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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Direito Penal��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Denunciação Caluniosa����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção��������������������������������������������������������������������������������������������������3
Autoacusação Falsa�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Direito Penal
Denunciação Caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investiga-
ção administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º – A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º – A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Conduta: dar causa (promover o início), imputando a alguém crime de que o sabe inocente, a
instauração de:
• investigação policial;
• processo judicial;
• investigação administrativa;
• inquérito civil; ou
• ação de improbidade administrativa.
Portanto, para que exista a conduta, é necessária a coexistência de três requisitos:
»» Imputação de crime ou contravenção;
»» Sujeito passivo determinado;
»» Conhecimento da inocência.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Segundo Bitencourt1
“Em se tratando, porém, de imputação da prática de crime de exclusiva iniciativa privada e ação
penal pública condicionada, sujeito ativo somente pode ser o titular do direito de queixa ou de repre-
sentação, uma vez que, segundo o Código de Processo Penal (artigo 5º, parágrafos 4º e 5º), a autoridade
policial depende da autorização daquele para iniciar suas investigações”.
Sujeito passivo: o Estado, em primeiro lugar e, em segundo, a pessoa prejudicada pela falsa informação.
Objeto jurídico: a administração da justiça.
Elemento subjetivo: dolo consistente em dar início a qualquer dos procedimentos acima, sabendo que
a pessoa à qual se imputa o fato é inocente2. Neste caso, o sujeito deve saber da inocência de outrem.
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Crimes contra as Finanças Públicas e crimes de Responsabilidade de Prefeitos. São
Paulo: Saraiva.
2 Informativo 366 do STF – Decisão do Plenário – Denunciação Caluniosa. Ausência de Elemento Subjetivo do Tipo
O Tribunal, por maioria, rejeitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em que se imputava a deputado federal e outro
a suposta prática do crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339: “Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputan-
do-lhe crime de que o sabe inocente:”). Na espécie, os acusados, proprietário e funcionário de empresa de televisão, alegando abuso
de autoridade, teriam determinado registro de ocorrência policial contra agentes da Polícia Federal em razão de os mesmos terem
adentrado as dependências da referida empresa, sem mandado judicial, quando fiscalizavam empresas prestadoras de serviços de
segurança. O registro efetivado teria implicado a instauração de inquérito policial contra os agentes de polícia. Entendeu-se apli-
cável ao caso o inciso I do art. 43 do CPP (“Art. 43. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I – o fato narrado evidentemente
não constituir crime;”), já que o fato descrito na inicial não se enquadrava na figura típica do art. 339 do CP, porquanto ausente
elemento subjetivo do tipo, qual seja, o conhecimento, pelo denunciante, da inocência daquele a quem imputa fato criminoso.
Vencidos os Ministros Carlos Velloso, relator, Eros Grau e Joaquim Barbosa, que recebiam a denúncia por considerarem presentes
elementos que demonstravam a ciência, pelos delatores, da legalidade do procedimento intentado pelos policiais.
Inq 1547/SP, rel. orig. Min. Carlos Velloso, rel. p/ acórdão Min. Marco Aurélio, 21.10.2004. (Inq-1547)
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Pelo fato de se exigir que o agente saiba efetivamente da inocência do sujeito passivo, o crime só
existirá quando houver o dolo direto. O dolo indireto é insuficiente para a configuração do ilícito.
Consumação: com a instauração da investigação policial, do processo judicial, da investiga-
ção administrativa, do inquérito civil ou da ação de improbidade. A doutrina majoritária entende
possível a tentativa.
Causa de aumento
de pena: a pena é aumentada de 1/6 quando, para a realização da conduta, o agente vale-se do
anonimato ou de suposto nome.
Causa de diminuição de pena: a pena será diminuída de ½ quando ao sujeito passivo é imputada
prática de contravenção penal, apenas.
Portanto, apesar de o “caput” se referir a crime, também há conduta típica quando a instauração dos
procedimentos e ações mencionadas decorre de imputação de fato que constitui contravenção penal.
Comunicação Falsa de Crime ou de Contravenção
Art. 340 – Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que
sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Conduta: provocar, ensejar, motivar, dar causa a ação de autoridade, comunicando-lhe ocorrên-
cia de crime ou contravenção que sabe inexistir.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: o Estado.
Objeto jurídico: a Administração da justiça.
Elemento subjetivo: dolo, a vontade livre e consciente de provocar a ação da autoridade, sabendo
que inexiste causa para tanto. O dolo então deve abrange o conhecimento de que o fato não existiu.
Consumação: com a simples comunicação de infração inexistente; não se exige, como no crime
de denunciação caluniosa, que o procedimento seja instaurado ou que a autoridade inicie alguma
investigação. Basta a conduta.
Atenção: o crime de comunicação falsa se distingue da denunciação caluniosa, porque aqui o
fato não existiu, e o agente, sabendo disso, comunica-o como existente à autoridade sem imputá-lo
a pessoa determinada. Na denunciação caluniosa, o fato – que pode até ter existido – é imputado a
pessoa determinada. Então, diferentemente da comunicação falsa de crime ou contravenção, haverá
a denunciação caluniosa quando da imputação de fato inexistente a pessoa determinada se deu causa
aos procedimentos insertos no artigo 339 do CP.
Autoacusação Falsa
Art. 341 – Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Conduta: é a autoimputação de crime que não foi pelo sujeito praticado.
Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: o Estado.
Objeto jurídico: a administração da justiça.
Elemento subjetivo: dolo consistente na realização do verbo descrito no tipo penal, sabedor de
que o crime não existiu ou foi praticado por outrem. Por mais nobre que seja a motivação do crime,
não isenta de pena.
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Consumação: com a simples autoacusação, ainda que não ocorra prejuízo ao Estado. A autoa-
cusação deve ser efetivada perante autoridade que está apurando o ocorrido. A tentativa é possível
quando a conduta se der por escrito.
Atipicidade da conduta: a conduta será atípica quando:
• sujeito se autoacusar de contravenção penal;
• a autoacusação não se der perante a autoridade competente para a apuração do crime.
Exercícios
01. O Código Penal brasileiro, em relação ao crime de denunciação caluniosa, dispõe:
a) acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem.
b) inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar.
c) provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção
que sabe não se ter verificado.
d) dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investi-
gação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
e) dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento ou perícia.
02. A questão, refere – se às normas do Código Penal.
“Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente”. O delito ora tipificado é denominado
a) Fraude processual.
b) Comunicação falsa de contravenção.
c) Denunciação caluniosa.
d) Comunicação falsa de crime.
e) Tergiversação.
03. Com intuito de proteger seu filho, João comparece perante a autoridade policial e, falsamente,
diz ter praticado o crime que em verdade fora praticado por seu filho. João
a) comete falsa comunicação de crime.
b) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
c) comete falso testemunho.
d) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
e) comete autoacusação falsa.
Gabarito
01 - D
02 - C
03 - E

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