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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA

Realizado por:
Euripedes Josué
Herdinato Joaquim
Marta Elija Paulo
Paula Chin Nelson

Docente:
Dr. Abias Armando

LICENCIATURA EM DIREITO
2ºANO – LABORAL - 4° GRUPO
CADEIRA: DIREITO ADMINISTRATIVO
Chimoio, 2022
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA

Realizado por:
Euripedes Josué
Herdinato Joaquim
Marta Elija Paulo
Paula Chin Nelson

Docente:
Dr. Abias Armando

LICENCIATURA EM DIREITO
2ºANO – LABORAL - 4° GRUPO
CADEIRA: DIREITO ADMINISTRATIVO
Chimoio, 2022
Índice pág.

Capítulo 1 – Introdução..............................................................................................................4

1. Objectivos.......................................................................................................................5

1.1. Objectivo Geral........................................................................................................5

1.2. Objectivos Específicos.............................................................................................5

1.3. Metodologia de Investigação...................................................................................5

Capítulo 2 – Desenvolvimento...................................................................................................6

2. Responsabilidade Civil da Administração Pública.........................................................6

2.1. Responsabilidade.....................................................................................................7

2.2. A Responsabilidade civil do Estado........................................................................7

2.3. Evolução histórica da responsabilidade civil...........................................................7

2.4. Espécies da responsabilidade civil...........................................................................8

2.4.1. Responsabilidade Civil Objectiva....................................................................9

2.4.2. Responsabilidade Civil Subjectiva...................................................................9

2.4.3. Responsabilidade Civil Contratual.................................................................10

2.4.4. Responsabilidade Civil Extracontratual.........................................................11

2.5. Terorias da Responsabilidade Civil.......................................................................11

2.5.1. Irresponsabilidade do Estado..........................................................................11

2.5.2. Teoria da Culpa Administrativa.....................................................................11

2.5.3. Teoria do Risco Administrativo.....................................................................12

2.5.4. Teoria do Risco Integral.................................................................................12

2.6. Excludentes de Responsabilidade..........................................................................12


Conclusão.................................................................................................................................13

Referências...............................................................................................................................14
Capítulo 1 – Introdução

O presente trabalho visa abordar acerca da Responsabilidade Civil da Administração Pública.

A responsabilidade civil da administração pública em Moçambique é um tema importante no


Direito Administrativo. De acordo com o documento encontrado em, a responsabilidade civil
da Administração Pública é a obrigação que o Estado tem de indemnizar os danos
patrimoniais ou morais que seus agentes, actuando em seu nome, causam a terceiros.

O mesmo documento também menciona que a responsabilidade civil da Administração


Pública é regulada pelo Código Civil de Moçambique. O Código Civil de Moçambique pode
ser encontrado em. O artigo 165º do Código Civil de Moçambique estabelece que as pessoas
coletivas respondem civilmente pelos actos ou omissões dos seus representantes, agentes ou
mandatários nos mesmos termos em que os comitentes respondem pelos actos ou omissões
dos seus comissários.

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1. Objectivos
1.1. Objectivo Geral
 Estudar a Responsabilidade Civil da Administração Pública

1.2. Objectivos Específicos


 Caracterizar o termo Responsabilidade;
 Esboçar as espécies de Responsabilidade;
 Destacar as Teorias da Responsabilidade Civil da Administração;

1.3. Metodologia de Investigação

Para a execução do presente trabalho recorreu-se a:

 NFSAP – Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública


(Decreto 30/2001 de 15 de Outubro)
 Código Civil
 Pesquisa bibliográfica – segundo Lakatos e Marconi (2003 p. 183), a pesquisa
bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto,
mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.

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Capítulo 2 – Desenvolvimento

2. Responsabilidade Civil da Administração Pública

No campo do Direito, verifica-se a existência de uma tríplice responsabilidade:

 A administrativa,
 A penal e
 A civil,

Inconfundíveis, independentes entre si e, eventualmente, cumuláveis.

 Responsabilidade Administrativa - resumidamente, resulta de infrações a normas


administrativas;
 Responsabilidade Penal - decorre da prática de crimes e contravenções tipificadas na
lei penal;
 Responsabilidade Civil - Decorre de infrações a normas de direito civil, gerando para
o infrator a obrigação de reparar o dano ou de ressarcir o prejuízo causado a outrem.

A responsabilidade do Estado como pessoa jurídica é sempre civil. Esta tem como
pressuposto a ocorrência de um prejuízo.

A sanção aplicável no caso de responsabilidade civil é a indemnização.

2.1. Responsabilidade

O termo responsabilidade é Dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude de


contrato, seja em face de facto ou omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer a prestação
convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são impostas. Onde quer, portanto,
que haja obrigação de fazer, dar ou não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, de suportar
sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude da qual se exige a satisfação
ou o cumprimento da obrigação ou da sanção.

É a responsabilidade civil, ou obrigação de indemnizar, que compele o causador a arcar com


as consequências advindas da acção violadora, ressarcindo os prejuízos de ordem moral ou
patrimonial, decorrente de facto ilícito próprio, ou de outrem a ele relacionado.

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2.2. A Responsabilidade civil do Estado

A responsabilidade Civil do Estado como define Celso António Bandeira de Melo, entende-
se por responsabilidade Civil do Estado como a obrigação do Estado reparar economicamente
os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que sejam imputáveis em
decorrência de comportamentos unilaterais lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos,
materiais ou jurídicos.

2.3. Evolução histórica da responsabilidade civil

A responsabilidade civil é matéria viva e dinâmica que constantemente se renova de modo


que, a cada momento, surgem novas teses jurídicas a fim de atender às necessidades sociais
emergentes. A responsabilidade civil é o instituto de direito civil que teve maior
desenvolvimento nos últimos 100 anos. Este instituto sofreu uma evolução pluridimensional,
tendo em vista que sua expansão se deu quanto a sua história, a seus fundamentos, a sua área
de incidência e a sua profundidade.

O conceito de responsabilidade, em reparar o dano injustamente causado, por ser próprio da


natureza humana, sempre existiu. A forma de reparação deste dano, entretanto, foi
transformando-se ao longo do tempo, sofrendo desta forma uma evolução.

Conforme a doutrina maioritária leciona, a maior evolução do instituto ocorreu com o


advento da Lex Aquilia, que deu origem a denominação da responsabilidade civil delitual ou
extracontratual, que é também chamada de responsabilidade aquilina. Como ensina Pablo
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho: Um marco na evolução histórica da
responsabilidade civil se dá, porém, com a edição da Lex Aquilia, cuja importância foi tão
grande que deu nome a nova designação da responsabilidade civil delitual ou extracontratual.

Esta legislação destacou-se por trazer a substituição da multa fixa por uma pena proporcional
ao dano causado.

A indemnização permanecia substituindo o carácter da pena, sendo que os textos relactivos a


acções de responsabilidade se espraiaram de tal forma que, em último grau do direito romano,
já não mais faziam menção apenas aos danos materiais, mas também aos danos morais.

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Na legislação francesa, mais precisamente no Código Civil de Napoleão, a culpa foi inserida
como pressuposto da responsabilidade civil aquiliana, influenciando diversas legislações, até
mesmo o Código Civil Moçambicano.

2.4. Espécies da responsabilidade civil

A responsabilidade civil costuma ser classificada pela doutrina em razão da culpa e quanto a
natureza jurídica da norma violada.

Quanto ao primeiro critério a responsabilidade é dividida em objectiva e subjectiva. Em razão


do segundo critério ela pode ser dividida em responsabilidade contratual e extracontratual.

2.4.1. Responsabilidade Civil Objectiva

A Administração Pública responde pela conduta dos seus agentes dos seus órgãos e
instituições de que resulte danos a terceiros, nos mesmos termos da responsabilidade civil do
Estado, sem prejuízo do seu direito de regresso, conforme as disposições do Código Civil.1

Esse dispositivo regula a responsabilidade objectiva da Administração, na modalidade risco


administrativo, pelos danos causados por actuação de seus agentes. Não alcança os danos
ocasionados por omissão da Administração Pública, cuja indemnização, se cabível, é
regulada pela teoria da culpa administrativa.

O dispositivo se aplica a todas as pessoas jurídicas de direito público, o que inclui a


Administração Direta, as autarquias e as fundações públicas de direito público,
independentemente de suas actividades. Alcança, também, todas as pessoas jurídicas de
direito privado prestadores de serviço públicos, o que inclui as empresas públicas e as
sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, fundações públicas de direito
privado que prestem serviços públicos, e também as pessoas privadas delegatárias de serviços
públicos, não integrantes da Administração Pública (as concessionárias, permissionárias e
autorizadas de serviços públicos). Não inclui as empresas públicas e sociedades de economia
mista exploradoras de actividade econômica.

O Estado e demais pessoas colectivas públicas, quando haja danos causados a terceiro pelos
seus órgãos, agentes ou representantes no exercício de actividade de Gestão Privada,

1
Art. 13 do Decreto n.º 30/2001 de 15 de Outubro

9
respondem civilmente por esses danos nos termos em que os comitentes respondem pelos
danos causados pelos seus comissários.2

2.4.2. Responsabilidade Civil Subjectiva

Denomina-se responsabilidade civil subjectiva aquela causada por conduta culposa lato
sensu, que envolve a culpa stricto sensu e o dolo. A culpa (stricto sensu) caracteriza-se
quando o agente causador do dano praticar o acto com negligência ou imprudência. Já o dolo
é a vontade conscientemente dirigida à produção do resultado ilícito.

Até determinado momento da história a responsabilidade civil subjectiva foi suficiente para a
resolução de todos os casos. Contudo, com o passar do tempo, tanto a doutrina quanto a
jurisprudência passaram a entender que este modelo de responsabilidade, baseado na culpa
não era suficiente para solucionar todos os casos existentes. Este declínio da responsabilidade
civil subjectiva se deu principalmente em função da evolução da sociedade industrial e o
consequente aumento dos riscos de acidentes de trabalho.

A necessidade de maior protecção a vítima fez nascer a culpa presumida, de sorte a inverter o
ónus da prova e solucionar a grande dificuldade daquele que sofreu um dano demonstrar a
culpa do responsável pela acção ou omissão, o próximo passo foi desconsiderar a culpa como
elemento indispensável, nos casos expressos em lei, surgindo a responsabilidade objectiva,
quando então não se indaga se o acto é culpável”

Nesse contexto surge a denominada responsabilidade civil objectiva, que prescinde da culpa.
A teoria do risco é o fundamente dessa espécie de responsabilidade, sendo resumida por
Sérgio Cavalieri nas seguintes palavras: De acordo com Cavalieri Filho Todo prejuízo deve
ser atribuído ao seu autor e reparado por quem o causou independente de ter ou não agido
com culpa. Resolve-se o problema na relação de nexo de causalidade, dispensável qualquer
juízo de valor sobre a culpa.3

Por fim, em relação à afirmativa de que a responsabilidade civil da Administração, no caso de


danos ensejados por omissão (má prestação de serviço público, ou seja falta ou falha do
serviço), é do tipo subjetiva, na modalidade culpa administrativa, vale ainda uma observação
acerca do dano nuclear.

2
Art. 501° do Código Civil
3
Cavalieri Filho, 2010.

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2.4.3. Responsabilidade Civil Contratual

Na responsabilidade civil contratual, o dano em decorrência da celebração ou da execução de


um contrato, o dever violado é oriundo ou de um contrato ou de um negócio jurídico
unilateral. Se duas pessoas celebram um contrato, tornam-se responsáveis por cumprir as
obrigações que convencionaram. Acerca da responsabilidade por actos unilaterais de vontade
César Fiúza expõe que: A responsabilidade por actos unilaterais de vontade, como a
promessa de recompensa é também contratual, por assemelhação, uma vez que os actos
unilaterais só geram efeitos e, portanto, responsabilidade, após se bilateralizarem, Se um
indivíduo promete pagar uma recompensa a que lhe restitui os documentos perdidos, só será
efectivamente responsável, se e quando alguém encontrar e restituir os documentos, ou seja,
depois da bilaterização da promessa.

2.4.4. Responsabilidade Civil Extracontratual

Já a responsabilidade propriamente dita, a extracontratual, que também é denominada de


aquiliana, tem por fonte deveres jurídicos originados da lei ou do ordenamento jurídico
considerado como um todo. O dever jurídico violado não está previsto em nenhum contrato e
sem existir qualquer relação jurídica anterior entre o lesante e a vítima; o exemplo mais
comum na doutrina é o clássico caso da obrigação de reparar os danos oriundos de acidente
entre veículos.

Esta categoria de responsabilidade civil – que visa a repararação dos danos decorrentes da
violação de deveres gerais de respeito pela pessoa e bens alheios – costuma ser denominada
de responsabilidade em sentido estrito ou técnico ou, ainda, responsabilidade civil geral.

Na prática, tanto a responsabilidade contratual como a extracontratual dão ensejo à mesma


consequência jurídica: a obrigação de reparar o dano. Desta forma, aquele que, mediante
conduta voluntária, transgredir um dever jurídico, existindo ou não negócio jurídico,
causando dano a outrem, deverá repará-lo.

2.5. Terorias da Responsabilidade Civil


2.5.1. Irresponsabilidade do Estado

Na época dos Estados absolutistas, a ideia que prevaleceu era a de que o Estado não tinha
qualquer responsabilidade pelos actos praticados por seus agentes.

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Com o advento do Estado de Direito, a teoria da irresponsabilidade estatal perdeu espaço,
passando-se a admitir a responsabilidade civil do Estado

Após o abandono da teoria da irresponsabilidade do Estado, surge a doutrina da


responsabilidade estatal no caso de ação culposa de seu agente.

2.5.2. Teoria da Culpa Administrativa

Procurava desvincular a responsabilidade do Estado da ideia de culpa do agente estatal.


Passou-se a falar em culpa do serviço público, em que o terceiro lesado não precisava
identificar o agente estatal causador do dano.

A culpa administrativa ocorre quando:

 O serviço não existe (inexistência do serviço);


 Mau funcionamento do serviço (o serviço existe, porém não funcionou bem); ou
 Retardamento do serviço (o serviço existe, funciona bem, porém atrasou-se).

2.5.3. Teoria do Risco Administrativo

Pela teoria do risco administrativo, o Estado tem o dever de indemnizar o dano causado ao
particular, independentemente de falta do serviço ou de culpa dos agentes públicos.

Na teoria do risco administrativo permite-se que o Estado comprove a culpa do pretenso


lesado, de forma a eximir o erário, integral ou parcialmente, do dever de indemnizar.

2.5.4. Teoria do Risco Integral

O Estado funciona como “segurador universal”, sendo obrigado a indemnizar os prejuízos


suportados por terceiros, ainda que resultantes da culpa exclusiva da vítima ou de caso
fortuito ou força maior.

2.6. Excludentes de Responsabilidade

O princípio da responsabilidade civil da Administração não se reveste de caráter absoluto.

Diante de determinadas situações admite-se o abrandamento e às vezes a exclusão da


responsabilidade civil do Estado.

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 Excludentes de Culpa
 Culpa atribuível, total ou parcialmente, à própria vítima;
 Precisa comprovar que o prejudicado foi o único culpado pelo resultado danoso.
 Caso fortuito e força maior;
 Factos imprevisíveis, não imputáveis à Administração.
 Facto exclusivo de terceiros.
 Não há como imputar atuação direta ao Estado, portanto, não há como responsabilizá-
lo.

Nos casos acima, falta o nexo de causalidade entre a acção/omissão estatal e o dano.

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Conclusão

Nesta persquisa conotou-se que por conta da evolução que decorreu ao longo do tempo, com
a transição, principalmente da monarquia para a Democracia houve uma extrema mudança no
âmbito da responsabilização do Estado quando prejudicasse um particular.

Em Moçambique, tendo em vista que é um país democrático está posetivado na CRM, no seu
art. 58 que o Estado tem a responsabilidade de indemnizar à quem ele prejudicar, e a todos é
reconhecido o direito de exigir, nos termos legais, a indemnização pelos prejuízos que forem
causados pela violação dos seus direitos fundamentais.’

Da mesma forma é consagrado também na Norma de Funcionamento dos Serviços da


Administração Pública que, a Administração tem a responsabilidade de responder pelos actos
danosos que os seus agentes causarem a terceiros.

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Referências

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 9ª. Ed, Atlas Editora, São
Paulo, 2010.

Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n° 47344, de 25 de Novembro de 1966.

Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública (Decreto n° 30/2001 de


15 de Outubro)

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