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FMN: U.E 8.

3 (MÉDICOS)

- SINDICÂNCIA
- IPM
- APF
- DESERÇÃO

8 AULAS
SINDICÂNCIA

REFERÊNCIA: DGPM-315, REV.3. TOMO I, Cap. 3 -


NORMAS SOBRE JUSTIÇA E DISCIPLINA NA MB.
 CONCEITO.
A Sindicância é um procedimento
administrativo sumário de que se utiliza a
Administração Naval, com sindicados ou não, a
fim de proceder à apuração de ocorrências
anômalas no serviço, as quais, confirmadas,
fornecerão elementos concretos para a imediata
abertura do respectivo processo administrativo
(Procedimento do RDM, Conselho de Disciplina,
Conselho de Justificação) ou Inquérito Policial
Militar (IPM), revestindo-se, portanto, de caráter
preparatório, com objetivo de mera apuração
preliminar.
OBS: SINDICÂNCIA

A Sindicância não se confunde com o processo


administrativo nem com o IPM, não admitindo, para a
apuração dos fatos, que sejam adotadas medidas que
impliquem em: prisão ou detenção de elementos
envolvidos, exumação ou necrópsia de cadáver, qualquer
ação de busca e apreensão em local não sujeito à
jurisdição militar e, em nenhuma hipótese, no domicílio
do sindicado, por ser asilo inviolável nos termos do
art. 5º, XI, da Constituição da República Federativa do
Brasil .
 Se da Sindicância resultarem indícios da ocorrência de
ilícito penal, a autoridade nomeante determinará a
instauração do competente IPM.
 No o caso de Contravenção Disciplinar, determinará as
providências necessárias para a responsabilização
disciplinar do imputado, observando-se os procedimentos
previstos nestas Normas.
SINDICÂNCIA

Com o propósito de facilitar a condução


desse procedimento administrativo, sugere-
se aos encarregados que se utilizem,
subsidiariamente, do Código de Processo
Penal Militar (CPPM), observando, porém,
as restrições mencionadas nestas Normas
(DGPM – 315).
Competência da Autoridade Nomeante

 A instauração de Sindicância compete aos


titulares de OM, nestas normas
denominadas Autoridades Nomeantes.
Obedecidas às normas regulamentares de
competência, comando e hierarquia, essas
atribuições poderão ser delegadas a oficiais
da ativa, para fins especificados e por tempo
limitado.
 A Sindicância é iniciada mediante
“Portaria de Instauração” (modelos do
Anexo B), preferencialmente dentro do
prazo máximo de 48 horas, após o
conhecimento do fato a ser apurado.
Designação do Encarregado.

 A designação de Encarregado da Sindicância


será feita na “Portaria de Instauração” pela
Autoridade Nomeante (titular da OM)
SINDICÂNCIA

Se durante as investigações, o Encarregado


verificar a existência de indícios de
contravenção disciplinar ou crime contra
oficial mais antigo, emitirá um relatório parcial,
sem tecer comentários quanto à ação do
oficial mais antigo e remeterá os autos à
Autoridade Nomeante. Esta, caso entenda não
proceder o alegado indício, restituirá os autos por
meio de despacho, determinando o
prosseguimento do feito e nomeará outro
Encarregado, se considerar conveniente.
DESIGNAÇÃO DO ESCRIVÃO

A designação do Escrivão caberá ao


respectivo Encarregado da Sindicância,
caso não tenha sido efetuada pela
Autoridade Nomeante na “Portaria de
Instauração”.
 Na falta destes, qualquer pessoa idônea
poderá desempenhá-la, sendo denominada
Escrivão “ad hoc” (art. 245, §§ 4° e 5° do
CPPM).
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

 Ao iniciar a Sindicância, o Encarregado deverá cumprir,


no que couber, o procedimento preconizado no art. 13
do CPPM.
 Todas as solicitações externas serão feitas por meio
de ofício por ele assinado.
 O Encarregado determinará ao Escrivão as providências
a serem tomadas, por meio de “Despacho” (modelo do
Anexo I), em continuação a documentos, ou no verso
destes.
 O Encarregado só poderá limitar o acesso do advogado
a elementos de prova relacionados a diligências em
andamento e ainda não cumpridas, ou seja, que ainda
não foram juntados aos autos, desde que tal acesso
comprometa a eficiência, a eficácia ou a finalidade das
diligências.
ORDEM DA OITIVA

O encarregado deverá, preferencialmente,


ouvir o(s) ofendido(s), em seguida, a(s)
testemunha(s), e, por último, o(s)
sindicado(s).

TERMO DA OITIVA – Na Sindicância, o


ofendido será ouvido em “ Termo de
Declarações”, o sindicado em “ Termo de
Inquirição” e as testemunhas em “Termo de
Depoimento” ( modelo do Anexo N).
OITIVAS

As oitivas das testemunhas e do sindicado,


exceto em caso de urgência inadiável, que
constará da respectiva assentada, devem ser
realizadas durante o período que medeie entre
as sete e dezoito horas, de acordo com o art. 19
do CPPM.
As oitivas não deverão ser, normalmente,
realizadas por mais de quatro horas
consecutivas, sendo facultado um descanso de
30 minutos, similarmente ao que ocorre nos
termos do art.19,§2º.do CPPM.
Nas Sindicâncias que envolvam extravio de
publicações controladas da MB, o encarregado
deverá conduzir os depoimentos objetivando,
precipuamente, contribuir para a definição do
comprometimento do conteúdo das
publicações, tomando como parâmetro o
estabelecido no art. 6.3 das Normas para a
Salvaguarda de Materiais Controlados,
Informações, Documentos e Materiais Sigilosos
na Marinha (EMA 414) e consignando no relatório
uma exposição do que ficou constatado e a
conclusão a que chegou.
CONFISSÃO
 A confissão disciplinar é o reconhecimento formal do
cometimento de transgressão funcional pelo militar
confidente.
 Caso o sindicado confesse a culpa, a confissão deverá ser
firmada de acordo com os art. 307 a 310 do CPPM.
 A confissão não supre a necessidade da
realização do exame de corpo de delito nas
infrações que deixem vestígios, nem importa na
dispensa de outras diligências, as quais sirvam
para elucidar o fato. Segundo o art. 5º, LVI, da
CRFB/88, são inadmissíveis as provas obtidas
por meios ilícitos.
CONFISSÃO

 A confissão é o reconhecimento formal


de autoria da ocorrência que está sendo
apurada na Sindicância.

 Caso o sindicado confesse a culpa, a confissão


deverá ser firmada de acordo com os art. 307,
308,primeira parte, 309 e 310 do CPPM.

 A confissão não importa na dispensa de


outras diligências, as quais sirvam para
elucidar o fato.
BUSCAS DOMICILIARES

 Não cabe a busca domiciliar na


Sindicância, haja vista a inviolabilidade do
domicílio, bem como o fato de a residência do
militar não ser lugar sujeito à Administração
Naval.
 E em PNR ( próprio nacional residencial) em Vila
Militar, pode realizar busca?
 Negativo, pois a residência do militar é
considerada asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador ( art. 5º, inciso XI
da CRFB/88).
PRAZOS PARA CONCLUSÃO E
PRORROGAÇÃO
O prazo para realização da Sindicância será de até
40 (quarenta) dias, podendo ser prorrogado pela
Autoridade Nomeante por razões justificadas, não
devendo, preferencialmente, ultrapassar o total
de 60 (sessenta) dias.
A Autoridade Nomeante poderá suspender o prazo
da Sindicância, havendo situações de fato que
justifiquem tal providência. Não há prazo mínimo
para conclusão de Sindicância. Uma vez cumpridos
todos os procedimentos previstos nesta norma,
poderá a mesma ser encerrada.
RELATÓRIO

 Terminada a Sindicância, o Encarregado emitirá um


“Relatório” (modelo do Anexo AB ) constituído de duas
partes:
 Primeira parte:
 conterá uma minuciosa exposição dos atos
realizados, e
 Segunda parte:
 a conclusão a que se chegou, se houve ou não
contravenção disciplinar, ou se há indícios de ilícito
penal, sendo que nesse caso deverá ser proposta a
abertura do respectivo IPM.
 Durante a Sindicância, ao ser verificada a existência
de ato definido como ilícito penal, o Encarregado
emitirá um relatório parcial e remeterá os autos à
Autoridade Nomeante, que determinará a instauração
do competente IPM.
SOLUÇÃO

 A Autoridade Nomeante examinará as conclusões


expostas no “Relatório” pelo Encarregado, e decidirá,
por meio de Solução (modelos do Anexo AC).

 A “Solução” será exarada pela Autoridade Nomeante


preferencialmente em até dez dias após a conclusão
do procedimento.

 Quando ficar constatado que o fato, conforme


apurado, não caracteriza contravenção disciplinar
nem crime, a Autoridade Nomeante determinará o
arquivamento dos autos. No caso de contravenção
disciplinar, determinará o julgamento do militar na
forma prevista do RDM.
REMESSA DA SINDICÂNCIA E
ARQUIVAMENTO DOS AUTOS

Concluída a Sindicância e proferida a “Solução”,


serão os autos arquivados na OM por 5 (cinco)
anos e, após esse prazo, remetidos à DPHDM para
arquivo.
Quando a Sindicância for instaurada para apurar causa
de falecimento de militar ou de servidor civil, cópias
do “Relatório” e da “Solução” deverão ser
encaminhadas à DPMM, ao CPesFN, ou à DPcvM,
conforme o caso, a fim de serem anexadas ao
correspondente processo de pensão militar.
Inquérito Policial Militar

 REFERÊNCIA: DGPM-315, REV.3, Cap.8.


 CONCEITO (Art.9º do CPPM).
 É um procedimento administrativo que se destina à
apuração sumária de fato que, nos termos
legais, possam constituir crimes militares ,
delitos da competência da Justiça Militar,
previstos no art. 9° do Código Penal Militar
(CPM), bem como as suas autorias.
IPM

Inquérito Policial Militar.


 A finalidade precípua do IPM é a de ministrar
elementos necessários à propositura da ação
penal.

 No inquérito são obtidos os elementos que servirão de


base para o oferecimento de denúncia pelo
Ministério Público Militar, se for o caso.

 Será obrigatoriamente instaurado IPM quando o


militar for considerado desaparecido. No caso de
morte, em que se evidencie a suspeita da ocorrência
de crime militar, será também instaurado IPM.
IPM

COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE NOMEANTE.

 A instauração do IPM compete às autoridades


mencionadas no art. 7° do CPPM, nestas normas
denominadas autoridades nomeantes.

 A delegação para instauração do IPM deverá recair


em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este
oficial da ativa, reserva, remunerada ou não, ou
reformados.

 O IPM é iniciado mediante "Portaria de


Instauração", por uma das situações mencionadas no
art. 10 do CPPM, num prazo máximo de 48 horas,
após o conhecimento do fato a ser apurado, que deva
ser esclarecido (modelos do Anexo B).
OSTENSIVO DGPM-315 REV 3
ANEXO B (Instauração de IPM pelo Comandante ou autoridade
equivalente).
MARINHA DO BRASIL
(Nome da OM)
PORTARIA N° ....., DE ..... (data por extenso).
Tendo chegado ao meu conhecimento ... (mencionar o fato)
RESOLVO:
De acordo com a alínea a do art. 10 do Código de Processo Penal
Militar (Decreto-Lei n° 1.002/1969), designar ....... (posto e nome do
oficial), Encarregado do competente Inquérito Policial Militar, que
procederá às averiguações necessárias ao esclarecimento do fato
acima relatado e nomear o ....... (posto ou graduação e nome) para
servir de Escrivão.
Deverá ser especialmente considerado o disposto no Decreto nº
4.553/2002, sendo este IPM classificado como ........... (SECRETO ou
RESERVADO).
Deverão ser ouvidos, inicialmente, como testemunhas, os
seguintes ........................ (citar as testemunhas) (Opcional).
Seguem anexos: ..... (documentos ou objetos).
(Assinatura) (Nome da Autoridade Nomeante) (Posto) (Cargo)
IPM

Designação do encarregado.

 A designação de encarregado do IPM será


feita na "Portaria de Instauração" da
autoridade nomeante, recaindo, sempre que
possível, sobre oficial de posto não inferior
a Capitão-Tenente, observando-se o contido
no art. 15 do CPPM.
IPM

Designação do escrivão.
 A designação do escrivão, por meio de
"portaria" (modelo do Anexo D), caberá ao
respectivo encarregado do IPM, caso não
tenha sido efetuada pela autoridade
nomeante na "Portaria de Instauração",
sendo a função exercida por um Oficial
Subalterno, quando houver Oficial como
indiciado, ou por Suboficial ou Sargento nos
demais casos (art. 11 do CPPM).
IPM

Atribuição do sigilo.

O IPM tem caráter sigiloso.

A autoridade nomeante atribuirá o grau de


sigilo dos Autos na “Portaria de Instauração”.
Caso julgue necessário alterá-lo, deverá
observar as normas para salvaguarda de
assuntos sigilosos.
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO
 Ao iniciar o IPM o encarregado deverá cumprir, no que
couber o procedimento preconizado no art. 13 do
CPPM.
 O encarregado do IPM poderá solicitar aos Comandos
de Distrito Naval onde existir Núcleo de Polícia
Judiciária Militar (N-PJM) auxílio na condução do
IPM, em especial no que pertine à realização de
perícias em geral, bem como à Procuradoria da
Justiça Militar da Jurisdição do fato delituoso a ser
apurado, em caso ser de excepcional importância ou
de difícil elucidação, a assistência jurídica de
Procurador/Promotor, conforme o art. 14 do CPPM.
 OBS: N-PJM – Cap.7 DGPM 315 REV 3
N-PJM: Cap.7 DGPM 315 REV 3

 No Anexo A, capitulo 7, da DGPM REV 3, estão


identificadas as OM da MB, com potencialidades para a
realização de perícias, sem prejuízo de outras que sejam
identificadas pelos N-PJM / S-PJM.
 Exemplo:
 CPMM ( Centro de Perícias Médicas da Marinha).
 Realização de perícias no âmbito do Com1ºDN: Exame de
Corpo de Delito (Lesão Corporal); emissão de atestado de
Sanidade Física e Mental no horário regular de expediente
(7:00 às 15:00h); e Exame em odontologia Legal, seja de
exame de Corpo de Delito ou de identificação cadavérica
no horário regular de expediente (07:00 às 15:00h).
ATRIBUIÇÕES DO ENCARREGADO

 Todas as solicitações externas


determinadas pelo encarregado
serão feitas por meio de ofício por
ele assinado.
ORDEM DA OITIVA
 O encarregado deverá, preferencialmente,
ouvir o(s): ofendido(s), em seguida, a(s)
testemunha(s), e, por último, o(s)
indiciado(s).
 Havendo necessidade de esclarecimento
de qualquer fato, as pessoas anteriormente
mencionadas poderão ser ouvidas quantas
vezes se fizerem necessárias.
OITIVA
 A oitiva das testemunhas, do ofendido e do indiciado, exceto
em caso de urgência inadiável, que constará da respectiva
assentada, devem ser realizados durante o período que
medeie entre as sete e dezoito horas, de acordo com o art.
19 do CPPM.
 A testemunha não deverá ser, normalmente, inquirida por
mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe facultada um
descanso de 30 minutos, sempre que tiver que prestar
declarações além daquele termo, de acordo como art. 19, §2º
do CPPM.
 É prudente que o interrogatório do indiciado seja
acompanhado por duas testemunhas, nomeadas pelo
encarregado, as quais assinarão o “Termo de Interrogatório”.
CONFISSÃO
A confissão não supre a necessidade da
realização do exame de corpo de delito nas
infrações que deixem vestígios, nem importa na
dispensa de outras diligências, as quais sirvam para
elucidar o fato.
 Segundo o art. 5º, LVI, da CF, são inadmissíveis as
provas obtidas por meios ilícitos. viola direitos
fundamentais, verificável no momento de sua
obtenção ( Ex: escuta telefônica não autorizada).
 A finalidade da prova é convencer o juiz da
veracidade dos fatos.
BUSCAS DOMICILIARES
 Quando para apuração dos fatos forem necessárias
ações que envolvam buscas domiciliares, o
encarregado do IPM mandará lavrar o “Termo de
Informação para Busca, Apreensão e Prisão”
(modelo do Anexo AP) e solicitará ordem judicial
nesse sentido (modelo do Anexo AQ) ao Juiz-
Auditor competente.
 Concedida a ordem, será procedida a diligência, de
conformidade com os art. 179 e 180 do CPPM,
observando-se o prescrito no inciso XI do art. 5° da
Constituição Federal.
VIOLAÇÃO DE SIGILO
 Se, no curso das investigações, surgir
necessidade de se obter informações que
impliquem violação (quebra) do sigilo
bancário, fiscal ou das comunicações
telefônicas (por escuta), o encarregado do
IPM solicitará, fundamentadamente, à
autoridade judiciária militar competente
para que expeça ordem judicial neste
sentido.
PRAZOS PARA CONCLUSÃO E PRORROGAÇÃO

 Os prazos para realização de IPM são os


mencionados no art. 20 do CPPM, ou seja, 20 (vinte)
dias se o indiciado estiver preso, contado esse
prazo a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão; ou em 40 (quarenta) dias nos demais
casos, contados da data em que se instaurar o
inquérito.
 A prorrogação do art. 20 § 1º, de 20 dias será
solicitada pela autoridade nomeante ao seu
COMIMSUP por mensagem, tendo como endereçados
de informação as OM participadas por ocasião da
instauração do IPM (art. 8.7 da DGPM 315 REV 3).
RELATÓRIO
 Terminado o IPM, o encarregado emitirá um
“Relatório” (modelo do Anexo AS) constituído de
duas partes:
 a primeira, conterá uma exposição do que ficou
constatado e
 a segunda, a conclusão a que se chegou: se o fato
constitui transgressão disciplinar ou há indícios de
ilícito penal, pronunciando-se, neste último caso,
justificadamente, sobre a conveniência da prisão
preventiva do indiciado, nos termos legais, conforme
o art. 22 do CPPM.
RELATÓRIO
 Os autos do IPM serão remetidos à
autoridade nomeante por meio de ofício de
remessa (modelo do Anexo AV).
 Nesse caso, o escrivão deverá lavrar termo
de “Remessa” (modelo do Anexo AAC) a fim
de que conste nos autos a expedição do IPM
para a autoridade nomeante.
SOLUÇÃO
 A autoridade nomeante examinará as
conclusões expostas no “Relatório”,
pelo encarregado, e decidirá, por meio
de “Solução” (modelos do Anexo AT).
 A “Solução” será exarada pela
autoridade nomeante dentro dos
prazos previstos no art. 20 do CPPM
para conclusão do IPM.
SOLUÇÃO
 A autoridade de polícia judiciária militar
(autoridade nomeante) não poderá aplicar
punição disciplinar militar com sede apenas
nas provas colhidas no IPM, dado que este
procedimento não comporta contraditório,
sendo necessário que a autoridade instaure,
com fulcro nos elementos colhidos no IPM,
processo administrativo disciplinar (art. 26 e
seguintes do RDM), deferindo ao acusado a
ampla defesa e o contraditório previsto no
inciso LV do art. 5º da CF.
REMESSA DE IPM
 Estando o IPM solucionado, a autoridade
nomeante remeterá os autos do inquérito
diretamente ao Juiz-Auditor da Circunscrição
Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal,
acompanhados dos instrumentos desta, bem
como dos objetos que interessem à sua prova
(modelo do Anexo AZ), informando, ainda,
acerca das diligências que não puderam ser
concluídas.
 O arquivamento do IPM só poderá ser feito pelo
Juiz-Auditor competente (art. 24 do CPPM).
Prisão em flagrante delito.

 REFERENCIA:DGPM-315, REV.3, TOMO II, Cap. 10.


NORMAS SOBRE JUSTIÇA E DISCIPLINA NA MB –
PRISÃO EM FLAGRANTE.
 CONCEITO.
 ART.244 do CPPM in verbis:
 “Considera-se em flagrante delito aquele que está
cometendo o crime; acaba de cometê-lo; é perseguido
logo após o fato delituoso em situação que faça
acreditar ser ele o autor, é encontrado, logo depois,
com instrumento, objetos, material ou papéis que façam
presumir a sua participação no fato delituoso.”.
 A prisão em flagrante ocorre quando é presenciada
ou constatada, dentro de determinado prazo, a
ocorrência de um ilícito penal.
Prisão em flagrante delito.

 Caso o auto de prisão em flagrante seja,


por si só, suficiente para a elucidação do
fato e sua autoria, o auto de prisão em
flagrante delito constituirá o inquérito,
dispensando outras diligências, salvo o exame
de corpo de delito no crime que deixe
vestígios, a identificação da coisa e sua
avaliação, quando o valor influir na aplicação
da pena.
 A remessa dos autos, com breve relatório da
autoridade policial militar far-se-á sem demora
ao juiz competente, nos termos do art. 20 do
CPPM.
1. Prisão em flagrante delito.
 LAVRATURA DOS AUTOS
 A determinação para a lavratura de auto de prisão
em flagrante é atribuição do Comandante ou
autoridade equivalente ou do seu representante legal
(Oficial de Serviço ou de Quarto) da OM onde se der
a apresentação do preso ou a realização da prisão
(art. 245 do CPPM).
 CRIMES PERMANENTES
 Nos crimes permanentes, assim considerados
aqueles cuja consumação se prolonga no tempo
(o sequestro, o cárcere privado e a deserção, por
exemplo), considerar-se-á o agente em flagrante
delito, até que cesse sua atividade criminosa.
DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA NA JMU

O instituto de audiência de custódia começou a ser aplicado na


Justiça Militar Federal em setembro de 2015, com trabalho pioneiro
da 3ª Auditoria do Rio de Janeiro (1ª CJM).
Recentemente, a Auditoria Militar de Santa Maria (RS) realizou a
primeira audiência de custódia no âmbito da Justiça Militar da União
na região sul do país

Na oportunidade, foi apresentado um soldado do Exército, integrante


do 1º Regimento de Carros de Combate, sediado em Santa Maria,
que foi preso ao se reapresentar no quartel.
Ele encontrava-se na situação de desertor.
O preso foi entrevistado pelo juiz-auditor nos moldes da Resolução
213 do Conselho Nacional de Justiça, sendo-lhe informado o objetivo
da audiência de custódia.
Audiência de Custódia na JMU

No caso concreto, o soldado relatou que estava sendo


tratado de forma digna e que não estava sofrendo maus-
tratos.
Desse modo, o magistrado, salientando que a Lei Penal
Militar prevê a possibilidade de segregação do desertor por
até 60 dias e, considerando que a hierarquia e disciplina
não haviam sido restabelecidas, uma vez que aquela já
era a segunda deserção do acusado, manteve a prisão do
militar, com fundamento no artigo 453, combinado com o
artigo 255, alínea “e” do Código de Processo Penal Militar.
Fonte: STM e CNJ
1. Prisão em flagrante delito.
 CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES
 Nos crimes propriamente militares (exemplos:
motim, revolta, violência contra superior, desrespeito
ao superior, insubordinação, excesso ou abuso de
autoridade, deserção, abandono de posto,etc...).
 A prisão do infrator independerá de estar em
flagrante delito ou de ordem escrita da autoridade
judiciária, podendo ser efetivada pela autoridade
militar competente.
 Contudo, a prisão deverá ser comunicada ao juiz
competente (art. 5°, inciso LXII da Constituição
Federal) e ao Ministério Público competente (art.
10 da Lei Complementar nº 75/93).
1. Prisão em flagrante delito.
 Qualquer pessoa poderá, e os militares deverão, prender
quem for insubmisso ou desertor, ou seja, encontrado
em flagrante delito (art. 243 do CPPM).
 Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, expedida por meio de mandado de prisão,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar (art. 221 do CPPM e inciso LXI, art. 5º,
CRFB/88).
 A prisão em flagrante poderá ser efetuada em qualquer
dia, hora e local e, se necessário, podendo-se penetrar
em qualquer casa em que se encontre o infrator (art. 5, XI
da Constituição Federal).
 O auto de prisão em flagrante deverá conter, pelo menos,
o depoimento de duas pessoas que tiverem assistido o fato
delituoso ou presenciado a apresentação do preso à
autoridade competente.
Prisão em flagrante delito.

Em se tratando de prisão decorrente de posse ou tráfico de


entorpecentes, previsto no art. 290 do CPM, deverá ser
observado o disposto no art. 50, § 1º da Lei nº 11.343/2006, o
qual estabelece a necessidade, para a materialização do
flagrante, do laudo pericial de constatação da substância
apreendida, conforme o modelo do Anexo AB.
Em se tratando de crime onde há prova material, é necessário
lavrar o respectivo “Termo de Apreensão” (modelo do Anexo
AF).
1. Prisão em flagrante delito.
 PRISÃO
 Ocorrendo prisão em flagrante, em área sob
jurisdição militar, ou condução de preso em flagrante
a uma OM, deverá o mesmo ser imediatamente
apresentado ao Comandante ou autoridade
equivalente ou ao seu representante legal (Oficial de
Serviço ou de Quarto), que providenciará a
lavratura do competente "Termo de Apresentação"
(modelo do Anexo B).
 Será designado um escrivão para autuar o
infrator e determinará, imediatamente, as
providências iniciais que o caso requeira, tais
como: exames periciais, apreensão de instrumentos,
armas ou objetos e efetuará as devidas
comunicações, como mencionado no art. 245 do
CPPM.
1. Prisão em flagrante delito.
 INSUBORDINAÇÃO OU DESACATO
 Em caso de insubordinação ou desacato, o infrator
deve ser alertado para o fato de que sua atitude
constitui crime, a fim de configurar a predisposição
consciente de praticar o ato. Caso, depois de
alertado, mantenha a atitude, ser-lhe-á dada voz de
prisão.
 CAPTURA Na prisão em flagrante, a captura dar-se-á
pela simples voz de prisão. O preso será informado
de seus direitos constitucionais, entre os quais o direito
à sua integridade física e moral, o de permanecer
calado, de comunicar-se com pessoa de sua família ou
outra que queira indicar, com seu advogado, e à
identificação dos responsáveis por sua prisão e pelo
seu interrogatório, de acordo com o previsto no art. 5º,
incisos XLIX, LXII, LXIII e LXIV da Constituição
Federal, conforme Anexo AI.
1. Prisão em flagrante delito.
 DESIGNAÇÃO DO ESCRIVÃO
 A função de escrivão será exercida por um Oficial
Intermediário ou Subalterno, se o infrator for oficial; se
praça, um Suboficial ou Sargento. Ele lavrará o
competente “Termo de Compromisso” Na falta destes,
qualquer pessoa idônea a desempenhará (art. 245, §§
4° e 5° do CPPM), a qual será denominado escrivão
“ad hoc”.
 ATRIBUIÇÃO DO SIGILO:
 A prisão em flagrante, quanto ao sigilo, terá,
normalmente, tratamento OSTENSIVO.
 Quando for oficial, serão classificados como
RESERVADO.
1. Prisão em flagrante delito.
 MENSAGEM
 Ao ser efetuada a prisão em flagrante de qualquer
pessoa, civil ou militar, o fato deverá ser comunicado
ao Comando do Distrito Naval ou Comando Naval em
cuja jurisdição ocorreu a prisão, com informação ao
Centro de Inteligência da Marinha, por meio de
mensagem, que, no caso de militar, conterá os seus
dados.
 A mensagem acima mencionada será encaminhada, como
informação, à DPMM, ao CPesFN ou DPCvM, conforme o
caso, e ao seu Comandante ou autoridade equivalente, se
não for subordinado à autoridade que determinou a prisão.
 Quando o detido for Oficial-General, o fato será, também,
comunicado ao CM e ao CEMA (art. 10, § 4° do CPPM).
1. Prisão em flagrante delito.
A prisão de qualquer pessoa em
flagrante delito, assim como o local onde
se encontra detida, deverá ser comunicada,
imediatamente, pelo titular da OM onde
foi lavrado o flagrante às autoridades
judiciárias, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele
indicada, por meio de ofício (modelo do
Anexo R).
1. Prisão em flagrante delito.
 A instauração da competente ação penal dependerá
das corretas lavraturas do "Termo de Apresentação"
e do "Auto de Prisão em Flagrante",
complementadas por provas materiais ou periciais do
fato delituoso.
 Se das respostas do interrogatório, feito ao conduzido
durante a lavratura do "Auto de Prisão em Flagrante",
resultarem fundadas suspeitas contra ele, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, procedendo-
se, imediatamente, se for o caso, e conforme o
indicado, a exames periciais de corpo de delito, de
toxidez ou de sanidade mental, a busca e apreensão
dos instrumentos do fato delituoso e, ainda, a outras
providências que considerar necessárias (art. 246 do
CPPM).
1. Prisão em flagrante delito.
 CONFISSÃO
 Caso o infrator confesse a culpa, o depoimento será firmado
de acordo com os art. 307 a 310 do CPPM.
 A confissão não supre a necessidade da realização do
exame de corpo de delito nas infrações que deixem vestígios,
nem importa na dispensa de outras diligências que sirvam
para elucidar o fato.
 Exemplo: lesão corporal, arrombamento ( deixa vestígio).
 ACAREAÇÃO
 Os depoentes que divergirem nas partes essenciais serão
devidamente acareados, de acordo com o art. 365 do CPPM,
sendo lavrado o "Termo de Acareação" (modelo do Anexo U).
 Quando houver acareação, os depoentes não prestarão
compromisso, por já o terem realizado quando do depoimento
inicial.
1. Prisão em flagrante delito.
 EXAMES PERICIAIS
 Os exames periciais deverão ser procedidos de acordo com o
preconizado nos art. 314 a 346 do CPPM. Nas áreas em que já
estiver em funcionamento o Núcleo de Polícia Judiciária Militar (N-
PJM), as solicitações de perícias necessárias deverão ser a ele
encaminhadas.
 PERITOS
 Os peritos serão, normalmente, designados entre as pessoas
lotadas na área e que possuam requisitos técnicos compatíveis
com os exames que irão proceder, de acordo com os art. 48, 49 e
318 do CPPM, sendo nomeados por "Portaria" do Comandante,
ou autoridade equivalente, da OM onde vier a ser lavrada a prisão
em flagrante (modelo do Anexo V);
 Como peritos, poderão ser designados militares pertencentes
às outras Forças Armadas, conforme entendimentos prévios
entre os respectivos Comandos; e
 Na designação dos peritos deverão ser considerados os casos de
suspeição e impedimento previstos nos art. 52 e 53 do CPPM, se
verificáveis.
1. Prisão em flagrante delito.
 CONCLUSÃO
 Concluídos os autos, o escrivão lavrará o "Termo de
Conclusão" (modelo do Anexo AG).
 Os autos conclusos serão enfeixados em uma
"Capa" (modelo do Anexo A) e remetidos ao Juiz-
Auditor da competente Circunscrição Judiciária,
mediante ofício da autoridade que determinou a
lavratura dos mesmos.
 OBS: Se necessário este ofício conterá uma relação
de documentos inerentes ao caso, não recebidos a
tempo de serem juntados, e que serão
encaminhados tão logo recebidos.
1. Prisão em flagrante delito.
 REMESSA
 Os autos de prisão em flagrante serão remetidos, imediatamente,
em expediente com tramitação urgente, diretamente à autoridade
judiciária da área onde ocorreu a prisão, por meio de ofício (art. 251 do
CPPM).
 Se houver necessidade de serem procedidas diligências, a remessa
dos autos deverá ocorrer no prazo máximo de cinco dias a partir da
data da prisão (art. 251 do CPPM). Entretanto, mesmo quando depender
dessas diligências, a comunicação da prisão deverá ser feita de imediato
ao Juízo competente.
 O encaminhamento do processo à competente Circunscrição Judiciária
Militar será participado às autoridades mencionadas no art. 5.12 da
DGPM-315, por meio de mensagem, conforme abaixo:
 Ao ser efetuada a prisão em flagrante de
qualquer pessoa, civil ou militar, o fato deverá ser
comunicado ao Comando do Distrito Naval em cuja
jurisdição ocorreu a prisão, com informação ao Centro
de Inteligência da Marinha.
O que deve conter o APF:
 1) a data e o local onde foi lavrado;
 2) a indicação da autoridade que o presidiu;
 3) a qualificação, o compromisso e a oitiva do condutor
(depoimento de quem realizou a prisão),onde deverá informar os
fatos que motivaram a prisão do conduzido, bem como as
circunstâncias que o envolveram;
 4) a qualificação, o compromisso e a oitiva de pelo menos duas
testemunhas que presenciaram o fato ou a prisão. Na ausência
destas testemunhas,deverão assinar o auto, pelo menos duas
testemunhas que tenham presenciado a entrega do conduzido à
Autoridade Policial;
 5) a qualificação e oitiva do ofendido, quando for possível;
 6) a qualificação e o interrogatório do conduzido.
 OBS: Se não obedecida esta ordem, a prisão deverá ser relaxada
por ser ilegal.
 ANEXO D: AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

 Aos ... dias do mês de ..... do ano ......., nesta cidade de .... (ou lugar onde for), a bordo
do ..... (ou lugar onde for), onde se achava ....... (nome e posto da autoridade militar a que for
apresentado o preso), comigo ... (qualificação), servindo de escrivão, aí presente o
condutor ............ (qualificação), disse que ........ (resumo do fato, declaração de haver o
conduzido sido preso quando o cometia ou quando, após a prática do mesmo, fugia,
perseguido pelo clamor público, acrescentando se o seu estado físico apresentava ou não
lesões aparentes, o estado do vestuário e se estava de posse do instrumento com que
praticou o fato delituoso). Nada mais sendo perguntado e nada mais tendo a informar, foi
encerrado o seu depoimento. Em seguida, presente a primeira testemunha .... (qualificação),
a qual, sob o compromisso legal, prometeu dizer a verdade, de acordo com o art. 352 do
CPPM e sendo inquirida, disse: ......(segue-se o que for perguntado e o que a testemunha
disser), e nada mais sendo perguntado e nada mais tendo a informar, foi encerrado o seu
depoimento. Presente a segunda testemunha ....... (qualificação), a qual, sob o compromisso
legal, prometeu dizer a verdade, de acordo com o art. 352 do CPPM e, sendo inquirida,
disse: ............. (segue-se o que for perguntado e o que a testemunha disser), e nada mais
sendo perguntado e nada mais tendo a informar, foi encerrado o seu depoimento. (Idêntico
procedimento para as demais testemunhas). Presente o ofendido ou a vítima (se este
comparecer e puder depor), que se identificou como ........ (qualificação), disse ........... (segue-
se o que for perguntado e o que o ofendido disser). Nada mais sendo perguntado e nada
mais tendo a informar, foi encerrado o seu depoimento. Em seguida, presente o infrator,
sendo-lhe informado dos seus direitos constitucionais ao silêncio, assistência de advogado e
comunicação à pessoa de sua família ou qualquer outra indicada, que declarou chamar-
se ........ (qualificação), ao ser interrogado sobre o fato que motivou a sua detenção
disse:............(segue-se o que foi perguntado e que o infrator disser, com as circunstâncias, o
lugar, o dia e a hora do cometimento do crime). Nada mais tendo a informar, foi encerrado o
seu depoimento. Pelo que, mandou a autoridade encerrar este auto, que assina com o
condutor, as testemunhas, o ofendido ou a vítima (se esta comparecer ou puder fazê-lo) e o
infrator. Eu, ............ (posto ou graduação, quadro ou especialidade, NIP e assinatura),
servindo de escrivão, o subscrevi.
 [
OBS:

 Cabe lembrar que o APF dispensa a instauração de


IPM, pois ambos são peças informativas, ou seja,
possuem a mesma finalidade no sentido de fornecer ao
Ministério Público Militar os elementos necessários
à propositura da ação penal militar.
 Assim, se o militar for preso por trazer consigo
substância entorpecente, deverá ser submetido,
mediante diligência determinada pelo Presidente do
APF, a exame de constatação quanto à natureza da
substância apreendida.
Procedimento Especial: Deserção

 A – DESERÇÃO. Referência: (DGPM-315, REV 3, TOMO II, Cap.


9, NORMAS SOBRE JUSTIÇA E DISCIPLINA NA MB).

 O crime de deserção ocorre quando o militar da ativa


ou da reserva designado para o serviço ativo, sem
estar devidamente autorizado ou sem prestar a
necessária informação à autoridade a que estiver
diretamente subordinado, incidir em uma das
hipóteses abaixo, de conformidade com os art. 187 a
194 do Código Penal Militar (CPM):
 a) ausentar-se da unidade em que serve, ou do lugar
em que deve permanecer, por mais de oito dias;
 b) não se apresentar no lugar designado, dentro de
oito dias, findo o prazo de trânsito ou férias;
A – DESERÇÃO.

 c) deixar de se apresentar à autoridade competente,


dentro do prazo de oito dias, contados daquele em que
termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que
é declarado o estado de sítio ou de guerra;

 d) tendo cumprido pena, deixar de se apresentar,


dentro do prazo de oito dias;

 e) deixar de apresentar-se no momento da


partida do navio ou de aeronave, de que é tripulante,
ou da partida ou do deslocamento da unidade ou força
em que serve (deserção especial).
Contagem da ausência.

 A contagem dos dias de ausência, para que se consume o crime de


deserção, é feita a partir do dia seguinte ao da constatação da
ausência até o nono dia.
 Exemplo:
 Um GM (Md) do CIAW/CFO foi licenciado às 1700 horas do dia 19 de
abril de 2020 e devia regressar para bordo às 0800 horas do dia 20
de abril, entretanto deixou de fazê-lo. Em qual dia estará consumada
a deserção?
 Dia 20 de abril, ausência do militar;
 Dia 21de abril, 1º dia do prazo de graça;
 Dia 22 de abril, 2º dia ............................;
 Dia 23 de abril, 3º dia..............................;
 Dia 24 de abril, 4º dia..............................;
 Dia 25 de abril, 5º dia..............................;
 Dia 26 de abril, 6º dia ..............................;
 Dia 27 de abril, 7º dia ..............................;
 Dia 28 de abril, 8º dia.............................;
 Dia 29 de abril de 2020, delito de deserção consumado. Parte de
deserção. OBS: De uma maneira bastante simples basta somar nove
ao dia da ausência. (20 + 9 = 29 ).
CONSUMAÇÃO DA DESERÇÃO ESPECIAL

 O crime de deserção especial (art. 190 do CPM)


será consumado, imediatamente, no caso de o
militar não se apresentar no momento da partida
do navio ou da aeronave onde serve ou se
encontra destacado.
 OBS: uma vez não recebidas informações sobre seu
paradeiro que justifiquem a ausência, devendo ser
consignado em "Parte de Ausência" própria, que,
de imediato, dará ensejo às lavraturas da "Parte de
Deserção" e do "Termo de Deserção".
PARTE DE AUSÊNCIA

 Após 24 horas da ausência, no dia D+1, sem


que se tenha qualquer informação a respeito,
deverá o Imediato ou Vice-Diretor, no caso de
ausência de Oficial, e o Encarregado do Pessoal
ou da Divisão, no caso de ausência de Praça,
fazer ao Comandante, ou à autoridade
equivalente, a competente comunicação, por
meio de uma "Parte de Ausência”.
 Ao receber a "Parte de Ausência", o Comandante,
ou a autoridade equivalente, deverá despachar, em
sua continuação, as seguintes providências:
 a) designar um oficial, mais antigo que o ausente,
como Encarregado da "Investigação da Ausência" e
um oficial intermediário ou subalterno como Escrivão,
no caso de oficial; ou, Suboficial ou Sargento, no caso
de praça, a fim de serem lavrados os documentos
pertinentes;
 b) mandar proceder, ou solicitar que sejam procedidos
pedidos de informações aos hospitais da Marinha
na área, quanto à possível baixa do ausente; e
 c) mandar proceder ao inventário do material
deixado na OM pelo militar ausente e determinar que
sejam inventariados os bens da Fazenda Nacional que
se encontravam sob a responsabilidade do ausente,
destacando as faltas e indicando os valores parciais e
o valor total.
PROVIDÊNCIAS PARA LOCALIZAÇÃO E
RETORNO DO AUSENTE À OM

 O Comandante, ou autoridade equivalente, com o


propósito de tentar evitar a consumação do crime de
deserção, providenciará a entrega, ao militar
ausente, em sua residência, de uma "intimação”.
 No caso de não encontrá-lo, deverá ser solicitado a
pessoa maior de 18 anos, e residente no local, a
aposição de recibo na cópia da mesma. No recibo
deverá constar o nome, o número da cédula de
identidade ou de outro documento de identificação, o
órgão expedidor e a assinatura do recebedor, além
da data e da hora do recebimento.
PARTE DE DESERÇÃO - PRAZO PARA A
CONSUMAÇÃO DA DESERÇÃO

 Após oito dias de ausência, no dia D+9,


quando da consumação da deserção, será
encaminhada ao Comandante, ou autoridade
equivalente, a "Parte de Deserção“, sendo,
logo a seguir, lavrado o "Termo de
Deserção“ pelo oficial Encarregado da
"Investigação da Ausência".
LAVRATURA DO TERMO DE DESERÇÃO

 O oficial designado para proceder à lavratura do "Termo de


Deserção" (Encarregado da Investigação da Ausência) deverá
providenciar para que este seja lavrado logo após receber a
"Parte de Deserção", sendo, a este Termo, juntados todos os
documentos relativos à deserção.
 a) o "Termo de Deserção" será assinado pelo Comandante, ou
autoridade equivalente, e por duas testemunhas idôneas, de
preferência oficiais, além do oficial Encarregado, conforme os
arts. 454 "caput" e 456 § 3° do CPPM; e
 b) o "Termo de Deserção", após lavrado, será transcrito em
Ordem de Serviço, de acordo com o disposto no art. 454 "caput"
e 456 § 4º do CPPM. Cópia dessa Ordem de Serviço, assim
como o original do Termo de Deserção, deverão ser anexados
aos autos.
DESERÇÃO ESPECIAL

 No caso de deserção por perda de navio ou de aeronave, o


Comandante deverá, ao receber a "Parte de Ausência”,
despachar em sua continuação, determinando as ações descritas
no art. 4.5.
 A "Parte de Deserção“ e o "Termo de Deserção“ serão
lavrados de imediato, caso não sejam recebidas informações
sobre o paradeiro do desertor que justifiquem a ausência.
 COMUNICAÇÃO DA DESERÇÃO
 Lavrado o “Termo de Deserção”, será comunicada a deserção
por meio de mensagem ao Comandante do Distrito ou Comando
Naval em cuja jurisdição ocorreu o crime, aos demais
Comandantes de Distrito e Comando Naval e ao Diretor do
Pessoal Militar da Marinha ou Comandante do Pessoal de
Fuzileiros Navais, quando se tratar de militar do CFN, com
informação ao Diretor do Centro de Inteligência da Marinha.
 Farão parte da “Instrução Provisória de Deserção” os
seguintes documentos, que serão reunidos e enfeixados
numa "Capa" (modelo do Anexo A):

a) "Parte de Ausência" (modelos dos Anexos B ou C);


b) Despacho do Comandante, ou autoridade equivalente, em seguida à
"Parte de Ausência" (modelo do Anexo D);
c) "Termo de Compromisso do Escrivão" (modelo do Anexo E);
d) "Intimação” sua cópia (modelo do Anexo L), devidamente firmada
pelo recebedor, se for o caso;
e) "Termo de Inventário de Bens da Fazenda Nacional" (modelo do
Anexo G);
f) "Parte de Deserção" (modelos dos Anexos H ou I);
g) "Termo de Deserção" (modelo do Anexo J);
h) cópia da Ordem de Serviço onde esteja transcrito o "Termo de
Deserção";
i) cópia da Caderneta-Registro ou Guia-Histórico, no caso de Praças
MN-RC, com anotações de todas as fases pertinentes à deserção; e
j) ficha dactiloscópica do desertor, se recebida.
ESTUDO DE CASOS CONCRETOS.

 1) Um PM do Estado do RJ, juntamente com um


colega civil realiza uma tentativa de roubo do
armamento de uma sentinela que se encontrava de
serviço na guarita de acesso do 1º Distrito Naval.
Como resultado dessa ação delituosa ocorre
ferimento no servidor militar da União provocado por
arma de fogo (lesão corporal /ferimento).
Responda com fundamento na legislação em vigor o
que se pede:
 A) Quem serão os indiciados como
(autores ou coautores) na referida ação
penal?
 R: Policial militar e o civil, em coautoria.
 B) Qual justiça (comum do Estado do RJ,
militar Estadual ou militar da União) será
competente para julgar tal fato delituoso?
 R: A competência da Justiça Militar
da União alcança as condutas militarmente
criminosas que afetem as instituições
militares, sejam quais forem os agentes,
inclusive Policial Militar, como ocorreu no
caso em tela.
 C) O PM cometeu crime militar? E o civil?

 R: Os dois cometeram crime militar


(PM e o Civil), pois serão alcançados pela lei
conforme explicado no item A) .
 D) Qual o(s) fundamento(s) da resposta
anterior?
 R: CPM, art. 9º, III, «b».
 E) Haverá ncs de abertura de sindicância
ou IPM? Justifique.
 R: O caso concreto configura crime militar
de acordo com o artigo 9º, caput, do CPPM.
 F) Como é composta a Justiça Militar da
União?
 R: Art. 1º lei 8.457/92.
 2) É competente a justiça militar da União para
processar e julgar civil denunciado por homicídio
qualificado praticado contra militar, que se
encontrava de sentinela em posto de vila militar,
com o propósito de roubar-lhe a arma.

 R: Art. 9º, III, d, do CPM.


 OBS: Para se configurar o delito militar de homicídio, é
necessário que a vítima esteja efetivamente
exercendo função ou desempenhando serviço de
natureza militar, não bastando a sua condição de
militar.
 3) Crime doloso contra a vida cometido por militar
da ativa em face de outro militar da ativa fora das
dependências militares deverá ser julgado pela
justiça comum ou militar da União (federal)?
 R: Com fundamento no art. 9.º, II, ‘a’, do Código
Penal Militar, assentou a competência da Justiça
Militar da União para o julgamento de crime de
homicídio cometido por militar, em face de outro
militar, ocorrido fora do local de serviço.
 4) Estelionato praticado por militar em atividade ao
falsificar identidade e cheque e efetuar o saque em
estabelecimento bancário caracterizam competência
da Justiça Militar da União ou da Justiça Federal
Comum?
 R: A vantagem ilícita obtida mediante meio
fraudulento atentou contra patrimônio do Banco
não atingindo patrimônio do militar correntista. O
crime tipificado como estelionato foi praticado
contra pessoa jurídica de direito privado.
Portanto caberá a Justiça Federal Comum o
seu julgamento.
5) Um militar A reage com soco a provocação que sofreu
de militar B causando-lhe lesão corporal leve. Caberia
aplicar qual princípio para absolver o militar A?
 Jurisprudência:
 O STM negou a apelação em ação por lesão leve
( art 209 CPM).
 Defensoria Pública da União recorreu ao STF em
HC Nº 95445.
 A 2ª turma do STF aplicou o princípio da
insignificância para absolver o militar que
provocado injustamente, desferiu um soco no
provocador. OBS: Tal princípio não se aplica a
posse de entorpecentes (é crime: artigo 290
do CPM).
6) Três funcionários civis, trabalhando para o AMRJ
falsificaram assinatura da papeleta de horas extras
e receberam pagamento a maior.
 Pergunta-se:
 Cometeram crime militar?
 Art. 9º, inciso III, letra “a” c/c 251 do CPM.
 Serão julgados em qual Conselho de Justiça Militar?
 Nenhum, pois a competência para julgar civis é do Juiz
Federal da Justiça Militar, de acordo com o Art. 30, I-B,
da Lei nº 8.457/92, com a redação dada pela Lei nº
13.774/2018.
 7) Militar que, de forma livre e consciente, abandonou
o serviço para o qual estava escalado (sentinela por
exemplo), tendo sido encontrado no alojamento da
OM, pelo Oficial de Serviço, aparentando estar
doente, incidindo no delito tipificado no art. 195 do
CPM (abandono de posto).
 Ocorreu crime militar? Sim, pois trata-se de crime propriamente
militar, e de mera conduta, prescindindo da ocorrência de
qualquer resultado naturalístico , ou seja, qualquer prejuízo para a
sua configuração. Basta para sua consumação que o militar,
estando escalado para o serviço, se ausente sem autorização,
definitivamente ou temporariamente, do local onde deveria
permanecer, independentemente do tempo de duração da ausência.
O bem jurídico tutelado é o dever militar, a segurança e a
regularidade do funcionamento das Forças Armadas. Coloca
OM em perigo.
 Qual a atitude do Oficial de Serviço? Lavrar o APF.
CIAW

“AQUI SE FORMAM, SE ESPECIALIZAM E SE APERFEIÇOAM


PROFISSIONAIS DO MAR”

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