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O estado de Gaza surgiu no século XIX na região sul de Moçambique. Até essa
altura não tinha existido na região qualquer forma de organização de tipo
estadual. Existiam apenas chefaturas e pequenos reinos que nunca tinham
mais do 20000 habitantes. Esta situação alterouse a partir de 1821 com a
criação do estado de Gaza, culminando um processo iniciado na actual África
do Sul que ficou conhecido por Mfecane e que teve grandes repercussões
políticas em toda a região austral da África.
O Mfecane
O estado de Gaza surgiu no século XIX na região sul de Moçambique. Até essa
altura não tinha existido na região qualquer forma de organização de tipo
estadual. Existiam apenas chefaturas e pequenos reinos que nunca tinham
mais do 20000 habitantes. Esta situação alterouse a partir de 1821 com a
criação do estado de Gaza, culminando um processo iniciado na actual África
do Sul que ficou conhecido por Mfecane e que teve grandes repercussões
políticas em toda a região austral da África.
Causas do Mfecane
Em novo conflito entre as duas linhagens a vitória viria a sorrir para os Mtetua
encabeçados por Tchaka, forçando os Nduandue a submeter-se aos
vencedores. Entretanto parte dos vencidos optou pela emigração para evitar a
humilhação da rendição.
O Estado de Gaza
Manicusse, fundador e rei de Gaza entre 1821 e 1858, foi bem sucedido numa
conquista em que soube se apoiar numa política de assimilação que lhe
permitiu pôr jovens guerreiros incorporados no sul a lutar pela expansão e
defesa dos seus domínios. Um exemplo disso foi o que aconteceu em 1834
diante de uma expedição portuguesa e em 1836 frente a uma coluna boer.
Foram também os assimilados que serviram como funcionários do exército e
da administração territorial.
Após a morte de Sochangane em 1858 subiu ao poder seu filho Maueue, que a
partir de 1859 resolveu atacar os seus irmãos mais velhos possuidores de
territórios mais vastos com vista a ampliar o seu escasso património. Mzila foi o
único irmão que conseguiu fugir e fixar-se no Transvaal. Maueue hostilizou
ainda os vizinhos, reinos vassalos e caçadores de elefantes vindos de
Lourenço Marques. Portanto Maueue criou inúmeros inimigos internos e
externos e, apenas tinha como aliado o rei Swazi.
Mzila assumiu o poder em 1864 até a sua morte em 1884, quando foi
substituído por seu filho Ngungunhane, o último rei de Gaza. Durante o seu
mandato (em 1889), Ngungunhane mudou de novo a capital, desta feita para
Mandlakazi.
Organização Social
No topo da hierarquia estava a alta Aristocracia composta pelo Rei e seus
familiares próximos seguida de uma média Aristocracia que integrava os Nguni
não pertencentes à linhagem do rei aliada aos "assimilados".
Economia
Mas o marfim e dinheiro ganho na África do Sul após o início da migração para
as minas também pagavam o tributo.
Outra fonte de rendimento era o trabalho dos cativos nas propriedades dos
chefes.
Ideologia
O poder real dos Nguni, tal como nos Mwenemutapa e nos Marave, esteve
ligado ao exercício das cerimónias mágico-religiosas. Os cultos e rituais eram
oficiados pelo rei. O mais importante dos rituais era o Nkwaya ligado ao início
das colheitas. Existiam também as cerimónias destinadas a dar força aos
guerreiros conhecidas por Mbelengulu.
Referências bibliográficas