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Victorino Candieiro*
RESUMO: O presente artigo procura mostrar a evolução da história de educação no nosso País,
partindo do período colonial até a actualidade, na qual objectiva a criticar para melhoria da
qualidade de ensino no País. A Educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus
membros para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo
dinâmico que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios
que a continuidade, transformação e desenvolvimento da sociedade. Esta educação precisa ser
inclusiva no que diz respeito as nuances das condições de uma educação inclusiva para todas as
camadas sociais. A esta qualidade esta associada ao factores burocráticos na formulação e
reformulação de curricula. Com interrupção das aulas devido da eclosão de coronavírus,
Segundo as directrizes do Ministério da educação as aulas seriam ministradas através de órgãos
de comunicação de massa (Rádio e televisão). Esta leccionação não seria materializada porque
nem todos os alunos possuem rádio ou televisão, olhando pela programação de cada estação,
seria impossível ministrar aulas a meia-noite como foi implantado pela TVM. Considerando que
as disciplinas do sistema nacional de educação são várias, tornaria impossível desenvolver PEA
nesse molde.
PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de educação, papel do estado na supervisão educacional,
insumos escolar.
Segundo Castiano (2005:79-80) educação é um processo pelo qual a sociedade prepara os seus
membros para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Trata-se de um processo
dinâmico que busca, continuamente, as melhores estratégias para responder aos novos desafios
que a continuidade, transformação e desenvolvimento da sociedade. Assim para NEWITT (1997,
p.382), a educação é basicamente a maneira de uma sociedade preparar as gerações mais nova
para o desempenho de uma função útil da sociedade.
Segundo DEVOK Uma educação de qualidade designa-se aquela que possibilita o domínio
eficaz dos conteúdos previstos nos planos curriculares; como aquela que possibilita a aquisição
de uma cultura científica ou literária; ou aquela que desenvolve a máxima capacidade técnica
para servir ao sistema produtivo; ou, ainda, aquela que promove o espírito crítico e fortalece o
compromisso para transformar a realidade social.
Como factores para a melhoria da qualidade são geralmente indicados a média do número de
alunos por turma e por professor, a disponibilidade do material escolar, particularmente do livro
escolar para cada aluno, etc.
Educação em Moçambique
Avaliando o ensino no tempo colonial, pode-se afirmar que, era discriminatório e muito selectivo
porque, em parte era assimilacionista ao estabelecer vários critérios para se aceder à educação.
Os moçambicanos que conseguiam ingressar no ensino deviam apenas estudar até ao ensino
rudimentar. As raparigas sofriam dupla exclusão, visto que a sociedade tradicional, assegurava
apenas a preparação destas para as tarefas domésticas e económicas no seio da comunidade.
Nesta perspectiva, Nyerere embora na sua visão não enfoque a descriminação da mulher no
acesso à educação na época colonial, no caso moçambicano pode-se notar que dos
moçambicanos que não sabiam ler nem escrever, 60% eram mulheres como resultado não só de
práticas coloniais assim como da educação tradicional que mantinham a mulheres num estado de
Moçambique, como tantos países foi atravessado por várias épocas, nas quais o conceito de
qualidade, concretamente da educação foi tomando contornos de acordo com a realidade em
vigor. Registam-se no país momentos durante a colonização; pôs colonização (pôs
independência); durante a guerra de desestabilização e por fim o momento actual, o pôs guerra
de desestabilização.
Segundo NEWITT (1997) Durante o período colonial, Neste período os objectivos gerais e
específicos da educação para os indígenas e para população branca e assimilado, também o papel
da igreja católica e das missões no ensino.
O colonialismo não só era uma exploração económica mas também a dominação ideológica e
social, a educação nesta altura, tinha como função reproduzir as desigualdade social entre negro
e branco, a e educação era um instrumento de opressão cultural de discriminação, de imposição
de superioridade do colonizador e colonizado.
Segundo DAVOK neste período que a educação começa a ter um cunho rácico e marginalizam-
te:
Os chamados povos primitivos deviam ser civilizados sim, mas lentamente e a sua
educação devia, sobretudo, estar virada para a formação em trabalhos manuais.
A educação devia estar em harmonia com os usos e costumes, assim como com o grau de
desenvolvimento intelectual e moral do povo indígena
O liberalismo e a igualdade só se aplicava como princípios para os colonos brancos. Os
negros, esses podiam continuar oprimidos.
Apreciando os números acima, pode-se deduzir que o paradigma de educação para todos se
tornava uma realidade apesar de dificuldades próprias de um país que acabava de ascender à
independência nacional sem ainda um perfil educacional concebido.
Para BORDIEU e PASSERON, não significava com isto que, o acesso à educação estava
democratizado, porque as probabilidades de acesso da maioria dependiam de zonas com
oportunidades objectivas favoráveis e do reforço de mecanismos de acesso alocados pelo estado
em diversas regiões. Com isto quer se dizer que, entre as zonas rurais deste Moçambique e as
cidades onde se supõe existir facilidades de acesso, diferentes factores terão condicionado o
acesso ao ensino para todos.
Desde que Moçambique se tornou independente, tem empreendido várias reformas no sistema de
educação através da diversificação do currículo atendendo aspectos culturais locais e regionais
(Isaacman,1984, p.221)estas reformas não tem atingido o verdadeiro epicentro da doença. Sobre
este mesmo assunto, BORDIEU (s/d, p.275) afirma que não basta reformular ideologias de
carácter universalista para reivindicação da ética de igualdade formal de oportunidades à
educação porque nem todas as categorias sociais tem acesso à educação.
Sobre o mesmo assunto, Castiano (2005) afirma que a procura social do ensino continua hoje
muito acima das possibilidades de oferta e comenta: …”a opção foi aumentar o número de
alunos que frequentam a escola o que, consequentemente, reduziu qualidade de ensino…
“(p.155).
Num outro desenvolvimento sobre a questão das turmas numerosas em Moçambique, Golias
(1993) teceu seguinte comentário:
De acordo com a lei 6/92 sobre o ensino em Moçambique, a idade de ingresso passa a ser de 6
anos e não 7. Assim o número de crianças em idade escolar necessariamente irá duplicar nos
próximos anos, a situação será mais complexa com o regresso das crianças em idade escolar nos
países vizinhos… (p.73).
Apesar destas dificuldades, segundo Nyerere apud Castiano (2005, p.211-216) torna-se
necessário estender educação para todos na perspectiva de integrar todas as pessoas que fazem
parte da sociedade baseada em valores de igualdade e de respeito pela dignidade humana pois a
educação é um dos instrumentos de reabilitação social.
Retomando esta questão, BORDIEU não acredita em utopias, refere que os privilégios sociais
continuam a depender de diplomas escolares e se o ensino assegura o acesso à minorias não
estaria a reproduzir elites?
Discurso político sobre a educação para todos será uma utopia pois as desigualdades vão
persistir. A declaração mundial de educação (1990) refere que mais de 960 milhões de adultos
dois quais 2/3 são mulheres são analfabetas. Reconhece por outro que a educação é um direito
fundamental de todos, mulheres e homens de todas as idades no mundo inteiro e, nesta
perspectiva, defende universalizar o acesso à educação e promover a equidade, ampliar os
meios e raio de acção da educação básica, mobilizando recursos para o efeito.
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Numa experiência própria, de um estudante que formou-se na zona rural do País, descreve das dificuldades
enfrentadas no ensino superior nos primeiros meses da adaptação, deparou-se com dificuldades de trabalhar com
dispositivos informáticos muito além desses aparelhos electrónicos, era o contacto tardio com bibliotecas, pois, ao
longo do ensino geral nunca tinha entrado em uma. As matérias tidas com as que estavam nos livros escolares
pareciam novas, além de ser novas período recuado na preparação ao ingresso do nível superior um dos grandes
desafio era de estudar o que não haviam transmitido na escola, e como saberia dessa matéria? Através dos exames
de conclusão do ciclo e os da admissão, que faz concluir que nem todas as lições dados pelo professor reflecte a
matéria da classe, mas sim uma parte dela, oque norteia o dever e o direito de uma escola ter biblioteca.(grifo do
autor).
Num esforço de edificação de uma sociedade onde o acesso ao ensino deve contribuir par o
desenvolvimento, Moçambique ultimamente tem feito reformas curriculares visando acomodar
cidadão de ambos sexos, reforçando a valorização cultural entre a escola e as tradições
comunitárias (Idem, p. 240).
Quanto a nós, entre os avanços e retrocessos que Moçambique vem encarando na promoção de
educação para todos, deve-se nos indagar da contribuição que o seu sistema educativo traz
enquanto reprodutora da estrutura de relações, sabido que a escola é a instituição com uma
posição favorável para inculcar cultura estandardizada rumo à construção de um sistema de
relações que garantam igualdade de oportunidades se, em parte as elites estudam fora do país ou
a nível interno, mas em escolas privadas.
A eliminação do analfabetismo;
A expansão de uma escolarização universal e obrigatória, e intensificação de uma
formação técnica de quadros para o aparelho do estado;
Formação de quadros quantitativa e qualitativamente necessário para a gestão e condução
do processo educativo.
Os mesmos autores revelam que, no período de Guerra civil houve no sector da educação uma
crise geral do sistema da educação.
É óbvio que os avanços conseguidos pelas mulheres na escolarização são encorajadores, mas
pode-se sublinhar a política da inclusão da mulher no acesso ao mercado de trabalho, sobretudo
da sua qualificação, o empandeiramento da mulher por algum momento pode desfavorecer na
qualidade de competências profissionais que as vezes não vão além do padrão exigido, quando
estes concorrem ao lado do homem. Estes casos podem ser constatados no campo, pois sabendo
que a maa qualidade que a professora por vezes pode enfrentar na sala de aula afecta de certo
modo o empenho dos seus alunos, visto que no nosso país as professoras constituem o maior
numero dos docentes do ensino primário.
A qualificação das qualidades no ensino superior sobretudo do ensino online e/ou à distancia, é
devia ser testada e talvez comparada com a de ensino presencial com vista a identificar as
diferenças e semelhanças encontradas.
De acordo com Castiano (2005, p.114), Esta melhoria deveria ser alcançada através de
instrumentos escolhidos tais como investindo mais na formação e na competência dos
professores, na oferta de mais material didáctico, no aumento do tempo de permanência dos
alunos na escola (extensão do calendário), na reforma curricular…no investimento para melhor
gestão das escolas ora, qualidade no nosso seio é vista por um lado internamente, ou seja,
qualidade no sentido de olhar para os diferentes acontecimentos durante o processo de
escolaridade do indivíduo, é evidente que o termo qualidade aqui é usado na sua acepção de
eficácia "interna", ou seja, em relação aos objectivos próprios do sistema de educação que se
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resumem em reduzir o número de reprovações, através do domínio das competências exigidas
em cada classe onde o aluno transita.
Então, para que finalidades o nosso ensino define os quatro pilares nas suas metas, se :
Aprender a conhecer, que visa para adquisição de uma cultura geral e conhecimentos
específicos que estimulem a curiosidade para continuar aprendendo e desenvolver-se na
sociedade do conhecimento, está em crise para a sua materialização. Aprendizagem
manifesta-se pela mudança da forma da reacção ao um certo fenómeno já vivido e o
Conhecimento é o cúmulo desse mesmo, mas não é manifestado pelos alunos em grande
parte;
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Arredores incluímos as escolas localizadas nas vilas distritais com características próximas das escolas urbanas ou
mesmo escolas localizadas há poucos quilómetros da capital provincial.
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Aprender a fazer manifestando através de desenvolvimento de competências que
capacitem as pessoas para enfrentar um grande número de situações, trabalhar em equipa
e desenvolver-se em diferentes contextos sociais e de trabalho. Bom nesse aspecto,
precisa-se reflectir desse saber fazer, por a técnica requere materiais adequado para ser
conciliado com conhecimento, as aulas de informáticas por exemplo são de estrema
importância nessa época de digitalização, o saber fazer deve responder as questões
praticas da sociedade, entretanto, o próprio aluno nem consegue resolver seus problemas
da Escola4, como poderá resolver de uma sociedade?
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Problemas ligados a pesquisas científicas e uso da Internet nas suas aulas que seriam crucias na aquisição de
conhecimento no período além da escola.
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que tange a organização como os conteúdos abordados e as políticas do estado. A potência
transformadora diante de uma realidade complexa não é observada em todos os professores, o
que remete a fiscalização do ensino nos variantes aspectos.
Numa referência histórica que começa sob aspecto social da educação, que ainda no século
XVIII, a sequência dos conteúdos ensinados seguiu a ordem disciplinar. A homogeneização das
classes garantiu o controlo do tempo e estabeleceu uma relação de poder no processo de ensino.
Todavia, o sistema público de ensino ainda se respalda no modelo disciplinar. Na falta de
recursos as actividades pedagógicas ficam restritas a giz, quadro e livro didáctico. O professor é
o responsável por escolher o livro didáctico, que ainda é seu principal instrumento de trabalho.
Por exemplo, Bauman (2011) analisa os diversos desafios educacionais decorrentes das
mudanças na sociedade actual, tais como: a instantaneidade nas comunicações, a modificação do
trabalho, a inconstância das relações, a instalação do pensamento único, a falta da crítica, e a
comercialização e instrumentalização do ensino. Todas essas transformações atingem
directamente a Sociologia e a Filosofia da Educação que foram constituídas ao longo dos últimos
séculos. As reflexões de Bauman (2011), acerca dos processos educacionais actuais estão em
sintonia com os estudos que o pensador vem construindo ao longo dos últimos anos sobre as
mudanças nas práticas sociais na sociedade consumista conceituada por ele como líquida.
De acordo com esse pensador, a racionalidade instrumental vem sendo aplicada verticalmente à
escola. Uma educação humanista transformada age na contramão do conformismo incentivado
pela sociedade consumista. A volatilidade da sociedade líquida moderna, termo utilizado por
Bauman (2013), para designar a sociedade actual em oposição à fase anterior da modernidade,
estimula a insegurança.
Na modernidade sólida, termo usado pelo pensador para designar o período em que a
humanidade tinha acções e projectos colectivos que casavam com as escolhas individuais, as
De acordo com Bauman (2008), os alunos na modernidade sólida entendiam os professores como
autoridades a serem respeitadas. Era interessante assimilar a História de seu país e do mundo da
forma como era apresentada. Os professores, bem como os estudantes da última década,
enfrentaram mudanças e desafios no campo da transmissão desses conhecimentos que não são
mais exclusividade do professor. Na modernidade sólida, os professores dominavam o controlo
das fontes de conhecimentos e da lógica do aprendizado, suas divisões, sequências e tempos, ao
passo que na modernidade líquida, termo que o professor de história utiliza para explicar a
destruição das instituições sociais e politicas instituídas nos séculos anteriores e dos laços
humanos frente às transformações do capitalismo deste século, a autoridade dos professores está
ameaçada pela ampla abertura ao acesso a várias fontes de conhecimento que os alunos não
aproveitam. Há, ainda, na perspectiva de conhecimento durável aquele que ninguém pode roubar,
uma promessa desagradável para os jovens moderno-líquidos, que nasceram em um ambiente
tecnológico e estão inseridos nesta sociedade de desejo e consumo imediato, conforme Bauman
(2011).
A escola era percebida na modernidade sólida, de acordo com Bauman (2001), como
disciplinadora, como instituição que desviava as crianças da criminalidade e formava cidadãos
capazes de escolher seus representantes. A escola era um lugar que moldava mentes e corpos
para a vida social adulta pautada na ordem e no trabalho.
Segundo DAVOK (2007) A razão de ser da escola, é criar condições para que os alunos
desenvolvam as capacidades e aprendam conteúdos relevantes que lhes permitam compreender a
As práticas de ensino de História capacitavam para a cidadania, que era entendida como caminho
para a felicidade. Foi também no século das luzes que houve a introdução de professores
profissionais para mediar a transmissão intergerações das virtudes da razão, de acordo com
Bauman (2010).
A escola da modernidade moldava os alunos para uma sociedade na qual o homem estava sujeito
às regras e era guiado. Foi o tipo de escola em que estudou a maioria dos professores de História
que actualmente ministram aulas.
Há que se considerar esta nova percepção de mundo quando analisar-se as relações estabelecidas
entre os professores de História e os documentos curriculares norteadores do ensino elaborados
pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano nos anos pois independência, foi um
exemplo de explicar a modernidade moçambicana conforme as comparações do sociólogo.
A educação no país subdivide-se em vários subsistemas (ensino básico, ensino secundário geral,
educação de adultos/alfabetização,). Todos os subsistemas estão sob égide do Ministério da
Educação e Desenvolvimento Humano, o ensino técnico profissional e o ensino superior
controlado pelo ministério do ensino superior e tecnologia.
Relativamente ao ensino básico, falar de uma educação de qualidade significa em criar condições
de acesso para todas as crianças em idade de iniciar a escolaridade. Porém, tal não acontece
devido a exiguidade de infra-estruturas escolares na pátria amada, as crianças que conseguem o
ingresso são atravancadas em turmas numerosíssimas condicionando assim a possibilidade de o
professor vir a atender as dificuldades de cada uma das crianças na sala de aulas.
As condições sanitárias das escolas mesmo dentro dos maiores centros urbanos são
também deploráveis (não aconselháveis ao uso humano); quando desloca-se um pouco e
mais além dos maiores centros urbanos, encontra-se situações ainda piores, os distritos e
localidades esses, estão entregues a chamada inovação, construções com material local
nas quais durante o tempo chuvoso, são decretadas (férias) pois, as suas salas são feitas
de caniço, palha, capim, etc. possíveis de ser derrubadas por um simples sopro da mãe
natureza. Diante desta precariedade, é necessário que se construam infra-estruturas
estáveis e de raiz que permitam a continuação das aulas mesmo nos períodos calamitosos,
em particular na época chuvosa;
No que diz respeito aos restantes subsistemas de ensino, os problemas não estão muito distantes
dos existentes no ensino básico (corrupção e nepotismo, professores não devidamente
qualificados, infra-estruturas insuficientes, que ditam turmas numerosas, acesso limitado por
falta de meio de transporte para alcançar uma Escola Secundária, etc.).
Se a boa escola é aquela que reprova sem contemplação, e porquê o melhor hospital não é aquele
que mata? Não se trata de erro de professor mas sim de todo sistema, apenas o professor está a
frente e é embaixador desse erro.
Por exemplo:
A não aplicação regular de medidas que afastem os professores à corrupção e assédio nas
escolas, não é o erro do professor;
A inércia na denúncia de actos de corrupção e assédio por parte dos prejudicados, não é o
erro do professor;
Criar projecto um Distrito um Banco em vez de um Distrito uma Biblioteca, não é erro do
professor;
Lembrando que a melhor arma de destruição passiva de uma nação, manipulação e exploração de
um País é instruir mal essa sociedade.
Uma opinião de certos professores perguntados sobre as causas que lhes levam a aceitar dinheiro
oferecido pelo aluno frisaram que
Primeiramente um professor pode ter aquela vocação e amor de dar aula e compensar os alunos
de acordo com o seu trabalho, mas a questão de você ver um aluno que não assiste aulas a ser
O que eles procuraram nos explicar é que se não houvesse pressão no enfeite das pautas, e a
integridade dos demais colegas (professores), quiçá, a questão de corrupção seria mero problema
de aluno e não o contrario ou paralelo.
Pressuposto de um país jovem, com quase todos sectores básicos em ascensão, o mundo todo
sofre dos efeitos de um vírus mortífero que afecta e infecta todos através de um contacto físico
ou uma distância de pouco mais de dois metros, que obrigou o encerramento das aulas de forma
tradicional ao nível mundial.
Esta Pandemia mexeu com tudo, testou tudo, num percurso das actividades normais no País, no
início de 2020, parecia um ano de muitas vitórias e realizações, foi o contrário. Se o Ministério
da Saúde foi o mais importante e com mais orçamento, mesmo antes da eclosão da doença, ela
sofreu um revés ao longo dos meses subsequentes. Nos meados da segunda quinzena de Março,
o país registou o seu primeiro caso positivo e levou desta feita a interrupção das aulas em todos
os níveis de ensino, de seguida a declaração do Estado de Emergência pelo facto de cada vez o
país registar novos casos.
Mais uma vez, essa dificuldade respondeu a incapacidade do modelo nosso ensino por ter alunos
com um currículo brilhante nas suas disciplinas, mas com fragilidade de materialização dessas
disciplinas, como tal (as disciplinas práticas). A pandemia “descortinou o pano colorido que a
nossa educação usou por longo tempo para enganar a mentalidade do aluno de que ele estuda
informática”.
Em ma homilia do papa Francisco, teceu aos pais para que retomassem a responsabilidade de
educar os seus filhos, essa educação não se limitava em conhecer a moral e o civismo. É o
momento dos pais conhecerem os seus filhos mas também completar a actividade do professor
em casa, prestando acompanhamento nas lições do seu filho. Entretanto, poderia se copiar o
modelo italiano, norueguês ou da Dinamarca, ministrar aulas on-line, vídeo-aula, nesses vídeo-
aulas os pais ou encarregados fazem o acompanhamento das aulas em casa, permitindo uma
conexão entre alunos mesmo do ensino pré-escolar com os seus professores, mas essa prática
seria também inviável mesmo que as escolas tivessem computadores para o efeito, problema
levantado pelo este modelo é o nível de instrução escolar dos pais que é deficiente, maior parte
da população moçambicana encontra-se, na zona rural e é lá onde o maior parte da população é
analfabeta o tem pouca instrução.
Os condenados da pandemia
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Em alguns casos mesmo os alunos das capitais províncias beneficiam-se do computador. Por exemplo na cidade de
Quelimane, as Escolas de Secundárias públicas que tem salas de informática devidamente apetrechadas não fazem
1/3 delas, outras tem um computador mas com um projector de imagem onde os alunos apenas assistem as aulas
através da tela.
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© Victorino Candieiro email: victorinocandieiro@gmail.com
Aprovados através do vírus
O maior perdedor
Conclusão
Referências bibliográfica
(Artigo em edição).
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Académico Licenciado em Ensino de História e Documentação pela Universidade Pedagógica de Moçambique.
Pesquisador independente, as suas áreas de interesse são: História Social e Politica, Desenvolvimento educacional e
Gestão de unidades documentais. Basicamente promove a partir de iniciativas individual pesquisas locais nas áreas
do seu interesse.