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PRISÃO

Lei da Prisão Preventiva

 Pessoas que cometerem crimes leves – punidos com menos de quatro


anos de prisão – e que nunca foram condenadas por outro delito só
serão presas em último caso. É o que prevê a Lei nº 12.403/2011, que
alterou 32 artigos do Código de Processo Penal.
 Anteriormente, quem se enquadrava nesses casos ou era encaminhado à
prisão, caso o juiz entendesse que a pessoa poderia oferecer riscos à
sociedade ao longo do andamento do processo, ou era solto.
Medidas Aplicadas

 Com as alterações, nove possibilidades entraram em vigor – o


pagamento de fiança, que poderá ser estipulada pelo delegado de
polícia e não apenas pelo juiz; o monitoramento eletrônico; o
recolhimento domiciliar no período noturno; a proibição de viajar,
frequentar alguns lugares e de ter contato com determinadas
pessoas; e a suspensão do exercício de função pública ou da
atividade econômica.
Cont.

 A prisão preventiva só poderá ser decretada:


 Quando a pessoa já tiver sido condenada;
 Em casos de violência doméstica;
 E quando houver dúvida sobre a identidade do acusado.

 As medidas alternativas, entretanto, podem ser suspensas e se houver


descumprimento da pena a prisão pode ser decretada .
 O texto determina ainda que se a soma das penas ultrapassar quatro
anos, cabe a prisão preventiva.
Cont.

 A legislação brasileira considera leves crimes como o furto


simples, porte ilegal de armas e homicídio culposo no trânsito
(quando não há intenção de matar), além da formação de
quadrilha, apropriação indevida, do dano a bem público,
contrabando, cárcere privado, da coação de testemunha durante
andamento de processo e do falso testemunho, entre outros.
CURIOSIDADES

 A Lei da Prisão Preventiva resultou na liberação de milhares de


presos que ainda não tinham sido julgados. Na época, a população
carcerária do país, era de cerca de 496 mil pessoas, segundo dados
do Ministério da Justiça. Em 37% dos casos – 183 mil presos –
ainda não tinham sido julgados. (2012)
MEDIDAS CAUTELARES
PESSOAIS

 Com a Lei 12.403/11, o Titulo IX do CPP foi denominado “ Da Prisão,


Das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória”.

 Classificação das medidas cautelares:


 MC pessoais e subjetivas ( arts. 319 e 320 CPP)
 MC reais ou medidas assecuratórias (arresto, sequestro, confisco...)
 MC probatórias (a busca e apreensão)
PESQUISA

 O postulado da não culpabilidade (presunção da inocência) e o Principio da


proporcionalidade nas MEDIDAS CAUTELARES.
Sentido que mais interessa
ao DPP

“PRISÃO” deve ser compreendida como a privação de liberdade de


locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja
em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, seja em face de transgressão
militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei
(CF, art.5º, inc. LXI).
Fundamento Constitucional

 Art. 5º, LXI, da CF,

“ Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem


escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar definidos em lei”.
Lei nº 12.403/2011

 Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente,
em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou,
no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão
temporária ou prisão preventiva.

 §1º As medidas cautelares previstas neste Titulo não se aplicam à


infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente
cominada pena privativa de liberdade.
 §2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e qualquer hora,
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
ESPÉCIES DE PRISÃO

 Prisão extrapenal: tem como subespécies a prisão civil


(divida alimentar) e a prisão militar (prisão disciplinar).
 Prisão penal, também conhecida como prisão - pena;
 Prisão cautelar, provisória ou processual ou sem pena: tem
como subespécies a prisão em flagrante, prisão preventiva e a
prisão temporária. (Ocorre antes do transito em julgado da
Sentença).
Prisões Decretadas:
O mandado de Prisão

 MP - doc. Expedido pelo PJ, lavrado pelo escrivão e subscrito


pelo juiz, indicando a pessoa que deve ser recolhida ao cárcere.
Mencionará a infração e será dirigido a quem tem responsabilidade
para cumprir o mandado. Será expedido em 2 vias, uma do preso e
a outra com a devida certidão será devolvida aos autos do
processo.
Conceito de crimes inafiançáveis:

 São todos os crimes hediondos, o trafico de drogas, o terrorismo, a


tortura, o racismo e a ação de grupos armados contra o Estado
Democrático de Direito.
 E nesses casos a falta do MP não obstará o recolhimento. (art. 287
do CPP)
 Registro do MP imediato junto ao banco de dados do Conselho
Nacional de Justiça – art 289 A do CPP.
PRISÃO CIVIL

 É aquela decretada para fins de compelir alguém ao cumprimento


de um dever civil.
 Por força da sumula vinculante do STF nº 25 – “É ilícita a prisão
civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito”.
 Sumula STJ nº 419 - “ Descabe prisão civil do depositário judicial
infiel.”
 Sumula nº 304 e 305 STJ....
PRISÃO MILITAR

 Em virtude de transgressão disciplinar.

A CF realça a importância da hierarquia e da disciplina, na medida em que estas


funcionam como base institucional das Forças Armadas, das Policias Militares
e do Corpo de Bombeiros.

 Em virtude de crime propriamente militar.

É aquele que só pode ser praticado por militar, pois consiste na violação de
deveres restritos, que lhe são próprios, sendo identificado por dois elementos:
a qualidade do agente (militar) e a natureza da conduta (prática funcional).
PRISÃO PENAL

 É aquela que resulta de sentença condenatória com transito


em julgado que impôs o cumprimento de pena privativa de
liberdade.
 É um “mal necessário”.
PRISÃO CAUTELAR

 É aquela decretada antes do transito em julgado de sentença penal


condenatória com o objetivo de assegurar a eficácia das investigações ou do
processo criminal.
 Deve estar obrigatoriamente comprometida com a instrumentalização do
processo criminal. É medida de natureza excepcional, que não pode ser
utilizada como cumprimento antecipado de pena, na medida em que o juízo
que se faz, para sua decretação, não é de culpabilidade, mas sim de
periculosidade.
MODALIDADES

Prisão em flagrante

Prisão preventiva

Prisão temporária
IMUNIDADES PRISIONAIS

 Toda e qualquer pessoa pode ser presa. No entanto, há


exceções:
 CF, art. 86,§3 – Não cabe contra o Presidente da República
nenhuma prisão cautelar.
 Imunidade diplomática.
 Cônsul.
 Senadores, deputados federais, estaduais ou distritais, não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
 Magistrados e membros do Ministério Público;
 Advogados.
 Menores de 18 anos.
PRISÃO E EMPREGO DE
FORÇA

 Art. 284 do CPP, não será permitido o emprego de força, salvo a


indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga do preso.

 Se houver resistência da parte de terceiros, poderão ser usados os


meios necessários para vencê-la ou para defesa do executor e
auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará
auto subscrito pelo executor e por 2(duas) testemunhas.
https://www.execucaopenal.org/post/viol
%C3%AAncia-arbitr%C3%A1ria-e-o-abuso-de-
autoridade
MANDADO DE PRISÃO

 Art. 288 do CPP – ninguém será recolhido à prisão, sem


que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou
carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo
executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade
competente, devendo ser passado recibo da entrega do
preso, com declaração de dia e hora.
 Art.285 do CPP (...)
CUMPRIMENTO DO
MANDADO DE PRISÃO

 Art. 289 e art. 289-A


OBS.
Se o capturado estiver no território nacional, porém em local
diverso da jurisdição da autoridade judicial que expediu o
mandado, poderá ser deprecada a sua prisão.(art. 285, 286 e
354 do CPB).
PRISÃO ESPECIAL E
SEPARAÇÃO DE PRESOS
PROVISÓRIOS

 Art. 300 da Lei nº 12.403/2011.


 Cria-se, por meio da prisão especial, tratamento
diferenciado entre um cidadão diplomado e outro
analfabeto pelo menos até o transito em julgado da
sentença condenatória. Violando-se o principio da
isonomia sem qualquer critério lógico e razoável a
justificá-lo.
https://silvimar.jusbrasil.com.br/artigos/661733803/prisao-
especial-o-que-e-e-quem-tem-direito

 A prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local


distinto da prisão comum e, não havendo estabelecimento específico para
o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo
estabelecimento.

 A prisão especial pode consistir em alojamento coletivo, atendidos os


requisitos de salubridade do ambiente, pela correlação dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência
humana.
Função de jurado

 O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público


relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (art. 439
“novo” Lei. 12.403/2011)

 Após a entrada em vigor da nova lei, acabou prisão especial para


os jurados – revogado tacitamente art. 295,X CPP.
COMUNICAÇÃO IMEDIATA DA
PRISÃO AO JUIZ COMPETENTE
E AO MP.

 Art. 306 da lei nº 12.403/2011.


 Comunicação imediatamente ao juiz, MP, família ou a
pessoa por ele indicada.
 Em até 24 horas encaminhado o Auto de Prisão em flagrante
para o Juiz e se não tiver advogado constituído, cópia
integral a Defensoria Pública.
 Em 24 horas entregue ao preso Nota de Culpa.
DA NECESSIDADE DE
CONVALIDAÇÃO JUDICIAL DA
PRISÃO EM FLAGRANTE

 Após o recebimento do auto de prisão em flagrante o que deve


fazer o magistrado?
 Art. 310 da Lei 12.403/2011.

 O juiz deverá FUNDAMENTADAMENTE:


 Relaxar a prisão ilegal;
 Converter a prisão em flagrante ou preventiva, quando presentes
os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se revelarem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
prisão;
 Conceder Liberdade provisória, com ou sem fiança.
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
(Art. 301 e seguintes do CPP)

 É uma prisão que consiste na restrição da liberdade de alguém, independente de ordem


judicial, possuindo natureza cautelar, desde que esse alguém esteja cometendo ou tenha
acabado de cometer uma infração penal ou esteja em situação semelhante prevista nos
incisos III e IV, do Art. 302, do CPP. É uma forma de autodefesa da sociedade.

 A expressão flagrante vem da expressão FLAGARE, que significa queimar, arder. É o


que está acontecendo ou acabou de acontecer. É o evidente.
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração.

 Natureza jurídica da prisão em flagrante é de um ato administrativo, pois independe de manifestação


jurídica.
No entanto, consoante o Art. 5º, LXV, da CF a prisão deverá ser comunicada imediatamente ao juiz, para
que verifique a sua legalidade. E caso não seja, irá ocorrer o relaxamento da mesma. Com a comunicação
ao juiz, o ato irá se aperfeiçoar.
Espécies de flagrante:

 PRÓPRIO OU REAL : Art. 302, incisos I e II do CPP.


É o flagrante propriamente dito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
 IMPRÓPRIO OU QUASE FLAGRANTE: Art. 302, III do CPP.
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;

Jurisprudência entende que é até 6 a 8 horas após o crime - razoável para haver a colheita
de provas sobre quem é o autor e iniciar a perseguição. Tempo e lugar próximos da
infração penal.
Perseguição contínua 6 a 8 horas para iniciar a perseguição. A perseguição após ser
iniciada tem que ser contínua, não podendo ser interrompida. Deve ser destacado que
a perseguição deve ser iniciada até seis a oito horas após o crime.
PERSEGUIÇÃO

 FLAGRANTE PRESUMIDO - Art. 302 IV do CPP

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou


papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

 Flagrante preparado (atípico)

 Flagrante esperado (típico)


LOGO DEPOIS...

 Irá ocorrer no caso em que o agente é encontrado logo depois com objetos,
armas, que façam presumir ser ele o autor da infração penal.
Nesse caso, o agente não é perseguido, mas encontrado logo depois, sendo
que, segundo a jurisprudência, essa expressão significa até 10, 12 horas
após o crime, havendo um maior elastério de horas. Neste caso hão houve
perseguição, sendo que o agente é encontrado logo depois.

 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
Sujeito Ativo da Prisão
em Flagrante (Art. 301 do
CPP ).

 Qualquer pessoa do povo poderá realizar a prisão em flagrante,


estando, nesse caso, no exercício regular de um direito, tratando a
hipótese de um flagrante facultativo.

 Já as autoridades policiais e seus agentes deverão realizar a prisão


em flagrante, estando, nesse caso, no estrito cumprimento de um
dever legal, sendo que aqui ocorre um flagrante obrigatório ou
compulsório.
FLAGRANTE PRORROGADO, PROTELADO,
RETARDADO OU DIFERIDO

Lei nº9.034/95 e Lei nº11.343/06 – como funciona?

 Flagrante forjado, fabricado, maquinado ou urdido – policiais


e autoridades criam provas de um crime inexistente afim de
legitimar uma prisão em flagrante.
 Podendo responder a autoridade pelo crime de abuso de
poder. Lei 4898/65 ou art. 339 do CP.
APRESENTAÇÃO
ESPONTANEA DO AGENTE
Art. 317 e 318 da Lei nº 12 403/11
Anterior a lei se o agente se apresentasse espontaneamente à autoridade
policial, que não o perseguia, não era possível sua prisão em flagrante, o que,
todavia, não impedia a decretação de sua prisão preventiva, caso presentes
seus pressupostos (arts. 312 e 313 do CPP).
Com a Lei, o capitulo passou a dispor sobre a prisão domiciliar. Mas a
apresentação espontânea continua figurando como causa impeditiva da
prisão em flagrante. Mas caso o juiz entenda que estão previstos os
pressupostos para a decretação da prisão preventiva, caso se revelem
inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão
previstas no art.319 do CPP.
LAVRATURA DO AUTO DE
PRISÃO EM FLAGRANTE

 É a documentação da prisão.(art. 304 do CPP).


 Conceito: é o instrumento em que estão documentados os
fatos que revelam a legalidade e a regularidade da restrição
excepcional do dir. de liberdade. É a peça inaugural do
Inquérito Policial.
 Todas as legalidades devem ser observadas, sob pena de a
prisão ser considera ilegal, cabendo seu relaxamento. Mas não
macula a Ação penal. Nem impede que a prisão preventiva
seja decretada.
 A ATRIBUIÇÃO PARA LAVRATURA: é da autoridade policial no exercício da função
investigativa do local em que se dera a captura do agente.

 EXCEÇÕES: Agentes florestais; Câmara dos Deputados e do Senado Federal; Comandante da


Policia Militar.

 APRESENTADO O PRESO À AUTORIDADE COMPETENTE, ESTA DEVERÁ: a)


comunicar a prisão e o local onde se encontre imediatamente ao juiz competente e à família do preso
ou à pessoa por ele indicada; b) informar ao preso seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; c) identificar ao preso os
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. (Certidão dos direitos
constitucionais).
 CONDUTOR – primeira pessoa a ser ouvida quando da lavratura do Auto
de Prisão em Flagrante, podendo ser uma autoridade ou um particular,
responsável pela condução do capturado.
 DUAS TESTEMUNHAS da prisão. (testemunhas fedatárias ou
instrumentárias)
 OFENDIDO – não é obrigatório sua oitiva.
Se o condutor presenciou o fato criminoso pode ser ouvido como testemunha.
 INTERROGATÓRIO DO PRESO – (art. 304 do CPP). Pode fazer uso de seu direito ao

silêncio, presença de advogado, comunicar a prisão à família ou a pessoa que ele indicar.

Obs. A presença do adv. não é imprescindível na lavratura do auto. (Inquisitorial).

Se o interrogado não tiver advogado cópia do auto será deve ser encaminhada à

Defensoria Pública dentro de 24 horas depois da prisão.

Se o interrogado for advogado esse tem o direito de ter a presença de um representante

da OAB, quando preso por motivo ligado ao exercício da advocacia, sob pena de nulidade.

E nos demais casos , a comunicação expressa à seccional da OAB.


 FRACIONAMENTO DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE - 1º ouvir o condutor,
colhendo sua assinatura desde logo e lhe entregando cópia do termo e recibo de
entrega do preso. 2º prosseguirá a oitiva das testemunhas, colhendo as assinaturas e
liberando.... 3º vitima, 4º interrogatório e por ultimo a autoridade determina ao
escrivão que autue os documentos em uma capa, incluindo o ato de prisão em
flagrante e nota de culpa, laudo de constatação da natureza da substancia, oficio de
comunicação da prisão ao juiz e ao MP, termo de ciência das garantias
constitucionais, comunicação à defensoria pública, remetendo os autos ao juiz
competente.
 Prazo: 24 horas para formaliza-lo, devido o prazo para entrega ao juiz e
nota de culpa.

 RELAXAMENTO DA PRISÂO EM FLAGRANTE PELA


AUTORIDADE POLICIAL – se não resultar fundadas suspeitas contra
o conduzido, e interpretando-se a contrario do art. 304 §1º do CPP, a
autoridade policial não poderá recolhê-lo a prisão, devendo determinar
imediata soltura.
 RECOLHIMENTO À PRISÃO – logo depois da lavratura do Auto de
Prisão em Flagrante, desde que não seja cabível a liberdade provisória
com fiança pela autoridade policial, ou seja, nos casos de infração cuja
pena máxima não seja superior a 4 anos (art. 322do CPP/Lei nova).
 REMESSA DO AUTO À AUTORIDADE JUDICIÀRIA
Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente territorial
para processar e julgar o feito.
REMESSA DO AUTO À DEFENSORIA PÙBLICA
Em até 24 horas após a realização da prisão, se o preso não tiver advogado constituído.
NOTA DE CULPA
Art. 306, § 2º - em até 24 horas após a realização da prisão, será entregue ao preso, mediante
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e o das testemunhas. Prazo contado a partir do momento da captura e não da lavratura do auto
de prisão em flagrante.
“ “A função da defesa consiste em
ser, ao lado do acusado, inocente
ou criminoso, a voz dos seus
direitos legais."(Rui Barbosa)

PRISÃO PREVENTIVA

 O que é? É uma espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade judiciária


competente.
 Como? Mediante representação da autoridade policial ou requerimento do MP,
do Querelante ou do assistente, em qualquer fase das investigações ou do
processo criminal (nesta hipótese, também pode ser decretada de ofício pelo
magistrado).
 Quando? Sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais do art. 313 do
CPP e ocorrerem os motivos autorizadores listados no art. 312 do CPP, e desde
que revelem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
prisão (art. 319 do CPP).
Prisão Preventiva X Temporária

 PT- só pode ser decretada durante a fase pré-processual.


 PP- pode ser decretada tanto durante a fase de investigação policial quanto durante o
processo.
 PT – não pode ser decretada de ofício.
 PP- durante a instrução processual é cabível a decretação de ofício pelo magistrado.
 PT- só é cabivel a um rol taxativo de delitos listados no art. 1º, inc.III da Lei nº7.960/89 e
art. 2º, §4º da Lei nº8.072/90.
 PP- não há um rol taxativo de delitos aos quais seja cabível a decretação, bastanto, para
tanto, o preenchimento dos pressupostos constantes do art. 313 do CPP.
 PT – prazo de 5 dias prorrogáveis por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade (Lei nº 7.960/89). 30 dias prorrogáveis por igual período para crimes
hediondos. Findo o prazo será colocado imediatamente em liberdade.
 PP- não tem prazo determinado.
PRESSUPOSTOS

 Fumus comissi delicti (prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria)

 Prova da materialidade

 Indícios suficientes de autoria ou de participação

 Periculum libertatis (garantia da ordem pública, da ordem econômica, conveniência da


instrução criminal ou garantia da aplicação da lei). Também passa a ser necessária a demonstração da
ineficácia ou da impossibilidade de aplicação de qualquer das medidas cautelares diversa da prisão.
HIPOTESES DE ADMISSIBILIDADE DA
PRISÃO PREVENTIVA

 Presentes os pressupostos do art. 312, a prisão preventiva poderá ser


decretada em relação aos crimes listados no art. 313 da lei
nº12.403/2011.
 Apenas aos crimes dolosos.
 Violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência...
DECRETAÇÃO

 Será cabível a decretação da PP quando a pena máxima cominada


ao delito for superior a 4 anos, independente da natureza da pena,
reclusão ou detenção, desde que crime doloso.

 Será admitida a decretação da PP se o investigado ou acusado tiver


sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no Inc. I do caput do art. 64 do CP.
PRISÃO PREVENTIVA E
EXCLUDENTE DE ILICITUDE E
DE CULPABILIDADE

 Não se admite a decretação da PP quando o juiz


verificar das provas colhidas nos autos que o agente
praticou o crime acobertado por uma causa
excludente da ilicitude, ou seja, em estado de
necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do
dever legal e no exercício regular de direito. Art. 314
do CPP.
DURAÇÂO DA PP e EXCESSO
DE PRAZO
Conferindo: 81 dias para a instrução criminal até o art. 499 do CPP. Mas é muito
relativo, podendo ser alterado. De 95 a 185 dias.
 10 IP + 5 oferecimento da peça acusatória + 5 recebimento da peça acusatória + 10
dias resposta à acusação + 5 analise da resposta e possibilidade de absolvição sumária
+ 45 dias audiência uma de instrução e julgamento + 5 dias para diligencias +10 para
sentença = 95
 Para crimes hediondos?
 FUNDAMENTAÇÃO – art. 315 do CPP. E fund. per relationem - é aquela em que
o juiz adota como fundamento de sua decisão as alegações contidas na representação
do delegado ou no requerimento do MP, do Querelado ou do assistente.
REVOGAÇÃO DA PP

 Quando não mais presentes os motivos que a ensejam,


bem como renovada quando sobrevierem razões que a
justifiquem.

 Revogação nos termos do art. 316 do CPP.

 RECURSOS CABIVEIS NA HIPOTESE DE


DECRETAÇÃO DA PP. - RESE
 PRISÃO TEMPORARIA

 É a modalidade de prisão para investigação, porque parte de um fato


criminoso, delimitado no tempo e no espaço, para uma pessoa certa e
determinada.
 REQUISITOS: Art. 1º da Lei 7.960/89.
 Corrente majoritária defende que o inciso III deve está sempre presente
combinado com o inciso I ou II, do art. 1º. (Periculum libertatis).

 Deve a autoridade requerente demonstrar ao juiz o que faz ser


considerado IMPRESCINDÍVEL o encarceramento do suspeito para
elucidar o fato delituoso, como, por exemplo, a ocultação de provas, o
aliciamento ou ameaça às testemunhas, a impossibilidade de se proceder
ao reconhecimento do acusado por se encontrar em local incerto.
 Para decretar a PT o juiz deve ter sempre em mente o
principio da proporcionalidade e da necessidade, devendo se
questionar se não existe outra medida cautelar diversa da
prisão menos gravosa.

 Impõe-se o art. 282, §6, e o art. 310 inc. II do CPP.

 Recebida a Denúncia cabe agora PT?


 ROL DOS CRIMES:

Homicídio doloso –Art. 121, caput e seu § 2º; Sequestro e cárcere privado – art.
148, caput e seus §§1º e 2º; Roubo – art. 157, caput, e seus §§1º, 2º e 3º; Extorsão –
art. 158, caput, e seus §§1º e 2º; Extorsão mediante sequestro – art. 159, caput e
seus §§1º, 2º e 3º; Estupro/Atentado violento ao pudor – art. 123, caput e sua
combinação com o art. 223 caput, parágrafo único; Rapto violento – art. 219 c/c
art. 223 caput e parágrafo único; Epidemia com resultado de morte – art. 267, §1º;
Envenenamento de água potável – art. 270; Quadrilha ou Bando – art. 288;
Genocídio – arts. 1º, 2º e 3º; Trafico de drogas; Crimes contra o sistema financeiro.
A Lei nº 7.960/89
 Por se tratar de medida cautelar e imprescindível para as investigações, prevê que, em
todas as comarcas e seções judiciárias, haverá um plantão permanente de 24 h do
Poder Judiciário e do MP para apreciação dos pedidos de PT.

 PRAZO:

No máximo 5 dias, prorrogável uma única vez por igual período, em caso de extrema e
comprovada necessidade.

DIREITOS E GARANTIAS DO PRESO

Realização de exame de corpo de delito, ficar separado dos demais presos e todos os
direitos e garantias constitucionais.
DAS PRISÕES DECORRENTES DE
PRONÚNCIA E DE SENTENÇA
CONDENATÓRIA RECORRÍVEL

 Quando da prolação da sentença penal condenatória, o magistrado


tem um duplo dever: o de fundamentar o decreto de condenação
penal e o de justificar a decretação da custódia cautelar ou a sua
manutenção. (art. 312 do CPP).

 Art. 283 caput do CPP. Não faz menção às prisões decorrentes de


pronúncia e de sent. cond. recorrível.

 Não há necessidade de prisão para impetrar o recurso RESE ou


APELAÇAO – revogados arts. 594 e 595.
DA PRISÃO DOMICILIAR
Lei nº 12.403/2011
Arts. 317 e 318 do CPP.

Objetivo: tornar menos desumana a segregação cautelar, permitindo que, ao


invés de ser recolhido ao cárcere, ao agente seja imposta a obrigação de
permanecer em sua residência.

•Só pode ser determinada pela autoridade judiciária como medida substitutiva
da prisão preventiva.

•Requisitos: art. 318 do CPP.

Agente maior de 80 anos, extremamente debilitado por doença grave, imprescindível para os
cuidados de pessoas menor de 6 anos ou com deficiência, gestante a partir do 7º mês de gravidez ou
de risco.
 Deve ser adotada em conjunto com medida cautelar
do monitoramento eletrônico – haja vista o art. 282, §
1º do CPP, permitir que as medidas cautelares sejam
aplicadas isolada ou cumulativamente.
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSA DA
PRISÃO
DAS MEDIDAS CAUTELARES
DE NATUREZA PESSOAL
DIVERSAS DA PRISÃO
 Lei nº 12.403/2011 – capitulo V – Das outras Medidas
Cautelares (art. 319 e 320).
 Antes da lei o CPP previa que: ou o acusado respondia ao processo com
total privação de sua liberdade, permanecendo preso cautelarmente, ou
então lhe era deferido o direito a liberdade provisória.
 Depois da Lei essa amplia o rol das medidas cautelares
pessoais diversas da prisão cautelar, proporcionando ao juiz a
escolha da providencia mais ajustada ao caso concreto,
dentro dos critérios da legalidade e proporcionalidade.
MEDIDAS CAUTELARES
DIVERSAS DA PRISÃO
 O art. 319 do CPP., enumera 09 (nove) medidas.

 Sua decretação está condicionada a presença do fumus comissi


delicti e de uma das hipóteses que autorizam a prisão preventiva.

 O art. 282, inc. I, prevê que as medidas cautelares previstas no


Titulo IX do CPP deverão ser aplicadas observando-se a
necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a
instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar
a prática de infrações penais.
O descumprimento de qualquer das obrigações
impostas poderá resultar a substituição da medida,
imposição de outra em cumulação, ou, em último
caso, a decretação da prisão preventiva – art. 282,
§4º. (Devem ser pensados instrumentos idôneos para
assegurar sua operacionalidade e eficácia).
LIBERDADE PROVISÓRIA
DA LIBERDADE PROVISÓRIA

 Fundamento constitucional – art. 5º, inciso LXVI.


“ Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
 É direito subjetivo do cidadão preso ao Estado, e não de um poder
discricionário atribuído ao juiz.
 Funcionava tão somente como sucedâneo da prisão em flagrante,
após verificar os vícios intrínsecos ou extrínsecos deste.
 Hoje em caso de flagrante, caso o juiz entenda não ser necessária a
conversão da prisão em flagrante em preventiva, o passo seguinte é
analisar o cabimento da LP, que pode ser concedida com ou sem
fiança.
 O acusado posto em liberdade fica submetido a certas
obrigações que o vinculam ao processo e ao juízo, com o
proposito de assegurar sua presença aos atos processuais sem
a necessidade de que permaneça privado de sua liberdade.
 O descumprimento das obrigações pode acarretar sua
revogação. (art. 282,§4º).
 A LP é providencia de cautelar autônoma – art. 319 do CPP.
 Pode ser convertida em prisão preventiva, em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas ao
acusado.
 A LP pode se dar de duas formas:

 Poderá o juiz condicionar a manutenção da liberdade do acusado ao


cumprimento de uma das medidas elencadas no art. 319, sob pena de
decretar a prisão preventiva, quer originalmente (art 311 c/c 312), quer
como sanção processual (art. 282, §4º)

 Poderá o juiz substituir a situação de prisão em flagrante, ou mesmo a


prisão preventiva ou temporária, por uma das medidas menos gravosa
arroladas no art. 319, que funcionaram como alternativas para obviar a
providencia extrema, somente justificada ante a constatação de que essa
medida seja igualmente eficaz e idônea para alcançar os mesmos fins,
porém com menor custo para a esfera de liberdade do individuo.
Pesquisa:

• Distinção entre:

RELAXAMENTO DE PRISÃO, REVOGAÇÃO DA PRISÃO


CAUTELAR E LIBERDADE PROVISÓRIA.
Espécies de LIBERDADE
PROVISÓRIA
• Quanto a fiança:
LP c/ fiança (arts. 322 a 349) e LP s/ fiança ( art.
310, parágrafo único).

Quanto a possibilidade de concessão :
LP Obrigatória – 321CPP e LP Proibida. (Ex.
hediondos, contra o sistema financ. nacional...)
• Quanto à sujeição ao cumprimento de obrigações:
LP c/ vinculação e LP sem vinculação.
LIBERDADE PROVISÓRIA
E RECURSOS

 Da decisão que concede a LP, cabe recurso em sentido


estrito – RESE (art. 581, inciso V do CPP), o qual não é
dotado de efeito suspensivo, o que, na pratica significa que o
preso será colocado imediatamente em liberdade.
 Há entendimento de que o MP pode impetrar Mandado de
Segurança para a concessão do efeito suspensivo, mantendo
o réu preso. Porém não é o entendimento do STJ.
 Da decisão que indefere o pedido de LP admite-se
a impetração de habeas corpus, sob o fundamento
de que não haveria justa causa para a coação à
liberdade de locomoção, na medida em que a lei
admite a concessão da LP. ( art. 648, inc. I).
CITAÇÃO
 É o ato judicial pelo qual a parte acusada formalmente conhece da

demanda judicial, ou seja, toma a devida noção da demanda pleiteada em

face da sua pessoa.

 Devido à sua importância, a citação deve ser cumprida em seus estritos

termos formais para que, de nenhuma forma, seja prejudicado o direito à

defesa, assim eivando de vício o ato, que pode gerar sua nulidade.

 O ato citatório no processo penal é uno e único.


 Artigos 351 e 369, do CPP e, sucintamente, abordar as consequências da
contumácia do réu citado por edital com a redação dada ao artigo 366, do
CPP, após a vigência da Lei nº 9.271 de 1996.
 Quando se tratar de pessoa jurídica, a citação da parte ré será dada,
exclusivamente na pessoa do seu representante legal.
 Por se tratar de ato pessoal, a citação no processo penal não admite ser
executada em outra pessoa que não seja o réu.
 Vedada é a citação por hora certa, admissível no processo civil.
 Quando se tratar de réu doente mental, admite-se a citação na pessoa do seu
curador especial. Se já for do conhecimento do juízo a doença, a citação será
feita na pessoa do curador, se a enfermidade for notada pelo oficial de justiça,
este descreverá o fato em certidão no mandado, devolvendo-o ao juízo.
CITAÇÃO PESSOAL OU REAL E A
FICTA OU PRESUMIDA

 A primeira é a regra geral no processo penal, já a segunda só é realizada

por edital, vedada a modalidade de citação por hora certa.

 Mesmo já estando ciente da denúncia que lhe é proposta, o indiciado,

mesmo assim, deve ser citado. É que muitas vezes o réu já tem

conhecimento do processo antes mesmo de ser formalmente citado .


CITAÇÃO POR MANDADO

 Será citado por mandado, cumprido por oficial de justiça, o réu que

residir na comarca do juízo processante.

 É uma ordem escrita do juízo para que o oficial cumpra a determinação

que no mandado é expressa.

 Se, mesmo na comarca do juízo, mas sendo militar, far-se-á a citação

conforme o art. 358, do CPP, por intermédio do chefe de serviço.


FORMALIDADES

 Previstas no art. 352 do CPP, também chamadas pela doutrina como requisitos intrínsecos ao mandado, são
eles:

 1- o nome do juiz;

 2- o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;

 3- o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;

 4- a residência do réu, se for conhecida;

 5- o fim para que é feita a citação;

 6- o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer ...(Apresentar resposta a denuncia)

 7- a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.


REQUISITOS DE EXECUÇÃO

 Os requisitos de execução (ou extrínsecos), do mandado, no seu art. 357, a saber:

 1- a leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se


mencionarão dia e hora da citação e

 2- declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou


recusa.

O mandado de citação pode ser cumprido em qualquer dia da semana, finais de


semana, e nos feriados. De manhã ou à noite.
CITAÇÃO POR CARTA

 Carta Precatória.

 Ocorre na hipótese do réu não se encontrar na comarca do juízo.

 A carta respeitará os requisitos do artigo 354 do CPP e, chegando ao juízo deprecado, este fará o
"cumpra-se" para que o seu escrivão expeça o mandado e o oficial da comarca realize a citação.

 Observando o oficial que o réu se oculta para não receber a citação, a carta será devolvida ao
deprecante para que se determine a citação edital, conforme o art. 362 do CPP.
 Requisitos da precatória, especificamente, estes estão dispostos no art. 354, do CPP. São eles: 1- o
juiz deprecante e o juiz deprecado, 2- a sede da jurisdição de um e de outro, 3- o fim para que é feita
a citação com todas as especificações, 4- o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
comparecer.

 Tratando-se do cumprimento da precatória, verificando o oficial do juízo deprecado que o réu reside
em outra comarca, havendo tempo hábil, entre a citação e a data da ordem expressa no mandado, o
juízo deprecado pode enviar a carta a outra comarca, é a técnica do § 1º, do art. 355, do CPP,
conhecida como "precatória itinerante".
CARTA DE ORDEM

 A carta de ordem é a determinação de um órgão de grau superior mandando que um


órgão jurisdicional inferior jurisdicionalmente àquele cumpra com a citação em seu
âmbito de competência.

 Em casos de competência por foro especial, em razão do cargo que exerce o réu, se ele
for processado, por exemplo, por um Tribunal Superior em Brasília, mas reside em
Recife, o STJ ordenará que o Tribunal de Justiça de Pernambuco cumpra a
determinação.

 Em regra, são ordens expedidas pelo STF, STJ, TSE, TRE’s, TRF’s ou Tribunais de
Justiça estaduais, pelos processos que têm competência originária.
CARTA ROGATÓRIA

 A carta rogatória é o instrumento pelo qual o juízo competente no Brasil solicita ao


Itamaraty as vias diplomáticas para que se efetue a citação de indiciado residente no
exterior (art. 368, CPP) e em legações estrangeiras (art. 369, CPP).

 Pode ocorrer de o sistema normativo de outro país não admitir esse tipo de expediente
e não realize a citação do réu. Existindo esse fato, sendo impossível a citação por
Rogatória, a doutrina e a jurisprudência entendem que a citação deve ser realizada por
edital, com base no art. 363, I, do CPP.
CITAÇÃO POR EDITAL

 Conhecida como citação ficta, citatio edictalis.

 É A CITAÇÃO PRESUMIDA NO CPP.

 A citação por edital é o último meio que deve lançar mão o juízo para que se efetue a
citação. Antes dela devem ser procedidas buscas no endereço dado pelo réu, quando
prestou depoimento à autoridade policial, ou verificações nos cadastros junto à Justiça
Eleitoral e demais órgãos.
 Quando efetuada a citação editalícia e decorrido o prazo para resposta,
entende-se que o réu é ignorante quanto à tramitação de um processo
contra sua pessoa. Assim, o processo fica suspenso até que o acusado
tome conhecimento.

 No entanto, este expediente não será usado para premiar a astúcia do réu
que consegue ficar foragido por muito tempo esperando a prescrição do
crime. Assim como o processo, a prescrição também é suspensa, na
hipótese de citação edital, art. 366, do CPP.
 Outra situação que leva à citação edital é a regra do art. 362, do CPP. Se o
oficial tiver segurança de que o réu, propositadamente, oculta-se para não
receber a citação, certificará o fato no mandado para que o juízo expeça
edital de citação com prazo de 05 dias.

 Já nos casos do artigo 363, do código processual penal, os prazos para o


edital serão dados de acordo com o fato e a prudente análise do juiz. Na 1ª
hipótese, se, em casos de "epidemia, de guerra, ou outro motivo de força
maior", o local ficar inacessível, o juiz estabelecerá prazo de 15 a 90 dias
para a resposta ao edital. Na 2ª hipótese, em casos de pessoa incerta, o
prazo será de 30 dias.
 Cumpridas as formalidades previstas no art. 365, do CPP, o edital será
afixado no local usual do Fórum, onde se expõem os editais de citação.
Caso na comarca exista jornal de grande circulação ou jornal oficial, o
escrivão fará ser publicado uma via. Se não existir ou não houver verba
destinada para tanto, a fixação do edital no átrio do Fórum já é o bastante.
Espécies de citação quanto a natureza
e a localidade do citando.
 Militar
 Ocorre esta modalidade de citação, apenas quando o militar está na ativa. Será dada a citação
por meio de requisição ao chefe do serviço em que atua o militar. O serviço prestado deve ser
na comarca do juízo. A requisição é feita por expediente de ofício. Assim, recebido o ofício,
a autoridade militar certificará o juízo e encaminhará a citação ao subordinado.

 Se este residir ou estiver prestando serviço temporariamente fora da comarca, caberá ao juiz
expedir carta precatória para que o juízo deprecado oficie a autoridade militar daquela
comarca para a realização da citação. É prevista no artigo 358, do Código de Processo Penal.
 FUNCIONÁRIO PÚBLICO

 A citação será feita mediante mandado, cumprido por oficial de justiça, que também
encaminhará notificação ao chefe da repartição do funcionário comunicando a
citação e a obrigação do comparecimento daquele em juízo.
 A notificação tem o fim de preservar o bom andamento do serviço público, sem
interrupções, dando possibilidade para o chefe da repartição tomar as medidas
cabíveis quanto à ausência de um serventuário, cumprindo com o princípio
administrativo da continuidade do serviço público. É prevista no artigo 359, do
CPP.
 Se o funcionário trabalha em outra comarca, caberá ao juízo deprecado expedir o
mandado e a notificação cumpridos por oficial de justiça de sua jurisdição.
CITAÇÃO DO PRESO

É feita pessoalmente ao preso, por mandado. Lei nº 10.792-2003, art. 360, do CPP. Porém,
o oficial também leva requisição ao diretor do presídio para que o acusado compareça em
juízo no dia e hora marcados. Objetiva-se dar margem para o diretor poder organizar as
visitas dos acusados ao Fórum.

Se preso em outra comarca, o juízo deprecado encaminhará mandado e requisição ao réu e
ao diretor do presídio naquela comarca, respectivamente, procedendo-se, então, com a regra
do art. 360, do CPP.
 RÉU NO ESTRANGEIRO

 Se conhecido o lugar onde o acusado esteja, far-se-á a citação mediante


carta rogatória, independentemente da infração penal, afiançável ou não.
Cabe ressalvar a suspensão do prazo prescricional enquanto a rogatória não
voltar devidamente cumprida. Ocorre apenas na hipótese de estar o réu em
local certo (cidade) e sabido (bairro, rua, número) fora do país, pois, caso
se encontre em local incerto, a citação é por edital.
 Nos termos do art. 570 do CPP, a falta ou nulidade de citação é sanada com a presença do réu,
pessoalmente, desde que antes do término do prazo para que foi citado, ou intimado. Assim
procedendo, o juiz poderá suspender ou adiar o ato para que foi chamado o réu, caso note que da
falta ou nulidade ocasionou prejuízo à defesa.

 Com a perfeita citação do indiciado, e este não cumprindo com a determinação judicial, decreta-se
a sua revelia. O art. 367, do CPP, trata das hipóteses de revelia.

 De três maneiras o réu será revel : 1 – se não comparecer em juízo para responder a denúncia no
prazo legal, 2- se estiver ausente de sua residência por mais de 08 dias sem comunicar ao juiz
processante ou 3- se mudar de residência, na mesma hipótese anterior.
Citação por meio eletronico

 https://www.migalhas.com.br/depeso/354784/citacoes-eletronicas-ou-citacoes-por-meio-eletronico
 Art. 246 do Novo CPC. Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da
decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme
regulamento do Conselho Nacional de Justiça.

 COMPILAÇÃO DE INFORMAÇÕES
INTIMAÇÃO

 É a ciência dada a parte, no processo, da pratica de um


ato, despacho ou sentença.

 Refere-se a intimação a um ato já passado.


Conforme previsão na lei processual, os prazos constantes no
mandado podem ser de 3, 5 ou 15 dias. Portanto, se atente a isso.
NOTIFICAÇÃO

 É a comunicação à parte ou outra pessoa, do dia lugar e a hora


de um ato processual a que deva comparecer ou praticar.

 Refere-se a um ato futuro.


CPP

 O próprio CPP confunde Ex.: Art. 367, refere-se a intimação


quando deveria denominar o ato notificação.
REGRA GERAL
 As INTIMAÇÔES judiciais exige-se a dupla intimação do réu e
de seu defensor.

 Permite-se a Intimação dos advogados através da imprensa


oficial.

 INDISPENSAVEL é a realização dos atos da instrução sem


que, antecipadamente, tenha havido a “notificação” ( ou
intimação) do defensor e a intimação pessoal do réu, além da
intimação pessoal do MP, ( se for o caso também do assistente
e do Querelante),dispensando-se somente a intimação do
acusado revel.
PUBLICAÇÃO

 A Lei nº 9.217/96 instituiu nova redação ao art. 370 do CPP.


 A intimação a que se refere o §2º só pode ser realizada por
meio de publicação no Diário da Justiça (órgão oficial) e
somente diz respeito aos advogados que atuam no processo,
não cabendo para os réus e testemunhas, para os quais
persiste a obrigatoriedade da intimação pessoal.
 Da mesma forma o órgão do MP e o defensor nomeado, os
quais também devem ser intimados pessoalmente.
Defensor Público

 O Defensor Público será sempre intimado pessoalmente, por força da Lei


nº1.060/50, art. 5º, §5º acrescido da Lei nº 7.8971/89, sob pena de nulidade, sendo
inadmissível a substituição por publicação na imprensa oficial.

 Para a intimação do defensor constituído pela imprensa, é obrigatória a inclusão do


nome das partes e de seus advogados, sob pena de nulidade, ante o disposto no art.
370, §1º do CPP.
REGRAS ESPECIAIS

 Estando o réu na comarca, será intimado por mandado (CPP, art.


351);
 Por precatória, quando estiver fora do juízo processante, mas
dentro do território nacional. ( art. 353)
 Por rogatória, quando estiver no exterior, em local certo e sabido
ou em legações e embaixadas estrangeiras (CPP, arts. 368 e 369);
 Não é possível a intimação de testemunhas por edital;
 A intimação do MP e do Defensor nomeado deve ser pessoal.
Intimação ou Notificação

 Pode a Intimação ou Notificação ser realizada por despacho do juiz na


própria petição em que for requerida. O oficial ou escrivão, ao invés de
mandado, lerá a petição à pessoa a ser notificada ou intimada, bem como o
despacho proferido, entregando-lhe a contrafé e lançando certidão no verso
da petição do cumprimento da diligencia e da recusa, ou não, da contrafé
pelo cientificado, devendo colher a rubrica da pessoa interessada.
 Se as publicações das intimações dos atos judiciais das comarcas não
forem efetivadas pela Imprensa Oficial da Capital, nem pela
imprensa local, aí sim, elas serão feitas diretamente pelo escrivão,
por mandado ou via postal com AR ou qualquer outro meio idôneo. (
fax, telefone, email...)

 Quando vários advogados constam na procuração, basta a intimação


de um deles para validade dos atos e termos do processo, salvo se
tiver requerimento para que as intimações se façam em nome de
determinado advogado. ( Neste sentido: STJ, RSTJ, 56/47)
 A falta de intimação pessoal do réu da sentença, não anula o ato se seu defensor foi
intimado regularmente, pois prevalece sempre a vontade deste ultimo, quanto a
eventual recurso.

 A intimação de decisão de pronuncia e da sentença obedecem às regras dos arts.


390, 391, 392 e 420 do CPP. A intimação de acórdãos é feita através da imprensa
oficial, salvo quanto ao MP, cuja intimação do órgão é sempre pessoal.
 Exige-se a intimação da expedição da carta precatória (art. 222, caput),
sob pena de nulidade relativa, mas não da data marcada pelo juízo
deprecado para a realização do ato. Sumula 273 do STJ: “ Intimada a
defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária a intimação
da data da audiência no juízo deprecado”.

 No caso de Carta Precatória o PRAZO se conta a partir da juntada da carta


aos autos do processo.
RÉU PRESO

 A notificação ocorre da mesma forma que a Citação, será pessoal, isto é, através
de mandado judicial cumprido por oficial de justiça.

 Não há nulidade quando o Réu não é apresentado em audiência sem qualquer


objeção ou com pedido de dispensa da própria defesa.
 Não há necessidade da presença do réu preso em prova colhida por precatória.

 As intimações e notificações podem ser feitas no curso das férias forense. Em geral os prazos
correm da data da intimação no processo penal.

 Sumula 310 do STF: “ Quando a intimação tiver lugar na sexta feira, ou a publicação com efeito
de intimação for feita neste dia, o prazo judicial terá inicio na segunda feira imediata, salvo senão
houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir”.
SENTENÇA
 Definição:

 O Código de Processo Penal definiu sentença Penal, no sentido amplo, como


"ato pelo qual o Juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da
causa" (artigo 116, parágrafo 1º), distinguindo-a fundamentalmente das decisões
interlocutórias, cuja característica é ser um ato do Juiz, que visa a dar solução a
uma questão incidente, sem por fim, portanto, ao processo parágrafo 2º do
citado artigo).
Guilherme de Souza Nucci -

 "Sentença é a decisão terminativa do processo e definitiva quanto ao mérito, abordando a questão relativa à
pretensão punitiva do Estado, para julgar procedente ou improcedente à imputação. È a autêntica sentença,
tal como consta do artigo 381 do Código de Processo Penal.
 Pode ser condenatória, quando julga procedente a acusação impondo, pena, ou absolutória, quando a
considera improcedente.
 Dentre as absolutórias, existem as denominadas impróprias, que apesar de não considerarem o réu um
criminoso porque inimputável, impõe a ele medida de segurança , uma sanção penal constritiva à liberdade,
mas no interesse da sua recuperação e cura.
 No código de Processo Penal, no entanto, usa-se o termo sentença, em sentido amplo, abrangendo, também
as decisões interlocutórias mistas e as definitivas, que não avaliam a imputação propriamente dita.
 Conforme o artigo 381 do Código de Processo Penal, a sentença conterá:

 I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para
identificá-las;
 II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;
 III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
 IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
 V -o dispositivo
 VI – a data e assinatura do Juiz.
Conteúdo Obrigatório ou Requisitos
da Sentença

 Estipula o CPP os requisitos intrínsecos da sentença aplicando-se o mesmo aos acórdãos, que são
decisões tomadas por órgãos colegiados de instancia superior sem os quais se pode considerar o
julgado viciado, passível de anulação. Aplica-se o disposto no artigo 564, inciso IV, do código de
Processo Penal (nulidade por falta de formalidade que constitua elemento essencial do ato).

 a) Identificação das partes da mesma forma que se exige na denúncia ou na queixa a qualificação do
acusado ou dados que possam identifica-lo (artigo 41 do CPP), para que a ação penal seja movida
contra pessoa certa, também na sentença demanda-se do magistrado que especifique quais são as
partes envolvidas na relação processual.
 b) Deve a sentença conter um relatório, que é a descrição sucinta do alegado pela acusação,
abrangendo desde a imputação inicial (denúncia ou queixa), até o exposto nas alegações
finais, bem como o afirmado pela defesa, envolvendo a defesa prévia e as alegações finais. É
um fator de segurança, um demonstrativo de que o magistrado tomou conhecimento dos autos,
além de representar, para quem lê a sentença, um parâmetro para saber do que se trata a
decisão jurisdicional.
 Contudo há criticas quanto a este posicionamento, dentre
eles as lições de Nucci, "Cremos ser componente
excessivamente dispendioso para o tempo do magistrado
brasileiro, hoje assoberbado de feitos, que não chega a
servir de prova de que o processo foi lido na integra. O
relatório pode ser feito por funcionário do cartório,
estagiário ou qualquer outra pessoa; até mesmo o juiz
pode elaborá-lo, sem prestar a menor atenção ao que está
simplesmente relatando como se fizesse mera cópia das
peças constantes nos autos."
 A Lei 9.099/95, que buscou desburocratizar a justiça, garantindo a economia
processual, dispensou o magistrado do relatório " A sentença dispensado o
relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz" (artigo 81 parágrafo 3º).
Embora se possa dizer que essa decisão é proferida na audiência e, por isso,
dispensa-se o relatório, nada impediria que toda sentença fosse com igual
disposição.
 Vale mencionar o posicionamento do eminente professor Hermam, em que a "sentença tem sua
importância também fora dos autos, por exemplo em caso de se proceder a execução da sentença
inclusive no juízo cível, entretanto para se ter conhecimento, em que se baseou o Magistrado é
mister que se contenha o relatório na respectiva sentença."

 Compartilhamos do entendimento do último citado professor, entendendo assim que é indispensável


que se contenha o incluso relatório no corpo da sentença.
 c) Motivação ou fundamentação; feito o relatório, passa-se à motivação, por meio da qual o Juiz
exterioriza o desenvolvimento do seu raciocínio para chegar à conclusão.
 Estão na motivação as razões que o levam a decidir desta ou daquela forma.
 Sua exigência justifica-se, porquanto permite às partes concluírem se a atividade intelectual
desenvolvida pelo Juiz lhe permitia chegar àquela conclusão.
 Será que sua decisão foi fruto de um ato irrefletido, de um raciocínio lógico em face do material
probatório de que dispunha, ou foi simples ato discricionário, caprichoso, produto de uma vontade
autoritária? Sem tal fundamentação não seria possível saber se o Eminente Magistrado agiu com
justiça e equidade.
 d) Parte dispositiva; desenvolvido durante a motivação. É ai, na parte dispositiva da sentença, que
ele procede a subsunção da espécie sub- judice à lei, julgando procedente ou improcedente a
pretensão, deduzida. Ao terminar a fundamentação, o Juiz penal emprega a expressão "Isto posto,
julgo improcedente a inicial para absolver o réu com fundamento no artigo 386 do Código de
Processo Penal."

 e) Parte autenticativa; É a última, e constitui da indicação do lugar, dia, mês e ano da prolação da
sentença e da assinatura do Juiz.
SENTENÇA

 Quanto ao órgão que prolata as sentenças, podemos classificá-


las em:
Subjetivamente simples: quando proferidas por uma pessoa
apenas. Juiz Singular.
Subjetivamente plúrimas: são as decisões dos órgãos colegiados
homogêneos. Proferidas pelas câmaras dos tribunais.
Subjetivamente complexas: resultam da decisão de mais de um
órgão, como no caso dos julgamento pelo Tribunal do Jurí em
que os jurados decidem sobre o crime e a autoria, e o juiz,
sobre a pena a ser aplicada.
SENTENÇA SUICIDA

 (Autores italianos)
É a sentença cujo dispositivo, contraria as razões invocadas na
fundamentação.
Tais sentenças, ou são nulas, ou sujeitas a embargos de
declaração ( art. 382) para a correção de erros materiais.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS

 Previsão: Art. 382 do CPPB.


 Requisito para oposição dos EMBARGUINHOS:
a. Obscuridade: quando faltar clareza na redação da sentença;
b. Ambiguidade: qdo. a decisão, em qualquer ponto, permitir duas ou mais
interpretação.
c. Contradição: quando conceitos e afirmações da decisão acabam por colidir ou opor-
se entre si. ( p. ex., o juiz reconhece a ilicitude do fato e decide pela absolvição por
excludente da antijuridicidade);
d. Omissão: quando a sentença deixa de dizer o que era indispensável fazê-lo, como, por
exemplo, não fixa o regime inicial de cumprimento da pena.
 Prazo: 2 (dois) dias contados da intimação da sentença.
 Os ED interrompem o prazo do recurso, aplicando-se por analogia o que
versa o art. 538 do CPC.
 Nas infrações de competência do JECRIM,caberão ED em caso de
obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. Prazo de 5 dias, os ED aqui
suspenderão (ao invés de interromper) o prazo para o recurso, quando
interposto da sentença , e não terão qualquer efeito, suspensivo ou
interruptivo, quando oposto contra acórdão, nos termos do art. 83 e
parágrafos da Lei nº 9.099/95.
Efeitos da SENTENÇA

 Esgota o poder jurisdicional que a prolatou. ( A menos que seja para


corrigir erros materiais – art. 382).
 Caso aja recurso, o sujeito da relação processual que entra como
órgão do Estado é o tribunal ad quem.
 Uma vez prolatada, a sentença cria impedimento ao magistrado que
a prolatou, impedindo-o de oficiar no processo quando em instância
recursal (art. 252,II) – IMPEDIMENTO AUTOMÀTICO.
 “Efeito autofágico da sentença”
–> ocorre quando a decisão, estatuindo uma pena que permite
a decretação da prescrição retroativa, traz em seu interior um
elemento que conduzirá à sua própria destruição, ficando,
desde logo, com todos os seus efeitos afetados pela causa
extintiva da punibilidade, já que tempus omnia solvit.
O tempo e a morte resolve todas as coisas.
 Principio da Correlação
Entende-se que deve haver uma correlação entre o fato
descrito na denúncia ou queixa e o fato pleo qual o réu é
condenado.
O juiz não pode julgar o acusado extra petita, ultra petita ou
citra petita; vale dizer, não pode desvincular-se o magistrado
da inicial acusatória julgando o réu por fato do qual ele não
foi acusado.
Diverso do postulado, alem do postulado ou contrario ao postulado.
Emendatio libelli

 Simples emenda na acusação.


 Mera alteração na sua classificação legal.

Exemplo: A Denuncia narra que Bartola empurrou a vítima e arrebatou-lhe a corrente


de ouro de pescoço, qualificando como FURTO tal episódio. Nada impede que seja
proferida sentença condenatória por ROUBO, sem ofensa ao contraditório, já que o
acusado não se defendia de uma imputação por furto, mas da acusação de ter
empurrado a vitima e arrebatado sua corrente.
Jura novit curia – juiz conhece a norma
Narra mihi factum dabo tibi jus – o juiz conhece o direto e aplica aos fatos
Mutatio libelli

 É a mudança na acusação.
 É a modificação da descrição fática constante da inaugural.
 Aqui implica o surgimento de uma prova nova, desconhecida ao tempo do oferecimento da ação
penal, levando a uma readequação dos episódios delituosos relatados na denúncia ou queixa.
 Exemplo: Gestrudes é denunciada por homicídio doloso, acusada de matar um récem-nascido
qualquer. Durante a instrução processual, descobre-se que a vitima era seu filho e que a imputada
atuara sob a influencia do estado puerperal, elementos não constantes explícita ou implicitamente da
denúncia. (Houve completa modificação do contexto fático – a acusação mudou – não foi apenas uma
correção a qualificação jurídica.
Procedimento:

 O MP deverá aditar a Denuncia ou Queixa no prazo de 5 dias, reduzindo-se a termo


o aditamento, quando feito oralmente. Não procedendo implica empregar o art. 384,
§1º do CPP.
 Circunstancia e elementar do crime.
 Audiência de instrução e julgamento adiada, para aditamento. Posteriormente o juiz
designará nova audiência para conclusão da instrução. §2º. Cada parte arrolará 3
testemunhas , no prazo de 5 dias - §4, 1ªparte.
 (...)
EXERCICIO

 Efeitos da sentença absolutória?


 Efeitos da sentença condenatória?
 Publicação?
 Retificação da sentença?
 Intimação da sentença?
 Taxa judiciária?
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
Processos e Procedimentos

 Processo:
É uma série ou sequência de atos conjugados que se realizam e se desenvolvem no
tempo, destinando-se a aplicação da lei penal no caso concreto.
É o meio pelo qual a atividade jurisdicional se viabiliza, ao passo que o procedimento
constitui o instrumento viabilizador do processo.
 Procedimento:
É a sequência ordenada de atos judiciais até o momento da prolação da sentença.
É a ordem, forma e sucessão de atos processuais.
 Sistemas Processuais:
 Inquisitivo: quando um só órgão – o juiz – desempenha as funções de acusador,
defensor e julgador.
 Acusatório: um órgão acusa ou defende e o outro julga.
 Misto: comporta duas fases: uma inquisitiva e uma acusatória. (CPPB)

 Características do Sistema Acusatória:


Caracterizados pelo princípio do contraditório, da oralidade, da verdade real, do estado de
inocência, da oficialidade, da indisponibilidade do processo e da publicidade. (art.792,
§1ºCPP).
Pressupostos da existência da relação processual:
a. Um órgão jurisdicional
b. Uma causa penal (jurídico-penal) como objeto do processo.
c. A presença de um órgão regular da acusação e o defensor, independente
ou não da presença do acusado.
Pressupostos de validade da relação processual:
São as circunstancias indispensáveis para que o processo se desenvolva
legitimamente, de forma regular.
Sem elas, a sentença é nula.
Procedimentos ou ritos
procedimentais:
 Comum ou Especial (art. 394 do CPP).
 Procedimento comum divide-se em:
ORDINÁRIO: crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de
pena privativa de liberdade, salvo se não se submeter a procedimento especial. (= ou >4)
SUMÁRIO: crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena
privativa de liberdade, salvo se não se submeter a procedimento especial. (<4)
SUMARÍSSIMO: infrações penais de menor potencial ofensivo (pena máxima não exceda
a 2 anos), na forma da Lei nº 9.099/95, ainda que haja previsão de procedimento
especial. ( =2)
Procedimento Especial:

 Abarcará todos os procedimentos com regramento específico, tal como o Tribunal do Júri
(arts 406 a 497 do CPP) e outros previstos na legislação extravagante, por exemplo
Código eleitoral, Lei Maria da Penha, Código de Processo Penal Militar...

 Com as ultimas reformas ( Leis 11.689/08 e 11.719/08), procurou o legislador dar efetiva
concreção ao princípio da celeridade processual, concedendo especial importância ao
princípio da oralidade, do qual decorrem vários desdobramentos: a. concentração dos
atos processuais em uma só audiência (art. 400 CPP); b. Imediatividade; c. Identidade
física do juiz.
Procedimento Ordinário
Instrução Criminal
 IC é o conjunto de atos praticados com o fim de oferecer elementos ao juiz
para julgar.
 A IC é contraditória – acusado e acusador devem ser ouvidos.
 A IC inicia-se com o oferecimento da defesa inicial escrita (art. 396 e 396-A).
 Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz analisará se não é caso de rejeição
liminar (avaliando aqui todos os requisitos do art. 395 – condição de ação,
possibilidade jurídica do pedido...); se não for o caso de rejeição liminar,
recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder a acusação em 10
dias por escrito (406).
 Defesa Inicial conterá:

Arguição de preliminares e alegar tudo o que interessa à defesa. (Ex. causas excludentes da ilicitude,

atipicidade do fato... A nulidade por incompetência relativa do juízo, sob pena de preclusão. (A

Nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição). Litispendência, coisa

julgada, ilegitimidade da parte, suspeição do juízo, (arts. 108 e 109 do CPP).

Pode Oferecer documentos e justificações; Especificar as provas pretendidas;

Arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

A exceção será processada em apartado (art. 95 a 112 do CPP).

A defesa Inicial já pode levar à absolvição sumária do agente.


OBRIGATORIE
DADE DA
DEFESA
Obrigatoriedade da defesa
inicial:

 Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não


constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-
lhe vista dos autos por dez dias. Se não houver nomeação de defensor é
causa de nulidade absoluta.
 É condição obrigatória da ação.
Oitiva do MP

 Em havendo necessidade o juiz abre vistas para a acusação se manifestar


sobre documentos juntados pela defesa, assim não poderá sentenciar em
seguida, pois a prerrogativa de falar por ultimo é da defesa.
 Nesse sentido Rt 615/348 e RT, 650/279.
Momento do recebimento da
Denúncia ou Queixa.
 Art. 396 do CPP.

Defesa preliminar – Lei das Drogas e dos crimes praticados


por func. público: contemplam a defesa preliminar, cuja
função é impedir o próprio recebimento da denúncia ou
queixa, ao contrario da defesa do art. 396, a qual é posterior a
esse ato e visa à absolvição sumária do agente.
Defesa inicial e suspensão condicional
do processo:

 Antes de recebida a D ou Q, o juiz designará audiência para


aceitação ou não do benefício do sursis processual e, caso
este não aceite, será oferecida a defesa escrita para a
discussão do mérito da ação.
 A suspensão condicional suspende a ação penal.
Defesa Inicial Escrita e hipótese de
absolvição própria:

 O juiz estará autorizado a julgar antecipadamente a lide penal quando:


a. Estiver comprovada a existência manifesta de causa excludente da
ilicitude do fato.
b. Estiver comprovada a existência manifesta de causa excludente da
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade.
c. O fato narrado não constitui crime.
d. Estiver extinta a punibilidade do agente.
Recurso da absolvição sumária:

 Apelação.

 Em se tratando de decisão que decreta a extinção da


punibilidade cabe RESE (art. 581, VIII)
AUDIENCIA
https://pedromaganem.jusbrasil.com.br/
artigos/535271803/como-e-uma-audiencia-
criminal
Audiência de Instrução e
Julgamento:

 E única por força do princípio da concentração dos fatos.

 Não sendo possível a absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para
a audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de
60 dias, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do MP e, se
for o caso, do querelante e do assistente.
NA
AUDIENCIA...
 Na audiência:

1º As declarações do ofendido. (se possível).


2º Inquirição das testemunhas arroladas pela acusação (8); (401)
Caberá primeiro a parte que arrolou as testemunhas e não ao juiz realizar as perguntas.
As perguntas são formuladas diretamente as testemunhas. Cabendo ao juiz ,
complementar a inquirição sobre pontos não esclarecidos. (212).
3º Inquirição das testemunhas arroladas pela defesa. 980. 222.
4º Esclarecimento de peritos
5ºacareações
6º reconhecimento de pessoas e coisas
7º Interrogatório
8º Requerimento de Diligencias.
9º Alegações orais por 20 min pela acusação e defesa, prorrogáveis por mais 10min,
proferindo o juiz, a seguir, a Sentença. (Memoriais -5dias).
Procedimento sumário:

 Aplicado a todas as infrações penais cuja pena máxima for inferior a 4


(quatro) anos e superior a 2 (dois) anos, salvo quando a lei dispuser de
forma diversa.
 O Rito SUMÁRIO é idêntico ao ORDINÁRIO, ressalvado o número de
testemunhas, aqui de 5 (cinco) sem contar no rol as que não prestam
compromisso ou as informantes.
 O prazo para a realização da audiência de instrução, debates e julgamento
será de 30 dias, sendo impróprio (pode ser prorrogado de acordo com as
particularidades).
ASSISTA!!!
Procedimento sumaríssimo:

 Juizados Especiais Criminais – JECRIM (art. 98 CR).


 Para infrações de menor potencial ofensivo – infração cuja pena máxima não
exceder a dois anos.
 Polemica com a entrada em vigor do Estatuto do Idoso, onde foram definidas
inúmeras infrações penais, todas com pena máxima não superior a 4 anos,
exceto a prevista no art. 107, cuja máxima é de 5 anos. E o mesmo Estatuto
em seu art. 94 permite a aplicação do procedimento previsto na Lei do
JECRIM, para as infrações penais cuja pena máxima não ultrapassar 4
anos. Assim o rito do JECRIM é aplicado à Lei nº10.741/03, excluindo-se
a possibilidade de transação penal e composição de danos.
O art. 394,§5º, do CPP, prevê que
são aplicáveis subsidiariamente ao
procedimento sumário as disposições
do procedimento ordinário com
algumas diferenças.
Assim, de forma sucinta,
esquematize o procedimento
ordinário e indique em que difere do
sumario.
JECRIM
RITOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS

(Atividade)
 Relacionar os atos deste a investigação até a sentença transitada em julgado.

 Identificar os recursos cabíveis e a competência para julgamento.


JECRIM

Ocorrida a infração de menor potencial ofensivo, a

autoridade policial do local onde foi praticada a

infração, independente do resultado – art. 63 da Lei

nº 9.099/95 deverá adotar as seguintes providencias:


a. Não será feito o IP tradicional, nem se imporá a prisão em flagrante, nem se

exigirá a fiança – desde que o agente se comprometa a comparecer ao juizado

assim que convocado – art.69.

a. Será feito TERMO CIRCUNSTANCIADO, na realidade um Boletim de

Ocorrência mais aperfeiçoado, encaminhando-o ao juízo competente com os

elementos probatórios.
c. A Lei nº 10.455/02 inseriu no âmbito criminal dispositivo anômalo, permitindo ao
juiz criminal o afastamento do agressor do lar, do domicilio ou local de
convivência em caso de violência doméstica.

d. Chegando o TC em juízo, havendo os elementos mínimos necessários, será


requerida pelo MP ou pelo ofendido a designação de audiência preliminar para a
qual todos deverão ser intimados.
 e. No dia da audiência, presentes o juiz e as partes, será feita proposta de
composição de danos (sofridos pela vitima). Tratando-se de APP e APPCR, a
composição de danos implicará a renuncia ao direito de queixa ou representação
(art. 74).
f. Não havendo composição de dano ou, tratando-se de APPI, com ou sem acordo, será apresentada

PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL como forma de evitar a propositura da ação penal através
de oferecimento da denúncia. O suposto autor do fato recebe uma proposta ( pagamento de multa ou
submissão a pena restritiva de direito), como alternativa para evitar o oferecimento da peça acusatória.
Havendo aceitação e homologação pelo juiz:
 não constará dos antecedentes;
 Evita o processo criminal;
 Não poderá utilizar o mesmo benefício no intervalo de cinco anos, contados do cumprimento efetivo do
acordo de transação penal;
 Não significa admissão de culpa para efeito civil.
 Havendo transação penal com base na multa, caso o beneficiário não

cumpra o acordo, só restará a possibilidade de execução, pois após a

homologação, segundo o STF, só haverá titulo executivo judicial, ficando

vedada a propositura da ação;


 Em sentido contrario, na hipótese de descumprimento de pena restritiva

de direito, o MP poderá ofertar a denúncia ao juízo.


 Não aceitando a proposta, o feito seguirá o rito sumaríssimo com os
seguintes atos:
 Oferecimento da Denúncia ou queixa crime.
 Não sendo possível a apresentação oral, o juiz concederá vista à parte
legitima para avaliação e eventual oferecimento de denuncia por escrito,
podendo ser arrolada 5 testemunhas.
 O acusado será citado e cientificado da data da audiência de

instrução de debate e julgamento, da qual também serão

cientificados todos os demais interessados ( MP, a defesa o

ofendido etc.);
 O acusado será cientificado que deverá trazer as testemunhas

em audiência, ou apresentar o rol delas 5 dias antes do

julgamento.
 CITADO e ACUSADO está de forma equivocada na Lei nº 9.099/95, antes de

receber a denúncia.

 Aberta da audiência, o juiz concederá a palavra ao defensor para suas

considerações iniciais, especialmente no que diz respeito ao recebimento ou não da

denuncia – o juiz receberá ou não a denúncia ou queixa. ( da rejeição caberá

apelação no prazo de 10 dias – art.82 da Lei nº 9.099/95).


 Havendo recebimento, o juiz procederá à inquirição da vitima e
das testemunhas indicadas pelas partes;
 Em seguida, será interrogado o acusado depois de colhidas
todas as provas.
 Encerrada a instrução, o juiz concederá às partes a palavra para
as alegações finais (debates orais)para cada parte, no prazo de
20 min prorrogáveis por mais dez minutos, seguindo-se da
sentença oral.
 A sentença dispensa o relatório – art. 81, §3, será fundamentada,
mencionando o juiz os elementos de convicção.

 Da sentença caberá apelação no prazo de dez dias a ser julgada por uma
turma de juízes de primeiro grau.

 Do acórdão proferido pelos juízes caberá recurso especial,


extraordinário, revisão criminal, mandado de segurança, embargos de
declaração, ou mesmo habeas corpus.
JURI
Procedimento dos crimes
dolosos contra a vida
 Art. 5º, XXXVIII da CF, reconhece a INSTITUIÇÃO DO JURI, com a
organização de lei, assegurando o principio da ampla defesa, o sigilo das
votações, a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos
crimes dolosos contra a vida.
Homicídio doloso
Aborto
Infanticídio
Instigação e auxilio ao suicídio.
 Também são julgados pelo JURI popular:
São crimes conexos – art. 78, I, do CPP.
O Estupro se for praticado em conexão com o homicídio doloso.

OBS: Outros crimes com resultado morte não seguirão o rito do júri.
Latrocínio
Estupro seguido de morte
Homicídio culposo
JURI FEDERAL

 Sempre que identificado interesse da União.

 Homicídio praticado contra func. público federal no exercício das funções –


Sumula 147 do STJ.

 Havendo índio como autor ou vitima , a competência é da justiça Estadual.


JURI
 Todos os crimes são de APPI, tendo o MP como titular.
 Tem início com o recebimento da denúncia pelo juiz da Vara
do júri.
 O Juiz produz a prova considerando: prova da existência do
crime e indícios suficientes de autoria.
 A partir do oferecimento da denúncia, serão praticados os
seguintes atos:
1. Oferecimento de denúncia ou queixa subsidiária ( 8
testemunhas);
2. Rejeição liminar da denúncia ou queixa subsidiária (Cabe
RESE – art. 581, I, CPP).
 REJEIÇÃO – art. 395 do CPP, permite a rejeição da denúncia ou queixa quando:
for inepta (confusa, incoerente, ilógica, incompreensível etc.) faltar condição
processual (legitimidade, possibilidade jurídica do pedido ou interesse de agir),
faltar condição para o exercício da ação penal (p. ex.:representação, requisição
do Ministro da Justiça...) ou por falta de justa causa (p.ex.: oferecimento de
denúncia por estelionato quando a divida já foi saldada).
3. Recebimento da denúncia ou queixa subsidiária ( interrompe a prescrição).
Avaliando a Denúncia ou queixa, caso não rejeite liminarmente a peça acusatória, o juiz receberá a
Denuncia ou Queixa e concederá obrigatoriamente – 10 dias para apresentação de Resposta
escrita (condição de prosseguibilidade), sob pena de nulidade processual. (Art. 408, do CPP).

 Caso o juiz tenha determinado a citação por edital, não comparecendo o réu para apresentar a defesa
prévia, o juiz suspenderá o processo e o curso do prazo prescricional.
OBS: o prazo para a defesa do réu só começa a contar a partir do comparecimento do réu.
 Defesa prévia ou resposta à denuncia – conteúdo - art. 406, §3º do CPP
e as exceções processadas em apartado – art. 407 do CPP.
 Depois de apresentada a defesa ou resposta do acusado, o juiz
encaminhará o feito ao MP para manifestação no prazo de 5 dias – art. 409
do CPP.
4. Hipótese de absolvição sumária (art. 397 do CPP: não há previsão legal
para absolvição sumária no JURI. (há quem utilize por analogia)
5. Audiência de instrução, debates e julgamento (previsão de audiência uma).
“Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às
acareações e ao reconhecimento de pessoas ou coisas, interrogando-se, em
seguida o acusado e procedendo-se o debate”. Art. 411 do CPP, seguindo-se
de alegações finais orais no prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais
10min ( art. 411, §4º do CPP),proferindo o juiz a decisão oralmente, ou por
escrito, no prazo de dez dias ( art. 411, §9º CPP).
6. O juiz fará a avaliação de toda a prova e de todo o alegado pelas partes,
podendo proferir quatro tipos de decisões:
a) PRONÚNCIA –art. 413 do CPP: trata-se de decisão de admissibilidade
da acusação. ( O juiz ao pronunciar estar encaminhando o a questão ao
Tribunal do júri: juízo natural da causa (in dúbio pro societate).
É proferida quando o juiz verificar a presença de dois requisitos:
a.1. prova da existência do crime (materialidade): nos crimes que deixam
vestígios, far-se-á por meio de exame de corpo de delito direto ou
indireto.
a.2. indícios suficientes de autoria ( ou participação).
 No momento da pronúncia, o juízo decidirá fundamentadamente pela manutenção ou não
da custódia cautelar, observando-se as circunstancias da prisão preventiva (art. 413, §3, do
CPP).
 Da pronuncia caberá RESE (art. 581, IV, do CPP).

b) IMPRONUNCIA ( art. 414 do CPP) quando o juiz observar a ausência de prova sobre a
existência do crime, ou de indícios suficientes de autoria.
Se impronunciado o processo ficará ARQUIVADO, porém se sobrevier novas provas, poderá
ser desarquivado, desde que não tenha ocorrido a prescrição, causa extintiva da
punibilidade.
Da impronúncia caberá recurso de apelação (art. 416 do CPP)
 DESCLASSIFICAÇÃO (art. 419 do CPP): quando o juiz observar a ocorrência de
infração penal não dolosa contra a vida.

 A desclassificação implica no encaminhamento do fato para apreciação do juiz


natural (juízo singular), salvo quando for vara única cumulativa, hipótese em que
apreciará o feito, sem não antes ocorrer o aditamento da denúncia.

 Da desclassificação caberá RESE (art. 581, II do CPP).


d) Absolvição sumária (art. 415 do CPP):

O juiz poderá absolver sumariamente quando ficar evidenciada a inexistência do

fato ou da autoria (da participação), o fato constituir infração penal, for

praticado sob uma excludente de ilicitude (art. 23 do CP) ou de causa que

isenta o réu de pena (causas excludentes de culpabilidade – por exemplo, art. 26,

caput, e art. 28, §1º, do CP, entre outros).


OBS: caso de inimputabilidade, o juízo deve pronunciar o réu – absolvição sumária

imprópria (com imposição de medida de segurança por prazo indeterminado).

Da decisão de absolvição sumária cabe recurso de apelação (art. 416 do CPP).


 A pronúncia é a única decisão monocrática de admissibilidade
encaminhadora do réu ao Tribunal do Júri (órgão colegiado formado por um
juiz presidente e sete jurados).
 Na pronuncia deverá constar eventual causa de aumento de pena, pena de
preclusão, mas não as agravantes e atenuantes.
 A Intimação da decisão de pronuncia será feita ao acusado, ao defensor
nomeado e ao MP (pessoalmente), ao defensor constituído, ao querelante e ao
assistente do MP, sempre via imprensa oficial (art. 420 do CPP).
 Réu não encontrado a intimação será por edital – art. 420, parágrafo único do CPP.
 Desaforamento – art. 427 do CPP – havendo interesse da ordem pública, dúvida
sobre a imparcialidade do júri ou segurança pessoal do acusado, o Tribunal de
Apelação (TJ ou TRF) poderá determinar o desaforamento do feito, encaminhando-o
para outra comarca da mesma região.
 Poderá requerer o desaforamento: o MP, o assistente, o querelante, o acusado ou
mediante representação do juiz competente (art. 427), podendo ser deferida liminar
de suspensão do julgamento ( 427, § 2º, do CPP).
Desaforamento

Pode ocorrer por excesso de serviço, se não realizado no prazo de 6 meses


contados da preclusão da pronúncia (art. 428 do CPP), não computando-se
no prazo aditamentos, diligencias ou incidentes de interesse da defesa
(§1º).
Incidente de julgamento imediato
Quando não houver excesso de serviço ou existência de processos
aguardando julgamento, possibilitando à defesa requerer ao Tribunal que
determine a imediata realização do julgamento. (§ 2º).
Preclusa a pronúncia, quer pelo decurso do prazo, quer pelo
improvimento de recurso, o juiz concederá às partes a faculdade do
art. 422, do CPP, prazo de 5 dias, para requerer diligencias e arrolar
testemunhas (em caráter de imprescindibilidade) em plenário, máximo
de 5.
Para o dia do julgamento:

 Serão convocados 25 jurados, instalando-se a sessão com, no mínimo, 15 jurados


(arts. 447 e 463 do CPP).

 A função de jurado é obrigatória.


Havendo recusa de consciência (imperativo de consciência), isto é, recusa ao serviço do
júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política, o juiz imporá serviço
alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos enquanto não prestar o
serviço imposto. (art. 438 do CPP).
 Presente o número mínimo de jurados, far-se-á sorteio dos jurados, podendo cada
parte recusar imotivadamente até 3 jurados.
 Não será adiado o julgamento pelo não comparecimento do acusado solto, do
assistente ou do advogado do querelante que tiver sido regularmente intimado.
 Ausência do MP ou do advogado, evidentemente, provocará o adiamento da sessão
plenária, oficiando-se à Procuradoria Geral de Justiça ou à OAB, ressalvada a
hipótese de justificativa fundamentada.
 A ausência do réu devidamente intimado poderá não ser empecilho à realização
do julgamento e, se preso estiver, desde que tenha advogado constituído, não
haverá nulidade na realização sem a presença física, desde que conte com anuência
expressa da defesa.

 A sessão plenária somente será adiada por conta de testemunhas se intimada


pessoalmente e arrolada em caráter imprescindível.
SENDO DOIS OU MAIS RÉUS

 As recusas poderão ser feitas por um só defensor


(art. 469), e a separação somente ocorrerá quando, em
razão das recusas, não for obtido o número mínimo
de 7 jurados. (estouro de urna). Caso determinada a
separação dos julgamentos, será julgado primeiro o
autor, seguindo-se o partícipe.
Ocupado o Conselho de
Sentença
 Formado por 7 pessoas (juizes ad hoc), assumindo, no início, o
compromisso de votar de acordo com a consciência e os ditames da
justiça (momento de exortação).

 Os jurados receberão cópia da pronúncia e demais decisões de


admissibilidade, bem como relatório do processo elaborado pelo
Juiz Presidente.
SESSÃO PLENÁRIA

 Instrução – será ouvido o ofendido, se possível, as testemunhas, peritos,


assistentes técnicos e, sempre por ultimo o acusado.
 NÃO é possível leitura de peças.
 Uso de algemas, durante o plenário ficou restrito aos casos de absoluta
necessidade à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à
garantia da integridade física dos presentes, devendo o juiz fundamentar
caso mantenha o réu algemado.
DEBATES

 Passados os debates, o tempo destinado à acusação e defesa


será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para
replica e outro tanto para a treplica (art. 477 do CPP);
Havendo mais de um réu?

 O tempo para acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao


dobro o da replica e da treplica, não podendo as partes fazerem referencia
à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a
acusação ou à determinação de uso de algemas como argumentos de
autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado (art. 478), ou ao
silêncio do acusado ou ao interrogatório.
FINDOS OS DEBATES

 O juiz indagará dos jurados se estão aptos a julgar o acusado ou se


necessitam de outros esclarecimentos.

 O réu será submetido a julgamento através de perguntas (quesitos), que


serão respondidas na sala secreta.

 Os jurados votam imotivadamente.


QUESITOS –art. 483 do CPP

1º se houve crime (materialidade do fato): o primeiro quesito refere-se ao


reconhecimento da existência do fato criminoso.
2º se o réu é autor ou participe: o segundo quesito diz respeito a autoria – se o agente
foi responsável pelo fato na condição de autor ou partícipe: aqui ainda não está
sendo avaliado o dolo.
3º se o acusado deve ser absolvido: no terceiro quesito estão englobadas todas as teses
absolutórias (legitima defesa real, legitima putativa, inexigibilidade de conduta
diversa, clemencia, entre outras) – o grande problema é saber, quando sustentadas
duas ou mais teses defensivas, se absolvido o acusado, em qual das duas teses
teriam se apoiado os jurados.
4º se existe causa de diminuição de pena alegada na defesa:

5º se existe circunstancia qualificadora ou causa de aumento de pena


reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação. (Sempre por ultimo)
RESPOSTAS DOS JURADOS

 A resposta negativa de mais de 3 jurados, a qualquer dos quesitos


referidos nos I e II do caput do art. 483 do CPP, encerra a votação e
implica a absolvição do acusado. (§1º)
 Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência
do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser
respondido após o 2º ou 3º quesito, conforme o caso. (§4º).
 Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da
competência do Tribunal de Júri, o juiz formulará quesito acerca
destas questões, para ser respondido após o segundo quesito. (§5º)
 Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados
em séries distintas. (§6º).

 Havendo qualquer tese absolutória, o jurado deverá responder positivamente ao


terceiro quesito. O acusado deve ser absolvido?

 Havendo sustentação de tese de excesso culposo, deverá ser inserido quesito


específico após o 3º quesito, se respondido negativamente.
 Havendo tese subsidiária de desclassificação, será lançada após o
terceiro quesito (referente à absolvição do acusado).

 Não há mais quesitação de circunstancia agravante ou atenuante por


se tratar de matéria de pena. É de atribuição do Juiz Presidente.
SENTENÇA
DA SENTENÇA CONDENATÓRIA SÂO
CABÍVEIS OS SEGUINTES RECURSOS:

a) APELAÇÃO sob quatro hipóteses: (art. 593, III, do CPP).

a.1. houver nulidade posterior a pronúncia;


a.2. a sentença contrariou a lei ou a vontade dos jurados;
a.3. houve erro na aplicação da pena ou da medida de segurança;
a.4. a decisão dos jurados foi manifestamente contraria à prova dos
autos.
b) EMBARGOS DE DCLARAÇÃO (art. 382 do CPP).: quando houver na
sentença obscuridade, contradição, ambiguidade ou omissão.
Juiz = Marcelo Guedes

• Promotor (MP) = Nivaldo Carneiro


• Assistente de acusação = Diogo Hardy
• Adv. de defesa 01 (particular) = Fernando
Barbosa
• Adv. de defesa 02 (defensoria) = Orlando
Filho
• Réu 01 = Jamilo Cruz
• Réu 02 = Carlos Alberto
• Vítima = Sara Maria (morreu) • Escrivã = Zillfranny
• Oficial de Justiça 01 = José Osmar
• Testemunha 01 = Marcos Bastos • Oficial de Justiça 02 = Lucas Santos
• Testemunha 02 = Pedro Galeno
• Testemunha 03 = Italo Amaral • Policial 01 = Bruno
• Testemunha 04 = Dávylla • Policial 02 = Matheus Gomes
ESTADO DO PIAUÍ PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE PARNAÍBA 1ª VARA CRIMINAL
SECRETARA DA 1ª VARA CRIMINAL DE
PARNAÍBA
AÇÃO PENAL DE COMPETÊNCIA DO JÚRI
0000366-41.2018.8.18.0031
HOMICÍDIO QUALIFICADO
VÍTIMA: Sarah Maria Carvalho Gonçalves
("ÓBITO/ESPÓLIO")
RÉU: Jose Nascimento dos Santos ("ZEZINHO")
ADVOGADOS: Dr.Fernado Barbosa e Dra. Carlota
Penha
RÉU: Francisco Wederson Franca Lopes ("PINTO“)
ADVOGADO: Defensor Público Dr. Orlando Filho
Representante do Ministério Público: Drs. Nivaldo
Carneiro e Diogo Veras
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

 Lei Maria da Penha.


 Crimes dolosos contra a vida
 JECRIM
 Crimes falimentares
 Crimes típicos praticados por func. público.
 Crimes contra a honra
 Crimes de abuso de autoridades
 Crimes contra a propriedade imaterial.
 Crimes da lei antidrogas
 Lei seca
PROCEDIMENT
O ESPECIAL
CRIMES PRATICADOS POR
FUNCIONARIOS PÚBLICOS
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

 Ao dizer “crimes de responsabilidade de funcionários públicos”, na verdade, o


legislador quis tratar dos crimes praticados por funcionários públicos NO
EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES. ( arts 513 a 518 do CPP)
 Crimes de Responsabilidade => são infrações politico-administrativas praticadas por
agentes políticos.
 Crimes comuns praticados por FP em detrimento da administração são afiançáveis
(art. 312 a 327 CPB), daí justificado o procedimento especial.
 Lei nº 12.403/2011 alterou art. 323 do CP => são inafiançáveis: crimes de racismo;
crimes de tortura ...
 Esse tópico do Direito Processual Penal não guarda
relação direta com os crimes de responsabilidade
praticados pelo Presidente da República e outras
autoridades listadas na CF/1988 (os quais, inclusive, são
infrações de natureza administrativa, e não penal).
O procedimento especial para processo de crimes de
responsabilidade de funcionários públicos só se aplica aos
crimes AFIANÇÁVEIS - (art. 312 a 327 CPB),

 São, portanto, crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, sob


o prisma do CPP, os seguintes delitos, listados entre os artigos 312 a 326
do Código Penal.
O QUE QUE TEM DE ESPECIAL?

 Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em


devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do
acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
E como devem ser processados os crimes
funcionais inafiançáveis?

 Segundo a doutrina, para os crimes funcionais inafiançáveis, deve ser


aplicado o procedimento comum ordinário, e não o procedimento
especial previsto no Título II, Capítulo II do CPP.
Prerrogativa de Função

 Outra exceção importante está nos funcionários públicos com


prerrogativa de função. Caso um determinado servidor pratique um
crime funcional e desfrute de prerrogativa de função, não deverá ser
processado através do procedimento previsto no CPP, e sim com base
na Lei n. 8.038/1990.
Art. 513 ressalta a competência
dos juízes de direito para o caso
de crimes de responsabilidade de
funcionários públicos, e
Esse artigo merece especial atenção, pois,
especificado que a queixa (no caso
ao apresentar a
de delitos de ação penal privada) e possibilidade da instrução do
a denúncia (em crimes de ação procedimento apenas com declaração
penal pública) devem ser fundamentada
instruídas com documentos ou da impossibilidade de apresentação de
justificativas que façam presumir provas – mesmo que excepcionalmente.
a existência do delito ou com
declaração fundamentada da Mas é isso que está escrito no CPP!
impossibilidade da apresentação
de qualquer dessas provas.
Entretanto, é importante notar que,
caso a acusação esteja embasada
Em inquérito policial, a defesa
preliminar passa a ser considerada
O ponto chave do art. 514 é a
desnecessária, por força da súmula
chamada defesa preliminar,
330/STJ:
que deve ser apresentada uma
vez que o funcionário público é É desnecessária a resposta
notificado da acusação. preliminar de que trata o art. 514
do código de processo
Penal – CPP, na ação penal
instruída por inquérito policial.
Se a denúncia não estiver embasada no IP, no
entanto, o fluxo procedimental
que se seguirá é o seguinte:
Observe que o CPP fala
em NOTIFICAÇÃO, e não
em CITAÇÃO, nesse
caso!

Notifica-se o É concedido o
acusado prazo de 15
dias

Apresentação
defesa
preliminar
Defesa Preliminar

 A defesa preliminar aqui apresentada é verdadeiro direito do


funcionário público, que se aplica ao caso concreto com o objetivo de
evitar que a denúncia seja recebida, motivo pelo qual tal defesa ocorre
ANTES da avaliação do recebimento da denúncia.
IMPORTANTE!!!!!

 O entendimento doutrinário se mantém atualmente no sentido de que a


nulidade gerada pela falta de defesa preliminar é apenas RELATIVA.
 Além disso, se o funcionário público opta por não exercer a defesa preliminar,
também não há nulidade do feito, haja vista que estamos diante de um ato
facultativo: o funcionário só exerce esse direito se quiser.
A rejeição da denúncia ou
queixa, nos crimes funcionais,
deve ser realizada sempre de
forma fundamentada, em casos
nos quais o juiz se convencer
Art. 516. O juiz de que não houve crime ou
que a ação intentada
rejeitará a queixa improcede.
ou denúncia.... Diferença entre o rito comum e
o rito específico de apuração de
delitos praticados por
funcionários públicos está na
defesa preliminar. Não tem
muito segredo!
Art. 517 e 518

 O legislador determina que, após o recebimento da


denúncia/queixa, deve-se seguir o procedimento comum
ordinário para os passos seguintes do processo. É só isso!

 file:///C:/Users/madag/Downloads/6140655-crimes-responsabilidade-funcionarios-publicos.pdf
NULIDADES NO PROCESSO
PENAL
NULIDADES

 A legislação brasileira prevê os ritos processuais (procedimentos), informando


o juiz sobre o ritual a ser seguido em cada tipo de crime, determinando regras
específicas para cada caso.

 O juiz, portanto, deverá obediência estrita da lei e na forma por ela estabelecida.

 Inadmissível a supressão de ato processual.


 A inobservância da forma quando da pratica do ato levará àquilo que denominamos
DEFEITO, VÍCIO, ou ATIPICIDADE PROCESSUAL.

 Um ato praticado com vicio, ou seja, em desconformidade com a lei, poderá trazer
como consequência a ANULAÇÃO no processo em todo ou em parte.

 A inobservância da forma na prática dos atos processuais poderá levar à


declaração de nulidade do procedimento (do processo), no todo ou em parte.
Tipos de nulidades:

 Há basicamente 4 tipos de vícios possíveis em termos processuais:


Irregularidade, inexistência, nulidade relativa e nulidade absoluta.
 NR e NA , o ato foi praticado em desconformidade com a legislação formal.
 NA e NR - sempre dependem de declaração judicial.
 NA e NR – anulado o ato, anulam-se os posteriores.
 NA – o ato violou princípio constitucional ou norma inconstitucional que ofenda direito
público.
 NR - o ato violou norma infraconstitucional, cuja lei entendeu de interesse das partes,
ou seja, de interesse público.
 NA – Diz respeito ao interesse público
 NR – Diz respeito ao interesse das partes
 NA – Não há prazo para alegá-la.
 NR – Deve ser alegada em tempo oportuno.
 NA – o prejuízo é presumido.
 NR – deve ser demonstrado o prejuízo pela parte.
 NA – o ato nunca se convalida – pode ser impugnado a qualquer tempo,
mesmo depois do transito em julgado.

 NR – não alegada em tempo oportuno, o ato convalida, produzindo efeitos


normais no processo.

 NA – pode ser reconhecida de oficio, independentemente de requerimento


das partes, posto se tratar de direito público.

 NR – não deve ser reconhecida de oficio, pois, por sua natureza, o juiz deve
aguardar provocação da parte prejudicada.
Requisitos para o reconhecimento
das nulidades:

 Prejuízo (art.563 do CPP): A inobservância formal na prática dos atos


processuais gera prejuízo, obrigando manifestação nesse sentido pela parte
prejudicada. Inexiste nulidade sem que haja prejuízo.

 Nas NA, o prejuízo é presumido (presunção absoluta).


Leitura de texto doutrinário.
NULIDADES NO PROCESSO PENAL

Exercício.
Individual e consultado.
ATOS JURISDICIONAIS

 Atos jurídicos – são aqueles que, quando os fatos jurídicos consistem em uma ação
humana, que se traduz por declaração de vontade destinada a provocar uma
consequência jurídica. O ato jurídico é gênero do qual o ato processual é espécie.

 Atos processuais – quando os atos jurídicos são praticados para criar, modificar ou
extinguir direitos processuais temos então os atos processuais. Ex: é o que ocorre
com o oferecimento da denúncia, depoimento das testemunhas, a sentença do juiz,
etc.

 Calmom de Passos define – “Atos processuais, são os atos jurídicos praticados no


processo pelos sujeitos da relação processual ou por terceiros e capazes de produzir
efeitos processuais”.
RECURSOS
 Após a apresentação da resposta a denúncia o juiz decidirá se rejeita ou recebe a
inicial acusatória.
 Caso seja recebida, o procedimento terá continuidade seguindo-se o rito ordinário.

Predomina em jurisprudência o entendimento no sentido de que a defesa preliminar é


desnecessária nas hipóteses em que a inicial acusatória estiver embasada em IP.
Art. 514 do CPP.
RECURSOS

Conceito:
 É o ato de inconformismo da parte e tem por objetivo o
reexame da matéria impugnada, de modo a conseguir revertê-
la.
 É uma garantia constitucional e qualquer medida impeditiva
ou restritiva é de constitucionalidade duvidosa.
 O duplo grau de jurisdição assegura o direito recursal e
está pautado na falibilidade humana.
 Previsto na CR – art.5º, LV.
FUNDAMENTOS DO DUPLO
GRAU DE JURISDIÇÃO

 A falibilidade humana – o julgado como um ser humano, está sujeito a


cometer erros, restando a chance da decisão ser reexaminada por outro
órgão.
 O inconformismo da parte diante de uma decisão desfavorável – a
natureza humana tem a tendência de não se conformar com uma
primeira decisão que contrarie os seus interesses.
 A necessidade de controle dos atos estatais – como verdadeiro
postulado de um Estado Democrático de Direito, todo ato que consiste
em emanação de um poder deve ser suscetível de controle, não podendo
ser diferente quando se tratar de decisão judicial.
PRINCÍPIOS

 Principio da voluntariedade – não há recurso que não


seja voluntário. Art. 574, caput, do CPP.
 Principio da disponibilidade – a parte pode dispor do
recurso, renunciando ou desistindo do direito de recorrer.
 Principio da Fungibilidade – permite que um recurso
erroneamente interposto seja admitido e convertido no
recurso cabível, desde que haja boa-fé da parte que
interpôs o recurso.
 Principio da taxatividade – o recurso só pode ser interposto se houver previsão legal
para tanto, estando as hipóteses da cabimento previstas em rol taxativo.

 Principio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias – no processo penal as


decisões interlocutórias são irrecorríveis, a não ser que exista previsão legal específica
para tanto.

 Principio da unirrecorríbilidade – só é cabível um recurso para cada decisão. Art.


593,§ 4º, do CPP.

 Principio da proibição da reformatio in pejus – proíbe que a situação da parte que


tenha recorrido seja agravada em decorrência do próprio recurso.
EFEITOS dos Recursos

 São as consequências de sua interposição.


 Efeito devolutivo – devolve ao poder judiciário a possibilidade de
analisar novamente aquela matéria impugnada.
 Efeito suspensivo – impede que a decisão produza seus efeitos
enquanto o recurso não for julgado pelo órgão responsável.
 Efeito regressivo – permite que a matéria seja reapreciada pelo juiz
que prolatou a decisão recorrida.
 Efeito extensivo – Art. 580 do CPP. Permite que o julgamento deste
aproveite ao corréu que não recorreu da decisão, desde que não
fundado exclusivamente em circunstancias pessoais do recorrente.
RECURSO DE OFICIO

 O Juiz deve recorrer das decisões por ele proferidas através


do denominado recurso de ofício. A conclusão é ilógica, pois
o juiz não recorreria de algo que acabou de decidir.

 Algumas decisões expressas estão sujeitas ao duplo grau de


jurisdição necessário, devendo, independentemente de
recurso voluntário das partes, subir ao tribunal competente
para reavaliação do decidido.
INCONFORMISMO

Durante a tramitação do processo, o juiz pode causar às partes eventual prejuízo


com suas decisões ou sentença.
Error in procedendo
e Error in judicando

O recorrente pode alegar dois tipos de possíveis erros


(equívocos):
a) Error in procedendo: erro na observância da forma, do
devido processo legal ( gerando nulidades no processo).

b) Error in judicando: erro na aplicação do direito material ao


caso (dito erro de mérito).
Juízo de admissibilidade ou
de prelibação
 Requisitos de admissibilidade:
Taxatividade
Adequação
Tempestividade
Regularidade processual (objetivos)
Legitimidade e Interesse (subjetivos)
TAXATIVIDADE

 É a previsão legal.
 O recorrente para impugnar uma decisão judicial, só poderá utilizar-se de
recurso previamente existente em lei, não podendo inventá-lo; na peça, deverá
constar onde o recurso está previsto.
 Por exemplo, art. 593,I, art. 581, IV do CPP, etc.
ADEQUAÇÃO

 Existe um só recurso para cada decisão judicial.


 Aplicam-se dois princípios fundamentais:

Princ. da unirrecorribilidade: pelo qual para cada decisão existe um só


recurso adequado;

Princ. da fungibilidade: pelo qual o juiz poderá receber o recurso


equivocado como se correto fosse, desde que interposto dentro do
prazo legal (art. 579 do CPP).
Exemplo:

 É comum a interposição do recurso de apelação da “sentença” de pronuncia. Tal


equivoco se justifica, pois de uma sentença não definitiva caberá recurso de apelação.
No entanto, a “sentença” de pronuncia não é propriamente uma sentença, mas um
juízo preliminar de avaliação para eventual encaminhamento do fato ao Tribunal do
júri. O CPP é expresso em afirmar que da pronuncia caberá interposição de recurso
em sentido estrito (art. 581, IV, do CPP).
 Por conclusão ao exemplo, se o recorrente ingressar com apelação quando na
realidade seria RESE, desde que dentro do prazo, o juiz poderá despachar da seguinte
forma:
Recebo a apelação como se fosse RESE, determinando seu processamento correto.
TEMPESTIVIDADE

 O Prazo para interposição do recurso se conta a partir da


intimação.
 A intimação poderá ser: pessoal ou por publicação oficial.
 No caso do MP o prazo contará da entrega do ato na
respectiva repartição do órgão a ser intimado.
 Contagem: exclui-se o primeiro dia e inclui-se o ultimo no
cômputo – recaindo o termo final no sabado, domingo ou
feriado, o prazo específico fica prorrogado para o próximo dia
forense útil.
 A contagem é contínua e peremptória – iniciou-se a contagem, o
prazo não será interrompido nem suspenso, salvo se houver
impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela
parte contraria (art. 798, §4º, do CPP).

 O prazo é fatal – a preclusão temporal importará no transito em


julgado da decisão ou sentença e, regra geral, o conteúdo da decisão
ali inserido não poderá ser novamente avaliado. (salvo em hipóteses
específicas por meio de revisão criminal e HC).
Exemplo:

 O Advogado foi intimado no dia 20.09.04 (sexta), de uma sentença condenatória.


(5d para recorrer).
 Exclui-se o dia 20 e inicia-se a contagem no dia? 23 E finada o prazo fatal no dia?
27 Até que horas? Final do expediente forense.
Regularidade procedimental:

 Cada recurso tem características próprias.


 Alguns recursos têm duas peças outros apenas uma.
 A não observância desse requisito não tem sido considerada um obstáculo ao
recebimento do recurso.
LEGITIMIDADE

 Tem legitimidade para recorrer no processo penal: (art. 577 do CPP).


a) O réu
b) O advogado
c) O Ministério Público
d) O querelante e querelado
e) O Assistente de Acusação
f) O juiz de direito (art. 574 do CPP).
Sujeitas ao duplo grau de jurisdição
necessariamente:

 Sentença concessiva de Habeas Corpus – art. 411


CPP.
 Absolvição sumária – art. 411 do CPP.
 Concessão de reabilitação – art. 746 do CPP.
 Sentença absolutória em crime contra a economia
popular ou a saúde pública, bem como os despachos
que determinarem o arquivamento do Inquérito
policial referentes a esses crimes.
 Crimes referentes à incorporação imobiliária.
INTERESSE

 O recorrente deve demonstrar o interesse na modificação da decisão judicial.


 Art.577, parágrafo único.
 O interesse está sempre vinculado à necessidade e utilidade da providência.
 Deve-se avaliar a ocorrência de PREJUIZO (perda, ainda que mínima) extraído
da parte decisória.
PROCEDIMENTO

 Após a interposição do recurso:


 Interposição ( em qualquer comarca – sistema do protocolo integrado);
 Juntada do recurso aos autos do processo específico e encaminhado ao juiz;
NATUREZA JURÍDICA

 Quando a parte interpõe um recurso, não está exercendo um novo direito de ação
ou de defesa, mas apenas usufruindo do conteúdo daquele direito já exercido.

 A doutrina aponta que o recurso possui a natureza jurídica de desdobramento


dos direitos de ação e defesa.

 È elemento ou modalidade do próprio direito de ação e de defesa.


RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO - RESE
 Art.581 do CPP – hipóteses de cabimento:
 Rol taxativo.
 Doutrina e jurisprudência vêm admitindo uma interpretação extensiva aos
incisos do art. 581, entendendo cabível o recurso para as hipóteses que,
embora não estejam previstas expressamente no rol, estão abrangidas de
forma inequívoca pela vontade do legislador.

 Não se admite a extensão das hipóteses para os casos em que a lei


pretendeu excluir o cabimento do recurso.
RESE

 Prazo de 5 dias.
 Não é cabível no âmbito dos tribunais, ficando a sua
utilização restrita para impugnar as decisões proferidas por
juízes de primeira instância.
 A LEP revogou alguns incisos do art. 581 do CPP, que
estabeleceu recurso de AGRAVO para algumas das hipóteses
ali previstas.
É cabível contra a decisão,
despacho ou sentença que:
Que não receber a denúncia ou a queixa:

 Contra decisão que recebe a Denúncia ou queixa não é


cabível recurso, o que não impede a impetração de HC para
discutir a legalidade da decisão.
 Da decisão que não receber o aditamento da Denúncia ou
Queixa, cabe RESE.
 Se o TJ reformar a decisão que não recebeu a D ou Q, estas
são consideradas recebidas pelo próprio acórdão que reformou
a decisão de 1º grau.
 Enunciado nº 709 da Súmula do STF.
 O Denunciado deve ser intimado para apresentar contrarrazões ao RESE
contra decisão que não recebeu a D, prevalecendo o principio da ampla
defesa e do contraditório. Enunciado nº 707 do Súmula do STF.
 Para o procedimento nos JEC é cabível recurso de APELAÇÃO contra
decisão que não receber a D ou Q, nos termos art. 82, caput, Lei nº
9.099/95.
 Hipóteses de rejeição da denúncia ou queixa estão previstas no art. 395, I,
II e III do CPP.
Que concluir pela incompetência do
juízo.

 É o caso em que o juiz reconhece a incompetência de ofício, com base no art.


109 do CPP.
Que julgar procedentes as exceções, salvo
a de suspeição.

 Modalidades de exceções (art.95 do CPP): suspeição, incompetência de


juízo, litispendência, ilegalidade de parte e coisa julgada.
 As exceções são processadas em autos apartados e não suspendem, em
regra, o andamento da ação. (art. 111 do CPP).
 Se as exceções forem julgadas improcedente não cabe recurso, o que não
impede o HC.
A decisão que julgar procedente a exceção de
suspeição também não pode ser impugnada por meio
do RESE, ante a expressa vedação do dispositivo em
comento.
Que pronunciar o réu.

 A pronúncia é a decisão interlocutória que encerra a 1ª fase do procedimento do


JURI.

Se o réu for impronunciado o recurso cabível é o de APELAÇÃO, nos termos do


art. 416 do CPP.
Que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
requerimento, de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante.

 O RESE não abrange a fiança concedida ou negada pelo


delegado, só para as decisões judiciais que conceder, negar,
arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança.

 Mas, se o juiz mantiver a fiança concedida pelo delegado aí


sim cabe o RESE.
 Não cabe RESE contra a decisão que indefere pedido de liberdade
provisória ou não relaxa a prisão em flagrante. Cabe HC para impugnar
as referidas decisões.
Que julgar quebrada a fiança ou
perdido o seu valor.

 Quebra a fiança – arts. 328 e 341 CPP.

 Perdimento da fiança – se da quando o réu é condenado e não se


apresenta para o início do cumprimento da pena definitivamente
imposta. ( art. 344 do CPP).
Que decretar a prescrição ou julgar, por outro
modo, extinta a punibilidade.

 Causas de extinção da punibilidade – art. 107 do CP.


Que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de
outra causa extintiva da punibilidade.

 Hipóteses que se contrapõe ao inciso anterior.


Que conceder ou negar a ordem de HC

 Abrange só as decisões de 1ª instancia, nesse caso nos referimos ao HC


impetrado contra ato ilegal de delegado de policia, cujo julgamento
compete ao juízo de primeiro grau.

 Se a decisão conceder o HC também está sujeita ao duplo grau de


jurisdição obrigatório – art. 574, I, do CPP.
Que anular o processo da instrução criminal, no
todo ou em parte.

 Da decisão que não anular o processo não cabe recurso,


podendo ser impetrado HC.

 A nulidade também poderá ser discutida em eventual recurso


de APELAÇÃO.
Que incluir jurado na lista geral ou
desta o excluir.

 O RESE aqui possui peculiaridade, pois pode ser


interposto por qualquer pessoa do povo.
 O prazo recursal será de 20 dias (art. 586, parágrafo
único).
Que denegar a apelação ou a julgar
deserta.

 Denegar – é não receber o recurso.


 Se o juízo aquo entender que o recurso de apelação não preencheu os
requisitos da admissibilidade não vai recebê-lo, sendo cabível RESE.
 Deserção – é fato extintivo do recurso e decorre do não pagamento do
preparo nos casos exigidos em lei.
Que denegar a suspensão do processo, em virtude de
questão prejudicial

 Prejudiciais são aquelas questões que têm o condão de


influenciar no julgamento do mérito.

 A suspensão do processo em virtude de questão prejudicial está


disciplinada nos arts. 92 a 94 do CPP.
Que decidir o incidente de falsidade

 Da decisão que julgar o incidente, reconhecendo a


autenticidade ou falsidade do documento, cabe RESE.

 Incidente de falsidade – art. 145 a 148 do CPP.


LEGITIMIDADE
O RESE pode ser interposto pelo MP, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou defensor.
EFEITOS
Devolutivo ou suspensivo.
PROCEDIMENTO
Cinco dias, por petição ou por termo nos autos. Recebido o recurso o juiz intimará o recorrente para no
prazo de dois dias apresentar as razões do recurso. Em seguida o recorrido é intimado para
apresentar as contrarrazões no prazo de dois dias. Mantida a decisão, o juiz encaminhará a matéria
ao tribunal nos próprios autos ou por meio de instrumento.
APELAÇÃO

Hipóteses de cabimento

Contra decisões proferidas pelo juiz singular:

Arts. 593,I e II do CPP.


a) Das sentenças definidas de condenação ou absolvição proferidas por juiz
singular: trata-se da sentença de mérito, onde o juiz julga procedente ou
improcedente a pretensão punitiva, condenando ou absolvendo o réu.
As hipóteses de absolvição sumária previstas no art. 397 do CPP se
sujeitam ao recurso de apelação.
 b) das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular
nos casos não previstos no capitulo anterior(art. 593,II):

É o caso de impronúncia e da decisão que indefere o


pedido de restituição de coisas apreendidas.
Contra decisões proferidas pelo Tribunal do Júri:
Art. 593,III, do CPP.
a) Quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia:
b) Quando for a sentença do juiz presidente contrária à lei
expressa ou à decisão dos jurados.
c) Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da
pena ou da medida de segurança.
d) Quando for a decisão dos jurados manifestamente
contrária à prova dos autos.
Legitimidade

Pode o recurso ser interposto pelo MP, ou pelo querelante, ou


pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Efeitos

Possui o efeito devolutivo devolvendo ao órgão ad quem a


matéria objeto da impugnação. O efeito suspensivo está
intimamente ligado ao principio da presunção de inocência.
Pode ser Total (abrangendo toda a decisão) ou Parcial
(abrangendo apenas parte da decisão).
 Procedimento
Deve ser interposto no prazo de 5(cinco) dias. Por petição ou
por termo nos autos dirigida ao juízo a quo. Recebido o
recurso o recorrente é intimado para apresentar as razões
recursais no prazo de 8(oito) dias e em igual prazo para que o
recorrido apresente as contrarrazões.

Havendo assistente de acusação, este apresentará as razões


após o MP, no prazo de 3 (três) dias. Na APPrivada o MP
deverá se manifestar após apresentação das razões por parte do
recorrido, no prazo de 3 (três) dias.
 Espécies:
 Apelação plena (ampla) ou parcial (restrita).
 AA -> interposto contra todo o conteúdo passível de impugnação.
Exemplo: Em processo criminal pela pratica de furto qualificado, o juiz condene o
acusado pela pratica de furto tentado, deixando de aplicar a qualificadora a ele
imputada. Daí o MP impugnar pelo reconhecimento do crime tentado e requer
aplicação da qualificadora.
 AR -> quando interposto contra uma parcela da decisão que gerou sucumbência da
parte recorrente.

Exemplo: Em proc. Criminal pela pratica de furto qualificado, o juiz condene o


acusado pela pratica de furto tentado, deixando de aplicar a qualificadora. MP
impugna apenas quanto ao reconhecimento do crime tentado.
 Apelação principal e subsidiária.

AP -> Interposta pelo MP

AS -> interposta pelo ofendido, habilitado ou não como assistente de acusação, cabível
apenas quando inerte o MP.
 Apelação sumária e ordinária
AS -> na hipótese de infração penal ser punida com pena de detenção, procedimento
mais curto. ( CPP art. 610, caput).
Autos com vista para o Procurador de Justiça, pelo prazo de 5 dias e, em seguida
passarão por igual prazo, relator, que pedirá designação de dia para julgamento.
 AO -> quando a infração penal for punida com reclusão. (procedimento do art. 613
do CPP).

Nesse caso os prazos são ampliados em dobro; o tempo para debate de 15min, e não
10min como na AS; depois do relator os autos vão para o Revisor, que terá 10 dias
para o exame do processo, retornando ao Relator para pedir dia para julgamento.
 Apelação Adesiva (ou incidental)
?
 TEORIA GERAL DOS RECURSOS
 Recursos em espécie
(noção, fund. legal, interposição, cabimento, processamento, julgamento e recurso)
 Apelação
 Recurso em sentido estrito
 Carta testemunhável
 Correição parcial
 Embarguinhos e embargos de declaração
 Protesto por novo júri
 Agravo regimental
 Embargos infringentes e de nulidade
 Recurso especial e extraordinário
 Reclamação constitucional
 Recurso ordinário constitucional
 Agravo de instrumento
 Embargo de divergência
 Agravo em execução
 Reclamação contra a lista geral dos jurados
EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO
 Hipóteses de cabimento
Trata-se de recurso que tem como objetivo tornar claro o
provimento jurisdicional.
Cabimento em 1ª instancia – art. 382 do CPP.
Cabimento em segundo grau de jurisdição – art. 619 do CPP.
O recurso será cabível quando na decisão houver ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.
Todas as decisões judiciais são passíveis de esclarecimento por
meio de Embargos, mesmo as ditas irrecirríveis.
Legitimidade

Qualquer parte da relação processual pode interpor o recurso


de embargos de declaração, incluindo o assistente de acusação.

Efeitos

Possui o chamado efeito regressivo, sendo julgado pelo próprio


juízo prolator da decisão recorrida.
Os embargos interrompe o prazo para a interposição de outro
recurso. (art. 538 do CPP - analogia)
Procedimento

Deve ser interposto no prazo de 2(dois) dias. Art. 619, caput, do


CPP.

Por petição endereçada ao juízo prolator da decisão e deve


conter, desde logo, as razões, onde a parte apontará o ponto
ambíguo, omisso, obscuro ou contraditório da decisão, com
pedido de esclarecimento.

Em regra não há e se falar em contrarrazões dos embargos, a


menos que o recurso implique em modificação substancial da
decisão.
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Previsão legal

Art. 197 da Lei de Execução Penal.


Cabe para as decisões proferidas pelo juiz das execuções penais.
Efeitos

Devolutivo e Regressivo sendo permitido que o juiz se retrate da


decisão agravada.
Legitimidade

Art. 195 da LEP, confere ampla legitimidade. (De ofício, pelo


MP, interessado, de quem o represente, conjuge, parente,
descendente)..
Procedimentos

O Agravo em execução segue o mesmo procedimento do


RESE.

Cinco dias,por petição ou por termo nos autos. Recebido o


recurso o juiz intimará o recorrente para no prazo de dois dias
apresentar as razões do recurso. Em seguida o recorrido é
intimado para apresentar as contrarrazões no prazo de dois
dias. Mantida a decisão, o juiz encaminhará a matéria ao
tribunal nos próprios autos ou por meio de instrumento.
CARTA TESTEMUNHAVEL
Art. 639 a 646 do CPP

Hipótese de cabimento
 Contra decisão que não recebe outro recurso
anteriormente interposto.
 Ou que, embora recebe, obsta o seu
seguimento para a instancia superior.
Legitimidade
 A mesma daquela prevista para a interposição
do recurso que foi denegado ou que teve seu
processamento obstado.
Procedimento
O prazo para a interposição é de 48 horas, contados a partir da
intimação da decisão que denegou o recurso ou obstou o seu
seguimento.
Petição dirigida ao ESCRIVÃO, devendo a parte indicar as peças
das quais pretende traslado para a formação do instrumento.
Formado o instrumento (CT), o processamento será o mesmo do
rese, devendo o recorrente, e depois o recorrido, serem
intimados para no prazo de dois dias, apresentarem as razões
do recurso.
Depois de apresentadas as razões, os autos serão conclusos ao
juiz que poderá se retratar ou determinar a remessa dos autos
para a instancia superior.
Julgado procedente a CT, o tribunal determinará o processamento do recurso denegado,
podendo ser de logo julgado, se fartamente instruída a CT – art. 644 do CPP.
Efeitos
Devolutivo e regressivo, admitindo o juízo de retratação por parte do juízo a quo.
Não terá efeito suspensivo – art. 646 do CPP.
EMBARGOS
INFRINGENTES E DE
NULIDADE
 Recurso privativo da defesa.
Hipóteses de cabimento
 Contra decisão não unânime desfavorável ao réu proferida no
julgamento da Apelação ou do RESE. – art. 609, parágrafo
único, do CPP.
Legitimidade
É da defesa, podendo o MP recorrer desde que em benefício do réu.
Procedimento
Interposto por petição com razões no prazo de 10 dias, contados da publicação do
acórdão.
Variando o procedimento de acordo com o regimento interno de cada Tribunal.
Efeito
Devolutivo, se limitando a matéria objeto da divergencia.
PROTESTO POR NOVO JURI

 PROTESTO POR NOVO JÚRI (REVOGADO)


Noção
 A Lei nº 11.689/08 revogou, em seu artigo 4º, os artigos 607 e
608 do CPP, retirando o protesto por novo júri do seu sistema.
 Para produção dos efeitos, é necessário aferir não só a data de
vigência da Lei que o revogou, mas também a data da
sentença.
 Das sentenças prolatadas em data anterior à data da vigência da reforma processual,
será admissível o protesto por novo júri.
 A extinção do protesto por novo júri não incide sobre os processos cujo prazo para
interposição estivesse em curso.
 É um recurso manejável exclusivamente pela defesa, de um simples pedido de novo
julgamento pelo tribunal do júri, em casos em que a pena aplicada por um crime
considerado isoladamente era igual ou superior a vinte anos.
 Exceção ao princípio da unirrecorribilidade das decisões judiciais.
 Teve sua origem ligada às penas de morte e prisão perpétua, com o
desaparecimento destas, o protesto por novo júri perdeu sua tradição.
 Interposição
 De forma simples e desprovida de razões.
 Interposto por petição simples ou por termo nos autos – na própria ata de
julgamento, inclusive – no prazo de 05 dias, ou seja, na forma e nos prazos
estabelecidos para interposição da apelação (art. 607, §2º, CPP).

 Recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo.


 Cabimento
 Deveria ser interposto privativamente pela defesa e dirigido ao próprio órgão
julgador.
 A conexão de crimes, que importasse soma de penas pelas regras do concurso
material não autorizava o protesto, mesmo se atingindo o limite legal de 20 anos,
em decorrência da soma.
 Se o protesto quantitativo de pena fosse atingido pela aplicação das regras de
concurso formal e do crime continuado, admitia-se.
 O tribunal do júri poderia apreciar dois crimes: um contra a vida e o outro contra o
patrimônio, conexo àquele e, por tal razão, remetido ao júri popular.
 Cabível contra a decisão que impusesse pena igual ou superior a vinte anos em grau
de apelação interposta pela acusação, com exasperação da pena antes fixada.
 O MP não tinha legitimidade para a sua interposição.
 Processamento
 Simples, na maior parte das vezes não era acompanhado de razões e de contra-
razões.
 A defesa consignaria em ata sua afirmação em plenário, lego em seguida à leitura
da sentença, que protestava por novo júri. Poderia o juiz-presidente receber o
recurso e dá-lhe provimento, determinando o acusado a novo júri.
 Em caso de contradição quanto ao art. 607, caput, CPP, era oportunizado
oferecimento de razões e contra-razões às partes, para que, em seguida, fosse
decidida a questão.Poderia ser interposta apelação em lugar do protesto por novo
júri.

 Princípio da fungibilidade.
 Julgamento
 De competência do órgão prolator da sentença condenatória.
 Não serviriam os jurados que tinham tomado parte no primeiro julgamento. Art.
607, §3º, CPP.
 Os jurados poderiam reconhecer qualificadoras que tinham sido afastadas no
primeiro julgamento.
AGRAVO REGIMENTAL

Noção
 Conhecido por agravo ou agravo inominado. Impugnação
dirigida contra decisões monocráticas proferidas por membro
de tribunal, que ocasionem gravame a um dos interessados.
 A parte, ao interpor agravo contra decisão monocrática pretende que a matéria ali
julgada por um só membro seja reexaminada por todos os membros do órgão
colegiado com competência para apreciá-la.
 Finalidade: que a decisão não seja respaldada por um só membro de tribunal, mas
pela composição coletiva do órgão colegiado competente para julgar o recurso
obstruído pelo relator.
Interposição

 Simples petição, no prazo de 05 dias, com o requerimento expresso de que a


matéria decidida monocraticamente seja submetida a julgamento pelo plenário,
órgão especial ou outro órgão fracionário competente.
Cabimento
 Contra:
 Decisão monocrática do relator, no âmbito do STF ou do STJ, que cause gravame à
parte.
 Despacho do Presidente do STF ou do STJ que defira ou indefira suspensão de
execução de liminar concedida ou de sentença concessiva em mandado de
segurança.
 Decisão do membro de tribunal que conceda ou indefira liminar em mandado de
segurança.
 Indeferimento liminar, pelo relator, de revisão criminal proposta perante o tribunal
competente.

 Lei 8038/90, em seu art. 39: Da decisão do Presidente do Tribunal, de Seção, de


Turma ou de Relator que causar gravame à parte.
Processamento

 Tratado nos regimentos internos dos tribunais. Não há oportunidade para resposta à
petição do agravante.
 Renovação do julgamento pelo órgão colegiado. O relator pedirá dia para o
julgamento, seguindo-se a inclusão do processo em pauta.
Julgamento
 Realizado pelo órgão colegiado competente. O relator fará exposição do recurso e
da sua decisão vergastada, sustentando-a ou votando por sua modificação. Passará
pelas etapas de admissibilidade e mérito.
 Importa em acatar as razões que foram rejeitadas monocraticamente, revertendo
assim o gravame que ensejou aquele recurso.
EMBARGOS
INFRINGENTES E DE
NULIDADE
 Noção
 Privativo da defesa. Visa o reexame de decisões não
unânimes proferidas em segunda instância e
desfavoráveis ao acusado, a serem apreciados no âmbito
do próprio tribunal julgador.
 Existência de pelo menos um voto vencido, indicativo
de possível injustiça do julgamento prejudicial ao réu.
 Único recurso com dupla possibilidade de manejo,
interposto perante órgão do mesmo tribunal prolator da
decisão.
 Embargos infringentes: Quando a não unanimidade recair sobre o mérito da
apelação, do recurso em sentido estrito ou do agravo em execução, visando à
reforma do julgado anterior.
 Embargos de nulidade: Quando impugnarem a discrepância de votação no que
concerne à matéria de admissibilidade recursal.
 Poderá ocorrer de os embargos serem, a um só tempo, infringentes e de nulidade.
 Interposição
 Por petição, acompanhada de razões, no prazo de 10 dias,
a contar da publicação do acórdão.
 Deve ser realizada no órgão indicado para seu julgamento
que, necessariamente, deve ser com maior numero de
membros que o que proferiu a decisão não-unânime
recorrida.
 Privativo da defesa, com pressupostos da apresentação de
recurso em sentido estrito, de agravo em execução ou de
apelação da decisão de primeiro grau de jurisdição;
sucumbência defensiva no julgamento destes.
 O MP pode ser legitimado desde que o faça em favor da defesa. No processo penal
militar o recurso não é privativo da defesa.
 O prazo para interposição é contado a partir da intimação que, por sua vez, ocorre
pela imprensa, salvo quando o acusado estiver representado pela Defensoria
Pública.
 A intimação do MP é sempre pessoal e com vista dos autos.
 Cabimento
 Contra decisões proferidas em sede de apelação, de recurso em
sentido estrito e de agravo em execução, quando não houver
unanimidade e for o acusado sucumbente na parte objeto de
divergência.
 Súmula nº 390, STJ.
 É admissível quando:
 A decisão não seja unânime, e que o voto discrepante seja favorável
ao acusado.
 A petição obedeça à delimitação recursal constante de divergência
parcial da votação
 A decisão decorra de julgamento de apelação ou de recurso em
sentido estrito.
 O acórdão seja proferido por tribunal.
 Súmula 293 e 455, STF.
 Não cabe quando:
 Em revisão, em habeas corpus, em pedido de desaforamento, em embargos
infringentes, em agravo regimental, em agravo em execução.
 Contra decisões proferidas em sede de mandando de segurança.
 Decisão de turma recursal no âmbito dos juizados especiais criminais.
 Súmula 207, STJ.
Processamento
 Interpostos, o MP ou o querelante serão intimados
para oferecer contra-razões em 10 dias, seguindo o
rito da apelação.
 Deve ser em 10 dias lançado relatório nos autos,
passando estes ao revisor, que, também em 10 dias,
examinará o processo e, verificando sua regularidade
pedirá dia para julgamento.
 Possuiefeito devolutivo, e só terá efeito suspensivo
caso se trate de um acórdão com conteúdo
condenatório.
 A interposição contra apenas parte da decisão recorrida não suspende o prazo para
a interposição de recurso extraordinário ou especial quanto às demais porções da
decisão em matéria penal.
 A interposição do recurso extraordinário e/ou especial contra a parte unânime da
decisão só tem início depois da publicação do acórdão referente ao julgamento dos
embargos infringentes interpostos.
 Efeito regressivo – juízo de retratação.
Julgamento
 No dia da apreciação dos embargos, será anunciado o seu julgamento. Depois de
relatado o feito e antes da prolação do voto do relator, haverá oportunidade para
debates pelo tempo de um quarto de hora.
 O julgamento pode gerar o voto médio, ou seja, adoção de um critério para a
obtenção de vontade da maioria, quando os votos dos membros do órgão
colegiados são discrepantes entre si.
RECURSOS ESPECIAL E
EXTRAORDINÁRIO

 Noção
 São impugnações previstas na CF.
 O recurso especial é processado e julgado pelo STJ. O recurso
extraordinário é processado e julgado pelo STF.
 O recurso especial terá lugar quando for alegada violação a direito
infraconstitucional. E o recurso extraordinário quando a afirmação
se relacionar com afronta à CF.
 O julgamento do recurso extraordinário compete ao STF, nas
causas decididas em instancia ultima ou em única instancia,
quando versar questão que resvale em possível confronto com a
CF.
 O recurso especial tem como escopo tutelar o próprio direito federal caso atingido
pela decisão guerreada, sendo passível de perquirição as questões de direito já
examinadas pelo juízo a quo.
 Interposição

 Petição acompanhada de razões no prazo de 15 dias, protocolada


perante o tribunal a quo e dirigida ao presidente do tribunal que
proferiu a decisão vergastada.
 Súmula 728, STF.
 As razões do recurso são endereçadas ao STJ ou STF, se recurso
especial ou extraordinário, respectivamente.
 Súmula 299, STF.
 Na interposição dos recursos deverá conter a exposição do fato e do
direito; a demonstração do cabimento do recurso interposto; as
razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

Cabimento
 Caberá recurso extraordinário para o STF quando a decisão
contrariar dispositivo da CF; declarar a inconstitucionalidade de
tratado ou de lei federal; julgar válida lei ou ato de governo local
contestado em face da CF e julgar válida lei local contestada em
face de lei federal.
 Para o seu cabimento o recorrente demonstrará a repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no caso, somente podendo o
Tribunal recusar pela manifestação de dois terços dos seus membros
– requisito de admissibilidade.
 Caberá recurso especial para o STJ diante das causas decididas pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, DF e
Territórios, quando a causa recorrida contrariar tratado ou lei
federal, ou negar-lhes vigência; julgar válido ato de governo local
contestado em face de lei federal; der a lei federal interpretação
divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
 O recorrente deve ter interesse e legitimidade. O MP pode recorrer, mesmo que em
favor do acusado. Súm. 210, STF; Art. 311, CPP.
 Pré-questionamento – requisito de admissibilidade. Eventual omissão deve ser
objeto de embargos de declaração.
 Ambos os recursos devem cuidar de matéria de direito.
 Processamento
 Interposto o recurso, o Presidente ou Vice-Presidente do tribunal a
quo mandará notificar o recorrido para apresentar contra-razões, no
prazo de 15 dias. Após, será dada vista ao MP para exarar parecer.
 Quando interpostos contra decisão condenatória será recebido no
efeito devolutivo e suspensivo; contra decisão absolutória, somente
no efeito devolutivo.
 Encerrados todos os prazos, serão os autos conclusos para admissão
ou não do recurso. Em caso de admitidos, os autos serão remetidos
ao STJ ou STF.
 Art. 27, §§3º a 6º da Lei 8038/90.
 Recurso denegado – Súm. 322, STF.
 Sendo admitidos serão os autos remetidos ao STF ou STJ para
julgamento.
Julgamento
 Poderá ser julgado monocraticamente pelo relator ou mediante sua submissão de
plano ao órgão colegiado com competência para processar a matéria ou mesmo em
virtude de agravo interno contra a decisão singular proferida pelo relator. O MP
também lançará seu parecer.
 Não ocorrendo o julgamento monocrático, o relator pedirá dia para julgamento
perante o órgão do tribunal com competência para apreciar a matéria ventilada.
RECLAMAÇÃO
 Noção

CONSTITUCIONAL
Objetiva assegurar que as decisões do STJ e STF sejam acatadas, leia-se, que seus
fundamentos sejam considerados pelos órgãos de grau de jurisdição inferior.
 Não tem propriamente a natureza recursal, sendo, fundamentalmente uma ação de
conhecimento, tendo sua essência hibrida, com aspecto misto de ação e recurso.
 CF/88 – Art. 105, I, “f”; Art. 102, I, “l”.
Interposição
 Proposta por petição, sem prazo específico, perante o STF ou STJ,
observando a alegação de desrespeito deste ou daquele tribunal.
 Dirigida ao Presidente do Tribunal, instruída com prova documental,
autuada e distribuída ao relator da causa principal.
Cabimento
 O critério básico de seu cabimento é a utilidade, a maior efetividade
da reclamação constitucional quando comparada a outros recursos
ou a outras ações autônomas de impugnação.
 Súm. 734, STF.
 É também cabível contra decisões que contrariem a sumula
vinculante do STF.
 Processamento
 Quando distribuída ao relator, este requisitará informações da
autoridade a quem foi imputada a prática do ato impugnado que as
prestará no prazo de 10 dias.
 Tem natureza jurídica de ação, por isso não é dotada de qualquer
efeito recursal, porém, a reclamação é devolvida sendo possível que
o relator ordene a suspensão do processo ou do ato impugnado e que
o juiz da causa, tomando conhecimento do seu teor, reexamine sua
decisão, se esta comportar retratação.
 O relator ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a
suspensão do processo ou do ato impugnado.
 Deverá ser oportunizado o contraditório, sendo assegurada a
intervenção do MP.
Julgamento

 Concluída a instrução, o relator pedirá inclusão em pauta de julgamento que, no


STF, é de competência do Pleno.
AGRAVO CONTRA DECISÃO
DENEGATÓRIA DE RECURSO ESPECIAL
OU DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
 Noção
 Visa o reexame de ato judicial de natureza decisória que tenha
negado seguimento a recurso especial ou a recurso extraordinário,
por entender que o Presidente ou o Vice-Presidente do Tribunal
prolator do acórdão recorrido que faltam ao recurso os seus
requisitos de admissibilidade descritos na CF e na legislação
processual de regência.
 Art. 541, CPP.
 Fontes legais: Art. 28 da Lei 8038/90; Art. 313, III, do RISTF; Art.
544, CPC, tendo nova vigência na Lei 12.322/10.
 Art. 28 da Lei º 8038/90.
 Interposição
 Por petição, no prazo de 05 dias, para o STJ ou STF.
Súm. 699, STF.
 Interposição perante a presidência do Tribunal a quo, e
nos autos do processo, não podendo negar processamento
ao agravo. Devendo no tribunal a quo o agravado ser
intimado para contra-arrazoar em 05 dias.
 Não haverá recolhimento de preparo recursal, podendo
haver, no entanto, a necessidade de complementação do
preparo pelo acréscimo de volumes processuais para
acompanhar a petição recursal. Art. 544, §2º, CPC.
Cabimento
 Art. 28, caput, Lei nº 8038/90 e Art. 544, caput, CPC
e Art. 313, III, RegimentoInterno.
Processamento
 Interposto, o Presidente ou Vice-Presidente do
Tribunal poderá exercer juízo de retratação, se
redimindo para admitir o recurso especial ou o
extraordinário, ou sustentando sua decisão, eis que é
da essência do agravo o efeito regressivo.
 Dotado de efeito devolutivo.
 Necessariamente os autos devem subir ao tribunal ad
quem. Súm. 727, STF.
Julgamento
 Ocorrerá ou de forma monocrática, pelo relator a quem foram os
autos distribuídos, ou colegiada, pelo órgão do Tribunal competente
para o exame do seu mérito.
 Monocraticamente:
 Poderá não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que
não tenha atacado especificamente os fundamentos da decisão
agravada
 Conhecer do agravo para:
 2.1 – Negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o
recurso
 2.2 – Negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível,
prejudicado ou em confronto com sumula ou jurisprudência
dominante no tribunal.
 2.2 – Negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou
em confronto com sumula ou jurisprudência dominante no tribunal.
 2.3 – Dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com
sumula ou jurisprudência dominante no tribunal.
 Sum. 287, STF.
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
 Noção
 Admissíveis no âmbito do STF e STJ.
 Finalidade de uniformização da jurisprudência desses
tribunais, quando houver divergência de interpretação de
direito federal.
 Interposição
 Por petição, pela parte interessada, no prazo de 15 dias.
 Quando se verificar decisões destoantes entre órgãos do
mesmo tribunal.
 Deverá vir acompanha de razões, dirigida ao relator da
causa.

Outros recursos cabíveis
 Recurso extraordinário -102, III da CF
 Recurso Especial – art. 105, III da CR
 Agravo de Instrumento – art. 28 da Lei nº 8.038/1990
 Recurso ordinário constitucional – art. 102, Ii da CR e art. 105, II da CR.
AÇÔES DE IMPUGNAÇÃO

 O CPP destinou capitulo específico para


Revisão Criminal (Capitulo VII) e para
Habeas Corpus ( Capitulo X), ignorando o
Mandado de Segurança ( Lei nº 12.016/09) –
instrumento autônomo para proteção de
direitos e garantias fundamentais, cabendo-lhe
residualmente amparar direito líquido e certo
que não diga respeito à liberdade de ir e vir,
parcela atribuída ao campo do habeas corpus.
Revisão Criminal

 É ação penal de natureza constitutiva e sui


generis.
 De competência originária dos tribunais.
 Destinada a rever, como regra, decisão
condenatória, com transito em julgado, quando
ocorreu erro judiciário.
 Não possui pólo passivo, mas somente o autor ( réu
condenado – art. 623 do CPP), questionando um
erro judiciário que o vitimou. Podendo o réu ser
substituído por seu representante legal ou
sucessores, c,a,d,i (incluindo o companheiro em
união estável).
 Função: sanar erro judiciário, que é indesejado e
expressamente repudiado pela CR.

 Legislação: Art. 5º, LXXV – preceitua que “o Estado


indenizará o condenado por erro judiciário”, além do
que no §2º, do mesmo artigo menciona-se que outros
direitos e garantias podem ser admitidos, ainda que
não estejam previstos na CR, desde que sejam
compatíveis com os princípios nele adotados.

 Art. 102, I – Competência do Supremo Tribunal


Federal.
 Hipóteses para cabimento da RC:
Art. 621 do CPP.

OBS:
A concretização do transito em julgado da Sentença
condenatória é requisito indispensável e fundamental
para o ajuizamento da RC.
Como é distribuída? Art. 625 do CPP.
Se julgada procedente a RC, reconhecer o direito a uma
justa indenização pelos prejuízos sofridos – art. 630
CPP.
HABEAS CORPUS

 Ação de Natureza constitucional. Ação de conhecimento. –


art. 5º LXXVII e não recurso.
 Destinada a coibir qualquer ilegalidade ao abuso de poder
contra a liberdade de locomoção.
 Previsto no art. 5º, LXVIII da CR.
 É um autentico instrumento para assegurar direitos
fundamentais, cuja utilização se dá através de ação
autônoma, podendo, inclusive, ser proposto contra decisão
que já transitou em julgado.
 “São gratuitas as ações de HC e HD, e na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania”.
Objetiva:
 Um provimento meramente declaratório – Extinção da Punibilidade.
 Um provimento constitutivo – Anulação de ato jurisdicional.
 Um provimento condenatório – Condenação nas custas da autoridade que agiu de
má fé.
 De caráter mandamental.
 HC – liberatório e preventivo.
 Competência para conhecer o HC - considera-se o lugar onde se dá a coação; a
qualidade da autoridade coatora. Se dá sempre em Tribunal Superior.

Exercício
 Qual o procedimento do HC?
 Se a autoridade coatora for o MP?
 Pessoa jurídica pode ser paciente de HC?
MANDADO DE SEGURANÇA

 Conceito?
 Admissibilidade?
 Competências?
 Processamento?
 Prazo?
 Custas?
 Efeitos?
 Recursos cabíveis de sua decisão?
Relações Jurisdicionais com
Autoridade Estrangeira

 Livro V
 Das Relações Jurisdicionais com Autoridade Estrangeira (780a790)
 Título Único
 Capítulo I
 Disposições Gerais - Art. 780; Art. 781; Art. 782
 Capítulo II
 Das cartas Rogatórias - Art. 783; Art. 784; Art. 785; Art. 786
 Capítulo III
 Da Homologação das Sentenças Estrangeiras - Art. 787; Art. 788;
Art. 789; Art. 790
OBRIGADA!
BOAS FÉRIAS!

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