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Aluno (a): Letícia Mascarenhas Teixeira

Matrícula: FC20190351 | Direito Noturno


Professor: Igor de Andrade Barbosa

RELATÓRIO PENAL lll - Dos Crimes Contra a Inviolabilidade de


Correspondência e Crimes contra a Inviolabilidade dos Segredos (art.
151 a 154-B do Código Penal).

Como prescrito na nossa constituição brasileira de 1988 art. 5° inciso Xll, a


inviolabilidade é um direito e garantia individual.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)”

A violação desse sigilo de correspondência é prescrita como crime comum, de


mera conduta no nosso Código Penal no art. 151, quando a mesma é
devassada indevidamente o conteúdo fechado ou dirigido a outrem, aplicando-
se uma pena de até seis meses ou pagamento não excedente a vinte dias-
multa. As penas aumentam-se da metade caso provocarem dano a pessoa que
teve seu direito violado. Tem como sujeito ativo o cidadão capaz, e o passivo
se trata do remetente ou destinatário. O elemento subjetivo do crime é o dolo (a
vontade de praticar o ato do humano capaz) e o material é a correspondência
fechada qual foi violada. Admita-se tentativa; O crime é consumado quando
terceiro toma conhecimento do conteúdo do objeto material.
Sonegação ou destruição de correspondência
§ 1º - Na mesma pena incorre:
I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e,
no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente
comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica
entre outras pessoas;
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de
disposição lega.
Aumento de Pena e Qualificadora
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do
§ 3º.”

O art. 152 do CP diz que, sobre a correspondência comercial, é crime abusar


da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou
industrial, para desviar, sonegar, subtrair ou suprimir a correspondência, ou
revelar a um estranho o seu conteúdo. A pena é de 3 meses a 2 dois anos de
detenção.

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS.

Art. 153 – Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular
ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja
divulgação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de um a seis
meses, ou multa.
Trata-se de um crime próprio comum, admitindo sujeito ativo como o
destinatário que promove a divulgação, e como sujeito passivo o outrem
afetado pela explanação. Não se encaixa para crime culposo. Admite tentativa
e é consumado no momento em que se efetiva a divulgação alcançando
determinado número de pessoas.
 § 1°- A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim
definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública. Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2°- Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será
incondicionada.

Violação do segredo profissional.

Art. 154 – Revelar a alguém, sem justa causa, segredo que tem ciência em
razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir
dano a outrem: Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano ou multa.
O objeto material é o segredo, é um crime próprio onde o sujeito ativo é quem
dissemina de algum modo o segredo, e o sujeito passivo é quem teve seu
direito violado, sendo prejudicada pela explanação do segredo profissional.
Admite tentativa e é consumado quando ocorre a divulgação do objeto material
do crime. É um crime doloso, não admitindo culpa em sua modalidade.

Invasão de dispositivo informático.


Art. 154 A – Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de
computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com
o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização
expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita. Pena: detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.
É um crime classificado com dolo, não admitindo modalidade culposa. É um
crime próprio comum, onde o sujeito ativo está no capaz praticante e o sujeito
passivo é quem tenha um computador ou dados copiados ou danificados pelo
invasor. Admite tentativa, qual refere-se quando a vítima não chega a utilizar o
objeto infectado pelo vírus ou quando o programa de antivírus do seu
computador o bloqueia. Também é praticante desse crime aquele que oferece,
distribui ou venda algo que auxilie na propagação de vírus afim de cometer
crimes cibernéticos. Aumenta-se a pena de um sexto a um terço caso o crime
provoque prejuízo econômico à vítima, e se for contra a algum político, agrava-
se a pena de um terço até a metade.

Art. 154 B – Nos crimes definidos no art. 154 A, somente se procede mediante


representação salvo se o crime e cometido contra a administração pública
direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal
ou Municípios ou contra empresas concessionarias de serviços públicos.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)

QUESTÕES:

 Sobre o crime contra a inviolabilidade de correspondência (art. 151 CP),


há-se uma exceção na quebra desse sigilo? Se sim, qual?
A quebra de sigilo é permitida caso houver ordem judicial para tal
prática, afim de solucionar casos criminais e investigativos, conforme o
art. 5° da CF.

 A violação do segredo profissional prescrita no art. 154 do CP consiste


em um crime absoluto?
Há-se uma exceção que faz com que o agente praticante da quebra de
sigilo profissional não seja punido, como por exemplo os casos de saúde
pública ou ampla necessidade.

 Sobre o crime de invasão a dispositivos informáticos, quando o mesmo é


consumado e qualificado?
A prática do crime cibernético é qualificada quando se há efetivação na
obtenção de dados pessoais, informações sigilosas ou controle remoto
do dispositivo invadido ou infectado pelo vírus.

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