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SUMÁRIO
PRISÕES ..................................................................................................................... 2
Introdução ...................................................................................................................... 2
Conceito ...................................................................................................................... 2
Espécies ....................................................................................................................... 2
PRISÃO EM FLAGRANTE........................................................................................... 3
Conceito ......................................................................................................................... 3
Fases da Prisão em Flagrante ....................................................................................... 3
Sujeito Ativo .................................................................................................................... 4
Introdução ................................................................................................................... 4
Flagrante Obrigatório ................................................................................................. 4
Flagrante Facultativo ................................................................................................. 5
Prisão em Flagrante: Espécies ...................................................................................... 5
Introdução ................................................................................................................... 5
Flagrante Próprio, Real ou Perfeito ........................................................................... 6
Flagrante Impróprio, Irreal ou Quase-Flagrante ...................................................... 6
Flagrante Presumido ou Ficto .................................................................................... 7
Flagrante Esperado .................................................................................................... 7
Flagrante Postergado, Prorrogado, Retardado ou Diferido .................................. 8
Flagrante Preparado ou Provocado ........................................................................ 9
Flagrante Forjado ou Fabricado ............................................................................... 9

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PRISÕES

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, conceitua-se prisão como “a privação da liberdade de
locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude flagrante
delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja em face
de transgressão militar ou por força de crime propriamente militar, definidos em lei”.

O art. 283, caput, do CPP traz previsão legal da prisão.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou


por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude
de condenação criminal transitada em julgado.

ESPÉCIES
No processo penal brasileiro, é possível identificar 03 (três) espécies de prisões: prisão
pena, cautelar e extrapenal.

Nesse sentido:

1. PRISÃO PENA – É aquela que decorre da sentença condenatória com trânsito


em julgado;

2. PRISÃO CAUTELAR – É aquela decretada antes da sentença condenatória com


trânsito em julgado e serve para garantir o bom andamento da investigação
preliminar ou da ação penal. No Brasil, as modalidades de prisões cautelares
são: preventiva, temporária e em flagrante;

3. PRISÃO EXTRAPENAL – É aquela que não decorre do Direito Penal, por exemplo,
a prisão civil do devedor de alimentos e a prisão militar por falta disciplinar;

De forma esquematizada:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 963

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PRISÃO EM FLAGRANTE

CONCEITO
A prisão em flagrante é uma espécie de prisão cautelar daquele que é surpreendido
em situação de flagrância, sem que seja necessária ordem judicial.

Há previsão constitucional a respeito da prisão em flagrante.

Art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

De forma esquematizada:

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE


É importante destacar que a prisão em flagrante apresenta 04 (quatro) fases:
captura, condução coercitiva, auto de prisão em flagrante e recolhimento à prisão.

De forma esquematizada:

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A resposta é SIM.

Como visto acima, a prisão em flagrante se desdobra em fases, sendo plenamente


possível a captura e condução coercitiva até a autoridade policial.

Contudo, caso não haja a representação do ofendido, não é possível a lavratura do


auto de prisão em flagrante.

SUJEITO ATIVO
INTRODUÇÃO
O sujeito ativo é o indivíduo que realiza a prisão em flagrante.

Dessa forma, considerando o sujeito ativo, há duas espécies de prisão em flagrante:


obrigatória e facultativa.

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado
em flagrante delito. `

FLAGRANTE OBRIGATÓRIO
Nos termos do art. 301 do CPP, a autoridade policial e seus agentes são obrigados a
prender o sujeito que esteja em situação de flagrância.

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A resposta é SIM.

Segundo jurisprudência do STJ2:

Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa pode


prender quem esteja em flagrante delito. Desse modo, não
existe óbice à prisão em flagrante realizada por guardas
municipais, não havendo, portanto, que se falar em prova ilícita.
STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 22/03/2018.

FLAGRANTE FACULTATIVO
Em relação ao flagrante facultativo, é aquele realizado por qualquer do povo.

De forma esquematizada:

PRISÃO EM FLAGRANTE: ESPÉCIES


INTRODUÇÃO
O art. 302 do CPP traz o rol taxativo das espécies de prisão em flagrante: próprio,
impróprio e ficto.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Legalidade da prisão em flagrante efetuada por guardas municipais. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/97785e0500ad16c18574c64189ccf4b4>. Acesso em:
07/08/2021

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III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou


por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

FLAGRANTE PRÓPRIO, REAL OU PERFEITO


O flagrante próprio (real ou perfeito) ocorre quando o agente é surpreendido no
momento em que está cometendo (ou acaba de cometer) a infração penal, conforme
art. 302, I e II, do CPP.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” é surpreendido por guarnição da polícia militar no


momento em que roubava uma vítima.

FLAGRANTE IMPRÓPRIO, IRREAL OU QUASE-FLAGRANTE


O flagrante impróprio (quase-flagrante) ocorre quando o agente é perseguido logo
após o cometimento do crime, em situação que faça presumir ser autor da infração,
conforme art. 302, III, do CPP.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


(...)
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, após furtar um estabelecimento comercial, é perseguido


e capturado pela guarnição policial.

A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina e jurisprudência, no caso de flagrante impróprio, desde que a


perseguição seja ininterrupta, é cabível a prisão em flagrante após o período de 24 horas.

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FLAGRANTE PRESUMIDO OU FICTO


O flagrante presumido (ficto) ocorre quando o agente é preso logo depois da prática
do crime, com os instrumentos/objetos que façam presumir ser ele o autor do crime.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


(...)
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após homicídio na região, uma barreira da PRF aborda um


veículo conduzido por indivíduo com as características físicas do suposto homicida e,
dentro do carro, é apreendida uma faca com manchas frescas de sangue.

De forma esquematizada:

A resposta é NÃO.

De acordo com a doutrina e jurisprudência, é vedada da prisão em flagrante do


agente que, espontaneamente, apresenta-se perante a autoridade policial.

Contudo, nada impede que o juiz decrete a prisão preventiva caso entenda que
estão presentes os requisitos da prisão cautelar.

FLAGRANTE ESPERADO
O flagrante esperado ocorre quando a Polícia, tendo conhecimento prévio de que
o delito estava prestes a ser cometido, surpreende o agente na prática da ação criminosa.

É uma modalidade lícita de prisão em flagrante.

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SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após denúncia anônima, a equipe policial tomou


conhecimento de que haveria a entrega de grande carregamento de drogas em um
galpão próximo à delegacia. Os policiais se deslocaram até o local e aguardaram o
momento em que os criminosos desembarcavam os entorpecentes, oportunidade em que
efetuaram a prisão em flagrante.

FLAGRANTE POSTERGADO, PRORROGADO, RETARDADO OU


DIFERIDO
Segundo Renato Brasileiro 3 , flagrante prorrogado consiste no retardamento da
intervenção policial, que deve ocorrer no momento mais oportuno do ponto de vista da
investigação criminal ou da colheita de provas.

É uma modalidade lícita de prisão em flagrante.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Após meses de investigação, a equipe policial toma


conhecimento do transporte de grande carregamento de drogas da cidade de São Paulo
para o Rio de Janeiro. Os policiais acompanham o caminhão com viaturas
descaracterizadas e efetuam a prisão em flagrante no momento em que o motorista
entregava as chaves do veículo para os traficantes.

3 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039

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No flagrante prorrogado, a intervenção policial já é possível, pois o crime já está


ocorrendo, ou seja, opta-se pelo retardamento da intervenção.

Por outro lado, no flagrante esperado, a prática do crime é futura, devendo a


intervenção policial ocorrer apenas se houver, de fato, a concretização do ilícito.

FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO


O flagrante preparado (ou provocado) ocorre quando alguém instiga ou induz
terceiro à prática do delito, ao mesmo tempo em que adota medidas para que o crime
não se consuma.

É uma espécie de crime impossível, em razão da absoluta ineficácia do meio


empregado.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, policial deixa sua arma ao alcance de “B”, que acabara
de ser abordado, sem que este soubesse que a pistola estava desmuniciada. Assim que
“B” toma-lhe a arma e tenta disparar, “A” o imobiliza e efetua a prisão em flagrante.

FLAGRANTE FORJADO OU FABRICADO


Segundo Renato Brasileiro 4 , o flagrante forjado é uma espécie de flagrante
totalmente artificial, policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente a fim de
“legitimar” (falsamente) uma prisão em flagrante.

É uma modalidade ilícita de prisão em flagrante.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Durante uma abordagem, o policial coloca uma arma de


fogo no veículo do indivíduo, para efetuar a prisão em flagrante pelo crime de porte ilegal
de arma de fogo.

4 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 1.039

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Apesar de ambas serem consideradas ilícitas, no flagrante preparado o agente induz


ou instiga o indivíduo a praticar a conduta criminosa. Por outro lado, no flagrante forjado
o agente cria situação para provar um crime inexistente.

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