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Curso Direito

Disciplina – Criminologia
Professor – Felipe Lima Costa

COMPONENTES DA EQUIPE.
Ayaly Cordeiro F. Menezes
Daniel Carvalho
Gustavo Oliveira das Mercês
Igor Cordeiro Santiago
Luis Adolfo Santos Lima

CRIME DE ESTELIONATO/
CIFRA NEGRA

Conceição do Coité, 05/09/2023.

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1-CRIME DE ESTELIONATO

O estelionato, como um tipo de crime, tem raízes históricas que remontam a muitos
séculos. O termo "estelionato" deriva do latim "stelio," que significa "ladrão" ou
"trapaceiro." A prática de enganar ou fraudar pessoas para obter benefícios financeiros
ou outros recursos tem sido uma parte lamentável da história da humanidade.

Em sociedades antigas, golpes eram frequentemente relacionados a práticas comerciais


desonestas, como adulteração de mercadorias ou pesagem falsa em transações comerciais.
Com o tempo, à medida que as sociedades se tornaram mais complexas e as economias
mais desenvolvidas, o estelionato também se sofisticou, envolvendo esquemas
financeiros complexos e fraudes financeiras em grande escala.

O estelionato acontece quando alguém induz outra pessoa ao erro para obter vantagem de
forma ilícita. Essa vantagem normalmente envolve a obtenção de lucros financeiros,
extraídos do patrimônio da vítima.
Este crime está entre os mais comuns praticados no Brasil. Ele é tão conhecido que seu
artigo no Código Penal (171) é bastante famoso. O famoso crime do artigo 171 está
relacionado à aplicação de golpes por meio dos quais os criminosos enganam as vítimas
visando algum tipo de vantagem. Na maioria dos casos, essas vantagens são financeiras

O estelionato pode assumir várias formas ao longo da história, desde esquemas de


pirâmide e trapaças em transações comerciais até falsificação de documentos e roubo de
identidade. As táticas e estratégias utilizadas pelos trapaceiros evoluíram ao longo do
tempo, muitas vezes em resposta às mudanças nas leis e tecnologias.

O surgimento de novas tecnologias, como a impressão, o telefone e a internet, abriu novas


oportunidades para o estelionato se adaptar e evoluir. Hoje, com a era digital, vemos uma
crescente incidência de fraudes online, phishing, esquemas de ransomware e outros tipos
de golpes cibernéticos.

O estelionato é um crime antigo que se adaptou e evoluiu ao longo da história em resposta


às mudanças sociais, econômicas e tecnológicas. O combate a esse tipo de crime envolve
uma combinação de legislação, aplicação da lei, conscientização pública e medidas de
segurança para proteger as pessoas contra fraudes e golpes.

O estelionato, como crime, tem evoluído ao longo do tempo, muitas vezes em resposta às
mudanças na sociedade e na tecnologia. Aqui estão algumas tendências e evoluções gerais
associadas ao estelionato:

1. *Digitalização e Crime Online*: Com o avanço da tecnologia e da internet, muitos


estelionatários migraram para o mundo online. Isso inclui fraudes por e-mail, phishing,
golpes em redes sociais e crimes relacionados à tecnologia, como roubo de informações
pessoais e financeiras.

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2. *Engenharia Social*: Estelionatários frequentemente usam táticas de engenharia
social para manipular as pessoas e obter informações confidenciais. Isso pode incluir se
passar por alguém de confiança, como um funcionário de uma empresa, para obter acesso
a informações sensíveis.

3. *Criptomoedas*: O uso de criptomoedas tornou mais difícil rastrear transações


financeiras, o que pode facilitar certos tipos de estelionato, como esquemas de pirâmide
e fraudes de investimento.
4. *Ataques Cibernéticos*: Estelionatários frequentemente visam empresas e indivíduos
por meio de ataques cibernéticos, como ransomware e fraudes de transferência bancária.
Esses ataques podem resultar em grandes perdas financeiras.

5. *Globalização*: A globalização facilitou a realização de golpes transnacionais, nos


quais estelionatários operam em vários países, tornando a aplicação da lei mais complexa.

6. *Conscientização Pública*: Com a crescente conscientização pública sobre golpes e


fraudes, as pessoas podem estar mais alertas, mas os estelionatários também se adaptam
e desenvolvem táticas mais sofisticadas.

7. *Medidas de Segurança*: Empresas e instituições financeiras implementaram


medidas de segurança mais rigorosas para proteger os clientes, como autenticação em
duas etapas e monitoramento de atividades suspeitas.

8. *Legislação e Aplicação da Lei*: As leis relacionadas ao estelionato estão em


constante evolução para abordar novos tipos de crimes. A aplicação eficaz da lei é
fundamental para deter os estelionatários.

Lembrando que a evolução do estelionato é um tópico amplo e complexo, e as tendências


específicas podem variar de acordo com regiões e contextos. É importante estar ciente
dos riscos e manter a vigilância em relação a possíveis golpes e fraudes. Para ajudar a
coibir essas práticas, a Lei nº 14.155 alterou o Código Penal, criando a Fraude Eletrônica
(§ 2º-A, § 2º-B e § 3º do artigo 171).

Também conhecida como Estelionato Digital, a fraude acontece quando o criminoso


consegue enganar outra pessoa por redes sociais, contatos telefônicos, correio eletrônico
falso ou qualquer outro meio para obter dados confidenciais, como senhas, dados
bancários ou número de cartão de crédito ou débito.

Essa forma qualificada do crime de estelionato recebe uma pena mais severa. No
estelionato comum, a pena é de 1 a 5 anos de prisão. Já no eletrônico, a pena é de 4 a 8
anos, podendo ser aumentada em casos específicos.

1.1- O QUE DIZ A LEI SOBRE O ESTELIONATO?


Para que um crime seja caracterizado como estelionato, ele deve cumprir
obrigatoriamente quatro requisitos:

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Obtenção de vantagem ilícita;
Causar prejuízo a outra pessoa;
Uso de artimanha ou meio de ardil;
Enganar alguém ou levá-lo ao erro.

Este é um crime que possui apenas a forma dolosa. Ou seja, sempre há intenção real de
lesar a vítima, não havendo previsão de forma culposa, ou sem intenção de lesar o outro.
O artigo 171 do Código Penal define estelionato como:
“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.”

1.2 QUAIS CRIMES SE ENQUADRAM COMO ESTELIONATO?


Estelionato é uma palavra que vem do termo em latim stellionatu, que significa uma
prática criminosa que ocorre quando alguém vende, hipoteca ou cede alguma coisa para
mais de uma pessoa, enganando as duas.

Na prática, estelionato é um golpe, e estelionatários são chamados de golpistas que


praticam diferentes ações criminosas. Exemplos disso são quando alguém se apropria de
um bem alheio e vende como se fosse seu, ou quando alguém frauda um objeto que
deveria entregar a outra pessoa.

Porém, uma das formas mais comuns de estelionato acontece atualmente pelos meios
digitais. Os golpistas utilizam meios online para aplicar golpes por meio de links
maliciosos, mensagens falsas, roubos de dados, etc.

Para conseguir essas informações, o golpista se passa por instituições nas quais a vítima
já confia, como seu banco ou uma loja na qual sempre compra. Porém, estelionato digital
é uma forma qualificada do crime de estelionato.

Esses golpes são aplicados com o objetivo de roubar os dados do usuário. Essa técnica é
conhecida como phishing, expressão em inglês que remete ao ato de criar uma “isca” para
a vítima.

Assim, o estelionato virtual acontece quando ela informa seus dados para realizar uma
compra em um site fraudulento. Exemplos de informações roubadas nesse momento são
CPF, endereço, número de cartão de crédito, entre outros.

Este caso é estelionato virtual, pois o autor do site obtém vantagem indevida, causando
prejuízo a outra pessoa. Para isso, utiliza de meio ardil ou artimanha (site falso), o que
por consequência, engana a vítima.

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1.3-PENA PARA ESTELIONATO
A pena para o crime de estelionato é de um a cinco anos de reclusão, além de multa. A
lei determina que o valor da penalidade seja de “quinhentos mil réis a dez contos de réis”.
No processo, o juiz converte esse valor para a moeda atual para penalizar o criminoso
primário que causou prejuízo de pequeno valor. O texto ainda determina que:

“§ 2º – Nas mesmas penas incorre quem:


Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como


própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável,


gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a


alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo,


ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão, ou doença, com o intuito de haver
indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe


frustra o pagamento.”

Também há a definição para o aumento de pena em ⅓ se o crime for cometido contra


entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência. Quanto à fraude eletrônica, a Lei determina que:

“§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida


com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro
por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento,
ou por qualquer outro meio fraudulento análogo.

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§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado
gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante
a utilização de servidor mantido fora do território nacional.

§ 3º – A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade


de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência.”

1.4- EXEMPLOS FAMOSOS DE CASOS DE ESTELIONATO


Golpista vitimou Juliana Paes e outros famosos
O golpista pegava dinheiro de artistas e esportistas famosos, dizendo que aplicaria como
um investimento com promessa de retorno financeiro de até 8% do valor investido ao
mês. O esquema teve como vítimas a atriz Juliana Paes, que perdeu R$ 480 mil, e o ator
Murilo Rosa.

Carlos Kaiser
No mundo do futebol, Carlos Kaiser construiu uma carreira de 26 anos como jogador
profissional, passou por vários clubes e países, mas não jogava futebol. O golpista mentia
sobre suas capacidades, convencia os clubes a contratá-lo e fingia ter lesões para não
precisar jogar.

Com isso, Kaiser passou por equipes brasileiras como Flamengo, Bangú e Botafogo, além
de mexicanas, portuguesas e até francesas nos anos 1980.

Elizabeth Holmes
A Theranos foi uma empresa que prometeu revolucionar o diagnóstico de dezenas de
doenças a valores baixos. Com essa promessa, Elizabeth Holmes, a fundadora da
empresa, tornou-se uma das pessoas mais ricas do mundo.
Apesar de a ideia ser ótima, a tecnologia não funcionava. Mesmo assim, muitos
investidores aplicaram seu dinheiro na empresa. Jornalistas desvendaram o golpe,
levando a empresa à falência e mudando a reputação de Elizabeth Holmes de
revolucionária para vigarista.

Galã do Tinder
Renan Augusto Gomes, o “Galã do Tinder”, foi preso em setembro de 2022, após vitimar
mais de cinco mulheres por meio de estelionato sentimental. Uma das vítimas
identificadas relatou prejuízo de mais de R$ 500 mil, começando com empréstimos feitos
pela mulher a Gomes, que prometeu sociedade em uma loja de celulares que nunca
existiu.

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1.5- POR QUE O ESTELIONATO É UM CRIME COMUM?
Estelionato é um crime comum, pois qualquer pessoa pode ser um sujeito ativo desse tipo
de crime. Além disso, qualquer pessoa com discernimento, inclusive pessoas jurídicas,
pode ser sujeito passivo do mesmo.
Formas de estelionato.

1.6- EXEMPLOS COMUNS DE ESTELIONATO :


Vender o mesmo objeto para mais de uma pessoa;
Passar cheques sem fundo;
Vender produtos com defeito ou falsificados sem informar ao comprador.
Cobrar por um serviço e quando receber o pagamento não prestá-lo;
Vender bijuteria afirmando se tratar de uma joia a fim de enganar a vítima;
Falsificar obras de artes e vendê-las como se fossem originais;

Clonagem de Whatsapp, aqui os criminosos utilizam de diferentes artimanhas para


persuadir a vítima a passar um código de verificação que chega por mensagem, jamais
envie esse código para ninguém;

Golpe do falso sequestro, em que fingem estar com algum familiar da vítima e pedem
uma quantia em dinheiro, apesar de antigo, muitos ainda caem nesse tipo de golpe;
Golpe do amor e do falso namorado: Estelionato Sentimental.

1.7-COMO SE PROTEGER DO ESTELIONATO?


o estelionato evoluiu junto com a tecnologia. Por isso, os usuários devem tomar cuidado
com suas informações tanto no ambiente online quanto fora da internet. Confira dicas que
te ajudarão a se proteger do estelionato:

 Não clique em links de fontes não confiáveis;


 Antes de fazer uma compra, leia com atenção a URL do site
 Pesquise a reputação do vendedor;
 Cuide bem dos seus dados pessoais;

1.8- ESTASTÍSTICAS DE ESTELIONATO NO BRASIL


O número de registros do crime de estelionato foi de 1.819.409 casos em 2022, o que
significa um crescimento de 326,3% em quatro anos nessa modalidade, aponta a 17ª

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edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em relação a 2021, a elevação foi de
38%, o que indica uma média de 208 golpes a cada hora no Brasil.

O expressivo aumento dos casos de estelionato consolida uma nova dinâmica criminal, já
esboçada nos primeiros meses da pandemia, em que criminosos migram das práticas
comuns, e que envolvem mais risco, para o cometimento de crimes a partir de ambientes
virtuais. Prova disso é que não foram apenas os números de estelionatos que aumentaram
no período, mas também o número de roubos ou furtos de celulares (999.223), o que
franqueia acesso a dados pessoais e financeiros. Ao mesmo tempo, outros registros de
crimes contra o patrimônio caíram no período, taxa dos roubos a instituições financeiras
(-21,9%), a estabelecimentos comerciais (-15,6%), a residências (-13,3%), de cargas (-
4,4%) e a transeuntes (-4,4%).

“Os estelionatos cresceram muito ao longo dos últimos anos pela facilidade que esse
crime oferece. O problema é que os golpes virtuais não respeitam fronteiras e podem gerar
grandes ganhos financeiros, o que afeta as pessoas atingidas e as próprias polícias, que
não estão ainda preparadas para enfrentar esse tipo de situação”, observa Renato Sérgio
de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Essas novas
modalidades criminais exigem maiores investimentos na Polícia Civil, que está sem
concursos há vários anos, e que muitas vezes dispõe de pessoal mais velho e sem
formação técnica para enfrentar casos que envolvem tecnologias de última geração. Isso
dificulta muito o combate aos crimes virtuais”.

Estelionato comum
Taxa por 100 mil habitantes

Em 2021, foram 649,9 estelionatos a cada 100 mil habitantes no país. No ano seguinte,
foram 896, um aumento de 37,9%.

Números absolutos nos estados


São Paulo é o estado brasileiro com o maior número absoluto de estelionatos (638
mil), isso quer dizer que mais de um terço dos casos do país são registrados em SP.
Estados com mais casos:
SP: passou de 382.110 em 2021 para 638.629 em 2022 (+67%)
PR: passou de 114.951 em 2021 para 134.154 em 2022 (+16,7%)
MG: passou de 105.476 em 2021 para 130.755 em 2022 (+23,9%)
RJ: passou de 71.145 em 2021 para 123.841 em 2022 (+74%)

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As maiores variações positivas aconteceram nos estados do RJ e de SP (no estado de SP,
para a tipificação de estelionato, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) considera casos
tentados e consumados).

Estelionato por meio eletrônico


Taxa por 100 mil habitantes

Em 2021, foram 115 estelionatos a cada 100 mil habitantes no país. No ano seguinte,
foram 189,9, um aumento de 65,1%.

Os estados a seguir não tinham ou não disponibilizaram dados sobre estelionato eletrônico
até o fim da pesquisa: Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul e São Paulo.

Números absolutos nos estados


De acordo com o levantamento do FBSP, o estado recordista em estelionatos por meio
eletrônico no Brasil é Santa Catarina, com 64.230 registros em 2022. Isso representa 32%
dos casos do Brasil. No entanto, seis estados não forneceram dados para o estudo,
conforme alertado acima

Estados com mais casos


SC: passou de 42.976 em 2021 para 64.230 em 2022 (+49,4%)
MG: passou de 25.574 em 2021 para 35.749 em 2022 (+39.7%)
DF: passou de 10.049 em 2021 para 15.580 em 2022 (+55%)
ES: passou de 10.545 em 2021 para 15.277 em 2022 (+44,8%)

As maiores variações positivas aconteceram nos estados de Roraima (+1.186%) — que


passou de 59 casos em 2021 para 759 em 2022 — e Goiás (+1.041%), que passou de 128
para 1.461 casos em um ano.

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CINZA 2021
VERMELHO 2022

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2- CIFRA NEGRA
A cifra negra, em termos criminais, refere-se a crimes que não são relatados, investigados
ou documentados. Isso pode afetar a cronologia de eventos de várias maneiras, pois os
dados sobre esses crimes não estão disponíveis para análise. Por exemplo, ao estudar a
taxa de criminalidade ao longo do tempo, a cifra negra pode distorcer a compreensão real
dos padrões criminais, uma vez que os crimes não relatados não são incluídos nas
estatísticas. Isso pode levar a interpretações errôneas sobre a segurança pública e a
eficácia das políticas criminais. Além disso, a falta de dados precisos sobre a cifra negra
pode dificultar a implementação de medidas preventivas eficazes. Portanto, entender e
abordar a cifra negra é importante para uma análise precisa da criminalidade e para o
desenvolvimento de estratégias adequadas de aplicação da lei e prevenção de crimes.
A cifra negra afeta a política criminal de várias maneiras:

1. Planejamento e Alocação de Recursos: A falta de dados precisos sobre crimes não


relatados torna difícil para os formuladores de políticas alocar recursos de forma eficaz.
Eles podem não saber onde os problemas criminais são mais graves e, portanto, podem
alocar recursos de forma inadequada.

2. Avaliação da Eficácia das Políticas: A cifra negra pode distorcer a avaliação da


eficácia das políticas criminais. Se os crimes não relatados não forem considerados, pode
parecer que certas políticas estão funcionando melhor do que realmente são.

3. Prevenção e Intervenção: Sem dados sobre a cifra negra, pode ser difícil identificar
áreas ou grupos de alto risco que precisam de intervenção preventiva. Isso pode resultar
na falta de programas eficazes de prevenção de crimes.

4. Confiança Pública: A percepção pública da segurança pode ser afetada pela cifra
negra, uma vez que as pessoas podem subestimar ou superestimar a gravidade dos
problemas criminais com base apenas nos dados disponíveis.

5. Tomada de Decisão Informada: A falta de informações completas sobre a extensão


dos crimes pode levar a decisões políticas menos informadas e menos eficazes no combate
à criminalidade.
A cifra negra é um conceito utilizado na criminologia para descrever a quantidade de
crimes que ocorrem, mas que não são relatados, registrados ou investigados pelas
autoridades policiais ou que não entram nas estatísticas oficiais de crimes. Em outras
palavras, a cifra negra representa a diferença entre a quantidade real de crimes que
ocorrem em uma sociedade e os crimes que são oficialmente documentados.

Existem várias razões pelas quais a cifra negra ocorre, incluindo o medo de represálias, a
desconfiança nas autoridades, a vergonha de ser vítima de um crime, a falta de
conscientização sobre como relatar crimes e a crença de que a polícia não fará nada a
respeito. A cifra negra pode variar de acordo com o tipo de crime, a região e outros fatores
sociais e culturais.

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Compreender a cifra negra é importante para avaliar com precisão os níveis de
criminalidade, desenvolver políticas de aplicação da lei eficazes e implementar medidas
de prevenção de crimes. Também é relevante para estudiosos, pesquisadores e
formuladores de políticas que desejam entender melhor os padrões criminais e as
tendências sociais relacionadas à criminalidade.

Portanto, a cifra negra é uma preocupação importante na formulação de políticas


criminais, e é fundamental implementar estratégias para reduzir sua influência, como
incentivar a denúncia de crimes, melhorar os métodos de coleta de dados e promover a
transparência na divulgação de estatísticas criminais.

4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.doc9.com.br/o-que-e-estelionato/

https://advocaciareis.adv.br/blog/estelionato-entenda-as-
penalidades/#:~:text=Como%20se%20proteger%20contra%20o%20estelionato&text=P
esquise%20sobre%20a%20empresa%20ou,ou%20em%20sites%20n%C3%A3o%20con
fi%C3%A1veis.
https://marcojean.com/estelionato/

CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: parte geral (arts. 1 ao 120). 4. ed.
rev., atual. e ampl. Salvador: JusPODIVM, 2016.

GILABERTE, Bruno. Crimes contra o patrimônio. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos
Editora, 2020.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. 12. ed. V. 3. Niterói, RJ:
Impetus, 2015.
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120). 14. ed. V. 1. São Paulo:
Método, 2020.

PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal brasileiro: parte especial, arts. 121 a 249. 8.
ed. rev., atual. e ampl. V. 2. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

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