JOÃO PESSOA 2022 1.Estabeleça a diferença entre Direito Econômico e análise econômica do Direito.
O Direito Econômico é o ramo do direito que se compõe das normas jurídicas
que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços, com vista ao desenvolvimento econômico do país jurisdicionado. Assim, define-se Direito Econômico como a reunião das normas que regulam a estrutura (Ordem Econômica) e as relações entre os agentes econômicos na realização da atividade econômica. Esse ramo do direito é responsável pelas normas de intervenção do Estado no domínio econômico, estabelecendo políticas específicas, coibindo condutas e prevendo as formas de fiscalização, regulação e participação do Estado na atividade.
A Análise Econômica do Direito (AED) é uma metodologia de
investigação jurídica pós-positivista, ou seja, busca fontes do Direito para além das normas jurídicas escritas. Análise Econômica do Direito seria o emprego dos instrumentais teóricos e empíricos econômicos e ciências afins para expandir a compreensão e o alcance do direito, aperfeiçoando o desenvolvimento, a aplicação e a avaliação de normas jurídicas, principalmente com relação às suas consequências. Em outras palavras, a AED é a utilização da abordagem econômica para tentar compreender o Direito no mundo e o mundo no Direito.
Nesse Sentido, enquanto a AED pressupõe a aplicação da teoria
econômica para examinar as leis, instituições legais e políticas públicas, o direito econômico trata de normas que regulem a participação do Estado na economia.
2. Estabeleça o que vem a ser o Teorema de Coase e Custos de
Transação.
Um dos principais expoentes da Análise Econômica do Direito é Coase,
que, mostra como é possível pensar os direitos de propriedade sobre a ótica da economia. O autor argumenta que, na ausência de custos de transação, não importa como é feita inicialmente a distribuição dos direitos de propriedade. Nesse caso, com direitos de propriedade bem definidos, num mercado em que as trocas entre os agentes econômicos são livres, a eficiência econômica será sempre alcançada. Esse resultado viria a ser conhecido como Teorema de Coase.
Os custos de transação são aqueles gerados sempre que a empresa
precisa recorrer ao mercado para aquisição de recursos, insumos e serviços ou para a manutenção de suas operações. Ou seja, seriam os custos relacionados a negociar, redigir e garantir o cumprimento de um contrato.
3. Em referência a estrutura do Mercado e determinação de preços e
quantidade, diferencia o modelo de Concorrência Perfeita do Monopólio. A concorrência perfeita, também conhecida como concorrência pura, é um conceito teórico utilizado para denominar quando um mercado possui uma grande quantidade de concorrentes e vendedores. Nesse caso, as empresas e os consumidores não conseguem influenciar o mercado de maneira individual. Em contrapartida à concorrência perfeita, existem o monopólio, trata-se apenas de um vendedor que consegue escolher os preços do produto. A empresa que atua como Monopólio tem o poder de determinar o preço de seus produtos da forma que for mais conveniente, pois só ela comercializa aquele bem. As patentes e os direitos autorais também são exemplos de Monopólio.
4. Estabeleça a Diferença entre microeconomia e macroeconomia?
A microeconomia estuda o desempenho e o comportamento de cada setor de forma “menor”, ou seja, individualizada. Por exemplo, as famílias, empresas, consumidores, comércio, entre outros. Busca analisar das tomadas de decisões desses setores em relação à utilização de recursos, preços, bens e serviços. Por exemplo, ela estuda como uma família gerencia seu dinheiro – economiza e gasta – em itens e serviços. Contrapondo-se à microeconomia, a macro estuda o comportamento “geral” da economia. A título de exemplificação, pode levar em conta a economia de uma região, de um estuado, de um país e até de vários países. Analisa índices de pobreza, desigualdade, desemprego, preço, PIB, importações, exportações, além de questões sociais, políticas e econômicas. Poderia estudar, por exemplo, qual impacto o aumento do desemprego produziria no PIB de determinado país. 5. Dado ocaso concreto, a avaliação do Direito e da Economia partem de premissas diferentes em termos de segurança jurídica e eficiência. Analise. Segurança jurídica é o princípio de previsibilidade e coerência na aplicação das leis sobre os ambientes de negócios garantindo aos investidores e empresas um cenário mais previsível, razoável e estável para maior segurança entre as relações de negócios. O conceito segurança jurídica busca maior clareza e melhor compreensão de direitos e deveres e de sua aplicação ao longo prazo. A segurança jurídica favorece, portanto, a tomada de decisões de todos sobre como se portar e a previsão, com algum grau de certeza, das consequências que ocorrerão no futuro com relação aos atos que foram praticados no presente. Do ponto de vista econômico, parte-se do pressuposto de que, incrementando a eficiência, se aumenta a riqueza, uma vez que, baseado no princípio da eficiência, deve-se buscar utilizar os recursos no melhor uso para alcançar o resultado e o objetivo mais vantajoso.
6. Em que hipótese a intervenção do Estado na economia se faz por
participação?
Analisando a Constituição Federal, ressalta-se que esta reconhece
duas formas de ingerência do Estado na ordem econômica: a participação e a intervenção. O Artigo 173, caput, da CF/88, descreve que, ressalvados os casos previstos na Constituição: A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Já o Artigo 174, caput, afirma que:
Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Quando se fala em atuação direta, o próprio Estado atua na economia de um país, seja em regime de monopólio, seja de participação com as empresas do setor privado. A intervenção por participação se caracteriza pela atuação do estado na economia de maneira semelhante a uma empresa privada, entrando na economia com sua própria empresa e se sujeitando a todas as regras e riscos que as empresas privadas também assumem, ou seja, ele participa da economia do mesmo modo de um agente privado.