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É um instrumento para garantir a legalidade das prisões e a correta aplicação das leis.

O procedimento protege os direitos do preso, garantindo que a prisão seja realizada de acordo
com os princípios e normas estabelecidas pela legislação brasileira.

Lavratura do auto de prisão em flagrante delito


 Consiste na documentação oficial de uma prisão realizada no momento em que o crime está sendo
cometido, ou logo após a sua ocorrência. O objetivo do auto de prisão em flagrante é garantir a
legalidade da prisão e a aplicação correta das leis brasileiras.
 Art. 33 – Lei 11.243 (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas)

O flagrante está fundamentado entre os art. 301 e 130 do Código de Processo Penal brasileiro, e pode
ser classificado em quatro tipos:

 Flagrante próprio: Ocorre quando alguém é surpreendido no momento em que está cometendo o
crime.
 Flagrante impróprio: Acontece quando o agente é perseguido e capturado logo após a prática do
crime, ainda que não tenha sido preso no momento exato da ação criminosa.
 Flagrante presumido: Ocorre quando o agente é encontrado logo após a prática do crime, com
objetos, instrumentos ou indícios que demonstrem que ele é o autor do delito.
 Flagrante forjado: Trata-se de uma situação em que o flagrante é armado, ou seja, o agente é
induzido a cometer o crime para ser preso em flagrante. Essa modalidade de flagrante é ilegal e
pode levar à responsabilização dos envolvidos na armação.

Quando alguém é preso em flagrante, a autoridade policial responsável pela prisão deve lavrar o
auto de prisão em flagrante. Esse documento tem como objetivo descrever detalhadamente a
situação da prisão, as circunstâncias em que ocorreu, os fatos, as provas e os depoimentos das
testemunhas, quando houver.

É importante que o preso seja informado dos seus direitos, como o direito ao silêncio e ao
acompanhamento por um advogado.

Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o documento é encaminhado ao juiz competente,


que analisa a legalidade da prisão e decide se a mantém ou se concede liberdade provisória ao preso.
É importante lembrar que, em alguns casos, a prisão em flagrante pode ser convertida em prisão
preventiva, se o juiz entender que existem motivos para isso.
1. É necessário ter 2 testemunhas na lavratura do auto de prisão em flagrante

Procedimentos:

2. Oitiva do condutor com entrega de cópia do termo;


3. Expedição de recibo de entrega do preso em favor do condutor (condições em que o
detido se encontrava)
4. Oitiva das testemunhas;
5. Interrogatório do conduzido

Oitiva do condutor com entrega de cópia de termo:

 Uma vez apresentado o preso, o condutor (autoridade policial) é ouvido em primeiro lugar e recebe
uma cópia do termo e o recibo de entrega do preso (condições nas quais foram realizadas a
contenção dele e o seu encaminhamento até a delegacia).

Expedição de recibo de entrega do preso em favor do condutor:


 É um documento entregue ao preso, mediante recibo, onde constam o motivo da prisão, o nome do
condutor e os das testemunhas. Como já comentado acima, o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

Oitiva das testemunhas:

 Devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor do preso à autoridade


competente. Como a lei fala em “testemunhas”, no plural (art. 304 do CPP), há o entendimento de
que devem ser, no mínimo, duas. Nada impede que policiais sirvam como testemunhas para a
lavratura do auto. Até mesmo quando não houver testemunhas é possível a lavratura do auto;

Interrogatório do conduzido:

 Para alguns autores, não é correto se falar em “interrogatório”, pois ainda não existe imputação ou
processo, tampouco em “acusado”, afinal, ainda não há qualquer acusação. Trata-se, por ora, de
pessoa conduzida à autoridade policial para o esclarecimento dos fatos – não é impossível que tudo
não passe, por exemplo, de um mal-entendido. O preso tem o direito de permanecer em silêncio
(art. 5o, LXIII da CF). Quanto ao preso impossibilitado de ser ouvido (por exemplo,
hospitalizado), evidentemente que a sua oitiva será deixada para momento posterior, não se
falando em ilegalidade do APF em razão disso.

 Suma vinculante 11 do STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado


receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil
e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão.

 No termo da lavratura do auto de prisão em flagrante delito, há a deliberação da Autoridade


Policial para a ratificação da voz de prisão;

Requisição da perícia oficial:

 Os exames periciais deverão ser requisitados ao Diretor de cada Instituto, por meio de ofício, o
qual designará um ou mais Peritos Oficiais, de acordo com o exame.

O que não pode faltar nos ofícios de requisição

 Número do ofício;
 Especificação do tipo de exame pericial de forma precisa e clara, delimitando o escopo da análise;
 A indicação do número do Inquérito Policial (IP), Processo, Auto de Prisão em Flagrante (APF), etc;
 Fornecer pequeno histórico do fato ou da origem do material se for o caso;
 Nome e assinatura da autoridade requisitante competente ou a indicação da ordem para assinatura
por terceiros;
 Indicação do destino do laudo (ou resposta ao ofício), se diferente do órgão requisitante. Em
nenhuma hipótese os laudos periciais serão entregue ás partes ou aos advogados;

STJ: O delegado não pode permitir que o advogado acompanhe a oitiva de testemunhas – o advogado pode
acompanhar o ato de investigação, mas não pode interferir no procedimento executado pela autoridade.
O delegado pode não permitir que questionamentos sejam levantados pelo advogado no interrogatório – não
admite o princípio do contraditório.

Auto de Prisao em Flagrante


AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Aos ____ dias do mês de _____________ do ano ____, nesta cidade de (ou lugar onde for),
a bordo do (ou lugar onde for), onde se achava (nome e posto da autoridade militar a que for
apresentado o preso), comigo (qualificação), servindo de escrivão, aí presente o condutor
(qualificação), advertido das penas dos artigos 343 a 346 do CPM e sobre o disposto no § 2º
do artigo 296 do CPPM, informou não ser parente e nem amigo íntimo ou inimigo do autor
do fato ou do ofendido, sob o compromisso de dizer a verdade, disse que (resumo do fato,
declaração de haver o conduzido sido preso quando o cometia delito ou quando, após a
prática, fugia, perseguido, acrescentando se o seu estado físico apresentava ou não lesões
aparentes, o estado do vestuário e se estava de posse do instrumento com que praticou o
fato delituoso, possível também que o condutor tenha testemunhado o fato criminoso,
devendo relatar o que presenciou). Nada mais sendo perguntado e nada mais tendo a
informar, foi encerrado o seu depoimento. Em seguida, presente a primeira testemunha
(qualificação), advertida das penas dos artigos 343 a 346 do CPM e sobre o disposto no § 2º
do artigo 296 do CPPM, informou não ser parente e nem amigo íntimo ou inimigo do autor
do fato ou do ofendido, sob o compromisso de dizer a verdade e sendo inquirida, disse:
(segue-se o que for perguntado e o que a testemunha disser), e nada mais sendo
perguntado e nada mais tendo a informar, foi encerrado o seu depoimento. (Idêntico
procedimento para as demais testemunhas). Presente o ofendido ou a vítima (se este
comparecer e puder depor), que se identificou como (qualificação), advertido das penas dos
artigos 343 a 345 do CPM e sobre o disposto no § 2º do artigo 296 do CPPM, informou não
ser parente, amigo íntimo ou inimigo do autor do fato ou das testemunhas, disse (segue-se o
que for perguntado e o que o ofendido disser). Nada mais sendo perguntado e nada mais
tendo a informar, foi encerrado o seu depoimento. Em seguida, presente o indiciado, sendo-
lhe informado dos seus direitos constitucionais de respeito à sua integridade física e moral,
ao silêncio, à assistência de advogado e sua família, à comunicação da prisão à pessoa de
sua família ou qualquer outra indicada, ao de conhecer a identidade dos responsáveis pela
sua prisão, assim como de seu direito legal de não produzir prova que o incrimine, ou a seu
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, declarou chamar-se (qualificação), ao ser
interrogado sobre o fato que motivou a sua detenção disse: (segue-se o que foi perguntado
e que o infrator disser, com as circunstâncias, o lugar, o dia e a hora do cometimento do
crime). Nada mais tendo a informar, foi encerrado o seu depoimento. Pelo que, mandou a
autoridade encerrar este auto, que assina com o condutor, as testemunhas, o ofendido ou a
vítima (se esta comparecer ou puder fazê-lo) e o infrator. Eu (posto ou graduação, quadro
ou especialidade, NIP e assinatura), servindo de escrivão, o subscrevi.

(Seguem-se as assinaturas da autoridade que presidiu ao auto, do condutor, das


testemunhas, do ofendido ou da vítima – se este(a) comparecer – e do infrator; caso haja
advogado, também ele deverá assinar o auto).

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