piaget ................................................................... 6

Período sensório-motor ............................................................................................ 7

Período pré-operatório .............................................................................................. 8

Período operatório concreto...................................................................................... 8

Período operatório formal......................................................................................... 9

A Teoria De Piaget Na Sala De Aula ........................................................................... 9

Teoria De Aprendizagem de Bruner ........................................................................... 11

Estágio Enativo (0-1 ano) ....................................................................................... 12

Estágio Icônico (1-6 anos) ...................................................................................... 13

Estágio Simbólico (7 anos em diante) .................................................................... 13

A Teoria da Aprendizagem de Bruner no Ensino de Ciências Naturais .................... 13

Semelhanças e Desigualdades nas Teorias de Bruner e Piaget .................................. 15

Semelhanças ........................................................................................................... 16

Desigualdades ......................................................................................................... 17

CONCLUSÃO............................................................................................................... 18

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 19


INTRODUÇÃO

Abordar o desenvolvimento humano é explorar terreno vasto, cuja natureza


central é a de descoberta, mudança, avanços, novas aquisições e crescimento. Da
concepção à morte, a cada instante e de forma singular, vivemos esse processo. Por
conseguinte, diz respeito a nossa vida cotidiana com questões que vão desde a aquisição
da fala ou do andar, passando pelo processo de aprendizagem escolar e pelas
inquietações da adolescência, até as transformações biopsicossociais que a vida adulta e
a velhice trazem consigo.

O estudo do desenvolvimento situa o ser humano em permanente mudança e


movimento. O seu conceito enfoca as discussões em torno do seu caráter normal ou
patológico e contínuo ou descontínuo. Neste sentido, vamos constatar que há muitas
visões e abordagens no campo da ciência psicológica, que nos permitem refletir sobre a
evolução do indivíduo nos seus diferentes aspectos e ao longo de diversas etapas ou
fases.

O presente trabalho tem como objetivo central fazer uma introdução ao estudo
do desenvolvimento, situando o ser humano em permanente mudança e movimento, sob
o olhar de duas importantes abordagens feitas por, Jean Piaget e Jerome Bruner, que
ousaram investigar em profundidade como acontece o nosso desenvolvimento ao longo
da vida e quais características vamos apresentando à medida em que avançamos em
nosso ciclo vital. Por fim, elegemos algumas destas teorias para subsidiar uma reflexão
sobre os fatores que intervêm nesse processo.

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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

Ao estudarmos o desenvolvimento humano estamos lidando com mudanças


universais, como no caso das transformações físicas e hormonais que marcam a
puberdade. Por outro lado, como o ser humano é singular, as diferenças individuais
também precisam ser consideradas. Afinal, nenhum indivíduo, mesmo irmão gêmeo, é
igual ao outro. Cada adolescente vai viver as suas mudanças corporais de uma forma
particular, vai viver as suas mudanças corporais de uma forma particular, atribuindo-
lhes um significado específico, de acordo com suas experiências. Não faz sentido, então,
falarmos de um desenvolvimento linear e universal, pois há também a diversidade
cultural, social, política e econômica que constitui os contextos nos quais se
desenvolvem os seres humanos.

O desenvolvimento nos remete a múltiplos termos como: continuidade,


crescimento, mudança, etapas, interações, conhecimento, ação, dentre outros. Diversas
são as formas de entendê-lo, gerando distintas concepções sobre os fatores
preponderantes nesse processo. Um clássico exemplo é a dicotomia hereditariedade
versus ambiente, cuja polêmica estimula discussões até os dias de hoje.

Cognição refere-se aos processos mentais pelos quais adquirimos conhecimento.


Podem ocorrer por percepção, memória, linguagem, pensamento e etc. O cérebro, ao
perceber os estímulos do meio ambiente, capta as informações, que após serem
interpretadas produzem uma resposta. A percepção do meio externo se dá pelos cinco
sentidos e a cognição é a forma como o cérebro recebe, interpreta e grava as
informações. A cognição, no entanto, não é apenas o acúmulo dos conhecimentos, pois
a cada novo processo mental realizado, a maneira como o indivíduo se relaciona com o
mundo muda.

Concepções De Desenvolvimento

Inatismo: parte do pressuposto de que os eventos ocorridos após o nascimento


não são relevantes para o desenvolvimento. Este seria influenciado apenas pelas
qualidades e capacidades básicas do ser humano, praticamente prontas, desde o
nascimento. Ainda presente nas escolas nos dias atuais, essa concepção se expressa
muitas vezes na fala de educadores, ao verem alguns alunos como incapazes de
aprender, por serem filhos de analfabetos ou de pessoas marginalizadas. Neste sentido,

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acreditam que essas crianças não têm como mudar, pois suas dificuldades foram
herdadas geneticamente.

Empirismo ou ambientalismo: atribui grande poder ao ambiente como fator


interveniente no desenvolvimento humano. O Homem é visto ao nascer como uma folha
em branco a ser escrita pelo ambiente, ou seja, como um ser flexível, que desenvolve
suas características apenas em função das condições presentes no meio no qual se
encontra. Essa visão do ser humano como passivo e moldado pelo ambiente tem como
conseqüência uma definição mecanicista do desenvolvimento e de aprendizagem. Ainda
presente no cenário educacional, está marcada por um ensino tecnicista, no qual o
professor é aquele que detém o conhecimento e o aluno deve apenas recebê-lo.

Interacionismo: Essa perspectiva considera que são múltiplos os fatores


constituintes do desenvolvimento humano, ou seja, entende o sujeito como ser ativo e
interativo no mundo, com diversas influências em sua trajetória. Por conseguinte, é ser
que constroi e é construído na permanente interação dos aspectos biológicos com o
meio no qual está inserido.

Continuidade Versus Descontinuidade No Processo Evolutivo

A maioria dos teóricos do desenvolvimento está de acordo, quanto à


continuidade de muitas mudanças que ocorrem ao longo da vida de modo gradual e
tendendo a um aperfeiçoamento. Por exemplo, no aspecto motor, a criança começa a
sentar, depois se arrasta ou engatinha, melhorando continuamente seus movimentos.
Contudo, quando se trata de definir-se também no desenvolvimento, há mudanças
descontínuas, nem todos têm o mesmo ponto de vista.

Essa descontinuidade no desenvolvimento tem sido chamada de fases ou


estágios, indicando que haveria diferenças qualitativas importantes em determinados
períodos do desenvolvimento humano, seja no aspecto físico, afetivo, cognitivo ou
social. Por exemplo, o pensamento na criança dos 7 aos 10 anos, vai mudar
significativamente na adolescência.

Assim, quando muda de fase, o ser humano passa a pensar, sentir, comportar-se
de modo distinto da fase anterior e com novas aquisições. Para cada fase do
desenvolvimento, os teóricos situaram determinadas faixas-etárias. Contudo, isto não é
rígido, imutável. As pessoas, como seres singulares que são, em contextos diversos,

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podem passar pelas mesmas fases em idades diversas. Outra característica importante é
que estágios/fases têm uma sequência fixa, não sendo possível, por exemplo, passar da
fase “A” para a fase “C”, sem ter passado pela “B”. Assim, como já explicitado, as
crianças podem até passar pelos estágios em idades diferentes, mas o farão sempre na
mesma ordem.

A Epistemologia Genética De Jean Piaget

Jean Piaget, biólogo e epistemólogo suíço, nasceu em 1896 e morreu em 1980.


O objetivo central de sua obra foi investigar como o ser humano constroi o
conhecimento, isto é, como o sujeito passa de um estado de menos conhecimento para
um estado de maior conhecimento. Por isso, sua teoria é denominada epistemologia
genética, quer dizer, estudo da gênese do conhecimento.

Por conseguinte, preocupou-se em explicar como, ao longo da vida, o homem


vai construindo suas estruturas de pensamento, partindo de níveis de pequena
complexidade, típicos de um bebê, para níveis tão complexos como a capacidade de
pensar abstratamente, inclusive, produzindo grandes avanços científicos.

O foco de suas investigações passa a ser, então, a compreensão da relação entre


aquele que conhece e os objetos do conhecimento. Por exemplo, entre o bebê que está
descobrindo o mundo e as pessoas e objetos com os quais interage; entre o adolescente e
os múltiplos desafios que lhe são postos pelo avanço de suas estruturas de pensamento e
pela ampliação das relações sociais/afetivas nesta etapa da vida.

Apoiado na Psicologia, Piaget escolheu o método clínico, caracterizado pela


proposição de situações problemas aos sujeitos pesquisados. Desta forma, ele estudou a
evolução do pensamento e da moralidade, observando o modo como crianças e
adolescentes, em diferentes idades, solucionavam diversos testes, experimentos e
exercícios. Constatou, então, que a criança e o adulto embora possuam níveis diferentes
na capacidade de conhecer3, utilizam os mesmos mecanismos cognitivos.

Assim, quando necessitamos conhecer algo, seja uma informação, uma ideia,
uma troca afetiva, uma forma de executar uma tarefa, uma solução de um problema
matemático ou pessoal etc, manifestamos um desequilíbrio no nosso organismo. Então,
mobilizamos em nossa mente mecanismos que vão nos permitir restabelecer o
equilíbrio, ou seja, agir para atender aquela necessidade, para buscar conhecer o que

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queremos. Nesse processo de permanente reajustamento, o sujeito aciona os
mecanismos de: assimilação e acomodação.

Na assimilação, o sujeito entra em contato com a realidade externa, trazendo


para as estruturas mentais que já possui, os dados/informações sobre aquilo que está
desejando conhecer. Em seguida entra em ação o mecanismo de acomodação. Agora, a
criança precisará modificar suas estruturas de pensamento, buscar informações que já
possui, duvidar, comparar, analisar a fim de acomodar o novo conhecimento e, por
conseguinte, alcançar um equilíbrio nesse aspecto.

Ao equilíbrio destas assimilações e acomodações Piaget denominou adaptação,


pois o desenvolvimento mental se dará no sentido de promover uma adaptação mais
precisa à realidade. Estas estruturas se constroem através de diferentes estágios do
desenvolvimento cognitivo. Cada estágio é caracterizado por estruturas originais que o
distingue dos anteriores. A essência dessas estruturas vai se mantendo nos estágios
seguintes. Entender as características centrais presentes em cada um desses estágios nos
permite compreender melhor a dinâmica do desenvolvimento postulado por Piaget.

Período sensório-motor

Para Piaget, o primeiro estágio do desenvolvimento cognitivo vai


aproximadamente de zero a dois anos de idade, sendo denominado de período sensório-
motor. Marcado por extraordinário desenvolvimento mental, é fundamental para a
evolução psíquica do sujeito, porque representa através da percepção e dos movimentos,
a conquista pela criança de todo o universo prático no qual ela está inserida.

No início desse período, a vida mental se reduz ao exercício dos aparelhos


reflexos de caráter hereditário como a sucção. Esses reflexos vão melhorando com o
exercício e dão lugar a uma generalização da atividade. Por exemplo, o bebê suga
melhor no 8º dia do que no 1º e aos poucos suga também seu dedo ou qualquer objeto
que lhe é apresentado.

Aqui, o bebê incorpora novos objetivos a seus esquemas de ação, entregando-se


a variadas experiências de exploração do meio. Há uma diferenciação progressiva entre
o eu da criança e o mundo exterior. Isso permite a noção de permanência do objeto,
oposição interno-externo, graças à construção de categorias de espaço, causalidade e

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tempo. No campo afetivo, também a criança faz escolhas mais objetivas, em função de
suas experiências no meio.

Período pré-operatório

Aproximadamente aos 2 anos, a criança evoluiu para um estado de maior


atividade e participação. A aquisição da linguagem vai gerar mudanças significativas no
campo afetivo e do pensamento. Com a fala, a criança torna-se capaz de exteriorizar a
vida interior, na medida em que já conta coisas que aconteceram, bem como é capaz de
falar sobre eventos futuros. Embora se iniciem as trocas entre as crianças, elas estão
mais centradas em seus pontos de vista. Predomina, então, uma linguagem egocêntrica.

Nesse período, tem início o jogo simbólico, de imaginação e imitação muito


comuns nas brincadeiras infantis de faz de conta. Outra forma de expressão é o
pensamento intuitivo. A criança está mais adaptada à realidade. Contudo, ela ainda
pensa de modo pré-lógico, isto é, se mantém presa ao sentido utilitário dos objetos e ao
campo perceptivo concreto. Portanto, sua aprendizagem está ainda muito baseada em
suas vivências, nas coisas que conhece e pode considerar como sendo reais.

No final desse período, ocorre uma diminuição considerável do egocentrismo. O


jogo simbólico vai se transformando em jogo de regras e a socialização vai se
estruturando em torno da cooperação.

Período operatório concreto

O período dos 7 aos 11/12 anos dá início à construção lógica, ou seja, a


capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de
vista diferentes. No plano afetivo, é capaz de cooperar e trabalhar em grupo. No plano
cognitivo, surge uma nova capacidade; as operações reversíveis. O pensamento lógico é
a possibilidade de um conhecimento mais compatível em termos de lógica convencional
com o mundo real. No início do período, surge a noção de conservação do objeto, por
volta dos 9 anos de peso e, no final, de volume.

O pensamento, embora evoluindo, ainda obedece a uma lógica da realidade


concreta. Mesmo a reflexão que se inicia acontece a partir de situações presentes ou
passadas vivenciadas pela criança.

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Período operatório formal

No período seguinte, que já caracteriza o início da adolescência, ocorre a


passagem para o pensamento formal, possibilitando ao sujeito o exercício da reflexão, a
capacidade de abstrair e de gerar hipóteses. As operações lógicas começam a ser
transpostas do plano da manipulação concreta para o das ideias, que são expressas
também pela linguagem. Contudo, para expressar suas ideias o adolescente não
precisará necessariamente da experiência, das percepções ou das crenças.

Para Piaget, se comparado à criança, o adolescente é um sujeito capaz de


construir teorias sobre o mundo e sobre o que ele gostaria de modificar na sociedade.
Isto se torna viável em função da capacidade do adolescente de generalizar, de
hipotetizar, de abstrair, de refletir espontaneamente cada vez mais independente do real.

O pensamento formal é hipotético-dedutivo, que amplia seu poder e liberdade,


caracterizando uma das conquistas da adolescência: a reflexão espontânea. Assim, pode
raciocinar sobre vários aspectos ao mesmo tempo. Deste modo, é possível resolver
complicadas equações matemáticas com variáveis e números, discutir temas filosóficos
mais complexos, desenvolver análises sobre temas baseados em situações hipotéticas,
realizar experimentos que exigem a relação entre diferentes variáveis e situações etc.

A Teoria De Piaget Na Sala De Aula

A teoria piagetiana é utilizada não por muitos professores, embora muitos digam
que a utilizem, mas somente por aqueles que possibilitam ao aprendiz a construção do
conhecimento e que consideram a maturação neurofisiológica como condição do
desenvolvimento, é que realmente fazem uso dos trabalhos de Jean Piaget.

Embora essa teoria tenha recebido críticas, não há duvidas de sua importância
como teoria que sustenta um trabalho pedagógico. Para Lefrançois (2008), a teoria de
Piaget tem como essência sua ênfase na gênese do desenvolvimento do conhecimento o
que chamou de epistemologia genética. Entretanto, também é uma teoria da
aprendizagem, pois só há aprendizagem se houver desenvolvimento, ou seja, o sujeito
desenvolve-se e com isso aprende sobre o mundo e sobre si mesmo. “Maturação,
experiência ativa, equilibração e interação social são as forças que moldam a
aprendizagem” (PIAGET apud LEFRANÇOIS, 2008, p.260).

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Desse modo, em sala aula é necessário respeitar o momento do sujeito, o instante
em que o estudante está pronto para aprender determinado conteúdo, possibilitando a
ele experiências que possa agir ativamente no processo, conseguindo um equilíbrio
entre o que já conhece e aquilo que é novo e que precisa conhecer por meio da interação
com outros sujeitos. São esses aspectos que o professor precisa considerar para a
efetivação da aprendizagem e construção de conhecimentos de seus estudantes.

Por meio da teoria piagetiana, o professor pode saber quando ensinar


determinado conteúdo e de que forma deve ser ensinado, pois pelos estágios estudados
por Piaget, é possível visualizar o desenvolvimento dos sujeitos e o que lhe é possível
aprender em determinado estágio. Isto significa dizer, que o professor sabe quando e
como ensinar ao seu estudante e que desenvolvimento pode-se esperar dele, dependendo
do estágio pelo qual está passando. Em suma, é importante respeitar o desenvolvimento
do estudante e a forma como este aprende.

É importante também conhecer como o sujeito organiza em sua estrutura


cognitiva as informações recebidas do meio. Somos seres diferentes e por isso
percebemos o ambiente de formas diferentes e damos a ele significados de acordo como
o percebemos. Isto significa dizer que cada sujeito constrói o conhecimento de acordo
como percebe e organiza as informações em sua estrutura cognitiva, isto é, construímos
conhecimento que nos permite adaptamo-nos ao meio em que estamos inseridos para
resolver os problemas desse meio. Cabe então ao professor possibilitar ao sujeito as
oportunidades necessárias para essa construção.

Demo (2004) lembra que o estudante deve ter a oportunidade de testar hipóteses
de trabalho pesquisadas e estudadas antes teoricamente, deve perceber até que ponto as
visões teóricas batem com a realidade, aprender a coletar dados, a organizá-los e a
construírem análises inteligentes sobre o que foi investigado e pesquisado. Isso na visão
de Piaget é construir conhecimentos a partir da ação do sujeito, pois o conhecimento
não é algo estável e acabado, mas sim algo que está em constante construção e
reconstrução e o aprendiz precisa fazer parte desse processo, ao invés de somente repetir
o que já foi feito.

Palmer (2010) ao abordar a teoria de Piaget em sala de aula, afirma que para o
teórico a aprendizagem na sala de aula ocorre de múltiplas formas inclusive estudando
em grupo e aprendendo sozinho. Recomendava o estudo em grupo como padrão de

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ensino. No entanto, aprender sozinho também é necessário, o que significa dizer que a
aprendizagem não é solitária, mas autônoma. Não uma autonomia de se fazer o que
quer, mas onde os aprendizes deveriam querer fazer o que estão fazendo. Assim, a
autonomia requer a individualização do conhecimento, o que pode ocorrer no grupo de
estudo.

Desse modo, podemos entender que a teoria piagetiana tem muito a contribuir no
trabalho do professor em sala de aula. Primeiro no sentido de mostrar quem é esse
sujeito que aprende e como se desenvolve. Segundo, em oferecer ao professor
estratégias que possam permitir ao sujeito uma ação autônoma, embora mediada pelo
professor, na construção de seus conhecimentos, ou seja, o professor percebe que o
estudante é capaz de construir e aprender mesmo estando no primeiro estágio de seu
desenvolvimento, onde a inteligência ainda é primitiva e prática.

Teoria De Aprendizagem de Bruner

O psicólogo e pedagogo estadunidense Jerome Bruner desenvolveu, na década


de 60, uma teoria de aprendizagem de índole construtivista, conhecida como
aprendizagem por descoberta. A característica principal desta teoria é o fato de
promover que um aluno adquira os conhecimentos por ele mesmo. Bruner considera que
os estudantes devem aprender através de uma descoberta guiada que tem lugar durante
uma exploração motivada pela curiosidade.

Logo, o trabalho do professor não é explicar conteúdos terminados com


princípio e final claros, mas sim proporcionar o material adequado para estimular os
seus alunos através de estratégias de observação, comparação e análises de semelhanças
e diferenças.

A teoria da instrução de Jerome Bruner, um autêntico representante da


abordagem cognitiva, traz contribuições significativas ao processo ensino-
aprendizagem, principalmente à aprendizagem desenvolvida nas escolas. Sendo uma
teoria cognitiva, apresenta a preocupação com os processos centrais do pensamento,
como organização do conhecimento, processamento de informação, raciocínio e tomada
de decisão. Considera a aprendizagem como um processo interno, mediado
cognitivamente, mais do que como um produto direto do ambiente, de fatores externos

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ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do método de aprendizagem por
descoberta (insight).

A teoria de Bruner apresenta muitos pontos semelhantes às teorias de Gestalt e


de Piaget. Bruner considera a existência de estágios durante o desenvolvimento
cognitivo e propõe explicações similares às de Piaget, quanto ao processo de
aprendizagem. Atribui importância ao modo como o material a ser aprendido é disposto,
assim como Gestalt, valorizando o conceito de estrutura e arranjos de idéias medida.
Uma análise detalhada similar das funções intelectuais é fornecida por teorias de
inteligência, como Guilford, Gardner e Sternberg.

Bruner estava preocupado com a forma como o conhecimento é representado e


organizado através de diferentes modos de pensar. Em sua pesquisa sobre o
desenvolvimento cognitivo das crianças, Jerome Bruner propôs três modos de
representação:

 Representação ativa (baseada em ação)


 Representação icônica (baseada em imagem)
 Representação simbólica (baseada em linguagem)

A teoria construtivista de Bruner sugere que é eficaz, quando confrontado com


um novo material, seguir uma progressão de enativa para representação icônica e
simbólica; isso vale até mesmo para alunos adultos. O trabalho de Bruner também
sugere que um aluno, mesmo em uma idade muito jovem, é capaz de aprender qualquer
material, desde que a instrução seja organizada de forma adequada, em nítido contraste
com as crenças de Piaget e outros teóricos do estágio. Os modos de representação são a
maneira pela qual a informação ou o conhecimento são armazenados e codificados na
memória.

Estágio Enativo (0-1 ano)

O primeiro tipo de memória. Este modo é usado no primeiro ano de vida. O


pensamento é baseado inteiramente em ações físicas, e os bebês aprendem fazendo, e
não por representação interna. Envolve codificar informações baseadas em ações físicas
e armazená-las em nossa memória. Por exemplo, na forma de movimento como uma
memória muscular, um bebê pode se lembrar da ação de sacudir um chocalho.

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Este modo continua mais tarde em muitas atividades físicas, como aprender a
andar de bicicleta. Muitos adultos podem realizar uma variedade de tarefas motoras
(digitar, costurar uma camisa, operar um cortador de grama) que achariam difícil de
descrever em forma icônica (imagem) ou simbólica (palavra).

Estágio Icônico (1-6 anos)

As informações são armazenadas como imagens sensoriais (ícones), geralmente


visuais, como imagens na mente. Para alguns, isso é consciente; outros dizem que não a
experimentam. Isso pode explicar por que, quando estamos aprendendo um novo
assunto, muitas vezes é útil ter diagramas ou ilustrações para acompanhar a informação
verbal.

O pensamento também se baseia no uso de outras imagens mentais (ícones),


como a audição, o olfato ou o tato.

Estágio Simbólico (7 anos em diante)

Isso se desenvolve por último. É aqui que as informações são armazenadas na


forma de um código ou símbolo, como o idioma. Essa modalidade é adquirida por volta
dos seis a sete anos de idade. No estágio simbólico, o conhecimento é armazenado
principalmente como palavras, símbolos matemáticos ou em outros sistemas de
símbolos, como a música.

Os símbolos são flexíveis no sentido de que podem ser manipulados, ordenados,


classificados, etc., de modo que o usuário não seja limitado por ações ou imagens.

A Teoria da Aprendizagem de Bruner no Ensino de Ciências Naturais

O Ensino de Ciências é dinâmico e busca qualificação educacional, nesse


contexto estabelece formas de melhorar o aprendizado dos alunos. Nesta ótica, a teoria
de aprendizagem de Jerome Bruner pode ser tratada na área de Ciências Naturais, pois
tem a concepção de que pode-se ensinar qualquer conteúdo ao indivíduo independente
de sua idade, pois o que se considera é a maturidade cognitiva.

Jerome Bruner, de forma indireta, foi responsável pelo modelo de Ensino de


Ciências Naturais implantado em alguns países, quando se refere à organização do
currículo educacional centrado na influência da Teoria de Instrumentalismo

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Evolucionista, termo criado por Bruner para descrever suas ideias no movimento
reformista ocorrido no Brasil na década de 1960. Evidenciando assim, a análise das
mudanças promovidas no currículo e nos materiais utilizados no Ensino de Ciências,
principalmente na educação de nível superior e seus reflexos nos demais níveis de
educação (Harry,2016).

Baseados nos princípios alinhados por Jerome Bruner, o Ensino de Ciências nas
universidades brasileiras adotou uma nova conduta, ao inserir os novos materiais
didáticos adequados a partir de materiais produzidos nos Estados Unidos e na Inglaterra,
colocando o Brasil na vanguarda de um grupo seleto de países, como a Inglaterra,
Argentina, Turquia, Itália, Japão, Austrália etc. (Maybury, 1975). As consequências da
adoção, mesmo que de maneira não democrática, do modelo norteamericano, resultaram
em inovações no desenvolvimento de materiais didáticos e na forma do Ensino de
Ciências no Brasil.

Posteriormente, materiais didáticos que atendiam às necessidades das escolas


brasileiras passaram a ser desenvolvidos, caracterizando, dessa forma, o movimento
curricular de Ciências. Esses novos materiais produzidos evidenciam a visão de Bruner
da natureza de uma disciplina científica como sendo um corpo organizado de
conhecimentos, e um processo sistemático e criativo de adquirir esses conhecimentos.

Estudos apontam que apesar do investimento em materiais didáticos e o


treinamento de professores para sua utilização, a melhoria na aprendizagem não foi a
esperada. Problemas como a falta de laboratórios e equipamentos nas escolas, para a
realização das atividades propostas, bem como o despreparo dos professores
dificultaram a divulgação dos novos materiais.

Para compreender a importância de Bruner ao Ensino de Ciências, tem-se que analisar


os seguintes pontos: o desenvolvimento intelectual, o ato da aprendizagem e a noção do
currículo em espiral.

O ato da aprendizagem para Bruner (1973a) pode abranger os processos: (1)


Aquisição, que se refere a obtenção de novas informações; (2)Transformação, que seria
a manipulação do conhecimento a fim de adaptá-lo a novas tarefas; (3)Avaliação
(crítica), forma de conferir se a maneira que manipulamos a informação é o mais
adequado a determinada tarefa.

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A aprendizagem de um determinado assunto, normalmente envolve uma série de
episódios. Para Bruner (1973a, p. 45) um episódio de aprendizagem [...] “pode ser breve
ou longo, conter muitas ou poucas ideias. A duração de um episódio depende das
condições que cada aprendiz ou aluno pode sustentá-lo,conforme o que espera do seu
esforço, no sentido de coisas exteriores, tais como notas ou graus ou também o que
ganha em compreensão e conhecimento”. Por isso, segundo Bruner (1773 a), os
conteúdos devem ser adaptados conforme a necessidade e a capacidade dos alunos,
respeitando suas especificidades.

O Currículo em Espiral defendido por Bruner (1969) é um método de ensino que


consiste na apresentação de conceitos básicos que são ensinados em um primeiro
momento e depois revistos em diferentes níveis de profundidade, complexidade e
formas de representação. Nessa concepção de currículo, o ensino não se caracterizaria
por sua abrangência, mas por sua profundidade colocando em evidência o maior número
de particularidades possíveis. Assim, este modelo de currículo deveria iniciar com uma
descrição intuitiva de uma área do conhecimento, circulando de volta para representar
essa área de modo mais formal.

Para tanto, o Currículo em Espiral propõe a ideia de que ao se ensinar


fenômenos químicos e físicos por exemplo, em uma aula de Ciências, deve-se começar
o assunto de maneira informal e que esteja ao alcance do aluno e, posteriormente,
abordar de maneira mais formal, de acordo com a evolução do aprendiz. Isso se dá
quantas vezes forem necessárias, até que o aluno tenha dominado o assunto ou matéria
em seu poder generativo pleno.

O Currículo em Espiral, além de favorecer o aumento do desempenho escolar,


também contribui para que os estudantes criem o hábito de estudar, já que são
incentivados a identificarem problemas, elaborarem perguntas, formularem explicações
e construírem novos significados.

Semelhanças e Desigualdades nas Teorias de Bruner e Piaget

A teoria da instrução de Jerome Bruner (1991), um autêntico representante da


abordagem cognitiva, traz contribuições significativas ao processo ensino-
aprendizagem, principalmente à aprendizagem desenvolvida nas escolas. Sendo uma
teoria cognitiva, apresenta a preocupação com os processos centrais do pensamento,

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como organização do conhecimento, processamento de informação, raciocínio e tomada
de decisão. Considera a aprendizagem como um processo interno, mediado
cognitivamente, mais do que como um produto direto do ambiente, de fatores externos
ao aprendiz. Apresenta-se como o principal defensor do método de aprendizagem por
descoberta (insight). A teoria de Bruner apresenta muitos pontos semelhantes às teorias
de Gestalt e de Piaget. Bruner considera a existência de estágios durante o
desenvolvimento cognitivo e propõe explicações similares às de Piaget, quanto ao
processo de aprendizagem. Atribui importância ao modo como o material a ser
aprendido é disposto, assim como Gestalt, valorizando o conceito de estrutura e arranjos
de idéias medida. Uma análise detalhada similar das funções intelectuais é fornecida por
teorias de inteligência, como Guilford, Gardner e Sternberg.

Piaget explorou as implicações de sua teoria em todos os aspectos do


desenvolvimento da cognição, inteligência e moral. Muitos dos experimentos de Piaget
foram focalizados no desenvolvimento de conceitos matemáticos e lógicos. A teoria foi
bastante aplicada no modelo de prática de ensino e de currículo na educação elementar.
O desenvolvimento cognitivo tem como facilitador atividades ou situações que
envolvam os aprendizes e que requeiram adaptação destes. Os materiais de aprendizado
e atividades devem envolver um nível apropriado de operações motoras ou mentais para
uma criança de uma dada idade. É preciso evitar o pedido para que os aprendizes
realizem tarefas que estejam além de suas capacidades cognitivas atuais.

Tanto Piaget quanto Bruner fizeram contribuições significativas para o campo


do desenvolvimento cognitivo. Existem algumas semelhanças e diferenças no processo
de desenvolvimento cognitivo de ambos, que são as seguintes:

Semelhanças

 O aluno aprende com base em adaptações anteriores.


 A criança naturalmente tem curiosidade sobre a linguagem.
 As estruturas cognitivas das crianças se desenvolvem com o tempo.
 As crianças aprendem participando ativamente dos processos de aprendizagem.
 A fase final do desenvolvimento cognitivo estende-se à aquisição de
símbolos/sinais/símbolos e recebe destaque.

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Desigualdades

 Bruner considera o desenvolvimento um processo contínuo; Piaget considera o


desenvolvimento como uma série de estágios diferentes.
 Brunner considera o desenvolvimento da linguagem um fator importante no
desenvolvimento cognitivo. Piaget considera o desenvolvimento da linguagem
como uma consequência do desenvolvimento cognitivo.
 Segundo Bruner, a velocidade do desenvolvimento cognitivo pode ser
aumentada. De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo em crianças
ocorre em um nível de auto-ritmo e maturidade.
 Bruner atribui importância à participação de adultos e pares com maior
conhecimento no processo de aprendizagem. Piaget não aceita isso.
 Segundo Bruner, as representações dos estados de pensamento reflexivo
previamente adotados não mudam. Estes mudam de acordo com Piaget.
 Bruner dá mais importância à educação em sua teoria. Piaget dá mais
importância ao meio ambiente em sua teoria.
 A teoria de Bruner tem três estágios de representação, a saber, o estágio enativo,
o estágio icônico e o estágio simbólico. Ao contrário dos três estágios de Bruner,
a teoria de Piaget tem quatro estágios, a saber, estágio sensório-motor, estágio
pré-operatório, estágio operacional concreto e estágio operacional formal.
 A teoria de Piaget coloca pouca ênfase no contexto sociocultural, enquanto a
teoria de Bruner coloca muita ênfase no contexto sociocultural acreditando que
influencia o desenvolvimento intelectual de alguém.
 De acordo com a teoria de Piaget, seus quatro estágios de desenvolvimento
terminam na infância, enquanto os três estágios de desenvolvimento de Bruner
ocorrem por toda a vida. Bruner discorda da visão de Piaget de que o
desenvolvimento ocorre em quatro estágios e acredita que continua até a idade
adulta e ao longo da vida.

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CONCLUSÃO

Desenvolvimento cognitivo é uma área de estudo que busca entender como se dá


o processo de aprendizagem de uma criança, ou seja, como se desenvolve seu
pensamento e sua capacidade de compreensão dos fenômenos.

Na visão de Piaget, então, o desenvolvimento cognitivo ocorre em uma série de


quatro estágios distintos caracterizados por níveis de pensamento cada vez mais
sofisticados e abstratos. Esses estágios sempre ocorrem na mesma ordem e cada um se
baseia no que foi aprendido no estágio anterior. Piaget acredita que cada estágio do
desenvolvimento ocorre como resultado da interação entre maturação e ambiente. Ele
também acredita que inteligência ou comportamento inteligente é a capacidade de
adaptação. A teoria de Piaget difere de outras teorias de várias maneiras: preocupa-se
com as crianças e não com todos os alunos, concentra-se no desenvolvimento e não na
aprendizagem per se, portanto não aborda a aprendizagem de informações ou
comportamentos específicos, propõe estágios discretos de desenvolvimento, marcados
por diferenças em vez de um aumento gradual em número e complexidade de
comportamentos e conceitos.

Bruner baseou-se na teoria da construção social de Vygotsky da década de 1930.


Como Piaget, Bruner disse que as crianças têm uma capacidade inata e que as
habilidades cognitivas se desenvolvem por meio da interação ativa. No entanto, ao
contrário de Piaget, Bruner argumentou que os fatores sociais, particularmente a
linguagem, eram importantes para o crescimento cognitivo. Estes sustentam o conceito
de andaime; a ajuda dada a uma criança que apoia a aprendizagem e é semelhante a
andaimes em torno de um prédio, onde uma criança é mostrada como fazer algo para
que ela possa realizar a tarefa individualmente. O andaime é uma estrutura temporária
de apoio que ajuda a criança a: compreender novas ideias, realizar novas tarefas,
motivar e encorajar a criança a alcançar níveis mais elevados de desenvolvimento. Em
contraste com os quatro estágios de Piaget, Bruner sugeriu três estágios.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LEFRANÇOIS, Guy R. Teorias da Aprendizagem. Tradução: Vera Magyar. 5ª edição.
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
PALMER, Joy A. 50 Grandes educadores modernos: De Piaget a Paulo Freire. São
Paulo: Contexto, 2010.
PIAGET, Jean. Epistemologia Genética. Tradução: Álvaro Cabral. 3ª ed. Martins
Fontes: São Paulo, 2007.
PIAGET, J. Seis estudos de Piaget. Tradução: Maria Alice Magalhães D’Amorim e
Paulo Sérgio Lima Silva. 25ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.
STENBERG, R. J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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Arquivos do MUDI, 21(3), 13-24. Disponível em:
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XAVIER, A. S; NUNES, A. I. B. L. Psicologia do Desenvolvimento. 4. ed. rev. e ampl.
– Fortaleza: EdUECE, pág.9-26, 2015.

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