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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DECIÊNCIAS ECONÓMICAS E DE GESTÃO


CURSOS DE ECONOMIA, CONTABILIDADE E AUDITORIA

DIREITO DA ECONOMIA
POR:
MANUEL LEMOS GABRIEL

LUANDA – 2023/2024
PROGRAMA SEMESTRAL
CAP. 1 Introdução ao Estudo do
Direito Económico

CAP. 2 A Constituição Económica de


Angola
CAP. 3 O Sector Empresarial Público
em Angola

CAP. 4 As Privatizações

CAP. 5 O Direito de Concorrência


1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.1 Noção de Direito Económico/Direito da Economia

Considerando a corrente doutrinária que identifica o direito económico


como todo direito relativo à economia, ou seja, o direito da
economia, associa-se à essa noção as incertezas ligadas à definição de
economia, ainda que se convencione que a economia será toda a
actividade dirigida à produção, distribuição e consumo de bens.

A identificação do direito económico com todo direito relativo à economia


afigura-se demasiado extensa e incapaz de exprimir a sua especificidade,
reduzindo-o ao ponto de encontro de todas as regras de direito relativo à
actividade económica.

Esta noção a ser adoptada alargaria demasiado o âmbito do direito


económico.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

Por força da interdisciplinaridade do direito económico, temos que nos


ater a uma concepção restrita deste ramo de direito, ou seja, se queremos
dar alguma solidez e unidade ao direito económico, teremos que associar
como ideia fundamental, a intervenção do Estado na vida económica.

A partir deste critério será possível selecionar e agrupar um conjunto de


temas com alguma homogeneidade.

O direito económico assim perspectivado, afirma-se fundamentalmente


como o direito público que tem por objectivo o estudo das relações entre
os entes públicos e os sujeitos privados, na perspectiva da intervenção
do Estado na vida económica.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.2 A dimensão económica do direito e a dimensão jurídica da
economia

O direito económico como disciplina jurídica e como ramo de direito


pressupõe a enunciação de dois problemas:
 Um problema externo ao direito, o das relações entre a economia e o
direito, enquanto fenómeno da vida social; e

 Um segundo, intrínseco ao direito, o de saber que razões justificam o


surgimento de um novo ramo e disciplina jurídica, o direito económico.

Relativamente ao primeiro problema, fala-se de uma interdisciplinaridade


no estudo do direito económico que ultrapassa o campo jurídico,
querendo com isto sublinhar-se o especial peso que os temas
económicos assumem no objecto desta disciplina.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
Por vezes, chega a ser visto numa óptica funcionalística, como mero
instrumento da economia, um direito ao serviço dos ditames económicos,
que apenas vê justificada a sua existência na medida em que cumpra
esses objectivos.

O direito é um produto cultural por excelência, surge como uma instância


reguladora dotada de uma racionalidade que não se reduz à pura
racionalidade económica.

No entanto essa autonomia é relativa. A evolução económica e


tecnológica influencia profundamente o direito, obrigando-o a um
processo de contínua adaptação.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
A Interdisciplinaridade no estudo do direito
O termo interdisciplinaridade está associado a dois sentidos diferentes:
 Interdisciplinaridade como análise do direito baseado numa
disciplina diferente. O caso mais evidente é o da análise económica
do direito, uma disciplina que procura subordinar o estudo do direito ao
método da economia, em especial da microeconomia, sendo que, para
muitos, o estudo do direito não seria mais que um capítulo do estudo
“aplicado” da economia;
 Interdisciplinaridade como estratégia epistemológica. Neste
sentido a interdisciplinaridade é colocado ao serviço de uma
concepção crítica do conhecimento, na linha do pragmatismo, em que
“ as falsas necessidades” geradas pelas disciplinas são
desmistificadas no espirito filosófico de que o saber é geral.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

Em vez de se rejeitar as disciplinas, procura-se a pluralidade de métodos,


mostrando a parcialidade de várias ciências e mobilizando os recursos
intelectuais de uma e de outra. Esta forma de interdisciplinaridade rejeita
a separação entre cadeiras jurídicas e cadeiras auxiliares.

A interdisciplinaridade no estudo do direito é normalmente


entendida neste segundo sentido, ou seja, entende-se que não é
possível compreender alguns fenómenos jurídicos como
responsabilidade civil, do produtor ou na formação de contratos,
sem antes ter uma compreensão razoável de ideias como eficiência,
que não é sinonimo de eficácia.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
No caso do Direito Económico, Fala-se ainda, de uma
interdisciplinaridade que ultrapassa o campo jurídico, querendo com isto
sublinhar-se o especial peso que os temas e problemas económicos
assumem no objecto desta disciplina ou, por outras palavras, as íntimas
relações entre a Economia e o Direito Económico.

O Direito Económico como disciplina jurídica e não económica (e como


ramo do direito), assente em valores não apenas de carácter económico,
mas de outros interesses não especificamente económicos. Neste
sentido, a Economia, nas suas diversas componentes, surge como
ciência auxiliar por excelência do Direito económico.

Já o segundo problema pressupõe a investigação do motivo pelo qual


passou a se falar em Direito Econômico e quais foram suas origens
históricas, objeto, bem como sua natureza.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.3 Fontes do Direito Económico

Fontes públicas, mistas e privadas

 A perda do monopólio dos poderes públicos na produção de normas


jurídica
 A emergência de uma ordem negociada entre poderes públicos e
privados (o direito de concertação económica)
 Auto-regulação por devolução pública
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
Tipos de fontes

1. Fontes internas

 Constituição da República Angolana


 Leis da Assembleia da República, decretos legislativos presidenciais,
decretos legislativo presidenciais provisório, decretos presidenciais e
despachos presidenciais.
 Regulamentos (decretos regulamentares, resolução do conselho de
ministro, despachos normativos, avisos do Banco Nacional de Angola,
etc.)

2. Fontes internacionais
 Convenções de direito internacional a que Angola esteja vinculada.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
Fontes de origem mistas ou privada

 Acordos ou pareceres emanados dos organismos de concertação


económica e social (como o Conselho Económico e Social)
 Contratos-programa e outras formas de contratação económica entre
entes públicos e privados
 Regulamentação das actividades económicas pelas associações
profissionais ou de actividade (código de conduta, deontológicos, de
boas práticas ou éticos)
 Usos da actividade económica, internos ou internacionais (contratos-
tipo ou contratos de adesão)
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.4 Características do Direito Económico

Como principais características do Direito Económico apontam-se:

 Dispersão e heterogeneidade: O Direito Econômico tem uma


pluralidade de fontes;
 A ampliação do âmbito das fontes tradicionais: Como fontes
tradicionais, deve-se compreender "leis". O Direito Econômico não se
restringe ao modelo clássico de lei, que prevê uma regra primária e
outra secundária (preceito-sanção). Pelo contrário, há a inclusão de
leis-plano, leis-medida, atos de fomento. Todas estas modalidades não
eram conhecidos pela doutrina jurídica clássica;
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

 Ausência de codificação: A condução da política econômica não


pode depender de princípios jurídicos codificados, justamente porque a
sua mutabilidade exige normas também adaptáveis às circunstâncias
conretas;
 A Crise da imperatividade: um dos aspectos mais importantes do
estudo do direito é relativo à sanção. Pode esta ser vista como a
garantia do cumprimento do conteúdo da norma jurídica. Esta garantia
pode revestir a forma de uma penalidade, mas pode pode também, e
em mais numerosos casos, manifestar-se como premialidade. Tudo
depende do conteúdo jurídico cujo cumprimento se pretende garantir.
A Coercibilidade económica se rege por parâmetros bem diferentes.
(estímulo e premio com benefícios fiscais/punições de carácter moral –
restrições do bom nome ou inclusões em listas negras)
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
 Desmoramento da fronteira: pública e privada. A necessidade de o
Estado passar a ditar normas direccionadoras da actividade
económica, estruturando uma genuína política económica, veio gerar
um conjunto normativo destinado a coordenar os destinos da
actividade económica, sem contudo, suprimir a iniciativa fundamental
do indivíduo nesta matéria;
 Declínio do Princípio da generalidade
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
 Princípio da economicidade: O Estado ao dirigir ou promover a
actividade económica tem finanlidades diferentes daquelas
objectivadas pela acção efectivada pelo indivíduo. Este procura
sempre obter o maior lucro possível, enquanto que o Estado coloca em
primeiro plano a vantagem colectiva, condição e ambiente para a
prossecução do bem-estar individual. O princípio da economicidade é
o critério que condiciona as escolhas que o mercado ou Estado, ao
regular a aactividade económica, devem fazer constantemente, de tal
sorte que o resultado final seja sempre o mais vantagioso que os
custos sociais envolvidos.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

 Carácter concreto: O Direito Económico tem a ver com normas


concretas direccionadas à condução do fenómeno económico. Este, na
verdade, é um fenómeno plenamente situado, vinculado
historicamente. As normas direccionadoras da economia também se
ressentem da aderência concreta ao tempo e lugar.
 As perspectivas microeconómicas e macroeconómicas: Os
fenómenos económicos podem ser visualizados e juridicizados sob
dois ângulos perfeitamente distintos, mas nunca separados na
realidade vivida. Tais fenómenos podem ocorrer no relacionamento
interindividual e interessar somente às partes integrantes de uma
relação jurídica ou, aquelas relações ultrapassarem aquele plano
restrito para interessar a toda uma colectividade de nível nacional.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
 Mobilidade, ou mutabilidade: Esta característica se manifesta na
transitoriedade da vigência e na adaptação aos casos concretos de
uma parte das suas normas, em parte justificada pela sua natural
sensibilidade às mudanças sociais e políticas e pela sua ligação às
políticas econômicas conjunturais;
 Privatização das fontes: Trata-se da elaboração de normas pela
auto-regulação, pelo processo de concertação entre autoridades
privadas e públicas, e também pelo processo de privatização de
gestão das entidades governamentais;
 Declínio da coercibilidade: No Direito Econômico predominam as
regras de conteúdo positivo, ou seja, regras que permitem e
incentivam. As regras proibitivas são menos numerosas. Estas
características podem até mesmo fazer alguns juristas questionarem o
caráter jurídico do Direito Econômico, já que suas regras não
trabalham com o sistema clássico de preceitos e sanções.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5 Formas de Posicionamento Económico do Estado

Trata-se do estudo da forma de participação do Estado nas actividades de


cunho econômico, desenvolvida em seu respectivo território. O estudo do
posicionamento econômico do Estado é essencial para a segurança
jurídica e o bem-estar econômico dos indivíduos, uma vez que vai dar a
estes conhecimento prévio dos mecanismos legítimos para o exercício de
liberdades econômicas e para a individualização de bens na esfera de
domínio privado.

Podemos identificar as seguintes formas econômicas de Estado:


1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5.1 Estado Liberal
Baseia-se na doutrina filosófica e política do liberalismo, que se assenta
no respeito do Estado ao pleno exercício dos direitos e garantias por parte
de seus respectivos indivíduos.

A principal manifestação econômica do Estado Liberal é o postulado da


livre-iniciativa, que se traduz no direito de qualquer cidadão exercer
atividade econômica livre de qualquer restrição.

Tal sistema econômico igualmente pautava-se na plena liberdade


contratual, devendo o Poder Público garantir o cumprimento das cláusulas
pactuadas, a fim de se manter a estabilidade e a segurança nas relações
jurídicas contratuais.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
O Estado Liberal igualmente se assenta na liberdade de mercado, na qual
o sistema econômico fica sujeito à auto-organização (autorregulação) da
economia, não sofrendo qualquer influência ou interferência estatal
(sistema econômico autônomo – descentralização das decisões
econômicas), uma vez que, ao Governo Central compete tão somente a
manutenção da ordem interna e a defesa externa das fronteiras.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5.2 Estado intervencionista econômico
Nesta forma de participação estatal na economia, o Estado atua com o
objectivo de garantir o exercício racional das liberdades individuais.
A política intervencionista não visa ferir os postulados liberais, mas, tão
somente, fazer com que o Estado coíba o exercício abusivo do
liberalismo.
Este modelo intervencionista é fortemente influenciado pelas doutrinas de
John Maynard Keynes, que em sua obra Teoria geral do emprego, do
juro e da moeda expôs suas teses sobre economia política,
demonstrando que o nível de emprego e, por corolário, do
desenvolvimento socioeconômico, se deve muito mais às políticas
públicas implementadas pelo governo, bem como a certos fatores gerais
macroeconômicos, e não meramente ao somatório dos comportamentos
individuais, microeconômicos dos empresários.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5.3 Estado intervencionista social
É a forma estatal de intervenção na atividade econômica que tem por fim
garantir que sejam efetivadas políticas de caráter assistencialista na
sociedade, para prover os notadamente hipossuficientes em suas
necessidades básicas.

Observe-se que o Estado Social não deixa de ser um Estado


Intervencionista, assim como o Econômico, porém, podemos diferenciá-
los, estabelecendo estudo em separado, uma vez que aquele atua
estabelecendo, além de normas para a ordem econômica, todo um
regramento próprio para se garantir o bem-estar de seus cidadãos.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

Neste modelo de posicionamento econômico, o Estado é o agente


regulamentador de ações sociais e econômicas da Nação, atuando
diretamente ou por meio de parcerias com sindicatos e empresas
privadas, ainda que em diferentes níveis e graus de ingerência.

Trata-se de uma nova forma de intervencionismo estatal, na qual o


Estado preocupa-se com a coletividade e com os interesses
transindividuais, ficando mitigados os interesses pessoais de cunho
individualista.

É aquele que provê uma série de direitos sociais aos cidadãos de modo a
mitigar os efeitos naturalmente excludentes da economia capitalista sobre
as classes sociais mais desfavorecidas
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5.4 Estado intervencionista socialista
É a forma intervencionista máxima do Estado, uma vez que este adota
uma política econômica planificada, baseada na valorização do coletivo
sobre o individual.

O Poder Público passa a ser o centro exclusivo para as deliberações


referentes à economia.

Baseia-se em teorias de organização econômica, que defendem: a) a


supremacia do Estado na administração; b) a propriedade pública e
coletiva dos meios de produção; c) a distribuição de bens, garantindo
uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios
para todos os indivíduos.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
Os bens de produção são apropriados coletivamente pela sociedade por
meio do Estado, de modo que este passa a ser o único produtor,
vendedor e empregador.
A livre-concorrência e a liberdade de mercado são literalmente
substituídas pelo planejamento econômico racional e centralizado em
torno do Poder Público, rejeitando-se, sistematicamente, a autonomia das
decisões privadas.
No plano econômico baseia-se na teoria da planificação proposta por
Lênin, operacionalizada e mantida por Stalin.
A planificação se trata de medida de total intervenção do Estado, no qual
o Poder Público se torna o único centro de decisões econômicas.
No plano jurídico, consubstancia-se no princípio da supremacia do
interesse público, mitigando os anseios e expectativas individuais em face
da vontade coletiva da sociedade.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.5.5. Estado regulador
Em virtude do insucesso dos modelos intervencionistas tanto social
quanto socialista, houve necessidade de o Estado repensar as formas
pelas quais interfere no processo de geração de riquezas, bem como na
realização de políticas públicas de inclusão social e de repartição de
rendas.

Para tanto, abandona a planificação econômica socialista e a crescente


assunção de responsabilidades coletivas do modelo social, sem, todavia,
voltar ao liberalismo econômico puro idealizado por Adam Smith.

Busca-se com este modelo um retorno comedido aos ideais do


liberalismo, sem, contudo, abandonar a necessidade de sociabilidade dos
bens essenciais, a fim de se garantir a dignidade da pessoa humana.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
Caracteriza-se numa nova concepção para a presença do Estado na
economia, como ente garantidor e regulador da atividade econômica, que
volta a se basear na livre-iniciativa e na liberdade de mercado, bem como
na desestatização das atividades econômicas e redução sistemática dos
encargos sociais, com o objectivo de se garantir equilíbrio nas contas
públicas.

Para a salutar manutenção da Ordem Econômica, evitando a


concentração de poder econômico e seu uso abusivo, necessário se faz
que o Estado fomente a livre-concorrência, por meio de políticas que
assegurem a participação e permanência de todos os agentes
concorrentes entre si em seus respectivos mercados.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico

No plano jurídico, fundamenta-se no princípio da subsidiariedade, no qual


o Poder Público somente irá concentrar seus esforços nas áreas nas
quais a iniciativa privada, por si, não consiga alcançar o interesse coletivo.

A iniciativa de exploração das atividades econômicas retorna à iniciativa


privada, a qual irá realizá-la dentro de um conjunto de planejamento
estatal previamente normatizado, com o objectivo de conduzir o mercado
à realização e consecução de metas socialmente desejáveis, que irão
garantir o desenvolvimento socioeconômico da Nação.
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
1.6 Critérios de apreciação da intervenção dos poderes públicos

O conteúdo da intervenção dos poderes públicos ser apreciada segundo


vários critérios:
a) Intervenções globais, sectoriais e pontuais ou avulsas

 Intervenções globais: Quando o Estado adopta normas gerais de


fixação de margens de comercialização ou de encorajamento do
investimento global, a intervenção relaciona-se com a economia no
seu conjunto;
 Intervenções sectoriais: Quando o Estado adopta medidas de
organização e disciplina de determinado sector da produção, temos
intervenções sectoriais;
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
 Intervenções pontuais ou de carácter avulso: Quando o Estado
determina a intervenção ou desintervenção de uma empresa ou
celebra com ela um contrato-programa.

b) Intervenções imediatas e mediatas

 Intervenções imediatas: Quando os poderes públicos intervêm


directamente na economia, ou quando prosseguem objectivos
directamente económicos. Ex.: actuação das empresas pública;

 Intervenções mediatas: Quando as suas medidas não têm apenas


objectivos económicos, repercutindo-se sobre a economia, Ex.:
medidas de política fiscal, operações de open market, bonificação de
juros ou abertura de linhas de crédito para o sector social
1 Introdução ao Estudo do Direito Económico
c) Intervenções unilaterais e bilaterais

 Intervenções unilaterais: Quando o Estado proibi ou autoriza certas


actividades em determinados sectores;

 Intervenções bilaterais: quando o Estado intervém por via de


contratos, ou seja, uma intervenção concertada;

d) Intervenção directa e indirecta

 Intervenção directa: quando é o próprio Estado que assume o papel


de agente produtivo, criando empresas públicas ou controlando
sociedades comerciais;

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