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FORMAS DE CONDUTA
● Crime comissivo: é o crime praticado por ação, quando há subsunção de uma conduta
a um núcleo de um tipo penal.
● Crime omissivo: trata-se de situações em que há uma abstenção de conduta, um
deixar de fazer.
- Crime omissivo próprio ( PUROS): é o crime omissivo por excelência,
aquele em que já contém no tipo penal a ideia de não fazer, constando
expressamente em seu núcleo: "deixar de..."
A) NÃO admitem tentativa, são unissubsistentes
- Crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão (existem ainda os
sinônimos: espúrio, impuro): aqui não se leva em consideração apenas a
abstenção de comportamento. Deve ser considerado para esta classificação que
a omissão em análise acontece quando o agente tinha um dever jurídico de
evitar a ocorrência do resultado.
B) Admitem tentativa, são plurissubsistentes
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
● a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
● b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
● c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado
CRIME DOLOSO
● Dolo direto ou de primeiro grau: trata-se do dolo de acordo com o seu conceito.
Quando o agente, consciente da sua finalidade, pratica uma conduta destinada a um
determinado fim.
● Dolo de segundo grau (ou de consequências necessárias): é uma espécie de dolo
direto, porém temos consequências colaterais certas, decorrentes da conduta do
agente. De fato, o agente não persegue imediatamente os efeitos colaterais, mas sabe
que isso vai ocorrer. O resultado é certo e necessário.
● Dolo indireto/indeterminado: o agente não busca resultado certo e determinado. Se
desmembra em:
- Dolo alternativo: quando o agente prevê uma pluralidade de resultados,
dirigindo sua conduta para realizar qualquer um deles. Ex.: “A” encontra seu
desafeto e, para tanto, desfere-lhe 3 tiros. Para “A”, tanto faz matar ou
lesionar. Porém, o agente responderá pela conduta mais grave, na medida
em que se projetou também nesse sentido.
- Dolo eventual: o agente pratica sua conduta assumindo o risco de produzir o
resultado. Ele não assume a alternatividade. O agente não quer o resultado
mais grave, mas se submete ao risco de produzi-lo
Dolo eventual
✅
✦ é compatível com a tentativa
CRIME CULPOSO
Espécies de culpa:
● Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra,
supondo conseguir evitá-lo com sua habilidade.
● Culpa inconsciente ou própria: o agente não prevê o resultado, que era previsível.
Qualquer outro cidadão, nas mesmas condições, poderia prever. O agente não quer e
não assume o risco de produzir o resultado, mas falha relativamente ao dever de
cuidado objetivo.
● Culpa imprópria: quando o dolo na conduta é tratado como culpa, em razão de um
erro evitável. Descriminante putativa
Crimes culposos admitem coautoria e participação? R.: Para a doutrina majoritária, admitem
a coautoria, MAS NÃO ADMITEM PARTICIPAÇÃO
RESULTADO:
- Naturalístico/Material: Alteração física no mundo exterior. Se o delito é de
homicídio, a morte da vítima é o resultado material.
a) Presente apenas nos crimes materiais consumados.
b) Nos crimes formais, a ocorrência do resultado naturalístico é possível, mas é
dispensável para a sua consumação.
c) Já os de mera conduta, jamais terão resultado naturalístico
- Jurídico/Normativo: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. É a
transgressão da lei penal. Presente em todos os crimes.
NEXO CAUSAL:
- TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS / DA
CAUSALIDADE SIMPLES / DA CONDITIO SINE QUA NON: (art. 13, caput,
CP):
a) Segundo essa teoria, causa é toda e qualquer ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Assim, para identificar se algo foi causa,
utiliza-se o método de eliminação hipotética de Thyrém
b) Deve-se eliminar hipoteticamente a conduta e analisar se o resultado
desaparece ou subsiste. Caso o resultado desapareça com a eliminação da
conduta, esta será considerada como causa.
c) Crítica: Essa teoria permite o regresso “ad infinitum”. Então esse regresso
deve ser feito somente até onde há relevância, analisando não só a causalidade
física, como a causalidade psíquica/subjetiva, verificando dolo/culpa.
- TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA:
a) A Teoria da causalidade Adequada surgiu para limitar o nexo causal nos
desdobramentos causais extraordinários produzidos pelas concausas
relativamente independentes.
b) Por essa teoria, são consideradas apenas as circunstâncias
indispensáveis/idôneas/eficazes à produção do resultado, capazes de causá-lo
quando e como ele ocorreu;
c) Aqui, utiliza-se para a análise um juízo de probabilidade/estatístico, avaliando
aquilo que normalmente acontece como desdobramento natural de uma
conduta, e excluindo os fatos inidôneos e improváveis.
d) É adotada como exceção no §1º do art. 13, para concausa relativamente
independente que por si só produziu o resultado
- TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA:
a) A Teoria da Imputação Objetiva busca impedir o regresso ao infinito
decorrente da teoria da equivalência dos antecedentes causais, inserindo, além
da análise do nexo físico (relação entre a conduta e o resultado presente na
causalidade simples), o nexo normativo, para a análise objetiva da relação de
causalidade.
b) Na teoria da imputação objetiva, analisa-se nexo físico + nexo normativo, que
analisa objetivamente a finalidade do agente, definindo a relação de
causalidade de forma objetiva, dispensando, neste primeiro momento, a
análise dos elementos subjetivos (dolo e culpa) – que formaria a imputação
subjetiva, o que só ocorrerá em momento seguinte.
c) A IMPUTAÇÃO OBJETIVA se insere na TIPICIDADE OBJETIVA: vai
verificar se vai imputar aquele comportamento ou resultado (a depender da
teoria adotada), antes mesmo de analisar o dolo e culpa.
d) Ou seja: o caminho é: praticou uma conduta → 1º deve-se verificar se há nexo
pela conditio sine qua non? → SE SIM → AGORA SIM VAMOS
VERIFICAR A IMPUTAÇÃO OBJETIVA
- As concausas podem ser:
a) Dependentes: Não são capazes de produzir, por si só, o resultado. Precisam da
conduta do agente e, por isso, não excluem a relação de causalidade;
b) Independentes: Capazes de produzir, por si só, o resultado, ou seja, não
dependem da conduta do agente.
“ITER CRIMINIS”
● A COGITAÇÃO Consiste a fase interna, o mero pensamento, antecipação mental.
Mostra-se irrelevante aos fins de direito na medida em que não houve o exercício ou
violação de bem jurídico alheio.
- Idealização – quando surge a ideia da prática do delito; ]
- Deliberação – o agente faz a análise de prós e contras da empreitada
criminosa;
- Resolução – o agente decide praticar o crime
● ATOS PREPARATÓRIOS Momento anterior ao início da execução e posterior à
cogitação. Via de regra, estes atos preparatórios são impuníveis, mas existem
exceções.
● ATOS EXECUTÓRIOS Aqui, efetivamente dá-se início à violação ao bem jurídico
alheio. São as ações ou omissões diretamente dirigidas ao intento criminoso.
● CONSUMAÇÃO É a fase conclusiva do iter criminis. O delito encontra-se
consumado quando estiverem reunidas todas as suas elementares (Art. 14, I, CP).
Com a consumação alcança-se o resultado, o que faz preencher a figura típica
TENTATIVA
● Tentativa perfeita ou acabada (crime falho): O agente percorre todo o iter criminis,
esgotando o processo executório que tinha por objetivo, mas a consumação não ocorre
por fatores involuntários.
● Tentativa imperfeita ou inacabada: Aqui, o agente não consegue levar adiante todo
o plano criminoso. O processo de execução delitiva sofre interferência antes mesmo
da realização do itinerário previsto.
● Tentativa vermelha ou cruenta: A vítima sofre lesões, mas o fato não se consuma.
● Tentativa branca ou incruenta: a vítima não chega a ser fisicamente atingida
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
- “Ponte de Prata”,
- nos crimes sem violência ou grave ameaça
- se o agente repara o dano ou restitui a coisa
- (por ato voluntário – não necessariamente espontâneo)
- até o recebimento da denúncia
- tem sua pena reduzida de 1 a 2/3
CRIME IMPOSSÍVEL
- Art. 17 -Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
TEORIA DO ERRO
- “o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei”
O erro de tipo essencial recai sobre os dados principais do crime, e pode ser inevitável ou
evitável
- * Inevitável/Escusável/Justificável/Invencível: é o erro imprevisível, que exclui o
dolo (ausência de consciência) e a culpa (sem previsibilidade do resultado).
- * Evitável/Inescusável/Injustificável/Vencível: erro previsível. Exclui somente o
dolo (falta de consciência) e pune-se a culpa, se prevista em lei.
Já o erro acidental, recai sobre dados secundários do crime. Pode ser de formas:
CPP
Tentativa
- INICIADA A EXECUÇÃO, NÃO SE CONSUMA por CIRCUNSTÂNCIAS
ALHEIAS à vontade do agente.
- A contravenção não admite tentativa.
- Diminuição de 1/3 a 2/3
Desistência voluntária
- Inicia a execução
- Não esgota todos os atos executório
- O crime não se consuma
- Desiste de prosseguir na ação
- Responde pelos atos já praticados
Arrependimento eficaz
- Inicia a excução
- Esgota todos os atos executórios
- IMPEDE que o resultado se produza,
- só responde pelos ATOS JÁ PRATICADOS.
Arrependimento posterior
- Nos crimes cometidos SEM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA à pessoa,
- Reparação do dano ou restituição da coisa ATÉ o RECEBIMENTO da DENÚNCIA
OU DA QUEIXA por ato voluntário do agente
- a pena será REDUZIDA de 1/3 a 2/3
Crime impossível
- Não se pune a tentativa quando, por INEFICÁCIA ABSOLUTA do meio ou por
ABSOLUTA IMPROPRIEDADE do objeto, é IMPOSSÍVEL consumar-se o crime.
SALVO os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.
Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado
ao menos culposamente.