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Basto Ângelo
Irene Jone Carimo
A Revolta de Báruè
Licenciatura em Ensino de História com Habilitações em documentação
Universidade Rouvuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Basto Ângelo
A Revolta de Báruè
Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Conteúdo
Introdução ............................................................................................................................... 4
1. Resistência na África Austral: Revolta de Báruè................................................................ 5
1.1. Localização geográfica .................................................................................................... 5
1.2. Origem dos Makombe ..................................................................................................... 5
1.2.1. Estrutura política e administrativa dos Makombe ........................................................ 5
1.2.2. O defensor da soberania................................................................................................ 6
2. Antecedentes ....................................................................................................................... 6
2.1. Batalha de Chideu ............................................................................................................ 6
2.2. Batalha de Mafunda ......................................................................................................... 6
2.3. Batalha de Nyachirondo Mussongwe .............................................................................. 7
3. Revolta de Báruè................................................................................................................. 8
3.1. Causas da revolta ............................................................................................................. 8
3.2. Eclodir da revolta ............................................................................................................. 9
3.3. Consequências da Revolta de Báruè .............................................................................. 11
Conclusão.............................................................................................................................. 13
Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 14
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Introdução
O presente trabalho tem como tema a Revolta de Báruè, que por sinal significa uma
resistência que levou com que uma nação toda despertasse do jugo colonial, em partícula o
Português. Como não bastasse, essa revolta significa também como uma luz e motivação
caracterizado pela resiliência do povo do Báruè, para o resto de um continente, servindo
assim de exemplo para outras nações, estimulando os e acima de tudo mostrando o como seria
sim possível vencer o colono.
Objectivo geral
Objectivo específico
Metodologia
A metodologia usada para concretização deste trabalho foi a consulta bibliográfica de
manuais em formato electrónicos que se encontram devidamente citados dentro do trabalho
bem como na referência bibliográfica. Quanto a sua estrutura o trabalho conte elementos pré-
textuais (capa e capa de rosto), elementos textuais (corpo do trabalho) e pós textuais
(referencia bibliográfica).
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O Estado de Báruè era limitado ao Norte pelo curso do rio Luenha, ao Sul pelo curso
do rio Punguè, a Leste por uma grande linha que defnia os prazos de Massangano, Tambara e
Gorongoza e, a Oeste pela fronteira da Rodésia do Sul (actual Zimbabwe). Báruè foi produto
da desagregação do Estado de Mutapa, império bastante poderoso que conseguiu resistir à
devastação Nguni e às disputas com os Estados Militares vizinhos, apesar de constantes e
sucessivas crises de sucessão. O Estado de Báruè foi gerido sob o comando da dinastia
Makombe.
De acordo com Serra (2000, p.311), fontes escritas convergem em afirmar que as
dinastias reinantes em Báruè provieram do Estado de Mutapa, precisamente na região de
Mbire, daí a ligação dos Makombe e Mwenemutapa1.
Até finais do século XVII, os Makombe possuíam o estatuto de uma unidade política
independente do Mwenemutapa. Para a administração do território, o Mambo contava com
assistência de um conselho de anciãos e com os Nyangulo 2 . Os Madoda 3 formavam um
1
Chefe africano.
2
Título hereditário, passado de pai para filho.
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Designação dada aos anciões na Província de Manica.
6
conselho restrito que integrava também membros da família real. A indicação dos Madoda era
com base no prestígio e respeito que gozavam na comunidade.
2. Antecedentes
Antes de entrar no cerne da questão da revolta de Báruè, importa demonstrar que ela
não foi um acto espontâneo e descontextualizado. A histórica revolta de Báruè, é antes de
tudo, o culminar de um longo processo de lutas guerreiras, de vitórias descontinuadas por
alguns recuos e avanços, a saber:
A história oral local guarda importantes memórias desta batalha, considerada a primeira
opondo Makombe aos portugueses, ocorrida em Chideu/Dari-Dari, junto ao rio Púnguè.
De acordo com Rosário (1996, pp.30-31) a história oral narra que, a batalha foi breve.
No dia do confronto, os dois contingentes encontravam-se em Chideu. É referido que o
contingente português era comandado por Magalhães, vulgarmente conhecido por
Mupungura, a frente de uma coluna que partira de Masekese (Manica). Conta-se que os
portugueses foram surpreendidos pelo dispositivo bélico e estratégia de combate de
Makombe.
A progressão dos portugueses era já um facto e tudo fazia crer que os guerreiros
nativos tinham optado pelo recuo como artimanha que permitisse, a qualquer momento, cercar
e dar o golpe fatal às colunas europeias, já que tendiam a confnar-se nas redondezas da aringa
de Nyachirondo/Mussongwe. Os guerreiros dos Makombe pretendiam aproveitar-se das
colinas laterais que fazia à via de acesso à aringa.
Os sipaios que abriam caminho para a coluna portuguesa foram surpreendidos pelo
fogo cruzado dos nativos, provocando baixas consideráveis, no entanto, a artilharia que os
circundava teve tempo de se desdobrar e escalar as colinas, indo surpreender, por sua vez, os
autores da emboscada. Neste combate, o comandante mais activo dos guerreiros, o
Kabendere, foi atingido mortalmente, tendo gerado pânico e incerteza entre os seus
comparsas que iam abandonando o campo de batalha, um após outro. Como corolário deste
incidente, os invasores puderam tomar de assalto a aringa intacta e repleta de víveres no dia
28 de Agosto de 1902.
3. Revolta de Báruè
Tudo começa em 1914, quando o Governo Português decidiu mandar construir uma
estrada ligando Tete à Macequece, passando por terras de Báruè, que permitisse um maior
controlo administrativo das zonas interiores e, o recrutamento fácil de homens para lutar
contra os alemães que haviam penetrado em Moçambique pelo Norte, vindos de Tanganyika
(actual Tanzânia), no decorrer da 1ª Guerra Mundial. Esse recrutamento era feito de forma
abusiva por parte do pessoal administrativo português.
De acordo com Serra (2000, p. 37), os Báruè não tinham sofrido baixas humanas, ao
contrário, beneficiaram-se de reforços vindos de sipaios desertores das Companhias e colunas
portuguesas, para além de se terem apropriado de várias armas. A sua fraqueza só pode ter
residido na falta de consenso nos objectivos e unidades no seio dos chefes africanos que
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Pode se dizer que os próprios insurrectos é que permitiram, dando tempo aos
portugueses para pensar numa reviravolta. Com as perdas sofridas, não lhes restava que a Vila
de Sena e Beira como centro para a preparação da contra-ofensiva que, como acontecera em
1902, a prioridade recairia na recuperação e defesa dos interesses económicos nomeadamente:
as partes úteis da Companhia bem como extinguir o fogo das revoltas.
A partir de meados de Julho, passou a assistir-se, na parte Sul de Báruè, uma série de
batalhas particularmente em Chideu, Nyangwa e Kanga na serra de Gorongosa, onde
guerreiros de Makosa saíram-se bem contra alguns partidários do Governo Colonial,
incluindo colunas portuguesas vindas da Beira.
Makombe Makosa, o último soberano a usar esse título, não foi menos afoito que os seus
predecessores. Preferindo combater nas montanhas, local de difícil acesso para as artilharias
europeias. Makombe Makosa pôde neutralizar uma ofensiva portuguesa, em Outubro daquele
mesmo ano. A sua entrega à causa da libertação era tal que, por essa altura chegou a declarar
que preferia morrer a combater que voltar a estar sob o domínio português.
Para Boahen (2010) pode-se afirmar que, do ponto de vista de soberania, uma das
consequências e relevância da Revolta de Báruè é a existência de conexão que se estabelece
entre a revolta e a antecipação da conquista e o triunfo do nacionalismo africano no geral e
moçambicano em particular, se bem que alguns autores como Pelissier (1988) e Serra (2000)
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preferem situar a acção dos Báruè numa perspectiva pan-étnica e pré-nacionalista, cujo
movimento nunca foi totalmente interrompido de 1920 aos anos 60, fase em que a resistência
tomou formas mais discretas e teve continuidade através dos diferentes Makombe.
Conclusão
Referencias Bibliográficas
AJAYI, J.F. Ade (2010). História Geral de África, VI: África do século XIX à década de
1880. UNESCO, Brasília.
BOAHEN, Alberto Adu (2010). História Geral de África, VII: África sob dominação
colonial, 1880-1935. UNESCO, Brasília.