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Instauração do Inquérito Policial (Art. 5/CPP)
Entretanto:
Informativo nº 580/STF
Súmula 611/STJ
Denúncia Anônima: Investigação Criminal e Quebra de Sigilo Telefônico - 1
A
Turma, por maioria, indeferiu habeas corpus no qual se pleiteava o trancamento de investigação ou qualquer persecução criminal
iniciada com base exclusivamente em denúncias anônimas. Tratava-se, na espécie, de procedimento investigatório — que culminara
com a quebra de sigilo telefônico dos pacientes — instaurado com base em delação apócrifa para apurar os crimes de associação
para o tráfico de entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 14) e de corrupção passiva majorada (CP, art. 317, § 1º), supostamente
praticados por oficiais de justiça que estariam repassando informações sobre os locais de cumprimento de mandados de busca e
apreensão e de prisão. Destacou-se, de início, entendimento da Corte no sentido de que a denúncia anônima, por si só, não serviria
para fundamentar a instauração de inquérito policial, mas que, a partir dela, poderia a polícia realizar diligências preliminares para
apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, então, instaurar o procedimento investigatório propriamente dito.
HC 95244/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 23.3.2010. (HC-95244)
Vencido o Min. Marco Aurélio, que deferia o writ para trancar a ação penal em curso contra os pacientes. Afirmava estar-se diante de
um ato de constrição maior, a afastar a privacidade quanto às comunicações telefônicas, que é inviolável (CF, art. 5º, XII), não se
podendo ter a persecução criminal simplesmente considerada denúncia anônima. Frisava que, no caso, simplesmente se buscara
saber se aqueles indicados como a beneficiarem, quanto a cumprimento de mandados, delinqüentes seriam, ou não, oficiais de
justiça. Aduzia ser muito pouco para se chegar a este ato extremo, saindo-se da estaca zero para o ponto de maior constrição, que é
o da interceptação telefônica, na medida em que não se investigara coisa alguma. Considerava que, se assim o fosse, bastaria um
ofício ao tribunal local para que este informasse sobre a identidade dos oficiais de justiça. Precedente citado: HC 84827/TO (DJE de
23.11.2007).
HC 95244/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 23.3.2010. (HC-95244)
Lei nº 13.608/18: Disque-denúncia
Art. 4º-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e suas autarquias e fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista manterão unidade de ouvidoria ou correição, para
assegurar a qualquer pessoa o direito de relatar informações sobre crimes contra a administração
pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões lesivas ao interesse público. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Parágrafo único. Considerado razoável o relato pela unidade de ouvidoria ou correição e procedido o
encaminhamento para apuração, ao informante serão asseguradas proteção integral contra
retaliações e isenção de responsabilização civil ou penal em relação ao relato, exceto se o informante
tiver apresentado, de modo consciente, informações ou provas falsas. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
• Art. 4º-B. O informante terá direito à preservação de sua identidade, a qual apenas será revelada em
caso de relevante interesse público ou interesse concreto para a apuração dos fatos. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
• Parágrafo único. A revelação da identidade somente será efetivada mediante comunicação prévia ao
informante e com sua concordância formal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Art. 4º-C. Além das medidas de proteção previstas na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999,
será assegurada ao informante proteção contra ações ou omissões praticadas em
retaliação ao exercício do direito de relatar, tais como demissão arbitrária, alteração
injustificada de funções ou atribuições, imposição de sanções, de prejuízos remuneratórios
ou materiais de qualquer espécie, retirada de benefícios, diretos ou indiretos, ou negativa
de fornecimento de referências profissionais positivas. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
• § 1º A prática de ações ou omissões de retaliação ao informante configurará falta disciplinar
grave e sujeitará o agente à demissão a bem do serviço público. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
• § 2º O informante será ressarcido em dobro por eventuais danos materiais causados por
ações ou omissões praticadas em retaliação, sem prejuízo de danos morais. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
• § 3º Quando as informações disponibilizadas resultarem em recuperação de produto de
crime contra a administração pública, poderá ser fixada recompensa em favor do
informante em até 5% (cinco por cento) do valor recuperado. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Questões
• [VUNESP-2014]Nos termos do parágrafo terceiro do Art. 5 do CPP “ Qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência da ação penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente, ou por escrito,
comunica-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito policial”. Assim, é correto afirmar que:
• A) Sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime, a autoridade policial deverá, por portaria
instaurar inquérito policial.
• B) por delatio criminis entende-se a autorização formal da vítima para que seja instaurado inquérito policial
• C) O inquérito policial será instaurado pela autoridade policial apenas nas hipóteses de ação penal pública.
• D) A noticia de um crime, ainda que anônima, pode, por si só suscitar a instauração de um IP.
• E) é inadmissível o anonimato como causa suficiente para a instauração de IP na modalidade de delatio
criminis, entretanto, a autoridade policial poderá investigar os fatos de ofício.
Notícia Crime (Notitia Criminis)
• Art. 7/CPP
• LIMA, Renato Brasileiro de, Manual de Processo Penal: Volume único, 7ºed,
2019.