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Trata-se de um crime que requer especial atenção em prova, pois as bancas examinado-
ras tendem a tentar confundir o candidato misturando informações que são do crime do art.
297 do Código Penal (CP), que é a falsificação de documentos públicos.
Nesse sentido, o art. 293 do CP é específico em relação à falsificação dos documentos
citados no próprio tipo penal.
Assim, é verdade que a falsificação de um papel de crédito público, por exemplo, poderia
configurar o crime de falsificação de documento público. Entretanto, em razão do princípio da
especialidade, trata-se do crime de falsificação de papéis públicos.
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal desti-
nado à arrecadação de tributo;
Obs.: As bancas examinadoras podem tentar confundir os candidatos quanto a esse inciso
I em relação à conduta do art. 296 do CP, que é a falsificação de selo ou sinal público.
Assim, para sanar essa dúvida, se o selo for destinado a controle tributário, o crime
será o do art. 293 e não o do art. 296 do CP.
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Crimes Contra a Fé Pública – Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; (títulos da dívida pública)
III – vale postal;
Obs.: O vale postal não configura mais o crime do art. 293 do CP, pois foi revogado pela Lei
n. 6.538/1976, que dispõe sobre os crimes relacionados à condutas postais.
Obs.: As condutas dos incisos II a V são de baixa incidência em provas de concursos públi-
cos. Nesse sentido, as hipóteses dos incisos I e VI são as mais cobradas.
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Esta-
do ou por Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
Obs.: As condutas de falsificar e usar são distintas. No entanto, é muito comum que a
pessoa falsifique e, também, use. Quando isso acontece, o sujeito responde apenas
pela falsificação, pois, nesses casos, o uso é mero exaurimento da conduta de falsi-
ficar.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação
selo falsificado destinado a controle tributário;
10m III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua
aplicação.
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Crimes Contra a Fé Pública – Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos
Obs.: Vale lembrar que, uma vez que a lei não prevê uma modalidade culposa, essas
condutas somente podem ser punidas por dolo. Assim, se uma pessoa adquirir um
produto com selo de controle tributário falsificado, mas não sabe disso, não pode ser
punida por esse crime.
O § 5º desse art. 293 é uma norma pena explicativa, que traz a definição do que é essa
atividade comercial:
Art. 293. § 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros
públicos e em residências.
Obs.: Nesse sentido, para fins de aplicação do art. 293 do CP, o comércio pode ser exerci-
do em diversos locais, inclusive na residência do sujeito ativo.
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Continua o CP:
Art. 293. § 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los no-
vamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere
o parágrafo anterior.
Obs.: Vale lembrar que nos crimes contra a fé pública será punida a falsificação e o uso do
documento falsificado.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsi-
ficados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Obs.: O § 4º pune a conduta do sujeito que recebe o papel falsificado ou alterado de boa-fé,
mas, com o intuito de não ficar no prejuízo, faz o uso ou restitui esse papel à circula-
ção de maneira dolosa. Trata-se do crime de falsificação de papel público na figura
privilegiada, que é um crime de menor potencial ofensivo.
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Petrechos de Falsificação
Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsi-
ficação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-
-se a pena de sexta parte.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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