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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Estado Regulador

Discentes:

Acaina Aizeque

Helena José Simango

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 4° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

Estado Regulador

Discentes:

Acaina Aizeque

Helena José Simango

Docente:

Dr. Ironeu Anderson Pina

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 4° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
Índice

1. Introdução...........................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral................................................................................................................5

1.2. Objectivos específicos.....................................................................................................5

1.3. Metodologia....................................................................................................................5

2. Enquadramento conceptual.................................................................................................6

2.1. Regulação económica......................................................................................................6

3. O Estado Regulador da Economia......................................................................................6

4. Âmbito................................................................................................................................7

5. Tipos de Regulação.............................................................................................................8

5.1. Regulação restritiva dos comportamentos dos agentes económicos...............................8

5.2. Regulação incentivadora dos comportamentos dos agentes económicos.......................9

5.3. Procedimentos de Regulação Pública da Economia.......................................................9

5.3.1. Procedimentos unilaterais............................................................................................9

5.3.2. Procedimentos negociados..........................................................................................9

5.3.2.1. Concentrações Económicas...................................................................................10

5.4. Principais áreas da regulação Publica económica.........................................................11

5.4.1. Regulação de natureza Geral.....................................................................................11

6. Conclusão..........................................................................................................................12

7. Referencias Bibliográficas................................................................................................13
1. Introdução

No presente trabalho, pretendemos discorrer em prol da temática relativa ao Estado como


regulado da economia, temática esta de estrema importância na lecionação dos cursos de
Direito, devido a sua relevância nos tempos actuais em que vários Estados têm abandonado o
seu papel de Intervenção direta na produção de bens e serviços, assumindo para si o papel de
Estado Regulador, de modo a garantir a coexistência dos agentes económicos que então
assumem a tarefa de produção e distribuição com vista a alcançar os objetivos do Estado.

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1.1. Objectivo geral
 Compreender o processo da regulação económica em Moçambique;

1.2. Objectivos específicos


 Caracterizar a regulamentação económica;
 Descrever o Estado como o agente regulador da económica;
 Explicar o âmbito.

1.3. Metodologia

O trabalho cingiu-se na pesquisa bibliográfica e técnica documental.

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2. Enquadramento conceptual
2.1. Regulação económica

A regulação económica consiste fundamentalmente na formulação, implementação e


efetivação de regras para a atividade económica, destinadas a garantir o seu funcionamento
equilibrado, de acordo com determinados objetivos públicos.

Segundo VITAL MOREIRA a noção de regulação compreende duas ideias básicas:


submeter a atividade económica a regras ou normas de conduta (regular é antes de mais
estabelecer regras – regulae em Latim); Assegurar o funcionamento regular da economia, em
termos de estabilidade e previsibilidade.

Nas palavras de E. Paz Ferreira e Luís Morais 1, a regulação económica consiste na


«intervenção indireta na atividade económica produtiva – indireta, porque se exclui a
participação pública direta na atividade empresarial – incorporando algum tipo de
condicionamento ou coordenação daquela atividade e das condições do seu exercício, visando
garantir o funcionamento equilibrado da mesma atividade em função de determinado objetivo
público».

3. O Estado Regulador da Economia

A questão do Estado como Regulador da economia, de forma genérica, deriva do


movimento de redução da atuação do Estado na produção de bens e serviços que tem-se
verificado em quase todo o mundo devido as diversas contestações da intervenção direta do
Estado, sendo que consequentemente o Estado passa a concentrar-se no seu papel de
regulador da economia.

A regulação não se justifica a si mesma. Tal como toda a ação legislativa e


administrativa num Estado constitucional-democrático, também a função reguladora visa
defender e realizar o interesse público, tal como definido pelo legislador. Antes de mais,
trata-se de ordenar o funcionamento da economia, em nome da estabilidade e da eficiência.

Em termos conceptuais define-se a regulação pública da economia como sendo o


conjunto de medidas legislativas, administrativas e convencionadas através dos quais o
Estado determina, controla ou influencia o comportamento dos agentes económicos.

1
Eduardo Paz Ferreira e Luís Morais (edts.), Regulação em Portugal: Novos tempos, novo modelo? Coimbra:
Almedina, 2009, p. 22.

6
Em outras palavras, deve entender-se a regulação como a intervenção estadual na
economia por outras formas que não a participação direta na atividade económica,
equivalendo, portanto, ao condicionamento, coordenação e disciplina da atividade
económica, ou seja dos agentes económicos.

A Razão de ser desta regulação de forma abstrata é permitir que em face a fraca
intervenção direta do Estado, e massiva atuação dos agentes económicos privados na
produção de serviços e bens, não haja atuações de uns e outros, que não permitam a
coexistências destes mesmos agentes económicos, o que pode ser extremamente prejudicial
ao alcance dos objetivos do Estado, mormente a eficácia, na produção, distribuição, com vista
a garantir a felicidade do cidadão (Bem Estar Social).

Historicamente segundo VITAL MOREIRA, os últimos dois séculos oferecem três


modelos típicos de relação entre o Estado e a economia no contexto da economia de mercado,
baseada na iniciativa privada e na concorrência, anda que o primeiro modelo é o do Estado
abstencionista, correspondente ao liberalismo económico, em que o Estado se abstinha de
qualquer intervenção na esfera económica, e o principal mandamento eram a absoluta
separação entre o Estado e a economia.

O segundo modelo é o do Estado intervencionista, que predominou na Europa entre a I


Guerra Mundial e os anos 80 do século passado, caracterizado por uma extensa e intensa
presença do Estado na economia, já como agente económico, produtor de bens e prestador de
serviço. Situação essa que também caracterizou a o Estado Moçambicano no período
imediatamente posterior a independência nacional com a constituição de 1975 e com o
processo de nacionalizações.

O terceiro modelo é o do Estado regulador, estabelecido nos Estados Unidos desde os


anos trinta do século XX e na Europa desde os anos oitenta do mesmo século, em que o
Estado abdica em princípio de participação direta na atividade económica, mas desempenha
um papel de regulador mais ou menos extenso da atividade económica privada.

4. Âmbito

Sob ponto de vista territorial, a regulação económica do Estado pode ter um âmbito
mundial, regional, nacional ou local visto que a economia pode ser regulada por normas de
origem internacional, regional ou nacional, sendo que no nosso estudo iremos nos focar na

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regulação regional ou nacional, por tratar-se de uma análise virada a ordem jurídica interna
do nosso país.

Sob ponto de vista matéria, a regulação pública da economia poderá ser global, quando esta
destina-se a regular a economia; sectorial, quando destinada a regulação de determinados
sectores; e por fim pontual, quando destinada à uma determinada empresa.

Objetivos

O Estado ao Regular a economia visa prosseguir ou alcançar os seguintes objetivos:

 Garantir o Respeito pelas regras da concorrência;


 Alcançar a Eficácia na produção, distribuição e o bem-estar social;
 Evitar comportamentos, por parte dos agentes económicos, que sejam lesivos aos
interesses socialmente legítimos e orientá-los em direção aos interesses socialmente
desejáveis.
Ex: Proibir práticas de concorrência desleal atos contrários aos usos e costumes
da actividade industrial, comercial ou de serviços (Artigo 213 do código da
propriedade industrial);
 Modificar o comportamento dos agentes económicos em relação ao que seria tal
comportamento se estivessem sujeitos às leis do mercado;
 Orientar a actuação dos agentes económicos de forma planificada pelo Estado
contribuindo desta forma para o alcance dos objectivos do Estado.

5. Tipos de Regulação

São essencialmente dois os tipos de regulação pública da economia:

5.1. Regulação restritiva dos comportamentos dos agentes económicos

Na regulação restritiva dos comportamentos dos agentes económicos o Estado restringe


ou condiciona o acesso ou a organização ou o exercício de determinadas atividades,
proibindo, condicionando ou sancionando determinadas condutas.

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5.2. Regulação incentivadora dos comportamentos dos agentes económicos

Na regulação incentivadora dos comportamentos dos agentes económicos o Estado


concede incentivos ou apoios aos agentes económicos que desenvolvam determinadas
atividades com o objetivo de conduzir ou influenciar os agentes económicos a adotar
comportamentos que contribuam para a realização das políticas económicas e sociais do
Estado ou para o alcance dos objetivos económicos do Estado, a titulo exemplificado temos
as situações em que o Estado, com vista a incentivar determinados agentes económicos a
investirem num determinado sector da economia, decide por meio da regulação emanar
normas que atribuem benefícios fiscais a todos os que se prontificarem a investir naquele
sector.

5.3. Procedimentos de Regulação Pública da Economia

Na regulação pública da Economia pode ser adotado um dos seguintes procedimentos:

5.3.1. Procedimentos unilaterais

Segundo CARLOS SANTOS2 Trata-se de medidas imperativas, de natureza legislativa


e/ou administrativa, de âmbito geral ou individual, limitadoras da liberdade dos agentes
económicos ou dando-lhes algumas vantagens condicionadas a determinados
comportamentos.

Desta forma podemos dizer que nos procedimentos unilaterais o Estado recorre à
medidas imperativas de natureza legislativa ou administrativa influenciando, condicionando
ou proibindo determinados comportamentos dos agentes económicos sem que haja nenhuma
negociação ou aceitação por parte dos agentes económicos visados por tais medidas
imperativas ou condicionantes.

Ex: Actos de controlo; aplicação de sanções de natureza civil, administrativa ou penal.

5.3.2. Procedimentos negociados

Segundo CARLOS SANTOS 3 Trata-se da crescente privatização dos instrumentos de


regulação económica da Administração complementando ou substituindo os actos

2
SANTOS, Carlos, Antonio, o objeto do Direito Economico, 70.
3
SANTOS, Carlos, Antonio, ibidem 71.

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administrativos unilaterais por acordos de incitação ou de colaboração com os destinatários
da regulação.

Desta forma podemos dizer que nos procedimentos negociados ocorre o contrario dos
procedimentos unilaterais, sendo que o Estado, antes de per si fazer vigorar uma determinada
regulação, procura previamente negociar ou obter a adesão dos que serão afetados pela
medida à tal regulação.

Os procedimentos negociados mais comuns são a concertação económica, que


constituem o meio através do qual se fixa o salário mínimo, e os contratos económicos.

5.3.2.1. Concentrações Económicas

Designa um processo, institucionalizado ou não, de definição de medidas de política


económica e social mediante a negociação entre o Estado e os representantes dos interesses
afetados por essas medidas.

As organizações patronais e sindicais são os parceiros típicos dos acordos de


concertação, mas pode haver outros, como os dos consumidores com os fabricantes e ou
distribuidores.

A sua autonomia e natureza jurídica não são muito claras. Estão próximos dos
contratos económicos, dos acordos políticos ou de processos de consulta.

Podem ter, por âmbito, políticas globais (controlo da inflação), sectoriais


(reestruturação de um sector em crise) ou aplicar-se mesmo a uma só empresa.

As Principais modalidades de concertação social são:

Pactos tripartidos – Elaboração Pactos ou acordos de âmbito nacional (governo,


organizações patronato, sindicatos para a elaboração de contratos coletivos de trabalho) de
natureza politica, não diretamente vinculados. Esta forma de concentração envolvem não
apenas o domínio social, mas também o económico, na medida em que serve de instrumento
para atingir os objetivos da política económica.

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5.4. Principais áreas da regulação Publica económica
5.4.1. Regulação de natureza Geral

A CRM prevê um conjunto de tarefas de regulação pública em matéria de organização


económica, mormente: O Estado lhe é atribuído a tarefa dos direitos fundamentais, em
especial os que constituem direitos a Acão positiva por parte do Estado – Prevenção dos
Recursos naturais (Artig 98 CRM); o equilíbrio ecológico e a conservação e prevenção do
meio ambiente (art 90 da CRM); assegurar a participação de todos os agentes económicos na
definição e execução das principais medidas económicas e sociais.

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6. Conclusão

Feitas as investigações relativamente a esta temática a que nos foi desafiados a


desenvolver os aspetos essenciais do Estado regulador da economia, podemos constatar que
para que o Estado possa alcançar os seus objetivos em face aos atuais tempos em que
acompanhamos uma fraca intervenção direta do Estado, ate porque é o mais conveniente, e
massiva atuação dos agentes económicos privados na produção de serviços e bens através das
privatizações, o Estado, de modo a garantir que não hajam comportamentos lesivos aos
demais agentes económicos, e garantir um bom funcionamento do mercado, assume para si o
papel de regulador da economia. Situação essa que consideramos a mais acertada, pois
possibilita o alcance da eficácia económica, assim também como o bem estar social.

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7. Referencias Bibliográficas

Eduardo Paz Ferreira e Luís Morais (edts.), Regulação em Portugal: Novos tempos, novo
modelo? Coimbra: Almedina, 2009;

SANTOS, Carlos, Antonio, o objeto do Direito Economico, Universidade de Coimbra,


Faculdade de Direito.

MOREIRA, Vital, Provas de agregação

Legislação:

 Decreto n.° 31/2001 de 6 de Novembro


 Decreto n.° 43/2017 de 11 de Agosto
 Lei n.° 1 /92 de 3 de janeiro.

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