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Disciplina – Criminologia
Professor – Felipe Lima Costa
COMPONENTES DA EQUIPE.
Ayaly Cordeiro F. Menezes
Daniel Carvalho
Gustavo Oliveira das Mercês
Igor Cordeiro Santiago
Luis Adolfo Santos Lima
CRIME DE ESTELIONATO/
CIFRA NEGRA
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1-CRIME DE ESTELIONATO
O estelionato, como um tipo de crime, tem raízes históricas que remontam a muitos
séculos. O termo "estelionato" deriva do latim "stelio," que significa "ladrão" ou
"trapaceiro." A prática de enganar ou fraudar pessoas para obter benefícios financeiros
ou outros recursos tem sido uma parte lamentável da história da humanidade.
O estelionato acontece quando alguém induz outra pessoa ao erro para obter vantagem de
forma ilícita. Essa vantagem normalmente envolve a obtenção de lucros financeiros,
extraídos do patrimônio da vítima.
Este crime está entre os mais comuns praticados no Brasil. Ele é tão conhecido que seu
artigo no Código Penal (171) é bastante famoso. O famoso crime do artigo 171 está
relacionado à aplicação de golpes por meio dos quais os criminosos enganam as vítimas
visando algum tipo de vantagem. Na maioria dos casos, essas vantagens são financeiras
O estelionato, como crime, tem evoluído ao longo do tempo, muitas vezes em resposta às
mudanças na sociedade e na tecnologia. Aqui estão algumas tendências e evoluções gerais
associadas ao estelionato:
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2. *Engenharia Social*: Estelionatários frequentemente usam táticas de engenharia
social para manipular as pessoas e obter informações confidenciais. Isso pode incluir se
passar por alguém de confiança, como um funcionário de uma empresa, para obter acesso
a informações sensíveis.
Essa forma qualificada do crime de estelionato recebe uma pena mais severa. No
estelionato comum, a pena é de 1 a 5 anos de prisão. Já no eletrônico, a pena é de 4 a 8
anos, podendo ser aumentada em casos específicos.
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Obtenção de vantagem ilícita;
Causar prejuízo a outra pessoa;
Uso de artimanha ou meio de ardil;
Enganar alguém ou levá-lo ao erro.
Este é um crime que possui apenas a forma dolosa. Ou seja, sempre há intenção real de
lesar a vítima, não havendo previsão de forma culposa, ou sem intenção de lesar o outro.
O artigo 171 do Código Penal define estelionato como:
“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.”
Porém, uma das formas mais comuns de estelionato acontece atualmente pelos meios
digitais. Os golpistas utilizam meios online para aplicar golpes por meio de links
maliciosos, mensagens falsas, roubos de dados, etc.
Para conseguir essas informações, o golpista se passa por instituições nas quais a vítima
já confia, como seu banco ou uma loja na qual sempre compra. Porém, estelionato digital
é uma forma qualificada do crime de estelionato.
Esses golpes são aplicados com o objetivo de roubar os dados do usuário. Essa técnica é
conhecida como phishing, expressão em inglês que remete ao ato de criar uma “isca” para
a vítima.
Assim, o estelionato virtual acontece quando ela informa seus dados para realizar uma
compra em um site fraudulento. Exemplos de informações roubadas nesse momento são
CPF, endereço, número de cartão de crédito, entre outros.
Este caso é estelionato virtual, pois o autor do site obtém vantagem indevida, causando
prejuízo a outra pessoa. Para isso, utiliza de meio ardil ou artimanha (site falso), o que
por consequência, engana a vítima.
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1.3-PENA PARA ESTELIONATO
A pena para o crime de estelionato é de um a cinco anos de reclusão, além de multa. A
lei determina que o valor da penalidade seja de “quinhentos mil réis a dez contos de réis”.
No processo, o juiz converte esse valor para a moeda atual para penalizar o criminoso
primário que causou prejuízo de pequeno valor. O texto ainda determina que:
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
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§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante
a utilização de servidor mantido fora do território nacional.
Carlos Kaiser
No mundo do futebol, Carlos Kaiser construiu uma carreira de 26 anos como jogador
profissional, passou por vários clubes e países, mas não jogava futebol. O golpista mentia
sobre suas capacidades, convencia os clubes a contratá-lo e fingia ter lesões para não
precisar jogar.
Com isso, Kaiser passou por equipes brasileiras como Flamengo, Bangú e Botafogo, além
de mexicanas, portuguesas e até francesas nos anos 1980.
Elizabeth Holmes
A Theranos foi uma empresa que prometeu revolucionar o diagnóstico de dezenas de
doenças a valores baixos. Com essa promessa, Elizabeth Holmes, a fundadora da
empresa, tornou-se uma das pessoas mais ricas do mundo.
Apesar de a ideia ser ótima, a tecnologia não funcionava. Mesmo assim, muitos
investidores aplicaram seu dinheiro na empresa. Jornalistas desvendaram o golpe,
levando a empresa à falência e mudando a reputação de Elizabeth Holmes de
revolucionária para vigarista.
Galã do Tinder
Renan Augusto Gomes, o “Galã do Tinder”, foi preso em setembro de 2022, após vitimar
mais de cinco mulheres por meio de estelionato sentimental. Uma das vítimas
identificadas relatou prejuízo de mais de R$ 500 mil, começando com empréstimos feitos
pela mulher a Gomes, que prometeu sociedade em uma loja de celulares que nunca
existiu.
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1.5- POR QUE O ESTELIONATO É UM CRIME COMUM?
Estelionato é um crime comum, pois qualquer pessoa pode ser um sujeito ativo desse tipo
de crime. Além disso, qualquer pessoa com discernimento, inclusive pessoas jurídicas,
pode ser sujeito passivo do mesmo.
Formas de estelionato.
Golpe do falso sequestro, em que fingem estar com algum familiar da vítima e pedem
uma quantia em dinheiro, apesar de antigo, muitos ainda caem nesse tipo de golpe;
Golpe do amor e do falso namorado: Estelionato Sentimental.
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edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em relação a 2021, a elevação foi de
38%, o que indica uma média de 208 golpes a cada hora no Brasil.
O expressivo aumento dos casos de estelionato consolida uma nova dinâmica criminal, já
esboçada nos primeiros meses da pandemia, em que criminosos migram das práticas
comuns, e que envolvem mais risco, para o cometimento de crimes a partir de ambientes
virtuais. Prova disso é que não foram apenas os números de estelionatos que aumentaram
no período, mas também o número de roubos ou furtos de celulares (999.223), o que
franqueia acesso a dados pessoais e financeiros. Ao mesmo tempo, outros registros de
crimes contra o patrimônio caíram no período, taxa dos roubos a instituições financeiras
(-21,9%), a estabelecimentos comerciais (-15,6%), a residências (-13,3%), de cargas (-
4,4%) e a transeuntes (-4,4%).
“Os estelionatos cresceram muito ao longo dos últimos anos pela facilidade que esse
crime oferece. O problema é que os golpes virtuais não respeitam fronteiras e podem gerar
grandes ganhos financeiros, o que afeta as pessoas atingidas e as próprias polícias, que
não estão ainda preparadas para enfrentar esse tipo de situação”, observa Renato Sérgio
de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Essas novas
modalidades criminais exigem maiores investimentos na Polícia Civil, que está sem
concursos há vários anos, e que muitas vezes dispõe de pessoal mais velho e sem
formação técnica para enfrentar casos que envolvem tecnologias de última geração. Isso
dificulta muito o combate aos crimes virtuais”.
Estelionato comum
Taxa por 100 mil habitantes
Em 2021, foram 649,9 estelionatos a cada 100 mil habitantes no país. No ano seguinte,
foram 896, um aumento de 37,9%.
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As maiores variações positivas aconteceram nos estados do RJ e de SP (no estado de SP,
para a tipificação de estelionato, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) considera casos
tentados e consumados).
Em 2021, foram 115 estelionatos a cada 100 mil habitantes no país. No ano seguinte,
foram 189,9, um aumento de 65,1%.
Os estados a seguir não tinham ou não disponibilizaram dados sobre estelionato eletrônico
até o fim da pesquisa: Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul e São Paulo.
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CINZA 2021
VERMELHO 2022
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2- CIFRA NEGRA
A cifra negra, em termos criminais, refere-se a crimes que não são relatados, investigados
ou documentados. Isso pode afetar a cronologia de eventos de várias maneiras, pois os
dados sobre esses crimes não estão disponíveis para análise. Por exemplo, ao estudar a
taxa de criminalidade ao longo do tempo, a cifra negra pode distorcer a compreensão real
dos padrões criminais, uma vez que os crimes não relatados não são incluídos nas
estatísticas. Isso pode levar a interpretações errôneas sobre a segurança pública e a
eficácia das políticas criminais. Além disso, a falta de dados precisos sobre a cifra negra
pode dificultar a implementação de medidas preventivas eficazes. Portanto, entender e
abordar a cifra negra é importante para uma análise precisa da criminalidade e para o
desenvolvimento de estratégias adequadas de aplicação da lei e prevenção de crimes.
A cifra negra afeta a política criminal de várias maneiras:
3. Prevenção e Intervenção: Sem dados sobre a cifra negra, pode ser difícil identificar
áreas ou grupos de alto risco que precisam de intervenção preventiva. Isso pode resultar
na falta de programas eficazes de prevenção de crimes.
4. Confiança Pública: A percepção pública da segurança pode ser afetada pela cifra
negra, uma vez que as pessoas podem subestimar ou superestimar a gravidade dos
problemas criminais com base apenas nos dados disponíveis.
Existem várias razões pelas quais a cifra negra ocorre, incluindo o medo de represálias, a
desconfiança nas autoridades, a vergonha de ser vítima de um crime, a falta de
conscientização sobre como relatar crimes e a crença de que a polícia não fará nada a
respeito. A cifra negra pode variar de acordo com o tipo de crime, a região e outros fatores
sociais e culturais.
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Compreender a cifra negra é importante para avaliar com precisão os níveis de
criminalidade, desenvolver políticas de aplicação da lei eficazes e implementar medidas
de prevenção de crimes. Também é relevante para estudiosos, pesquisadores e
formuladores de políticas que desejam entender melhor os padrões criminais e as
tendências sociais relacionadas à criminalidade.
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.doc9.com.br/o-que-e-estelionato/
https://advocaciareis.adv.br/blog/estelionato-entenda-as-
penalidades/#:~:text=Como%20se%20proteger%20contra%20o%20estelionato&text=P
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fi%C3%A1veis.
https://marcojean.com/estelionato/
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1 ao 120). 4. ed.
rev., atual. e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2016.
GILABERTE, Bruno. Crimes contra o patrimônio. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos
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GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. 12. ed. V. 3. Niterói, RJ:
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Método, 2020.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal brasileiro: parte especial, arts. 121 a 249. 8.
ed. rev., atual. e ampl. V. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
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