Você está na página 1de 4

AlfaCon Concursos Públicos

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Direito Penal��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça.�����������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Falso Testemunho ou Falsa Perícia�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Suborno ou Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito������������������������������������������������������������������������������������������3
Coação no Curso do Processo�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
1
AlfaCon Concursos Públicos

Direito Penal
Dos Crimes Contra a Administração da Justiça.
Falso Testemunho ou Falsa Perícia
Art. 342 – Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em
que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
retrata ou declara a verdade.
Conduta: fazer afirmação falsa ou negar a verdade ou calar a verdade (omitir a verdade) em
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
A diferença entre o negar e o calar a verdade, reside no fato de que a negativa é uma falsidade
positiva, pois, perguntado, o sujeito nega um fato verdadeiro. Já o calar a verdade é uma falsidade
positiva, onde o sujeito cala ou oculta o que sabe1.
Sujeito ativo: Somente a testemunha, o perito, o contador, o tradutor ou o intérprete. Tais pessoas
devem colaborar com as autoridades para a apuração da verdade. Eventuais inverdades ou omissões
causam prejuízo à apuração da verdade.
Atenção: As partes em eventual litígio não respondem pelo crime, pois a parcialidade é pressu-
posta. Não se exige de qualquer das partes a imparcialidade. Esta é exigida das pessoas mencionadas
no tipo penal, pois, como disse, têm a função de colaborar com a autoridade apuradora dos fatos.
O falso testemunho ou a falsa perícia é crime de mão-própria, pois além de exigir uma quali-
dade especial do sujeito ativo, não admite a co-autoria. No entanto, poderá haver a participação de
terceiro que não seja testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete. É o que se dá, por exemplo,
com o advogado que induz a testemunha a negar a verdade perante a autoridade judicial.
Em que pese a existência de dissídio doutrinário, todos que funcionem como testemunha
poderão ser sujeito ativo do crime do artigo 342 do CP. Assim, não interessa a distinção entre teste-
munha compromissada ou descompromissada de dizer a verdade.
Sujeito passivo: O Estado.
Objeto jurídico: A Administração da justiça.
Elemento subjetivo: Dolo consistente em praticar as condutas descritas no tipo penal com o
objetivo de ludibriar a autoridade que apura os fatos.
Consumação: Por ser crime formal, se consuma no momento em que é praticado o falso, mesmo
que o sujeito não tenha alcançado o seu intento, ou seja, não tenha conseguido influenciar a decisão.
A doutrina minoritária entende que o crime é de mera conduta.
Causa de aumento de pena: ocorre se o crime é praticado
• mediante suborno
• se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeitos no processo penal ou em
processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
Causa de extinção da punibilidade: se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
agente se retrata ou declara a verdade. Portanto, a retratação, no crime de falso testemunho ou falsa
perícia, constitui causa extintiva da punibilidade.
1 Prado – Luiz Regis – Comentários ao Código Penal – Editora RT
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
2
AlfaCon Concursos Públicos

É de se ressaltar, no entanto, que a retratação deve se dar no processo onde ocorreu o ilícito e não
no processo onde se apura o ilícito de falso testemunho ou falsa perícia.
Suborno ou Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia,
cálculos, tradução ou interpretação:
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
Conduta: dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a perito, contador,
tradutor ou intérprete para, em regra, falsear, negar ou calar a verdade.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: O Estado.
Objeto jurídico: A Administração da justiça.
Elemento subjetivo: Dolo. No entanto, além da vontade de subornar, há aqui o dolo específico
(elemento subjetivo do tipo ou elemento subjetivo do injusto) consistente no fim de promover o falso.
Consumação: Com a prática de qualquer das condutas previstas no tipo, ainda que não ocorra
prejuízo ao Estado ou terceiros interessados. O crime é formal, pois se consuma com a conduta, in-
dependentemente de ser aceita ou recebida a vantagem ou de ser realizada efetivamente a falsidade
pretendida.
Causa de aumento de pena: ocorre se o crime é praticado com o fim de obter prova destinada a produzir
efeitos no processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta
ou indireta. Não é necessário que efetivamente ocorra o benefício ou o prejuízo pretendido.
Coação no Curso do Processo
Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Conduta: usar (praticar, perpetrar) de violência (física) ou grave ameaça (violência moral) contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito passivo: O Estado, em primeiro lugar e, em segundo, a pessoa sofreu a violência ou grave
ameaça (autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral).
Objeto jurídico: A Administração da justiça.
Elemento subjetivo: Dolo consistente em realizar as condutas descritas no tipo penal, além da
finalidade especial (o fim de favorecer interesse próprio ou alheio), o que denota o crime ser daqueles
que possui dolo específico (elemento subjetivo do injusto).
Consumação: A consumação se dá com a prática da violência (vis absoluta) ou grave ameaça (vis
compulsiva), ainda que não consiga alcançar seu desiderato: favorecer interesse próprio ou alheio.
Portanto, o crime é formal.

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
3
AlfaCon Concursos Públicos

Cumulatividade: O agente será responsabilizado pelo crime do artigo 344 do CP como também
pelo crime que advenha da violência (exemplo: lesões corporais). No caso da grave ameaça, não se
fala em cumulatividade e, com isso, se pode afirmar que o crime de ameaça ou de constrangimento
ilegal é absorvido pelo crime do artigo 344 do CP.
Exercícios
01. Rodrigo está sendo processado por crime de roubo cometido na cidade de Jardim Azul. Na
defesa preliminar, Petrônio é arrolado como testemunha de defesa. Durante audiência de ins-
trução e julgamento Petrônio faz afirmação falsa na condição de testemunha ao relatar ao
magistrado que o réu Rodrigo estava em sua casa no momento do crime. O delito de falso tes-
temunho deixará de ser punido se Petrônio se retratar ou declarar a verdade até:
a) o início do interrogatório do réu no processo pelo crime de roubo em que Petrônio depôs
como testemunha.
b) a data da prolação da sentença no processo pelo crime de roubo em que Petrônio depôs
como testemunha.
c) o julgamento do recurso de apelação no processo pelo crime de roubo em que Petrônio
depôs como testemunha.
d) a data do recebimento da denúncia na ação penal pelo crime de falso testemunho.
e) a data da prolação da sentença no processo pelo crime de falso testemunho.
02. A retratação do agente, antes da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho, é causa
a) de exclusão da imputabilidade.
b) de extinção da punibilidade.
c) de diminuição da pena.
d) de exclusão da culpabilidade.
e) supralegal de exclusão da ilicitude.
03. A respeito dos crimes contra a administração pública, julgue o item.
No crime de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Certo ( ) Errado ( )
04. Julgue os itens a seguir, concernentes às espécies de dolo e ao concurso de pessoas.
No crime de falso testemunho, por se tratar de crime de atuação pessoal ou de mão própria, ou
seja, por somente poder ser praticado pelo autor em pessoa, de acordo com o entendimento do STJ,
não é possível o concurso de pessoas.
Certo ( ) Errado ( )
05. Acerca dos crimes contra a administração da justiça, julgue o item.
O crime de coação no curso do processo absorve a violência utilizada para tal fim.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - B
02 - B
03 - Certa
04 - Errada
05 - Errada

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
4

Você também pode gostar