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SUMÁRIO
Ação Penal Pública ............................................................................................................................... 2
Representação ................................................................................................................................... 2
Conceito ........................................................................................................................................... 2
Legitimidade para a Representação ........................................................................................ 5
Destinatário da Representação .................................................................................................. 7

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AÇÃO PENAL PÚBLICA

REPRESENTAÇÃO
CONCEITO
Segundo Renato Brasileiro1, a representação é a manifestação do ofendido ou de seu
representante legal no sentido de que possui interesse na persecução penal do autor do
fato delituoso.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, a representação não exige


formalidade, bastando que haja a manifestação de vontade da vítima ou de seu
representante legal, demonstrando a intenção de ver o autor do fato delituoso
processado criminalmente.

Nesse sentido:

1 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 334

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Inicialmente, é importante ressaltar que o Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019)


alterou a natureza da ação penal do crime de estelionato (art. 171 do CP).

Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação,


salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou
incapaz. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Não há dúvidas de que, para o estelionato praticado após o advento do Pacote


Anticrimes, a persecução penal dependerá de representação da vítima ou de seu
representante legal.

Contudo, para os crimes praticados antes da alteração legislativa e já oferecida a


denúncia, há divergência nos Tribunais Superiores.

Assim, para o STJ não há necessidade de representação:

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Por outro lado, as Turmas do STF apontam entendimento divergente:

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LEGITIMIDADE PARA A REPRESENTAÇÃO


A legitimidade para representar na ação penal pública condicionada está prevista
no art. 39 do CPP.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

No caso de morte da vítima, a legitimidade cabe aos indivíduos elencados no art. 24,
§1º, do CPP.

Art. 24, § 1o No caso de morte do ofendido ou quando


declarado ausente por decisão judicial, o direito de
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão.

De forma esquematizada:

A resposta é SIM.

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Apesar de corrente doutrinária entender que a legitimidade do companheiro seria


hipótese de analogia in malam partem, afinal, há reflexos no direito de punir do Estado,
prevalece o entendimento de que o companheiro é sucessor no direito de representação.

Nesse sentido, é a jurisprudência do STJ.

A resposta é SIM.

Segundo a doutrina 2 , incialmente, a legitimidade é conferida ao cônjuge e, em


seguida, aos demais legitimados, ou seja, ascendentes, descendentes e irmãos.

Vale registrar que, havendo divergência entre os sucessores, deve prevalecer a


vontade daquele que deseja dar início à persecução penal.

2 Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: vol. Único. 8ª edição. Ed. JusPodivm, 2020. Pág. 338

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Por exemplo, se o cônjuge não tem interesse em representar e, inclusive, é contrário


a tal manifestação. Ainda assim, se um dos demais sucessores quiser, deve prevalecer a
persecução penal.

DESTINATÁRIO DA REPRESENTAÇÃO
Conforme art. 39 do CPP, a representação é destinada ao juiz, ao Ministério Público
ou à autoridade policial.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

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