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Inter criminis,

tentativa e consumação
Prof.ª Carolina Salazar
Inter criminis
• Etapas percorridas pelo agente do crime para
a prática delitiva
• Caminho-itinerário do crime:
• COGITAÇÃO
Fase interna

Fase externa
• PREPARAÇÃO
Fase externa
• EXECUÇÃO
Fase externa
• CONSUMAÇÃO
Inter criminis
1. Cogitação
– Ocorre na mente do ser humano
– Idealização > deliberação > resolução
– Não é punível: IRRELEVANTE PENAL
– Lembrete!! Princípio da ofensividade/lesividade
2. Preparação
– Atos preparatórios: municiamento com os elementos
necessários para a prática do crime
– Não é punida (indiferente penal), salvo quando, por
si só, constitui crime autônomo
Inter criminis
3. Execução
– Atos que se dirigem DIRETAMENTE à realização dos
elementos constitutivos do tipo penal (critério objetivo-
formal)
– Atenção!!
• Dificuldade na compreensão do momento diferenciador entre os
atos preparatórios e atos executórios
4. Consumação
– Inteira realização do tipo penal
– Art. 14, I, CP
– Ex:
• crimes materiais → produção do resultado
• Crimes de mera conduta → realização perfeita da conduta
Inter criminis
ATENÇÃO!!!
O exaurimento não faz parte do inter criminis
– Trata-se de momento posterior à consumação
– Pode até ser reprovável, mas não constitui o
crime, que já se consumou.
TENTATIVA
• É a realização incompleta de uma figura típica,
por circunstâncias alheias à vontade do agente
• Art. 14, II, CP
– norma extensiva
– Tipicidade ocorre a partir da conjugação do tipo
penal incriminador com o art. 14, II, CP.
– Gera a ampliação do tipo penal
TENTATIVA
• Elementos:
1. Início dos atos executórios
2. Não realização da consumação por
circunstâncias alheias à vontade do agente
3. Dolo em relação ao crime total
• Obs: não é admissível nos crimes culposos
TENTATIVA
• Espécies
1. Tentativa perfeita
• Agente realiza o todo necessário para a consumação do
delito, que não chega a ocorrer.
• Realização INTEGRAL dos atos executórios
• = crime falho
2. Tentativa imperfeita
• Agente não consegue praticar todos os atos executórios.
• Não se exaure toda a potencialidade lesiva
• Fase executória INTERROMPIDA

OBS: tentativa branca X tentativa cruenta


PUNIBILIDADE DA TENTATIVA
• Teoria objetiva: repressão se justifica pelo início
da execução e pela exposição à perigo/lesão
concreta menos gravosa ao bem jurídico
protegido
• Pena diminuída: art. 14, parág. ún., CP (- 1 a 2/3)
• Diminui-se a pena porque a tentativa não pode se
equiparar ao dano produzido pelo crime
consumado
– Exceção: quando o CP expressamente dispõe que a
pena do crime consumado será igual à do crime
tentado
• EX: art. 352, CP; e art. 309, Cód. Eleitoral
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal;
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário,
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.
ARREPENDIMENTO EFICAZ E
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA (art. 15, CP)
ARREPENDIMENTO EFICAZ DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Arrependimento após a execução, com Interrupção voluntária da execução da
desenvolvimento de ação para que o conduta típica
resultado não ocorra
Execução finalizada Execução interrompida
≈ Tentativa qualificada ≈ Tentativa abandonada
Êxito na evitação do resultado “posso, mas não quero”

VOLUNTARIEDADE DA CONDUTA
Dispensa-se a espontaneidade
≠ arrependimento posterior
Responsabilidade pelos atos já praticados que, por si só, constituem crime
Causas de EXCLUSÃO DA ADEQUAÇÃO TÍPICA
Desistência voluntária e arrependimento
eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.

Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência
ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR (art.
16, CP)
• Causa de diminuição de pena
• Devolução:
– após a consumação; e
– antes do recebimento da queixa ou da denúncia
• Crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa
• Arrependimento pessoal
• Restituição integral
• Crimes materiais
Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.
CRIME IMPOSSÍVEL (art. 17, CP)
• Tentativa inidônea
• ABSOLUTA
– Ineficácia do meio
• Meio totalmente inidôneo para causar o resultado
– Impropriedade do objeto (material)
• Objeto material inexistente antes do início da conduta
• Teoria objetiva:
– perigo objetivo ao bem jurídico é INEXISTENTE
– Não se considera o elemento subjetivo do agente

– Consequência: afastamento da adequação típica


Este Plano de Aula não pretende abranger todo
o assunto tratado em sala de aula; presta-se, tão
somente, como roteiro de aula e de estudo.

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