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Actividade 2
Departamento de História
Data da 1ª Edição:
A geração de funcionários coloniais que seguiu Enes até Moçambique pretendia uma
reapreciação radical. A sua abordagem foi condensada por Enes e Mouzinho de
Albuquerque.
António Enes responsável pela nova lei dos prazos de 1890, foi enviado a Moçambique
a fim de recomendar mudanças administrativas uma missão que o levou a publicar, em
1893, o seu estudo altamente influente intitulado Moçambique. Em 1894, foi criado o
cargo de alto-comissário, equiparado a categoria de ministro, para chefiar o governo e
resolver a emergência criada pela insurreição no Sul. Foram nomeados dois destes
dignitários, o próprio Enes o próprio (1894-5) e Mouzinho de Albuquerque (1896-7), e
juntos iniciaram uma politica seguida pelos seus sucessores, de política, fortalecimento
do governo colonial. Em face dos Tratados com a Grã-Bretanha, a jurisdição dos vários
presídios teve de ser reorganizada.
Outra mudança significativa foi a designação de Lourenço Marques como capital em 1902 com
o desenvolvimento das ligações económicas com a África do Sul, a Ilha de Moçambique
perdera a sua relevância económica, geograficamente, encontrava-se demasia afastada de
todas as regiões meridionais mais importantes.
Entre 1897e 1899, foi colocada uma outra pedra no novo estado colonial. Em 1897, a
República da África do Sul e Moçambique formalizaram acordos para o recrutamento e
circulação de operários para as minas de ouro, e em 1899 Enes, agora de regresso a Lisboa,
introduziu a sua nova lei laboral colonial, que foi vista como um marco de mudança
fundamental no rumo da política colonial.
Entre 1850e 1888, verificou-se uma liberalização progressiva das leis laborais coloniais.
Em I858, decretou-se a abolição da escravatura para dali a vinte anos, em 1878. Em 1869,
decidiu-se formalmente a abolição da escravatura, sendo substituída pelo estatuto intermédio
de liberto, em que o ex-escravo era contratado para trabalhar para o seu antigo dono até
1878.
Depois, em 1875, como parte dos esforços de Andrade Corvo para promover o comércio livre
com desenvolvimento comercial, o estatuto de liberto acabou também, mas o liberto iria
manter contratado pelo seu antigo empregador até 1878.
O que modificou esta atitude liberal foi a percepção de que a agricultura em regime de
plantação constituía a única forma realista de atrair capital para África, e sem mão-de-obra
barata não haveria motivo para investir em Moçambique. A comissão dos prazos considerou,
em 1888, que os Africanos teriam de pagar com trabalho a sua parte nos impostos, e esta
proposta foi inserida na lei dos prazos de 1890. Em 1894, pela primeira vez, foi introduzido
o trabalho correccional, através do qual os Africanos que infringissem qualquer lei seriam
obrigados ao cumprimento da pena com trabalho.