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CYBERBULLYING

Punição contra quem pratica cyberbullying

No Código Penal, os artigos 138 (calúnia), 139 (difamação), 140 (injúria), 146 (constrangimento ilegal), 147 (ameaça)
e 307 (falsa identidade) tratam dos crimes contra a honra, mas também são considerados para crimes cometidos
através da tecnologia (cyberbullying), sejam eles redes sociais, e-mail, mensagens de celular, vídeos e outros meios.
Ou seja, crimes de calúnia, injúria e difamação, entre outros, se encaixam no cyberbullying e definem a mesma
penalidade para o infrator: dependendo do delito, de 01 mês até três anos de cadeia.

Quando o infrator é menor de idade (tem menos de 18 anos), quem responde por seus atos são seus responsáveis,
obrigados a pagar indenização por danos morais.

Em algumas capitais brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, existe uma “Delegacia de Crimes
Eletrônicos” que auxilia as vítimas sobre como proceder em uma situação de crime virtual.

Como identificar e prevenir o cyberbullying?

É relevante destacar que o combate ao cyberbullying, começa pelo combate ao bullying, levando como ação
preventiva a aceitação das diferenças entre as pessoas. Em todo o mundo, existem pessoas que possuem o hábito de
ofender as outras por meio do universo online. Compartilhar fotos ou vídeos com conteúdo pejorativo, notícias falsas,
criar perfil falso, inventar informações, chantagear, humilhar ou fazer piadas de alguém, são ações que identificam o
praticante do cyberbullying.

Para prevenir a violência pelo mundo virtual também é importante verificar sites e cadastros nos quais seus dados
estão expostos. Algumas redes sociais já oferecem suporte para identificar e prevenir o assédio virtual:

 Facebook;
 Twitter;
 YouTube.
Não deixe de denunciar o cyberbullying, seja um caso específico com você ou com alguém que você conhece. Ele é um
crime que pode ser combatido e até evitado se houver respeito ao outro também no mundo virtual.

Código Penal

 Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
 Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é
relativa ao exercício de suas funções.

 Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou com
deficiência: (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)

Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do Senado Federal, da Câmara
dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

IV - contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou pessoa com deficiência, exceto na hipótese
prevista no § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência

§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em


dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de
computadores, aplica-se em triplo a pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Perfil fake é crime por lei: saiba quais são os crimes envolvidos
A criação e o uso de perfis falsos em plataformas sociais podem envolver diferentes tipos de crimes de acordo com a
legislação brasileira. A classificação vai depender das ações específicas realizadas pelo indivíduo responsável. Alguns
dos crimes mais comuns relacionados a perfis falsos são:

1. Falsidade ideológica: ocorre quando alguém utiliza informações falsas ou se faz passar por outra pessoa, com
o objetivo de obter algum tipo de vantagem, enganar terceiros ou cometer crime. A criação de um perfil falso
com informações fictícias ou o uso indevido de informações de terceiros podem configurar esse crime. Esse
foi um dos crimes praticados pelo personagem Miguel na série Perfil falso.
2. Usurpação de identidade: ocorre quando alguém se apropria da identidade de outra pessoa, usando suas
informações pessoais, fotos ou outros elementos, com o intuito de se passar por ela. O uso de um perfil falso
com o objetivo de se fazer passar por outra pessoa pode ser considerado usurpação de identidade.
3. Calúnia, difamação e injúria: a criação de perfis falsos para difamar, caluniar ou injuriar outra pessoa também
é uma ação criminosa. Isso ocorre quando informações falsas ou ofensivas são divulgadas com o intuito de
prejudicar a reputação ou causar danos à honra de alguém.
4. Estelionato: o estelionato consiste em obter vantagem ilícita em prejuízo de outra pessoa, por meio de fraude,
engano ou qualquer outro artifício. Caso um perfil falso seja utilizado com a intenção de aplicar golpes,
enganar pessoas e obter benefícios financeiros indevidos, isso pode ser enquadrado como estelionato.

É importante ressaltar que cada caso é único e as circunstâncias específicas podem determinar como a lei é aplicada.
As penalidades para esses crimes podem variar e incluir penas de detenção, multas e outras sanções previstas na
legislação brasileira, conforme o Código Penal e leis específicas relacionadas à internet e a crimes cibernéticos, como
a Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012) e a Lei de Combate aos Crimes de Informática (Lei nº 9.296/1996).

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