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Marcelo Uzeda
CONSUMAÇÃO/TENTATIVA/ITER CRIMINIS
a) CONCEITO:
• b.5) EXAURIMENTO:
• é a fase posterior à consumação do
delito, esgotando-o completamente.
• Para Cezar Roberto Bitencourt, o iter
criminis termina com a consumação.
CONSUMAÇÃO
• Crimes materiais - ocorre no momento da
produção do resultado naturalístico -
modificação no mundo exterior (ex.: art. 121,
CP).
• Os crimes omissivos impróprios e os crimes
culposos são crimes materiais.
• Qualificados pelo resultado - com a
ocorrência do resultado agravador (art. 129,
§2º, V, CP)
CONSUMAÇÃO
• Omissivos Próprios - ocorre com a abstenção
do comportamento imposto ao agente (ex.
art. 135, CP - omissão de socorro).
• Crimes de Mera conduta - ocorre com a
realização do simples comportamento
previsto no tipo penal, não exigindo qualquer
resultado naturalístico (não há previsão). (ex.:
art. 150, CP - violação de domicílio).
CONSUMAÇÃO
• Crimes Formais (ou de consumação
antecipada) - ocorre com a prática da
conduta descrita no núcleo do tipo,
independentemente da obtenção do
resultado pretendido. Caso este venha a
ocorrer, é mero exaurimento. (ex.: art. 159,
CP - extorsão mediante seqüestro).
CONSUMAÇÃO
• Crimes Permanentes - enquanto durar a
permanência, pois a consumação se prolonga
no tempo.
• Ex.: art. 148, CP - seqüestro e cárcere
privado).
• Crimes Habituais – com a reiteração da
conduta criminosa.
• Ex.: exercício ilegal da medicina (art. 282, CP)
TENTATIVA
• ELEMENTOS DO CRIME TENTADO:
• conduta dolosa (vontade livre e consciente de praticar
a infração penal);
• ingresso obrigatório nos atos de execução; e
• não alcance da consumação, por circunstâncias alheias
à vontade do agente (qualquer fato externo que
influencie na interrupção da execução que levaria à
consumação da infração penal).
ESPÉCIES DE TENTATIVA:
1. TENTATIVA PERFEITA (OU TENTATIVA ACABADA OU
CRIME FALHO)
• O agente esgota, segundo seu entendimento, todos os
meios que tinha a sua disposição para alcançar a
consumação do crime, a qual não ocorre por
circunstâncias alheias à sua vontade ou em razão de
arrependimento eficaz.
• ex.: A dispara dois tiros contra B, atingindo-o em região
letal e entende que não há necessidade de prosseguir
por achar que os ferimentos são suficientes para causar
a morte da vítima, que é socorrida e sobrevive.
ESPÉCIES DE TENTATIVA:
2. TENTATIVA IMPERFEITA (OU INACABADA)
• O agente não exaure toda a sua potencialidade lesiva, ou
seja, não realiza todos os atos executórios necessários à
produção do resultado.
• O sujeito é interrompido durante os atos de execução ou
desiste voluntariamente de prosseguir, antes de esgotar
tudo que pretendia inicialmente para consumar o crime.
• Ex.: no mesmo exemplo acima, A é interrompido por C, sem que
tenha exaurido todos os meios que entendia necessários à
consumação do homicídio e a vítima acaba sobrevivendo.
ESPÉCIES DE TENTATIVA:
3. TENTATIVA BRANCA (OU INCRUENTA)
• o agente, apesar de ter esgotado todos os meios a
seu alcance (tentativa perfeita) para consumar o
crime, não consegue atingir a pessoa ou a coisa
contra a qual deveria recair a conduta.
• É preciso pesquisar o dolo do agente para
determinar o crime tentado.
• Ex.: A atira em direção a B, mas erra o alvo e a vítima sai ilesa.
Se agiu com animus necandi, responde pela tentativa de
homicídio. Se agiu com animus laedendi, há lesões corporais
tentadas.
NÃO SE ADMITE TENTATIVA
NAS CONTRAVENÇÕES PENAIS ( art. 4º, da LCP ):
• Por expressa previsão legal, não é punível a tentativa de
contravenção penal. O legislador entendeu por bem não
aplicar a norma de extensão do artigo 14, II, CP, assim,
afastando-se a adequação típica por subordinação
mediata, se não houver consumação da contravenção.
O fato é atípico (irrelevante penal).
NÃO SE ADMITE TENTATIVA
• NOS CRIMES HABITUAIS (MAJORITÁRIA):
• Exige-se que o agente pratique de forma reiterada e
habitual a conduta descrita no tipo penal (ex.: art.
229, 230, 284, CP).
• Mirabete admite a tentativa quando o agente é
impedido, por circunstâncias alheias à sua vontade,
de continuar a exercer o comportamento proibido
(ex.: sujeito que aluga o consultório e é detido na
primeira consulta - art. 282, CP).
NÃO SE ADMITE TENTATIVA