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PREPARATÓRIO

PARA QOAM
CAP-CPA
Aula 08: Justiça e Disciplina

Professor: Marlon Santos


Email: marlonsantos1208@gmail.com
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.1 - CONCEITO
A prisão em flagrante ocorre quando é presenciada ou constatada,
dentro de determinado prazo, a ocorrência de um ilícito penal.
Considera-se que haja prisão em flagrante quando o agente é
encontrado cometendo infração penal, quando acaba de cometê-la, ou
quando, após a prática desta, seja perseguido dentro de um tempo
bem próximo ao tempo da infração, não importando por quanto tempo
dure a perseguição, desde que não haja solução de continuidade, ou,
ainda, quando for encontrado, num prazo compatível com as
circunstâncias de cada caso, com instrumentos, armas, objetos ou
materiais, assim como com lesões corporais ou a roupa em desalinho
ou com manchas de sangue ou outras evidências que façam presumir
ser ele autor ou participante do ato delituoso.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

Caso o auto de prisão em flagrante seja, por si só, suficiente para


a elucidação do fato e sua autoria, o auto de prisão em flagrante
delito substituirá o inquérito, dispensando outras diligências,
salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a
identificação da coisa e sua avaliação, quando o valor influir na
aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da
autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz
competente, nos termos do art. 20 do CPPM.
Advirta-se, porém, que se por si só o flagrante NÃO for suficiente
para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de prisão em
flagrante delito será peça inicial do IPM, sendo, nesta hipótese,
desnecessária a portaria.
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Cometendo a Infração Penal

Acaba de Cometer a Infração Penal


Prisão em Flagrante
Perseguido

Encontrado com evidências que façam presumir

APF

Suficiente para elucidar o fato e a autoria?

SIM NÃO

Inquérito Policial Militar


DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.2 - LAVRATURA DOS AUTOS


A determinação para a lavratura de auto de prisão em flagrante é
atribuição do Comandante ou autoridade equivalente ou do seu
representante legal (Oficial de Serviço ou de Quarto) da OM onde se
der a apresentação do preso ou a realização da prisão (art. 245 do
CPPM).

10.3 - CRIMES PERMANENTES


Nos crimes permanentes, assim considerados aqueles cuja
consumação se prolonga no tempo (o sequestro, o cárcere privado e a
deserção, por exemplo), considerar-se-á o agente em flagrante delito,
até que cesse sua atividade criminosa.
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10.4 - CRIMES PROPRIAMENTE MILITARES


Nos crimes propriamente militares (motim, revolta, violência contra
superior, desrespeito ao superior, insubordinação, usurpação,
excesso ou abuso de autoridade, deserção, abandono de posto,
ineficiência de força, por exemplo), a prisão do infrator INDEPENDERÁ
de estar em flagrante delito ou de ordem escrita da autoridade
judiciária, podendo ser efetivada pela autoridade militar competente.
Contudo, a prisão deverá ser comunicada ao juiz competente (art. 5°,
inciso LXII da Constituição Federal), ao Ministério Público competente
(art. 10 da Lei Complementar nº 75/1993) e à Defensoria Pública da
União, caso não informe o nome do seu advogado, conforme disposto
no art. 306, § 1° do CPP.
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10.5 - MEDIDAS PRELIMINARES


10.5.1 - Logo que forem verificadas anormalidades ou indícios de
prática de infração penal, deverão ser adotadas as medidas
preliminares preconizadas no art. 12 do CPPM.

10.5.2 - QUALQUER PESSOA poderá, e os MILITARES DEVERÃO,


prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em
flagrante delito (art. 243 do CPPM).

10.5.3 - Ninguém será preso senão em flagrante delito OU por ordem


escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, expedida
por meio de mandado de prisão, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar (art. 221 do CPPM e inciso LXI,
art. 5º, CF/1988).
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10.5 - MEDIDAS PRELIMINARES


10.5.4 - O auto de prisão em flagrante deverá conter, pelo menos, o
depoimento de duas pessoas que tiverem assistido ao fato delituoso
ou presenciado a apresentação do preso à autoridade competente.

10.5.5 - A prisão em flagrante poderá ser efetuada em qualquer dia,


hora e local e, se necessário, podendo-se penetrar em qualquer casa
em que se encontre o infrator (art. 5º, inciso XI da Constituição
Federal). Porém, recomenda-se que seja observado o disposto nos
art. 231 a 233 do CPPM e que não haja dúvida da situação de
flagrância.
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10.5 - MEDIDAS PRELIMINARES


10.5.6 - Em se tratando de prisão decorrente de posse ou tráfico de
entorpecentes, previsto no art. 290 do CPM, deverá ser observado o
disposto no art. 50, § 1º da Lei nº 11.343/2006, o qual estabelece a
necessidade, para a materialização do flagrante, do laudo pericial de
constatação da substância apreendida, conforme o modelo do anexo
AB.

10.5.7 - Em se tratando de crime onde há prova material, é necessário


lavrar o respectivo “Termo de Apreensão” (modelo do Anexo AF).
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10.6 - PRISÃO
10.6.1 - Ocorrendo prisão em flagrante, em área sob jurisdição militar,
ou condução de preso em flagrante a uma OM, deverá o mesmo ser
imediatamente apresentado ao Comandante ou autoridade equivalente
ou ao seu representante legal (Oficial de Serviço ou de Quarto), que
providenciará a lavratura do competente “Termo de Apresentação”
(modelo do Anexo B), designará um escrivão para autuar o infrator e
determinará, imediatamente, as providências iniciais que o caso
requeira, tais como: exames periciais, apreensão de instrumentos,
armas ou objetos e efetuará as devidas comunicações, como
mencionado no art. 10.12 destas Normas (art. 245 do CPPM).
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10.6 - PRISÃO
10.6.2 - Quando o ilícito penal for praticado em presença da autoridade
ou contra ela, no exercício de suas funções, deverá ela própria
prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando esta
circunstância no “Termo de Apresentação” (modelo do Anexo B) (art.
249 do CPPM).

10.6.3 - Quando o preso for encaminhado à prisão não subordinada à


autoridade que o autuou, será apresentado por “ofício” (modelo do
Anexo L), contendo, em anexo, cópia do “Auto de Prisão em
Flagrante”. O recebimento do preso será certificado por meio de
“Recibo” (modelo do Anexo M), mandado passar pela autoridade que
o receber, em cópia do “Auto de Prisão em Flagrante” (art. 237 do
CPPM).
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10.6 - PRISÃO
10.6.4 - O preso deverá ser conduzido normalmente, sendo admissível
o emprego da força, quando indispensável, nos casos de
desobediência, resistência ou tentativa de fuga, na forma das
disposições do art. 234 do CPPM e seus §§, observando-se o disposto
nos art. 11.10 e 11.11 destas normas.

10.6.5 - As autoridades mencionadas no art. 242 do CPPM e no art. 295


do CPP terão direito a prisão especial.
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10.6 - PRISÃO
10.6.6 - Os ofícios de notificação e os relacionados com providências
determinadas pelo encarregado ou autoridade que presidiu a
autuação da prisão em flagrante, assim como todos os documentos
mandados juntar aos autos, deverão ser relacionados no “Termo de
Juntada” (modelo do Anexo P) a ser lavrado pelo escrivão. Nenhum
documento será juntado aos autos sem ordem competente, exarada
no próprio documento, pela expressão “JUNTE-SE AOS AUTOS”, ou
por meio de “Despacho” (modelo do Anexo Q)
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10.6 - PRISÃO
10.6.7 - A fim de evitar questionamentos acerca da apreensão de
menores infratores que cometeram fatos típicos análogos a crime
militar, por força do artigo 172 e 173 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA), esse menor deverá ser apresentado,
por ofício, à Delegacia de Proteção à Criança/Adolescente mais
próxima da Organização Militar, ou a outra delegacia que atenda a
esse tipo de ocorrência.
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10.6 - PRISÃO
10.6.8 - Com o objetivo de dar cumprimento à Resolução nº 228 de 26 de
outubro de 2016, que instituiu a audiência de custódia no âmbito da Justiça
Militar da União (JMU), visando assegurar a apresentação, sem demora, da
pessoa presa a um Juiz, nos casos de prisão em flagrante delito, orienta-se às
Organizações onde ocorreu tal prisão, que entrem em contato com a Auditoria
onde tramita o Processo ou Auditoria de Distribuição (onde houver) da
Circunscrição Judiciária da área, para fins de se informar dos procedimentos a
serem adotados em cada caso, objetivando cumprir a resolução, observadas
as peculiaridades de cada Circunscrição Judiciária Militar (CJM). Para o
contato com a Auditoria, deverão ser observados os seguintes aspectos
principais da norma em tela: local, data, horário e prazo para apresentação do
preso, endereço eletrônico e/ou físico para envio da documentação atinente à
prisão e verificação do juiz competente para análise da prisão. A citada
resolução poderá ser consultada na página do Superior Tribunal Militar (STM)
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10.7 - INSUBORDINAÇÃO OU DESACATO


Em caso de insubordinação ou desacato, o infrator deve ser alertado
para o fato de que sua atitude constitui crime, a fim de configurar a
predisposição consciente de praticar o ato. Caso, após alertado,
mantenha a atitude, ser-lhe-á dada voz de prisão.

10.8 - CAPTURA
Na prisão em flagrante, a captura dar-se-á pela simples voz de prisão. O
preso será informado de seus direitos constitucionais, entre os quais o
direito à sua integridade física e moral, o de permanecer calado, de
comunicar-se com pessoa de sua família ou outra que queira indicar,
com seu advogado, e à identificação dos responsáveis por sua prisão e
pelo seu interrogatório, de acordo com o previsto no art. 5º, inciso XLIX,
LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, conforme Anexo AI.
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10.9 - DESIGNAÇÃO DO ESCRIVÃO


A função de escrivão será exercida por um Oficial Intermediário ou
Subalterno, se o infrator for oficial; se praça, um suboficial ou
sargento. Ele lavrará o competente “Termo de Compromisso”, e, na
falta daqueles, qualquer pessoa idônea a desempenhará (art. 245, §§
4° e 5° do CPPM), a qual será denominado escrivão “ad hoc”.

10.10 - DESIGNAÇÃO DO ESCRIVÃO “AD HOC”


O escrivão designado “ad hoc” prestará o compromisso legal, de
acordo com o art. 11 parágrafo único ou art. 245 § 5° do CPPM, e
lavrará o competente “Termo de Compromisso” (modelo do Anexo C).
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10.11 - ATRIBUIÇÃO DO SIGILO


A prisão em flagrante, quanto ao sigilo, terá, normalmente, tratamento
OSTENSIVO. Quando o preso for oficial ou suboficial, os autos serão
classificados como RESERVADO. Se o fato envolver assunto que afete
a Segurança Nacional, os autos serão classificados como
RESERVADO ou SECRETO.
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10.12 - MENSAGEM
10.12.1 - Ao ser efetuada a prisão em flagrante de qualquer pessoa,
civil ou militar, o fato deverá ser comunicado ao Comando do Distrito
Naval em cuja jurisdição ocorreu a prisão, com informação ao CIM,
por meio de mensagem, que, no caso de militar, conterá os seguintes
dados: posto ou graduação, quadro ou especialidade, NIP, nome, OM
onde serve (se for diferente da OM de origem da mensagem), resumo
do fato que determinou a prisão, enquadramento e local onde se
encontra detido. Em se tratando de civil, a mensagem conterá como
qualificação do preso: nome, profissão, número da cédula de
identidade e o órgão expedidor, além dos demais dados acima
mencionados.
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10.12 - MENSAGEM
10.12.2 - A mensagem acima mencionada será encaminhada, como
informação, à DPMM, ao CPesFN ou DPCvM, conforme o caso, e ao seu
Comandante ou autoridade equivalente, se não for subordinado à
autoridade que determinou a prisão.

10.12.3 - Quando o detido for Oficial-General, o fato será, também,


comunicado ao CM e ao CEMA (art. 10, § 4° do CPPM).

10.12.4 - A prisão de qualquer pessoa em flagrante delito, assim como o


local onde se encontra detida, deverá ser comunicada, imediatamente, pelo
titular da OM onde foi lavrado o flagrante às autoridades judiciárias, ao
Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada,
conforme o disposto no art. 5º, inciso LXII da Constituição Federal, e art. 10
da Lei Complementar nº 75/1993, por meio de ofício (modelo do Anexo R).
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10.13 - QUALIFICAÇÃO DO DEPOENTE


10.13.1 - Cada depoente deverá ser completamente qualificado no
início do texto do termo. Esta qualificação deverá conter, conforme o
caso: nome, data de nascimento, NIP, posto ou graduação ou
profissão, filiação, naturalidade, nacionalidade, estado civil, número
do cartão de identidade civil e militar e órgão expedidor, CPF, Título de
Eleitor, residência, local de trabalho, grau de instrução, endereço
eletrônico e telefone para contato. Quando conhecido ou declarado,
deverá constar, também, o apelido.

10.13.2 - Após a qualificação acima mencionada, o depoente será


informado do motivo do depoimento e este fato constará do
correspondente termo.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.13 - QUALIFICAÇÃO DO DEPOENTE


10.13.3 - A Qualificação do preso deverá constar em folha própria
(modelo do anexo AJ), que deverá ser autuado logo após a capa
(modelo do Anexo A). Caso nem todas as informações acima
mencionadas estejam disponíveis, deverá ser consignada a expressão
“não disponível”, sendo juntada aos autos posteriormente, ou
transmitida ao juízo para o qual for distribuído o procedimento, caso
venha ao conhecimento do encarregado/presidente.
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10.14 - COMPROMISSO DE DIZER A VERDADE


10.14.1 - Cada depoente, com exceção do infrator e do ofendido, é
obrigado a prestar o compromisso de dizer a verdade, nos termos
contidos no art. 352 do CPPM, e este fato constará do texto inicial de
seu depoimento.

10.14.2 - Os menores de dezoito anos, as pessoas com deficiência


mental, os ascendentes, descendentes, sogro, sogra, genro, nora,
cônjuge, irmão ou pessoa que tenha vínculo de adoção com o preso,
poderão ser ouvidos como testemunhas, observado o disposto no art.
354 do CPPM, estando isentos do compromisso de dizer a verdade.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.1 - Os depoimentos do condutor do preso, das testemunhas ou
informantes, da vítima ou ofendido, se houver e puder fazê-lo, e do
conduzido serão tomados a termo no “Auto de Prisão em Flagrante”
(modelo do Anexo D).

10.15.2 - Quando o preso se recusar a assinar o “Auto de Prisão em


Flagrante” ou não souber escrever ou não puder fazê-lo, o fato
constará do texto final desse Auto, e, então, serão convocadas duas
testemunhas, além daquelas que presenciaram o ato criminoso ou a
apresentação do conduzido, as quais firmarão ter assistido à leitura
do termo ao preso e a sua recusa em assiná-lo ou a sua
impossibilidade de fazê-lo.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.3 - Quando se tratar de testemunha que se recuse a assinar o
termo ou não souber escrever ou não puder fazê-lo, o motivo da
recusa ou a causa do impedimento constará, também, do texto do
“Auto de Prisão em Flagrante” e será firmado como no inciso anterior.

10.15.4 - A instauração da competente ação penal dependerá das


corretas lavraturas do “Termo de Apresentação” e do “Auto de Prisão
em Flagrante”, complementadas por provas materiais ou periciais do
fato delituoso.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.5 - Se das respostas do interrogatório, feito ao conduzido
durante a lavratura do “Auto de Prisão em Flagrante”, resultarem
fundadas suspeitas contra ele, a autoridade mandará recolhê-lo à
prisão, procedendo-se, imediatamente, se for o caso, e conforme o
indicado, a exames periciais de corpo de delito, de toxidez ou de
sanidade mental, a busca e apreensão dos instrumentos do fato
delituoso (art. 10.23), e, ainda, a outras providências que considerar
necessárias (art. 246 do CPPM). A recusa da submissão do preso à
exames de higidez, dosagem alcoólica ou toxicológico deverá ser
relatada circunstanciadamente e, se possível, devendo o preso
assiná-la.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.6 - Se, ao contrário da hipótese prevista no inciso anterior, a
autoridade militar verificar a MANIFESTA INEXISTÊNCIA DE
INFRAÇÃO PENAL MILITAR OU A NÃO PARTICIPAÇÃO DA PESSOA
CONDUZIDA, ou que o agente, embora provável autor da infração, não
se encontra nas situações de flagrante previstas no art. 244 do CPPM,
deixará de formalizar a prisão, não realizando o Auto de Prisão em
Flagrante, mas sim despacho de fundamentação (modelo do Anexo E),
CASO TAL COMPROVAÇÃO OCORRA ANTES DO INÍCIO DA
AUTUAÇÃO.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.6 -
Na superveniência de instauração de IPM para apurar o crime em
questão, o referido despacho de fundamentação poderá ser juntado
aos respectivos autos.
Porém, verificando-se a inexistência de infração penal militar ou a não
participação do conduzido APÓS O INÍCIO DA AUTUAÇÃO DA
PRISÃO, lavra-se o Auto de Prisão em Flagrante e o relaxamento da
prisão somente poderá ser feito pela autoridade judiciária, nos termos
do art. 224 do CPPM. Em se tratando de infração penal comum,
remeterá o preso à autoridade civil competente, para a lavratura do
auto de prisão em flagrante e posterior recolhimento a
estabelecimento militar, nos termos do Capítulo 11 destas normas (art.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.15 - DEPOIMENTOS

10.15.7 - As perguntas formuladas ao depoente serão transcritas antes


das respectivas respostas.

10.15.8 - Após o depoimento, o termo será lido e assinado pelo


depoente e pelas testemunhas, que rubricarão, também, as folhas que
não contiverem assinatura.
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10.16 - DEPOIMENTO DO ANALFABETO


Caso o depoente seja analfabeto, serão convocadas duas
testemunhas que acompanharão o depoimento, e este deverá por elas
ser firmado, comprovando ser o texto idêntico ao declarado pelo
depoente. O depoente, neste caso, firmará o documento pela
impressão digital do polegar direito ou, na ausência deste, pelo
esquerdo.

10.17 - DEPOIMENTO DO ESTRANGEIRO E DO DEFICIENTE FÍSICO


10.17.1 - No caso do depoente ser estrangeiro, surdo ou mudo, o
termo será lavrado de acordo com os art. 298 e 299 do CPPM.
10.17.2 - No caso do depoente ser cego, o depoimento será firmado
por testemunhas, as quais poderão ser de indicação do depoente, que
procederão como no art. 9.16.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.18 - RECUSA DA ASSINATURA


Se o depoente recusar-se a assinar o termo de depoimento, este
deverá ser firmado por duas testemunhas, para este fim convocadas
pelo encarregado, sendo tal fato mencionado no fim do depoimento e
antes das assinaturas. As folhas que não contiverem a assinatura
serão rubricadas pelas testemunhas.

10.19 - CONFISSÃO
Caso o infrator confesse a culpa, o depoimento será firmado de
acordo com os art. 307 a 310 do CPPM. A confissão não supre a
necessidade da realização do exame de corpo de delito nas infrações
que deixem vestígios, nem importa na dispensa de outras diligências
que sirvam para elucidar o fato.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.20 - ACAREAÇÃO
10.20.1 - Os depoentes que divergirem nas partes essenciais serão
devidamente acareados, de acordo com o art. 365 do CPPM, sendo lavrado
o “Termo de Acareação” (modelo do Anexo U).
10.20.2 - Quando houver acareação, os depoentes não prestarão
compromisso, por já o terem realizado quando do depoimento inicial.

10.21 - NOTA DE CULPA


10.21.1 - Dentro do prazo de até 24 horas contado da prisão, será entregue
ao preso uma “Nota de Culpa” (modelo do Anexo N), sendo a ele solicitado
firmar recibo. Em caso de recusa do preso em passar o recibo, ou em caso
de impossibilidade de fazê-lo, este será firmado por duas testemunhas para
tal convocadas (art. 247 do CPPM).
10.21.2 - A entrega da “Nota de Culpa” ao infrator será certificada por meio
de uma “Certidão” (modelo do Anexo O), passada pelo escrivão.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.22 - TRANSFERÊNCIA DE PRISÃO OU LOCAL DE CUSTÓDIA


10.22.1 - A transferência de prisão ou local de custódia será, assim que
possível, comunicada ao Comando do Distrito Naval em cuja jurisdição
encontra-se o detido, às autoridades judiciárias competentes e ao seu
Comandante ou autoridade equivalente, quando não for o preso
subordinado militarmente a quem determinou a transferência. Deverá,
também, ser a transferência comunicada à família ou a qualquer outra
pessoa indicada pelo preso.

10.22.2 - A comunicação a que se refere o inciso anterior, no âmbito da MB,


será encaminhada às autoridades mencionadas no art. 10.12, por meio de
mensagem com mesmo grau de sigilo da mensagem inicial, à qual fará
referência. Para as autoridades judiciárias ou militares estranhas à MB, o
fato será comunicado por meio de ofício (modelo do Anexo T).
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10.22 - TRANSFERÊNCIA DE PRISÃO OU LOCAL DE CUSTÓDIA


10.22.3 - Em se tratando de militar de outra Força, ou OM da MB
diferente da qual se achava preso, ao ser revogada a sua prisão será
ele apresentado ao seu Comandante ou autoridade equivalente,
escoltado, e por meio de ofício (modelo do Anexo S). Semelhante
procedimento será adotado, quando se tratar de servidor civil sujeito
à autoridade militar de Comandante ou autoridade equivalente
(modelo do Anexo S).

10.22.4 - Somente após autorizado pelo Juiz-Auditor da Circunscrição


Judiciária onde ocorrer a prisão poderá o preso ser transferido para a
área de outra jurisdição.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.23 - EXAMES PERICIAIS


10.23.1 - Os exames periciais deverão ser procedidos de acordo com o
preconizado nos art. 314 a 346 do CPPM.- Nas áreas em que já estiver
em funcionamento o Núcleo de Polícia Judiciária Militar (N-PJM), as
solicitações de perícias necessárias deverão ser a ele encaminhadas,
observando-se o que dispõe o Capítulo 6 dessas Normas.

10.23.2 - Inexistindo N-PJM na área do Comando do Distrito Naval


onde é realizada a prisão em flagrante, o responsável pela lavratura do
“Auto de Prisão em Flagrante” deverá observar os procedimentos
descritos nos art. 9.25 a 9.31.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.24 - PERITOS
10.24.1 - Os peritos serão, normalmente, designados entre as pessoas
lotadas na área e que possuam requisitos técnicos compatíveis com os
exames que irão proceder, de acordo com os art. 48, 49 e 318 do CPPM,
sendo nomeados por “Portaria” do Comandante, ou autoridade equivalente,
da OM onde vier a ser lavrada a prisão em flagrante (modelo do Anexo V),
após o que prestarão o compromisso legal, o qual será reduzido a termo.

10.24.2 - Como peritos, poderão ser designados militares pertencentes às


outras Forças, conforme entendimentos prévios entre os respectivos
Comandos.

10.24.3 - Na designação dos peritos deverão ser considerados os casos de


suspeição e impedimento previstos nos art. 52 e 53 do CPPM, se
verificáveis.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.25 - REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS E EXAMES


10.25.1 - A autoridade nomeante, ou a que presidir a lavratura de “Auto
de Prisão em Flagrante”, poderá, se preciso for, requerer das
autoridades policiais todas as diligências e exames que se fizerem
necessários para esclarecimento do fato. Quando existir no local
instituto técnico de criminalística poderá, também, ser este órgão
requerido para a realização dos exames periciais.

10.25.2 - Caso necessário, poderão, também, ser requeridos os


serviços de pessoas estranhas às Forças Armadas, mas de
comprovada experiência técnica no assunto e de conhecida
idoneidade moral.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.25 - REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIAS E EXAMES


10.25.3 - Caso o ato criminoso resulte em morte, deverá ser anexada
aos autos, cópia da certidão de óbito e, logo que possível, ser
remetida ao Juiz-Auditor cópia dos termos do exame de necrópsia,
caso tal exame seja realizado.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.26 - LAUDO DE EXAME PERICIAL


Caso o exame pericial seja realizado no âmbito da MB, os peritos
compromissados lavrarão o correspondente “Laudo” (modelo do
Anexo X). O Termo deverá ser firmado, de acordo com o modelo do
Anexo AL.

10.27 - FORMULAÇÃO DE QUESITOS


Os quesitos formulados aos peritos serão feitos de acordo com as
circunstâncias e o que se deseja esclarecer, devendo o encarregado
ter o máximo de cuidado em sua formulação. O Anexo AH contém uma
série de quesitos, como exemplos, a serem formulados aos peritos.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.28 - EXAME DE CORPO DE DELITO


Quando, devido ao tempo decorrido, não puder ser realizado o exame
de corpo de delito direto, e, assim, ser obtido o “Laudo de Exame de
Corpo de Delito” (modelo do Anexo G), será lavrado o “Laudo de
Exame de Corpo de Delito Indireto” (modelo do Anexo H), que conterá
depoimento das pessoas que presenciaram a ocorrência, de acordo
com o art. 328 do CPPM e, se for o caso, anexado aos autos o Boletim
de Atendimento Médico.
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10.29 - AVALIAÇÃO DIRETA E INDIRETA


Quando for verificado que o fato causou danos à Fazenda Nacional,
deverá ser efetuada a correspondente avaliação desses danos e
lavrado o “Laudo de Avaliação” (modelo do Anexo Z), o qual será
firmado por dois peritos designados pela autoridade que presidir a
lavratura do “Auto de Prisão em Flagrante”, nesse caso. Na
impossibilidade de ser efetuada uma avaliação direta do material
extraviado, será lavrado o “Laudo de Avaliação Indireta” (modelo do
Anexo AA).
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.30 - HOMOLOGAÇÃO DOS LAUDOS


Todos os laudos de exame ou de avaliação que vierem a constituir
peças dos autos serão homologados, de acordo com o art. 321 do
CPPM, de próprio punho, no documento, nos seguintes termos:
“Julgo este laudo procedente para que surta os efeitos legais”, além
de ser datado e assinado.
Quando o encarregado ou autoridade que presidiu a lavratura do
“Auto de Prisão em Flagrante” julgar um laudo improcedente, deverá
justificar, no próprio laudo, o motivo que o levou a discordar (modelo
do Anexo AC).
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.31 - RECONHECIMENTO DE PESSOAS E OBJETOS


O reconhecimento de pessoas e objetos, ao ser efetuado pelo
depoente, será firmado no “Termo de Reconhecimento de Pessoa”, ou
no “Termo de Reconhecimento de Objetos” (modelos dos Anexos AD
ou AE).
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.32 - CONCLUSÃO
10.32.1 - Concluídos os autos, o escrivão lavrará o “Termo de
Conclusão” (modelo do Anexo AG).

10.32.2 - Os autos conclusos serão enfeixados em uma “Capa”


(modelo do Anexo A) e remetidos ao Juiz-Auditor da competente
Circunscrição Judiciária, mediante ofício da autoridade que
determinou a lavratura dos mesmos. Se necessário, este ofício
conterá uma relação de documentos inerentes ao caso, não recebidos
a tempo de serem juntados, e que serão encaminhados tão logo
recebidos.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.33 - REMESSA
10.33.1 - Os autos de prisão em flagrante serão remetidos,
imediatamente, em expediente com tramitação urgente, diretamente à
autoridade judiciária da área onde ocorreu a prisão, e à Defensoria
Pública da União, caso o preso não tenha informado o nome de seu
advogado, conforme disposto no art. 306, § 1° do CPP, por meio de
ofício (art. 251 do CPPM).

10.33.2 - Se houver necessidade de serem procedidas diligências, a


remessa dos autos deverá ocorrer no prazo máximo de cinco dias a
partir da data da prisão (art. 251 do CPPM).
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante

10.33 - REMESSA
10.33.3 - O encaminhamento do processo à competente Circunscrição
Judiciária Militar será participado às autoridades mencionadas no art.
10.12, por meio de mensagem.

10.33.4 - A cópia dos autos de prisão em flagrante será remetida à


DPMM para registro do fato, ou ao CPesFN ou à DPCvM caso o preso
seja, respectivamente, militar do CFN ou servidor civil.

10.33.5 - Tudo o que for conhecido durante o flagrante será firmado a


termo e juntado aos autos. Após o encaminhamento dos autos, caso
sejam recebidos outros documentos relativos ao fato, estes serão
remetidos à competente autoridade judiciária, com a brevidade
necessária.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante
PREPARATÓRIO
PARA QOAM
CAP-CPA/2021

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