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Noção de fé pública:
2) Dano potencial. Relevância jurídica. Para configurar um crime contra a fé pública deve
haver dano potencial, ou seja, o documento falsificado deve ser capaz de iludir ou enganar
um número indeterminado de pessoas.
a) Potencialidade lesiva;
b) Imitação da verdade.
Sem estes requisitos o fato será atípico, ou será outro crime. Se a falsificação for
grosseira, reconhecível a olho nú (“ictu oculi” ) não caracterizará crime de falso. Não tipifica,
não é fato típico.
3) Dolo. Todos os crimes contra a fé pública são dolosos. Nenhum admite culposa.
Espécies de falso:
a) Falso Material: Diz respeito a forma do documento. = cria documento falso ou altera
documento verdadeiro. Ex.: confecção de diploma falso ou inclui uma cláusula falsa em
contrato verdadeiro;
Artigo 297 C.P. – Público
Artigo 298 C.P.- Particular
c) Falso pessoal: Não se relaciona com pessoa física, mas sim com a qualificação da
pessoa ( nacionalidade, idade, filiação, profissão e etc.)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa.
Tipo objetivo: ( ação linear, ação nuclear, núcleo do tipo, verbo do tipo). Sempre quando se
fala em tipo objetivo devemos lembrar a conduta que se pune, no delito a ser estudado. É o
verbo típico. No caso do artigo 289 a conduta que se pune é falsificar (apresentar como
verdadeiro algo que não é original, dar aparência enganosa a fim de passar por original).
A mera alteração de moeda já configura o crime, não é necessário que se fabrique nova
moeda.
Papel moeda: papel de crédito público que circula como moeda, emitido diretamente pelo
Estado ou por banco legalmente autorizado.
FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA:
Em alguns casos pode tipificar o delito de estelionato e não o artigo 289 do CP, isso se
houver comprovação de que a vítima foi ou poderia ser ludibriada. Exemplo: pessoa
estrangeira, não acostumada com a moeda nacional. ( conforme prevê a Súmula 73 do STJ).
O crime de moeda falsa exige, para sua configuração, que a falsificação não seja
grosseira. A moeda falsificada há de ser apta à circulação como se verdadeira fosse. 2. Se a
falsificação for grosseira a ponto de não ser hábil a ludibriar terceiros, não há crime de
estelionato. 3. A apreensão de nota falsa com valor de cinco reais, em meio a outras notas
verdadeiras, nas circunstâncias fáticas da presente impetração, não cria lesão considerável
ao bem jurídico tutelado, de maneira que a conduta do paciente é atípica” (STF, HC
83.526/CE, Rel. Min. Joaquim Barbosa).
Para tipificar o delito, a conduta pode recair sobre moeda nacional ou estrangeira,
desde que seja de curso legal ( moeda corrente). Falsificar por exemplo, cruzeiro real é
fato atípico.
A mera alteração de moeda já configura o crime, não é necessário que se fabrique nova
moeda.
Ainda sobre o Art. 289, note que, MESMO se tratando de papel moeda de curso no
estrangeiro, a legislação brasileira as protege.
Classificação doutrinária: Crime comum, no que diz respeito aos sujeitos do crime e crime
próprio em seu § 3º; doloso (não há previsão para a modalidade de natureza culposa); de
forma livre; comissivo (podendo ser praticado também por omissão imprópria); instantâneo
de efeitos permanentes; unissubjetivo (pode ser cometido por uma só pessoa);
plurissubsistente (conduta pode ser fracionada, cabe tentativa); não transeunte (que deixa
vestígios).
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
moeda falsa.
A seguir, foi prevista a conduta inversa, de “exportar”, que é retirar do País para o
estrangeiro.
Trocar é a permuta, a troca da moeda falsa por outro objeto, ou até mesmo por outra
moeda falsa.
Ceder equivale a transferir a terceiro a moeda, a qualquer título que não aqueles
anteriormente previstos (vender, trocar).
Para configurar este parágrafo 1º, o agente não falsificou as notas, mas apenas
cometeu uma destas condutas já descritas acima. É tipo misto alternativo.
Note-se que se as condutas deste parágrafo forem praticadas pelo mesmo agente
da falsificação, responderá ele por um único delito, do artigo 289, caput do CP. Neste caso o
parágrafo 1º será mero exaurimento.
Objeto material em todas as condutas é a moeda ou papel moeda que o agente sabe ser
falsa.
Consumação: Com a efetiva prática de uma das ações, sem dependência de outras
consequências. Na conduta “guardar” é crime permanente.
Tentativa: Admite-se
Tipo objetivo: O agente recebeu o dinheiro como se fosse verdadeiro, ignorando sua
falsidade. Mas, embora recebendo a moeda de boa-fé, após estar com esta moeda o agente
restitui à circulação (passa a moeda a outro terceiro de boa-fé), depois de conhecer a
falsidade, ou seja, após ter certeza que é falsa. Se o agente restituir a moeda falsa à própria
pessoa de quem recebera a moeda falsa a conduta é atípica.
Ou seja, se alguém recebe uma moeda, percebe ser falsa e repassa a outro para não
“ficar no prejuízo”, estará cometendo um crime (com pena muito mais branda que o de
falsificação.
Tipo objetivo: Nesta conduta pune-se o funcionário público, diretor, gerente, ou fiscal de
banco emissor da moeda que: a) fabrica; b) emite; c) autoriza a fabricação; d) autoriza a
emissão.
O objeto material é:
a) (I) Moeda com título e peso inferior ao determinado em lei
Titulo é considerado a relação entre o metal fino e total da liga empregada na moeda.
Somente tipifica se o título e o peso forem inferiores, pois se forem superiores será apenas
infração administrativa.
Tentativa: admite-se
Tipo Objetivo: Pune a ação de quem desvia, e faz circular esta moeda, retira de onde estava
guardada e põe em circulação. Para a maioria dos autores não se exige o proveito do agente.
Objeto material: Neste parágrafo 4º não é a moeda falsa ou emitida em excesso, mas a
moeda legal, cuja circulação não estava, ainda autorizada.
Competência : A Constituição Federal, no art. 164, diz que a competência para emitir
moeda é do Banco Central – é uma autarquia federal – há interesse da União no crime da
moeda falsa. Assim, a competência é da Justiça Federal.
PARA RECORDAR:
Tipo objetivo: Sempre quando se fala em tipo objetivo devemos lembrar a conduta que se
pune, no delito a ser estudado. É o verbo típico.
No caso do artigo 291 são várias condutas puníveis: fabricar ( produzir); adquirir (obter
a propriedade; fornecer (ceder); possuir (ter a posse) ou guardar (dar abrigo) qualquer
maquinismo, instrumento ou objeto destinado à falsificação da moeda, como prensas,
matrizes, moldes etc.
Exame pericial: É necessário o exame pericial a propósito de ser inequívoco o destino dos
objetos. O art. 291 do CP é ato preparatório para o art. 289 do CP.
Nem todo papel escrito é documento, como nem todo papel escrito tem força
probante.
Em resumo: Documento é qualquer objeto válido a provar uma verdade (um escrito, uma
pedra, um osso, um fragmento de metal). É qualquer manifestação escrita, de um
pensamento ou de uma vontade, juridicamente relevante.
Características:
a) Forma escrita: Sobre coisa móvel, transportável e transmissível (papel, pergaminho
etc.)
Objeto material: O objeto material, documento em sentido estrito é qualquer escrito com
valor probatório. Art. 232 do CPP.
Nesta hipótese, o documento é formado, criado e emitido por funcionário público, mas seu
conteúdo é relativo à interesses particulares. Ex: escritura pública de transferência de
propriedade imóvel. Responde por falsificação de documento público.
- Lembre-se, a xerox SIMPLES ( não autenticada) não tem valor probatório, por isso não é
documento. Se for autenticada, sim. (art. 232, parágrafo único CPP).
Cópias autenticadas e certidões de servidores públicos são documentos públicos também.
c) Autor determinado: Deve estar identificado por assinatura ou nome. Quando a lei
não faz essa exigência, pelo próprio conteúdo.
A autoria certa a que se refere a lei é daquele de quem o documento deveria ter
emanado, e não o autor da falsidade. A autoria da falsidade é necessária para a condenação
do falsário, mas nada tem a ver com o conceito de documento.
A assinatura em um papel em branco não constitui documento, uma vez que não há
qualquer conteúdo. ( se for preenchida, configura falsificação). O mesmo se diga um relação,
um receita, um recado etc.
e) Relevância jurídica
Para que seja considerado documento, o escrito deve ter o potencial de gerar
consequências no plano jurídico, ou, em outras palavras, deve ter o valor probatório, por, si,
só. Assim, apresentado a alguém, deve ter o condão de fazer prova de seu conteúdo.
f) Dano potencial
Conforme já mencionado, a falsificação não pode ser grosseira. Deve ser capaz de
iludir.
Tipo objetivo: No caso do artigo 297, a falsidade é material, diz respeito à forma de
documento.
São duas as condutas previstas:
Mas qual a diferença entre falsificar parte do documento público e alterar documento
público?
Falsificação total: A falsificação total implica na criação de todo o material escrito que
representa o documento.
Falsificação parcial: A falsificação parcial significa que houve uma criação de uma parte
falsa do documento público verdadeiro ( ter o espelho e preencher com dados falsos), a qual
pode dele ser individualizada.
Tentativa: admite-se, pois, apesar de ser crime formal, é possível que o agente seja
surpreendido no momento em que está iniciando a falsificação.
EXAME PERICIAL: No crime de falsidade material, que é infração que deixa vestígios, torna-se
indispensável o exame de corpo de delito para a prova de materialidade. Neste caso o juiz
instaura um incidente de falsidade e determina a realização de um exame pericial. Esse
exame pericial, feito com a finalidade de verificar a autenticidade do documento, chama-se
exame documentoscópico.
Sempre que possível deverá ser elaborado também exame grafotécnico, com a
finalidade de constatar a autoria da assinatura e dos dizeres do documento, mediante
comparação com o material fornecido durante o inquérito policial pelo indiciado.
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O STJ editou a Súmula 104, cujo texto literal se lê: “compete a justiça
estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento
falso relativo a estabelecimento particular de ensino”.
Se o agente é funcionário público (ver art. 327 do CP), e comete crime prevalecendo-
se (valendo-se) do cargo, a pena do “Caput” será aumentada da sexta parte.
d) os livros mercantis: utilizados pelos comerciantes para registro dos atos do comércio. Ex
balancete; livro Diário, Livro Caixa; Livro Razão; Livro de Registro de Prestação de Serviços;
Livro de Registro de Inventário;
Também é pacífico que o crime de falso fica absorvido pelo de sonegação fiscal.
o
Art. 297 § 3 Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
Objeto Jurídico: A Seguridade Social . Protege a omissão nos documentos acima do nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.
Note-se que o artigo 297 do Código Penal trata de falsidade material, mas no que tange
aos documentos previdenciários (que não são necessariamente públicos) está se falando de
falsidade ideológica, haja vista o nascedouro do documento.
Por esta razão, a sua proteção e tutela merecem uma atenção destacada, de tal forma
que seus recursos sejam distribuídos com justiça e igualdade.
Exemplo, quem anota salário ou período de trabalho que não corresponde aos fatos
incorre no ilícito penal.
Do mesmo modo incide nas penas do crime aquele que insere informação em relação
de pagamento a autônomo, quando a hipótese é de vínculo de emprego, tendo em conta que
os reflexos previdenciários são distintos.
A ideia fundamental é todos os dados tutelados pela norma são relevantes, pois podem
provocar danos tanto à previdência como ao segurado. Não se vislumbra a forma culposa,
mas a tentativa é admissível.
Sujeito Passivo: é o INSS e a pessoa prejudicada com a inserção de dados falsos ou omissão
de tais dados.
O §4º do art. 297 do CP é crime omissivo próprio ou puro, e por tal razão, não admite a
tentativa.
Assim, o § 4º pune a omissão: incorre nas mesmas penas quem omite, nos documentos
mencionados nos incisos I, II e III:
a) nome do segurado e seus dados pessoais;
b) a remuneração;
c) a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
O §4º do art. 297 do CP é crime omissivo próprio ou puro, e por tal razão, não admite a
tentativa. Estas condutas omissivas podem resultar principalmente em exclusão dos direitos
dos segurados perante a Previdência Social.
Competência da falsificação:
A falsificação de documento público é de competência da Justiça estadual.
Porém compete à Justiça federal quando o crime for praticado em detrimento dos bens
da União Exemplo; falsificação de passaporte, autorização de porte de arma de fogo, pois são
emitidos pelo Exército e reservados à Policia Federal.
A Súmula 73 STJ (já mencionada), e súmula 104 do STJ: as duas trazem competência
da Justiça Estadual.
Falso x estelionato
É o caso do cidadão que falsifica documento qualquer, e com este objeto falsificado
pratica estelionato.
O fundamento é que o crime meio é absorvido pelo crime fim, ou seja, se há mais
potencialidade o falso não é absorvido pelo estelionato, e neste caso, trabalharemos com o
concurso de crimes.
Tipo objetivo: No caso do artigo 298, as condutas são iguais ao do artigo 297 do CP, à
exceção do objeto material que é o documento particular.
Objeto material: É o documento particular. É aquele que não é público em si mesmo ou por
equiparação.
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Tentativa: admite-se.
FIGURA EQUIPARADA:
Falsificação de cartão
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a
documento particular o cartão de crédito ou débito.
A alteração no art. 298, com o acréscimo do parágrafo único, teve como objetivo fazer
com que o cartão de crédito ou débito, para fins penais, seja considerado como “documento
particular”.
Se o agente faz a clonagem do cartão e, com ele, realiza saques na conta bancária do
titular, pratica apenas furto mediante fraude, ficando, em princípio, absorvida a falsidade.
De igual sorte, se o sujeito faz a clonagem do cartão e, com ele, realiza compras em
estabelecimentos comerciais incorre em estelionato, sendo absorvida a falsidade, se não
houver mais potencialidade lesiva (Súmula 17 do STJ).
Legislação especial:
A lei 8.137/90 – Crimes contra a ordem tributária, art. 1º, III e IV.
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis,
se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Efeitos da distinção:
Sujeito ativo: qualquer pessoa, não precisando ser necessariamente quem redige o
documento. Se o agente for funcionário público, vide ‘parágrafo único”
A) Omitir declaração que devia constar: Conduta omissiva. O agente elabora um documento
deixando de inserir informações que nele deveria constar.
C) Fazer inserir. O agente vale-se de terceira pessoa para incluir no documento a informação
falsa ou diversa da que deveria constar.
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/falsidade-
ideologica/@@download/image/30-falsidade-ideologica.jpg
A conduta de fazer inserir é praticada por pessoa que não tem a atribuição de elaborar o
documento.
Neste caso, o autor do crime faz (conduz) a pessoa que elabora o documento inserir as
informações falsas ou diversas das que deveriam ter sido escritas.
Tipo subjetivo: dolo. A finalidade do agente deve ser de querer prejudicar direitos, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Ausência destas
finalidades, o fato será atípico.
Só cabe tentativa nas formas comissivas, que fazem referência à ação, em inserir ou
fazer inserir, porque são condutas plurissubsistentes. O verbo omitir é unisubsistente e não
aceita tentativa.
OBSERVAÇÕES NA FALSIDADE:
Para os casos de falsificação de folha em papel em branco já assinada, mas que foi
posteriormente preenchido deve ser verificado como foi obtida:
b) Mas para o caso que existe o preenchimento de maneira diversa sem a prévia
autorização, configura crime na sua modalidade material, ou seja será falsificação
de documento particular.
Aqui não se enquadra apenas o papel em branco que contém apenas a assinatura mas
também aquele que possui um espaço em branco possível de preenchimentos em falso.
* Princípio da especialidade
- Lei 8.137/90 (Crimes contra a ordem tributária), art. 1o, inciso II é um tipo especial de
falsidade ideológica. Incidência de Legislação especial quando a falsificação ou alteração for
nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação
tributável.
* Lei 7.492/86 (Crimes contra o sistema financeiro nacional), art. 9º traz tipo especial de
falsidade ideológica.
É comum confundir e até mesmo pensar que os dois crimes são similares, mas existem
diferenças entre eles.
Exemplos: Em maio de 2020 a Controladoria Geral da União (CGU) apontou que mais de 300
mil servidores públicos federais, municipais e distritais foram incluídos como beneficiários no
auxílio emergencial, uma das medidas do governo para enfretamento da crise da nova corona
vírus. Estes atos podem ser enquadrados em crimes de falsidade ideológica, ou mesmo
estelionato.
Alguns exemplos mais comuns de falsidade ideológica em documentos públicos:
Sujeito ativo: É crime próprio e somente pode ser cometido pelo funcionário que tenha a
atribuição legal para reconhecimento da firma ou letra. Geralmente o tabelião, o oficial do
cartório de registro civil, o escrevente do tabelionato e etc.
a) Firma é a assinatura.
O reconhecimento de firma é o ato pelo qual o tabelião, que tem fé pública, atesta que a
assinatura constante de um documento corresponde àquela da pessoa que a lançou. Ou seja,
é uma declaração pela qual o tabelião confirma a autenticidade ou semelhança da assinatura
de determinada pessoa em um documento.
Não se refere ao teor do documento, mas tão somente à autenticidade da assinatura.
As modalidades de reconhecimento de firma são: reconhecimento de firma por
autenticidade e reconhecimento de firma por semelhança. Em ambos os casos deverá ser
aberto um cartão de assinaturas/ficha de firma
Quanto ao reconhecimento de letra é mais raro, pois trata-se de reconhecer a letra de um
manuscrito de alguém. Normalmente testamento lavrado pelo “de cujus”.
Certidão é a afirmação feita por escrito por pessoa que tenha competência para declarar
conferida por lei, objetivando comprovar ato ou assentamento constante de processo, livro ou
documento que se encontre em repartições públicas. Costumeiramente, vê-se documentos
expedidos por empresas privadas intituladas de Certidão. Ex. fornecer certidão negativa de
débitos condominiais
Figura qualificada. Fim de lucro. § 2º. Aplicada tanto no “caput ou mesmo o parágrafo 1º.
Se o agente atestou ou certificou com o fim de lucro, a pena será, além da pena privativa de
liberdade, aplicada a pena de multa.
Transação: Cabe no “caput” e na sua combinação com o parágrafo único (art. 76 da Lei
9099/95)
Tipo objetivo: A conduta punível é dar (fornecer, entregar) atestado médico falso. Não só o
agente precisa ser médico, com ao conduta, deve ser praticada no exercício da sua profissão.
Dessa forma, se o médico der um atestado de idoneidade a alguém, ainda que falso,
não se configura o delito do art 302 do CP.
Tentativa: admite-se.
Noção: Se o crime é cometido com o fim de lucro. Há especial finalidade de agir, que é
elemento subjetivo do tipo .
Pena: Além da pena privativa de liberdade (do caput”) aplica-se a pena pecuniária.
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção,
salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no
verso do selo ou peça:
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso
do selo ou peça filatélica.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o falsificador. Se o falsificador fizer o uso posterior do
documento falso responderá somente pela falsificação, pois o uso será considerado “ post
factum impunível”. Caracteriza crime quando alguém fizer uso do documento falsificado por
outra pessoa.
Objeto material: São os papéis falsificados ou alterados constantes nos arts. 297 a 302 do
CP, sendo estes uso de documento público ou documento particular falsificados, o papel
onde constar firma ou letra falsamente reconhecida, o atestado ou certidão pública ou,
ainda, o uso de atestado médico falso.
A utilização do documento falso deve ser feita como se este fosse autentico e a
situação envolvida deve ser juridicamente relevante. É indispensável a utilização efetiva do
documento falso, sendo insuficiente a simples alusão.
O mero porte de RG falso não configura o crime porque não foi apresentado pelo
agente. Exceção: Se o documento falso for a Carteira Nacional de Habilitação, o simples
porte caracteriza o crime. Nesse caso, portá-la é “fazer uso”.
Súmula 546 - STJ: "A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso
é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor."
O artigo 307 o Código prevê uma forma de falsidade não mais documental, nem mesmo
material ou ideológica, mas pessoal: ilude alguém a respeito da própria identidade ou da
identidade de terceiro, para obter vantagem ou causar-lhe dano”.
Esta modalidade de falso prevista neste tipo penal não configura condutas constitutivas
de falsidade documental, pois a conduta é diversa da contrafação, adulteração ou inserção de
inverdades em documento verdadeiro, mas de mentir sobre suas próprias qualificações
pessoais ou de terceiro.
Súmula 522 do STJ – "A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade
policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa."
Recurso repetitivo
Tema 646 – "É típica a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade
policial, ainda que em situação de alegada autodefesa (art. 307 do CP)." REsp
1.362.524/MG
Tentativa: admite-se.
Tentativa: Admite-se.
Título X
Dos Crimes Contra a Fé Pública
Capítulo V
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o
acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário
público.
a) o ente público ou privado que deflagrou o certame (exs: União, Estado, Município, a
entidade privada, como o Sebrae, Sesi, a universidade privada, entre outros);
b) os demais candidatos prejudicados pela conduta do agente.
Tipo Objetivo: Pune-se a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito de
tornar público, propagar), indevidamente (sem justo motivo), com o fim de beneficiar a si ou a
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso (abrangendo não
apenas as perguntas e respostas, mas também outros dados secretos que, se utilizados
indevidamente, geram desigualdade na disputa) de:
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior (englobando vestibulares e demais
formas de avaliação seletiva para ingresso no ensino superior, como, por exemplo, a prova do
ENEM);
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei (compreendendo, por exemplo, o exame da
OAB, previsto na Lei 8.906/94).
Conteúdo sigiloso abrange não apenas as questões e os gabaritos, mas todo e qualquer
dado secreto que utilizado indevidamente gere desigualdade na disputa.
Deste modo, configura também o delito do artigo 311-A do Código Penal a conduta de
divulgar, antes do edital do concurso, de forma não pública, vale dizer, apenas para uma ou
algumas pessoas, a bibliografia do concurso, os nomes dos examinadores, a quantidade de
questões que serão cobradas por disciplina, enfim, informações que beneficiem, ainda que em
tese e mesmo que de forma mínima beneficiem, determinados candidatos, por gerarem
tratamento diferenciado.
c) psicotécnicos;
d) exames médicos; concursos para certificações, a exemplo da CNEN (Comissão Nacional de
Energia Nuclear);
e) exames para obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação);
f) processos seletivos públicos para contratação de profissionais para o Sebrae; g) as seleções
para ingresso nos colégios militares e nas escolas técnicas; h) o exame público de habilitação
na função de agente da propriedade industrial do INPI; i) seleção de candidatos à residência
médica ou odontológica. j) Processo seletivo para ingresso no ensino superior – Exemplo:
vestibulares e demais formas de avaliação seletiva para ingresso no ensino superior, como
ocorre com o Exame Nacional de Ensino Médio (famigerado ENEM) e nas avaliações seriadas
(que abrangem provas de todos os anos do ensino médio);
III - Exame ou processo seletivo previstos em lei - abrange exame da OAB, que tem sua
previsão na lei 8.906/94 ou o processo seletivo simplificado para contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 3º,
da Lei 8.745/93).
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio,
o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.
Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de
pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.” Assim responde pelas
mesmas penas quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas a informações mencionadas no caput . No que tange a esta modalidade basta o
dolo, vale dizer, dispensa-se a finalidade especial de beneficiar a si ou outrem ou então
comprometer a credibilidade do certame.
Quando houver dano à Administração Pública não caberá suspensão do processo e será
possível preventiva para o agente primário, pois a pena mínima é de 2 (dois) anos e a máxima
é de 6 (seis) anos e multa.
Deste modo, em princípio, dificilmente essa pena no caso concreto ultrapassará 4 anos.
Assim, como no caso concreto a pena dificilmente ultrapassará 4 anos, e como se trata de
crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa, será cabível na maioria dos casos
penas restritivas de direitos.
BIBLIOGRAFIA