Você está na página 1de 10

Tipicidade

Elementos do fato tipico:


● Conduta
● Nexo causal
● Tipicidade
● Resultado

SITUAÇÕES QUE ENSEJAM A EXCLUSÃO DA CONDUTA


● Caso fortuito e força maior
● Estado de inconsciência completa: sonambulismo, hipnose, ataque de epilepsia.
Movimentos reflexos
● Coação física irresistível: uma força física externa conduz o agente a praticar um
fato ou o impossibilita de evitar o resultado

FORMAS DE CONDUTA

● Crime comissivo: é o crime praticado por ação, quando há subsunção de uma conduta
a um núcleo de um tipo penal.
● Crime omissivo: trata-se de situações em que há uma abstenção de conduta, um
deixar de fazer.
- Crime omissivo próprio ( PUROS): é o crime omissivo por excelência,
aquele em que já contém no tipo penal a ideia de não fazer, constando
expressamente em seu núcleo: "deixar de..."
A) NÃO admitem tentativa, são unissubsistentes
- Crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão (existem ainda os
sinônimos: espúrio, impuro): aqui não se leva em consideração apenas a
abstenção de comportamento. Deve ser considerado para esta classificação que
a omissão em análise acontece quando o agente tinha um dever jurídico de
evitar a ocorrência do resultado.
B) Admitem tentativa, são plurissubsistentes

A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
● a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
● b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
● c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado

Teorias sobre a omissão:


- • Naturalística: A omissão é fenômeno causal, sendo verdadeira espécie de ação.
Quem se omite, FAZ efetivamente alguma coisa, por produzir resultado no mundo dos
fatos.
- • Normativa (Adotada no CP): A omissão é determinada pela lei. Só será relevante ao
direito penal a omissão quando a lei impunha uma ação diante da inércia do agente

CRIME DOLOSO
● Dolo direto ou de primeiro grau: trata-se do dolo de acordo com o seu conceito.
Quando o agente, consciente da sua finalidade, pratica uma conduta destinada a um
determinado fim.
● Dolo de segundo grau (ou de consequências necessárias): é uma espécie de dolo
direto, porém temos consequências colaterais certas, decorrentes da conduta do
agente. De fato, o agente não persegue imediatamente os efeitos colaterais, mas sabe
que isso vai ocorrer. O resultado é certo e necessário.
● Dolo indireto/indeterminado: o agente não busca resultado certo e determinado. Se
desmembra em:
- Dolo alternativo: quando o agente prevê uma pluralidade de resultados,
dirigindo sua conduta para realizar qualquer um deles. Ex.: “A” encontra seu
desafeto e, para tanto, desfere-lhe 3 tiros. Para “A”, tanto faz matar ou
lesionar. Porém, o agente responderá pela conduta mais grave, na medida
em que se projetou também nesse sentido.
- Dolo eventual: o agente pratica sua conduta assumindo o risco de produzir o
resultado. Ele não assume a alternatividade. O agente não quer o resultado
mais grave, mas se submete ao risco de produzi-lo
Dolo eventual


✦ é compatível com a tentativa

✦é compatível com feminicídio ✅

Teorias sobre o dolo


- Teoria da vontade (teoria volitiva): O fundamento central dessa teoria é a
VONTADE. Ou seja: há dolo quando há vontade consciente de produzir o resultado.
Logo, pela Teoria da Vontade, dolo é a vontade consciente de querer praticar a
infração penal, não basta só prever. Adotada pelo CP no que se refere ao dolo direto
de 1º grau
- Teoria da representação ou da possibilidade (Teoria cognitiva/ intelectiva).
Haverá dolo quando o sujeito realizar sua ação ou omissão prevendo o resultado como
certo ou provável (ainda que não o deseje) (Von Liszt e Frank). Não faz distinção
entre dolo eventual e culpa consciente
- Teoria do assentimento/ consentimento / aprovação (Teoria volitiva): O agente,
mesmo prevendo determinado resultado, decide prosseguir com a sua conduta,
assumindo o risco de produzi-lo. Nesse caso, o indivíduo consente com a produção do
resultado. Adotada pelo CP para o dolo eventual.

CRIME CULPOSO

Quebra do dever objetivo de cuidado:


● Imprudência: consiste em uma conduta positiva
● Negligência: abstenção, conduta negativa, deixar de fazer.
● Imperícia: falta de aptidão técnica.

Espécies de culpa:
● Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra,
supondo conseguir evitá-lo com sua habilidade.
● Culpa inconsciente ou própria: o agente não prevê o resultado, que era previsível.
Qualquer outro cidadão, nas mesmas condições, poderia prever. O agente não quer e
não assume o risco de produzir o resultado, mas falha relativamente ao dever de
cuidado objetivo.
● Culpa imprópria: quando o dolo na conduta é tratado como culpa, em razão de um
erro evitável. Descriminante putativa

Crimes culposos admitem coautoria e participação? R.: Para a doutrina majoritária, admitem
a coautoria, MAS NÃO ADMITEM PARTICIPAÇÃO

RESULTADO:
- Naturalístico/Material: Alteração física no mundo exterior. Se o delito é de
homicídio, a morte da vítima é o resultado material.
a) Presente apenas nos crimes materiais consumados.
b) Nos crimes formais, a ocorrência do resultado naturalístico é possível, mas é
dispensável para a sua consumação.
c) Já os de mera conduta, jamais terão resultado naturalístico
- Jurídico/Normativo: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. É a
transgressão da lei penal. Presente em todos os crimes.

NEXO CAUSAL:
- TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS / DA
CAUSALIDADE SIMPLES / DA CONDITIO SINE QUA NON: (art. 13, caput,
CP):
a) Segundo essa teoria, causa é toda e qualquer ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Assim, para identificar se algo foi causa,
utiliza-se o método de eliminação hipotética de Thyrém
b) Deve-se eliminar hipoteticamente a conduta e analisar se o resultado
desaparece ou subsiste. Caso o resultado desapareça com a eliminação da
conduta, esta será considerada como causa.
c) Crítica: Essa teoria permite o regresso “ad infinitum”. Então esse regresso
deve ser feito somente até onde há relevância, analisando não só a causalidade
física, como a causalidade psíquica/subjetiva, verificando dolo/culpa.
- TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA:
a) A Teoria da causalidade Adequada surgiu para limitar o nexo causal nos
desdobramentos causais extraordinários produzidos pelas concausas
relativamente independentes.
b) Por essa teoria, são consideradas apenas as circunstâncias
indispensáveis/idôneas/eficazes à produção do resultado, capazes de causá-lo
quando e como ele ocorreu;
c) Aqui, utiliza-se para a análise um juízo de probabilidade/estatístico, avaliando
aquilo que normalmente acontece como desdobramento natural de uma
conduta, e excluindo os fatos inidôneos e improváveis.
d) É adotada como exceção no §1º do art. 13, para concausa relativamente
independente que por si só produziu o resultado
- TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA:
a) A Teoria da Imputação Objetiva busca impedir o regresso ao infinito
decorrente da teoria da equivalência dos antecedentes causais, inserindo, além
da análise do nexo físico (relação entre a conduta e o resultado presente na
causalidade simples), o nexo normativo, para a análise objetiva da relação de
causalidade.
b) Na teoria da imputação objetiva, analisa-se nexo físico + nexo normativo, que
analisa objetivamente a finalidade do agente, definindo a relação de
causalidade de forma objetiva, dispensando, neste primeiro momento, a
análise dos elementos subjetivos (dolo e culpa) – que formaria a imputação
subjetiva, o que só ocorrerá em momento seguinte.
c) A IMPUTAÇÃO OBJETIVA se insere na TIPICIDADE OBJETIVA: vai
verificar se vai imputar aquele comportamento ou resultado (a depender da
teoria adotada), antes mesmo de analisar o dolo e culpa.
d) Ou seja: o caminho é: praticou uma conduta → 1º deve-se verificar se há nexo
pela conditio sine qua non? → SE SIM → AGORA SIM VAMOS
VERIFICAR A IMPUTAÇÃO OBJETIVA
- As concausas podem ser:
a) Dependentes: Não são capazes de produzir, por si só, o resultado. Precisam da
conduta do agente e, por isso, não excluem a relação de causalidade;
b) Independentes: Capazes de produzir, por si só, o resultado, ou seja, não
dependem da conduta do agente.

Concausa absolutamente independente: Ocorre quando há uma concausa capaz de produzir


por si só o resultado e que NÃO se origina da conduta do agente. É totalmente desvinculada,
motivo pelo qual ocorre a EXCLUSÃO DA IMPUTAÇÃO DAQUELE RESULTADO
(rompe o nexo causal e responde por tentativa). Pode ser:
a) Absolutamente independente preexistente:
- Anterior à conduta concorrente do agente.
- A alveja B com disparo de arma de fogo, mas B morre em razão do veneno
ministrado a ele anteriormente por C e não em razão do tiro. ⦁ O veneno é
causa pré-existente – por ser anterior ao disparo de arma de fogo ⦁
Absolutamente independente – pois a vítima não bebeu o veneno em razão do
disparo de arma de fogo. Não há qualquer relação entre o disparo e o veneno:
se retirar o disparo, ainda assim, a vítima irá ingerir o veneno. ⦁ Que exclui a
imputação do resultado morte – Pois não foi o disparo de arma de fogo que
causou a morte. Retirando o disparo de arma de fogo do processo causal, a
morte ocorreria como ela ocorreu? SIM! A vítima morreria do mesmo jeito:
envenenada. Aqui, A responderia por tentativa de homicídio e C por
homicídio consumado
b) Absolutamente independente concomitante:
- é aquela que ocorre ao mesmo tempo que a conduta do agente
- A alveja B com disparo de arma de fogo, mas B morre em razão de
traumatismo craniano por um tijolo de um prédio que ao mesmo tempo da
conduta de A caiu e atingiu a sua cabeça ⦁ Causas absolutamente
independentes → pois um disparo não tem nada a ver com o traumatismo
craniano. ⦁ Como o resultado foi causado pelo traumatismo, exclui-se o
resultado morte de A, que responde por homicídio tentado. A também
responderá por tentativa de homicídio.
c) Absolutamente independente superveniente:
- A causa efetiva é posterior à conduta do agente.
- Ex: A coloca veneno na comida de B. Antes que o veneno cause a morte de B,
C entra na casa dele e o mata com um tiro. ⦁ O tiro é uma causa absolutamente
independente → mesmo sem o envenenamento, ele teria morrido de qualquer
jeito pelo disparo efetuado por C. ⦁ A só responde pela tentativa de homicídio,
justamente porque, por causas alheias à sua vontade, B morreu pelo disparo de
tiro, e não pelo veneno como ele queria.

Concausa Relativamente independentes: A causa concorrente se origina direta ou


indiretamente da conduta do agente, ou seja, ambas, em conjunto, levarão ao resultado
final. Assim, ao contrário das absolutamente independentes, estas NÃO EXCLUEM A
IMPUTAÇÃO DO RESULTADO. Podem ser:
a) Relativamente independente preexistente:
- Anterior à conduta concorrente do agente.
- O típico exemplo do hemofílico. A, querendo matar B e sabendo ser ele
hemofílico, desfere contra ele uma facada na perna que, sozinha, não causaria
a sua morte, mas que por esta condição, a morte ocorreu. A doença era
anterior à facada, agindo as duas em conjunto, de modo que o agente responde
pelo crime consumado. ⦁ O fato de ele ser hemofílico, por si só, não levaria ele
à morte. ⦁ A facada, por si só, também não o levaria à morte (por ter sido
deferida em lugar não letal) ⦁ A hemofilia e a facada são dependentes uma da
outra para ocorrer o resultado.
- Ou seja: é a soma das causas que leva ao resultado morte. Causas
relativamente independentes não excluem a imputação. Logo, o indivíduo que
desferiu as facadas deve responder pelo resultado morte.
b) Relativamente independente concomitante:
- ocorre ao mesmo tempo que a conduta do agente.
- Ex: A, objetivando matar B, efetua disparo de arma de fogo contra a vítima,
não vindo, contudo, a atingila. B, em decorrência do susto causado pelo
disparo, sofre um infarto e falece. A morte se deu pelo conjunto das causas, de
modo que A responde pelo delito consumado; ⦁ O disparo, por si só, não
levaria ele à morte. Assim como o colapso cardíaco, por si só, também não o
levaria à morte. ⦁ O que levou à morte foi a conjunção dos dois resultados:
uma causa depende da doutra. (causa efetiva= colapso e causa concorrente=
disparo). Se uma causa depende da outra, não haverá a exclusão do resultado
morte, e A deve responder pelo homicídio.
c) Relativamente independente superveniente:
- É posterior à conduta do agente.
- Regra: Em regra, as concausas relativamente independentes NÃO excluem a
imputação.
- Exceção: Art. 13, §1º - Eventualmente, as concausas relativamente
independentes podem excluir a imputação, fugindo à regra geral, quando, por
si só, produzirem o resultado.
- Que por si só produz o resultado: A atira em B e este é socorrido. Estando no
hospital, com vida, o teto desaba e ele vem a falecer em decorrência do
desabamento. Qual seria a responsabilidade de A? Sabemos que se não fosse o
tiro, ele não estaria no hospital, é verdade. Mas aqui, é a EXCEÇÃO em que
o CP adotou a teoria da causalidade adequada, mais restrita, em que há um
juízo de probabilidade do que normalmente acontece. Tendo em vista que o
desabamento de um teto não está dentro do resultado esperado advindo de um
tiro, houve o rompimento do nexo causal, de modo que o agente responde
apenas por tentativa.
- Por si só não produz o resultado: Aqui, com base no mesmo exemplo anterior,
suponhamos que B morre em razão de infecção nos ferimentos decorrentes do
tiro. Tendo em vista que não fosse o tiro não haveria a infecção e que esta
infecção é uma possibilidade normal, que se encontra dentro das
consequências esperadas de um tiro, o agente responde pelo delito consumado.

“ITER CRIMINIS”
● A COGITAÇÃO Consiste a fase interna, o mero pensamento, antecipação mental.
Mostra-se irrelevante aos fins de direito na medida em que não houve o exercício ou
violação de bem jurídico alheio.
- Idealização – quando surge a ideia da prática do delito; ]
- Deliberação – o agente faz a análise de prós e contras da empreitada
criminosa;
- Resolução – o agente decide praticar o crime
● ATOS PREPARATÓRIOS Momento anterior ao início da execução e posterior à
cogitação. Via de regra, estes atos preparatórios são impuníveis, mas existem
exceções.
● ATOS EXECUTÓRIOS Aqui, efetivamente dá-se início à violação ao bem jurídico
alheio. São as ações ou omissões diretamente dirigidas ao intento criminoso.
● CONSUMAÇÃO É a fase conclusiva do iter criminis. O delito encontra-se
consumado quando estiverem reunidas todas as suas elementares (Art. 14, I, CP).
Com a consumação alcança-se o resultado, o que faz preencher a figura típica

A fronteira entre o fim da Preparação e o início da execução: é muito tênue a linha


divisória entre o término da preparação do primeiro ato executório. Algumas teorias
tratam do assunto:

- Teoria subjetiva: não há distinção entre o ato preparatório e o executório.


Considera-se o dolo do agente, que está presente a todo momento – não é admitida no
Brasil
- Teorias objetivas
a) Teoria da hostilidade ao bem jurídico: o ato de execução é aquele em que o
agente ataca o bem jurídico, enquanto que o ato preparatório não altera o seu
“estado de paz”. Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico,
criando-lhe uma situação concreta de perigo.
b) Teoria objetivo-formal ou lógico-formal é a teoria majoritária no Brasil.
Caracteriza ato de execução como aquele em que o agente começa a praticar o
verbo (o núcleo do tipo) da conduta criminosa, enquanto que os atos anteriores
são preparatórios. (Franz Von Liszt)
c) Teoria objetivo-individual ou objetivo-subjetiva: Adotada excepcionalmente.
Atos preparatórios são aqueles em que o agente inicia a realização do núcleo
do tipo e também os atos que lhe são imediatamente anteriores, de acordo com
o plano concreto do agente. (Welzel, Zaffaroni).
d) Teoria objetivo-material: Os atos de execução são aqueles em que o agente
inicia a realização do núcleo do tipo e também os atos que lhe são
imediatamente anteriores, NA VISÃO DO TERCEIRO OBSERVADOR. É o
que diferencia da lógico-individual / objetivo-subjetiva. O juiz deve avaliar os
atos a partir de uma visão externa da situação
- Teoria da impressão: Se considera iniciada a conduta capaz de produzir na
comunidade a impressão de agressão ao bem jurídico, prejudicando a segurança
- Teoria negativa: entende não ser possível limitar, em uma regra geral, o que seriam
atos preparatórios ou executórios, devendo tal definição ficar a cargo do julgador no
momento da análise de cada caso

TENTATIVA
● Tentativa perfeita ou acabada (crime falho): O agente percorre todo o iter criminis,
esgotando o processo executório que tinha por objetivo, mas a consumação não ocorre
por fatores involuntários.
● Tentativa imperfeita ou inacabada: Aqui, o agente não consegue levar adiante todo
o plano criminoso. O processo de execução delitiva sofre interferência antes mesmo
da realização do itinerário previsto.
● Tentativa vermelha ou cruenta: A vítima sofre lesões, mas o fato não se consuma.
● Tentativa branca ou incruenta: a vítima não chega a ser fisicamente atingida

Não admitem tentativa:


● Crimes de atentado;
● Crimes culposos;
● Crimes preterdolosos;
● Crimes omissivos próprios;
● Crimes unissubsistentes;
● Crimes habituais;
● Contravenções penais

São basicamente quatro teorias fundamentadoras da punição da tentativa:

- Teoria subjetiva, voluntarística ou monista: tem por base a vontade do agente, ou


seja, o crime tentado deve ser punido com a mesma pena do crime consumado, pois a
vontade do agente é a mesma. Como o objetivo é punir aquele que manifesta vontade
contrária ao direito, nem sempre deve o juiz atenuar a pena.
a) o sujeito é punido por sua intenção, pois o que importa é o desvalor da ação,
sendo irrelevante o desvalor do resultado, de modo que deveria suportar a
mesma pena. Consequências de adotar a teoria subjetiva: • É a punição da
tentativa inidônea ou crime impossível • Equiparação do crime consumado ao
crime tentado
- Teoria objetiva (realística ou dualista): É a teoria adotada pelo art. 14, II, do Código
Penal brasileiro. O objetivo da punição da tentativa volta-se ao perigo efetivo que
o bem jurídico corre, o que somente se configura quando os atos executórios, de
caráter unívoco, têm início, com idoneidade, para atingi-lo. A redução da pena
torna-se, então, obrigatória, uma vez que somente se poderia aplicar a pena igual à
que seria cabível ao delito consumado se o bem jurídico se perdesse por completo – o
que não ocorre na figura da tentativa. Objetivamente, a tentativa ofende o bem
jurídico, mas como a lesão é menor, a pena também deve ser menor.
a) a tentativa é punida por causa do perigo proporcionado ao bem jurídico
tutelado pela lei penal. Por isso, a pena de tentativa deve ser menor que a pena
da consumação e proporcional ao risco de lesão causado. Analisa o que o
agente efetivamente fez , com base na fase do iter criminis à qual ele chegou.
- Teoria subjetivo-objetiva (teoria da impressão): o fundamento da punição é
representado pela junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de
risco ao bem jurídico protegido. Como se leva em consideração a vontade criminosa e
o abalo que a sua manifestação pode causar à sociedade, é faculdade do juiz reduzir
a pena. Admite a punição da tentativa quando a atuação da vontade ilícita do
agente for adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento e o
sentimento de segurança jurídica
- Teoria sintomática: entende que o fundamento de punição da tentativa concentra-se
na análise da periculosidade do agente, ou seja, do perigo revelado pelo agente. Para
esta teoria, o Estado deveria aplicar uma medida de segurança;

TENTATIVA ABANDONADA OU QUALIFICADA:

O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado


se produza, só responde pelos atos já praticados.
- A desistência voluntária o agente, durante a execução do delito desiste de prosseguir
na execução quando lhe era possível. Assim, o agente que voluntariamente (não
precisa ser espontaneamente) desiste de prosseguir na execução, responde tão
somente pelos atos já praticados.
- arrependimento eficaz, os atos executórios já foram praticados, mas o agente, agindo
em sentido contrário, evita o resultado do crime.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR
- “Ponte de Prata”,
- nos crimes sem violência ou grave ameaça
- se o agente repara o dano ou restitui a coisa
- (por ato voluntário – não necessariamente espontâneo)
- até o recebimento da denúncia
- tem sua pena reduzida de 1 a 2/3

CRIME IMPOSSÍVEL
- Art. 17 -Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Teorias do crime impossivel:


- Teoria sintomática: com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela
qual deve ser punido, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado;o
crime impossível revela a periculosidade do agente, portanto, o agente deve suportar
uma medida de segurança.
- Teoria subjetiva: O crime impossível deve receber a mesma punição que o crime
consumado, pois o agente tem uma vontade ilícita e essa vontade deve ser punida
- Teoria Objetiva. Leva em conta a potencialidade da conduta para ofender o bem
jurídico. A teoria objetiva se subdivide em duas, são elas: 1) Teoria Objetiva Pura.
Para a teoria objetiva pura não importa se o meio ou o objeto são absolutamente ou
relativamente idôneos, uma vez que se não há bem jurídico ameaçado, não há crime.
Ela propõe o contrário da teoria subjetiva. Portanto, para esta teoria, o veneno
ministrado em um homem que já está morto não coloca em risco nenhum bem
jurídico e por isso é uma conduta que não merece ser punida. 2) Teoria Objetiva
Temperada. Para a teoria objetiva temperada só existe punição se o meio ou o objeto
forem relativamente eficazes, isto é, quando há possibilidade de alcançar o resultado.
Em outras palavras, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível o crime se consumar.
Crime putativo x crime impossível:
- ● Crime impossível: O autor, com intenção de cometer o delito, NÃO consegue, pela
inidoneidade do meio ou do objeto material.
- ● Crime putativo: O agente, embora acredite praticar fato típico, realiza um
indiferente penal. (Ex.: Agente que comete adultério e pensa ser um ilícito penal). No
delito putativo por erro de tipo, o sujeito quer praticar um crime, mas, devido ao
desconhecimento da situação de fato, comete um irrelevante penal. (ex: o agente atira
em um cadáver, pensando estar vivo)

TEORIA DO ERRO

- “o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei”

O erro de tipo essencial recai sobre os dados principais do crime, e pode ser inevitável ou
evitável
- * Inevitável/Escusável/Justificável/Invencível: é o erro imprevisível, que exclui o
dolo (ausência de consciência) e a culpa (sem previsibilidade do resultado).
- * Evitável/Inescusável/Injustificável/Vencível: erro previsível. Exclui somente o
dolo (falta de consciência) e pune-se a culpa, se prevista em lei.

Já o erro acidental, recai sobre dados secundários do crime. Pode ser de formas:

- ERRO SOBRE O OBJETO: O agente confunde o objeto material. A consequência,


é que o agente responde de acordo com o bem jurídico efetivamente atingido. Não há
que se falar em exclusão do dolo nem da culpa.
- ERRO SOBRE A PESSOA: Aqui, há o erro com relação à pessoa sobre qual recai a
conduta. Aqui, existe uma vítima real (que recebe a conduta), e uma virtual (a que
deveria receber). A consequência, é que o agente responde pelo crime de acordo com
as condições da vítima a que se pretendia atingir.
- ERRO NA EXECUÇÃO/ABERRATIO ICTUS: Quando, por acidente ou erro no
uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra
aquela,. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
- RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO/ABERRATIO CRIMINIS OU
DELICTI quando por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código
- ERRO PROVOCADO POR TERCEIRO Responde pelo crime o terceiro que
determina o erro

CPP
Tentativa
- INICIADA A EXECUÇÃO, NÃO SE CONSUMA por CIRCUNSTÂNCIAS
ALHEIAS à vontade do agente.
- A contravenção não admite tentativa.
- Diminuição de 1/3 a 2/3
Desistência voluntária
- Inicia a execução
- Não esgota todos os atos executório
- O crime não se consuma
- Desiste de prosseguir na ação
- Responde pelos atos já praticados

Arrependimento eficaz
- Inicia a excução
- Esgota todos os atos executórios
- IMPEDE que o resultado se produza,
- só responde pelos ATOS JÁ PRATICADOS.

Arrependimento posterior
- Nos crimes cometidos SEM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA à pessoa,
- Reparação do dano ou restituição da coisa ATÉ o RECEBIMENTO da DENÚNCIA
OU DA QUEIXA por ato voluntário do agente
- a pena será REDUZIDA de 1/3 a 2/3

Crime impossível
- Não se pune a tentativa quando, por INEFICÁCIA ABSOLUTA do meio ou por
ABSOLUTA IMPROPRIEDADE do objeto, é IMPOSSÍVEL consumar-se o crime.

SALVO os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.

Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado
ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo


- O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime EXCLUI O DOLO, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa


- O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado NÃO ISENTA DE PENA.
- Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
PESSOA CONTRA QUEM O AGENTE QUERIA PRATICAR O CRIME

Você também pode gostar