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PARA QOAM
CAP-CPA
Aula 08: Justiça e Disciplina
10.1 - CONCEITO
A prisão em flagrante ocorre quando é presenciada ou constatada,
dentro de determinado prazo, a ocorrência de um ilícito penal.
Considera-se que haja prisão em flagrante quando o agente é
encontrado cometendo infração penal, quando acaba de cometê-la, ou
quando, após a prática desta, seja perseguido dentro de um tempo
bem próximo ao tempo da infração, não importando por quanto tempo
dure a perseguição, desde que não haja solução de continuidade, ou,
ainda, quando for encontrado, num prazo compatível com as
circunstâncias de cada caso, com instrumentos, armas, objetos ou
materiais, assim como com lesões corporais ou a roupa em desalinho
ou com manchas de sangue ou outras evidências que façam presumir
ser ele autor ou participante do ato delituoso.
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante
APF
SIM NÃO
10.6 - PRISÃO
10.6.1 - Ocorrendo prisão em flagrante, em área sob jurisdição militar,
ou condução de preso em flagrante a uma OM, deverá o mesmo ser
imediatamente apresentado ao Comandante ou autoridade equivalente
ou ao seu representante legal (Oficial de Serviço ou de Quarto), que
providenciará a lavratura do competente “Termo de Apresentação”
(modelo do Anexo B), designará um escrivão para autuar o infrator e
determinará, imediatamente, as providências iniciais que o caso
requeira, tais como: exames periciais, apreensão de instrumentos,
armas ou objetos e efetuará as devidas comunicações, como
mencionado no art. 10.12 destas Normas (art. 245 do CPPM).
DGPM-315 – Capítulo 10: Prisão em Flagrante
10.6 - PRISÃO
10.6.2 - Quando o ilícito penal for praticado em presença da autoridade
ou contra ela, no exercício de suas funções, deverá ela própria
prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando esta
circunstância no “Termo de Apresentação” (modelo do Anexo B) (art.
249 do CPPM).
10.6 - PRISÃO
10.6.4 - O preso deverá ser conduzido normalmente, sendo admissível
o emprego da força, quando indispensável, nos casos de
desobediência, resistência ou tentativa de fuga, na forma das
disposições do art. 234 do CPPM e seus §§, observando-se o disposto
nos art. 11.10 e 11.11 destas normas.
10.6 - PRISÃO
10.6.6 - Os ofícios de notificação e os relacionados com providências
determinadas pelo encarregado ou autoridade que presidiu a
autuação da prisão em flagrante, assim como todos os documentos
mandados juntar aos autos, deverão ser relacionados no “Termo de
Juntada” (modelo do Anexo P) a ser lavrado pelo escrivão. Nenhum
documento será juntado aos autos sem ordem competente, exarada
no próprio documento, pela expressão “JUNTE-SE AOS AUTOS”, ou
por meio de “Despacho” (modelo do Anexo Q)
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10.6 - PRISÃO
10.6.7 - A fim de evitar questionamentos acerca da apreensão de
menores infratores que cometeram fatos típicos análogos a crime
militar, por força do artigo 172 e 173 da Lei 8.069/1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA), esse menor deverá ser apresentado,
por ofício, à Delegacia de Proteção à Criança/Adolescente mais
próxima da Organização Militar, ou a outra delegacia que atenda a
esse tipo de ocorrência.
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10.6 - PRISÃO
10.6.8 - Com o objetivo de dar cumprimento à Resolução nº 228 de 26 de
outubro de 2016, que instituiu a audiência de custódia no âmbito da Justiça
Militar da União (JMU), visando assegurar a apresentação, sem demora, da
pessoa presa a um Juiz, nos casos de prisão em flagrante delito, orienta-se às
Organizações onde ocorreu tal prisão, que entrem em contato com a Auditoria
onde tramita o Processo ou Auditoria de Distribuição (onde houver) da
Circunscrição Judiciária da área, para fins de se informar dos procedimentos a
serem adotados em cada caso, objetivando cumprir a resolução, observadas
as peculiaridades de cada Circunscrição Judiciária Militar (CJM). Para o
contato com a Auditoria, deverão ser observados os seguintes aspectos
principais da norma em tela: local, data, horário e prazo para apresentação do
preso, endereço eletrônico e/ou físico para envio da documentação atinente à
prisão e verificação do juiz competente para análise da prisão. A citada
resolução poderá ser consultada na página do Superior Tribunal Militar (STM)
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10.8 - CAPTURA
Na prisão em flagrante, a captura dar-se-á pela simples voz de prisão. O
preso será informado de seus direitos constitucionais, entre os quais o
direito à sua integridade física e moral, o de permanecer calado, de
comunicar-se com pessoa de sua família ou outra que queira indicar,
com seu advogado, e à identificação dos responsáveis por sua prisão e
pelo seu interrogatório, de acordo com o previsto no art. 5º, inciso XLIX,
LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, conforme Anexo AI.
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10.12 - MENSAGEM
10.12.1 - Ao ser efetuada a prisão em flagrante de qualquer pessoa,
civil ou militar, o fato deverá ser comunicado ao Comando do Distrito
Naval em cuja jurisdição ocorreu a prisão, com informação ao CIM,
por meio de mensagem, que, no caso de militar, conterá os seguintes
dados: posto ou graduação, quadro ou especialidade, NIP, nome, OM
onde serve (se for diferente da OM de origem da mensagem), resumo
do fato que determinou a prisão, enquadramento e local onde se
encontra detido. Em se tratando de civil, a mensagem conterá como
qualificação do preso: nome, profissão, número da cédula de
identidade e o órgão expedidor, além dos demais dados acima
mencionados.
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10.12 - MENSAGEM
10.12.2 - A mensagem acima mencionada será encaminhada, como
informação, à DPMM, ao CPesFN ou DPCvM, conforme o caso, e ao seu
Comandante ou autoridade equivalente, se não for subordinado à
autoridade que determinou a prisão.
10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.1 - Os depoimentos do condutor do preso, das testemunhas ou
informantes, da vítima ou ofendido, se houver e puder fazê-lo, e do
conduzido serão tomados a termo no “Auto de Prisão em Flagrante”
(modelo do Anexo D).
10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.3 - Quando se tratar de testemunha que se recuse a assinar o
termo ou não souber escrever ou não puder fazê-lo, o motivo da
recusa ou a causa do impedimento constará, também, do texto do
“Auto de Prisão em Flagrante” e será firmado como no inciso anterior.
10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.5 - Se das respostas do interrogatório, feito ao conduzido
durante a lavratura do “Auto de Prisão em Flagrante”, resultarem
fundadas suspeitas contra ele, a autoridade mandará recolhê-lo à
prisão, procedendo-se, imediatamente, se for o caso, e conforme o
indicado, a exames periciais de corpo de delito, de toxidez ou de
sanidade mental, a busca e apreensão dos instrumentos do fato
delituoso (art. 10.23), e, ainda, a outras providências que considerar
necessárias (art. 246 do CPPM). A recusa da submissão do preso à
exames de higidez, dosagem alcoólica ou toxicológico deverá ser
relatada circunstanciadamente e, se possível, devendo o preso
assiná-la.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.6 - Se, ao contrário da hipótese prevista no inciso anterior, a
autoridade militar verificar a MANIFESTA INEXISTÊNCIA DE
INFRAÇÃO PENAL MILITAR OU A NÃO PARTICIPAÇÃO DA PESSOA
CONDUZIDA, ou que o agente, embora provável autor da infração, não
se encontra nas situações de flagrante previstas no art. 244 do CPPM,
deixará de formalizar a prisão, não realizando o Auto de Prisão em
Flagrante, mas sim despacho de fundamentação (modelo do Anexo E),
CASO TAL COMPROVAÇÃO OCORRA ANTES DO INÍCIO DA
AUTUAÇÃO.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.15.6 -
Na superveniência de instauração de IPM para apurar o crime em
questão, o referido despacho de fundamentação poderá ser juntado
aos respectivos autos.
Porém, verificando-se a inexistência de infração penal militar ou a não
participação do conduzido APÓS O INÍCIO DA AUTUAÇÃO DA
PRISÃO, lavra-se o Auto de Prisão em Flagrante e o relaxamento da
prisão somente poderá ser feito pela autoridade judiciária, nos termos
do art. 224 do CPPM. Em se tratando de infração penal comum,
remeterá o preso à autoridade civil competente, para a lavratura do
auto de prisão em flagrante e posterior recolhimento a
estabelecimento militar, nos termos do Capítulo 11 destas normas (art.
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10.15 - DEPOIMENTOS
10.19 - CONFISSÃO
Caso o infrator confesse a culpa, o depoimento será firmado de
acordo com os art. 307 a 310 do CPPM. A confissão não supre a
necessidade da realização do exame de corpo de delito nas infrações
que deixem vestígios, nem importa na dispensa de outras diligências
que sirvam para elucidar o fato.
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10.20 - ACAREAÇÃO
10.20.1 - Os depoentes que divergirem nas partes essenciais serão
devidamente acareados, de acordo com o art. 365 do CPPM, sendo lavrado
o “Termo de Acareação” (modelo do Anexo U).
10.20.2 - Quando houver acareação, os depoentes não prestarão
compromisso, por já o terem realizado quando do depoimento inicial.
10.24 - PERITOS
10.24.1 - Os peritos serão, normalmente, designados entre as pessoas
lotadas na área e que possuam requisitos técnicos compatíveis com os
exames que irão proceder, de acordo com os art. 48, 49 e 318 do CPPM,
sendo nomeados por “Portaria” do Comandante, ou autoridade equivalente,
da OM onde vier a ser lavrada a prisão em flagrante (modelo do Anexo V),
após o que prestarão o compromisso legal, o qual será reduzido a termo.
10.32 - CONCLUSÃO
10.32.1 - Concluídos os autos, o escrivão lavrará o “Termo de
Conclusão” (modelo do Anexo AG).
10.33 - REMESSA
10.33.1 - Os autos de prisão em flagrante serão remetidos,
imediatamente, em expediente com tramitação urgente, diretamente à
autoridade judiciária da área onde ocorreu a prisão, e à Defensoria
Pública da União, caso o preso não tenha informado o nome de seu
advogado, conforme disposto no art. 306, § 1° do CPP, por meio de
ofício (art. 251 do CPPM).
10.33 - REMESSA
10.33.3 - O encaminhamento do processo à competente Circunscrição
Judiciária Militar será participado às autoridades mencionadas no art.
10.12, por meio de mensagem.