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Basicamente para o Direito Penal, a ordem econômica é um bem jurídico abstrato que
visa proteger a regulação jurídica da produção, distribuição e consumo de bens e
serviços, que abrange a intervenção estatal na economia, na organização, no
desenvolvimento e na conservação dos bens econômicos (inclusive serviços). Desse
modo, a tutela penal que se endereça às atividades realizadas no âmbito econômico,
envolve de forma ampla a exercida no âmbito empresarial. Isso porque a atividade
econômica e a atividade empresarial se imbricam mutuamente, sendo certo que o
exercício de uma atividade empresarial constitui a fonte principal do domínio material
sobre todo tipo de bens jurídicos envolvidos na atividade econômica.
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MESTRE em Fundamentos Constitucionais do Direito Público e Privado pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul- PUCRS (2015). Possui pós-graduação em DIREITOS FUNDAMENTAIS pelo
Ius Gentium Conimbrigae (IGC) da Faculdade de Direito de Coimbra/PT (2011), é especialista em Direito
Ambiental Nacional e Internacional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e graduado
em DIREITO pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (2010). Atualmente cursando
especialização em Direito Penal e Criminologia (2022). Advogado e Consultor Jurídico.
Escritório: Rua João Cabral de Lucena, 320, sl. 902, Bessa, CEP: 58035-105,
andreylacerda@hotmail.com Tel (83) 996448 8520
Prof. ME Andrey Felipe Lacerda
OAB/PB 16437
A Lei 8.137/90 define os crimes contra a ordem econômica, tratando, basicamente das
práticas de abuso do poder econômico, dominação de mercado ou eliminação, total ou
parcial, da concorrência. Portanto, qualquer forma de ajuste ou acordo entre
empresas caracteriza o crime contra a ordem econômica.
Cumpre ressaltar que a concorrência pode ser definida como o processo pelo qual os
agentes econômicos disputam entre si parcelas de mercado através de preços mais
atraentes, qualidade de produto ou serviço e inovação. Pode-se dizer, portanto, que a
concorrência é o motor que faz com que os empresários sirvam os interesses de toda a
sociedade com o aumento do bem-estar social. Assegurada a concorrência,
aumentam-se os empregos, a renda e o crescimento econômico do país.
Impende destacar que, em razão do Direito Penal ser informado pelos princípios da
responsabilidade penal subjetiva, da pessoalidade da pena e da culpabilidade, quem
comete esse tipo de crime é o empresário individual ou os sócios integrantes da
empresa comercial; jamais a pessoa jurídica, por lhe faltar a consciência e vontade de
atuar. Assim, a infração à ordem econômica exige que o sujeito ativo (aquele que
pratica a conduta) detenha poder de mercado, isto é, o poder econômico capaz de, por
seu abuso, restringir ou limitar a livre concorrência no mercado relevante.
Vale destacar ainda, que as condutas tipificadas como crimes contra a ordem
econômica, quase sempre implicarão em outros processos de natureza cível e
administrativa, uma vez que determinada conduta pode, ao mesmo tempo,
caracterizar um ilícito civil, administrativo e penal. Não se trata de responsabilizar
alguém mais de uma vez pela prática de um mesmo fato, pois vige no Direito brasileiro
a independência das instâncias.
Assim, além das penas previstas na Lei 8.137/90: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos
e multa. Existem as sanções administrativas impostas pela Lei 12.529/11, que estrutura
o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, as quais variam entre: multa de 0,1%
(um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do valor do faturamento bruto da
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Também é possível que a pessoa jurídica tenha se tornado líder no mercado em razão
de sua própria competência, agindo dentro da legalidade, autuando com práticas
agressivas de mercado, mas que não chegam ao ponto de configurar o crime, atraindo
a incidência da exclusão da ilicitude, por exercício regular de direito.
Por fim, também é cabível a defesa por meio de acordos de leniência, no âmbito
administrativo, e acordo de não persecução penal (ANPP) na esfera criminal.
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