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APOSTILA DE LEGISLAÇÃO

CONCURSO ESCREVENTE TÉCNICO


JUDICIÁRIO TJSP

2017
Oi gente!

Meu nome é Fernanda, sou escrevente do TJS P e fui aprovada no concurso de 2012.
Resolvi dar essa ajudinha para quem está estudando para o concurso que saiu este
ano, pois eu acho que eu tive muita ajuda de pessoas ao longo da minha vida e
penso que eu posso contribuir nem que seja um pouquinho para que outras pessoas
conquistem seus sonhos.
Eu separei os artigos de lei que caem no concurso, conforme o edital, da maneira
como eu usei para passar no concurso.
Eu sempre fazia um esquema de leitura da lei, com bastante atenção, destacando
pontos principais. Depois, durante a realização de exercícios eu fazia uma
marcação nos artigos que eram cobrados nas questões. Assim, você passa a notar
que certos artigos N UN CA são cobrados, logo eles não precisarão de tanta atenção
como aqueles que S EMPRE caem.
Eu gostava de transcrever a lei pois era uma forma de ir decorando o artigo. Pode
ser que não funcione para você, só a leitura baste... Mas, se você tem dificuldade de
se concentrar só com a leitura, pode ser uma boa ir escrevendo, pois te obriga a
prestar atenção do que está fazendo.
Bom, espero, de coração, que seja útil para você e que você consiga passar no
concurso que almeja.
Desejo boa sorte e bons estudos!
Fernanda Caputo

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Sumário
O QUE VAI CAIR DE LEGISLAÇÃO? ..................................................................................................................... 4
DIREITO PENAL .................................................................................................................................................. 5
DIREITO PROCESSUAL PENAL...........................................................................................................................15
LEI 9099/95..................................................................................................................................................46
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................................................ 50
LEI 9099/95 – JUIZADO ESPECIAL CÍVEL....................................................................................................109
LEI Nº 12.153, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2009. .......................................................................................... 112
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................ 116
DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................................................................................131
LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968 ............................................................................................. 132
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992............................................................................................146
NORMAS DA CORREGEDORIA........................................................................................................................153
ESTATUTO PESSOA COM DEFICIÊNCIA...........................................................................................................185
Resolução Nº 230 de 22/06/2016 CNJ.......................................................................................................191

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O QUE VAI CAIR DE LEGISLAÇÃO?

BLOCO II: Conhecimentos em Direito

(40) questões:

1. DIREITO PENAL: Código Penal - com as alterações vigentes até a publicação do Edital - artigos 293 a 305;
307; 308; 311-A; 312 a 317; 319 a 333; 335 a 337; 339 a 347; 350; 357 e 359.

2. DIREITO PROCESSUAL PENAL: Código de Processo Penal - com as alterações vigentes até a publicação do
Edital - artigos 251 a 258; 261 a 267; 274; 351 a 372; 394 a 497; 531 a 538; 541 a 548; 574 a 667 e Lei nº
9.099 de 26.09.1995 (artigos 60 a 83; 88 e 89).

3. DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Código de Processo Civil - com as alterações vigentes até a publicação do
Edital - artigos 144 a 155; 188 a 275; 294 a 311 e do 318 a 538; 994 a 1026; Lei nº 9.099 de 26.09.1995
(artigos 3º ao 19) e Lei nº 12.153 de 22.12.2009.

4. DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição Federal – com as alterações vigentes até a publicação do Edital:
Título II - Capítulos I, II e III; e Título III - Capítulo VII com Seções I e II; e também o artigo 92.

5. DIREITO ADMINISTRATIVO: Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n.º
10.261/68) - artigos 239 a 323; e Lei Federal nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) – com as
alterações vigentes até a publicação do Edital.

6. NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA (disponíveis no portal do Tribunal de Justiça – site:


www.tjsp.jus. br, na área Institucional / Corregedoria / Normas Judiciais), com as alterações vigentes até a
data da publicação do Edital: Tomo I – Capítulo II: Seção I – subseções I e II; Tomo I - Capítulo III: Seções I, II,
V, VI, VII; Tomo I - Capítulo III: Seção VIII – subseções I, II e III; Tomo I – Capitulo III: Seções IX a XV, XVII a
XIX; Tomo I – Capítulo XI: Seções I, IV e V; Tomo I – Capitulo XI: Seção VI – subseções I, III, V e XIII.

Bloco III - ATUALIDADES

Artigos 1º ao 13; 34 ao 38 da Lei nº 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência e Resolução nº


230/2016 do CNJ, com as alterações vigentes até a publicação deste Edital.

4
DIREITO PENAL

5
TÍTULO X         a) em que tenha sido aplicado selo que se
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA destine a controle tributário, falsificado; (Incluído
pela Lei nº 11.035, de 2004)
CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS         b) sem selo oficial, nos casos em que a
PAPÉIS PÚBLICOS legislação tributária determina a obrigatoriedade
de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 11.035, de
        Falsificação de papéis públicos 2004)

        Art. 293 ­ Falsificar, fabricando­os ou         § 2º ­ Suprimir, em qualquer desses papéis,
alterando­os: quando legítimos, com o fim de torná­los
novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo
de sua inutilização:
        I – selo destinado a controle tributário, papel
selado ou qualquer papel de emissão legal
destinado à arrecadação de tributo; (Redação         Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e
dada pela Lei nº 11.035, de 2004) multa.

        II ­ papel de crédito público que não seja         § 3º ­ Incorre na mesma pena quem usa,
moeda de curso legal; depois de alterado, qualquer dos papéis a que se
refere o parágrafo anterior.
        III ­ vale postal;
        § 4º ­ Quem usa ou restitui à circulação,
embora recibo de boa­fé, qualquer dos papéis
        IV ­ cautela de penhor, caderneta de falsificados ou alterados, a que se referem este
depósito de caixa econômica ou de outro artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a
estabelecimento mantido por entidade de direito falsidade ou alteração, incorre na pena de
público; detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

        V ­ talão, recibo, guia, alvará ou qualquer         § 5o Equipara­se a atividade comercial, para
outro documento relativo a arrecadação de os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de
rendas públicas ou a depósito ou caução por que comércio irregular ou clandestino, inclusive o
o poder público seja responsável; exercido em vias, praças ou outros logradouros
públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº
        VI ­ bilhete, passe ou conhecimento de 11.035, de 2004)
empresa de transporte administrada pela União,
por Estado ou por Município:         Petrechos de falsificação

        Pena ­ reclusão, de dois a oito anos, e multa.         Art. 294 ­ Fabricar, adquirir, fornecer, possuir
ou guardar objeto especialmente destinado à
        § 1o Incorre na mesma pena quem: falsificação de qualquer dos papéis referidos no
(Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) artigo anterior:

        I – usa, guarda, possui ou detém qualquer         Pena ­ reclusão, de um a três anos, e multa.
dos papéis falsificados a que se refere este artigo;
(Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)         Art. 295 ­ Se o agente é funcionário público,
e comete o crime prevalecendo­se do cargo,
        II – importa, exporta, adquire, vende, troca, aumenta­se a pena de sexta parte.
cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à
circulação selo falsificado destinado a controle CAPÍTULO III
tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) DA FALSIDADE DOCUMENTAL

        III – importa, exporta, adquire, vende, expõe         Falsificação do selo ou sinal público
à venda, mantém em depósito, guarda, troca,
cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no         Art. 296 ­ Falsificar, fabricando­os ou
exercício de atividade comercial ou industrial, alterando­os:
produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº
11.035, de 2004)

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        I ­ selo público destinado a autenticar atos         II – na Carteira de Trabalho e Previdência
oficiais da União, de Estado ou de Município; Social do empregado ou em documento que deva
produzir efeito perante a previdência social,
        II ­ selo ou sinal atribuído por lei a entidade declaração falsa ou diversa da que deveria ter
de direito público, ou a autoridade, ou sinal sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
público de tabelião:
        III – em documento contábil ou em qualquer
        Pena ­ reclusão, de dois a seis anos, e outro documento relacionado com as obrigações
multa. da empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter
constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 1º ­ Incorre nas mesmas penas:

        § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite,


        I ­ quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
nos documentos mencionados no § 3o, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração,
        II ­ quem utiliza indevidamente o selo ou a vigência do contrato de trabalho ou de
sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983,
proveito próprio ou alheio. de 2000)

        III ­ quem altera, falsifica ou faz uso indevido Falsificação de documento particular   
de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012)   
símbolos utilizados ou identificadores de órgãos Vigência
ou entidades da Administração Pública. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 298 ­ Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento
        § 2º ­ Se o agente é funcionário público, e particular verdadeiro:
comete o crime prevalecendo­se do cargo,
aumenta­se a pena de sexta parte.
Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e
multa.
        Falsificação de documento público
Falsificação de cartão        (Incluído pela
        Art. 297 ­ Falsificar, no todo ou em parte, Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
Parágrafo único.  Para fins do disposto no
caput, equipara­se a documento particular o
        Pena ­ reclusão, de dois a seis anos, e cartão de crédito ou débito.      (Incluído pela Lei
multa. nº 12.737, de 2012)     Vigência

        § 1º ­ Se o agente é funcionário público, e         Falsidade ideológica


comete o crime prevalecendo­se do cargo,
aumenta­se a pena de sexta parte.
        Art. 299 ­ Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou
        § 2º ­ Para os efeitos penais, equiparam­se a nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
documento público o emanado de entidade diversa da que devia ser escrita, com o fim de
paraestatal, o título ao portador ou transmissível prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
por endosso, as ações de sociedade comercial, verdade sobre fato juridicamente relevante:
os livros mercantis e o testamento particular.
        Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e
        § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere multa, se o documento é público, e reclusão de
ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de um a três anos, e multa, se o documento é
2000) particular.

        I – na folha de pagamento ou em documento         Parágrafo único ­ Se o agente é funcionário


de informações que seja destinado a fazer prova público, e comete o crime prevalecendo­se do
perante a previdência social, pessoa que não cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
possua a qualidade de segurado assentamento de registro civil, aumenta­se a
obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pena de sexta parte.

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       quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo
ou peça:

  Falso reconhecimento de firma ou letra         Pena ­ detenção, de um a três anos, e multa.

        Art. 300 ­ Reconhecer, como verdadeira, no         Parágrafo único ­ Na mesma pena incorre
exercício de função pública, firma ou letra que o quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou
não seja: peça filatélica.

        Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e         Uso de documento falso


multa, se o documento é público; e de um a três
anos, e multa, se o documento é particular.         Art. 304 ­ Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os
        Certidão ou atestado ideologicamente arts. 297 a 302:
falso
        Pena ­ a cominada à falsificação ou à
        Art. 301 ­ Atestar ou certificar falsamente, em alteração.
razão de função pública, fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de         Supressão de documento
ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem:         Art. 305 ­ Destruir, suprimir ou ocultar, em
benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
        Pena ­ detenção, de dois meses a um ano. alheio, documento público ou particular
verdadeiro, de que não podia dispor:
        Falsidade material de atestado ou
certidão         Pena ­ reclusão, de dois a seis anos, e
multa, se o documento é público, e reclusão, de
        § 1º ­ Falsificar, no todo ou em parte, um a cinco anos, e multa, se o documento é
atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão particular.
ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo CAPÍTULO IV
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter DE OUTRAS FALSIDADES
público, ou qualquer outra vantagem:
Falsa identidade
        Pena ­ detenção, de três meses a dois anos.
        Art. 307 ­ Atribuir­se ou atribuir a terceiro
        § 2º ­ Se o crime é praticado com o fim de falsa identidade para obter vantagem, em proveito
lucro, aplica­se, além da pena privativa de próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
liberdade, a de multa.
        Pena ­ detenção, de três meses a um ano,
        Falsidade de atestado médico ou multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.
        Art. 302 ­ Dar o médico, no exercício da sua
profissão, atestado falso:         Art. 308 ­ Usar, como próprio, passaporte,
título de eleitor, caderneta de reservista ou
        Pena ­ detenção, de um mês a um ano. qualquer documento de identidade alheia ou
ceder a outrem, para que dele se utilize,
        Parágrafo único ­ Se o crime é cometido com documento dessa natureza, próprio ou de
o fim de lucro, aplica­se também multa. terceiro:

        Reprodução ou adulteração de selo ou         Pena ­ detenção, de quatro meses a dois
peça filatélica anos, e multa, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.
        Art. 303 ­ Reproduzir ou alterar selo ou peça
filatélica que tenha valor para coleção, salvo CAPÍTULO V
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE

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INTERESSE PÚBLICO          Art. 312 ­ Apropriar­se o funcionário público
de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em
Fraudes em certames de interesse público   razão do cargo, ou desviá­lo, em proveito próprio
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) ou alheio:

Art. 311­A.  Utilizar ou divulgar,         Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e
indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a multa.
outrem, ou de comprometer a credibilidade do
certame, conteúdo sigiloso de:    (Incluído pela Lei         § 1º ­ Aplica­se a mesma pena, se o
12.550. de 2011) funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
I ­ concurso público;    (Incluído pela Lei para que seja subtraído, em proveito próprio ou
12.550. de 2011) alheio, valendo­se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
II ­ avaliação ou exame públicos;   
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)         Peculato culposo

III ­ processo seletivo para ingresso no         § 2º ­ Se o funcionário concorre


ensino superior; ou    (Incluído pela Lei 12.550. de culposamente para o crime de outrem:
2011)
        Pena ­ detenção, de três meses a um ano.
IV ­ exame ou processo seletivo previstos
em lei:    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)         § 3º ­ No caso do parágrafo anterior, a
reparação do dano, se precede à sentença
Pena ­ reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
anos, e multa.    (Incluído pela Lei 12.550. de posterior, reduz de metade a pena imposta.
2011)
        Peculato mediante erro de outrem
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem
permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso         Art. 313 ­ Apropriar­se de dinheiro ou
de pessoas não autorizadas às informações qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
mencionadas no caput.    (Incluído pela Lei recebeu por erro de outrem:
12.550. de 2011)
        Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e
§ 2o  Se da ação ou omissão resulta dano à multa.
administração pública:    (Incluído pela Lei 12.550.
de 2011)         Inserção de dados falsos em sistema de
informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,
e multa.    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)         Art. 313­A. Inserir ou facilitar, o funcionário
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
§ 3o  Aumenta­se a pena de 1/3 (um terço) excluir indevidamente dados corretos nos
se o fato é cometido por funcionário público.   sistemas informatizados ou bancos de dados da
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou
TÍTULO XI para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 2000))
PÚBLICA
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
CAPÍTULO I anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
DOS CRIMES PRATICADOS 2000)
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL         Modificação ou alteração não autorizada
de sistema de informações (Incluído pela Lei nº
        Peculato 9.983, de 2000)

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        Art. 313­B. Modificar ou alterar, o         § 2º ­ Se o funcionário desvia, em proveito
funcionário, sistema de informações ou programa próprio ou de outrem, o que recebeu
de informática sem autorização ou solicitação de indevidamente para recolher aos cofres públicos:
autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)         Pena ­ reclusão, de dois a doze anos, e
multa.
        Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2
(dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,         Corrupção passiva
de 2000)
        Art. 317 ­ Solicitar ou receber, para si ou
        Parágrafo único. As penas são aumentadas para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
de um terço até a metade se da modificação ou fora da função ou antes de assumi­la, mas em
alteração resulta dano para a Administração razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei promessa de tal vantagem:
nº 9.983, de 2000)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
        Extravio, sonegação ou inutilização de anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
livro ou documento de 12.11.2003)

        Art. 314 ­ Extraviar livro oficial ou qualquer         § 1º ­ A pena é aumentada de um terço, se,
documento, de que tem a guarda em razão do em conseqüência da vantagem ou promessa, o
cargo; sonegá­lo ou inutilizá­lo, total ou funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer
parcialmente: ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
        Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, se o
fato não constitui crime mais grave.         § 2º ­ Se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com infração de
        Emprego irregular de verbas ou rendas dever funcional, cedendo a pedido ou influência
públicas de outrem:

        Art. 315 ­ Dar às verbas ou rendas públicas         Pena ­ detenção, de três meses a um ano,
aplicação diversa da estabelecida em lei: ou multa.

        Pena ­ detenção, de um a três meses, ou Prevaricação


multa.
        Art. 319 ­ Retardar ou deixar de praticar,
        Concussão indevidamente, ato de ofício, ou praticá­lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer
        Art. 316 ­ Exigir, para si ou para outrem, interesse ou sentimento pessoal:
direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi­la, mas em razão dela,         Pena ­ detenção, de três meses a um ano, e
vantagem indevida: multa.

        Pena ­ reclusão, de dois a oito anos, e multa.         Art. 319­A.  Deixar o Diretor de Penitenciária
e/ou agente público, de cumprir seu dever de
        Excesso de exação vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo:
        § 1º ­ Se o funcionário exige tributo ou (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
contribuição social que sabe ou deveria saber
indevido, ou, quando devido, emprega na
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei         Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
não autoriza:  (Redação dada pela Lei nº 8.137, ano.
de 27.12.1990)
        Condescendência criminosa
        Pena ­ reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de         Art. 320 ­ Deixar o funcionário, por
27.12.1990) indulgência, de responsabilizar subordinado que

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cometeu infração no exercício do cargo ou,         Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês,
quando lhe falte competência, não levar o fato ao ou multa.
conhecimento da autoridade competente:
        Violação de sigilo funcional
        Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa.         Art. 325 ­ Revelar fato de que tem ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em
        Advocacia administrativa segredo, ou facilitar­lhe a revelação:

        Art. 321 ­ Patrocinar, direta ou indiretamente,         Pena ­ detenção, de seis meses a dois anos,
interesse privado perante a administração ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
pública, valendo­se da qualidade de funcionário:
        § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
        Pena ­ detenção, de um a três meses, ou quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
multa.
        I – permite ou facilita, mediante atribuição,
        Parágrafo único ­ Se o interesse é ilegítimo: fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o acesso de pessoas não
        Pena ­ detenção, de três meses a um ano, autorizadas a sistemas de informações ou banco
além da multa. de dados da Administração Pública; (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
        Violência arbitrária
        II – se utiliza, indevidamente, do acesso
restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 322 ­ Praticar violência, no exercício de
função ou a pretexto de exercê­la:
        § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à
Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela
        Pena ­ detenção, de seis meses a três anos,
Lei nº 9.983, de 2000)
além da pena correspondente à violência.

        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos,


        Abandono de função
e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 323 ­ Abandonar cargo público, fora dos
casos permitidos em lei:
        Violação do sigilo de proposta de
concorrência
        Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês,
        Art. 326 ­ Devassar o sigilo de proposta de
ou multa.
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
ensejo de devassá­lo:
        § 1º ­ Se do fato resulta prejuízo público:
        Pena ­ Detenção, de três meses a um ano, e
        Pena ­ detenção, de três meses a um ano, e multa.
multa.
        Funcionário público
        § 2º ­ Se o fato ocorre em lugar
compreendido na faixa de fronteira:
        Art. 327 ­ Considera­se funcionário público,
para os efeitos penais, quem, embora
        Pena ­ detenção, de um a três anos, e multa. transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
        Exercício funcional ilegalmente
antecipado ou prolongado         § 1º ­ Equipara­se a funcionário público
quem exerce cargo, emprego ou função em
        Art. 324 ­ Entrar no exercício de função entidade paraestatal, e quem trabalha para
pública antes de satisfeitas as exigências legais, empresa prestadora de serviço contratada ou
ou continuar a exercê­la, sem autorização, depois conveniada para a execução de atividade típica
de saber oficialmente que foi exonerado, da Administração Pública.      (Incluído pela Lei nº
removido, substituído ou suspenso: 9.983, de 2000)

11
        § 2º ­ A pena será aumentada da terça parte         Art. 331 ­ Desacatar funcionário público no
quando os autores dos crimes previstos neste exercício da função ou em razão dela:
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão
ou de função de direção ou assessoramento de         Pena ­ detenção, de seis meses a dois anos,
órgão da administração direta, sociedade de ou multa.
economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº         Tráfico de Influência (Redação dada pela
6.799, de 1980) Lei nº 9.127, de 1995)

        Art. 332 ­ Solicitar, exigir, cobrar ou obter,


para si ou para outrem, vantagem ou promessa
CAPÍTULO II de vantagem, a pretexto de influir em ato
DOS CRIMES PRATICADOS POR praticado por funcionário público no exercício da
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
EM GERAL 1995)

        Usurpação de função pública         Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de
        Art. 328 ­ Usurpar o exercício de função 1995)
pública:
        Parágrafo único ­ A pena é aumentada da
        Pena ­ detenção, de três meses a dois anos, metade, se o agente alega ou insinua que a
e multa. vantagem é também destinada ao funcionário. 
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Parágrafo único ­ Se do fato o agente aufere
vantagem:         Corrupção ativa

        Pena ­ reclusão, de dois a cinco anos, e         Art. 333 ­ Oferecer ou prometer vantagem
multa. indevida a funcionário público, para determiná­lo
a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
        Resistência
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
        Art. 329 ­ Opor­se à execução de ato legal, anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
mediante violência ou ameaça a funcionário de 12.11.2003)
competente para executá­lo ou a quem lhe esteja
prestando auxílio:         Parágrafo único ­ A pena é aumentada de
um terço, se, em razão da vantagem ou
        Pena ­ detenção, de dois meses a dois anos. promessa, o funcionário retarda ou omite ato de
ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
        § 1º ­ Se o ato, em razão da resistência, não
se executa: Impedimento, perturbação ou fraude de
concorrência
        Pena ­ reclusão, de um a três anos.
        Art. 335 ­ Impedir, perturbar ou fraudar
concorrência pública ou venda em hasta pública,
        § 2º ­ As penas deste artigo são aplicáveis
promovida pela administração federal, estadual
sem prejuízo das correspondentes à violência.
ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar
ou procurar afastar concorrente ou licitante, por
        Desobediência meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem:
        Art. 330 ­ Desobedecer a ordem legal de
funcionário público:         Pena ­ detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa, além da pena correspondente à
        Pena ­ detenção, de quinze dias a seis violência.
meses, e multa.

        Desacato

12
        Parágrafo único ­ Incorre na mesma pena         Pena ­ detenção, de um a seis meses, ou
quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão multa.
da vantagem oferecida.
        Auto­acusação falsa
        Inutilização de edital ou de sinal
        Art. 341 ­ Acusar­se, perante a autoridade,
        Art. 336 ­ Rasgar ou, de qualquer forma, de crime inexistente ou praticado por outrem:
inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem
de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou         Pena ­ detenção, de três meses a dois
sinal empregado, por determinação legal ou por anos, ou multa.
ordem de funcionário público, para identificar ou
cerrar qualquer objeto:
        Falso testemunho ou falsa perícia

        Pena ­ detenção, de um mês a um ano, ou


        Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar
multa.
ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo
        Subtração ou inutilização de livro ou judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em
documento juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
        Art. 337 ­ Subtrair, ou inutilizar, total ou
parcialmente, livro oficial, processo ou documento         Pena ­ reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
confiado à custódia de funcionário, em razão de anos, e multa.     (Redação dada pela Lei nº
ofício, ou de particular em serviço público: 12.850, de 2013)     (Vigência)

        Pena ­ reclusão, de dois a cinco anos, se o         § 1o As penas aumentam­se de um sexto a
fato não constitui crime mais grave. um terço, se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova
CAPÍTULO III destinada a produzir efeito em processo penal, ou
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA em processo civil em que for parte entidade da
JUSTIÇA administração pública direta ou indireta.(Redação
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Denunciação caluniosa
        § 2o O fato deixa de ser punível se, antes
da sentença no processo em que ocorreu o ilícito,
        Art. 339. Dar causa à instauração de
o agente se retrata ou declara a
investigação policial, de processo judicial,
verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
instauração de investigação administrativa,
28.8.2001)
inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando­lhe
crime de que o sabe inocente: (Redação dada         Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro
pela Lei nº 10.028, de 2000) ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer
afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
        Pena ­ reclusão, de dois a oito anos, e
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
multa.
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
        § 1º ­ A pena é aumentada de sexta parte,
se o agente se serve de anonimato ou de nome
        Pena ­ reclusão, de três a quatro anos, e
suposto.
multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
        § 2º ­ A pena é diminuída de metade, se a
imputação é de prática de contravenção.
        Parágrafo único. As penas aumentam­se
de um sexto a um terço, se o crime é cometido
        Comunicação falsa de crime ou de com o fim de obter prova destinada a produzir
contravenção efeito em processo penal ou em processo civil em
que for parte entidade da administração pública
        Art. 340 ­ Provocar a ação de autoridade, direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº
comunicando­lhe a ocorrência de crime ou de 10.268, de 28.8.2001)
contravenção que sabe não se ter verificado:

13
        Coação no curso do processo         I ­ ilegalmente recebe e recolhe alguém a
prisão, ou a estabelecimento destinado a
        Art. 344 ­ Usar de violência ou grave execução de pena privativa de liberdade ou de
ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio medida de segurança;
ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer
outra pessoa que funciona ou é chamada a         II ­ prolonga a execução de pena ou de
intervir em processo judicial, policial ou medida de segurança, deixando de expedir em
administrativo, ou em juízo arbitral: tempo oportuno ou de executar imediatamente a
ordem de liberdade;
        Pena ­ reclusão, de um a quatro anos, e
multa, além da pena correspondente à violência.         III ­ submete pessoa que está sob sua
guarda ou custódia a vexame ou a
        Exercício arbitrário das próprias razões constrangimento não autorizado em lei;

        Art. 345 ­ Fazer justiça pelas próprias         IV ­ efetua, com abuso de poder, qualquer
mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, diligência.
salvo quando a lei o permite:
Exploração de prestígio
        Pena ­ detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa, além da pena correspondente à         Art. 357 ­ Solicitar ou receber dinheiro ou
violência. qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em
juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
        Parágrafo único ­ Se não há emprego de funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
violência, somente se procede mediante queixa. ou testemunha:

        Art. 346 ­ Tirar, suprimir, destruir ou         Pena ­ reclusão, de um a cinco anos, e
danificar coisa própria, que se acha em poder de multa.
terceiro por determinação judicial ou convenção:
        Parágrafo único ­ As penas aumentam­se
        Pena ­ detenção, de seis meses a dois de um terço, se o agente alega ou insinua que o
anos, e multa. dinheiro ou utilidade também se destina a
qualquer das pessoas referidas neste artigo.
        Fraude processual
  Desobediência a decisão judicial sobre
perda ou suspensão de direito
        Art. 347 ­ Inovar artificiosamente, na
pendência de processo civil ou administrativo, o
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim         Art. 359 ­ Exercer função, atividade, direito,
de induzir a erro o juiz ou o perito: autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou
privado por decisão judicial:
        Pena ­ detenção, de três meses a dois
anos, e multa.         Pena ­ detenção, de três meses a dois
anos, ou multa.
        Parágrafo único ­ Se a inovação se destina
a produzir efeito em processo penal, ainda que
não iniciado, as penas aplicam­se em dobro.

Exercício arbitrário ou abuso de poder

        Art. 350 ­ Ordenar ou executar medida


privativa de liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder:

        Pena ­ detenção, de um mês a um ano.

        Parágrafo único ­ Na mesma pena incorre


o funcionário que:

14
DIREITO PROCESSUAL PENAL

15
TÍTULO VIII         III ­ se ele, seu cônjuge, ou parente,
consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO inclusive, sustentar demanda ou responder a
ACUSADO E DEFENSOR, processo que tenha de ser julgado por qualquer
das partes;
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA
JUSTIÇA         IV ­ se tiver aconselhado qualquer das
partes;
CAPÍTULO I
        V ­ se for credor ou devedor, tutor ou
curador, de qualquer das partes;
DO JUIZ

        Vl ­ se for sócio, acionista ou administrador


        Art. 251.  Ao juiz incumbirá prover à
de sociedade interessada no processo.
regularidade do processo e manter a ordem no
curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim,
requisitar a força pública.         Art. 255.  O impedimento ou suspeição
decorrente de parentesco por afinidade cessará
pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado
        Art. 252.  O juiz não poderá exercer
causa, salvo sobrevindo descendentes; mas,
jurisdição no processo em que:
ainda que dissolvido o casamento sem
descendentes, não funcionará como juiz o sogro,
        I ­ tiver funcionado seu cônjuge ou parente, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral quem for parte no processo.
até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou
advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
        Art. 256.  A suspeição não poderá ser
policial, auxiliar da justiça ou perito;
declarada nem reconhecida, quando a parte
injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá­
        II ­ ele próprio houver desempenhado la.
qualquer dessas funções ou servido como
testemunha;
CAPÍTULO II
        III ­ tiver funcionado como juiz de outra
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
instância, pronunciando­se, de fato ou de direito,
sobre a questão;
        Art. 257.  Ao Ministério Público
cabe: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
        IV ­ ele próprio ou seu cônjuge ou parente,
2008).
consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral
até o terceiro grau, inclusive, for parte ou
diretamente interessado no feito.         I ­ promover, privativamente, a ação penal
pública, na forma estabelecida neste Código;
e (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        Art. 253.  Nos juízos coletivos, não poderão
servir no mesmo processo os juízes que forem
entre si parentes, consangüíneos ou afins, em         II ­ fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela
linha reta ou colateral até o terceiro grau, Lei nº 11.719, de 2008).
inclusive.
        Art. 258.  Os órgãos do Ministério Público
        Art. 254.  O juiz dar­se­á por suspeito, e, se não funcionarão nos processos em que o juiz ou
não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente,
partes: consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive, e a eles se
estendem, no que Ihes for aplicável, as
        I ­ se for amigo íntimo ou inimigo capital de
prescrições relativas à suspeição e aos
qualquer deles;
impedimentos dos juízes.
        II ­ se ele, seu cônjuge, ascendente ou
CAPÍTULO III
descendente, estiver respondendo a processo por
fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja
controvérsia; DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

16
Art. 261.  Nenhum acusado, ainda que ausente DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
ou foragido, será processado ou julgado sem
defensor.         Art. 274.  As prescrições sobre suspeição
dos juízes estendem­se aos serventuários e
      Parágrafo único. A defesa técnica, quando funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.
realizada por defensor público ou dativo, será
sempre exercida através de manifestação TÍTULO X
fundamentada. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003) DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

        Art. 262.  Ao acusado menor dar­se­á CAPÍTULO I


curador.
DAS CITAÇÕES
        Art. 263.  Se o acusado não o tiver, ser­lhe­á
nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu
        Art. 351.  A citação inicial far­se­á por
direito de, a todo tempo, nomear outro de sua
mandado, quando o réu estiver no território
confiança, ou a si mesmo defender­se, caso
sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
tenha habilitação.
        Art. 352.  O mandado de citação indicará:
        Parágrafo único.  O acusado, que não for
pobre, será obrigado a pagar os honorários do
defensor dativo, arbitrados pelo juiz.         I ­ o nome do juiz;

        Art. 264.  Salvo motivo relevante, os         II ­ o nome do querelante nas ações
advogados e solicitadores serão obrigados, sob iniciadas por queixa;
pena de multa de cem a quinhentos mil­réis, a
prestar seu patrocínio aos acusados, quando         III ­ o nome do réu, ou, se for desconhecido,
nomeados pelo Juiz. os seus sinais característicos;

        Art. 265.  O defensor não poderá abandonar         IV ­ a residência do réu, se for conhecida;
o processo senão por motivo imperioso,
comunicado previamente o juiz, sob pena de         V ­ o fim para que é feita a citação;
multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos,
sem prejuízo das demais sanções         VI ­ o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o
cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de réu deverá comparecer;
2008).
        VII ­ a subscrição do escrivão e a rubrica do
        § 1o  A audiência poderá ser adiada se, por juiz.
motivo justificado, o defensor não puder
comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
        Art. 353.  Quando o réu estiver fora do
2008).
território da jurisdição do juiz processante, será
citado mediante precatória.
        § 2o  Incumbe ao defensor provar o
impedimento até a abertura da audiência. Não o
        Art. 354.  A precatória indicará:
fazendo, o juiz não determinará o adiamento de
ato algum do processo, devendo nomear
defensor substituto, ainda que provisoriamente ou         I ­ o juiz deprecado e o juiz deprecante;
só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).         II ­ a sede da jurisdição de um e de outro;

        Art. 266.  A constituição de defensor         Ill ­ o fim para que é feita a citação, com
independerá de instrumento de mandato, se o todas as especificações;
acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
        IV ­ o juízo do lugar, o dia e a hora em que o
        Art. 267.  Nos termos do art. 252, não réu deverá comparecer.
funcionarão como defensores os parentes do juiz.
        Art. 355.  A precatória será devolvida ao juiz
CAPÍTULO V deprecante, independentemente de traslado,

17
depois de lançado o "cumpra­se" e de feita a         Art. 363.  O processo terá completada a sua
citação por mandado do juiz deprecado. formação quando realizada a citação do
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
        § 1o  Verificado que o réu se encontra em 2008).
território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este
remeterá o juiz deprecado os autos para         I ­ (revogado); (Redação dada pela Lei nº
efetivação da diligência, desde que haja tempo 11.719, de 2008).
para fazer­se a citação.
        II ­ (revogado). (Redação dada pela Lei nº
        § 2o  Certificado pelo oficial de justiça que o 11.719, de 2008).
réu se oculta para não ser citado, a precatória
será imediatamente devolvida, para o fim previsto         § 1o  Não sendo encontrado o acusado, será
no art. 362. procedida a citação por edital. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
        Art. 356.  Se houver urgência, a precatória,
que conterá em resumo os requisitos enumerados         § 2o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719,
no art. 354, poderá ser expedida por via de 2008).
telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz,
o que a estação expedidora mencionará.
        § 3o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
        Art. 357.  São requisitos da citação por
mandado:
        § 4o  Comparecendo o acusado citado por
edital, em qualquer tempo, o processo observará
        I ­ leitura do mandado ao citando pelo oficial o disposto nos arts. 394 e seguintes deste
e entrega da contrafé, na qual se mencionarão Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
dia e hora da citação;
        Art. 364.  No caso do artigo anterior, no I, o
        II ­ declaração do oficial, na certidão, da prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90
entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias,
e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias.
        Art. 358.  A citação do militar far­se­á por
intermédio do chefe do respectivo serviço.         Art. 365.  O edital de citação indicará:

        Art. 359.  O dia designado para funcionário         I ­ o nome do juiz que a determinar;
público comparecer em juízo, como acusado,
será notificado assim a ele como ao chefe de sua
        II ­ o nome do réu, ou, se não for conhecido,
repartição.
os seus sinais característicos, bem como sua
residência e profissão, se constarem do processo;
        Art. 360. Se o réu estiver preso, será
pessoalmente citado. (Redação dada pela Lei nº         III ­ o fim para que é feita a citação;
10.792, de 1º.12.2003)
        IV ­ o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o
        Art. 361.  Se o réu não for encontrado, será réu deverá comparecer;
citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
        V ­ o prazo, que será contado do dia da
        Art. 362.  Verificando que o réu se oculta publicação do edital na imprensa, se houver, ou
para não ser citado, o oficial de justiça certificará da sua afixação.
a ocorrência e procederá à citação com hora
certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229
        Parágrafo único.  O edital será afixado à
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 ­ Código
porta do edifício onde funcionar o juízo e será
de Processo Civil.  (Redação dada pela Lei nº
publicado pela imprensa, onde houver, devendo a
11.719, de 2008).
afixação ser certificada pelo oficial que a tiver
feito e a publicação provada por exemplar do
        Parágrafo único.  Completada a citação com jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a
hora certa, se o acusado não comparecer, ser­ página do jornal com a data da publicação.
lhe­á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).

18
        Art. 366. Se o acusado, citado por edital, diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão postal com comprovante de recebimento, ou por
suspensos o processo e o curso do prazo qualquer outro meio idôneo. (Redação dada pela
prescricional, podendo o juiz determinar a Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão         § 3o  A intimação pessoal, feita pelo escrivão,
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. dispensará a aplicação a que alude o § 1o. 
 (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
(Vide Lei nº 11.719, de 2008)
        § 4o  A intimação do Ministério Público e do
        § 1o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de defensor nomeado será pessoal.  (Incluído pela
2008). Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

        § 2o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de         Art. 371.  Será admissível a intimação por
2008). despacho na petição em que for requerida,
observado o disposto no art. 357.
        Art. 367. O processo seguirá sem a
presença do acusado que, citado ou intimado         Art. 372.  Adiada, por qualquer motivo, a
pessoalmente para qualquer ato, deixar de instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na
comparecer sem motivo justificado, ou, no caso presença das partes e testemunhas, dia e hora
de mudança de residência, não comunicar o novo para seu prosseguimento, do que se lavrará
endereço ao juízo. (Redação dada pela Lei nº termo nos autos.
9.271, de 17.4.1996)
LIVRO II
        Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro,
em lugar sabido, será citado mediante carta DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
rogatória, suspendendo­se o curso do prazo de
prescrição até o seu cumprimento. (Redação TÍTULO I
dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
DO PROCESSO COMUM
         Art. 369. As citações que houverem de ser
feitas em legações estrangeiras serão efetuadas CAPÍTULO I
mediante carta rogatória.  (Redação dada pela Lei
nº 9.271, de 17.4.1996)
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

        Art. 394.  O procedimento será comum ou


especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
CAPÍTULO II 2008).

DAS INTIMAÇÕES         § 1o  O procedimento comum será ordinário,


sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº
        Art. 370. Nas intimações dos acusados, das 11.719, de 2008).
testemunhas e demais pessoas que devam tomar
conhecimento de qualquer ato, será observado,         I ­ ordinário, quando tiver por objeto crime
no que for aplicável, o disposto no Capítulo cuja sanção máxima cominada for igual ou
anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
17.4.1996) liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        § 1o  A intimação do defensor constituído, do         II ­ sumário, quando tiver por objeto crime
advogado do querelante e do assistente far­se­á cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
por publicação no órgão incumbido da publicidade (quatro) anos de pena privativa de
dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
de nulidade, o nome do acusado. (Incluído pela
Lei nº 9.271, de 17.4.1996)         III ­ sumaríssimo, para as infrações penais
de menor potencial ofensivo, na forma da
        § 2o  Caso não haja órgão de publicação dos lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
atos judiciais na comarca, a intimação far­se­á

19
        § 2o  Aplica­se a todos os processos o         Art. 396­A.  Na resposta, o acusado poderá
procedimento comum, salvo disposições em argüir preliminares e alegar tudo o que interesse
contrário deste Código ou de lei à sua defesa, oferecer documentos e
especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). justificações, especificar as provas pretendidas e
arrolar testemunhas, qualificando­as e
        § 3o  Nos processos de competência do requerendo sua intimação, quando
Tribunal do Júri, o procedimento observará as necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de         § 1o  A exceção será processada em
2008). apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 4o  As disposições dos arts. 395 a 398
deste Código aplicam­se a todos os         § 2o  Não apresentada a resposta no prazo
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que legal, ou se o acusado, citado, não constituir
não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê­
11.719, de 2008). la, concedendo­lhe vista dos autos por 10 (dez)
dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 5o  Aplicam­se subsidiariamente aos
procedimentos especial, sumário e sumaríssimo         Art. 397.  Após o cumprimento do disposto
as disposições do procedimento ordinário. no art. 396­A, e parágrafos, deste Código, o juiz
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). deverá absolver sumariamente o acusado quando
verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
Art. 394­A.  Os processos que apurem a 2008).
prática de crime hediondo terão prioridade de
tramitação em todas as instâncias. (Incluído pela         I ­ a existência manifesta de causa
Lei nº 13.285, de 2016). excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008).
        Art. 395.  A denúncia ou queixa será
rejeitada quando:  (Redação dada pela Lei nº         II ­ a existência manifesta de causa
11.719, de 2008). excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
        I ­ for manifestamente inepta; (Incluído pela 2008).
Lei nº 11.719, de 2008).
        III ­ que o fato narrado evidentemente não
        II ­ faltar pressuposto processual ou constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de
condição para o exercício da ação penal; ou 2008).
 (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        IV ­ extinta a punibilidade do agente.
        III ­ faltar justa causa para o exercício da (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        Art. 398.  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
        Parágrafo único.  (Revogado). (Incluído pela 2008).
Lei nº 11.719, de 2008).
        Art. 399.  Recebida a denúncia ou queixa, o
        Art. 396.  Nos procedimentos ordinário e juiz designará dia e hora para a audiência,
sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, ordenando a intimação do acusado, de seu
se não a rejeitar liminarmente, recebê­la­á e defensor, do Ministério Público e, se for o caso,
ordenará a citação do acusado para responder à do querelante e do assistente. (Redação dada
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) pela Lei nº 11.719, de 2008).
dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 1o  O acusado preso será requisitado para
        Parágrafo único.  No caso de citação por comparecer ao interrogatório, devendo o poder
edital, o prazo para a defesa começará a fluir a público providenciar sua apresentação. (Incluído
partir do comparecimento pessoal do acusado ou pela Lei nº 11.719, de 2008).
do defensor constituído. (Redação dada pela Lei
nº 11.719, de 2008).         § 2o  O juiz que presidiu a instrução deverá
proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).

20
        Art. 400.  Na audiência de instrução e (dez) minutos, prorrogando­se por igual período o
julgamento, a ser realizada no prazo máximo de tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela
60 (sessenta) dias, proceder­se­á à tomada de Lei nº 11.719, de 2008).
declarações do ofendido, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e pela         § 3o  O juiz poderá, considerada a
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no complexidade do caso ou o número de acusados,
art. 222 deste Código, bem como aos conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao sucessivamente para a apresentação de
reconhecimento de pessoas e coisas, memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez)
interrogando­se, em seguida, o dias para proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº
acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 11.719, de 2008).
2008).
        Art. 404.  Ordenado diligência considerada
        § 1o  As provas serão produzidas numa só imprescindível, de ofício ou a requerimento da
audiência, podendo o juiz indeferir as parte, a audiência será concluída sem as
consideradas irrelevantes, impertinentes ou alegações finais. (Redação dada pela Lei nº
protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 11.719, de 2008).
2008).
        Parágrafo único.  Realizada, em seguida, a
        § 2o  Os esclarecimentos dos peritos diligência determinada, as partes apresentarão,
dependerão de prévio requerimento das partes. no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10
(dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (Incluído
        Art. 401.  Na instrução poderão ser inquiridas pela Lei nº 11.719, de 2008).
até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação
e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº         Art. 405.  Do ocorrido em audiência será
11.719, de 2008). lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz
e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos
        § 1o  Nesse número não se compreendem as relevantes nela ocorridos. (Redação dada pela
que não prestem compromisso e as Lei nº 11.719, de 2008).
referidas. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
        § 1o  Sempre que possível, o registro dos
        § 2   A parte poderá desistir da inquirição de
o
depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e
qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado testemunhas será feito pelos meios ou recursos
o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído de gravação magnética, estenotipia, digital ou
pela Lei nº 11.719, de 2008). técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a
obter maior fidelidade das informações. (Incluído
        Art. 402.  Produzidas as provas, ao final da pela Lei nº 11.719, de 2008).
audiência, o Ministério Público, o querelante e o
assistente e, a seguir, o acusado poderão         § 2o  No caso de registro por meio
requerer diligências cuja necessidade se origine audiovisual, será encaminhado às partes cópia do
de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. registro original, sem necessidade de transcrição.
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

        Art. 403.  Não havendo requerimento de CAPÍTULO II


diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas
alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS
respectivamente, pela acusação e pela defesa, PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO
prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, TRIBUNAL DO JÚRI
a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008). Seção I
Da Acusação e da Instrução Preliminar
        § 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo
previsto para a defesa de cada um será         Art. 406.  O juiz, ao receber a denúncia ou a
individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). queixa, ordenará a citação do acusado para
responder a acusação, por escrito, no prazo de
        § 2o  Ao assistente do Ministério Público, 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
após a manifestação desse, serão concedidos 10 de 2008)

21
        § 1o  O prazo previsto no caput deste artigo         § 2o  As provas serão produzidas em uma só
será contado a partir do efetivo cumprimento do audiência, podendo o juiz indeferir as
mandado ou do comparecimento, em juízo, do consideradas irrelevantes, impertinentes ou
acusado ou de defensor constituído, no caso de protelatórias. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
citação inválida ou por edital. (Redação dada pela 2008)
Lei nº 11.689, de 2008)
        § 3o  Encerrada a instrução probatória,
        § 2o  A acusação deverá arrolar observar­se­á, se for o caso, o disposto no art.
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na 384 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
denúncia ou na queixa. 2008)

        § 3o  Na resposta, o acusado poderá argüir         § 4o  As alegações serão orais, concedendo­
preliminares e alegar tudo que interesse a sua se a palavra, respectivamente, à acusação e à
defesa, oferecer documentos e justificações, defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos,
especificar as provas pretendidas e arrolar prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído pela Lei
testemunhas, até o máximo de 8 (oito), nº 11.689, de 2008)
qualificando­as e requerendo sua intimação,
quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.689,         § 5o  Havendo mais de 1 (um) acusado, o
de 2008) tempo previsto para a acusação e a defesa de
cada um deles será individual. (Incluído pela Lei
        Art. 407.  As exceções serão processadas nº 11.689, de 2008)
em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de         § 6o  Ao assistente do Ministério Público,
2008) após a manifestação deste, serão concedidos 10
(dez) minutos, prorrogando­se por igual período o
        Art. 408.  Não apresentada a resposta no tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela
prazo legal, o juiz nomeará defensor para Lei nº 11.689, de 2008)
oferecê­la em até 10 (dez) dias, concedendo­lhe
vista dos autos. (Redação dada pela Lei nº         § 7o  Nenhum ato será adiado, salvo quando
11.689, de 2008) imprescindível à prova faltante, determinando o
juiz a condução coercitiva de quem deva
        Art. 409.  Apresentada a defesa, o juiz ouvirá comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
o Ministério Público ou o querelante sobre 2008)
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)         § 8o  A testemunha que comparecer será
inquirida, independentemente da suspensão da
        Art. 410.  O juiz determinará a inquirição das audiência, observada em qualquer caso a ordem
testemunhas e a realização das diligências estabelecida no caput deste artigo. (Incluído pela
requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 Lei nº 11.689, de 2008)
(dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)         § 9o  Encerrados os debates, o juiz proferirá
a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias,
        Art. 411.  Na audiência de instrução, ordenando que os autos para isso lhe sejam
proceder­se­á à tomada de declarações do conclusos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
ofendido, se possível, à inquirição das
testemunhas arroladas pela acusação e pela         Art. 412.  O procedimento será concluído no
defesa, nesta ordem, bem como aos prazo máximo de 90 (noventa) dias. (Redação
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando­se, em seguida, o acusado e
Seção II
procedendo­se o debate. (Redação dada pela Lei
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição
nº 11.689, de 2008)
Sumária

        § 1o  Os esclarecimentos dos peritos


dependerão de prévio requerimento e de
        Art. 413.  O juiz, fundamentadamente,
deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 11.689,
pronunciará o acusado, se convencido da
de 2008)
materialidade do fato e da existência de indícios

22
suficientes de autoria ou de participação. Decreto­Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) – Código Penal, salvo quando esta for a única
tese defensiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
        § 1o  A fundamentação da pronúncia limitar­ 2008)
se­á à indicação da materialidade do fato e da
existência de indícios suficientes de autoria ou de         Art. 416.  Contra a sentença de impronúncia
participação, devendo o juiz declarar o dispositivo ou de absolvição sumária caberá apelação.
legal em que julgar incurso o acusado e (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
especificar as circunstâncias qualificadoras e as
causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº        Art. 417.  Se houver indícios de autoria ou de
11.689, de 2008) participação de outras pessoas não incluídas na
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o
        § 2o  Se o crime for afiançável, o juiz acusado, determinará o retorno dos autos ao
arbitrará o valor da fiança para a concessão ou Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável,
manutenção da liberdade provisória. (Incluído no que couber, o art. 80 deste Código. (Redação
pela Lei nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  O juiz decidirá, motivadamente, no caso        Art. 418.  O juiz poderá dar ao fato definição
de manutenção, revogação ou substituição da jurídica diversa da constante da acusação,
prisão ou medida restritiva de liberdade embora o acusado fique sujeito a pena mais
anteriormente decretada e, tratando­se de grave. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
acusado solto, sobre a necessidade da 2008)
decretação da prisão ou imposição de quaisquer
das medidas previstas no Título IX do Livro I         Art. 419.  Quando o juiz se convencer, em
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de discordância com a acusação, da existência de
2008) crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74
deste Código e não for competente para o
        Art. 414.  Não se convencendo da julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
materialidade do fato ou da existência de indícios (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
suficientes de autoria ou de participação, o juiz,
fundamentadamente, impronunciará o acusado.         Parágrafo único.  Remetidos os autos do
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) processo a outro juiz, à disposição deste ficará o
acusado preso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
        Parágrafo único.  Enquanto não ocorrer a 2008)
extinção da punibilidade, poderá ser formulada
nova denúncia ou queixa se houver prova nova.         Art. 420.  A intimação da decisão de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) pronúncia será feita: (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
        Art. 415.  O juiz, fundamentadamente,
absolverá desde logo o acusado, quando:         I – pessoalmente ao acusado, ao defensor
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) nomeado e ao Ministério Público; (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)
        I – provada a inexistência do fato; (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)         II – ao defensor constituído, ao querelante e
ao assistente do Ministério Público, na forma do
        II – provado não ser ele autor ou partícipe do disposto no § 1o do art. 370 deste Código.
fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        III – o fato não constituir infração penal;         Parágrafo único.  Será intimado por edital o
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) acusado solto que não for encontrado. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        IV – demonstrada causa de isenção de pena
ou de exclusão do crime. (Redação dada pela Lei         Art. 421.  Preclusa a decisão de pronúncia,
nº 11.689, de 2008) os autos serão encaminhados ao juiz presidente
do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº
        Parágrafo único.  Não se aplica o disposto 11.689, de 2008)
no inciso IV do caput deste artigo ao caso de
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do

23
        § 1o  Ainda que preclusa a decisão de         Art. 425.  Anualmente, serão alistados pelo
pronúncia, havendo circunstância superveniente presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos)
que altere a classificação do crime, o juiz a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas
ordenará a remessa dos autos ao Ministério comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de
Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil)
        § 2o  Em seguida, os autos serão conclusos habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos)
ao juiz para decisão. (Incluído pela Lei nº 11.689, nas comarcas de menor população. (Redação
de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

Seção III         § 1o  Nas comarcas onde for necessário,


Da Preparação do Processo para Julgamento poderá ser aumentado o número de jurados e,
em Plenário ainda, organizada lista de suplentes, depositadas
as cédulas em urna especial, com as cautelas
mencionadas na parte final do § 3o do art. 426
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
        Art. 422.  Ao receber os autos, o presidente
2008)
do Tribunal do Júri determinará a intimação do
órgão do Ministério Público ou do querelante, no
caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de         § 2o  O juiz presidente requisitará às
5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas autoridades locais, associações de classe e de
que irão depor em plenário, até o máximo de 5 bairro, entidades associativas e culturais,
(cinco), oportunidade em que poderão juntar instituições de ensino em geral, universidades,
documentos e requerer diligência. (Redação dada sindicatos, repartições públicas e outros núcleos
pela Lei nº 11.689, de 2008) comunitários a indicação de pessoas que reúnam
as condições para exercer a função de jurado.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 423.  Deliberando sobre os
requerimentos de provas a serem produzidas ou
exibidas no plenário do júri, e adotadas as         Art. 426.  A lista geral dos jurados, com
providências devidas, o juiz presidente: (Redação indicação das respectivas profissões, será
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro
de cada ano e divulgada em editais afixados à
porta do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei
        I – ordenará as diligências necessárias para
nº 11.689, de 2008)
sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que
interesse ao julgamento da causa; (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)         § 1o  A lista poderá ser alterada, de ofício ou
mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz
presidente até o dia 10 de novembro, data de sua
        II – fará relatório sucinto do processo,
publicação definitiva. (Incluído pela Lei nº 11.689,
determinando sua inclusão em pauta da reunião
de 2008)
do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei nº 11.689,
de 2008)
        § 2o  Juntamente com a lista, serão
transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
        Art. 424.  Quando a lei local de organização
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do
Júri o preparo para julgamento, o juiz competente
remeter­lhe­á os autos do processo preparado até         § 3o  Os nomes e endereços dos alistados,
5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o em cartões iguais, após serem verificados na
art. 433 deste Código. (Redação dada pela Lei nº presença do Ministério Público, de advogado
11.689, de 2008) indicado pela Seção local da Ordem dos
Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas
Defensorias Públicas competentes,
        Parágrafo único.  Deverão ser remetidos,
permanecerão guardados em urna fechada a
também, os processos preparados até o
chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.
encerramento da reunião, para a realização de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
        § 4o  O jurado que tiver integrado o Conselho
de Sentença nos 12 (doze) meses que
Seção IV
antecederem à publicação da lista geral fica dela
Do Alistamento dos Jurados
excluído. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

24
        § 5o  Anualmente, a lista geral de jurados         § 2o  Não havendo excesso de serviço ou
será, obrigatoriamente, completada. (Incluído pela existência de processos aguardando julgamento
Lei nº 11.689, de 2008) em quantidade que ultrapasse a possibilidade de
apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões
periódicas previstas para o exercício, o acusado
poderá requerer ao Tribunal que determine a
imediata realização do julgamento. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)
Seção V
Seção VI
Do Desaforamento
Da Organização da Pauta
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 427.  Se o interesse da ordem pública o
        Art. 429.  Salvo motivo relevante que
reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade
autorize alteração na ordem dos julgamentos,
do júri ou a segurança pessoal do acusado, o
terão preferência: (Redação dada pela Lei nº
Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
11.689, de 2008)
assistente, do querelante ou do acusado ou
mediante representação do juiz competente,
poderá determinar o desaforamento do         I – os acusados presos; (Incluído pela Lei nº
julgamento para outra comarca da mesma região, 11.689, de 2008)
onde não existam aqueles motivos, preferindo­se
as mais próximas. (Redação dada pela Lei nº         II – dentre os acusados presos, aqueles que
11.689, de 2008) estiverem há mais tempo na prisão; (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)
        § 1o  O pedido de desaforamento será
distribuído imediatamente e terá preferência de         III – em igualdade de condições, os
julgamento na Câmara ou Turma competente. precedentemente pronunciados. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) nº 11.689, de 2008)

        § 2o  Sendo relevantes os motivos alegados,         § 1o  Antes do dia designado para o primeiro
o relator poderá determinar, fundamentadamente, julgamento da reunião periódica, será afixada na
a suspensão do julgamento pelo júri. (Incluído porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos
pela Lei nº 11.689, de 2008) processos a serem julgados, obedecida a ordem
prevista no caput deste artigo. (Redação dada
        § 3o  Será ouvido o juiz presidente, quando a pela Lei nº 11.689, de 2008)
medida não tiver sido por ele solicitada. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)         § 2o  O juiz presidente reservará datas na
mesma reunião periódica para a inclusão de
        § 4o  Na pendência de recurso contra a processo que tiver o julgamento adiado.
decisão de pronúncia ou quando efetivado o (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
julgamento, não se admitirá o pedido de
desaforamento, salvo, nesta última hipótese,         Art. 430.  O assistente somente será
quanto a fato ocorrido durante ou após a admitido se tiver requerido sua habilitação até 5
realização de julgamento anulado. (Incluído pela (cinco) dias antes da data da sessão na qual
Lei nº 11.689, de 2008) pretenda atuar. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
        Art. 428.  O desaforamento também poderá
ser determinado, em razão do comprovado         Art. 431.  Estando o processo em ordem, o
excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a juiz presidente mandará intimar as partes, o
parte contrária, se o julgamento não puder ser ofendido, se for possível, as testemunhas e os
realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do peritos, quando houver requerimento, para a
trânsito em julgado da decisão de pronúncia. sessão de instrução e julgamento, observando,
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) no que couber, o disposto no art. 420 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
        § 1o  Para a contagem do prazo referido 2008)
neste artigo, não se computará o tempo de
adiamentos, diligências ou incidentes de interesse
da defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

25
Seção VII de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade.
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 1o  Nenhum cidadão poderá ser excluído
        Art. 432.  Em seguida à organização da dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em
pauta, o juiz presidente determinará a intimação razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo,
do Ministério Público, da Ordem dos Advogados profissão, classe social ou econômica, origem ou
do Brasil e da Defensoria Pública para grau de instrução. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
acompanharem, em dia e hora designados, o 2008)
sorteio dos jurados que atuarão na reunião
periódica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de         § 2o  A recusa injustificada ao serviço do júri
2008) acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez)
salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com
        Art. 433.  O sorteio, presidido pelo juiz, far­ a condição econômica do jurado. (Incluído pela
se­á a portas abertas, cabendo­lhe retirar as Lei nº 11.689, de 2008)
cédulas até completar o número de 25 (vinte e
cinco) jurados, para a reunião periódica ou         Art. 437.  Estão isentos do serviço do júri:
extraordinária. (Redação dada pela Lei nº 11.689, (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
de 2008)
        I – o Presidente da República e os Ministros
        § 1o  O sorteio será realizado entre o 15o de Estado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil
antecedente à instalação da reunião. (Incluído
        II – os Governadores e seus respectivos
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Secretários; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 2o  A audiência de sorteio não será adiada


        III – os membros do Congresso Nacional,
pelo não comparecimento das partes. (Incluído
das Assembléias Legislativas e das Câmaras
pela Lei nº 11.689, de 2008)
Distrital e Municipais; (Incluído pela Lei nº 11.689,
de 2008)
        § 3o  O jurado não sorteado poderá ter o seu
nome novamente incluído para as reuniões
        IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela
futuras. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 434.  Os jurados sorteados serão


        V – os Magistrados e membros do Ministério
convocados pelo correio ou por qualquer outro
Público e da Defensoria Pública; (Incluído pela
meio hábil para comparecer no dia e hora
Lei nº 11.689, de 2008)
designados para a reunião, sob as penas da lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        VI – os servidores do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública;
        Parágrafo único.  No mesmo expediente de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
convocação serão transcritos os arts. 436 a 446
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)         VII – as autoridades e os servidores da
polícia e da segurança pública; (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)
        Art. 435.  Serão afixados na porta do edifício
do Tribunal do Júri a relação dos jurados
convocados, os nomes do acusado e dos         VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído
procuradores das partes, além do dia, hora e local pela Lei nº 11.689, de 2008)
das sessões de instrução e julgamento. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)         IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta)
anos que requeiram sua dispensa; (Incluído pela
Seção VIII Lei nº 11.689, de 2008)
Da Função do Jurado
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)         X – aqueles que o requererem,
demonstrando justo impedimento. (Incluído pela
        Art. 436.  O serviço do júri é obrigatório. O Lei nº 11.689, de 2008)
alistamento compreenderá os cidadãos maiores

26
        Art. 438.  A recusa ao serviço do júri fundada         Art. 445.  O jurado, no exercício da função
em convicção religiosa, filosófica ou política ou a pretexto de exercê­la, será responsável
importará no dever de prestar serviço alternativo, criminalmente nos mesmos termos em que o são
sob pena de suspensão dos direitos políticos, os juízes togados. (Redação dada pela Lei nº
enquanto não prestar o serviço imposto. 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 446.  Aos suplentes, quando
        § 1o  Entende­se por serviço alternativo o convocados, serão aplicáveis os dispositivos
exercício de atividades de caráter administrativo, referentes às dispensas, faltas e escusas e à
assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no equiparação de responsabilidade penal prevista
Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no no art. 445 deste Código. (Redação dada pela Lei
Ministério Público ou em entidade conveniada nº 11.689, de 2008)
para esses fins. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008) Seção IX
Da Composição do Tribunal do Júri e da
        § 2o  O juiz fixará o serviço alternativo Formação do Conselho de Sentença
atendendo aos princípios da proporcionalidade e (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
da razoabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
2008)         Art. 447.  O Tribunal do Júri é composto por
1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte
        Art. 439.  O exercício efetivo da função de e cinco) jurados que serão sorteados dentre os
jurado constituirá serviço público relevante e alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o
estabelecerá presunção de idoneidade moral. Conselho de Sentença em cada sessão de
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
        Art. 440.  Constitui também direito do jurado,
na condição do art. 439 deste Código,         Art. 448.  São impedidos de servir no mesmo
preferência, em igualdade de condições, nas Conselho: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
licitações públicas e no provimento, mediante 2008)
concurso, de cargo ou função pública, bem como
nos casos de promoção funcional ou remoção         I – marido e mulher; (Incluído pela Lei nº
voluntária. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 11.689, de 2008)
2008)
        II – ascendente e descendente; (Incluído
        Art. 441.  Nenhum desconto será feito nos pela Lei nº 11.689, de 2008)
vencimentos ou salário do jurado sorteado que
comparecer à sessão do júri. (Redação dada pela
        III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei
Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008)

        Art. 442.  Ao jurado que, sem causa legítima,


        IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
deixar de comparecer no dia marcado para a
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
sessão ou retirar­se antes de ser dispensado pelo
presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10
(dez) salários mínimos, a critério do juiz, de         V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei nº
acordo com a sua condição econômica. (Redação 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        VI – padrasto, madrasta ou enteado.
        Art. 443.  Somente será aceita escusa (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
fundada em motivo relevante devidamente
comprovado e apresentada, ressalvadas as         § 1o  O mesmo impedimento ocorrerá em
hipóteses de força maior, até o momento da relação às pessoas que mantenham união estável
chamada dos jurados. (Redação dada pela Lei nº reconhecida como entidade familiar. (Incluído pela
11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 444.  O jurado somente será dispensado         § 2o  Aplicar­se­á aos jurados o disposto
por decisão motivada do juiz presidente, sobre os impedimentos, a suspeição e as
consignada na ata dos trabalhos. (Redação dada incompatibilidades dos juízes togados. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)

27
        Art. 449.  Não poderá servir o jurado que:         Parágrafo único.  Se a ausência não for
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) justificada, o fato será imediatamente comunicado
ao Procurador­Geral de Justiça com a data
        I – tiver funcionado em julgamento anterior designada para a nova sessão. (Incluído pela Lei
do mesmo processo, independentemente da nº 11.689, de 2008)
causa determinante do julgamento posterior;
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)         Art. 456.  Se a falta, sem escusa legítima, for
do advogado do acusado, e se outro não for por
        II – no caso do concurso de pessoas, houver este constituído, o fato será imediatamente
integrado o Conselho de Sentença que julgou o comunicado ao presidente da seccional da Ordem
outro acusado; (Incluído pela Lei nº 11.689, de dos Advogados do Brasil, com a data designada
2008) para a nova sessão. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
        III – tiver manifestado prévia disposição para
condenar ou absolver o acusado. (Incluído pela         § 1o  Não havendo escusa legítima, o
Lei nº 11.689, de 2008) julgamento será adiado somente uma vez,
devendo o acusado ser julgado quando chamado
novamente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 450.  Dos impedidos entre si por
parentesco ou relação de convivência, servirá o
que houver sido sorteado em primeiro lugar.         § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) intimará a Defensoria Pública para o novo
julgamento, que será adiado para o primeiro dia
desimpedido, observado o prazo mínimo de 10
        Art. 451.  Os jurados excluídos por
(dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
impedimento, suspeição ou incompatibilidade
serão considerados para a constituição do
número legal exigível para a realização da         Art. 457.  O julgamento não será adiado pelo
sessão. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de não comparecimento do acusado solto, do
2008) assistente ou do advogado do querelante, que
tiver sido regularmente intimado. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 452.  O mesmo Conselho de Sentença
poderá conhecer de mais de um processo, no
mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese         § 1o  Os pedidos de adiamento e as
em que seus integrantes deverão prestar novo justificações de não comparecimento deverão ser,
compromisso. (Redação dada pela Lei nº 11.689, salvo comprovado motivo de força maior,
de 2008) previamente submetidos à apreciação do juiz
presidente do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei
nº 11.689, de 2008)
Seção X
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)         § 2o  Se o acusado preso não for conduzido,
o julgamento será adiado para o primeiro dia
desimpedido da mesma reunião, salvo se houver
        Art. 453.  O Tribunal do Júri reunir­se­á para
pedido de dispensa de comparecimento subscrito
as sessões de instrução e julgamento nos
por ele e seu defensor. (Incluído pela Lei nº
períodos e na forma estabelecida pela lei local de
11.689, de 2008)
organização judiciária. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)
        Art. 458.  Se a testemunha, sem justa causa,
deixar de comparecer, o juiz presidente, sem
        Art. 454.  Até o momento de abertura dos
prejuízo da ação penal pela desobediência,
trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os
aplicar­lhe­á a multa prevista no § 2o do art. 436
casos de isenção e dispensa de jurados e o
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
pedido de adiamento de julgamento, mandando
de 2008)
consignar em ata as deliberações. (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 459.  Aplicar­se­á às testemunhas a
serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441
        Art. 455.  Se o Ministério Público não
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento
de 2008)
para o primeiro dia desimpedido da mesma
reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

28
        Art. 460.  Antes de constituído o Conselho de arts. 434 e 435 deste Código. (Redação dada
Sentença, as testemunhas serão recolhidas a pela Lei nº 11.689, de 2008)
lugar onde umas não possam ouvir os
depoimentos das outras. (Redação dada pela Lei         Art. 466.  Antes do sorteio dos membros do
nº 11.689, de 2008) Conselho de Sentença, o juiz presidente
esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição
        Art. 461.  O julgamento não será adiado se a e as incompatibilidades constantes dos arts. 448
testemunha deixar de comparecer, salvo se uma e 449 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
das partes tiver requerido a sua intimação por 11.689, de 2008)
mandado, na oportunidade de que trata o art. 422
deste Código, declarando não prescindir do         § 1o  O juiz presidente também advertirá os
depoimento e indicando a sua localização. jurados de que, uma vez sorteados, não poderão
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) comunicar­se entre si e com outrem, nem
manifestar sua opinião sobre o processo, sob
        § 1o  Se, intimada, a testemunha não pena de exclusão do Conselho e multa, na forma
comparecer, o juiz presidente suspenderá os do § 2o do art. 436 deste Código. (Redação dada
trabalhos e mandará conduzi­la ou adiará o pela Lei nº 11.689, de 2008)
julgamento para o primeiro dia desimpedido,
ordenando a sua condução. (Incluído pela Lei nº         § 2o  A incomunicabilidade será certificada
11.689, de 2008) nos autos pelo oficial de justiça. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 2o  O julgamento será realizado mesmo na
hipótese de a testemunha não ser encontrada no         Art. 467.  Verificando que se encontram na
local indicado, se assim for certificado por oficial urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o
de justiça. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para
a formação do Conselho de Sentença. (Redação
        Art. 462.  Realizadas as diligências referidas dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz
presidente verificará se a urna contém as cédulas         Art. 468.  À medida que as cédulas forem
dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá,
mandando que o escrivão proceda à chamada e a defesa e, depois dela, o Ministério Público
deles. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três)
2008) cada parte, sem motivar a recusa. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 463.  Comparecendo, pelo menos, 15
(quinze) jurados, o juiz presidente declarará         Parágrafo único.  O jurado recusado
instalados os trabalhos, anunciando o processo imotivadamente por qualquer das partes será
que será submetido a julgamento. (Redação dada excluído daquela sessão de instrução e
pela Lei nº 11.689, de 2008) julgamento, prosseguindo­se o sorteio para a
composição do Conselho de Sentença com os
        § 1o  O oficial de justiça fará o pregão, jurados remanescentes. (Incluído pela Lei nº
certificando a diligência nos autos. (Incluído pela 11.689, de 2008)
Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 469.  Se forem 2 (dois) ou mais os
        § 2o  Os jurados excluídos por impedimento acusados, as recusas poderão ser feitas por um
ou suspeição serão computados para a só defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
constituição do número legal. (Incluído pela Lei nº de 2008)
11.689, de 2008)
        § 1o  A separação dos julgamentos somente
        Art. 464.  Não havendo o número referido no ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido
art. 463 deste Código, proceder­se­á ao sorteio o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor
de tantos suplentes quantos necessários, e o Conselho de Sentença. (Incluído pela Lei nº
designar­se­á nova data para a sessão do júri. 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 2o  Determinada a separação dos
        Art. 465.  Os nomes dos suplentes serão julgamentos, será julgado em primeiro lugar o
consignados em ata, remetendo­se o expediente acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou,
de convocação, com observância do disposto nos em caso de co­autoria, aplicar­se­á o critério de

29
preferência disposto no art. 429 deste Código. Público e do assistente, mantidos no mais a
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 470.  Desacolhida a argüição de
impedimento, de suspeição ou de         § 2o  Os jurados poderão formular perguntas
incompatibilidade contra o juiz presidente do ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do
Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, juiz presidente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
jurado ou qualquer funcionário, o julgamento não 2008)
será suspenso, devendo, entretanto, constar da
ata o seu fundamento e a decisão. (Redação         § 3o  As partes e os jurados poderão
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) requerer acareações, reconhecimento de pessoas
e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como
        Art. 471.  Se, em conseqüência do a leitura de peças que se refiram, exclusivamente,
impedimento, suspeição, incompatibilidade, às provas colhidas por carta precatória e às
dispensa ou recusa, não houver número para a provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.
formação do Conselho, o julgamento será adiado (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
para o primeiro dia desimpedido, após sorteados
os suplentes, com observância do disposto no art.         Art. 474.  A seguir será o acusado
464 deste Código. (Redação dada pela Lei nº interrogado, se estiver presente, na forma
11.689, de 2008) estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I
deste Código, com as alterações introduzidas
        Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, nesta Seção. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
o presidente, levantando­se, e, com ele, todos os de 2008)
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)         § 1o  O Ministério Público, o assistente, o
querelante e o defensor, nessa ordem, poderão
        Em nome da lei, concito­vos a examinar esta formular, diretamente, perguntas ao acusado.
causa com imparcialidade e a proferir a vossa (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
decisão de acordo com a vossa consciência e os
ditames da justiça.         § 2o  Os jurados formularão perguntas por
intermédio do juiz presidente. (Redação dada
        Os jurados, nominalmente chamados pelo pela Lei nº 11.689, de 2008)
presidente, responderão:
        § 3o  Não se permitirá o uso de algemas no
        Assim o prometo. acusado durante o período em que permanecer
no plenário do júri, salvo se absolutamente
        Parágrafo único.  O jurado, em seguida, necessário à ordem dos trabalhos, à segurança
receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das testemunhas ou à garantia da integridade
das decisões posteriores que julgaram admissível física dos presentes. (Incluído pela Lei nº 11.689,
a acusação e do relatório do processo. (Incluído de 2008)
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 475.  O registro dos depoimentos e do
Seção XI interrogatório será feito pelos meios ou recursos
Da Instrução em Plenário de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) técnica similar, destinada a obter maior fidelidade
e celeridade na colheita da prova. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 473.  Prestado o compromisso pelos
jurados, será iniciada a instrução plenária quando
o juiz presidente, o Ministério Público, o         Parágrafo único.  A transcrição do registro,
assistente, o querelante e o defensor do acusado após feita a degravação, constará dos autos.
tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
do ofendido, se possível, e inquirirão as
testemunhas arroladas pela acusação. (Redação Seção XII
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Dos Debates
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 1o  Para a inquirição das testemunhas
arroladas pela defesa, o defensor do acusado         Art. 476.  Encerrada a instrução, será
formulará as perguntas antes do Ministério concedida a palavra ao Ministério Público, que

30
fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das         Art. 479.  Durante o julgamento não será
decisões posteriores que julgaram admissível a permitida a leitura de documento ou a exibição de
acusação, sustentando, se for o caso, a objeto que não tiver sido juntado aos autos com a
existência de circunstância agravante. (Redação antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) dando­se ciência à outra parte. (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 1o  O assistente falará depois do Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)         Parágrafo único.  Compreende­se na
proibição deste artigo a leitura de jornais ou
        § 2o  Tratando­se de ação penal de iniciativa qualquer outro escrito, bem como a exibição de
privada, falará em primeiro lugar o querelante e, vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros,
em seguida, o Ministério Público, salvo se este croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo
houver retomado a titularidade da ação, na forma conteúdo versar sobre a matéria de fato
do art. 29 deste Código. (Incluído pela Lei nº submetida à apreciação e julgamento dos
11.689, de 2008) jurados. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        § 3o  Finda a acusação, terá a palavra a         Art. 480.  A acusação, a defesa e os jurados
defesa. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) poderão, a qualquer momento e por intermédio do
juiz presidente, pedir ao orador que indique a
folha dos autos onde se encontra a peça por ele
        § 4o  A acusação poderá replicar e a defesa
lida ou citada, facultando­se, ainda, aos jurados
treplicar, sendo admitida a reinquirição de
solicitar­lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento
testemunha já ouvida em plenário. (Incluído pela
de fato por ele alegado. (Redação dada pela Lei
Lei nº 11.689, de 2008)
nº 11.689, de 2008)
        Art. 477.  O tempo destinado à acusação e à
        § 1o  Concluídos os debates, o presidente
defesa será de uma hora e meia para cada, e de
indagará dos jurados se estão habilitados a julgar
uma hora para a réplica e outro tanto para a
ou se necessitam de outros esclarecimentos.
tréplica. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)

        § 2o  Se houver dúvida sobre questão de


        § 1o  Havendo mais de um acusador ou mais
fato, o presidente prestará esclarecimentos à
de um defensor, combinarão entre si a
vista dos autos. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
distribuição do tempo, que, na falta de acordo,
2008)
será dividido pelo juiz presidente, de forma a não
exceder o determinado neste artigo. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)         § 3o  Os jurados, nesta fase do
procedimento, terão acesso aos autos e aos
instrumentos do crime se solicitarem ao juiz
        § 2o  Havendo mais de 1 (um) acusado, o
presidente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
tempo para a acusação e a defesa será acrescido
de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e
da tréplica, observado o disposto no § 1o deste         Art. 481.  Se a verificação de qualquer fato,
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) reconhecida como essencial para o julgamento da
causa, não puder ser realizada imediatamente, o
juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando
        Art. 478.  Durante os debates as partes não
a realização das diligências entendidas
poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:
necessárias. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
de 2008)
        I – à decisão de pronúncia, às decisões
        Parágrafo único.  Se a diligência consistir na
posteriores que julgaram admissível a acusação
produção de prova pericial, o juiz presidente,
ou à determinação do uso de algemas como
desde logo, nomeará perito e formulará quesitos,
argumento de autoridade que beneficiem ou
facultando às partes também formulá­los e indicar
prejudiquem o acusado; (Incluído pela Lei nº
assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.
11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        II – ao silêncio do acusado ou à ausência de
Seção XIII
interrogatório por falta de requerimento, em seu
Do Questionário e sua Votação
prejuízo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

31
        Art. 482.  O Conselho de Sentença será         I – causa de diminuição de pena alegada
questionado sobre matéria de fato e se o acusado pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
deve ser absolvido. (Redação dada pela Lei nº
11.689, de 2008)         II – circunstância qualificadora ou causa de
aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou
        Parágrafo único.  Os quesitos serão em decisões posteriores que julgaram admissível
redigidos em proposições afirmativas, simples e a acusação. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
distintas, de modo que cada um deles possa ser
respondido com suficiente clareza e necessária         § 4o  Sustentada a desclassificação da
precisão. Na sua elaboração, o presidente levará infração para outra de competência do juiz
em conta os termos da pronúncia ou das singular, será formulado quesito a respeito, para
decisões posteriores que julgaram admissível a ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o
acusação, do interrogatório e das alegações das (terceiro) quesito, conforme o caso. (Incluído pela
partes. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 483.  Os quesitos serão formulados na         § 5o  Sustentada a tese de ocorrência do
seguinte ordem, indagando sobre: (Redação dada crime na sua forma tentada ou havendo
pela Lei nº 11.689, de 2008) divergência sobre a tipificação do delito, sendo
este da competência do Tribunal do Júri, o juiz
        I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei formulará quesito acerca destas questões, para
nº 11.689, de 2008) ser respondido após o segundo quesito. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        II – a autoria ou participação; (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)         § 6o  Havendo mais de um crime ou mais de
um acusado, os quesitos serão formulados em
        III – se o acusado deve ser absolvido; séries distintas. (Incluído pela Lei nº 11.689, de
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 2008)

        IV – se existe causa de diminuição de pena         Art. 484.  A seguir, o presidente lerá os
alegada pela defesa; (Incluído pela Lei nº 11.689, quesitos e indagará das partes se têm
de 2008) requerimento ou reclamação a fazer, devendo
qualquer deles, bem como a decisão, constar da
ata. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        V – se existe circunstância qualificadora ou
causa de aumento de pena reconhecidas na
pronúncia ou em decisões posteriores que         Parágrafo único.  Ainda em plenário, o juiz
julgaram admissível a acusação. (Incluído pela presidente explicará aos jurados o significado de
Lei nº 11.689, de 2008) cada quesito. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)
        § 1o  A resposta negativa, de mais de 3 (três)
jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos         Art. 485.  Não havendo dúvida a ser
incisos I e II do caput deste artigo encerra a esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o
votação e implica a absolvição do acusado. Ministério Público, o assistente, o querelante, o
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) defensor do acusado, o escrivão e o oficial de
justiça dirigir­se­ão à sala especial a fim de ser
procedida a votação. (Redação dada pela Lei nº
        § 2o  Respondidos afirmativamente por mais
11.689, de 2008)
de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos
incisos I e II do caput deste artigo será formulado
quesito com a seguinte redação: (Incluído pela         § 1o  Na falta de sala especial, o juiz
Lei nº 11.689, de 2008) presidente determinará que o público se retire,
permanecendo somente as pessoas
mencionadas no caput deste artigo. (Incluído pela
        O jurado absolve o acusado?
Lei nº 11.689, de 2008)
        § 3o  Decidindo os jurados pela condenação,
        § 2o  O juiz presidente advertirá as partes de
o julgamento prossegue, devendo ser formulados
que não será permitida qualquer intervenção que
quesitos sobre: (Incluído pela Lei nº 11.689, de
possa perturbar a livre manifestação do Conselho
2008)
e fará retirar da sala quem se portar

32
inconvenientemente. (Incluído pela Lei nº 11.689,         I – no caso de condenação: (Redação dada
de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 486.  Antes de proceder­se à votação de         a) fixará a pena­base; (Incluído pela Lei nº
cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir 11.689, de 2008)
aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel
opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete)         b) considerará as circunstâncias agravantes
delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. ou atenuantes alegadas nos debates; (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Art. 487.  Para assegurar o sigilo do voto, o         c) imporá os aumentos ou diminuições da
oficial de justiça recolherá em urnas separadas as pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;
cédulas correspondentes aos votos e as não (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
utilizadas. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
        d) observará as demais disposições do art.
387 deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.689, de
        Art. 488.  Após a resposta, verificados os 2008)
votos e as cédulas não utilizadas, o presidente
determinará que o escrivão registre no termo a
        e) mandará o acusado recolher­se ou
votação de cada quesito, bem como o resultado
recomendá­lo­á à prisão em que se encontra, se
do julgamento. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
presentes os requisitos da prisão preventiva;
de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        Parágrafo único.  Do termo também constará


        f) estabelecerá os efeitos genéricos e
a conferência das cédulas não utilizadas.
específicos da condenação; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)

        Art. 489.  As decisões do Tribunal do Júri


        II – no caso de absolvição: (Redação dada
serão tomadas por maioria de votos. (Redação
pela Lei nº 11.689, de 2008)
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        a) mandará colocar em liberdade o acusado
        Art. 490.  Se a resposta a qualquer dos
se por outro motivo não estiver preso; (Redação
quesitos estiver em contradição com outra ou
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
outras já dadas, o presidente, explicando aos
jurados em que consiste a contradição,
submeterá novamente à votação os quesitos a         b) revogará as medidas restritivas
que se referirem tais respostas. (Redação dada provisoriamente decretadas; (Redação dada pela
pela Lei nº 11.689, de 2008) Lei nº 11.689, de 2008)

        Parágrafo único.  Se, pela resposta dada a         c) imporá, se for o caso, a medida de
um dos quesitos, o presidente verificar que ficam segurança cabível. (Redação dada pela Lei nº
prejudicados os seguintes, assim o declarará, 11.689, de 2008)
dando por finda a votação. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)         § 1o  Se houver desclassificação da infração
para outra, de competência do juiz singular, ao
        Art. 491.  Encerrada a votação, será o termo presidente do Tribunal do Júri caberá proferir
a que se refere o art. 488 deste Código assinado sentença em seguida, aplicando­se, quando o
pelo presidente, pelos jurados e pelas partes. delito resultante da nova tipificação for
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) considerado pela lei como infração penal de
menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69
e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro
Seção XIV
de 1995. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
Da sentença
2008)
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 2o  Em caso de desclassificação, o crime
        Art. 492.  Em seguida, o presidente proferirá
conexo que não seja doloso contra a vida será
sentença que: (Redação dada pela Lei nº 11.689,
julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri,
de 2008)
aplicando­se, no que couber, o disposto no § 1o

33
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.689,         X – o recolhimento das testemunhas a lugar
de 2008) de onde umas não pudessem ouvir o depoimento
das outras; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
        Art. 493.  A sentença será lida em plenário 2008)
pelo presidente antes de encerrada a sessão de
instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei         XI – a verificação das cédulas pelo juiz
nº 11.689, de 2008) presidente; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)
Seção XV
Da Ata dos Trabalhos         XII – a formação do Conselho de Sentença,
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) com o registro dos nomes dos jurados sorteados
e recusas; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
        Art. 494.  De cada sessão de julgamento o 2008)
escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e
pelas partes. (Redação dada pela Lei nº 11.689,         XIII – o compromisso e o interrogatório, com
de 2008) simples referência ao termo; (Redação dada pela
Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 495.  A ata descreverá fielmente todas
as ocorrências, mencionando obrigatoriamente:         XIV – os debates e as alegações das partes
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) com os respectivos fundamentos; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        I – a data e a hora da instalação dos
trabalhos; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de         XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei
2008) nº 11.689, de 2008)

        II – o magistrado que presidiu a sessão e os         XVI – o julgamento da causa; (Redação
jurados presentes; (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
11.689, de 2008)
        XVII – a publicidade dos atos da instrução
        III – os jurados que deixaram de comparecer, plenária, das diligências e da sentença. (Redação
com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas; dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 496.  A falta da ata sujeitará o
        IV – o ofício ou requerimento de isenção ou responsável a sanções administrativa e penal.
dispensa; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
2008)
Seção XVI
        V – o sorteio dos jurados suplentes; Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)

        VI – o adiamento da sessão, se houver         Art. 497.  São atribuições do juiz presidente
ocorrido, com a indicação do motivo; (Redação do Tribunal do Júri, além de outras
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) expressamente referidas neste Código: (Redação
dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        VII – a abertura da sessão e a presença do
Ministério Público, do querelante e do assistente,         I – regular a polícia das sessões e prender
se houver, e a do defensor do acusado; (Redação os desobedientes; (Redação dada pela Lei nº
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 11.689, de 2008)

        VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso         II – requisitar o auxílio da força pública, que
de não comparecimento; (Redação dada pela Lei ficará sob sua exclusiva autoridade; (Redação
nº 11.689, de 2008) dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

        IX – as testemunhas dispensadas de depor;         III – dirigir os debates, intervindo em caso de
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) abuso, excesso de linguagem ou mediante
requerimento de uma das partes; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)

34
        IV – resolver as questões incidentes que não das testemunhas arroladas pela acusação e pela
dependam de pronunciamento do júri; (Redação defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
        V – nomear defensor ao acusado, quando reconhecimento de pessoas e coisas,
considerá­lo indefeso, podendo, neste caso, interrogando­se, em seguida, o acusado e
dissolver o Conselho e designar novo dia para o procedendo­se, finalmente, ao debate. (Redação
julgamento, com a nomeação ou a constituição de dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
novo defensor; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)         Art. 532.  Na instrução, poderão ser
inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas
        VI – mandar retirar da sala o acusado que pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. (Redação
dificultar a realização do julgamento, o qual dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
prosseguirá sem a sua presença; (Redação dada
pela Lei nº 11.689, de 2008)         Art. 533.  Aplica­se ao procedimento sumário
o disposto nos parágrafos do art. 400 deste
        VII – suspender a sessão pelo tempo Código. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
indispensável à realização das diligências 2008).
requeridas ou entendidas necessárias, mantida a
incomunicabilidade dos jurados; (Redação dada         § 1o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
pela Lei nº 11.689, de 2008) 2008).

        VIII – interromper a sessão por tempo         § 2o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
razoável, para proferir sentença e para repouso 2008).
ou refeição dos jurados; (Redação dada pela Lei
nº 11.689, de 2008)         § 3o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
2008).
        IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério
Público e a defesa, ou a requerimento de         § 4o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
qualquer destes, a argüição de extinção de 2008).
punibilidade; (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)
        Art. 534.  As alegações finais serão orais,
concedendo­se a palavra, respectivamente, à
        X – resolver as questões de direito acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte)
suscitadas no curso do julgamento; (Redação minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez),
dada pela Lei nº 11.689, de 2008) proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
        XI – determinar, de ofício ou a requerimento
das partes ou de qualquer jurado, as diligências         § 1o  Havendo mais de um acusado, o tempo
destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que previsto para a defesa de cada um será
prejudique o esclarecimento da verdade; individual. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        § 2o  Ao assistente do Ministério Público,
        XII – regulamentar, durante os debates, a após a manifestação deste, serão concedidos 10
intervenção de uma das partes, quando a outra (dez) minutos, prorrogando­se por igual período o
estiver com a palavra, podendo conceder até 3 tempo de manifestação da defesa. (Incluído pela
(três) minutos para cada aparte requerido, que Lei nº 11.719, de 2008).
serão acrescidos ao tempo desta última. (Incluído
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 535.  Nenhum ato será adiado, salvo
quando imprescindível a prova faltante,
CAPÍTULO V determinando o juiz a condução coercitiva de
quem deva comparecer. (Redação dada pela Lei
DO PROCESSO SUMÁRIO nº 11.719, de 2008).

        Art. 531.  Na audiência de instrução e         § 1o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de
julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 2008).
30 (trinta) dias, proceder­se­á à tomada de
declarações do ofendido, se possível, à inquirição

35
        § 2o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de o que houver a respeito em seus protocolos e
2008). registros;

        Art. 536.  A testemunha que comparecer será         b) sejam requisitadas cópias do que constar
inquirida, independentemente da suspensão da a respeito no Instituto Médico­Legal, no Instituto
audiência, observada em qualquer caso a ordem de Identificação e Estatística ou em
estabelecida no art. 531 deste Código. (Redação estabelecimentos congêneres, repartições
dada pela Lei nº 11.719, de 2008). públicas, penitenciárias ou cadeias;

        Art. 537.  (Revogado pela Lei nº 11.719, de         c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou,
2008). se não forem encontradas, por edital, com o
prazo de dez dias, para o processo de
        Art. 538.  Nas infrações penais de menor restauração dos autos.
potencial ofensivo, quando o juizado especial
criminal encaminhar ao juízo comum as peças         § 3o  Proceder­se­á à restauração na
existentes para a adoção de outro procedimento, primeira instância, ainda que os autos se tenham
observar­se­á o procedimento sumário previsto extraviado na segunda.
neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).         Art. 542.  No dia designado, as partes serão
ouvidas, mencionando­se em termo
        § 1o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de circunstanciado os pontos em que estiverem
2008). acordes e a exibição e a conferência das
certidões e mais reproduções do processo
        § 2o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de apresentadas e conferidas.
2008).
        Art. 543.  O juiz determinará as diligências
        § 3o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de necessárias para a restauração, observando­se o
2008). seguinte:

        § 4o  (Revogado pela Lei nº 11.719, de         I ­ caso ainda não tenha sido proferida a
2008). sentença, reinquirir­se­ão as testemunhas
podendo ser substituídas as que tiverem falecido
ou se encontrarem em lugar não sabido;

        II ­ os exames periciais, quando possível,


serão repetidos, e de preferência pelos mesmos
peritos;

        III ­ a prova documental será reproduzida por


CAPÍTULO VI meio de cópia autêntica ou, quando impossível,
por meio de testemunhas;
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE
AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS         IV ­ poderão também ser inquiridas sobre os
atos do processo, que deverá ser restaurado, as
        Art. 541.  Os autos originais de processo autoridades, os serventuários, os peritos e mais
penal extraviados ou destruídos, em primeira ou pessoas que tenham nele funcionado;
segunda instância, serão restaurados.
        V ­ o Ministério Público e as partes poderão
        § 1o  Se existir e for exibida cópia autêntica oferecer testemunhas e produzir documentos,
ou certidão do processo, será uma ou outra para provar o teor do processo extraviado ou
considerada como original. destruído.

        § 2o  Na falta de cópia autêntica ou certidão         Art. 544.  Realizadas as diligências que,
do processo, o juiz mandará, de ofício, ou a salvo motivo de força maior, deverão concluir­se
requerimento de qualquer das partes, que: dentro de vinte dias, serão os autos conclusos
para julgamento.
        a) o escrivão certifique o estado do
processo, segundo a sua lembrança, e reproduza

36
        Parágrafo único.  No curso do processo, e         Art. 575.  Não serão prejudicados os
depois de subirem os autos conclusos para recursos que, por erro, falta ou omissão dos
sentença, o juiz poderá, dentro em cinco dias, funcionários, não tiverem seguimento ou não
requisitar de autoridades ou de repartições todos forem apresentados dentro do prazo.
os esclarecimentos para a restauração.
        Art. 576.  O Ministério Público não poderá
        Art. 545.  Os selos e as taxas judiciárias, já desistir de recurso que haja interposto.
pagos nos autos originais, não serão novamente
cobrados.         Art. 577.  O recurso poderá ser interposto
pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou
        Art. 546.  Os causadores de extravio de pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
autos responderão pelas custas, em dobro, sem
prejuízo da responsabilidade criminal.         Parágrafo único.  Não se admitirá,
entretanto, recurso da parte que não tiver
        Art. 547.  Julgada a restauração, os autos interesse na reforma ou modificação da decisão.
respectivos valerão pelos originais.
        Art. 578.  O recurso será interposto por
        Parágrafo único.  Se no curso da petição ou por termo nos autos, assinado pelo
restauração aparecerem os autos originais, recorrente ou por seu representante.
nestes continuará o processo, apensos a eles os
autos da restauração.         § 1o  Não sabendo ou não podendo o réu
assinar o nome, o termo será assinado por
        Art. 548.  Até à decisão que julgue alguém, a seu rogo, na presença de duas
restaurados os autos, a sentença condenatória testemunhas.
em execução continuará a produzir efeito, desde
que conste da respectiva guia arquivada na         § 2o  A petição de interposição de recurso,
cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte
cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua ao último do prazo, entregue ao escrivão, que
existência inequívoca. certificará no termo da juntada a data da entrega.

        § 3o  Interposto por termo o recurso, o


escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta
dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia
seguinte ao último do prazo.

        Art. 579.  Salvo a hipótese de má­fé, a parte


não será prejudicada pela interposição de um
recurso por outro.
TÍTULO II
        Parágrafo único.  Se o juiz, desde logo,
reconhecer a impropriedade do recurso interposto
DOS RECURSOS EM GERAL
pela parte, mandará processá­lo de acordo com o
rito do recurso cabível.
CAPÍTULO I
        Art. 580.  No caso de concurso de agentes
DISPOSIÇÕES GERAIS (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso
interposto por um dos réus, se fundado em
        Art. 574.  Os recursos serão voluntários, motivos que não sejam de caráter exclusivamente
excetuando­se os seguintes casos, em que pessoal, aproveitará aos outros.
deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
CAPÍTULO II
        I ­ da sentença que conceder habeas
corpus; DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

        II ­ da que absolver desde logo o réu com         Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito,
fundamento na existência de circunstância que da decisão, despacho ou sentença:
exclua o crime ou isente o réu de pena, nos
termos do art. 411.

37
        I ­ que não receber a denúncia ou a queixa;         XIX ­ que decretar medida de segurança,
depois de transitar a sentença em julgado;
        II ­ que concluir pela incompetência do juízo;
        XX ­ que impuser medida de segurança por
        III ­ que julgar procedentes as exceções, transgressão de outra;
salvo a de suspeição;
        XXI ­ que mantiver ou substituir a medida de
         IV – que pronunciar o réu; (Redação dada segurança, nos casos do art. 774;
pela Lei nº 11.689, de 2008)
        XXII ­ que revogar a medida de segurança;
        V ­ que conceder, negar, arbitrar, cassar ou
julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de         XXIII ­ que deixar de revogar a medida de
prisão preventiva ou revogá­la, conceder segurança, nos casos em que a lei admita a
liberdade provisória ou relaxar a prisão em revogação;
flagrante; (Redação dada pela Lei nº 7.780, de
22.6.1989)         XXIV ­ que converter a multa em detenção
ou em prisão simples.
        VI ­ (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Art. 582 ­ Os recursos serão sempre para o
        VII ­ que julgar quebrada a fiança ou perdido Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V,
o seu valor; X e XIV.

        VIII ­ que decretar a prescrição ou julgar, por         Parágrafo único.  O recurso, no caso do no
outro modo, extinta a punibilidade; XIV, será para o presidente do Tribunal de
Apelação.
        IX ­ que indeferir o pedido de
reconhecimento da prescrição ou de outra causa         Art. 583.  Subirão nos próprios autos os
extintiva da punibilidade; recursos:

        X ­ que conceder ou negar a ordem de         I ­ quando interpostos de oficio;


habeas corpus;
        II ­ nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e
        XI ­ que conceder, negar ou revogar a X;
suspensão condicional da pena;
        III ­ quando o recurso não prejudicar o
        XII ­ que conceder, negar ou revogar andamento do processo.
livramento condicional;
        Parágrafo único.  O recurso da pronúncia
        XIII ­ que anular o processo da instrução subirá em traslado, quando, havendo dois ou
criminal, no todo ou em parte; mais réus, qualquer deles se conformar com a
decisão ou todos não tiverem sido ainda
        XIV ­ que incluir jurado na lista geral ou intimados da pronúncia.
desta o excluir;
        Art. 584.  Os recursos terão efeito
        XV ­ que denegar a apelação ou a julgar suspensivo nos casos de perda da fiança, de
deserta; concessão de livramento condicional e dos ns.
XV, XVII e XXIV do art. 581.
        XVI ­ que ordenar a suspensão do processo,
em virtude de questão prejudicial;         § 1o  Ao recurso interposto de sentença de
impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581,
aplicar­se­á o disposto nos arts. 596 e 598.
        XVII ­ que decidir sobre a unificação de
penas;
        § 2o  O recurso da pronúncia suspenderá
tão­somente o julgamento.
        XVIII ­ que decidir o incidente de falsidade;

38
        § 3o  O recurso do despacho que julgar da publicação da resposta do juiz a quo, ou
quebrada a fiança suspenderá unicamente o entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
efeito de perda da metade do seu valor.
        Art. 592.  Publicada a decisão do juiz ou do
        Art. 585.  O réu não poderá recorrer da tribunal ad quem, deverão os autos ser
pronúncia senão depois de preso, salvo se devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.
prestar fiança, nos casos em que a lei a     admitir.
CAPÍTULO III
        Art. 586.  O recurso voluntário poderá ser
interposto no prazo de cinco dias. DA APELAÇÃO

        Parágrafo único.  No caso do art. 581, XIV, o         Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5
prazo será de vinte dias, contado da data da (cinco) dias:  (Redação dada pela Lei nº 263, de
publicação definitiva da lista de jurados. 23.2.1948)

        Art. 587.  Quando o recurso houver de subir         I ­ das sentenças definitivas de condenação
por instrumento, a parte indicará, no respectivo ou absolvição proferidas por juiz singular;  
termo, ou em requerimento avulso, as peças dos (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
autos de que pretenda traslado.
        II ­ das decisões definitivas, ou com força de
        Parágrafo único.  O traslado será extraído, definitivas, proferidas por juiz singular nos casos
conferido e concertado no prazo de cinco dias, e não previstos no Capítulo anterior; (Redação
dele constarão sempre a decisão recorrida, a dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
certidão de sua intimação, se por outra forma não
for possível verificar­se a oportunidade do
recurso, e o termo de interposição.         III ­ das decisões do Tribunal do Júri,
quando:  (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
        Art. 588.  Dentro de dois dias, contados da
interposição do recurso, ou do dia em que o
escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao         a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
recorrente, este oferecerá as razões e, em (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
seguida, será aberta vista ao recorrido por igual
prazo.         b) for a sentença do juiz­presidente contrária
à lei expressa ou à decisão dos jurados;
        Parágrafo único.  Se o recorrido for o réu, (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
será intimado do prazo na pessoa do defensor.
        c) houver erro ou injustiça no tocante à
        Art. 589.  Com a resposta do recorrido ou aplicação da pena ou da medida de segurança;
sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o
seu despacho, mandando instruir o recurso com         d) for a decisão dos jurados manifestamente
os traslados que Ihe parecerem necessários. contrária à prova dos autos. (Redação dada pela
Lei nº 263, de 23.2.1948)
        Parágrafo único.  Se o juiz reformar o
despacho recorrido, a parte contrária, por simples         § 1o  Se a sentença do juiz­presidente for
petição, poderá recorrer da nova decisão, se contrária à lei expressa ou divergir das respostas
couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará
modificá­la. Neste caso, independentemente de a devida retificação. (Incluído pela Lei nº 263, de
novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios 23.2.1948)
autos ou em traslado.
        § 2o  Interposta a apelação com fundamento
        Art. 590.  Quando for impossível ao escrivão no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se
extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena
prorrogá­lo até o dobro. ou da medida de segurança. (Incluído pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
        Art. 591.  Os recursos serão apresentados
ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias         § 3o  Se a apelação se fundar no no III, d,
deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer

39
de que a decisão dos jurados é manifestamente         § 1o  Se houver assistente, este arrazoará,
contrária à prova dos autos, dar­lhe­á provimento no prazo de três dias, após o Ministério Público.
para sujeitar o réu a novo julgamento; não se
admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda         § 2o  Se a ação penal for movida pela parte
apelação.  (Incluído pela Lei nº 263, de ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos,
23.2.1948) no prazo do parágrafo anterior.

        § 4o  Quando cabível a apelação, não poderá         § 3o  Quando forem dois ou mais os
ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
somente de parte da decisão se recorra. 
(Parágrafo único renumerado pela Lei nº 263, de
23.2.1948)         § 4o  Se o apelante declarar, na petição ou
no termo, ao interpor a apelação, que deseja
arrazoar na superior instância serão os autos
        Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta
2008). vista às partes, observados os prazos legais,
notificadas as partes pela publicação oficial.
        Art. 595.  (Revogado pela Lei nº 12.403, de (Incluído pela Lei nº 4.336, de 1º.6.1964)
2011).
        Art. 601.  Findos os prazos para razões, os
        Art. 596.  A apelação da sentença autos serão remetidos à instância superior, com
absolutória não impedirá que o réu seja posto as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco)
imediatamente em liberdade. (Redação dada pela dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte,
Lei nº 263, de 23.2.1948) em que o prazo será de trinta dias.

        Parágrafo único.  A apelação não         § 1o  Se houver mais de um réu, e não
suspenderá a execução da medida de segurança houverem todos sido julgados, ou não tiverem
aplicada provisoriamente. (Redação dada pela Lei todos apelado, caberá ao apelante promover
nº 5.941, de 22.11.1973) extração do traslado dos autos, o qual deverá ser
remetido à instância superior no prazo de trinta
        Art. 597.  A apelação de sentença dias, contado da data da entrega das últimas
condenatória terá efeito suspensivo, salvo o razões de apelação, ou do vencimento do prazo
disposto no art. 393, a aplicação provisória de para a apresentação das do apelado.
interdições de direitos e de medidas de
segurança (arts. 374 e 378), e o caso de         § 2o  As despesas do traslado correrão por
suspensão condicional de pena. conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de
réu pobre ou do Ministério Público.
        Art. 598.  Nos crimes de competência do
Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da         Art. 602.  Os autos serão, dentro dos prazos
sentença não for interposta apelação pelo do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad
Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou quem ou entregues ao Correio, sob registro.
qualquer das pessoas enumeradas no art. 31,
ainda que não se tenha habilitado como         Art. 603.  A apelação subirá nos autos
assistente, poderá interpor apelação, que não originais e, a não ser no Distrito Federal e nas
terá, porém, efeito suspensivo. comarcas que forem sede de Tribunal de
Apelação, ficará em cartório traslado dos termos
        Parágrafo único.  O prazo para interposição essenciais do processo referidos no art. 564, III.
desse recurso será de quinze dias e correrá do
dia em que terminar o do Ministério Público.         Arts. 604 a 606. (Revogados pela Lei nº 263,
de 23.2.1948)
        Art. 599.  As apelações poderão ser
interpostas quer em relação a todo o julgado, CAPÍTULO IV
quer em relação a parte dele.
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
        Art. 600.  Assinado o termo de apelação, o (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo
de oito dias cada um para oferecer razões, salvo
        Art. 607.  (Revogado pela Lei nº 11.689, de
nos processos de contravenção, em que o prazo
2008)
será de três dias.

40
        Art. 608.  (Revogado pela Lei nº 11.689, de processadas e julgadas pela forma estabelecida
2008) no Art. 610, com as seguintes modificações:

CAPÍTULO V         I ­ exarado o relatório nos autos, passarão


estes ao revisor, que terá igual prazo para o
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS exame do processo e pedirá designação de dia
RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO para o julgamento;

E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE         II ­ os prazos serão ampliados ao dobro;
APELAÇÃO
        III ­ o tempo para os debates será de um
        Art. 609. Os recursos, apelações e quarto de hora.
embargos serão julgados pelos Tribunais de
Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo         Art. 614.  No caso de impossibilidade de
com a competência estabelecida nas leis de observância de qualquer dos prazos marcados
organização judiciária.  (Redação dada pela Lei nº nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão
1.720­B, de 3.11.1952) declarados nos autos.

        Parágrafo único.  Quando não for unânime a         Art. 615.  O tribunal decidirá por maioria de
decisão de segunda instância, desfavorável ao votos.
réu, admitem­se embargos infringentes e de
nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10         § 1o  Havendo empate de votos no
(dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na julgamento de recursos, se o presidente do
forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte
embargos serão restritos à matéria objeto de na votação, proferirá o voto de desempate; no
divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720­B, de caso contrário, prevalecerá a decisão mais
3.11.1952) favorável ao réu.

        Art. 610.  Nos recursos em sentido estrito,         § 2o  O acórdão será apresentado à
com exceção do de habeas corpus, e nas conferência na primeira sessão seguinte à do
apelações interpostas das sentenças em julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo
processo de contravenção ou de crime a que a lei juiz incumbido de lavrá­lo.
comine pena de detenção, os autos irão
imediatamente com vista ao procurador­geral pelo         Art. 616.  No julgamento das apelações
prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a
igual prazo, ao relator, que pedirá designação de novo interrogatório do acusado, reinquirir
dia para o julgamento. testemunhas ou determinar outras diligências.

        Parágrafo único.  Anunciado o julgamento         Art. 617.  O tribunal, câmara ou turma


pelo presidente, e apregoadas as partes, com a atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts.
presença destas ou à sua revelia, o relator fará a 383, 386 e 387, no que for aplicável, não
exposição do feito e, em seguida, o presidente podendo, porém, ser agravada a pena, quando
concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a somente o réu houver apelado da sentença.
palavra aos advogados ou às partes que a
solicitarem e ao procurador­geral, quando o
        Art. 618.  Os regimentos dos Tribunais de
requerer, por igual prazo.
Apelação estabelecerão as normas
complementares para o processo e julgamento
        Art. 611.  (Revogado pelo Decreto­Lei nº dos recursos e apelações.
552, de 25.4.1969)
CAPÍTULO VI
        Art. 612.  Os recursos de habeas corpus,
designado o relator, serão julgados na primeira
DOS EMBARGOS
sessão.
        Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos
        Art. 613.  As apelações interpostas das
Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,
sentenças proferidas em processos por crime a
poderão ser opostos embargos de declaração, no
que a lei comine pena de reclusão, deverão ser
prazo de dois dias contados da sua publicação,

41
quando houver na sentença ambiguidade,         II ­ pelo Tribunal Federal de Recursos,
obscuridade, contradição ou omissão. Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais
casos. (Redação dada pelo Decreto­lei nº 504, de
        Art. 620.  Os embargos de declaração serão 18.3.1969)
deduzidos em requerimento de que constem os
pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro,         § 1o  No Supremo Tribunal Federal e no
contraditório ou omisso. Tribunal Federal de Recursos o processo e
julgamento obedecerão ao que for estabelecido
        § 1o  O requerimento será apresentado pelo no respectivo regimento interno. (Incluído pelo
relator e julgado, independentemente de revisão, Decreto­lei nº 504, de 18.3.1969)
na primeira sessão.
        § 2o  Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada,
        § 2  Se não preenchidas as condições
o o julgamento será efetuado pelas câmaras ou
enumeradas neste artigo, o relator indeferirá turmas criminais, reunidas em sessão conjunta,
desde logo o requerimento. quando houver mais de uma, e, no caso contrário,
pelo tribunal pleno.  (Incluído pelo Decreto­lei nº
504, de 18.3.1969)
CAPÍTULO VII

        § 3o  Nos tribunais onde houver quatro ou


DA REVISÃO
mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser
constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou
        Art. 621.  A revisão dos processos findos turmas para o julgamento de revisão, obedecido o
será admitida: que for estabelecido no respectivo regimento
interno.  (Incluído pelo Decreto­lei nº 504, de
        I ­ quando a sentença condenatória for 18.3.1969)
contrária ao texto expresso da lei penal ou à
evidência dos autos;         Art. 625.  O requerimento será distribuído a
um relator e a um revisor, devendo funcionar
        II ­ quando a sentença condenatória se como relator um desembargador que não tenha
fundar em depoimentos, exames ou documentos pronunciado decisão em qualquer fase do
comprovadamente falsos; processo.

        III ­ quando, após a sentença, se         § 1o  O requerimento será instruído com a
descobrirem novas provas de inocência do certidão de haver passado em julgado a sentença
condenado ou de circunstância que determine ou condenatória e com as peças necessárias à
autorize diminuição especial da pena. comprovação dos fatos argüidos.

        Art. 622.  A revisão poderá ser requerida em         § 2o  O relator poderá determinar que se
qualquer tempo, antes da extinção da pena ou apensem os autos originais, se daí não advier
após. dificuldade à execução normal da sentença.

        Parágrafo único.  Não será admissível a         § 3o  Se o relator julgar insuficientemente
reiteração do pedido, salvo se fundado em novas instruído o pedido e inconveniente ao interesse
provas. da justiça que se apensem os autos originais,
indeferi­lo­á in limine, dando recurso para as
        Art. 623.  A revisão poderá ser pedida pelo câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o
próprio réu ou por procurador legalmente caso (art. 624, parágrafo único).
habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.         § 4o  Interposto o recurso por petição e
independentemente de termo, o relator
        Art. 624.  As revisões criminais serão apresentará o processo em mesa para o
processadas e julgadas:  (Redação dada pelo julgamento e o relatará, sem tomar parte na
Decreto­lei nº 504, de 18.3.1969) discussão.

        I ­ pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às         § 5o  Se o requerimento não for indeferido in
condenações por ele proferidas; (Redação dada limine, abrir­se­á vista dos autos ao procurador­
pelo Decreto­lei nº 504, de 18.3.1969) geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em
seguida, examinados os autos, sucessivamente,

42
em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar­se­á o         Arts. 632. a 636.  Revogados pela Lei nº
pedido na sessão que o presidente designar. 3.396, de 2.6.1958:

        Art. 626.  Julgando procedente a revisão, o         Art. 637.  O recurso extraordinário não tem
tribunal poderá alterar a classificação da infração, efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo
absolver o réu, modificar a pena ou anular o recorrido os autos do traslado, os originais
processo. baixarão à primeira instância, para a execução da
sentença.
        Parágrafo único.  De qualquer maneira, não
poderá ser agravada a pena imposta pela decisão         Art. 638.  O recurso extraordinário será
revista. processado e julgado no Supremo Tribunal
Federal na forma estabelecida pelo respectivo
        Art. 627.  A absolvição implicará o regimento interno.
restabelecimento de todos os direitos perdidos
em virtude da condenação, devendo o tribunal, se CAPÍTULO IX
for caso, impor a medida de segurança cabível.
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
        Art. 628.  Os regimentos internos dos
Tribunais de Apelação estabelecerão as normas         Art. 639.  Dar­se­á carta testemunhável:
complementares para o processo e julgamento
das revisões criminais.
        I ­ da decisão que denegar o recurso;
        Art. 629.  À vista da certidão do acórdão que
cassar a sentença condenatória, o juiz mandará         II ­ da que, admitindo embora o recurso,
juntá­la imediatamente aos autos, para inteiro obstar à sua expedição e seguimento para o juízo
cumprimento da decisão. ad quem.

        Art. 630.  O tribunal, se o interessado o         Art. 640.  A carta testemunhável será


requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa requerida ao escrivão, ou ao secretário do
indenização pelos prejuízos sofridos. tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito
horas seguintes ao despacho que denegar o
recurso, indicando o requerente as peças do
        § 1o  Por essa indenização, que será processo que deverão ser trasladadas.
liquidada no juízo cível, responderá a União, se a
condenação tiver sido proferida pela justiça do
Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o         Art. 641.  O escrivão, ou o secretário do
tiver sido pela respectiva justiça. tribunal, dará recibo da petição à parte e, no
prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso
no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso
        § 2o  A indenização não será devida: de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada.
        a) se o erro ou a injustiça da condenação
proceder de ato ou falta imputável ao próprio         Art. 642.  O escrivão, ou o secretário do
impetrante, como a confissão ou a ocultação de tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de
prova em seu poder; entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento,
será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o
        b) se a acusação houver sido meramente presidente do Tribunal de Apelação, em face de
privada. representação do testemunhante, imporá a pena
e mandará que seja extraído o instrumento, sob a
        Art. 631.  Quando, no curso da revisão, mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do
falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser secretário do tribunal. Se o testemunhante não for
revista, o presidente do tribunal nomeará curador atendido, poderá reclamar ao presidente do
para a defesa. tribunal ad quem, que avocará os autos, para o
efeito do julgamento do recurso e imposição da
CAPÍTULO VIII pena.

DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO         Art. 643.  Extraído e autuado o instrumento,


observar­se­á o disposto nos arts. 588 a 592, no
caso de recurso em sentido estrito, ou o processo

43
estabelecido para o recurso extraordinário, se         II ­ aos Tribunais de Apelação, sempre que
deste se tratar. os atos de violência ou coação forem atribuídos
aos governadores ou interventores dos Estados
        Art. 644.  O tribunal, câmara ou turma a que ou Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou
competir o julgamento da carta, se desta tomar a seus secretários, ou aos chefes de Polícia.
conhecimento, mandará processar o recurso, ou,
se estiver suficientemente instruída, decidirá logo,         § 1o  A competência do juiz cessará sempre
de meritis. que a violência ou coação provier de autoridade
judiciária de igual ou superior jurisdição.
        Art. 645.  O processo da carta testemunhável
na instância superior seguirá o processo do         § 2o  Não cabe o habeas corpus contra a
recurso denegado. prisão administrativa, atual ou iminente, dos
responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à
        Art. 646.  A carta testemunhável não terá Fazenda Pública, alcançados ou omissos em
efeito suspensivo. fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo
se o pedido for acompanhado de prova de
quitação ou de depósito do alcance verificado, ou
CAPÍTULO X
se a prisão exceder o prazo legal.
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
        Art. 651.  A concessão do habeas corpus
não obstará, nem porá termo ao processo, desde
        Art. 647.  Dar­se­á habeas corpus sempre que este não esteja em conflito com os
que alguém sofrer ou se achar na iminência de fundamentos daquela.
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade
de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.
        Art. 652.  Se o habeas corpus for concedido
em virtude de nulidade do processo, este será
        Art. 648.  A coação considerar­se­á ilegal: renovado.

        I ­ quando não houver justa causa;         Art. 653.  Ordenada a soltura do paciente em
virtude de habeas corpus, será condenada nas
        II ­ quando alguém estiver preso por mais custas a autoridade que, por má­fé ou evidente
tempo do que determina a lei; abuso de poder, tiver determinado a coação.

        III ­ quando quem ordenar a coação não tiver         Parágrafo único.  Neste caso, será remetida
competência para fazê­lo; ao Ministério Público cópia das peças
necessárias para ser promovida a
        IV ­ quando houver cessado o motivo que responsabilidade da autoridade.
autorizou a coação;
        Art. 654.  O habeas corpus poderá ser
        V ­ quando não for alguém admitido a impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou
prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; de outrem, bem como pelo Ministério Público.

        VI ­ quando o processo for manifestamente         § 1o  A petição de habeas corpus conterá:
nulo;
        a) o nome da pessoa que sofre ou está
        VII ­ quando extinta a punibilidade. ameaçada de sofrer violência ou coação e o de
quem exercer a violência, coação ou ameaça;
        Art. 649.  O juiz ou o tribunal, dentro dos
limites da sua jurisdição, fará passar         b) a declaração da espécie de
imediatamente a ordem impetrada, nos casos em constrangimento ou, em caso de simples ameaça
que tenha cabimento, seja qual for a autoridade de coação, as razões em que funda o seu temor;
coatora.
        c) a assinatura do impetrante, ou de alguém
        Art. 650.  Competirá conhecer, a seu rogo, quando não souber ou não puder
originariamente, do pedido de habeas corpus: escrever, e a designação das respectivas
residências.
        I ­ ao Supremo Tribunal Federal, nos casos
previstos no Art. 101, I, g, da Constituição;

44
        § 2o  Os juízes e os tribunais têm fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e
competência para expedir de ofício ordem de quatro) horas.
habeas corpus, quando no curso de processo
verificarem que alguém sofre ou está na         § 1o  Se a decisão for favorável ao paciente,
iminência de sofrer coação ilegal. será logo posto em liberdade, salvo se por outro
motivo dever ser mantido na prisão.
        Art. 655.  O carcereiro ou o diretor da prisão,
o escrivão, o oficial de justiça ou a autoridade         § 2o  Se os documentos que instruírem a
judiciária ou policial que embaraçar ou petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o
procrastinar a expedição de ordem de habeas juiz ou o tribunal ordenará que cesse
corpus, as informações sobre a causa da prisão, imediatamente o constrangimento.
a condução e apresentação do paciente, ou a sua
soltura, será multado na quantia de duzentos mil­
        § 3o  Se a ilegalidade decorrer do fato de não
réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas
ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o juiz
em que incorrer. As multas serão impostas pelo
arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada
juiz do tribunal que julgar o habeas corpus, salvo
perante ele, remetendo, neste caso, à autoridade
quando se tratar de autoridade judiciária, caso em
os respectivos autos, para serem anexados aos
que caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao
do inquérito policial ou aos do processo judicial.
Tribunal de Apelação impor as multas.
        § 4o  Se a ordem de habeas corpus for
        Art. 656.  Recebida a petição de habeas
concedida para evitar ameaça de violência ou
corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver
coação ilegal, dar­se­á ao paciente salvo­conduto
preso o paciente, mandará que este Ihe seja
assinado pelo juiz.
imediatamente apresentado em dia e hora que
designar.
        § 5o  Será incontinenti enviada cópia da
decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão
        Parágrafo único.  Em caso de
ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de
desobediência, será expedido mandado de prisão
juntar­se aos autos do processo.
contra o detentor, que será processado na forma
da lei, e o juiz providenciará para que o paciente
seja tirado da prisão e apresentado em juízo.         § 6o  Quando o paciente estiver preso em
lugar que não seja o da sede do juízo ou do
tribunal que conceder a ordem, o alvará de
        Art. 657.  Se o paciente estiver preso,
soltura será expedido pelo telégrafo, se houver,
nenhum motivo escusará a sua apresentação,
observadas as formalidades estabelecidas no
salvo:
art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.

        I ­ grave enfermidade do paciente;


        Art. 661.  Em caso de competência originária
do Tribunal de Apelação, a petição de habeas
        Il ­ não estar ele sob a guarda da pessoa a corpus será apresentada ao secretário, que a
quem se atribui a detenção; enviará imediatamente ao presidente do tribunal,
ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver
        III ­ se o comparecimento não tiver sido reunida, ou primeiro tiver de reunir­se.
determinado pelo juiz ou pelo tribunal.
        Art. 662.  Se a petição contiver os requisitos
        Parágrafo único.  O juiz poderá ir ao local em do art. 654, § 1o, o presidente, se necessário,
que o paciente se encontrar, se este não puder requisitará da autoridade indicada como coatora
ser apresentado por motivo de doença. informações por escrito. Faltando, porém,
qualquer daqueles requisitos, o presidente
        Art. 658.  O detentor declarará à ordem de mandará preenchê­lo, logo que Ihe for
quem o paciente estiver preso. apresentada a petição.

        Art. 659.  Se o juiz ou o tribunal verificar que         Art. 663.  As diligências do artigo anterior
já cessou a violência ou coação ilegal, julgará não serão ordenadas, se o presidente entender
prejudicado o pedido. que o habeas corpus deva ser indeferido in
limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal,
câmara ou turma, para que delibere a respeito.
        Art. 660.  Efetuadas as diligências, e
interrogado o paciente, o juiz decidirá,

45
        Art. 664.  Recebidas as informações, ou competência para a conciliação, o julgamento e a
dispensadas, o habeas corpus será julgado na execução das infrações penais de menor
primeira sessão, podendo, entretanto, adiar­se o potencial ofensivo, respeitadas as regras de
julgamento para a sessão seguinte. conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº
11.313, de 2006)
        Parágrafo único.  A decisão será tomada por
maioria de votos. Havendo empate, se o         Parágrafo único. Na reunião de processos,
presidente não tiver tomado parte na votação, perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
proferirá voto de desempate; no caso contrário, decorrentes da aplicação das regras de conexão
prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. e continência, observar­se­ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos
        Art. 665.  O secretário do tribunal lavrará a civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006)
ordem que, assinada pelo presidente do tribunal,
câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou        
telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou
autoridade que exercer ou ameaçar exercer o         Art. 61.  Consideram­se infrações penais de
constrangimento. menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a
        Parágrafo único.  A ordem transmitida por lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
telegrama obedecerá ao disposto no art. 289, anos, cumulada ou não com multa. (Redação
parágrafo único, in fine. dada pela Lei nº 11.313, de 2006)

        Art. 666.  Os regimentos dos Tribunais de         Art. 62. O processo perante o Juizado
Apelação estabelecerão as normas Especial orientar­se­á pelos critérios da oralidade,
complementares para o processo e julgamento do informalidade, economia processual e celeridade,
pedido de habeas corpus de sua competência objetivando, sempre que possível, a reparação
originária. dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de
pena não privativa de liberdade.
        Art. 667.  No processo e julgamento do
habeas corpus de competência originária do Seção I
Supremo Tribunal Federal, bem como nos de
recurso das decisões de última ou única Da Competência e dos Atos Processuais
instância, denegatórias de habeas corpus,
observar­se­á, no que Ihes for aplicável, o
        Art. 63. A competência do Juizado será
disposto nos artigos anteriores, devendo o
determinada pelo lugar em que foi praticada a
regimento interno do tribunal estabelecer as
infração penal.
regras complementares.
        Art. 64. Os atos processuais serão públicos e
poderão realizar­se em horário noturno e em
qualquer dia da semana, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.

        Art. 65. Os atos processuais serão válidos


sempre que preencherem as finalidades para as
quais foram realizados, atendidos os critérios
indicados no art. 62 desta Lei.

LEI 9099/95         § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade


sem que tenha havido prejuízo.
Capítulo III
        § 2º A prática de atos processuais em outras
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
Dos Juizados Especiais Criminais hábil de comunicação.

Disposições Gerais         § 3º Serão objeto de registro escrito


exclusivamente os atos havidos por essenciais.
        Art. 60.  O Juizado Especial Criminal, provido Os atos realizados em audiência de instrução e
por juízes togados ou togados e leigos, tem

46
julgamento poderão ser gravados em fita imediata da audiência preliminar, será designada
magnética ou equivalente. data próxima, da qual ambos sairão cientes.

        Art. 66. A citação será pessoal e far­se­á no         Art. 71. Na falta do comparecimento de
próprio Juizado, sempre que possível, ou por qualquer dos envolvidos, a Secretaria
mandado. providenciará sua intimação e, se for o caso, a do
responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta
        Parágrafo único. Não encontrado o acusado Lei.
para ser citado, o Juiz encaminhará as peças
existentes ao Juízo comum para adoção do         Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
procedimento previsto em lei. representante do Ministério Público, o autor do
fato e a vítima e, se possível, o responsável civil,
        Art. 67. A intimação far­se­á por acompanhados por seus advogados, o Juiz
correspondência, com aviso de recebimento esclarecerá sobre a possibilidade da composição
pessoal ou, tratando­se de pessoa jurídica ou dos danos e da aceitação da proposta de
firma individual, mediante entrega ao encarregado aplicação imediata de pena não privativa de
da recepção, que será obrigatoriamente liberdade.
identificado, ou, sendo necessário, por oficial de
justiça, independentemente de mandado ou carta         Art. 73. A conciliação será conduzida pelo
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
comunicação.
        Parágrafo único. Os conciliadores são
        Parágrafo único. Dos atos praticados em auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei
audiência considerar­se­ão desde logo cientes as local, preferentemente entre bacharéis em Direito,
partes, os interessados e defensores. excluídos os que exerçam funções na
administração da Justiça Criminal.
        Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato
e do mandado de citação do acusado, constará a         Art. 74. A composição dos danos civis será
necessidade de seu comparecimento reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
acompanhado de advogado, com a advertência mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de
de que, na sua falta, ser­lhe­á designado título a ser executado no juízo civil competente.
defensor público.
        Parágrafo único. Tratando­se de ação penal
Seção II de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo
Da Fase Preliminar homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.
        Art. 69. A autoridade policial que tomar
conhecimento da ocorrência lavrará termo         Art. 75. Não obtida a composição dos danos
circunstanciado e o encaminhará imediatamente civis, será dada imediatamente ao ofendido a
ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, oportunidade de exercer o direito de
providenciando­se as requisições dos exames representação verbal, que será reduzida a termo.
periciais necessários.
        Parágrafo único. O não oferecimento da
        Parágrafo único. Ao autor do fato que, após representação na audiência preliminar não
a lavratura do termo, for imediatamente implica decadência do direito, que poderá ser
encaminhado ao juizado ou assumir o exercido no prazo previsto em lei.
compromisso de a ele comparecer, não se imporá
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em         Art. 76. Havendo representação ou tratando­
caso de violência doméstica, o juiz poderá se de crime de ação penal pública
determinar, como medida de cautela, seu incondicionada, não sendo caso de arquivamento,
afastamento do lar, domicílio ou local de o Ministério Público poderá propor a aplicação
convivência com a vítima. (Redação dada pela imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
Lei nº 10.455, de 13.5.2002)) a ser especificada na proposta.

        Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a         § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a
vítima, e não sendo possível a realização única aplicável, o Juiz poderá reduzi­la até a
metade.

47
        § 2º Não se admitirá a proposta se ficar         § 2º Se a complexidade ou circunstâncias do
comprovado: caso não permitirem a formulação da denúncia, o
Ministério Público poderá requerer ao Juiz o
        I ­ ter sido o autor da infração condenado, encaminhamento das peças existentes, na forma
pela prática de crime, à pena privativa de do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
liberdade, por sentença definitiva;
        § 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido
        II ­ ter sido o agente beneficiado poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz
anteriormente, no prazo de cinco anos, pela verificar se a complexidade e as circunstâncias do
aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos caso determinam a adoção das providências
deste artigo; previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

        III ­ não indicarem os antecedentes, a         Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será
conduta social e a personalidade do agente, bem reduzida a termo, entregando­se cópia ao
como os motivos e as circunstâncias, ser acusado, que com ela ficará citado e
necessária e suficiente a adoção da medida. imediatamente cientificado da designação de dia
e hora para a audiência de instrução e
julgamento, da qual também tomarão ciência o
        § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração
Ministério Público, o ofendido, o responsável civil
e seu defensor, será submetida à apreciação do
e seus advogados.
Juiz.

        § 1º Se o acusado não estiver presente, será


        § 4º Acolhendo a proposta do Ministério
citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e
Público aceita pelo autor da infração, o Juiz
cientificado da data da audiência de instrução e
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que
julgamento, devendo a ela trazer suas
não importará em reincidência, sendo registrada
testemunhas ou apresentar requerimento para
apenas para impedir novamente o mesmo
intimação, no mínimo cinco dias antes de sua
benefício no prazo de cinco anos.
realização.
        § 5º Da sentença prevista no parágrafo
        § 2º Não estando presentes o ofendido e o
anterior caberá a apelação referida no art. 82
responsável civil, serão intimados nos termos do
desta Lei.
art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência
de instrução e julgamento.
        § 6º A imposição da sanção de que trata o §
4º deste artigo não constará de certidão de
        § 3º As testemunhas arroladas serão
antecedentes criminais, salvo para os fins
intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.         Art. 79. No dia e hora designados para a
audiência de instrução e julgamento, se na fase
preliminar não tiver havido possibilidade de
Seção III
tentativa de conciliação e de oferecimento de
proposta pelo Ministério Público, proceder­se­á
Do Procedimento Sumariíssimo nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

        Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública,         Art. 80. Nenhum ato será adiado,
quando não houver aplicação de pena, pela determinando o Juiz, quando imprescindível, a
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência condução coercitiva de quem deva comparecer.
da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato,
        Art. 81. Aberta a audiência, será dada a
denúncia oral, se não houver necessidade de
palavra ao defensor para responder à acusação,
diligências imprescindíveis.
após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia
ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a
        § 1º Para o oferecimento da denúncia, que vítima e as testemunhas de acusação e defesa,
será elaborada com base no termo de ocorrência interrogando­se a seguir o acusado, se presente,
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do passando­se imediatamente aos debates orais e
inquérito policial, prescindir­se­á do exame do à prolação da sentença.
corpo de delito quando a materialidade do crime
estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.

48
        § 1º Todas as provas serão produzidas na Disposições Finais
audiência de instrução e julgamento, podendo o
Juiz limitar ou excluir as que considerar         Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal
excessivas, impertinentes ou protelatórias. e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes
        § 2º De todo o ocorrido na audiência será de lesões corporais leves e lesões culposas.
lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes,
contendo breve resumo dos fatos relevantes         Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima
ocorridos em audiência e a sentença. cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
        § 3º A sentença, dispensado o relatório, Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a
mencionará os elementos de convicção do Juiz. suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo
        Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia processado ou não tenha sido condenado por
ou queixa e da sentença caberá apelação, que outro crime, presentes os demais requisitos que
poderá ser julgada por turma composta de três autorizariam a suspensão condicional da pena
Juízes em exercício no primeiro grau de (art. 77 do Código Penal).
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
        § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu
        § 1º A apelação será interposta no prazo de defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a
dez dias, contados da ciência da sentença pelo denúncia, poderá suspender o processo,
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por submetendo o acusado a período de prova, sob
petição escrita, da qual constarão as razões e o as seguintes condições:
pedido do recorrente.
        I ­ reparação do dano, salvo impossibilidade
        § 2º O recorrido será intimado para oferecer de fazê­lo;
resposta escrita no prazo de dez dias.
        II ­ proibição de freqüentar determinados
        § 3º As partes poderão requerer a lugares;
transcrição da gravação da fita magnética a que
alude o § 3º do art. 65 desta Lei.         III ­ proibição de ausentar­se da comarca
onde reside, sem autorização do Juiz;
        § 4º As partes serão intimadas da data da
sessão de julgamento pela imprensa.         IV ­ comparecimento pessoal e obrigatório a
juízo, mensalmente, para informar e justificar
        § 5º Se a sentença for confirmada pelos suas atividades.
próprios fundamentos, a súmula do julgamento
servirá de acórdão.         § 2º O Juiz poderá especificar outras
condições a que fica subordinada a suspensão,
                Art. 83.  Cabem embargos de desde que adequadas ao fato e à situação
declaração quando, em sentença ou acórdão, pessoal do acusado.
houver obscuridade, contradição ou omissão.    
(Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015)            § 3º A suspensão será revogada se, no curso
(Vigência) do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo
        § 1º Os embargos de declaração serão justificado, a reparação do dano.
opostos por escrito ou oralmente, no prazo de
cinco dias, contados da ciência da decisão.         § 4º A suspensão poderá ser revogada se o
acusado vier a ser processado, no curso do
               § 2o Os embargos de declaração prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer
interrompem o prazo para a interposição de outra condição imposta.
recurso.    (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
2015)    (Vigência)         § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz
declarará extinta a punibilidade.
        § 3º Os erros materiais podem ser corrigidos
de ofício.         § 6º Não correrá a prescrição durante o
prazo de suspensão do processo.
Seção VI

49
        § 7º Se o acusado não aceitar a proposta
prevista neste artigo, o processo prosseguirá em
seus ulteriores termos.

50
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

51
CAPÍTULO II § 3o O impedimento previsto no inciso III
também se verifica no caso de mandato conferido
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO a membro de escritório de advocacia que tenha
em seus quadros advogado que individualmente
ostente a condição nele prevista, mesmo que não
Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo­ intervenha diretamente no processo.
lhe vedado exercer suas funções no processo:
Art. 145.  Há suspeição do juiz:
I ­ em que interveio como mandatário da
parte, oficiou como perito, funcionou como
I ­ amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
membro do Ministério Público ou prestou
partes ou de seus advogados;
depoimento como testemunha;
II ­ que receber presentes de pessoas que
II ­ de que conheceu em outro grau de
tiverem interesse na causa antes ou depois de
jurisdição, tendo proferido decisão;
iniciado o processo, que aconselhar alguma das
partes acerca do objeto da causa ou que
III ­ quando nele estiver postulando, como subministrar meios para atender às despesas do
defensor público, advogado ou membro do litígio;
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro,
ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em
III ­ quando qualquer das partes for sua
linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
credora ou devedora, de seu cônjuge ou
inclusive;
companheiro ou de parentes destes, em linha reta
até o terceiro grau, inclusive;
IV ­ quando for parte no processo ele
próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
IV ­ interessado no julgamento do processo
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
em favor de qualquer das partes.
até o terceiro grau, inclusive;
§ 1o Poderá o juiz declarar­se suspeito por
V ­ quando for sócio ou membro de direção
motivo de foro íntimo, sem necessidade de
ou de administração de pessoa jurídica parte no
declarar suas razões.
processo;
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição
VI ­ quando for herdeiro presuntivo,
quando:
donatário ou empregador de qualquer das partes;
I ­ houver sido provocada por quem a alega;
VII ­ em que figure como parte instituição de
ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços; II ­ a parte que a alega houver praticado ato
que signifique manifesta aceitação do arguido.
VIII ­ em que figure como parte cliente do
escritório de advocacia de seu cônjuge, Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, contar do conhecimento do fato, a parte alegará o
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, impedimento ou a suspeição, em petição
inclusive, mesmo que patrocinado por advogado específica dirigida ao juiz do processo, na qual
de outro escritório; indicará o fundamento da recusa, podendo
instruí­la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas.
IX ­ quando promover ação contra a parte
ou seu advogado.
§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a
suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará
§ 1o Na hipótese do inciso III, o
imediatamente a remessa dos autos a seu
impedimento só se verifica quando o defensor
substituto legal, caso contrário, determinará a
público, o advogado ou o membro do Ministério
autuação em apartado da petição e, no prazo de
Público já integrava o processo antes do início da
15 (quinze) dias, apresentará suas razões,
atividade judicante do juiz.
acompanhadas de documentos e de rol de
testemunhas, se houver, ordenando a remessa do
§ 2o É vedada a criação de fato incidente ao tribunal.
superveniente a fim de caracterizar impedimento
do juiz.

52
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá § 2o O juiz mandará processar o incidente
declarar os seus efeitos, sendo que, se o em separado e sem suspensão do processo,
incidente for recebido: ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e
facultando a produção de prova, quando
I ­ sem efeito suspensivo, o processo necessária.
voltará a correr;
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se
II ­ com efeito suspensivo, o processo refere o § 1o será disciplinada pelo regimento
permanecerá suspenso até o julgamento do interno.
incidente.
§ 4o O disposto nos §§ 1o e 2o não se aplica
§ 3 Enquanto não for declarado o efeito em
o à arguição de impedimento ou de suspeição de
que é recebido o incidente ou quando este for testemunha.
recebido com efeito suspensivo, a tutela de
urgência será requerida ao substituto legal. CAPÍTULO III

§ 4o Verificando que a alegação de DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA


impedimento ou de suspeição é improcedente, o
tribunal rejeitá­la­á.
Art. 149.  São auxiliares da Justiça, além de
outros cujas atribuições sejam determinadas
§ 5o Acolhida a alegação, tratando­se de pelas normas de organização judiciária, o
impedimento ou de manifesta suspeição, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de
tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador
recorrer da decisão. judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o
regulador de avarias.
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a
suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do
Seção I
qual o juiz não poderia ter atuado.

§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do


atos do juiz, se praticados quando já presente o Oficial de Justiça
motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 150.  Em cada juízo haverá um ou mais
Art. 147.  Quando 2 (dois) ou mais juízes ofícios de justiça, cujas atribuições serão
forem parentes, consanguíneos ou afins, em linha determinadas pelas normas de organização
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o judiciária.
primeiro que conhecer do processo impede que o
outro nele atue, caso em que o segundo se Art. 151.  Em cada comarca, seção ou
escusará, remetendo os autos ao seu substituto subseção judiciária haverá, no mínimo, tantos
legal. oficiais de justiça quantos sejam os juízos.

Art. 148.  Aplicam­se os motivos de Art. 152.  Incumbe ao escrivão ou ao chefe


impedimento e de suspeição: de secretaria:

I ­ ao membro do Ministério Público; I ­ redigir, na forma legal, os ofícios, os


mandados, as cartas precatórias e os demais
II ­ aos auxiliares da justiça; atos que pertençam ao seu ofício;

III ­ aos demais sujeitos imparciais do II ­ efetivar as ordens judiciais, realizar


processo. citações e intimações, bem como praticar todos
os demais atos que lhe forem atribuídos pelas
normas de organização judiciária;
§ 1o A parte interessada deverá arguir o
impedimento ou a suspeição, em petição
fundamentada e devidamente instruída, na III ­ comparecer às audiências ou, não
primeira oportunidade em que lhe couber falar podendo fazê­lo, designar servidor para substituí­
nos autos. lo;

53
IV ­ manter sob sua guarda e § 3o Após elaboração de lista própria,
responsabilidade os autos, não permitindo que respeitar­se­ão a ordem cronológica de
saiam do cartório, exceto: recebimento entre os atos urgentes e as
preferências legais.
a) quando tenham de seguir à conclusão do
juiz; § 4o A parte que se considerar preterida na
ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios
b) com vista a procurador, à Defensoria autos, ao juiz do processo, que requisitará
Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda informações ao servidor, a serem prestadas no
Pública; prazo de 2 (dois) dias.

c) quando devam ser remetidos ao § 5o Constatada a preterição, o juiz


contabilista ou ao partidor; determinará o imediato cumprimento do ato e a
instauração de processo administrativo disciplinar
contra o servidor.
d) quando forem remetidos a outro juízo em
razão da modificação da competência;
Art. 154.  Incumbe ao oficial de justiça:
V ­ fornecer certidão de qualquer ato ou
termo do processo, independentemente de I ­ fazer pessoalmente citações, prisões,
despacho, observadas as disposições referentes penhoras, arrestos e demais diligências próprias
ao segredo de justiça; do seu ofício, sempre que possível na presença
de 2 (duas) testemunhas, certificando no
mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia
VI ­ praticar, de ofício, os atos meramente
e à hora;
ordinatórios.

II ­ executar as ordens do juiz a que estiver


§ 1o  O juiz titular editará ato a fim de
subordinado;
regulamentar a atribuição prevista no inciso VI.

III ­ entregar o mandado em cartório após


§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe
seu cumprimento;
de secretaria, o juiz convocará substituto e, não o
havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.
IV ­ auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
Art. 153.  O escrivão ou chefe de secretaria
deverá obedecer à ordem cronológica de V ­ efetuar avaliações, quando for o caso;
recebimento para publicação e efetivação dos
pronunciamentos judiciais. VI ­ certificar, em mandado, proposta de
autocomposição apresentada por qualquer das
Art. 153.  O escrivão ou o chefe de partes, na ocasião de realização de ato de
secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem comunicação que lhe couber.
cronológica de recebimento para publicação e
efetivação dos pronunciamentos Parágrafo único.  Certificada a proposta de
judiciais.                (Redação dada pela Lei nº autocomposição prevista no inciso VI, o juiz
13.256, de 2016)   (Vigência) ordenará a intimação da parte contrária para
manifestar­se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem
§ 1o A lista de processos recebidos deverá prejuízo do andamento regular do processo,
ser disponibilizada, de forma permanente, para entendendo­se o silêncio como recusa.
consulta pública.
Art. 155.  O escrivão, o chefe de secretaria
§ 2 Estão excluídos da regra do caput:
o e o oficial de justiça são responsáveis, civil e
regressivamente, quando:
I ­ os atos urgentes, assim reconhecidos
pelo juiz no pronunciamento judicial a ser I ­ sem justo motivo, se recusarem a
efetivado; cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo
juiz a que estão subordinados;
II ­ as preferências legais.
II ­ praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

54
da causa e convencionar sobre os seus ônus,
poderes, faculdades e deveres processuais, antes
ou durante o processo.
LIVRO IV
DOS ATOS PROCESSUAIS
Parágrafo único.  De ofício ou a
requerimento, o juiz controlará a validade das
TÍTULO I convenções previstas neste artigo, recusando­
DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR DOS lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou
ATOS PROCESSUAIS de inserção abusiva em contrato de adesão ou
em que alguma parte se encontre em manifesta
CAPÍTULO I situação de vulnerabilidade.
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 191.  De comum acordo, o juiz e as
Seção I partes podem fixar calendário para a prática dos
atos processuais, quando for o caso.
Dos Atos em Geral

§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz,


Art. 188.  Os atos e os termos processuais
e os prazos nele previstos somente serão
independem de forma determinada, salvo quando
modificados em casos excepcionais, devidamente
a lei expressamente a exigir, considerando­se
justificados.
válidos os que, realizados de outro modo, lhe
preencham a finalidade essencial.
§ 2o Dispensa­se a intimação das partes
para a prática de ato processual ou a realização
Art. 189.  Os atos processuais são públicos,
de audiência cujas datas tiverem sido designadas
todavia tramitam em segredo de justiça os
no calendário.
processos:
Art. 192.  Em todos os atos e termos do
I ­ em que o exija o interesse público ou
processo é obrigatório o uso da língua
social;
portuguesa.
II ­ que versem sobre casamento,
Parágrafo único.  O documento redigido em
separação de corpos, divórcio, separação, união
língua estrangeira somente poderá ser juntado
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e
aos autos quando acompanhado de versão para
adolescentes;
a língua portuguesa tramitada por via diplomática
ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor
III ­ em que constem dados protegidos pelo juramentado.
direito constitucional à intimidade;
Seção II
IV ­ que versem sobre arbitragem, inclusive
sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja Da Prática Eletrônica de Atos Processuais
comprovada perante o juízo.
Art. 193.  Os atos processuais podem ser
§ 1o O direito de consultar os autos de total ou parcialmente digitais, de forma a permitir
processo que tramite em segredo de justiça e de que sejam produzidos, comunicados,
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e armazenados e validados por meio eletrônico, na
aos seus procuradores. forma da lei.

§ 2o O terceiro que demonstrar interesse Parágrafo único.  O disposto nesta Seção


jurídico pode requerer ao juiz certidão do aplica­se, no que for cabível, à prática de atos
dispositivo da sentença, bem como de inventário notariais e de registro.
e de partilha resultantes de divórcio ou
separação. Art. 194.  Os sistemas de automação
processual respeitarão a publicidade dos atos, o
Art. 190.  Versando o processo sobre acesso e a participação das partes e de seus
direitos que admitam autocomposição, é lícito às procuradores, inclusive nas audiências e sessões
partes plenamente capazes estipular mudanças de julgamento, observadas as garantias da
no procedimento para ajustá­lo às especificidades disponibilidade, independência da plataforma
computacional, acessibilidade e

55
interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados vontade produzem imediatamente a constituição,
e informações que o Poder Judiciário administre modificação ou extinção de direitos processuais.
no exercício de suas funções.
Parágrafo único. A desistência da ação só
Art. 195.  O registro de ato processual produzirá efeitos após homologação judicial.
eletrônico deverá ser feito em padrões abertos,
que atenderão aos requisitos de autenticidade, Art. 201.  As partes poderão exigir recibo de
integridade, temporalidade, não repúdio, petições, arrazoados, papéis e documentos que
conservação e, nos casos que tramitem em entregarem em cartório.
segredo de justiça, confidencialidade, observada
a infraestrutura de chaves públicas unificada
Art. 202.  É vedado lançar nos autos cotas
nacionalmente, nos termos da lei.
marginais ou interlineares, as quais o juiz
mandará riscar, impondo a quem as escrever
Art. 196.  Compete ao Conselho Nacional multa correspondente à metade do salário­
de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, mínimo.
regulamentar a prática e a comunicação oficial de
atos processuais por meio eletrônico e velar pela
compatibilidade dos sistemas, disciplinando a Seção IV
incorporação progressiva de novos avanços Dos Pronunciamentos do Juiz
tecnológicos e editando, para esse fim, os atos
que forem necessários, respeitadas as normas Art. 203.  Os pronunciamentos do juiz
fundamentais deste Código. consistirão em sentenças, decisões interlocutórias
e despachos.
Art. 197.  Os tribunais divulgarão as
informações constantes de seu sistema de § 1o Ressalvadas as disposições expressas
automação em página própria na rede mundial de dos procedimentos especiais, sentença é o
computadores, gozando a divulgação de pronunciamento por meio do qual o juiz, com
presunção de veracidade e confiabilidade. fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como
Parágrafo único. Nos casos de problema extingue a execução.
técnico do sistema e de erro ou omissão do
auxiliar da justiça responsável pelo registro dos § 2o Decisão interlocutória é todo
andamentos, poderá ser configurada a justa pronunciamento judicial de natureza decisória que
causa prevista no art. 223, caput e § 1o. não se enquadre no § 1o.

Art. 198.  As unidades do Poder Judiciário § 3o São despachos todos os demais
deverão manter gratuitamente, à disposição dos pronunciamentos do juiz praticados no processo,
interessados, equipamentos necessários à prática de ofício ou a requerimento da parte.
de atos processuais e à consulta e ao acesso ao
sistema e aos documentos dele constantes. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como
a juntada e a vista obrigatória, independem de
Parágrafo único.  Será admitida a prática de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo
atos por meio não eletrônico no local onde não servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
estiverem disponibilizados os equipamentos
previstos no caput. Art. 204.  Acórdão é o julgamento colegiado
proferido pelos tribunais.
Art. 199.  As unidades do Poder Judiciário
assegurarão às pessoas com deficiência Art. 205.  Os despachos, as decisões, as
acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de sentenças e os acórdãos serão redigidos,
computadores, ao meio eletrônico de prática de datados e assinados pelos juízes.
atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos
processuais e à assinatura eletrônica. § 1o Quando os pronunciamentos previstos
no caput forem proferidos oralmente, o servidor
Seção III os documentará, submetendo­os aos juízes para
Dos Atos das Partes revisão e assinatura.

Art. 200.  Os atos das partes consistentes


em declarações unilaterais ou bilaterais de

56
§ 2o A assinatura dos juízes, em todos os Art. 210.  É lícito o uso da taquigrafia, da
graus de jurisdição, pode ser feita estenotipia ou de outro método idôneo em
eletronicamente, na forma da lei. qualquer juízo ou tribunal.

§ 3o Os despachos, as decisões Art. 211.  Não se admitem nos atos e


interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a termos processuais espaços em branco, salvo os
ementa dos acórdãos serão publicados no Diário que forem inutilizados, assim como entrelinhas,
de Justiça Eletrônico. emendas ou rasuras, exceto quando
expressamente ressalvadas.
Seção V
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de CAPÍTULO II
Secretaria DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS
PROCESSUAIS
Art. 206.  Ao receber a petição inicial de
processo, o escrivão ou o chefe de secretaria a Seção I
autuará, mencionando o juízo, a natureza do Do Tempo
processo, o número de seu registro, os nomes
das partes e a data de seu início, e procederá do Art. 212.  Os atos processuais serão
mesmo modo em relação aos volumes em realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte)
formação. horas.

Art. 207.  O escrivão ou o chefe de § 1o Serão concluídos após as 20 (vinte)


secretaria numerará e rubricará todas as folhas horas os atos iniciados antes, quando o
dos autos. adiamento prejudicar a diligência ou causar grave
dano.
Parágrafo único.  À parte, ao procurador, ao
membro do Ministério Público, ao defensor § 2o Independentemente de autorização
público e aos auxiliares da justiça é facultado judicial, as citações, intimações e penhoras
rubricar as folhas correspondentes aos atos em poderão realizar­se no período de férias forenses,
que intervierem. onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora
do horário estabelecido neste artigo, observado o
Art. 208.  Os termos de juntada, vista, disposto no art. 5o, inciso XI, da Constituição
conclusão e outros semelhantes constarão de Federal.
notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou pelo
chefe de secretaria. § 3o Quando o ato tiver de ser praticado por
meio de petição em autos não eletrônicos, essa
Art. 209.  Os atos e os termos do processo deverá ser protocolada no horário de
serão assinados pelas pessoas que neles funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o
intervierem, todavia, quando essas não puderem disposto na lei de organização judiciária local.
ou não quiserem firmá­los, o escrivão ou o chefe
de secretaria certificará a ocorrência. Art. 213.  A prática eletrônica de ato
processual pode ocorrer em qualquer horário até
§ 1o Quando se tratar de processo total ou as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do
parcialmente documentado em autos eletrônicos, prazo.
os atos processuais praticados na presença do
juiz poderão ser produzidos e armazenados de Parágrafo único.  O horário vigente no juízo
modo integralmente digital em arquivo eletrônico perante o qual o ato deve ser praticado será
inviolável, na forma da lei, mediante registro em considerado para fins de atendimento do prazo.
termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e
pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como
pelos advogados das partes. Art. 214.  Durante as férias forenses e nos
feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando­se:
§ 2o Na hipótese do § 1o, eventuais
contradições na transcrição deverão ser
suscitadas oralmente no momento de realização I ­ os atos previstos no art. 212, § 2o;
do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz
decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da II ­ a tutela de urgência.
alegação e da decisão.

57
Art. 215.  Processam­se durante as férias Art. 219.  Na contagem de prazo em dias,
forenses, onde as houver, e não se suspendem estabelecido por lei ou pelo juiz, computar­se­ão
pela superveniência delas: somente os dias úteis.

I ­ os procedimentos de jurisdição voluntária Parágrafo único.  O disposto neste artigo


e os necessários à conservação de direitos, aplica­se somente aos prazos processuais.
quando puderem ser prejudicados pelo
adiamento; Art. 220.  Suspende­se o curso do prazo
processual nos dias compreendidos entre 20 de
II ­ a ação de alimentos e os processos de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
nomeação ou remoção de tutor e curador;
§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os
III ­ os processos que a lei determinar. feriados instituídos por lei, os juízes, os membros
do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Art. 216.  Além dos declarados em lei, são Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
feriados, para efeito forense, os sábados, os exercerão suas atribuições durante o período
domingos e os dias em que não haja expediente previsto no caput.
forense.
§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se
Seção II realizarão audiências nem sessões de
Do Lugar julgamento.

Art. 221.  Suspende­se o curso do prazo por


Art. 217.  Os atos processuais realizar­se­
obstáculo criado em detrimento da parte ou
ão ordinariamente na sede do juízo, ou,
ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313,
excepcionalmente, em outro lugar em razão de
devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao
deferência, de interesse da justiça, da natureza
que faltava para sua complementação.
do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e
acolhido pelo juiz.
Parágrafo único.  Suspendem­se os prazos
durante a execução de programa instituído pelo
CAPÍTULO III Poder Judiciário para promover a
DOS PRAZOS autocomposição, incumbindo aos tribunais
especificar, com antecedência, a duração dos
Seção I trabalhos.
Disposições Gerais
Art. 222.  Na comarca, seção ou subseção
Art. 218.  Os atos processuais serão judiciária onde for difícil o transporte, o juiz
realizados nos prazos prescritos em lei. poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois)
meses.
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz
determinará os prazos em consideração à § 1o Ao juiz é vedado reduzir prazos
complexidade do ato. peremptórios sem anuência das partes.

§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar § 2o Havendo calamidade pública, o limite


prazo, as intimações somente obrigarão a previsto no caput para prorrogação de prazos
comparecimento após decorridas 48 (quarenta e poderá ser excedido.
oito) horas.
Art. 223.  Decorrido o prazo, extingue­se o
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo direito de praticar ou de emendar o ato
determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o processual, independentemente de declaração
prazo para a prática de ato processual a cargo da judicial, ficando assegurado, porém, à parte
parte. provar que não o realizou por justa causa.

§ 4o Será considerado tempestivo o ato § 1o Considera­se justa causa o evento


praticado antes do termo inicial do prazo. alheio à vontade da parte e que a impediu de
praticar o ato por si ou por mandatário.

58
§ 2o Verificada a justa causa, o juiz permitirá independentemente de ato de serventuário da
à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar. justiça.

Art. 224.  Salvo disposição em contrário, os Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem
prazos serão contados excluindo o dia do começo diferentes procuradores, de escritórios de
e incluindo o dia do vencimento. advocacia distintos, terão prazos contados em
dobro para todas as suas manifestações, em
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
prazo serão protraídos para o primeiro dia útil requerimento.
seguinte, se coincidirem com dia em que o
expediente forense for encerrado antes ou § 1o Cessa a contagem do prazo em dobro
iniciado depois da hora normal ou houver se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida
indisponibilidade da comunicação eletrônica. defesa por apenas um deles.

§ 2o Considera­se como data de publicação § 2o Não se aplica o disposto no caput aos


o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização processos em autos eletrônicos.
da informação no Diário da Justiça eletrônico.
Art. 230.  O prazo para a parte, o
§ 3o A contagem do prazo terá início no procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria
primeiro dia útil que seguir ao da publicação. Pública e o Ministério Público será contado da
citação, da intimação ou da notificação.
Art. 225.  A parte poderá renunciar ao prazo
estabelecido exclusivamente em seu favor, desde Art. 231.  Salvo disposição em sentido
que o faça de maneira expressa. diverso, considera­se dia do começo do prazo:

Art. 226.  O juiz proferirá: I ­ a data de juntada aos autos do aviso de


recebimento, quando a citação ou a intimação for
I ­ os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; pelo correio;

II ­ as decisões interlocutórias no prazo de II ­ a data de juntada aos autos do mandado


10 (dez) dias; cumprido, quando a citação ou a intimação for por
oficial de justiça;
III ­ as sentenças no prazo de 30 (trinta)
dias. III ­ a data de ocorrência da citação ou da
intimação, quando ela se der por ato do escrivão
ou do chefe de secretaria;
Art. 227.  Em qualquer grau de jurisdição,
havendo motivo justificado, pode o juiz exceder,
por igual tempo, os prazos a que está submetido. IV ­ o dia útil seguinte ao fim da dilação
assinada pelo juiz, quando a citação ou a
intimação for por edital;
Art. 228.  Incumbirá ao serventuário remeter
os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e
executar os atos processuais no prazo de 5 V ­ o dia útil seguinte à consulta ao teor da
(cinco) dias, contado da data em que: citação ou da intimação ou ao término do prazo
para que a consulta se dê, quando a citação ou a
intimação for eletrônica;
I ­ houver concluído o ato processual
anterior, se lhe foi imposto pela lei;
VI ­ a data de juntada do comunicado de
que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data
II ­ tiver ciência da ordem, quando
de juntada da carta aos autos de origem
determinada pelo juiz.
devidamente cumprida, quando a citação ou a
intimação se realizar em cumprimento de carta;
§ 1o Ao receber os autos, o serventuário
certificará o dia e a hora em que teve ciência da
VII ­ a data de publicação, quando a
ordem referida no inciso II.
intimação se der pelo Diário da Justiça impresso
ou eletrônico;
§ 2o Nos processos em autos eletrônicos, a
juntada de petições ou de manifestações em
geral ocorrerá de forma automática,

59
VIII ­ o dia da carga, quando a intimação se multa correspondente à metade do salário­
der por meio da retirada dos autos, em carga, do mínimo.
cartório ou da secretaria.
§ 3o Verificada a falta, o juiz comunicará o
§ 1 Quando houver mais de um réu, o dia
o
fato à seção local da Ordem dos Advogados do
do começo do prazo para contestar Brasil para procedimento disciplinar e imposição
corresponderá à última das datas a que se de multa.
referem os incisos I a VI do caput.
§ 4o Se a situação envolver membro do
§ 2 Havendo mais de um intimado, o prazo
o
Ministério Público, da Defensoria Pública ou da
para cada um é contado individualmente. Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será
aplicada ao agente público responsável pelo ato.
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado
diretamente pela parte ou por quem, de qualquer § 5o Verificada a falta, o juiz comunicará o
forma, participe do processo, sem a fato ao órgão competente responsável pela
intermediação de representante judicial, o dia do instauração de procedimento disciplinar contra o
começo do prazo para cumprimento da membro que atuou no feito.
determinação judicial corresponderá à data em
que se der a comunicação. Art. 235.  Qualquer parte, o Ministério
Público ou a Defensoria Pública poderá
§ 4o Aplica­se o disposto no inciso II do representar ao corregedor do tribunal ou ao
caput à citação com hora certa. Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou
relator que injustificadamente exceder os prazos
Art. 232.  Nos atos de comunicação por previstos em lei, regulamento ou regimento
carta precatória, rogatória ou de ordem, a interno.
realização da citação ou da intimação será
imediatamente informada, por meio eletrônico, § 1o Distribuída a representação ao órgão
pelo juiz deprecado ao juiz deprecante. competente e ouvido previamente o juiz, não
sendo caso de arquivamento liminar, será
Seção II instaurado procedimento para apuração da
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades responsabilidade, com intimação do representado
por meio eletrônico para, querendo, apresentar
justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 233.  Incumbe ao juiz verificar se o
serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os
§ 2o Sem prejuízo das sanções
prazos estabelecidos em lei.
administrativas cabíveis, em até 48 (quarenta e
oito) horas após a apresentação ou não da
§ 1o Constatada a falta, o juiz ordenará a justificativa de que trata o § 1o, se for o caso, o
instauração de processo administrativo, na forma corregedor do tribunal ou o relator no Conselho
da lei. Nacional de Justiça determinará a intimação do
representado por meio eletrônico para que, em 10
§ 2o Qualquer das partes, o Ministério (dez) dias, pratique o ato.
Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao juiz contra o serventuário que § 3o Mantida a inércia, os autos serão
injustificadamente exceder os prazos previstos remetidos ao substituto legal do juiz ou do relator
em lei. contra o qual se representou para decisão em 10
(dez) dias.
Art. 234.  Os advogados públicos ou
privados, o defensor público e o membro do TÍTULO II
Ministério Público devem restituir os autos no
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
prazo do ato a ser praticado.
PROCESSUAIS
§ 1o É lícito a qualquer interessado exigir os
autos do advogado que exceder prazo legal. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2o Se, intimado, o advogado não devolver
os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o Art. 236.  Os atos processuais serão
direito à vista fora de cartório e incorrerá em cumpridos por ordem judicial.

60
§ 1o Será expedida carta para a prática de § 1o O comparecimento espontâneo do réu
atos fora dos limites territoriais do tribunal, da ou do executado supre a falta ou a nulidade da
comarca, da seção ou da subseção judiciárias, citação, fluindo a partir desta data o prazo para
ressalvadas as hipóteses previstas em lei. apresentação de contestação ou de embargos à
execução.
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para
juízo a ele vinculado, se o ato houver de se § 2o Rejeitada a alegação de nulidade,
realizar fora dos limites territoriais do local de sua tratando­se de processo de:
sede.
I ­ conhecimento, o réu será considerado
§ 3o Admite­se a prática de atos revel;
processuais por meio de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons II ­ execução, o feito terá seguimento.
e imagens em tempo real.
Art. 240.  A citação válida, ainda quando
Art. 237.  Será expedida carta: ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui
I ­ de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § em mora o devedor, ressalvado o disposto nos
2o do art. 236; arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil).
II ­ rogatória, para que órgão jurisdicional
estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica § 1o A interrupção da prescrição, operada
internacional, relativo a processo em curso pelo despacho que ordena a citação, ainda que
perante órgão jurisdicional brasileiro; proferido por juízo incompetente, retroagirá à data
de propositura da ação.
III ­ precatória, para que órgão jurisdicional
brasileiro pratique ou determine o cumprimento, § 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de
na área de sua competência territorial, de ato 10 (dez) dias, as providências necessárias para
relativo a pedido de cooperação judiciária viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o
formulado por órgão jurisdicional de competência disposto no § 1o.
territorial diversa;
§ 3o A parte não será prejudicada pela
IV ­ arbitral, para que órgão do Poder demora imputável exclusivamente ao serviço
Judiciário pratique ou determine o cumprimento, judiciário.
na área de sua competência territorial, de ato
objeto de pedido de cooperação judiciária § 4o O efeito retroativo a que se refere o §
formulado por juízo arbitral, inclusive os que 1 aplica­se à decadência e aos demais prazos
o

importem efetivação de tutela provisória. extintivos previstos em lei.

Parágrafo único.  Se o ato relativo a Art. 241.  Transitada em julgado a sentença
processo em curso na justiça federal ou em de mérito proferida em favor do réu antes da
tribunal superior houver de ser praticado em local citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de
onde não haja vara federal, a carta poderá ser secretaria comunicar­lhe o resultado do
dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca. julgamento.

CAPÍTULO II Art. 242.  A citação será pessoal, podendo,


DA CITAÇÃO no entanto, ser feita na pessoa do representante
legal ou do procurador do réu, do executado ou
Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são do interessado.
convocados o réu, o executado ou o interessado
para integrar a relação processual. § 1o Na ausência do citando, a citação será
feita na pessoa de seu mandatário, administrador,
Art. 239.  Para a validade do processo é preposto ou gerente, quando a ação se originar
indispensável a citação do réu ou do executado, de atos por eles praticados.
ressalvadas as hipóteses de indeferimento da
petição inicial ou de improcedência liminar do § 2o O locador que se ausentar do Brasil
pedido. sem cientificar o locatário de que deixou, na
localidade onde estiver situado o imóvel,

61
procurador com poderes para receber citação à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e
será citado na pessoa do administrador do imóvel restringindo a nomeação à causa.
encarregado do recebimento dos aluguéis, que
será considerado habilitado para representar o § 5o A citação será feita na pessoa do
locador em juízo. curador, a quem incumbirá a defesa dos
interesses do citando.
§ 3o A citação da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de suas Art. 246.  A citação será feita:
respectivas autarquias e fundações de direito
público será realizada perante o órgão de
I ­ pelo correio;
Advocacia Pública responsável por sua
representação judicial.
II ­ por oficial de justiça;
Art. 243.  A citação poderá ser feita em
qualquer lugar em que se encontre o réu, o III ­ pelo escrivão ou chefe de secretaria, se
executado ou o interessado. o citando comparecer em cartório;

Parágrafo único.  O militar em serviço ativo IV ­ por edital;


será citado na unidade em que estiver servindo,
se não for conhecida sua residência ou nela não V ­ por meio eletrônico, conforme regulado
for encontrado. em lei.

Art. 244. Não se fará a citação, salvo para § 1o Com exceção das microempresas e
evitar o perecimento do direito: das empresas de pequeno porte, as empresas
públicas e privadas são obrigadas a manter
I ­ de quem estiver participando de ato de cadastro nos sistemas de processo em autos
culto religioso; eletrônicos, para efeito de recebimento de
citações e intimações, as quais serão efetuadas
preferencialmente por esse meio.
II ­ de cônjuge, de companheiro ou de
qualquer parente do morto, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou na linha colateral em § 2o O disposto no § 1o aplica­se à União,
segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e
(sete) dias seguintes; às entidades da administração indireta.

III ­ de noivos, nos 3 (três) primeiros dias § 3o Na ação de usucapião de imóvel, os


seguintes ao casamento; confinantes serão citados pessoalmente, exceto
quando tiver por objeto unidade autônoma de
prédio em condomínio, caso em que tal citação é
IV ­ de doente, enquanto grave o seu
dispensada.
estado.
Art. 247.  A citação será feita pelo correio
Art. 245.  Não se fará citação quando se
para qualquer comarca do país, exceto:
verificar que o citando é mentalmente incapaz ou
está impossibilitado de recebê­la.
I ­ nas ações de estado, observado o
disposto no art. 695, § 3o;
§ 1 O oficial de justiça descreverá e
o

certificará minuciosamente a ocorrência.


II ­ quando o citando for incapaz;
§ 2o Para examinar o citando, o juiz
nomeará médico, que apresentará laudo no prazo III ­ quando o citando for pessoa de direito
de 5 (cinco) dias. público;

§ 3o Dispensa­se a nomeação de que trata IV ­ quando o citando residir em local não


o § 2o se pessoa da família apresentar declaração atendido pela entrega domiciliar de
do médico do citando que ateste a incapacidade correspondência;
deste.
V ­ quando o autor, justificadamente, a
§ 4 Reconhecida a impossibilidade, o juiz
o requerer de outra forma.
nomeará curador ao citando, observando, quanto

62
Art. 248.  Deferida a citação pelo correio, o VI ­ a assinatura do escrivão ou do chefe de
escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao secretaria e a declaração de que o subscreve por
citando cópias da petição inicial e do despacho do ordem do juiz.
juiz e comunicará o prazo para resposta, o
endereço do juízo e o respectivo cartório. Art. 251.  Incumbe ao oficial de justiça
procurar o citando e, onde o encontrar, citá­lo:
§ 1o A carta será registrada para entrega ao
citando, exigindo­lhe o carteiro, ao fazer a I ­ lendo­lhe o mandado e entregando­lhe a
entrega, que assine o recibo. contrafé;

§ 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será II ­ portando por fé se recebeu ou recusou a


válida a entrega do mandado a pessoa com contrafé;
poderes de gerência geral ou de administração
ou, ainda, a funcionário responsável pelo
III ­ obtendo a nota de ciente ou certificando
recebimento de correspondências.
que o citando não a apôs no mandado.

§ 3o Da carta de citação no processo de


Art. 252.  Quando, por 2 (duas) vezes, o
conhecimento constarão os requisitos do art. 250.
oficial de justiça houver procurado o citando em
seu domicílio ou residência sem o encontrar,
§ 4o Nos condomínios edilícios ou nos deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar
loteamentos com controle de acesso, será válida qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
a entrega do mandado a funcionário da portaria qualquer vizinho de que, no dia útil imediato,
responsável pelo recebimento de voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
correspondência, que, entretanto, poderá recusar designar.
o recebimento, se declarar, por escrito, sob as
penas da lei, que o destinatário da
Parágrafo único.  Nos condomínios edilícios
correspondência está ausente.
ou nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a intimação a que se refere o caput feita a
Art. 249.  A citação será feita por meio de funcionário da portaria responsável pelo
oficial de justiça nas hipóteses previstas neste recebimento de correspondência.
Código ou em lei, ou quando frustrada a citação
pelo correio.
Art. 253.  No dia e na hora designados, o
oficial de justiça, independentemente de novo
Art. 250.  O mandado que o oficial de justiça despacho, comparecerá ao domicílio ou à
tiver de cumprir conterá: residência do citando a fim de realizar a
diligência.
I ­ os nomes do autor e do citando e seus
respectivos domicílios ou residências; § 1o Se o citando não estiver presente, o
oficial de justiça procurará informar­se das razões
II ­ a finalidade da citação, com todas as da ausência, dando por feita a citação, ainda que
especificações constantes da petição inicial, bem o citando se tenha ocultado em outra comarca,
como a menção do prazo para contestar, sob seção ou subseção judiciárias.
pena de revelia, ou para embargar a execução;
§ 2o A citação com hora certa será efetivada
III ­ a aplicação de sanção para o caso de mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que
descumprimento da ordem, se houver; houver sido intimado esteja ausente, ou se,
embora presente, a pessoa da família ou o
IV ­ se for o caso, a intimação do citando vizinho se recusar a receber o mandado.
para comparecer, acompanhado de advogado ou
de defensor público, à audiência de conciliação § 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de
ou de mediação, com a menção do dia, da hora e justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da
do lugar do comparecimento; família ou vizinho, conforme o caso, declarando­
lhe o nome.
V ­ a cópia da petição inicial, do despacho
ou da decisão que deferir tutela provisória; § 4o O oficial de justiça fará constar do
mandado a advertência de que será nomeado
curador especial se houver revelia.

63
Art. 254.  Feita a citação com hora certa, o IV ­ a advertência de que será nomeado
escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, curador especial em caso de revelia.
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez)
dias, contado da data da juntada do mandado aos Parágrafo único.  O juiz poderá determinar
autos, carta, telegrama ou correspondência que a publicação do edital seja feita também em
eletrônica, dando­lhe de tudo ciência. jornal local de ampla circulação ou por outros
meios, considerando as peculiaridades da
Art. 255.  Nas comarcas contíguas de fácil comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
comunicação e nas que se situem na mesma
região metropolitana, o oficial de justiça poderá Art. 258.  A parte que requerer a citação por
efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, edital, alegando dolosamente a ocorrência das
notificações, penhoras e quaisquer outros atos circunstâncias autorizadoras para sua realização,
executivos. incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário­
mínimo.
Art. 256.  A citação por edital será feita:
Parágrafo único.  A multa reverterá em
I ­ quando desconhecido ou incerto o benefício do citando.
citando;
Art. 259.  Serão publicados editais: 
II ­ quando ignorado, incerto ou inacessível
o lugar em que se encontrar o citando; I ­ na ação de usucapião de imóvel;

III ­ nos casos expressos em lei. II ­ na ação de recuperação ou substituição


de título ao portador;
§ 1o Considera­se inacessível, para efeito
de citação por edital, o país que recusar o III ­ em qualquer ação em que seja
cumprimento de carta rogatória. necessária, por determinação legal, a
provocação, para participação no processo, de
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em interessados incertos ou desconhecidos.
que se encontrar o réu, a notícia de sua citação
será divulgada também pelo rádio, se na comarca CAPÍTULO III
houver emissora de radiodifusão. DAS CARTAS

§ 3o O réu será considerado em local


Art. 260.  São requisitos das cartas de
ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de
ordem, precatória e rogatória:
sua localização, inclusive mediante requisição
pelo juízo de informações sobre seu endereço
nos cadastros de órgãos públicos ou de I ­ a indicação dos juízes de origem e de
concessionárias de serviços públicos. cumprimento do ato;

Art. 257.  São requisitos da citação por II ­ o inteiro teor da petição, do despacho
edital: judicial e do instrumento do mandato conferido ao
advogado;
I ­ a afirmação do autor ou a certidão do
oficial informando a presença das circunstâncias III ­ a menção do ato processual que lhe
autorizadoras; constitui o objeto;

II ­ a publicação do edital na rede mundial IV ­ o encerramento com a assinatura do


de computadores, no sítio do respectivo tribunal e juiz.
na plataforma de editais do Conselho Nacional de
Justiça, que deve ser certificada nos autos; § 1o O juiz mandará trasladar para a carta
quaisquer outras peças, bem como instruí­la com
III ­ a determinação, pelo juiz, do prazo, que mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses
variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, documentos devam ser examinados, na
fluindo da data da publicação única ou, havendo diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas
mais de uma, da primeira; testemunhas.

64
§ 2o Quando o objeto da carta for exame § 1o O escrivão ou o chefe de secretaria, no
pericial sobre documento, este será remetido em mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ou
original, ficando nos autos reprodução fotográfica. enviará mensagem eletrônica ao secretário do
tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria do
§ 3o A carta arbitral atenderá, no que juízo deprecante, lendo­lhe os termos da carta e
couber, aos requisitos a que se refere o caput e solicitando­lhe que os confirme.
será instruída com a convenção de arbitragem e
com as provas da nomeação do árbitro e de sua § 2o Sendo confirmada, o escrivão ou o
aceitação da função. chefe de secretaria submeterá a carta a
despacho.
Art. 261.  Em todas as cartas o juiz fixará o
prazo para cumprimento, atendendo à facilidade Art. 266.  Serão praticados de ofício os atos
das comunicações e à natureza da diligência. requisitados por meio eletrônico e de telegrama,
devendo a parte depositar, contudo, na secretaria
§ 1o As partes deverão ser intimadas pelo do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a
juiz do ato de expedição da carta. importância correspondente às despesas que
serão feitas no juízo em que houver de praticar­se
o ato.
§ 2o Expedida a carta, as partes
acompanharão o cumprimento da diligência
perante o juízo destinatário, ao qual compete a Art. 267.  O juiz recusará cumprimento a
prática dos atos de comunicação. carta precatória ou arbitral, devolvendo­a com
decisão motivada quando:
§ 3o A parte a quem interessar o
cumprimento da diligência cooperará para que o I ­ a carta não estiver revestida dos
prazo a que se refere o caput seja cumprido. requisitos legais;

Art. 262.  A carta tem caráter itinerante, II ­ faltar ao juiz competência em razão da
podendo, antes ou depois de lhe ser ordenado o matéria ou da hierarquia;
cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do
que dela consta, a fim de se praticar o ato. III ­ o juiz tiver dúvida acerca de sua
autenticidade.
Parágrafo único.  O encaminhamento da
carta a outro juízo será imediatamente Parágrafo único.  No caso de incompetência
comunicado ao órgão expedidor, que intimará as em razão da matéria ou da hierarquia, o juiz
partes. deprecado, conforme o ato a ser praticado,
poderá remeter a carta ao juiz ou ao tribunal
Art. 263.  As cartas deverão, competente.
preferencialmente, ser expedidas por meio
eletrônico, caso em que a assinatura do juiz Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida
deverá ser eletrônica, na forma da lei. ao juízo de origem no prazo de 10 (dez) dias,
independentemente de traslado, pagas as custas
Art. 264.  A carta de ordem e a carta pela parte.
precatória por meio eletrônico, por telefone ou por
telegrama conterão, em resumo substancial, os CAPÍTULO IV
requisitos mencionados no art. 250, DAS INTIMAÇÕES
especialmente no que se refere à aferição da
autenticidade.
Art. 269.  Intimação é o ato pelo qual se dá
ciência a alguém dos atos e dos termos do
Art. 265.  O secretário do tribunal, o processo.
escrivão ou o chefe de secretaria do juízo
deprecante transmitirá, por telefone, a carta de
§ 1o É facultado aos advogados promover a
ordem ou a carta precatória ao juízo em que
intimação do advogado da outra parte por meio
houver de se cumprir o ato, por intermédio do
do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do
escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se
ofício de intimação e do aviso de recebimento.
houver na comarca mais de um ofício ou de uma
vara, observando­se, quanto aos requisitos, o
disposto no art. 264. § 2o O ofício de intimação deverá ser
instruído com cópia do despacho, da decisão ou
da sentença.

65
§ 3o A intimação da União, dos Estados, do § 7o O advogado e a sociedade de
Distrito Federal, dos Municípios e de suas advogados deverão requerer o respectivo
respectivas autarquias e fundações de direito credenciamento para a retirada de autos por
público será realizada perante o órgão de preposto.
Advocacia Pública responsável por sua
representação judicial. § 8o A parte arguirá a nulidade da intimação
em capítulo preliminar do próprio ato que lhe
Art. 270.  As intimações realizam­se, caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se
sempre que possível, por meio eletrônico, na o vício for reconhecido.
forma da lei.
§ 9o Não sendo possível a prática imediata
Parágrafo único.  Aplica­se ao Ministério do ato diante da necessidade de acesso prévio
Público, à Defensoria Pública e à Advocacia aos autos, a parte limitar­se­á a arguir a nulidade
Pública o disposto no § 1o do art. 246. da intimação, caso em que o prazo será contado
da intimação da decisão que a reconheça.
Art. 271.  O juiz determinará de ofício as
intimações em processos pendentes, salvo Art. 273.  Se inviável a intimação por meio
disposição em contrário. eletrônico e não houver na localidade publicação
em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe
Art. 272.  Quando não realizadas por meio de secretaria intimar de todos os atos do
eletrônico, consideram­se feitas as intimações processo os advogados das partes:
pela publicação dos atos no órgão oficial.
I ­ pessoalmente, se tiverem domicílio na
§ 1 Os advogados poderão requerer que,
o sede do juízo;
na intimação a eles dirigida, figure apenas o
nome da sociedade a que pertençam, desde que II ­ por carta registrada, com aviso de
devidamente registrada na Ordem dos Advogados recebimento, quando forem domiciliados fora do
do Brasil. juízo.

§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável Art. 274.  Não dispondo a lei de outro modo,
que da publicação constem os nomes das partes as intimações serão feitas às partes, aos seus
e de seus advogados, com o respectivo número representantes legais, aos advogados e aos
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, demais sujeitos do processo pelo correio ou, se
ou, se assim requerido, da sociedade de presentes em cartório, diretamente pelo escrivão
advogados. ou chefe de secretaria.

§ 3o A grafia dos nomes das partes não Parágrafo único.  Presumem­se válidas as
deve conter abreviaturas. intimações dirigidas ao endereço constante dos
autos, ainda que não recebidas pessoalmente
§ 4o A grafia dos nomes dos advogados pelo interessado, se a modificação temporária ou
deve corresponder ao nome completo e ser a definitiva não tiver sido devidamente comunicada
mesma que constar da procuração ou que estiver ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos
registrada na Ordem dos Advogados do Brasil. autos do comprovante de entrega da
correspondência no primitivo endereço.
§ 5o Constando dos autos pedido expresso
para que as comunicações dos atos processuais Art. 275.  A intimação será feita por oficial
sejam feitas em nome dos advogados indicados, de justiça quando frustrada a realização por meio
o seu desatendimento implicará nulidade. eletrônico ou pelo correio.

§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da § 1o  A certidão de intimação deve conter:


secretaria em carga pelo advogado, por pessoa
credenciada a pedido do advogado ou da I ­ a indicação do lugar e a descrição da
sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pessoa intimada, mencionando, quando possível,
pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público o número de seu documento de identidade e o
implicará intimação de qualquer decisão contida órgão que o expediu;
no processo retirado, ainda que pendente de
publicação. II ­ a declaração de entrega da contrafé;

66
III ­ a nota de ciente ou a certidão de que o TÍTULO II
interessado não a apôs no mandado. DA TUTELA DE URGÊNCIA

§ 2o Caso necessário, a intimação poderá CAPÍTULO I


ser efetuada com hora certa ou por edital. DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 300.  A tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que
LIVRO V evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
DA TUTELA PROVISÓRIA de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

TÍTULO I § 1o Para a concessão da tutela de


urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir
DISPOSIÇÕES GERAIS
caução real ou fidejussória idônea para ressarcir
os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
Art. 294.  A tutela provisória pode podendo a caução ser dispensada se a parte
fundamentar­se em urgência ou evidência. economicamente hipossuficiente não puder
oferecê­la.
Parágrafo único.  A tutela provisória de
urgência, cautelar ou antecipada, pode ser § 2o A tutela de urgência pode ser
concedida em caráter antecedente ou incidental. concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
Art. 295. A tutela provisória requerida em
caráter incidental independe do pagamento de § 3o A tutela de urgência de natureza
custas. antecipada não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua
eficácia na pendência do processo, mas pode, a Art. 301.  A tutela de urgência de natureza
qualquer tempo, ser revogada ou modificada. cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em protesto contra alienação de bem e qualquer
contrário, a tutela provisória conservará a eficácia outra medida idônea para asseguração do direito.
durante o período de suspensão do processo.
Art. 302.  Independentemente da reparação
Art. 297.  O juiz poderá determinar as por dano processual, a parte responde pelo
medidas que considerar adequadas para prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
efetivação da tutela provisória. causar à parte adversa, se:

Parágrafo único.  A efetivação da tutela I ­ a sentença lhe for desfavorável;


provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que II ­ obtida liminarmente a tutela em caráter
couber. antecedente, não fornecer os meios necessários
para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco)
Art. 298.  Na decisão que conceder, negar, dias;
modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
motivará seu convencimento de modo claro e III ­ ocorrer a cessação da eficácia da
preciso. medida em qualquer hipótese legal;

Art. 299.  A tutela provisória será requerida IV ­ o juiz acolher a alegação de decadência
ao juízo da causa e, quando antecedente, ao ou prescrição da pretensão do autor.
juízo competente para conhecer do pedido
principal.
Parágrafo único.  A indenização será
liquidada nos autos em que a medida tiver sido
Parágrafo único.  Ressalvada disposição concedida, sempre que possível.
especial, na ação de competência originária de
tribunal e nos recursos a tutela provisória será
requerida ao órgão jurisdicional competente para CAPÍTULO II
apreciar o mérito. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA

67
ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER § 1o No caso previsto no caput, o processo
ANTECEDENTE será extinto.

Art. 303.  Nos casos em que a urgência for § 2o Qualquer das partes poderá demandar
contemporânea à propositura da ação, a petição a outra com o intuito de rever, reformar ou
inicial pode limitar­se ao requerimento da tutela invalidar a tutela antecipada estabilizada nos
antecipada e à indicação do pedido de tutela final, termos do caput.
com a exposição da lide, do direito que se busca
realizar e do perigo de dano ou do risco ao § 3o A tutela antecipada conservará seus
resultado útil do processo. efeitos enquanto não revista, reformada ou
invalidada por decisão de mérito proferida na
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se ação de que trata o § 2o.
refere o caput deste artigo:
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o
I ­ o autor deverá aditar a petição inicial, desarquivamento dos autos em que foi concedida
com a complementação de sua argumentação, a a medida, para instruir a petição inicial da ação a
juntada de novos documentos e a confirmação do que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em tutela antecipada foi concedida.
outro prazo maior que o juiz fixar;
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar
II ­ o réu será citado e intimado para a a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo,
audiência de conciliação ou de mediação na extingue­se após 2 (dois) anos, contados da
forma do art. 334; ciência da decisão que extinguiu o processo, nos
termos do § 1o.
III ­ não havendo autocomposição, o prazo
para contestação será contado na forma do art. § 6o A decisão que concede a tutela não
335. fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão
§ 2o Não realizado o aditamento a que se que a revir, reformar ou invalidar, proferida em
refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo ação ajuizada por uma das partes, nos termos do
será extinto sem resolução do mérito. § 2o deste artigo.

§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I CAPÍTULO III


do § 1o deste artigo dar­se­á nos mesmos autos, DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR
sem incidência de novas custas processuais. REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

§ 4o Na petição inicial a que se refere o Art. 305.  A petição inicial da ação que visa
caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor à prestação de tutela cautelar em caráter
da causa, que deve levar em consideração o antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
pedido de tutela final. exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao
§ 5o O autor indicará na petição inicial, resultado útil do processo.
ainda, que pretende valer­se do benefício previsto
no caput deste artigo. Parágrafo único.  Caso entenda que o
pedido a que se refere o caput tem natureza
§ 6o Caso entenda que não há elementos antecipada, o juiz observará o disposto no art.
para a concessão de tutela antecipada, o órgão 303.
jurisdicional determinará a emenda da petição
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser Art. 306.  O réu será citado para, no prazo
indeferida e de o processo ser extinto sem de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as
resolução de mérito. provas que pretende produzir.

Art. 304.  A tutela antecipada, concedida Art. 307.  Não sendo contestado o pedido,
nos termos do art. 303, torna­se estável se da os fatos alegados pelo autor presumir­se­ão
decisão que a conceder não for interposto o aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o
respectivo recurso. juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.

68
Parágrafo único.  Contestado o pedido no de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
prazo legal, observar­se­á o procedimento processo, quando:
comum.
I ­ ficar caracterizado o abuso do direito de
Art. 308.  Efetivada a tutela cautelar, o defesa ou o manifesto propósito protelatório da
pedido principal terá de ser formulado pelo autor parte;
no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será
apresentado nos mesmos autos em que deduzido II ­ as alegações de fato puderem ser
o pedido de tutela cautelar, não dependendo do comprovadas apenas documentalmente e houver
adiantamento de novas custas processuais. tese firmada em julgamento de casos repetitivos
ou em súmula vinculante;
§ 1o O pedido principal pode ser formulado
conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. III ­ se tratar de pedido reipersecutório
fundado em prova documental adequada do
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no contrato de depósito, caso em que será decretada
momento de formulação do pedido principal. a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;
§ 3o Apresentado o pedido principal, as
partes serão intimadas para a audiência de IV ­ a petição inicial for instruída com prova
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, documental suficiente dos fatos constitutivos do
por seus advogados ou pessoalmente, sem direito do autor, a que o réu não oponha prova
necessidade de nova citação do réu. capaz de gerar dúvida razoável.

§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos
para contestação será contado na forma do art. II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
335.

Art. 309.  Cessa a eficácia da tutela


concedida em caráter antecedente, se:

I ­ o autor não deduzir o pedido principal no


prazo legal;

II ­ não for efetivada dentro de 30 (trinta) PARTE ESPECIAL


dias;
LIVRO I
III ­ o juiz julgar improcedente o pedido DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO
principal formulado pelo autor ou extinguir o CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
processo sem resolução de mérito.
TÍTULO I
Parágrafo único.  Se por qualquer motivo DO PROCEDIMENTO COMUM
cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo
fundamento. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar
não obsta a que a parte formule o pedido Art. 318.  Aplica­se a todas as causas o
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se procedimento comum, salvo disposição em
o motivo do indeferimento for o reconhecimento contrário deste Código ou de lei.
de decadência ou de prescrição.
Parágrafo único.  O procedimento comum
TÍTULO III aplica­se subsidiariamente aos demais
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA procedimentos especiais e ao processo de
execução.
Art. 311.  A tutela da evidência será
concedida, independentemente da demonstração CAPÍTULO II
DA PETIÇÃO INICIAL

69
Seção I Seção II
Dos Requisitos da Petição Inicial Do Pedido

Art. 319.  A petição inicial indicará: Art. 322.  O pedido deve ser certo.

I ­ o juízo a que é dirigida; § 1o Compreendem­se no principal os juros


legais, a correção monetária e as verbas de
II ­ os nomes, os prenomes, o estado civil, a sucumbência, inclusive os honorários
existência de união estável, a profissão, o número advocatícios.
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o § 2o A interpretação do pedido considerará
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do o conjunto da postulação e observará o princípio
autor e do réu; da boa­fé.

III ­ o fato e os fundamentos jurídicos do Art. 323.  Na ação que tiver por objeto
pedido; cumprimento de obrigação em prestações
sucessivas, essas serão consideradas incluídas
IV ­ o pedido com as suas especificações; no pedido, independentemente de declaração
expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o
V ­ o valor da causa;
devedor, no curso do processo, deixar de pagá­
las ou de consigná­las.
VI ­ as provas com que o autor pretende
demonstrar a verdade dos fatos alegados;
Art. 324.  O pedido deve ser determinado.
VII ­ a opção do autor pela realização ou
§ 1o É lícito, porém, formular pedido
não de audiência de conciliação ou de mediação.
genérico:
§ 1o Caso não disponha das informações
I ­ nas ações universais, se o autor não
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição
puder individuar os bens demandados;
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a
sua obtenção.
II ­ quando não for possível determinar,
desde logo, as consequências do ato ou do fato;
§ 2o A petição inicial não será indeferida se,
a despeito da falta de informações a que se refere
o inciso II, for possível a citação do réu. III ­ quando a determinação do objeto ou do
valor da condenação depender de ato que deva
ser praticado pelo réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida
pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações § 2o O disposto neste artigo aplica­se à
tornar impossível ou excessivamente oneroso o reconvenção.
acesso à justiça.
Art. 325.  O pedido será alternativo quando,
Art. 320.  A petição inicial será instruída pela natureza da obrigação, o devedor puder
com os documentos indispensáveis à propositura cumprir a prestação de mais de um modo.
da ação.
Parágrafo único.  Quando, pela lei ou pelo
Art. 321.  O juiz, ao verificar que a petição contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe
inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e assegurará o direito de cumprir a prestação de
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades um ou de outro modo, ainda que o autor não
capazes de dificultar o julgamento de mérito, tenha formulado pedido alternativo.
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze)
dias, a emende ou a complete, indicando com Art. 326.  É lícito formular mais de um
precisão o que deve ser corrigido ou completado. pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz
conheça do posterior, quando não acolher o
Parágrafo único.  Se o autor não cumprir a anterior.
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

70
Parágrafo único.  É lícito formular mais de Art. 330.  A petição inicial será indeferida
um pedido, alternativamente, para que o juiz quando:
acolha um deles.
I ­ for inepta;
Art. 327.  É lícita a cumulação, em um único
processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, II ­ a parte for manifestamente ilegítima;
ainda que entre eles não haja conexão.
III ­ o autor carecer de interesse processual;
§ 1o São requisitos de admissibilidade da
cumulação que:
IV ­ não atendidas as prescrições dos arts.
106 e 321.
I ­ os pedidos sejam compatíveis entre si;
§ 1o Considera­se inepta a petição inicial
II ­ seja competente para conhecer deles o quando:
mesmo juízo;
I ­ lhe faltar pedido ou causa de pedir;
III ­ seja adequado para todos os pedidos o
tipo de procedimento.
II ­ o pedido for indeterminado, ressalvadas
as hipóteses legais em que se permite o pedido
§ 2o Quando, para cada pedido, genérico;
corresponder tipo diverso de procedimento, será
admitida a cumulação se o autor empregar o
III ­ da narração dos fatos não decorrer
procedimento comum, sem prejuízo do emprego
logicamente a conclusão;
das técnicas processuais diferenciadas previstas
nos procedimentos especiais a que se sujeitam
um ou mais pedidos cumulados, que não forem IV ­ contiver pedidos incompatíveis entre si.
incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum. § 2o Nas ações que tenham por objeto a
revisão de obrigação decorrente de empréstimo,
§ 3o O inciso I do § 1o não se aplica às de financiamento ou de alienação de bens, o
cumulações de pedidos de que trata o art. 326. autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais,
aquelas que pretende controverter, além de
Art. 328.  Na obrigação indivisível com
quantificar o valor incontroverso do débito.
pluralidade de credores, aquele que não
participou do processo receberá sua parte,
deduzidas as despesas na proporção de seu § 3o Na hipótese do § 2o, o valor
crédito. incontroverso deverá continuar a ser pago no
tempo e modo contratados.
Art. 329.  O autor poderá:
Art. 331.  Indeferida a petição inicial, o autor
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5
I ­ até a citação, aditar ou alterar o pedido
(cinco) dias, retratar­se.
ou a causa de pedir, independentemente de
consentimento do réu;
§ 1o Se não houver retratação, o juiz
mandará citar o réu para responder ao recurso.
II ­ até o saneamento do processo, aditar ou
alterar o pedido e a causa de pedir, com
consentimento do réu, assegurado o contraditório § 2o Sendo a sentença reformada pelo
mediante a possibilidade de manifestação deste tribunal, o prazo para a contestação começará a
no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o correr da intimação do retorno dos autos,
requerimento de prova suplementar. observado o disposto no art. 334.

Parágrafo único.  Aplica­se o disposto neste § 3o Não interposta a apelação, o réu será
artigo à reconvenção e à respectiva causa de intimado do trânsito em julgado da sentença.
pedir.
CAPÍTULO III
Seção III DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Do Indeferimento da Petição Inicial

71
Art. 332.  Nas causas que dispensem a fase § 1o O conciliador ou mediador, onde
instrutória, o juiz, independentemente da citação houver, atuará necessariamente na audiência de
do réu, julgará liminarmente improcedente o conciliação ou de mediação, observando o
pedido que contrariar: disposto neste Código, bem como as disposições
da lei de organização judiciária.
I ­ enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de § 2o Poderá haver mais de uma sessão
Justiça; destinada à conciliação e à mediação, não
podendo exceder a 2 (dois) meses da data de
II ­ acórdão proferido pelo Supremo Tribunal realização da primeira sessão, desde que
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em necessárias à composição das partes.
julgamento de recursos repetitivos;
§ 3o A intimação do autor para a audiência
III ­ entendimento firmado em incidente de será feita na pessoa de seu advogado.
resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; § 4o A audiência não será realizada:

IV ­ enunciado de súmula de tribunal de I ­ se ambas as partes manifestarem,


justiça sobre direito local. expressamente, desinteresse na composição
consensual;
§ 1o O juiz também poderá julgar
liminarmente improcedente o pedido se verificar, II ­ quando não se admitir a
desde logo, a ocorrência de decadência ou de autocomposição.
prescrição.
§ 5o O autor deverá indicar, na petição
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o
intimado do trânsito em julgado da sentença, nos réu deverá fazê­lo, por petição, apresentada com
termos do art. 241. 10 (dez) dias de antecedência, contados da data
da audiência.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá
retratar­se em 5 (cinco) dias. § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse
na realização da audiência deve ser manifestado
§ 4o Se houver retratação, o juiz por todos os litisconsortes.
determinará o prosseguimento do processo, com
a citação do réu, e, se não houver retratação, § 7o A audiência de conciliação ou de
determinará a citação do réu para apresentar mediação pode realizar­se por meio eletrônico,
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. nos termos da lei.

CAPÍTULO IV § 8o O não comparecimento injustificado do


DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM autor ou do réu à audiência de conciliação é
AÇÃO COLETIVA considerado ato atentatório à dignidade da justiça
e será sancionado com multa de até dois por
cento da vantagem econômica pretendida ou do
Art. 333.  (VETADO).
valor da causa, revertida em favor da União ou do
Estado.
CAPÍTULO V
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE § 9o As partes devem estar acompanhadas
MEDIAÇÃO por seus advogados ou defensores públicos.

Art. 334.  Se a petição inicial preencher os § 10.  A parte poderá constituir
requisitos essenciais e não for o caso de representante, por meio de procuração
improcedência liminar do pedido, o juiz designará específica, com poderes para negociar e transigir.
audiência de conciliação ou de mediação com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo § 11.  A autocomposição obtida será
ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias reduzida a termo e homologada por sentença.
de antecedência.
§ 12.  A pauta das audiências de
conciliação ou de mediação será organizada de

72
modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) VII ­ coisa julgada;
minutos entre o início de uma e o início da
seguinte. VIII ­ conexão;

CAPÍTULO VI IX ­ incapacidade da parte, defeito de


DA CONTESTAÇÃO representação ou falta de autorização;

Art. 335.  O réu poderá oferecer X ­ convenção de arbitragem;


contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze)
dias, cujo termo inicial será a data: XI ­ ausência de legitimidade ou de
interesse processual;
I ­ da audiência de conciliação ou de
mediação, ou da última sessão de conciliação, XII ­ falta de caução ou de outra prestação
quando qualquer parte não comparecer ou, que a lei exige como preliminar;
comparecendo, não houver autocomposição;
XIII ­ indevida concessão do benefício de
II ­ do protocolo do pedido de cancelamento gratuidade de justiça.
da audiência de conciliação ou de mediação
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese § 1o Verifica­se a litispendência ou a coisa
do art. 334, § 4o, inciso I; julgada quando se reproduz ação anteriormente
ajuizada.
III ­ prevista no art. 231, de acordo com o
modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 2o Uma ação é idêntica a outra quando
possui as mesmas partes, a mesma causa de
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, pedir e o mesmo pedido.
ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo
inicial previsto no inciso II será, para cada um dos § 3o Há litispendência quando se repete
réus, a data de apresentação de seu respectivo ação que está em curso.
pedido de cancelamento da audiência.
§ 4o Há coisa julgada quando se repete
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, ação que já foi decidida por decisão transitada em
§ 4 , inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o
o
julgado.
autor desistir da ação em relação a réu ainda não
citado, o prazo para resposta correrá da data de
intimação da decisão que homologar a § 5o Excetuadas a convenção de arbitragem
desistência. e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de
ofício das matérias enumeradas neste artigo.
Art. 336.  Incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo § 6o A ausência de alegação da existência
as razões de fato e de direito com que impugna o de convenção de arbitragem, na forma prevista
pedido do autor e especificando as provas que neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição
pretende produzir. estatal e renúncia ao juízo arbitral.

Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir Art. 338.  Alegando o réu, na contestação,
o mérito, alegar: ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo
prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15
(quinze) dias, a alteração da petição inicial para
I ­ inexistência ou nulidade da citação; substituição do réu.

II ­ incompetência absoluta e relativa; Parágrafo único.  Realizada a substituição,


o autor reembolsará as despesas e pagará os
III ­ incorreção do valor da causa; honorários ao procurador do réu excluído, que
serão fixados entre três e cinco por cento do valor
IV ­ inépcia da petição inicial; da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do
art. 85, § 8o.
V ­ perempção;
Art. 339.  Quando alegar sua ilegitimidade,
VI ­ litispendência; incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da

73
relação jurídica discutida sempre que tiver Parágrafo único.  O ônus da impugnação
conhecimento, sob pena de arcar com as especificada dos fatos não se aplica ao defensor
despesas processuais e de indenizar o autor público, ao advogado dativo e ao curador
pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. especial.

§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, Art. 342.  Depois da contestação, só é lícito


procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à ao réu deduzir novas alegações quando:
alteração da petição inicial para a substituição do
réu, observando­se, ainda, o parágrafo único do I ­ relativas a direito ou a fato
art. 338. superveniente;

§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor II ­ competir ao juiz conhecer delas de


pode optar por alterar a petição inicial para incluir, ofício;
como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo
réu.
III ­ por expressa autorização legal,
puderem ser formuladas em qualquer tempo e
Art. 340.  Havendo alegação de grau de jurisdição.
incompetência relativa ou absoluta, a contestação
poderá ser protocolada no foro de domicílio do
réu, fato que será imediatamente comunicado ao CAPÍTULO VII
juiz da causa, preferencialmente por meio DA RECONVENÇÃO
eletrônico.
Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu
§ 1 A contestação será submetida a livre
o propor reconvenção para manifestar pretensão
distribuição ou, se o réu houver sido citado por própria, conexa com a ação principal ou com o
meio de carta precatória, juntada aos autos dessa fundamento da defesa.
carta, seguindo­se a sua imediata remessa para o
juízo da causa. § 1o Proposta a reconvenção, o autor será
intimado, na pessoa de seu advogado, para
§ 2o Reconhecida a competência do foro apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
indicado pelo réu, o juízo para o qual for
distribuída a contestação ou a carta precatória § 2o A desistência da ação ou a ocorrência
será considerado prevento. de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito não obsta ao prosseguimento do processo
§ 3o Alegada a incompetência nos termos quanto à reconvenção.
do caput, será suspensa a realização da
audiência de conciliação ou de mediação, se tiver § 3o A reconvenção pode ser proposta
sido designada. contra o autor e terceiro.

§ 4o Definida a competência, o juízo § 4o A reconvenção pode ser proposta pelo


competente designará nova data para a audiência réu em litisconsórcio com terceiro.
de conciliação ou de mediação.
§ 5o Se o autor for substituto processual, o
Art. 341.  Incumbe também ao réu reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em
manifestar­se precisamente sobre as alegações face do substituído, e a reconvenção deverá ser
de fato constantes da petição inicial, presumindo­ proposta em face do autor, também na qualidade
se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: de substituto processual.

I ­ não for admissível, a seu respeito, a § 6o O réu pode propor reconvenção


confissão; independentemente de oferecer contestação.

II ­ a petição inicial não estiver CAPÍTULO VIII


acompanhada de instrumento que a lei considerar DA REVELIA
da substância do ato;
Art. 344.  Se o réu não contestar a ação,
III ­ estiverem em contradição com a será considerado revel e presumir­se­ão
defesa, considerada em seu conjunto. verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor.

74
Art. 345.  A revelia não produz o efeito Seção III
mencionado no art. 344 se: Das Alegações do Réu

I ­ havendo pluralidade de réus, algum Art. 351.  Se o réu alegar qualquer das
deles contestar a ação; matérias enumeradas no art. 337, o juiz
determinará a oitiva do autor no prazo de 15
II ­ o litígio versar sobre direitos (quinze) dias, permitindo­lhe a produção de
indisponíveis; prova.

III ­ a petição inicial não estiver Art. 352.  Verificando a existência de


acompanhada de instrumento que a lei considere irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz
indispensável à prova do ato; determinará sua correção em prazo nunca
superior a 30 (trinta) dias.
IV ­ as alegações de fato formuladas pelo
autor forem inverossímeis ou estiverem em Art. 353.  Cumpridas as providências
contradição com prova constante dos autos. preliminares ou não havendo necessidade delas,
o juiz proferirá julgamento conforme o estado do
Art. 346.  Os prazos contra o revel que não processo, observando o que dispõe o Capítulo X.
tenha patrono nos autos fluirão da data de
publicação do ato decisório no órgão oficial. CAPÍTULO X
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO
Parágrafo único.  O revel poderá intervir no PROCESSO
processo em qualquer fase, recebendo­o no
estado em que se encontrar. Seção I
Da Extinção do Processo
CAPÍTULO IX
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO Art. 354.  Ocorrendo qualquer das hipóteses
SANEAMENTO previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz
proferirá sentença.
Art. 347.  Findo o prazo para a contestação,
o juiz tomará, conforme o caso, as providências Parágrafo único.  A decisão a que se refere
preliminares constantes das seções deste o caput pode dizer respeito a apenas parcela do
Capítulo. processo, caso em que será impugnável por
agravo de instrumento.
Seção I
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia Seção II
Do Julgamento Antecipado do Mérito
Art. 348.  Se o réu não contestar a ação, o
juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia Art. 355.  O juiz julgará antecipadamente o
previsto no art. 344, ordenará que o autor pedido, proferindo sentença com resolução de
especifique as provas que pretenda produzir, se mérito, quando:
ainda não as tiver indicado.
I ­ não houver necessidade de produção de
Art. 349.  Ao réu revel será lícita a produção outras provas;
de provas, contrapostas às alegações do autor,
desde que se faça representar nos autos a tempo II ­ o réu for revel, ocorrer o efeito previsto
de praticar os atos processuais indispensáveis a no art. 344 e não houver requerimento de prova,
essa produção. na forma do art. 349.

Seção II Seção III


Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
do Direito do Autor
Art. 356.  O juiz decidirá parcialmente o
Art. 350.  Se o réu alegar fato impeditivo, mérito quando um ou mais dos pedidos
modificativo ou extintivo do direito do autor, este formulados ou parcela deles:
será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias,
permitindo­lhe o juiz a produção de prova.

75
I ­ mostrar­se incontroverso; § 2o As partes podem apresentar ao juiz,
para homologação, delimitação consensual das
II ­ estiver em condições de imediato questões de fato e de direito a que se referem os
julgamento, nos termos do art. 355. incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as
partes e o juiz.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o
mérito poderá reconhecer a existência de § 3o Se a causa apresentar complexidade
obrigação líquida ou ilíquida. em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja
feito em cooperação com as partes, oportunidade
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar,
em que o juiz, se for o caso, convidará as partes
desde logo, a obrigação reconhecida na decisão
a integrar ou esclarecer suas alegações.
que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja
recurso contra essa interposto. § 4o Caso tenha sido determinada a
produção de prova testemunhal, o juiz fixará
prazo comum não superior a 15 (quinze) dias
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito
para que as partes apresentem rol de
em julgado da decisão, a execução será
testemunhas.
definitiva.

§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem


§ 4o A liquidação e o cumprimento da
levar, para a audiência prevista, o respectivo rol
decisão que julgar parcialmente o mérito poderão
de testemunhas.
ser processados em autos suplementares, a
requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 6o O número de testemunhas arroladas
não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três),
§ 5o A decisão proferida com base neste
no máximo, para a prova de cada fato.
artigo é impugnável por agravo de instrumento.

§ 7o O juiz poderá limitar o número de


Seção IV testemunhas levando em conta a complexidade
Do Saneamento e da Organização do da causa e dos fatos individualmente
Processo considerados.

Art. 357.  Não ocorrendo nenhuma das § 8o Caso tenha sido determinada a
hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em produção de prova pericial, o juiz deve observar o
decisão de saneamento e de organização do disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer,
processo: desde logo, calendário para sua realização.

I ­ resolver as questões processuais § 9o As pautas deverão ser preparadas com


pendentes, se houver; intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.
II ­ delimitar as questões de fato sobre as
quais recairá a atividade probatória, especificando CAPÍTULO XI
os meios de prova admitidos; DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E
JULGAMENTO
III ­ definir a distribuição do ônus da prova,
observado o art. 373;
Art. 358.  No dia e na hora designados, o
juiz declarará aberta a audiência de instrução e
IV ­ delimitar as questões de direito julgamento e mandará apregoar as partes e os
relevantes para a decisão do mérito; respectivos advogados, bem como outras
pessoas que dela devam participar.
V ­ designar, se necessário, audiência de
instrução e julgamento. Art. 359.  Instalada a audiência, o juiz
tentará conciliar as partes, independentemente do
§ 1o Realizado o saneamento, as partes emprego anterior de outros métodos de solução
têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar consensual de conflitos, como a mediação e a
ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo arbitragem.
o qual a decisão se torna estável.

76
Art. 360.  O juiz exerce o poder de polícia, § 2o O juiz poderá dispensar a produção
incumbindo­lhe: das provas requeridas pela parte cujo advogado
ou defensor público não tenha comparecido à
I ­ manter a ordem e o decoro na audiência; audiência, aplicando­se a mesma regra ao
Ministério Público.
II ­ ordenar que se retirem da sala de
audiência os que se comportarem § 3o Quem der causa ao adiamento
inconvenientemente; responderá pelas despesas acrescidas.

III ­ requisitar, quando necessário, força Art. 363.  Havendo antecipação ou


policial; adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinará a intimação
dos advogados ou da sociedade de advogados
IV ­ tratar com urbanidade as partes, os
para ciência da nova designação.
advogados, os membros do Ministério Público e
da Defensoria Pública e qualquer pessoa que
participe do processo; Art. 364.  Finda a instrução, o juiz dará a
palavra ao advogado do autor e do réu, bem
como ao membro do Ministério Público, se for o
V ­ registrar em ata, com exatidão, todos os
caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo
requerimentos apresentados em audiência.
prazo de 20 (vinte) minutos para cada um,
prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
Art. 361.  As provas orais serão produzidas juiz.
em audiência, ouvindo­se nesta ordem,
preferencialmente:
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro
interveniente, o prazo, que formará com o da
I ­ o perito e os assistentes técnicos, que prorrogação um só todo, dividir­se­á entre os do
responderão aos quesitos de esclarecimentos mesmo grupo, se não convencionarem de modo
requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso diverso.
não respondidos anteriormente por escrito;
§ 2o Quando a causa apresentar questões
II ­ o autor e, em seguida, o réu, que complexas de fato ou de direito, o debate oral
prestarão depoimentos pessoais; poderá ser substituído por razões finais escritas,
que serão apresentadas pelo autor e pelo réu,
III ­ as testemunhas arroladas pelo autor e bem como pelo Ministério Público, se for o caso
pelo réu, que serão inquiridas. de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15
(quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Parágrafo único.  Enquanto depuserem o
perito, os assistentes técnicos, as partes e as Art. 365.  A audiência é una e contínua,
testemunhas, não poderão os advogados e o podendo ser excepcional e justificadamente
Ministério Público intervir ou apartear, sem licença cindida na ausência de perito ou de testemunha,
do juiz. desde que haja concordância das partes.

Art. 362.  A audiência poderá ser adiada: Parágrafo único.  Diante da impossibilidade
de realização da instrução, do debate e do
I ­ por convenção das partes; julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu
prosseguimento para a data mais próxima
II ­ se não puder comparecer, por motivo possível, em pauta preferencial.
justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar; Art. 366.  Encerrado o debate ou oferecidas
as razões finais, o juiz proferirá sentença em
III ­ por atraso injustificado de seu início em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
marcado. Art. 367.  O servidor lavrará, sob ditado do
juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado audiência, bem como, por extenso, os despachos,
até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz as decisões e a sentença, se proferida no ato.
procederá à instrução.

77
§ 1o Quando o termo não for registrado em Parágrafo único.  O juiz indeferirá, em
meio eletrônico, o juiz rubricar­lhe­á as folhas, decisão fundamentada, as diligências inúteis ou
que serão encadernadas em volume próprio. meramente protelatórias.

§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os Art. 371.  O juiz apreciará a prova constante


advogados, o membro do Ministério Público e o dos autos, independentemente do sujeito que a
escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as tiver promovido, e indicará na decisão as razões
partes, exceto quando houver ato de disposição da formação de seu convencimento.
para cuja prática os advogados não tenham
poderes. Art. 372.  O juiz poderá admitir a utilização
de prova produzida em outro processo,
§ 3o O escrivão ou chefe de secretaria atribuindo­lhe o valor que considerar adequado,
trasladará para os autos cópia autêntica do termo observado o contraditório.
de audiência.
Art. 373.  O ônus da prova incumbe:
§ 4o Tratando­se de autos eletrônicos,
observar­se­á o disposto neste Código, em I ­ ao autor, quanto ao fato constitutivo de
legislação específica e nas normas internas dos seu direito;
tribunais.
II ­ ao réu, quanto à existência de fato
§ 5o A audiência poderá ser integralmente impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
gravada em imagem e em áudio, em meio digital autor.
ou analógico, desde que assegure o rápido
acesso das partes e dos órgãos julgadores,
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante
observada a legislação específica.
de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o cumprir o encargo nos termos do caput ou à
também pode ser realizada diretamente por maior facilidade de obtenção da prova do fato
qualquer das partes, independentemente de contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
autorização judicial. de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
Art. 368.  A audiência será pública, oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
ressalvadas as exceções legais. foi atribuído.

§ 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo


não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja
impossível ou excessivamente difícil.

CAPÍTULO XII § 3o A distribuição diversa do ônus da prova


DAS PROVAS também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
Seção I
Disposições Gerais I ­ recair sobre direito indisponível da parte;

Art. 369.  As partes têm o direito de II ­ tornar excessivamente difícil a uma parte
empregar todos os meios legais, bem como os o exercício do direito.
moralmente legítimos, ainda que não
especificados neste Código, para provar a § 4o A convenção de que trata o § 3o pode
verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a ser celebrada antes ou durante o processo.
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
Art. 374.  Não dependem de prova os fatos:
Art. 370.  Caberá ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas
I ­ notórios;
necessárias ao julgamento do mérito.
II ­ afirmados por uma parte e confessados
pela parte contrária;

78
III ­ admitidos no processo como Seção II
incontroversos; Da Produção Antecipada da Prova

IV ­ em cujo favor milita presunção legal de Art. 381.  A produção antecipada da prova
existência ou de veracidade. será admitida nos casos em que:

Art. 375.  O juiz aplicará as regras de I ­ haja fundado receio de que venha a
experiência comum subministradas pela tornar­se impossível ou muito difícil a verificação
observação do que ordinariamente acontece e, de certos fatos na pendência da ação;
ainda, as regras de experiência técnica,
ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. II ­ a prova a ser produzida seja suscetível
de viabilizar a autocomposição ou outro meio
Art. 376.  A parte que alegar direito adequado de solução de conflito;
municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário provar­lhe­á o teor e a vigência, III ­ o prévio conhecimento dos fatos possa
se assim o juiz determinar. justificar ou evitar o ajuizamento de ação.

Art. 377.  A carta precatória, a carta § 1o O arrolamento de bens observará o


rogatória e o auxílio direto suspenderão o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade
julgamento da causa no caso previsto no art. 313, apenas a realização de documentação e não a
inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos prática de atos de apreensão.
antes da decisão de saneamento, a prova neles
solicitada for imprescindível.
§ 2o A produção antecipada da prova é da
competência do juízo do foro onde esta deva ser
Parágrafo único.  A carta precatória e a produzida ou do foro de domicílio do réu.
carta rogatória não devolvidas no prazo ou
concedidas sem efeito suspensivo poderão ser
juntadas aos autos a qualquer momento. § 3o A produção antecipada da prova não
previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
Art. 378.  Ninguém se exime do dever de
colaborar com o Poder Judiciário para o
descobrimento da verdade. § 4o O juízo estadual tem competência para
produção antecipada de prova requerida em face
da União, de entidade autárquica ou de empresa
Art. 379.  Preservado o direito de não pública federal se, na localidade, não houver vara
produzir prova contra si própria, incumbe à parte: federal.

I ­ comparecer em juízo, respondendo ao § 5o Aplica­se o disposto nesta Seção


que lhe for interrogado; àquele que pretender justificar a existência de
algum fato ou relação jurídica para simples
II ­ colaborar com o juízo na realização de documento e sem caráter contencioso, que
inspeção judicial que for considerada necessária; exporá, em petição circunstanciada, a sua
intenção.
III ­ praticar o ato que lhe for determinado.
Art. 382.  Na petição, o requerente
Art. 380.  Incumbe ao terceiro, em relação a apresentará as razões que justificam a
qualquer causa: necessidade de antecipação da prova e
mencionará com precisão os fatos sobre os quais
I ­ informar ao juiz os fatos e as a prova há de recair.
circunstâncias de que tenha conhecimento;
§ 1o O juiz determinará, de ofício ou a
II ­ exibir coisa ou documento que esteja em requerimento da parte, a citação de interessados
seu poder. na produção da prova ou no fato a ser provado,
salvo se inexistente caráter contencioso.
Parágrafo único.  Poderá o juiz, em caso de
descumprimento, determinar, além da imposição § 2o O juiz não se pronunciará sobre a
de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre
mandamentais ou sub­rogatórias. as respectivas consequências jurídicas.

79
§ 3o Os interessados poderão requerer a Art. 386.  Quando a parte, sem motivo
produção de qualquer prova no mesmo justificado, deixar de responder ao que lhe for
procedimento, desde que relacionada ao mesmo perguntado ou empregar evasivas, o juiz,
fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar apreciando as demais circunstâncias e os
excessiva demora. elementos de prova, declarará, na sentença, se
houve recusa de depor.
§ 4o Neste procedimento, não se admitirá
defesa ou recurso, salvo contra decisão que Art. 387.  A parte responderá pessoalmente
indeferir totalmente a produção da prova sobre os fatos articulados, não podendo servir­se
pleiteada pelo requerente originário. de escritos anteriormente preparados, permitindo­
lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves,
Art. 383.  Os autos permanecerão em desde que objetivem completar esclarecimentos.
cartório durante 1 (um) mês para extração de
cópias e certidões pelos interessados. Art. 388.  A parte não é obrigada a depor
sobre fatos:
Parágrafo único.  Findo o prazo, os autos
serão entregues ao promovente da medida. I ­ criminosos ou torpes que lhe forem
imputados;
Seção III
Da Ata Notarial II ­ a cujo respeito, por estado ou profissão,
deva guardar sigilo;
Art. 384.  A existência e o modo de existir
de algum fato podem ser atestados ou III ­ acerca dos quais não possa responder
documentados, a requerimento do interessado, sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu
mediante ata lavrada por tabelião. companheiro ou de parente em grau sucessível;

Parágrafo único.  Dados representados por IV ­ que coloquem em perigo a vida do


imagem ou som gravados em arquivos depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Parágrafo único.  Esta disposição não se
Seção IV aplica às ações de estado e de família.
Do Depoimento Pessoal
Seção V
Art. 385.  Cabe à parte requerer o Da Confissão
depoimento pessoal da outra parte, a fim de que
esta seja interrogada na audiência de instrução e Art. 389.  Há confissão, judicial ou
julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de extrajudicial, quando a parte admite a verdade de
ordená­lo de ofício. fato contrário ao seu interesse e favorável ao do
adversário.
§ 1o Se a parte, pessoalmente intimada
para prestar depoimento pessoal e advertida da Art. 390.  A confissão judicial pode ser
pena de confesso, não comparecer ou, espontânea ou provocada.
comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar­
lhe­á a pena. § 1o A confissão espontânea pode ser feita
pela própria parte ou por representante com
§ 2o É vedado a quem ainda não depôs poder especial.
assistir ao interrogatório da outra parte.
§ 2o A confissão provocada constará do
§ 3 O depoimento pessoal da parte que
o termo de depoimento pessoal.
residir em comarca, seção ou subseção judiciária
diversa daquela onde tramita o processo poderá Art. 391.  A confissão judicial faz prova
ser colhido por meio de videoconferência ou outro contra o confitente, não prejudicando, todavia, os
recurso tecnológico de transmissão de sons e litisconsortes.
imagens em tempo real, o que poderá ocorrer,
inclusive, durante a realização da audiência de Parágrafo único.  Nas ações que versarem
instrução e julgamento. sobre bens imóveis ou direitos reais sobre
imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou

80
companheiro não valerá sem a do outro, salvo se III ­ as circunstâncias em que se funda o
o regime de casamento for o de separação requerente para afirmar que o documento ou a
absoluta de bens. coisa existe e se acha em poder da parte
contrária.
Art. 392.  Não vale como confissão a
admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos Art. 398.  O requerido dará sua resposta
indisponíveis. nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.

§ 1o A confissão será ineficaz se feita por Parágrafo único.  Se o requerido afirmar
quem não for capaz de dispor do direito a que se que não possui o documento ou a coisa, o juiz
referem os fatos confessados. permitirá que o requerente prove, por qualquer
meio, que a declaração não corresponde à
§ 2o A confissão feita por um representante verdade.
somente é eficaz nos limites em que este pode
vincular o representado. Art. 399.  O juiz não admitirá a recusa se:

Art. 393.  A confissão é irrevogável, mas I ­ o requerido tiver obrigação legal de


pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou exibir;
de coação.
II ­ o requerido tiver aludido ao documento
Parágrafo único.  A legitimidade para a ação ou à coisa, no processo, com o intuito de
prevista no caput é exclusiva do confitente e pode constituir prova;
ser transferida a seus herdeiros se ele falecer
após a propositura. III ­ o documento, por seu conteúdo, for
comum às partes.
Art. 394.  A confissão extrajudicial, quando
feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá
a lei não exija prova literal. como verdadeiros os fatos que, por meio do
documento ou da coisa, a parte pretendia provar
Art. 395.  A confissão é, em regra, se:
indivisível, não podendo a parte que a quiser
invocar como prova aceitá­la no tópico que a I ­ o requerido não efetuar a exibição nem
beneficiar e rejeitá­la no que lhe for desfavorável, fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398;
porém cindir­se­á quando o confitente a ela aduzir
fatos novos, capazes de constituir fundamento de
II ­ a recusa for havida por ilegítima.
defesa de direito material ou de reconvenção.
Parágrafo único.  Sendo necessário, o juiz
pode adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub­rogatórias para que o
Seção VI documento seja exibido.
Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 401.  Quando o documento ou a coisa
Art. 396.  O juiz pode ordenar que a parte estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua
exiba documento ou coisa que se encontre em citação para responder no prazo de 15 (quinze)
seu poder. dias.

Art. 397.  O pedido formulado pela parte Art. 402.  Se o terceiro negar a obrigação
conterá: de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o
juiz designará audiência especial, tomando­lhe o
I ­ a individuação, tão completa quanto depoimento, bem como o das partes e, se
possível, do documento ou da coisa; necessário, o de testemunhas, e em seguida
proferirá decisão.
II ­ a finalidade da prova, indicando os fatos
que se relacionam com o documento ou com a Art. 403.  Se o terceiro, sem justo motivo, se
coisa; recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar­lhe­á
que proceda ao respectivo depósito em cartório
ou em outro lugar designado, no prazo de 5

81
(cinco) dias, impondo ao requerente que o Art. 406.  Quando a lei exigir instrumento
ressarça pelas despesas que tiver. público como da substância do ato, nenhuma
outra prova, por mais especial que seja, pode
Parágrafo único.  Se o terceiro descumprir a suprir­lhe a falta.
ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão,
requisitando, se necessário, força policial, sem Art. 407.  O documento feito por oficial
prejuízo da responsabilidade por crime de público incompetente ou sem a observância das
desobediência, pagamento de multa e outras formalidades legais, sendo subscrito pelas partes,
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou tem a mesma eficácia probatória do documento
sub­rogatórias necessárias para assegurar a particular.
efetivação da decisão.
Art. 408.  As declarações constantes do
Art. 404.  A parte e o terceiro se escusam documento particular escrito e assinado ou
de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: somente assinado presumem­se verdadeiras em
relação ao signatário.
I ­ concernente a negócios da própria vida
da família; Parágrafo único.  Quando, todavia, contiver
declaração de ciência de determinado fato, o
II ­ sua apresentação puder violar dever de documento particular prova a ciência, mas não o
honra; fato em si, incumbindo o ônus de prová­lo ao
interessado em sua veracidade.
III ­ sua publicidade redundar em desonra à
parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes Art. 409.  A data do documento particular,
consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou quando a seu respeito surgir dúvida ou
lhes representar perigo de ação penal; impugnação entre os litigantes, provar­se­á por
todos os meios de direito.
IV ­ sua exibição acarretar a divulgação de
fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, Parágrafo único.  Em relação a terceiros,
devam guardar segredo; considerar­se­á datado o documento particular:

V ­ subsistirem outros motivos graves que, I ­ no dia em que foi registrado;


segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a
recusa da exibição; II ­ desde a morte de algum dos signatários;

VI ­ houver disposição legal que justifique a III ­ a partir da impossibilidade física que
recusa da exibição. sobreveio a qualquer dos signatários;

Parágrafo único.  Se os motivos de que IV ­ da sua apresentação em repartição


tratam os incisos I a VI do caput disserem pública ou em juízo;
respeito a apenas uma parcela do documento, a
parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, V ­ do ato ou do fato que estabeleça, de
para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo modo certo, a anterioridade da formação do
sendo lavrado auto circunstanciado. documento.

Seção VII Art. 410.  Considera­se autor do documento


Da Prova Documental particular:

Subseção I I ­ aquele que o fez e o assinou;


Da Força Probante dos Documentos
II ­ aquele por conta de quem ele foi feito,
Art. 405.  O documento público faz prova estando assinado;
não só da sua formação, mas também dos fatos
que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião III ­ aquele que, mandando compô­lo, não o
ou o servidor declarar que ocorreram em sua firmou porque, conforme a experiência comum,
presença. não se costuma assinar, como livros empresariais
e assentos domésticos.

82
Art. 411.  Considera­se autêntico o Parágrafo único.  Aplica­se essa regra tanto
documento quando: para o documento que o credor conservar em seu
poder quanto para aquele que se achar em poder
I ­ o tabelião reconhecer a firma do do devedor ou de terceiro.
signatário;
Art. 417.  Os livros empresariais provam
II ­ a autoria estiver identificada por contra seu autor, sendo lícito ao empresário,
qualquer outro meio legal de certificação, todavia, demonstrar, por todos os meios
inclusive eletrônico, nos termos da lei; permitidos em direito, que os lançamentos não
correspondem à verdade dos fatos.
III ­ não houver impugnação da parte contra
quem foi produzido o documento. Art. 418.  Os livros empresariais que
preencham os requisitos exigidos por lei provam a
favor de seu autor no litígio entre empresários.
Art. 412.  O documento particular de cuja
autenticidade não se duvida prova que o seu
autor fez a declaração que lhe é atribuída. Art. 419.  A escrituração contábil é
indivisível, e, se dos fatos que resultam dos
lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de
Parágrafo único.  O documento particular
seu autor e outros lhe são contrários, ambos
admitido expressa ou tacitamente é indivisível,
serão considerados em conjunto, como unidade.
sendo vedado à parte que pretende utilizar­se
dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e
recusar os que são contrários ao seu interesse, Art. 420.  O juiz pode ordenar, a
salvo se provar que estes não ocorreram. requerimento da parte, a exibição integral dos
livros empresariais e dos documentos do arquivo:
Art. 413.  O telegrama, o radiograma ou
qualquer outro meio de transmissão tem a mesma I ­ na liquidação de sociedade;
força probatória do documento particular se o
original constante da estação expedidora tiver II ­ na sucessão por morte de sócio;
sido assinado pelo remetente.
III ­ quando e como determinar a lei.
Parágrafo único.  A firma do remetente
poderá ser reconhecida pelo tabelião, declarando­ Art. 421.  O juiz pode, de ofício, ordenar à
se essa circunstância no original depositado na parte a exibição parcial dos livros e dos
estação expedidora. documentos, extraindo­se deles a suma que
interessar ao litígio, bem como reproduções
Art. 414.  O telegrama ou o radiograma autenticadas.
presume­se conforme com o original, provando as
datas de sua expedição e de seu recebimento Art. 422.  Qualquer reprodução mecânica,
pelo destinatário. como a fotográfica, a cinematográfica, a
fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para
Art. 415.  As cartas e os registros fazer prova dos fatos ou das coisas
domésticos provam contra quem os escreveu representadas, se a sua conformidade com o
quando: documento original não for impugnada por aquele
contra quem foi produzida.
I ­ enunciam o recebimento de um crédito;
§ 1o As fotografias digitais e as extraídas da
II ­ contêm anotação que visa a suprir a rede mundial de computadores fazem prova das
falta de título em favor de quem é apontado como imagens que reproduzem, devendo, se
credor; impugnadas, ser apresentada a respectiva
autenticação eletrônica ou, não sendo possível,
realizada perícia.
III ­ expressam conhecimento de fatos para
os quais não se exija determinada prova.
§ 2o Se se tratar de fotografia publicada em
jornal ou revista, será exigido um exemplar
Art. 416.  A nota escrita pelo credor em
original do periódico, caso impugnada a
qualquer parte de documento representativo de
veracidade pela outra parte.
obrigação, ainda que não assinada, faz prova em
benefício do devedor.

83
§ 3o Aplica­se o disposto neste artigo à § 2o Tratando­se de cópia digital de título
forma impressa de mensagem eletrônica. executivo extrajudicial ou de documento relevante
à instrução do processo, o juiz poderá determinar
Art. 423.  As reproduções dos documentos seu depósito em cartório ou secretaria.
particulares, fotográficas ou obtidas por outros
processos de repetição, valem como certidões Art. 426.  O juiz apreciará
sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria fundamentadamente a fé que deva merecer o
certificar sua conformidade com o original. documento, quando em ponto substancial e sem
ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou
Art. 424. A cópia de documento particular cancelamento.
tem o mesmo valor probante que o original,
cabendo ao escrivão, intimadas as partes, Art. 427.  Cessa a fé do documento público
proceder à conferência e certificar a conformidade ou particular sendo­lhe declarada judicialmente a
entre a cópia e o original. falsidade.

Art. 425.  Fazem a mesma prova que os Parágrafo único.  A falsidade consiste em:
originais:
I ­ formar documento não verdadeiro;
I ­ as certidões textuais de qualquer peça
dos autos, do protocolo das audiências ou de II ­ alterar documento verdadeiro.
outro livro a cargo do escrivão ou do chefe de
secretaria, se extraídas por ele ou sob sua
Art. 428.  Cessa a fé do documento
vigilância e por ele subscritas;
particular quando:

II ­ os traslados e as certidões extraídas por


I ­ for impugnada sua autenticidade e
oficial público de instrumentos ou documentos
enquanto não se comprovar sua veracidade;
lançados em suas notas;
II ­ assinado em branco, for impugnado seu
III ­ as reproduções dos documentos
conteúdo, por preenchimento abusivo.
públicos, desde que autenticadas por oficial
público ou conferidas em cartório com os
respectivos originais; Parágrafo único.  Dar­se­á abuso quando
aquele que recebeu documento assinado com
texto não escrito no todo ou em parte formá­lo ou
IV ­ as cópias reprográficas de peças do
completá­lo por si ou por meio de outrem,
próprio processo judicial declaradas autênticas
violando o pacto feito com o signatário.
pelo advogado, sob sua responsabilidade
pessoal, se não lhes for impugnada a
autenticidade; Art. 429.  Incumbe o ônus da prova quando:

V ­ os extratos digitais de bancos de dados I ­ se tratar de falsidade de documento ou


públicos e privados, desde que atestado pelo seu de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
emitente, sob as penas da lei, que as informações
conferem com o que consta na origem; II ­ se tratar de impugnação da
autenticidade, à parte que produziu o documento.
VI ­ as reproduções digitalizadas de
qualquer documento público ou particular, quando Subseção II
juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e seus Da Arguição de Falsidade
auxiliares, pelo Ministério Público e seus
auxiliares, pela Defensoria Pública e seus Art. 430.  A falsidade deve ser suscitada na
auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições contestação, na réplica ou no prazo de 15
públicas em geral e por advogados, ressalvada a (quinze) dias, contado a partir da intimação da
alegação motivada e fundamentada de juntada do documento aos autos.
adulteração.
Parágrafo único.  Uma vez arguida, a
§ 1o Os originais dos documentos falsidade será resolvida como questão incidental,
digitalizados mencionados no inciso VI deverão salvo se a parte requerer que o juiz a decida
ser preservados pelo seu detentor até o final do como questão principal, nos termos do inciso II do
prazo para propositura de ação rescisória. art. 19.

84
Art. 431.  A parte arguirá a falsidade IV ­ manifestar­se sobre seu conteúdo.
expondo os motivos em que funda a sua
pretensão e os meios com que provará o alegado. Parágrafo único.  Nas hipóteses dos incisos
II e III, a impugnação deverá basear­se em
Art. 432.  Depois de ouvida a outra parte no argumentação específica, não se admitindo
prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame alegação genérica de falsidade.
pericial.
Art. 437.  O réu manifestar­se­á na
Parágrafo único.  Não se procederá ao contestação sobre os documentos anexados à
exame pericial se a parte que produziu o inicial, e o autor manifestar­se­á na réplica sobre
documento concordar em retirá­lo. os documentos anexados à contestação.

Art. 433.  A declaração sobre a falsidade do § 1o Sempre que uma das partes requerer a
documento, quando suscitada como questão juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a
principal, constará da parte dispositiva da seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo
sentença e sobre ela incidirá também a de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das
autoridade da coisa julgada. posturas indicadas no art. 436.

Subseção III § 2o Poderá o juiz, a requerimento da parte,


Da Produção da Prova Documental dilatar o prazo para manifestação sobre a prova
documental produzida, levando em consideração
a quantidade e a complexidade da
Art. 434.  Incumbe à parte instruir a petição
documentação.
inicial ou a contestação com os documentos
destinados a provar suas alegações.
Art. 438.  O juiz requisitará às repartições
públicas, em qualquer tempo ou grau de
Parágrafo único.  Quando o documento
jurisdição:
consistir em reprodução cinematográfica ou
fonográfica, a parte deverá trazê­lo nos termos do
caput, mas sua exposição será realizada em I ­ as certidões necessárias à prova das
audiência, intimando­se previamente as partes. alegações das partes;

Art. 435.  É lícito às partes, em qualquer II ­ os procedimentos administrativos nas


tempo, juntar aos autos documentos novos, causas em que forem interessados a União, os
quando destinados a fazer prova de fatos Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou
ocorridos depois dos articulados ou para entidades da administração indireta.
contrapô­los aos que foram produzidos nos autos.
§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará
Parágrafo único.  Admite­se também a extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1
juntada posterior de documentos formados após a (um) mês, certidões ou reproduções fotográficas
petição inicial ou a contestação, bem como dos das peças que indicar e das que forem indicadas
que se tornaram conhecidos, acessíveis ou pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à
disponíveis após esses atos, cabendo à parte que repartição de origem.
os produzir comprovar o motivo que a impediu de
juntá­los anteriormente e incumbindo ao juiz, em § 2o As repartições públicas poderão
qualquer caso, avaliar a conduta da parte de fornecer todos os documentos em meio
acordo com o art. 5o. eletrônico, conforme disposto em lei, certificando,
pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do
Art. 436.  A parte, intimada a falar sobre que consta em seu banco de dados ou no
documento constante dos autos, poderá: documento digitalizado.

I ­ impugnar a admissibilidade da prova Seção VIII


documental; Dos Documentos Eletrônicos

II ­ impugnar sua autenticidade; Art. 439.  A utilização de documentos


eletrônicos no processo convencional dependerá
III ­ suscitar sua falsidade, com ou sem de sua conversão à forma impressa e da
deflagração do incidente de arguição de verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
falsidade;

85
Art. 440.  O juiz apreciará o valor probante I ­ o interdito por enfermidade ou deficiência
do documento eletrônico não convertido, mental;
assegurado às partes o acesso ao seu teor.
II ­ o que, acometido por enfermidade ou
Art. 441.  Serão admitidos documentos retardamento mental, ao tempo em que
eletrônicos produzidos e conservados com a ocorreram os fatos, não podia discerni­los, ou, ao
observância da legislação específica. tempo em que deve depor, não está habilitado a
transmitir as percepções;
Seção IX
Da Prova Testemunhal III ­ o que tiver menos de 16 (dezesseis)
anos;
Subseção I
Da Admissibilidade e do Valor da Prova IV ­ o cego e o surdo, quando a ciência do
Testemunhal fato depender dos sentidos que lhes faltam.

§ 2o São impedidos:
Art. 442.  A prova testemunhal é sempre
admissível, não dispondo a lei de modo diverso.
I ­ o cônjuge, o companheiro, o ascendente
e o descendente em qualquer grau e o colateral,
Art. 443.  O juiz indeferirá a inquirição de
até o terceiro grau, de alguma das partes, por
testemunhas sobre fatos:
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o
interesse público ou, tratando­se de causa
I ­ já provados por documento ou confissão relativa ao estado da pessoa, não se puder obter
da parte; de outro modo a prova que o juiz repute
necessária ao julgamento do mérito;
II ­ que só por documento ou por exame
pericial puderem ser provados. II ­ o que é parte na causa;

Art. 444.  Nos casos em que a lei exigir III ­ o que intervém em nome de uma parte,
prova escrita da obrigação, é admissível a prova como o tutor, o representante legal da pessoa
testemunhal quando houver começo de prova por jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam
escrito, emanado da parte contra a qual se ou tenham assistido as partes.
pretende produzir a prova.
§ 3o São suspeitos:
Art. 445.  Também se admite a prova
testemunhal quando o credor não pode ou não
I ­ o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
podia, moral ou materialmente, obter a prova
escrita da obrigação, em casos como o de
parentesco, de depósito necessário ou de II ­ o que tiver interesse no litígio.
hospedagem em hotel ou em razão das práticas
comerciais do local onde contraída a obrigação. § 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o
depoimento das testemunhas menores,
Art. 446.  É lícito à parte provar com impedidas ou suspeitas.
testemunhas:
§ 5o Os depoimentos referidos no § 4o serão
I ­ nos contratos simulados, a divergência prestados independentemente de compromisso, e
entre a vontade real e a vontade declarada; o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.

II ­ nos contratos em geral, os vícios de Art. 448.  A testemunha não é obrigada a


consentimento. depor sobre fatos:

Art. 447.  Podem depor como testemunhas I ­ que lhe acarretem grave dano, bem
todas as pessoas, exceto as incapazes, como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus
impedidas ou suspeitas. parentes consanguíneos ou afins, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau;
§ 1o São incapazes:
II ­ a cujo respeito, por estado ou profissão,
deva guardar sigilo.

86
Art. 449.  Salvo disposição especial em recurso tecnológico de transmissão e recepção
contrário, as testemunhas devem ser ouvidas na de sons e imagens em tempo real, o que poderá
sede do juízo. ocorrer, inclusive, durante a audiência de
instrução e julgamento.
Parágrafo único.  Quando a parte ou a
testemunha, por enfermidade ou por outro motivo § 2o Os juízos deverão manter equipamento
relevante, estiver impossibilitada de comparecer, para a transmissão e recepção de sons e
mas não de prestar depoimento, o juiz designará, imagens a que se refere o § 1o.
conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para
inquiri­la. Art. 454.  São inquiridos em sua residência
ou onde exercem sua função:
Subseção II
Da Produção da Prova Testemunhal I ­ o presidente e o vice­presidente da
República;
Art. 450.  O rol de testemunhas conterá,
sempre que possível, o nome, a profissão, o II ­ os ministros de Estado;
estado civil, a idade, o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas, o número de III ­ os ministros do Supremo Tribunal
registro de identidade e o endereço completo da Federal, os conselheiros do Conselho Nacional
residência e do local de trabalho. de Justiça e os ministros do Superior Tribunal de
Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal
Art. 451.  Depois de apresentado o rol de Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do
que tratam os §§ 4o e 5o do art. 357, a parte só Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
pode substituir a testemunha:
IV ­ o procurador­geral da República e os
I ­ que falecer; conselheiros do Conselho Nacional do Ministério
Público;
II ­ que, por enfermidade, não estiver em
condições de depor; V ­ o advogado­geral da União, o
procurador­geral do Estado, o procurador­geral
III ­ que, tendo mudado de residência ou de do Município, o defensor público­geral federal e o
local de trabalho, não for encontrada. defensor público­geral do Estado;

Art. 452.  Quando for arrolado como VI ­ os senadores e os deputados federais;


testemunha, o juiz da causa:
VII ­ os governadores dos Estados e do
I ­ declarar­se­á impedido, se tiver Distrito Federal;
conhecimento de fatos que possam influir na
decisão, caso em que será vedado à parte que o VIII ­ o prefeito;
incluiu no rol desistir de seu depoimento;
IX ­ os deputados estaduais e distritais;
II ­ se nada souber, mandará excluir o seu
nome. X ­ os desembargadores dos Tribunais de
Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos
Art. 453.  As testemunhas depõem, na Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais
audiência de instrução e julgamento, perante o Regionais Eleitorais e os conselheiros dos
juiz da causa, exceto: Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal;
I ­ as que prestam depoimento
antecipadamente; XI ­ o procurador­geral de justiça;

II ­ as que são inquiridas por carta. XII ­ o embaixador de país que, por lei ou
tratado, concede idêntica prerrogativa a agente
§ 1o A oitiva de testemunha que residir em diplomático do Brasil.
comarca, seção ou subseção judiciária diversa
daquela onde tramita o processo poderá ser § 1o O juiz solicitará à autoridade que
realizada por meio de videoconferência ou outro indique dia, hora e local a fim de ser inquirida,

87
remetendo­lhe cópia da petição inicial ou da § 5o A testemunha que, intimada na forma
defesa oferecida pela parte que a arrolou como do § 1o ou do § 4o, deixar de comparecer sem
testemunha. motivo justificado será conduzida e responderá
pelas despesas do adiamento.
§ 2o Passado 1 (um) mês sem manifestação
da autoridade, o juiz designará dia, hora e local Art. 456.  O juiz inquirirá as testemunhas
para o depoimento, preferencialmente na sede do separada e sucessivamente, primeiro as do autor
juízo. e depois as do réu, e providenciará para que uma
não ouça o depoimento das outras.
§ 3o O juiz também designará dia, hora e
local para o depoimento, quando a autoridade Parágrafo único. O juiz poderá alterar a
não comparecer, injustificadamente, à sessão ordem estabelecida no caput se as partes
agendada para a colheita de seu testemunho no concordarem.
dia, hora e local por ela mesma indicados.
Art. 457.  Antes de depor, a testemunha
Art. 455.  Cabe ao advogado da parte será qualificada, declarará ou confirmará seus
informar ou intimar a testemunha por ele arrolada dados e informará se tem relações de parentesco
do dia, da hora e do local da audiência com a parte ou interesse no objeto do processo.
designada, dispensando­se a intimação do juízo.
§ 1o É lícito à parte contraditar a
§ 1 A intimação deverá ser realizada por
o
testemunha, arguindo­lhe a incapacidade, o
carta com aviso de recebimento, cumprindo ao impedimento ou a suspeição, bem como, caso a
advogado juntar aos autos, com antecedência de testemunha negue os fatos que lhe são
pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, imputados, provar a contradita com documentos
cópia da correspondência de intimação e do ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas
comprovante de recebimento. no ato e inquiridas em separado.

§ 2o A parte pode comprometer­se a levar a § 2o Sendo provados ou confessados os


testemunha à audiência, independentemente da fatos a que se refere o § 1o, o juiz dispensará a
intimação de que trata o § 1o, presumindo­se, testemunha ou lhe tomará o depoimento como
caso a testemunha não compareça, que a parte informante.
desistiu de sua inquirição.
§ 3o A testemunha pode requerer ao juiz
§ 3o A inércia na realização da intimação a que a escuse de depor, alegando os motivos
que se refere o § 1o importa desistência da previstos neste Código, decidindo o juiz de plano
inquirição da testemunha. após ouvidas as partes.

§ 4o A intimação será feita pela via judicial Art. 458.  Ao início da inquirição, a
quando: testemunha prestará o compromisso de dizer a
verdade do que souber e lhe for perguntado.
I ­ for frustrada a intimação prevista no § 1o
deste artigo; Parágrafo único.  O juiz advertirá à
testemunha que incorre em sanção penal quem
II ­ sua necessidade for devidamente faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.
demonstrada pela parte ao juiz;
Art. 459.  As perguntas serão formuladas
III ­ figurar no rol de testemunhas servidor pelas partes diretamente à testemunha,
público ou militar, hipótese em que o juiz o começando pela que a arrolou, não admitindo o
requisitará ao chefe da repartição ou ao comando juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
do corpo em que servir; tiverem relação com as questões de fato objeto
da atividade probatória ou importarem repetição
de outra já respondida.
IV ­ a testemunha houver sido arrolada pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
§ 1o O juiz poderá inquirir a testemunha
tanto antes quanto depois da inquirição feita pelas
V ­ a testemunha for uma daquelas
partes.
previstas no art. 454.

88
§ 2o As testemunhas devem ser tratadas sofre, por comparecer à audiência, perda de
com urbanidade, não se lhes fazendo perguntas salário nem desconto no tempo de serviço.
ou considerações impertinentes, capciosas ou
vexatórias. Seção X
Da Prova Pericial
§ 3o As perguntas que o juiz indeferir serão
transcritas no termo, se a parte o requerer.
Art. 464.  A prova pericial consiste em
exame, vistoria ou avaliação.
Art. 460.  O depoimento poderá ser
documentado por meio de gravação.
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando:
§ 1o Quando digitado ou registrado por
I ­ a prova do fato não depender de
taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de
conhecimento especial de técnico;
documentação, o depoimento será assinado pelo
juiz, pelo depoente e pelos procuradores.
II ­ for desnecessária em vista de outras
provas produzidas;
§ 2 Se houver recurso em processo em
o

autos não eletrônicos, o depoimento somente


será digitado quando for impossível o envio de III ­ a verificação for impraticável.
sua documentação eletrônica.
§ 2o De ofício ou a requerimento das partes,
§ 3 Tratando­se de autos eletrônicos,
o o juiz poderá, em substituição à perícia,
observar­se­á o disposto neste Código e na determinar a produção de prova técnica
legislação específica sobre a prática eletrônica de simplificada, quando o ponto controvertido for de
atos processuais. menor complexidade.

Art. 461.  O juiz pode ordenar, de ofício ou a § 3o A prova técnica simplificada consistirá
requerimento da parte: apenas na inquirição de especialista, pelo juiz,
sobre ponto controvertido da causa que demande
especial conhecimento científico ou técnico.
I ­ a inquirição de testemunhas referidas
nas declarações da parte ou das testemunhas;
§ 4o Durante a arguição, o especialista, que
deverá ter formação acadêmica específica na
II ­ a acareação de 2 (duas) ou mais
área objeto de seu depoimento, poderá valer­se
testemunhas ou de alguma delas com a parte,
de qualquer recurso tecnológico de transmissão
quando, sobre fato determinado que possa influir
de sons e imagens com o fim de esclarecer os
na decisão da causa, divergirem as suas
pontos controvertidos da causa.
declarações.
Art. 465.  O juiz nomeará perito
§ 1o Os acareados serão reperguntados
especializado no objeto da perícia e fixará de
para que expliquem os pontos de divergência,
imediato o prazo para a entrega do laudo.
reduzindo­se a termo o ato de acareação.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15
§ 2o A acareação pode ser realizada por
(quinze) dias contados da intimação do despacho
videoconferência ou por outro recurso tecnológico
de nomeação do perito:
de transmissão de sons e imagens em tempo
real.
I ­ arguir o impedimento ou a suspeição do
perito, se for o caso;
Art. 462.  A testemunha pode requerer ao
juiz o pagamento da despesa que efetuou para
comparecimento à audiência, devendo a parte II ­ indicar assistente técnico;
pagá­la logo que arbitrada ou depositá­la em
cartório dentro de 3 (três) dias. III ­ apresentar quesitos.

Art. 463.  O depoimento prestado em juízo é § 2o Ciente da nomeação, o perito


considerado serviço público. apresentará em 5 (cinco) dias:

Parágrafo único. A testemunha, quando I ­ proposta de honorários;


sujeita ao regime da legislação trabalhista, não

89
II ­ currículo, com comprovação de II ­ sem motivo legítimo, deixar de cumprir o
especialização; encargo no prazo que lhe foi assinado.

III ­ contatos profissionais, em especial o § 1o No caso previsto no inciso II, o juiz


endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as comunicará a ocorrência à corporação
intimações pessoais. profissional respectiva, podendo, ainda, impor
multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da
§ 3o As partes serão intimadas da proposta causa e o possível prejuízo decorrente do atraso
de honorários para, querendo, manifestar­se no no processo.
prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz
arbitrará o valor, intimando­se as partes para os § 2o O perito substituído restituirá, no prazo
fins do art. 95. de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo
trabalho não realizado, sob pena de ficar
§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de impedido de atuar como perito judicial pelo prazo
até cinquenta por cento dos honorários arbitrados de 5 (cinco) anos.
a favor do perito no início dos trabalhos, devendo
o remanescente ser pago apenas ao final, depois § 3o Não ocorrendo a restituição voluntária
de entregue o laudo e prestados todos os de que trata o § 2o, a parte que tiver realizado o
esclarecimentos necessários. adiantamento dos honorários poderá promover
execução contra o perito, na forma dos arts. 513
§ 5o Quando a perícia for inconclusiva ou e seguintes deste Código, com fundamento na
deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração decisão que determinar a devolução do
inicialmente arbitrada para o trabalho. numerário.

§ 6o Quando tiver de realizar­se por carta, Art. 469.  As partes poderão apresentar
poder­se­á proceder à nomeação de perito e à quesitos suplementares durante a diligência, que
indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual poderão ser respondidos pelo perito previamente
se requisitar a perícia. ou na audiência de instrução e julgamento.

Art. 466. O perito cumprirá Parágrafo único.  O escrivão dará à parte


escrupulosamente o encargo que lhe foi contrária ciência da juntada dos quesitos aos
cometido, independentemente de termo de autos.
compromisso.
Art. 470.  Incumbe ao juiz:
§ 1 Os assistentes técnicos são de
o

confiança da parte e não estão sujeitos a I ­ indeferir quesitos impertinentes;


impedimento ou suspeição.
II ­ formular os quesitos que entender
§ 2o O perito deve assegurar aos necessários ao esclarecimento da causa.
assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames Art. 471.  As partes podem, de comum
que realizar, com prévia comunicação, acordo, escolher o perito, indicando­o mediante
comprovada nos autos, com antecedência requerimento, desde que:
mínima de 5 (cinco) dias.
I ­ sejam plenamente capazes;
Art. 467.  O perito pode escusar­se ou ser
recusado por impedimento ou suspeição.
II ­ a causa possa ser resolvida por
autocomposição.
Parágrafo único.  O juiz, ao aceitar a escusa
ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará
§ 1o As partes, ao escolher o perito, já
novo perito.
devem indicar os respectivos assistentes técnicos
para acompanhar a realização da perícia, que se
Art. 468.  O perito pode ser substituído realizará em data e local previamente
quando: anunciados.

I ­ faltar­lhe conhecimento técnico ou § 2o O perito e os assistentes técnicos


científico; devem entregar, respectivamente, laudo e
pareceres em prazo fixado pelo juiz.

90
§ 3o A perícia consensual substitui, para Art. 476.  Se o perito, por motivo justificado,
todos os efeitos, a que seria realizada por perito não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o
nomeado pelo juiz. juiz poderá conceder­lhe, por uma vez,
prorrogação pela metade do prazo originalmente
Art. 472.  O juiz poderá dispensar prova fixado.
pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem, sobre as questões de Art. 477.  O perito protocolará o laudo em
fato, pareceres técnicos ou documentos juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20
elucidativos que considerar suficientes. (vinte) dias antes da audiência de instrução e
julgamento.
Art. 473.  O laudo pericial deverá conter:
§ 1o As partes serão intimadas para,
I ­ a exposição do objeto da perícia; querendo, manifestar­se sobre o laudo do perito
do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias,
podendo o assistente técnico de cada uma das
II ­ a análise técnica ou científica realizada
partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo
pelo perito;
parecer.
III ­ a indicação do método utilizado,
§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no
esclarecendo­o e demonstrando ser
prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:
predominantemente aceito pelos especialistas da
área do conhecimento da qual se originou;
I ­ sobre o qual exista divergência ou dúvida
de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do
IV ­ resposta conclusiva a todos os quesitos
Ministério Público;
apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão
do Ministério Público.
II ­ divergente apresentado no parecer do
assistente técnico da parte.
§ 1 No laudo, o perito deve apresentar sua
o

fundamentação em linguagem simples e com


coerência lógica, indicando como alcançou suas § 3o Se ainda houver necessidade de
conclusões. esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que
mande intimar o perito ou o assistente técnico a
comparecer à audiência de instrução e
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os
julgamento, formulando, desde logo, as
limites de sua designação, bem como emitir
perguntas, sob forma de quesitos.
opiniões pessoais que excedam o exame técnico
ou científico do objeto da perícia.
§ 4o O perito ou o assistente técnico será
intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10
§ 3o Para o desempenho de sua função, o
(dez) dias de antecedência da audiência.
perito e os assistentes técnicos podem valer­se
de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando Art. 478.  Quando o exame tiver por objeto
documentos que estejam em poder da parte, de a autenticidade ou a falsidade de documento ou
terceiros ou em repartições públicas, bem como for de natureza médico­legal, o perito será
instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, escolhido, de preferência, entre os técnicos dos
desenhos, fotografias ou outros elementos estabelecimentos oficiais especializados, a cujos
necessários ao esclarecimento do objeto da diretores o juiz autorizará a remessa dos autos,
perícia. bem como do material sujeito a exame.

Art. 474.  As partes terão ciência da data e § 1o Nas hipóteses de gratuidade de justiça,
do local designados pelo juiz ou indicados pelo os órgãos e as repartições oficiais deverão
perito para ter início a produção da prova. cumprir a determinação judicial com preferência,
no prazo estabelecido.
Art. 475.  Tratando­se de perícia complexa
que abranja mais de uma área de conhecimento § 2o A prorrogação do prazo referido no § 1o
especializado, o juiz poderá nomear mais de um pode ser requerida motivadamente.
perito, e a parte, indicar mais de um assistente
técnico. § 3o Quando o exame tiver por objeto a
autenticidade da letra e da firma, o perito poderá
requisitar, para efeito de comparação,

91
documentos existentes em repartições públicas e, esclarecimentos e fazendo observações que
na falta destes, poderá requerer ao juiz que a considerem de interesse para a causa.
pessoa a quem se atribuir a autoria do documento
lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado, Art. 484.  Concluída a diligência, o juiz
dizeres diferentes, para fins de comparação. mandará lavrar auto circunstanciado,
mencionando nele tudo quanto for útil ao
Art. 479.  O juiz apreciará a prova pericial julgamento da causa.
de acordo com o disposto no art. 371, indicando
na sentença os motivos que o levaram a Parágrafo único.  O auto poderá ser
considerar ou a deixar de considerar as instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
conclusões do laudo, levando em conta o método
utilizado pelo perito.
CAPÍTULO XIII
DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA
Art. 480.  O juiz determinará, de ofício ou a
requerimento da parte, a realização de nova
perícia quando a matéria não estiver Seção I
suficientemente esclarecida. Disposições Gerais

§ 1o A segunda perícia tem por objeto os Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito
mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e quando:
destina­se a corrigir eventual omissão ou
inexatidão dos resultados a que esta conduziu. I ­ indeferir a petição inicial;

§ 2o A segunda perícia rege­se pelas II ­ o processo ficar parado durante mais de


disposições estabelecidas para a primeira. 1 (um) ano por negligência das partes;

§ 3o A segunda perícia não substitui a III ­ por não promover os atos e as


primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a
e de outra. causa por mais de 30 (trinta) dias;

Seção XI IV ­ verificar a ausência de pressupostos de


Da Inspeção Judicial constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo;
Art. 481.  O juiz, de ofício ou a requerimento
da parte, pode, em qualquer fase do processo, V ­ reconhecer a existência de perempção,
inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se de litispendência ou de coisa julgada;
esclarecer sobre fato que interesse à decisão da
causa. VI ­ verificar ausência de legitimidade ou de
interesse processual;
Art. 482.  Ao realizar a inspeção, o juiz
poderá ser assistido por um ou mais peritos. VII ­ acolher a alegação de existência de
convenção de arbitragem ou quando o juízo
Art. 483.  O juiz irá ao local onde se arbitral reconhecer sua competência;
encontre a pessoa ou a coisa quando:
VIII ­ homologar a desistência da ação;
I ­ julgar necessário para a melhor
verificação ou interpretação dos fatos que deva IX ­ em caso de morte da parte, a ação for
observar; considerada intransmissível por disposição legal;
e
II ­ a coisa não puder ser apresentada em
juízo sem consideráveis despesas ou graves X ­ nos demais casos prescritos neste
dificuldades; Código.

III ­ determinar a reconstituição dos fatos. § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e
III, a parte será intimada pessoalmente para
Parágrafo único.  As partes têm sempre suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
direito a assistir à inspeção, prestando

92
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as a) o reconhecimento da procedência do
partes pagarão proporcionalmente as custas, e, pedido formulado na ação ou na reconvenção;
quanto ao inciso III, o autor será condenado ao
pagamento das despesas e dos honorários de b) a transação;
advogado.
c) a renúncia à pretensão formulada na
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria ação ou na reconvenção.
constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer
Parágrafo único.  Ressalvada a hipótese do
o trânsito em julgado.
§ 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não partes oportunidade de manifestar­se.
poderá, sem o consentimento do réu, desistir da
ação.
Art. 488.  Desde que possível, o juiz
resolverá o mérito sempre que a decisão for
§ 5o A desistência da ação pode ser favorável à parte a quem aproveitaria eventual
apresentada até a sentença. pronunciamento nos termos do art. 485.

§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do Seção II


processo por abandono da causa pelo autor Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença
depende de requerimento do réu.
Art. 489.  São elementos essenciais da
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos
sentença:
casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz
terá 5 (cinco) dias para retratar­se.
I ­ o relatório, que conterá os nomes das
partes, a identificação do caso, com a suma do
Art. 486.  O pronunciamento judicial que
pedido e da contestação, e o registro das
não resolve o mérito não obsta a que a parte
principais ocorrências havidas no andamento do
proponha de novo a ação.
processo;
§ 1o No caso de extinção em razão de
II ­ os fundamentos, em que o juiz analisará
litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e
as questões de fato e de direito;
VII do art. 485, a propositura da nova ação
depende da correção do vício que levou à
sentença sem resolução do mérito. III ­ o dispositivo, em que o juiz resolverá as
questões principais que as partes lhe
submeterem.
§ 2o A petição inicial, todavia, não será
despachada sem a prova do pagamento ou do
depósito das custas e dos honorários de § 1o Não se considera fundamentada
advogado. qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três)
vezes, a sentença fundada em abandono da I ­ se limitar à indicação, à reprodução ou à
causa, não poderá propor nova ação contra o réu paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
com o mesmo objeto, ficando­lhe ressalvada, relação com a causa ou a questão decidida;
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o
seu direito. II ­ empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto
Art. 487.  Haverá resolução de mérito de sua incidência no caso;
quando o juiz:
III ­ invocar motivos que se prestariam a
I ­ acolher ou rejeitar o pedido formulado na justificar qualquer outra decisão;
ação ou na reconvenção;
IV ­ não enfrentar todos os argumentos
II ­ decidir, de ofício ou a requerimento, deduzidos no processo capazes de, em tese,
sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

III ­ homologar:

93
V ­ se limitar a invocar precedente ou Art. 493.  Se, depois da propositura da
enunciado de súmula, sem identificar seus ação, algum fato constitutivo, modificativo ou
fundamentos determinantes nem demonstrar que extintivo do direito influir no julgamento do mérito,
o caso sob julgamento se ajusta àqueles caberá ao juiz tomá­lo em consideração, de ofício
fundamentos; ou a requerimento da parte, no momento de
proferir a decisão.
VI ­ deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, Parágrafo único.  Se constatar de ofício o
sem demonstrar a existência de distinção no caso fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes
em julgamento ou a superação do entendimento. de decidir.

§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz Art. 494.  Publicada a sentença, o juiz só
deve justificar o objeto e os critérios gerais da poderá alterá­la:
ponderação efetuada, enunciando as razões que
autorizam a interferência na norma afastada e as I ­ para corrigir­lhe, de ofício ou a
premissas fáticas que fundamentam a conclusão. requerimento da parte, inexatidões materiais ou
erros de cálculo;
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada
a partir da conjugação de todos os seus II ­ por meio de embargos de declaração.
elementos e em conformidade com o princípio da
boa­fé.
Art. 495.  A decisão que condenar o réu ao
pagamento de prestação consistente em dinheiro
Art. 490.  O juiz resolverá o mérito e a que determinar a conversão de prestação de
acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação
pedidos formulados pelas partes. pecuniária valerão como título constitutivo de
hipoteca judiciária.
Art. 491.  Na ação relativa à obrigação de
pagar quantia, ainda que formulado pedido § 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
genérico, a decisão definirá desde logo a
extensão da obrigação, o índice de correção
I ­ embora a condenação seja genérica;
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de
ambos e a periodicidade da capitalização dos
juros, se for o caso, salvo quando: II ­ ainda que o credor possa promover o
cumprimento provisório da sentença ou esteja
pendente arresto sobre bem do devedor;
I ­ não for possível determinar, de modo
definitivo, o montante devido;
III ­ mesmo que impugnada por recurso
dotado de efeito suspensivo.
II ­ a apuração do valor devido depender da
produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida § 2o A hipoteca judiciária poderá ser
na sentença. realizada mediante apresentação de cópia da
sentença perante o cartório de registro imobiliário,
independentemente de ordem judicial, de
§ 1o Nos casos previstos neste artigo,
declaração expressa do juiz ou de demonstração
seguir­se­á a apuração do valor devido por
de urgência.
liquidação.
§ 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da
§ 2o O disposto no caput também se aplica
data de realização da hipoteca, a parte informá­
quando o acórdão alterar a sentença.
la­á ao juízo da causa, que determinará a
intimação da outra parte para que tome ciência do
Art. 492.  É vedado ao juiz proferir decisão ato.
de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez
objeto diverso do que lhe foi demandado.
constituída, implicará, para o credor hipotecário, o
direito de preferência, quanto ao pagamento, em
Parágrafo único.  A decisão deve ser certa, relação a outros credores, observada a prioridade
ainda que resolva relação jurídica condicional. no registro.

94
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação III ­ entendimento firmado em incidente de
da decisão que impôs o pagamento de quantia, a resolução de demandas repetitivas ou de
parte responderá, independentemente de culpa, assunção de competência;
pelos danos que a outra parte tiver sofrido em
razão da constituição da garantia, devendo o IV ­ entendimento coincidente com
valor da indenização ser liquidado e executado orientação vinculante firmada no âmbito
nos próprios autos. administrativo do próprio ente público,
consolidada em manifestação, parecer ou súmula
Seção III administrativa.
Da Remessa Necessária
Seção IV
Art. 496.  Está sujeita ao duplo grau de Do Julgamento das Ações Relativas às
jurisdição, não produzindo efeito senão depois de Prestações de Fazer, de Não Fazer e de
confirmada pelo tribunal, a sentença: Entregar Coisa

I ­ proferida contra a União, os Estados, o Art. 497.  Na ação que tenha por objeto a
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
autarquias e fundações de direito público; procedente o pedido, concederá a tutela
específica ou determinará providências que
II ­ que julgar procedentes, no todo ou em assegurem a obtenção de tutela pelo resultado
parte, os embargos à execução fiscal. prático equivalente.

§ 1o Nos casos previstos neste artigo, não Parágrafo único.  Para a concessão da
interposta a apelação no prazo legal, o juiz tutela específica destinada a inibir a prática, a
ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a
não o fizer, o presidente do respectivo tribunal sua remoção, é irrelevante a demonstração da
avocá­los­á. ocorrência de dano ou da existência de culpa ou
dolo.
§ 2o Em qualquer dos casos referidos no §
1o, o tribunal julgará a remessa necessária. Art. 498.  Na ação que tenha por objeto a
entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela
§ 3o Não se aplica o disposto neste artigo específica, fixará o prazo para o cumprimento da
quando a condenação ou o proveito econômico obrigação.
obtido na causa for de valor certo e líquido inferior
a: Parágrafo único.  Tratando­se de entrega de
coisa determinada pelo gênero e pela quantidade,
I ­ 1.000 (mil) salários­mínimos para a o autor individualizá­la­á na petição inicial, se lhe
União e as respectivas autarquias e fundações de couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu,
direito público; este a entregará individualizada, no prazo fixado
pelo juiz.
II ­ 500 (quinhentos) salários­mínimos para
os Estados, o Distrito Federal, as respectivas Art. 499.  A obrigação somente será
autarquias e fundações de direito público e os convertida em perdas e danos se o autor o
Municípios que constituam capitais dos Estados; requerer ou se impossível a tutela específica ou a
obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente.
III ­ 100 (cem) salários­mínimos para todos
os demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público. Art. 500.  A indenização por perdas e danos
dar­se­á sem prejuízo da multa fixada
periodicamente para compelir o réu ao
§ 4o Também não se aplica o disposto neste cumprimento específico da obrigação.
artigo quando a sentença estiver fundada em:
Art. 501.  Na ação que tenha por objeto a
I ­ súmula de tribunal superior; emissão de declaração de vontade, a sentença
que julgar procedente o pedido, uma vez
II ­ acórdão proferido pelo Supremo Tribunal transitada em julgado, produzirá todos os efeitos
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em da declaração não emitida.
julgamento de recursos repetitivos;

95
Seção V Art. 507.  É vedado à parte discutir no curso
Da Coisa Julgada do processo as questões já decididas a cujo
respeito se operou a preclusão.
Art. 502.  Denomina­se coisa julgada
material a autoridade que torna imutável e Art. 508.  Transitada em julgado a decisão
indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a de mérito, considerar­se­ão deduzidas e repelidas
recurso. todas as alegações e as defesas que a parte
poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
Art. 503.  A decisão que julgar total ou rejeição do pedido.
parcialmente o mérito tem força de lei nos limites
da questão principal expressamente decidida. CAPÍTULO XIV
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
§ 1o O disposto no caput aplica­se à
resolução de questão prejudicial, decidida Art. 509.  Quando a sentença condenar ao
expressa e incidentemente no processo, se: pagamento de quantia ilíquida, proceder­se­á à
sua liquidação, a requerimento do credor ou do
I ­ dessa resolução depender o julgamento devedor:
do mérito;
I ­ por arbitramento, quando determinado
II ­ a seu respeito tiver havido contraditório pela sentença, convencionado pelas partes ou
prévio e efetivo, não se aplicando no caso de exigido pela natureza do objeto da liquidação;
revelia;
II ­ pelo procedimento comum, quando
III ­ o juízo tiver competência em razão da houver necessidade de alegar e provar fato novo.
matéria e da pessoa para resolvê­la como
questão principal. § 1o Quando na sentença houver uma parte
líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no simultaneamente a execução daquela e, em
processo houver restrições probatórias ou autos apartados, a liquidação desta.
limitações à cognição que impeçam o
aprofundamento da análise da questão § 2o Quando a apuração do valor depender
prejudicial. apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento da
Art. 504.  Não fazem coisa julgada: sentença.

I ­ os motivos, ainda que importantes para § 3o O Conselho Nacional de Justiça


determinar o alcance da parte dispositiva da desenvolverá e colocará à disposição dos
sentença; interessados programa de atualização financeira.

II ­ a verdade dos fatos, estabelecida como § 4o Na liquidação é vedado discutir de


fundamento da sentença. novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.

Art. 505.  Nenhum juiz decidirá novamente Art. 510.  Na liquidação por arbitramento, o
as questões já decididas relativas à mesma lide, juiz intimará as partes para a apresentação de
salvo: pareceres ou documentos elucidativos, no prazo
que fixar, e, caso não possa decidir de plano,
I ­ se, tratando­se de relação jurídica de nomeará perito, observando­se, no que couber, o
trato continuado, sobreveio modificação no procedimento da prova pericial.
estado de fato ou de direito, caso em que poderá
a parte pedir a revisão do que foi estatuído na Art. 511.  Na liquidação pelo procedimento
sentença; comum, o juiz determinará a intimação do
requerido, na pessoa de seu advogado ou da
II ­ nos demais casos prescritos em lei. sociedade de advogados a que estiver vinculado,
para, querendo, apresentar contestação no prazo
de 15 (quinze) dias, observando­se, a seguir, no
Art. 506.  A sentença faz coisa julgada às que couber, o disposto no Livro I da Parte
partes entre as quais é dada, não prejudicando Especial deste Código.
terceiros.

96
Art. 512.  A liquidação poderá ser realizada coobrigado ou do corresponsável que não tiver
na pendência de recurso, processando­se em participado da fase de conhecimento.
autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao
liquidante instruir o pedido com cópias das peças Art. 514.  Quando o juiz decidir relação
processuais pertinentes. jurídica sujeita a condição ou termo, o
cumprimento da sentença dependerá de
TÍTULO II demonstração de que se realizou a condição ou
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA de que ocorreu o termo.

CAPÍTULO I Art. 515.  São títulos executivos judiciais,


DISPOSIÇÕES GERAIS cujo cumprimento dar­se­á de acordo com os
artigos previstos neste Título:
Art. 513.  O cumprimento da sentença será
I ­ as decisões proferidas no processo civil
feito segundo as regras deste Título, observando­
que reconheçam a exigibilidade de obrigação de
se, no que couber e conforme a natureza da
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de
obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial
entregar coisa;
deste Código.

II ­ a decisão homologatória de
§ 1o O cumprimento da sentença que
autocomposição judicial;
reconhece o dever de pagar quantia, provisório
ou definitivo, far­se­á a requerimento do
exequente. III ­ a decisão homologatória de
autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
§ 2o O devedor será intimado para cumprir
a sentença:
IV ­ o formal e a certidão de partilha,
exclusivamente em relação ao inventariante, aos
I ­ pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu
herdeiros e aos sucessores a título singular ou
advogado constituído nos autos;
universal;
II ­ por carta com aviso de recebimento,
V ­ o crédito de auxiliar da justiça, quando
quando representado pela Defensoria Pública ou
as custas, emolumentos ou honorários tiverem
quando não tiver procurador constituído nos
sido aprovados por decisão judicial;
autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;

VI ­ a sentença penal condenatória


III ­ por meio eletrônico, quando, no caso do
transitada em julgado;
§ 1o do art. 246, não tiver procurador constituído
nos autos
VII ­ a sentença arbitral;
IV ­ por edital, quando, citado na forma do
art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. VIII ­ a sentença estrangeira homologada
pelo Superior Tribunal de Justiça;
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III,
considera­se realizada a intimação quando o IX ­ a decisão interlocutória estrangeira,
devedor houver mudado de endereço sem prévia após a concessão do exequatur à carta rogatória
comunicação ao juízo, observado o disposto no pelo Superior Tribunal de Justiça;
parágrafo único do art. 274.
X ­ (VETADO).
§ 4 Se o requerimento a que alude o § 1
o o

for formulado após 1 (um) ano do trânsito em § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o
julgado da sentença, a intimação será feita na devedor será citado no juízo cível para o
pessoa do devedor, por meio de carta com aviso cumprimento da sentença ou para a liquidação no
de recebimento encaminhada ao endereço prazo de 15 (quinze) dias.
constante dos autos, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. § 2o A autocomposição judicial pode
envolver sujeito estranho ao processo e versar
§ 5o O cumprimento da sentença não sobre relação jurídica que não tenha sido
poderá ser promovido em face do fiador, do deduzida em juízo.

97
Art. 516.  O cumprimento da sentença Art. 519.  Aplicam­se as disposições
efetuar­se­á perante: relativas ao cumprimento da sentença, provisório
ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às
I ­ os tribunais, nas causas de sua decisões que concederem tutela provisória.
competência originária;
CAPÍTULO II
II ­ o juízo que decidiu a causa no primeiro DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA
grau de jurisdição; SENTENÇA QUE RECONHECE A
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR
III ­ o juízo cível competente, quando se QUANTIA CERTA
tratar de sentença penal condenatória, de
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de Art. 520.  O cumprimento provisório da
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. sentença impugnada por recurso desprovido de
efeito suspensivo será realizado da mesma forma
Parágrafo único.  Nas hipóteses dos incisos que o cumprimento definitivo, sujeitando­se ao
II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do seguinte regime:
atual domicílio do executado, pelo juízo do local
onde se encontrem os bens sujeitos à execução I ­ corre por iniciativa e responsabilidade do
ou pelo juízo do local onde deva ser executada a exequente, que se obriga, se a sentença for
obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que reformada, a reparar os danos que o executado
a remessa dos autos do processo será solicitada haja sofrido;
ao juízo de origem.
II ­ fica sem efeito, sobrevindo decisão que
Art. 517.  A decisão judicial transitada em modifique ou anule a sentença objeto da
julgado poderá ser levada a protesto, nos termos execução, restituindo­se as partes ao estado
da lei, depois de transcorrido o prazo para anterior e liquidando­se eventuais prejuízos nos
pagamento voluntário previsto no art. 523. mesmos autos;

§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao III ­ se a sentença objeto de cumprimento


exequente apresentar certidão de teor da provisório for modificada ou anulada apenas em
decisão. parte, somente nesta ficará sem efeito a
execução;
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá
ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará IV ­ o levantamento de depósito em dinheiro
o nome e a qualificação do exequente e do e a prática de atos que importem transferência de
executado, o número do processo, o valor da posse ou alienação de propriedade ou de outro
dívida e a data de decurso do prazo para direito real, ou dos quais possa resultar grave
pagamento voluntário. dano ao executado, dependem de caução
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e
§ 3o O executado que tiver proposto ação prestada nos próprios autos.
rescisória para impugnar a decisão exequenda
pode requerer, a suas expensas e sob sua § 1o No cumprimento provisório da
responsabilidade, a anotação da propositura da sentença, o executado poderá apresentar
ação à margem do título protestado. impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.

§ 4o A requerimento do executado, o § 2o A multa e os honorários a que se refere


protesto será cancelado por determinação do juiz, o § 1 do art. 523 são devidos no cumprimento
o

mediante ofício a ser expedido ao cartório, no provisório de sentença condenatória ao


prazo de 3 (três) dias, contado da data de pagamento de quantia certa.
protocolo do requerimento, desde que
comprovada a satisfação integral da obrigação. § 3o Se o executado comparecer
tempestivamente e depositar o valor, com a
Art. 518.  Todas as questões relativas à finalidade de isentar­se da multa, o ato não será
validade do procedimento de cumprimento da havido como incompatível com o recurso por ele
sentença e dos atos executivos subsequentes interposto.
poderão ser arguidas pelo executado nos próprios
autos e nestes serão decididas pelo juiz. § 4o A restituição ao estado anterior a que
se refere o inciso II não implica o desfazimento da

98
transferência de posse ou da alienação de IV ­ decisão de habilitação, se for o caso;
propriedade ou de outro direito real
eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, V ­ facultativamente, outras peças
o direito à reparação dos prejuízos causados ao processuais consideradas necessárias para
executado. demonstrar a existência do crédito.

§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença CAPÍTULO III


que reconheça obrigação de fazer, de não fazer DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA
ou de dar coisa aplica­se, no que couber, o
SENTENÇA QUE RECONHECE A
disposto neste Capítulo.
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR
QUANTIA CERTA
Art. 521.  A caução prevista no inciso IV do
art. 520 poderá ser dispensada nos casos em
que: Art. 523.  No caso de condenação em
quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no
caso de decisão sobre parcela incontroversa, o
I ­ o crédito for de natureza alimentar, cumprimento definitivo da sentença far­se­á a
independentemente de sua origem; requerimento do exequente, sendo o executado
intimado para pagar o débito, no prazo de 15
II ­ o credor demonstrar situação de (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
necessidade;
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário
III ­ pender o agravo fundado nos incisos II no prazo do caput, o débito será acrescido de
e III do art. 1.042; multa de dez por cento e, também, de honorários
de advogado de dez por cento.
III – pender o agravo do art.
1.042;                 (Redação dada pela Lei nº § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo
13.256, de 2016)   (Vigência) previsto no caput, a multa e os honorários
previstos no § 1o incidirão sobre o restante.
IV ­ a sentença a ser provisoriamente
cumprida estiver em consonância com súmula da § 3o Não efetuado tempestivamente o
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do pagamento voluntário, será expedido, desde logo,
Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade mandado de penhora e avaliação, seguindo­se os
com acórdão proferido no julgamento de casos atos de expropriação.
repetitivos.
Art. 524.  O requerimento previsto no art.
Parágrafo único.  A exigência de caução 523 será instruído com demonstrativo
será mantida quando da dispensa possa resultar discriminado e atualizado do crédito, devendo a
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta petição conter:
reparação.
I ­ o nome completo, o número de inscrição
Art. 522.  O cumprimento provisório da no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
sentença será requerido por petição dirigida ao Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do
juízo competente. executado, observado o disposto no art. 319, §§
1o a 3o;
Parágrafo único.  Não sendo eletrônicos os
autos, a petição será acompanhada de cópias II ­ o índice de correção monetária adotado;
das seguintes peças do processo, cuja
autenticidade poderá ser certificada pelo próprio III ­ os juros aplicados e as respectivas
advogado, sob sua responsabilidade pessoal: taxas;

I ­ decisão exequenda; IV ­ o termo inicial e o termo final dos juros


e da correção monetária utilizados;
II ­ certidão de interposição do recurso não
dotado de efeito suspensivo; V ­ a periodicidade da capitalização dos
juros, se for o caso;
III ­ procurações outorgadas pelas partes;

99
VI ­ especificação dos eventuais descontos VI ­ incompetência absoluta ou relativa do
obrigatórios realizados; juízo da execução;

VII ­ indicação dos bens passíveis de VII ­ qualquer causa modificativa ou


penhora, sempre que possível. extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição,
§ 1o Quando o valor apontado no desde que supervenientes à sentença.
demonstrativo aparentemente exceder os limites
da condenação, a execução será iniciada pelo § 2o A alegação de impedimento ou
valor pretendido, mas a penhora terá por base a suspeição observará o disposto nos arts. 146 e
importância que o juiz entender adequada. 148.

§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz § 3o Aplica­se à impugnação o disposto no


poderá valer­se de contabilista do juízo, que terá art. 229.
o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá­la,
exceto se outro lhe for determinado. § 4o Quando o executado alegar que o
exequente, em excesso de execução, pleiteia
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo quantia superior à resultante da sentença,
depender de dados em poder de terceiros ou do cumprir­lhe­á declarar de imediato o valor que
executado, o juiz poderá requisitá­los, sob entende correto, apresentando demonstrativo
cominação do crime de desobediência. discriminado e atualizado de seu cálculo.

§ 4o Quando a complementação do § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o


demonstrativo depender de dados adicionais em valor correto ou não apresentado o
poder do executado, o juiz poderá, a demonstrativo, a impugnação será liminarmente
requerimento do exequente, requisitá­los, fixando rejeitada, se o excesso de execução for o seu
prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento único fundamento, ou, se houver outro, a
da diligência. impugnação será processada, mas o juiz não
examinará a alegação de excesso de execução.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere
o § 4 não forem apresentados pelo executado,
o
§ 6o A apresentação de impugnação não
sem justificativa, no prazo designado, reputar­se­ impede a prática dos atos executivos, inclusive os
ão corretos os cálculos apresentados pelo de expropriação, podendo o juiz, a requerimento
exequente apenas com base nos dados de que do executado e desde que garantido o juízo com
dispõe. penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir­
lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem
Art. 525.  Transcorrido o prazo previsto no relevantes e se o prosseguimento da execução
art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia­se o for manifestamente suscetível de causar ao
prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, executado grave dano de difícil ou incerta
independentemente de penhora ou nova reparação.
intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação. § 7o A concessão de efeito suspensivo a
que se refere o § 6o não impedirá a efetivação
§ 1o Na impugnação, o executado poderá dos atos de substituição, de reforço ou de
alegar: redução da penhora e de avaliação dos bens 

I ­ falta ou nulidade da citação se, na fase § 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à


de conhecimento, o processo correu à revelia; impugnação disser respeito apenas a parte do
objeto da execução, esta prosseguirá quanto à
parte restante.
II ­ ilegitimidade de parte;

§ 9o A concessão de efeito suspensivo à


III ­ inexequibilidade do título ou
impugnação deduzida por um dos executados
inexigibilidade da obrigação;
não suspenderá a execução contra os que não
impugnaram, quando o respectivo fundamento
IV ­ penhora incorreta ou avaliação errônea; disser respeito exclusivamente ao impugnante.

V ­ excesso de execução ou cumulação


indevida de execuções;

100
§ 10.  Ainda que atribuído efeito suspensivo § 3o Se o autor não se opuser, o juiz
à impugnação, é lícito ao exequente requerer o declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o
prosseguimento da execução, oferecendo e processo.
prestando, nos próprios autos, caução suficiente
e idônea a ser arbitrada pelo juiz. Art. 527.  Aplicam­se as disposições deste
Capítulo ao cumprimento provisório da sentença,
§ 11.  As questões relativas a fato no que couber.
superveniente ao término do prazo para
apresentação da impugnação, assim como CAPÍTULO IV
aquelas relativas à validade e à adequação da DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE
penhora, da avaliação e dos atos executivos
RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
subsequentes, podem ser arguidas por simples
OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
petição, tendo o executado, em qualquer dos
casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular
esta arguição, contado da comprovada ciência do Art. 528.  No cumprimento de sentença que
fato ou da intimação do ato. condene ao pagamento de prestação alimentícia
ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o
§ 12.  Para efeito do disposto no inciso III juiz, a requerimento do exequente, mandará
do § 1o deste artigo, considera­se também intimar o executado pessoalmente para, em 3
inexigível a obrigação reconhecida em título (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo justificar a impossibilidade de efetuá­lo.
considerado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou § 1o Caso o executado, no prazo referido no
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo caput, não efetue o pagamento, não prove que o
Supremo Tribunal Federal como incompatível efetuou ou não apresente justificativa da
com a Constituição Federal, em controle de impossibilidade de efetuá­lo, o juiz mandará
constitucionalidade concentrado ou difuso. protestar o pronunciamento judicial, aplicando­se,
no que couber, o disposto no art. 517.
§ 13.  No caso do § 12, os efeitos da
decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser § 2o Somente a comprovação de fato que
modulados no tempo, em atenção à segurança gere a impossibilidade absoluta de pagar
jurídica. justificará o inadimplemento.

§ 14.  A decisão do Supremo Tribunal § 3o Se o executado não pagar ou se a


Federal referida no § 12 deve ser anterior ao justificativa apresentada não for aceita, o juiz,
trânsito em julgado da decisão exequenda. além de mandar protestar o pronunciamento
judicial na forma do § 1o, decretar­lhe­á a prisão
§ 15.  Se a decisão referida no § 12 for pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo § 4o A prisão será cumprida em regime
será contado do trânsito em julgado da decisão fechado, devendo o preso ficar separado dos
proferida pelo Supremo Tribunal Federal. presos comuns.

Art. 526.  É lícito ao réu, antes de ser § 5o O cumprimento da pena não exime o
intimado para o cumprimento da sentença, executado do pagamento das prestações
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o vencidas e vincendas.
valor que entender devido, apresentando
memória discriminada do cálculo. § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz
suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5
(cinco) dias, podendo impugnar o valor § 7o O débito alimentar que autoriza a
depositado, sem prejuízo do levantamento do prisão civil do alimentante é o que compreende
depósito a título de parcela incontroversa. até as 3 (três) prestações anteriores ao
ajuizamento da execução e as que se vencerem
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do no curso do processo.
depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez
por cento e honorários advocatícios, também § 8o O exequente pode optar por promover
fixados em dez por cento, seguindo­se a o cumprimento da sentença ou decisão desde
execução com penhora e atos subsequentes. logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II,

101
Capítulo III, caso em que não será admissível a Art. 532.  Verificada a conduta
prisão do executado, e, recaindo a penhora em procrastinatória do executado, o juiz deverá, se
dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos
impugnação não obsta a que o exequente levante indícios da prática do crime de abandono
mensalmente a importância da prestação. material.

§ 9o Além das opções previstas no art. 516, Art. 533.  Quando a indenização por ato
parágrafo único, o exequente pode promover o ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao
cumprimento da sentença ou decisão que executado, a requerimento do exequente,
condena ao pagamento de prestação alimentícia constituir capital cuja renda assegure o
no juízo de seu domicílio. pagamento do valor mensal da pensão.

Art. 529.  Quando o executado for § 1o O capital a que se refere o caput,


funcionário público, militar, diretor ou gerente de representado por imóveis ou por direitos reais
empresa ou empregado sujeito à legislação do sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da
trabalho, o exequente poderá requerer o desconto dívida pública ou aplicações financeiras em banco
em folha de pagamento da importância da oficial, será inalienável e impenhorável enquanto
prestação alimentícia. durar a obrigação do executado, além de
constituir­se em patrimônio de afetação.
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à
autoridade, à empresa ou ao empregador, § 2o O juiz poderá substituir a constituição
determinando, sob pena de crime de do capital pela inclusão do exequente em folha de
desobediência, o desconto a partir da primeira pagamento de pessoa jurídica de notória
remuneração posterior do executado, a contar do capacidade econômica ou, a requerimento do
protocolo do ofício. executado, por fiança bancária ou garantia real,
em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 2o O ofício conterá o nome e o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do § 3o Se sobrevier modificação nas
exequente e do executado, a importância a ser condições econômicas, poderá a parte requerer,
descontada mensalmente, o tempo de sua conforme as circunstâncias, redução ou aumento
duração e a conta na qual deve ser feito o da prestação.
depósito.
§ 4o A prestação alimentícia poderá ser
§ 3 Sem prejuízo do pagamento dos
o
fixada tomando por base o salário­mínimo.
alimentos vincendos, o débito objeto de execução
pode ser descontado dos rendimentos ou rendas § 5o Finda a obrigação de prestar alimentos,
do executado, de forma parcelada, nos termos do o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto
caput deste artigo, contanto que, somado à em folha ou cancelar as garantias prestadas.
parcela devida, não ultrapasse cinquenta por
cento de seus ganhos líquidos.
CAPÍTULO V
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE
Art. 530.  Não cumprida a obrigação,
RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
observar­se­á o disposto nos arts. 831 e
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
seguintes.
PELA FAZENDA PÚBLICA
Art. 531.  O disposto neste Capítulo aplica­
se aos alimentos definitivos ou provisórios. Art. 534.  No cumprimento de sentença que
impuser à Fazenda Pública o dever de pagar
quantia certa, o exequente apresentará
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, demonstrativo discriminado e atualizado do
bem como a dos alimentos fixados em sentença crédito contendo:
ainda não transitada em julgado, se processa em
autos apartados.
I ­ o nome completo e o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do
de prestar alimentos será processado nos exequente;
mesmos autos em que tenha sido proferida a
sentença.
II ­ o índice de correção monetária adotado;

102
III ­ os juros aplicados e as respectivas § 3o Não impugnada a execução ou
taxas; rejeitadas as arguições da executada:

IV ­ o termo inicial e o termo final dos juros I ­ expedir­se­á, por intermédio do


e da correção monetária utilizados; presidente do tribunal competente, precatório em
favor do exequente, observando­se o disposto na
V ­ a periodicidade da capitalização dos Constituição Federal;
juros, se for o caso;
II ­ por ordem do juiz, dirigida à autoridade
VI ­ a especificação dos eventuais na pessoa de quem o ente público foi citado para
descontos obrigatórios realizados. o processo, o pagamento de obrigação de
pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois)
meses contado da entrega da requisição,
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes,
mediante depósito na agência de banco oficial
cada um deverá apresentar o seu próprio
mais próxima da residência do exequente.
demonstrativo, aplicando­se à hipótese, se for o
caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113.
§ 4o Tratando­se de impugnação parcial, a
parte não questionada pela executada será,
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não
desde logo, objeto de cumprimento.
se aplica à Fazenda Pública.

§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do


Art. 535.  A Fazenda Pública será intimada
caput deste artigo, considera­se também
na pessoa de seu representante judicial, por
inexigível a obrigação reconhecida em título
carga, remessa ou meio eletrônico, para,
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
considerado inconstitucional pelo Supremo
próprios autos, impugnar a execução, podendo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
arguir:
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo
Supremo Tribunal Federal como incompatível
I ­ falta ou nulidade da citação se, na fase com a Constituição Federal, em controle de
de conhecimento, o processo correu à revelia; constitucionalidade concentrado ou difuso.

II ­ ilegitimidade de parte; § 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão


do Supremo Tribunal Federal poderão ser
III ­ inexequibilidade do título ou modulados no tempo, de modo a favorecer a
inexigibilidade da obrigação; segurança jurídica.

IV ­ excesso de execução ou cumulação § 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal


indevida de execuções; referida no § 5o deve ter sido proferida antes do
trânsito em julgado da decisão exequenda.
V ­ incompetência absoluta ou relativa do
juízo da execução; § 8o Se a decisão referida no § 5o for
proferida após o trânsito em julgado da decisão
VI ­ qualquer causa modificativa ou extintiva exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo
da obrigação, como pagamento, novação, será contado do trânsito em julgado da decisão
compensação, transação ou prescrição, desde proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
que supervenientes ao trânsito em julgado da
sentença. CAPÍTULO VI
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE
§ 1o A alegação de impedimento ou RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE
suspeição observará o disposto nos arts. 146 e OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU
148. DE ENTREGAR COISA

§ 2o Quando se alegar que o exequente, em Seção I


excesso de execução, pleiteia quantia superior à Do Cumprimento de Sentença que Reconheça
resultante do título, cumprirá à executada declarar
a Exigibilidade de Obrigação de Fazer ou de
de imediato o valor que entende correto, sob
Não Fazer
pena de não conhecimento da arguição.

103
Art. 536.  No cumprimento de sentença que § 3o A decisão que fixa a multa é passível
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer de cumprimento provisório, devendo ser
ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a depositada em juízo, permitido o levantamento do
requerimento, para a efetivação da tutela valor após o trânsito em julgado da sentença
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado favorável à parte ou na pendência do agravo
prático equivalente, determinar as medidas fundado nos incisos II ou III do art. 1.042.
necessárias à satisfação do exequente.
§ 3º  A decisão que fixa a multa é passível
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o de cumprimento provisório, devendo ser
juiz poderá determinar, entre outras medidas, a depositada em juízo, permitido o levantamento do
imposição de multa, a busca e apreensão, a valor após o trânsito em julgado da sentença
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de favorável à parte.  (Redação dada pela Lei nº
obras e o impedimento de atividade nociva, 13.256, de 2016)   (Vigência)
podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial. § 4o A multa será devida desde o dia em
que se configurar o descumprimento da decisão e
§ 2o O mandado de busca e apreensão de incidirá enquanto não for cumprida a decisão que
pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) a tiver cominado.
oficiais de justiça, observando­se o disposto no
art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de § 5o O disposto neste artigo aplica­se, no
arrombamento. que couber, ao cumprimento de sentença que
reconheça deveres de fazer e de não fazer de
§ 3o O executado incidirá nas penas de natureza não obrigacional.
litigância de má­fé quando injustificadamente
descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua Seção II
responsabilização por crime de desobediência. Do Cumprimento de Sentença que Reconheça
a Exigibilidade de Obrigação de Entregar
§ 4o No cumprimento de sentença que Coisa
reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer
ou de não fazer, aplica­se o art. 525, no que
couber. Art. 538.  Não cumprida a obrigação de
entregar coisa no prazo estabelecido na
sentença, será expedido mandado de busca e
§ 5o O disposto neste artigo aplica­se, no apreensão ou de imissão na posse em favor do
que couber, ao cumprimento de sentença que credor, conforme se tratar de coisa móvel ou
reconheça deveres de fazer e de não fazer de imóvel.
natureza não obrigacional.
§ 1o A existência de benfeitorias deve ser
Art. 537.  A multa independe de alegada na fase de conhecimento, em
requerimento da parte e poderá ser aplicada na contestação, de forma discriminada e com
fase de conhecimento, em tutela provisória ou na atribuição, sempre que possível e
sentença, ou na fase de execução, desde que justificadamente, do respectivo valor.
seja suficiente e compatível com a obrigação e
que se determine prazo razoável para
cumprimento do preceito. § 2o O direito de retenção por benfeitorias
deve ser exercido na contestação, na fase de
conhecimento.
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, modificar o valor ou a periodicidade
da multa vincenda ou excluí­la, caso verifique § 3o Aplicam­se ao procedimento previsto
que: neste artigo, no que couber, as disposições sobre
o cumprimento de obrigação de fazer ou de não
fazer.
I ­ se tornou insuficiente ou excessiva;

II ­ o obrigado demonstrou cumprimento


parcial superveniente da obrigação ou justa causa
para o descumprimento. TÍTULO II
DOS RECURSOS
§ 2o O valor da multa será devido ao
exequente.

104
CAPÍTULO I § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao
DISPOSIÇÕES GERAIS recurso independente, sendo­lhe aplicáveis as
mesmas regras deste quanto aos requisitos de
Art. 994.  São cabíveis os seguintes admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo
recursos: disposição legal diversa, observado, ainda, o
seguinte:
I ­ apelação;
I ­ será dirigido ao órgão perante o qual o
recurso independente fora interposto, no prazo de
II ­ agravo de instrumento; que a parte dispõe para responder;

III ­ agravo interno; II ­ será admissível na apelação, no recurso


extraordinário e no recurso especial;
IV ­ embargos de declaração;
III ­ não será conhecido, se houver
V ­ recurso ordinário; desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.
VI ­ recurso especial;
Art. 998.  O recorrente poderá, a qualquer
VII ­ recurso extraordinário; tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
VIII ­ agravo em recurso especial ou
extraordinário; Parágrafo único.  A desistência do recurso
não impede a análise de questão cuja
IX ­ embargos de divergência. repercussão geral já tenha sido reconhecida e
daquela objeto de julgamento de recursos
extraordinários ou especiais repetitivos.
Art. 995.  Os recursos não impedem a
eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso. Art. 999.  A renúncia ao direito de recorrer
independe da aceitação da outra parte.
Parágrafo único.  A eficácia da decisão
recorrida poderá ser suspensa por decisão do Art. 1.000.  A parte que aceitar expressa ou
relator, se da imediata produção de seus efeitos tacitamente a decisão não poderá recorrer.
houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a Parágrafo único. Considera­se aceitação
probabilidade de provimento do recurso. tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato
incompatível com a vontade de recorrer.
Art. 996.  O recurso pode ser interposto
pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e Art. 1.001.  Dos despachos não cabe
pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal recurso.
da ordem jurídica.
Art. 1.002.  A decisão pode ser impugnada
Parágrafo único.  Cumpre ao terceiro no todo ou em parte.
demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial Art. 1.003.  O prazo para interposição de
atingir direito de que se afirme titular ou que recurso conta­se da data em que os advogados, a
possa discutir em juízo como substituto sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a
processual. Defensoria Pública ou o Ministério Público são
intimados da decisão.
Art. 997.  Cada parte interporá o recurso
independentemente, no prazo e com observância § 1o Os sujeitos previstos no caput
das exigências legais. considerar­se­ão intimados em audiência quando
nesta for proferida a decisão.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso
interposto por qualquer deles poderá aderir o § 2o Aplica­se o disposto no art. 231, incisos
outro. I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo
réu contra decisão proferida anteriormente à
citação.

105
§ 3o No prazo para interposição de recurso, seu advogado, não vier a supri­lo no prazo de 5
a petição será protocolada em cartório ou (cinco) dias.
conforme as normas de organização judiciária,
ressalvado o disposto em regra especial. § 3o É dispensado o recolhimento do porte
de remessa e de retorno no processo em autos
§ 4o Para aferição da tempestividade do eletrônicos.
recurso remetido pelo correio, será considerada
como data de interposição a data de postagem. § 4o O recorrente que não comprovar, no
ato de interposição do recurso, o recolhimento do
§ 5o Excetuados os embargos de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
declaração, o prazo para interpor os recursos e será intimado, na pessoa de seu advogado, para
para responder­lhes é de 15 (quinze) dias. realizar o recolhimento em dobro, sob pena de
deserção.
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência
de feriado local no ato de interposição do recurso. § 5o É vedada a complementação se houver
insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de
Art. 1.004.  Se, durante o prazo para a remessa e de retorno, no recolhimento realizado
interposição do recurso, sobrevier o falecimento na forma do § 4o.
da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo
de força maior que suspenda o curso do § 6o Provando o recorrente justo
processo, será tal prazo restituído em proveito da impedimento, o relator relevará a pena de
parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem deserção, por decisão irrecorrível, fixando­lhe
começará a correr novamente depois da prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
intimação.
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia
Art. 1.005.  O recurso interposto por um dos de custas não implicará a aplicação da pena de
litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos deserção, cabendo ao relator, na hipótese de
ou opostos os seus interesses. dúvida quanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de 5
Parágrafo único.  Havendo solidariedade (cinco) dias.
passiva, o recurso interposto por um devedor
aproveitará aos outros quando as defesas Art. 1.008.  O julgamento proferido pelo
opostas ao credor lhes forem comuns. tribunal substituirá a decisão impugnada no que
tiver sido objeto de recurso.
Art. 1.006.  Certificado o trânsito em
julgado, com menção expressa da data de sua CAPÍTULO II
ocorrência, o escrivão ou o chefe de secretaria, DA APELAÇÃO
independentemente de despacho, providenciará a
baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
(cinco) dias.
§ 1o As questões resolvidas na fase de
Art. 1.007.  No ato de interposição do
conhecimento, se a decisão a seu respeito não
recurso, o recorrente comprovará, quando exigido
comportar agravo de instrumento, não são
pela legislação pertinente, o respectivo preparo,
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas
inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena
em preliminar de apelação, eventualmente
de deserção.
interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões.
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, os recursos
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem
interpostos pelo Ministério Público, pela União,
suscitadas em contrarrazões, o recorrente será
pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar­se
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que
a respeito delas.
gozam de isenção legal.
§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica­
§ 2o A insuficiência no valor do preparo,
se mesmo quando as questões mencionadas no
inclusive porte de remessa e de retorno, implicará
art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
deserção se o recorrente, intimado na pessoa de

106
Art. 1.010.  A apelação, interposta por VI ­ decreta a interdição.
petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá
I ­ os nomes e a qualificação das partes; promover o pedido de cumprimento provisório
depois de publicada a sentença.
II ­ a exposição do fato e do direito;
§ 3o O pedido de concessão de efeito
III ­ as razões do pedido de reforma ou de suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser
decretação de nulidade; formulado por requerimento dirigido ao:

IV ­ o pedido de nova decisão. I ­ tribunal, no período compreendido entre


a interposição da apelação e sua distribuição,
ficando o relator designado para seu exame
§ 1o O apelado será intimado para
prevento para julgá­la;
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)
dias.
II ­ relator, se já distribuída a apelação.
§ 2o Se o apelado interpuser apelação
adesiva, o juiz intimará o apelante para § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da
apresentar contrarrazões. sentença poderá ser suspensa pelo relator se o
apelante demonstrar a probabilidade de
provimento do recurso ou se, sendo relevante a
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§
fundamentação, houver risco de dano grave ou
1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo
de difícil reparação.
juiz, independentemente de juízo de
admissibilidade.
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal
o conhecimento da matéria impugnada.
Art. 1.011.  Recebido o recurso de apelação
no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e
julgamento pelo tribunal todas as questões
I ­ decidi­lo­á monocraticamente apenas
suscitadas e discutidas no processo, ainda que
nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.
II ­ se não for o caso de decisão
monocrática, elaborará seu voto para julgamento
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver
do recurso pelo órgão colegiado.
mais de um fundamento e o juiz acolher apenas
um deles, a apelação devolverá ao tribunal o
Art. 1.012.  A apelação terá efeito conhecimento dos demais.
suspensivo.
§ 3o Se o processo estiver em condições de
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde
lei, começa a produzir efeitos imediatamente após logo o mérito quando:
a sua publicação a sentença que:
I ­ reformar sentença fundada no art. 485;
I ­ homologa divisão ou demarcação de
terras;
II ­ decretar a nulidade da sentença por não
ser ela congruente com os limites do pedido ou
II ­ condena a pagar alimentos; da causa de pedir;

III ­ extingue sem resolução do mérito ou III ­ constatar a omissão no exame de um


julga improcedentes os embargos do executado; dos pedidos, hipótese em que poderá julgá­lo;

IV ­ julga procedente o pedido de instituição IV ­ decretar a nulidade de sentença por


de arbitragem; falta de fundamentação.

V ­ confirma, concede ou revoga tutela § 4o Quando reformar sentença que


provisória; reconheça a decadência ou a prescrição, o
tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando

107
as demais questões, sem determinar o retorno do Parágrafo único.  Também caberá agravo
processo ao juízo de primeiro grau. de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, de cumprimento de sentença, no processo de
concede ou revoga a tutela provisória é execução e no processo de inventário.
impugnável na apelação.
Art. 1.016.  O agravo de instrumento será
Art. 1.014.  As questões de fato não dirigido diretamente ao tribunal competente, por
propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas meio de petição com os seguintes requisitos:
na apelação, se a parte provar que deixou de
fazê­lo por motivo de força maior. I ­ os nomes das partes;

CAPÍTULO III II ­ a exposição do fato e do direito;


DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
III ­ as razões do pedido de reforma ou de
Art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento invalidação da decisão e o próprio pedido;
contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre: IV ­ o nome e o endereço completo dos
advogados constantes do processo.
I ­ tutelas provisórias;
Art. 1.017.  A petição de agravo de
II ­ mérito do processo; instrumento será instruída:

III ­ rejeição da alegação de convenção de I ­ obrigatoriamente, com cópias da petição


arbitragem; inicial, da contestação, da petição que ensejou a
decisão agravada, da própria decisão agravada,
da certidão da respectiva intimação ou outro
IV ­ incidente de desconsideração da
documento oficial que comprove a tempestividade
personalidade jurídica;
e das procurações outorgadas aos advogados do
agravante e do agravado;
V ­ rejeição do pedido de gratuidade da
justiça ou acolhimento do pedido de sua
II ­ com declaração de inexistência de
revogação;
qualquer dos documentos referidos no inciso I,
feita pelo advogado do agravante, sob pena de
VI ­ exibição ou posse de documento ou sua responsabilidade pessoal;
coisa;
III ­ facultativamente, com outras peças que
VII ­ exclusão de litisconsorte; o agravante reputar úteis.

VIII ­ rejeição do pedido de limitação do § 1o  Acompanhará a petição o


litisconsórcio; comprovante do pagamento das respectivas
custas e do porte de retorno, quando devidos,
IX ­ admissão ou inadmissão de intervenção conforme tabela publicada pelos tribunais.
de terceiros;
§ 2o  No prazo do recurso, o agravo será
X ­ concessão, modificação ou revogação interposto por:
do efeito suspensivo aos embargos à execução;
I ­ protocolo realizado diretamente no
XI ­ redistribuição do ônus da prova nos tribunal competente para julgá­lo;
termos do art. 373, § 1o;
II ­ protocolo realizado na própria comarca,
XII ­ (VETADO); seção ou subseção judiciárias;

XIII ­ outros casos expressamente referidos III ­ postagem, sob registro, com aviso de
em lei. recebimento;

108
IV ­ transmissão de dados tipo fac­símile, advogado, para que responda no prazo de 15
nos termos da lei; (quinze) dias, facultando­lhe juntar a
documentação que entender necessária ao
V ­ outra forma prevista em lei. julgamento do recurso;

§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou III ­ determinará a intimação do Ministério


no caso de algum outro vício que comprometa a Público, preferencialmente por meio eletrônico,
admissibilidade do agravo de instrumento, deve o quando for o caso de sua intervenção, para que
relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.
único.
Art. 1.020.  O relator solicitará dia para
§ 4o Se o recurso for interposto por sistema julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês
de transmissão de dados tipo fac­símile ou da intimação do agravado.
similar, as peças devem ser juntadas no momento
de protocolo da petição original. CAPÍTULO IV
DO AGRAVO INTERNO
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do
processo, dispensam­se as peças referidas nos Art. 1.021.  Contra decisão proferida pelo
incisos I e II do caput, facultando­se ao agravante relator caberá agravo interno para o respectivo
anexar outros documentos que entender úteis órgão colegiado, observadas, quanto ao
para a compreensão da controvérsia. processamento, as regras do regimento interno
do tribunal.
Art. 1.018.  O agravante poderá requerer a
juntada, aos autos do processo, de cópia da § 1o Na petição de agravo interno, o
petição do agravo de instrumento, do recorrente impugnará especificadamente os
comprovante de sua interposição e da relação fundamentos da decisão agravada.
dos documentos que instruíram o recurso.
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou intimará o agravado para manifestar­se sobre o
inteiramente a decisão, o relator considerará recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do
prejudicado o agravo de instrumento. qual, não havendo retratação, o relator levá­lo­á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o em pauta.
agravante tomará a providência prevista no caput,
no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição § 3o É vedado ao relator limitar­se à
do agravo de instrumento. reprodução dos fundamentos da decisão
agravada para julgar improcedente o agravo
§ 3o O descumprimento da exigência de interno.
que trata o § 2o, desde que arguido e provado
pelo agravado, importa inadmissibilidade do § 4o Quando o agravo interno for declarado
agravo de instrumento. manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão
Art. 1.019.  Recebido o agravo de fundamentada, condenará o agravante a pagar ao
instrumento no tribunal e distribuído agravado multa fixada entre um e cinco por cento
imediatamente, se não for o caso de aplicação do do valor atualizado da causa.
art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5
(cinco) dias: § 5o A interposição de qualquer outro
recurso está condicionada ao depósito prévio do
I ­ poderá atribuir efeito suspensivo ao valor da multa prevista no § 4o, à exceção da
recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
ou parcialmente, a pretensão recursal, da justiça, que farão o pagamento ao final.
comunicando ao juiz sua decisão;
CAPÍTULO V
II ­ ordenará a intimação do agravado DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
pessoalmente, por carta com aviso de
recebimento, quando não tiver procurador
Art. 1.022.  Cabem embargos de declaração
constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta
contra qualquer decisão judicial para:
com aviso de recebimento dirigida ao seu

109
I ­ esclarecer obscuridade ou eliminar § 4o Caso o acolhimento dos embargos de
contradição; declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto
II ­ suprir omissão de ponto ou questão outro recurso contra a decisão originária tem o
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício direito de complementar ou alterar suas razões,
ou a requerimento; nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
(quinze) dias, contado da intimação da decisão
dos embargos de declaração.
III ­ corrigir erro material.

§ 5o Se os embargos de declaração forem


Parágrafo único.  Considera­se omissa a
rejeitados ou não alterarem a conclusão do
decisão que:
julgamento anterior, o recurso interposto pela
outra parte antes da publicação do julgamento
I ­ deixe de se manifestar sobre tese dos embargos de declaração será processado e
firmada em julgamento de casos repetitivos ou julgado independentemente de ratificação.
em incidente de assunção de competência
aplicável ao caso sob julgamento;
Art. 1.025.  Consideram­se incluídos no
acórdão os elementos que o embargante
II ­ incorra em qualquer das condutas suscitou, para fins de pré­questionamento, ainda
descritas no art. 489, § 1o. que os embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior
Art. 1.023.  Os embargos serão opostos, no considere existentes erro, omissão, contradição
prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao ou obscuridade.
juiz, com indicação do erro, obscuridade,
contradição ou omissão, e não se sujeitam a Art. 1.026.  Os embargos de declaração não
preparo. possuem efeito suspensivo e interrompem o
prazo para a interposição de recurso.
§ 1o Aplica­se aos embargos de declaração
o art. 229. § 1o A eficácia da decisão monocrática ou
colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo
§ 2o O juiz intimará o embargado para, juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de
querendo, manifestar­se, no prazo de 5 (cinco) provimento do recurso ou, sendo relevante a
dias, sobre os embargos opostos, caso seu fundamentação, se houver risco de dano grave ou
eventual acolhimento implique a modificação da de difícil reparação.
decisão embargada.
§ 2o Quando manifestamente protelatórios
Art. 1.024.  O juiz julgará os embargos em 5 os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal,
(cinco) dias. em decisão fundamentada, condenará o
embargante a pagar ao embargado multa não
§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os excedente a dois por cento sobre o valor
embargos em mesa na sessão subsequente, atualizado da causa.
proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa
sessão, será o recurso incluído em pauta § 3o Na reiteração de embargos de
automaticamente. declaração manifestamente protelatórios, a multa
será elevada a até dez por cento sobre o valor
§ 2o Quando os embargos de declaração atualizado da causa, e a interposição de qualquer
forem opostos contra decisão de relator ou outra recurso ficará condicionada ao depósito prévio do
decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e
prolator da decisão embargada decidi­los­á do beneficiário de gratuidade da justiça, que a
monocraticamente. recolherão ao final.

§ 3o O órgão julgador conhecerá dos § 4o Não serão admitidos novos embargos


embargos de declaração como agravo interno se de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem
entender ser este o recurso cabível, desde que sido considerados protelatórios.
determine previamente a intimação do recorrente
para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as
razões recursais, de modo a ajustá­las às
exigências do art. 1.021, § 1o.

110
LEI 9099/95 – J UIZADO ESPECIAL estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
CÍVEL escritório;

Capítulo II         II ­ do lugar onde a obrigação deva ser


satisfeita;
Dos Juizados Especiais Cíveis
        III ­ do domicílio do autor ou do local do ato
ou fato, nas ações para reparação de dano de
Seção I qualquer natureza.

Da Competência         Parágrafo único. Em qualquer hipótese,


poderá a ação ser proposta no foro previsto no
        Art. 3º O Juizado Especial Cível tem inciso I deste artigo.
competência para conciliação, processo e
julgamento das causas cíveis de menor Seção II
complexidade, assim consideradas:
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes
        I ­ as causas cujo valor não exceda a Leigos
quarenta vezes o salário mínimo;
        Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com
        II ­ as enumeradas no art. 275, inciso II, do liberdade para determinar as provas a serem
Código de Processo Civil; produzidas, para apreciá­las e para dar especial
valor às regras de experiência comum ou técnica.
        III ­ a ação de despejo para uso próprio;
        Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a
        IV ­ as ações possessórias sobre bens decisão que reputar mais justa e equânime,
imóveis de valor não excedente ao fixado no atendendo aos fins sociais da lei e às exigências
inciso I deste artigo. do bem comum.

        § 1º Compete ao Juizado Especial promover         Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são
a execução: auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e
        I ­ dos seus julgados; os segundos, entre advogados com mais de cinco
anos de experiência.
        II ­ dos títulos executivos extrajudiciais, no
valor de até quarenta vezes o salário mínimo,         Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão
observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei. impedidos de exercer a advocacia perante os
Juizados Especiais, enquanto no desempenho de
        § 2º Ficam excluídas da competência do suas funções.
Juizado Especial as causas de natureza
alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Seção III
Fazenda Pública, e também as relativas a
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e Das Partes
capacidade das pessoas, ainda que de cunho
patrimonial.           Art. 8º Não poderão ser partes, no processo
instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as
        § 3º A opção pelo procedimento previsto pessoas jurídicas de direito público, as empresas
nesta Lei importará em renúncia ao crédito públicas da União, a massa falida e o insolvente
excedente ao limite estabelecido neste artigo, civil.
excetuada a hipótese de conciliação.
          § 1º Somente as pessoas físicas capazes
        Art. 4º É competente, para as causas serão admitidas a propor ação perante o Juizado
previstas nesta Lei, o Juizado do foro: Especial, excluídos os cessionários de direito de
pessoas jurídicas.
        I ­ do domicílio do réu ou, a critério do autor,
do local onde aquele exerça atividades
profissionais ou econômicas ou mantenha

111
§ 1o  Somente serão admitidas a propor         § 4o  O réu, sendo pessoa jurídica ou titular
ação perante o Juizado Especial:     (Redação de firma individual, poderá ser representado por
dada pela Lei nº 12.126, de 2009) preposto credenciado, munido de carta de
preposição com poderes para transigir, sem haver
I ­ as pessoas físicas capazes, excluídos necessidade de vínculo empregatício.      
os cessionários de direito de pessoas (Redação dada pela Lei nº 12.137, de 2009)
jurídicas;      (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
        Art. 10. Não se admitirá, no processo,
II ­ as microempresas, assim definidas pela qualquer forma de intervenção de terceiro nem de
Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999;       assistência. Admitir­se­á o litisconsórcio.
 (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
        Art. 11. O Ministério Público intervirá nos
II ­ as pessoas enquadradas como casos previstos em lei.
microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte na Seção IV
forma da Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006;       (Redação dada pela Lei Dos atos processuais
Complementar nº 147, de 2014)
        Art. 12. Os atos processuais serão públicos e
III ­ as pessoas jurídicas qualificadas como poderão realizar­se em horário noturno, conforme
Organização da Sociedade Civil de Interesse dispuserem as normas de organização judiciária.
Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999;      (Incluído pela Lei nº 12.126,
        Art. 13. Os atos processuais serão válidos
de 2009)
sempre que preencherem as finalidades para as
quais forem realizados, atendidos os critérios
IV ­ as sociedades de crédito ao indicados no art. 2º desta Lei.
microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei
no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.     
        § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade
 (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
sem que tenha havido prejuízo.

         § 2º O maior de dezoito anos poderá ser


        § 2º A prática de atos processuais em outras
autor, independentemente de assistência,
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
inclusive para fins de conciliação.
idôneo de comunicação.

        Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários


        § 3º Apenas os atos considerados essenciais
mínimos, as partes comparecerão pessoalmente,
serão registrados resumidamente, em notas
podendo ser assistidas por advogado; nas de
manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou
valor superior, a assistência é obrigatória.
estenotipadas. Os demais atos poderão ser
gravados em fita magnética ou equivalente, que
        § 1º Sendo facultativa a assistência, se uma será inutilizada após o trânsito em julgado da
das partes comparecer assistida por advogado, decisão.
ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual,
terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária
        § 4º As normas locais disporão sobre a
prestada por órgão instituído junto ao Juizado
conservação das peças do processo e demais
Especial, na forma da lei local.
documentos que o instruem.

        § 2º O Juiz alertará as partes da


conveniência do patrocínio por advogado, quando
a causa o recomendar.

        § 3º O mandato ao advogado poderá ser


verbal, salvo quanto aos poderes especiais.

        § 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular Seção V


de firma individual, poderá ser representado por
preposto credenciado. Do pedido

112
        Art. 14. O processo instaurar­se­á com a         III ­ sendo necessário, por oficial de justiça,
apresentação do pedido, escrito ou oral, à independentemente de mandado ou carta
Secretaria do Juizado. precatória.

        § 1º Do pedido constarão, de forma simples         § 1º A citação conterá cópia do pedido inicial,
e em linguagem acessível: dia e hora para comparecimento do citando e
advertência de que, não comparecendo este,
        I ­ o nome, a qualificação e o endereço das considerar­se­ão verdadeiras as alegações
partes; iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

        II ­ os fatos e os fundamentos, de forma         § 2º Não se fará citação por edital.
sucinta;
        § 3º O comparecimento espontâneo suprirá
        III ­ o objeto e seu valor. a falta ou nulidade da citação.

        § 2º É lícito formular pedido genérico quando         Art. 19. As intimações serão feitas na forma
não for possível determinar, desde logo, a prevista para citação, ou por qualquer outro meio
extensão da obrigação. idôneo de comunicação.

        § 3º O pedido oral será reduzido a escrito         § 1º Dos atos praticados na audiência,
pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado considerar­se­ão desde logo cientes as partes.
o sistema de fichas ou formulários impressos.
        § 2º As partes comunicarão ao juízo as
        Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º mudanças de endereço ocorridas no curso do
desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; processo, reputando­se eficazes as intimações
nesta última hipótese, desde que conexos e a enviadas ao local anteriormente indicado, na
soma não ultrapasse o limite fixado naquele ausência da comunicação.
dispositivo.

        Art. 16. Registrado o pedido,


independentemente de distribuição e autuação, a
Secretaria do Juizado designará a sessão de
conciliação, a realizar­se no prazo de quinze dias.

        Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas


as partes, instaurar­se­á, desde logo, a sessão de
conciliação, dispensados o registro prévio de
pedido e a citação.

        Parágrafo único. Havendo pedidos


contrapostos, poderá ser dispensada a
contestação formal e ambos serão apreciados na
mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

        Art. 18. A citação far­se­á:

        I ­ por correspondência, com aviso de


recebimento em mão própria;

        II ­ tratando­se de pessoa jurídica ou firma


individual, mediante entrega ao encarregado da
recepção, que será obrigatoriamente identificado;

113
LEI Nº 12.153, DE 22 DE DEZEMBRO DE vencidas não poderá exceder o valor referido no
2009. caput deste artigo.
Dispõe sobre os Juizados
§ 3o  (VETADO)
Especiais da Fazenda
Pública no âmbito dos
Mensagem de veto § 4o  No foro onde estiver instalado Juizado
Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e Especial da Fazenda Pública, a sua competência
dos Municípios. é absoluta.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço Art. 3o  O juiz poderá, de ofício ou a


saber que o Congresso Nacional decreta e eu requerimento das partes, deferir quaisquer
sanciono a seguinte Lei: providências cautelares e antecipatórias no curso
do processo, para evitar dano de difícil ou de
incerta reparação.
Art. 1o  Os Juizados Especiais da Fazenda
Pública, órgãos da justiça comum e integrantes
do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados Art. 4o  Exceto nos casos do art. 3o,
pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e somente será admitido recurso contra a sentença.
pelos Estados, para conciliação, processo,
julgamento e execução, nas causas de sua Art. 5o  Podem ser partes no Juizado
competência. Especial da Fazenda Pública:

Parágrafo único.  O sistema dos Juizados I – como autores, as pessoas físicas e as


Especiais dos Estados e do Distrito Federal é microempresas e empresas de pequeno porte,
formado pelos Juizados Especiais Cíveis, assim definidas na Lei Complementar no 123, de
Juizados Especiais Criminais e Juizados 14 de dezembro de 2006;
Especiais da Fazenda Pública.
II – como réus, os Estados, o Distrito
Art. 2o  É de competência dos Juizados Federal, os Territórios e os Municípios, bem como
Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar autarquias, fundações e empresas públicas a eles
e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, vinculadas.
do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários Art. 6o  Quanto às citações e intimações,
mínimos. aplicam­se as disposições contidas na Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de
§ 1o  Não se incluem na competência do Processo Civil.
Juizado Especial da Fazenda Pública:
Art. 7o  Não haverá prazo diferenciado para
I – as ações de mandado de segurança, de a prática de qualquer ato processual pelas
desapropriação, de divisão e demarcação, pessoas jurídicas de direito público, inclusive a
populares, por improbidade administrativa, interposição de recursos, devendo a citação para
execuções fiscais e as demandas sobre direitos a audiência de conciliação ser efetuada com
ou interesses difusos e coletivos; antecedência mínima de 30 (trinta) dias.

II – as causas sobre bens imóveis dos Art. 8o  Os representantes judiciais dos réus
Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, presentes à audiência poderão conciliar, transigir
autarquias e fundações públicas a eles ou desistir nos processos da competência dos
vinculadas; Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses
previstas na lei do respectivo ente da Federação.
III – as causas que tenham como objeto a
impugnação da pena de demissão imposta a Art. 9o  A entidade ré deverá fornecer ao
servidores públicos civis ou sanções disciplinares Juizado a documentação de que disponha para o
aplicadas a militares. esclarecimento da causa, apresentando­a até a
instalação da audiência de conciliação.
§ 2o  Quando a pretensão versar sobre
obrigações vincendas, para fins de competência Art. 10.  Para efetuar o exame técnico
do Juizado Especial, a soma de 12 (doze) necessário à conciliação ou ao julgamento da
parcelas vincendas e de eventuais parcelas causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que

114
apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da meio do precatório, sendo facultada à parte
audiência. exequente a renúncia ao crédito do valor
excedente, para que possa optar pelo pagamento
Art. 11.  Nas causas de que trata esta Lei, do saldo sem o precatório.
não haverá reexame necessário.
§ 6o  O saque do valor depositado poderá
Art. 12.  O cumprimento do acordo ou da ser feito pela parte autora, pessoalmente, em
sentença, com trânsito em julgado, que qualquer agência do banco depositário,
imponham obrigação de fazer, não fazer ou independentemente de alvará.
entrega de coisa certa, será efetuado mediante
ofício do juiz à autoridade citada para a causa, § 7o  O saque por meio de procurador
com cópia da sentença ou do acordo. somente poderá ser feito na agência destinatária
do depósito, mediante procuração específica,
Art. 13.  Tratando­se de obrigação de pagar com firma reconhecida, da qual constem o valor
quantia certa, após o trânsito em julgado da originalmente depositado e sua procedência.
decisão, o pagamento será efetuado:
Art. 14.  Os Juizados Especiais da Fazenda
I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, Pública serão instalados pelos Tribunais de
contado da entrega da requisição do juiz à Justiça dos Estados e do Distrito Federal.
autoridade citada para a causa,
independentemente de precatório, na hipótese do Parágrafo único.  Poderão ser instalados
§ 3o do art. 100 da Constituição Federal; ou Juizados Especiais Adjuntos, cabendo ao Tribunal
designar a Vara onde funcionará.
II – mediante precatório, caso o montante
da condenação exceda o valor definido como Art. 15.  Serão designados, na forma da
obrigação de pequeno valor. legislação dos Estados e do Distrito Federal,
conciliadores e juízes leigos dos Juizados
§ 1o  Desatendida a requisição judicial, o Especiais da Fazenda Pública, observadas as
juiz, imediatamente, determinará o sequestro do atribuições previstas nos arts. 22, 37 e 40 da Lei
numerário suficiente ao cumprimento da decisão, no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
dispensada a audiência da Fazenda Pública.
§ 1o  Os conciliadores e juízes leigos são
§ 2   As obrigações definidas como de
o auxiliares da Justiça, recrutados, os primeiros,
pequeno valor a serem pagas preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e
independentemente de precatório terão como os segundos, entre advogados com mais de 2
limite o que for estabelecido na lei do respectivo (dois) anos de experiência.
ente da Federação.
§ 2o  Os juízes leigos ficarão impedidos de
§ 3o  Até que se dê a publicação das leis de exercer a advocacia perante todos os Juizados
que trata o § 2o, os valores serão: Especiais da Fazenda Pública instalados em
território nacional, enquanto no desempenho de
suas funções.
I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto
aos Estados e ao Distrito Federal;
Art. 16.  Cabe ao conciliador, sob a
supervisão do juiz, conduzir a audiência de
II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos
conciliação.
Municípios.

§ 1o  Poderá o conciliador, para fins de


§ 4o  São vedados o fracionamento, a
encaminhamento da composição amigável, ouvir
repartição ou a quebra do valor da execução, de
as partes e testemunhas sobre os contornos
modo que o pagamento se faça, em parte, na
fáticos da controvérsia.
forma estabelecida no inciso I do caput e, em
parte, mediante expedição de precatório, bem
como a expedição de precatório complementar ou § 2o  Não obtida a conciliação, caberá ao
suplementar do valor pago. juiz presidir a instrução do processo, podendo
dispensar novos depoimentos, se entender
suficientes para o julgamento da causa os
§ 5o  Se o valor da execução ultrapassar o
esclarecimentos já constantes dos autos, e não
estabelecido para pagamento independentemente
houver impugnação das partes.
do precatório, o pagamento far­se­á, sempre, por

115
Art. 17.  As Turmas Recursais do Sistema § 3o  Se necessário, o relator pedirá
dos Juizados Especiais são compostas por juízes informações ao Presidente da Turma Recursal ou
em exercício no primeiro grau de jurisdição, na Presidente da Turma de Uniformização e, nos
forma da legislação dos Estados e do Distrito casos previstos em lei, ouvirá o Ministério
Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e Público, no prazo de 5 (cinco) dias.
integradas, preferencialmente, por juízes do
Sistema dos Juizados Especiais. § 4o  (VETADO)

§ 1o  A designação dos juízes das Turmas § 5o  Decorridos os prazos referidos nos §§
Recursais obedecerá aos critérios de antiguidade 3 e 4o, o relator incluirá o pedido em pauta na
o

e merecimento. sessão, com preferência sobre todos os demais


feitos, ressalvados os processos com réus
§ 2o  Não será permitida a recondução, presos, os habeas corpus e os mandados de
salvo quando não houver outro juiz na sede da segurança.
Turma Recursal.
§ 6o  Publicado o acórdão respectivo, os
Art. 18.  Caberá pedido de uniformização de pedidos retidos referidos no § 1o serão apreciados
interpretação de lei quando houver divergência pelas Turmas Recursais, que poderão exercer
entre decisões proferidas por Turmas Recursais juízo de retratação ou os declararão prejudicados,
sobre questões de direito material. se veicularem tese não acolhida pelo Superior
Tribunal de Justiça.
§ 1o  O pedido fundado em divergência
entre Turmas do mesmo Estado será julgado em Art. 20.  Os Tribunais de Justiça, o Superior
reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal,
presidência de desembargador indicado pelo no âmbito de suas competências, expedirão
Tribunal de Justiça. normas regulamentando os procedimentos a
serem adotados para o processamento e o
§ 2o  No caso do § 1o, a reunião de juízes julgamento do pedido de uniformização e do
domiciliados em cidades diversas poderá ser feita recurso extraordinário.
por meio eletrônico.
Art. 21.  O recurso extraordinário, para os
§ 3o  Quando as Turmas de diferentes efeitos desta Lei, será processado e julgado
Estados derem a lei federal interpretações segundo o estabelecido no art. 19, além da
divergentes, ou quando a decisão proferida observância das normas do Regimento.
estiver em contrariedade com súmula do Superior
Tribunal de Justiça, o pedido será por este Art. 22.  Os Juizados Especiais da Fazenda
julgado. Pública serão instalados no prazo de até 2 (dois)
anos da vigência desta Lei, podendo haver o
Art. 19.  Quando a orientação acolhida aproveitamento total ou parcial das estruturas das
pelas Turmas de Uniformização de que trata o § atuais Varas da Fazenda Pública.
1o do art. 18 contrariar súmula do Superior
Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá Art. 23.  Os Tribunais de Justiça poderão
provocar a manifestação deste, que dirimirá a limitar, por até 5 (cinco) anos, a partir da entrada
divergência. em vigor desta Lei, a competência dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública, atendendo à
§ 1o  Eventuais pedidos de uniformização necessidade da organização dos serviços
fundados em questões idênticas e recebidos judiciários e administrativos.
subsequentemente em quaisquer das Turmas
Recursais ficarão retidos nos autos, aguardando Art. 24.  Não serão remetidas aos Juizados
pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. Especiais da Fazenda Pública as demandas
ajuizadas até a data de sua instalação, assim
§ 2o  Nos casos do caput deste artigo e do como as ajuizadas fora do Juizado Especial por
§ 3 do art. 18, presente a plausibilidade do direito
o força do disposto no art. 23.
invocado e havendo fundado receio de dano de
difícil reparação, poderá o relator conceder, de Art. 25.  Competirá aos Tribunais de Justiça
ofício ou a requerimento do interessado, medida prestar o suporte administrativo necessário ao
liminar determinando a suspensão dos processos funcionamento dos Juizados Especiais.
nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

116
Art. 26.  O disposto no art. 16 aplica­se aos
Juizados Especiais Federais instituídos pela Lei
no 10.259, de 12 de julho de 2001.

Art. 27.  Aplica­se subsidiariamente o


disposto nas Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de
1973 – Código de Processo Civil, 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de
2001.

Art. 28.  Esta Lei entra em vigor após


decorridos 6 (seis) meses de sua publicação
oficial.

117
DIREITO CONSTITUCIONAL

118
TÍTULO II flagrante delito ou desastre, ou para prestar
Dos Direitos e Garantias Fundamentais socorro, ou, durante o dia, por determinação
CAPÍTULO I judicial;  
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS XII ­ é inviolável o sigilo da correspondência
e das comunicações telegráficas, de dados e das
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
distinção de qualquer natureza, garantindo­se aos por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a lei estabelecer para fins de investigação
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à criminal ou instrução processual penal;  
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:  XIII ­ é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
I ­ homens e mulheres são iguais em qualificações profissionais que a lei estabelecer;   
direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição; XIV ­ é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte,
II ­ ninguém será obrigado a fazer ou deixar quando necessário ao exercício profissional;   
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
XV ­ é livre a locomoção no território
III ­ ninguém será submetido a tortura nem nacional em tempo de paz, podendo qualquer
a tratamento desumano ou degradante; pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou dele sair com seus bens;
IV ­ é livre a manifestação do pensamento,
sendo vedado o anonimato;   XVI ­ todos podem reunir­se pacificamente,
sem armas, em locais abertos ao público,
V ­ é assegurado o direito de resposta, independentemente de autorização, desde que
proporcional ao agravo, além da indenização por não frustrem outra reunião anteriormente
dano material, moral ou à imagem;  convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
VI ­ é inviolável a liberdade de consciência
e de crença, sendo assegurado o livre exercício XVII ­ é plena a liberdade de associação
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
XVIII ­ a criação de associações e, na forma
VII ­ é assegurada, nos termos da lei, a da lei, a de cooperativas independem de
prestação de assistência religiosa nas entidades autorização, sendo vedada a interferência estatal
civis e militares de internação coletiva;   em seu funcionamento;

VIII ­ ninguém será privado de direitos por XIX ­ as associações só poderão ser
motivo de crença religiosa ou de convicção compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
filosófica ou política, salvo se as invocar para atividades suspensas por decisão judicial,
eximir­se de obrigação legal a todos imposta e exigindo­se, no primeiro caso, o trânsito em
recusar­se a cumprir prestação alternativa, fixada julgado;
em lei;
XX ­ ninguém poderá ser compelido a
IX ­ é livre a expressão da atividade associar­se ou a permanecer associado;
intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença; XXI ­ as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade
X ­ são invioláveis a intimidade, a vida para representar seus filiados judicial ou
privada, a honra e a imagem das pessoas, extrajudicialmente;
assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;    XXII ­ é garantido o direito de propriedade;

XI ­ a casa é asilo inviolável do indivíduo,  XXIII ­ a propriedade atenderá a sua


ninguém nela podendo penetrar sem função social;
consentimento do morador, salvo em caso de

119
XXIV ­ a lei estabelecerá o procedimento particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
para desapropriação por necessidade ou utilidade serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
pública, ou por interesse social, mediante justa e responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os seja imprescindível à segurança da sociedade e
casos previstos nesta Constituição; do Estado;

 XXV ­ no caso de iminente perigo público, XXXIV ­ são a todos assegurados,


a autoridade competente poderá usar de independentemente do pagamento de taxas:
propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano; a) o direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
XXVI ­ a pequena propriedade rural, assim abuso de poder;
definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para b) a obtenção de certidões em repartições
pagamento de débitos decorrentes de sua públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de situações de interesse pessoal;
de financiar o seu desenvolvimento;
XXXV ­ a lei não excluirá da apreciação do
XXVII ­ aos autores pertence o direito Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
exclusivo de utilização, publicação ou reprodução
de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo
XXXVI ­ a lei não prejudicará o direito
tempo que a lei fixar;
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXVIII ­ são assegurados, nos termos da


XXXVII ­ não haverá juízo ou tribunal de
lei:
exceção;

a) a proteção às participações individuais


XXXVIII ­ é reconhecida a instituição do júri,
em obras coletivas e à reprodução da imagem e
com a organização que lhe der a lei,
voz humanas, inclusive nas atividades
assegurados:
desportivas;
a) a plenitude de defesa;
b) o direito de fiscalização do
aproveitamento econômico das obras que criarem
ou de que participarem aos criadores, aos b) o sigilo das votações;
intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas; c) a soberania dos veredictos;

XXIX ­ a lei assegurará aos autores de d) a competência para o julgamento dos


inventos industriais privilégio temporário para sua crimes dolosos contra a vida;
utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes XXXIX ­ não há crime sem lei anterior que o
de empresas e a outros signos distintivos, tendo defina, nem pena sem prévia cominação legal;
em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País; XL ­ a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu;
XXX ­ é garantido o direito de herança;
XLI ­ a lei punirá qualquer discriminação
XXXI ­ a sucessão de bens de estrangeiros atentatória dos direitos e liberdades
situados no País será regulada pela lei brasileira fundamentais;
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei XLII ­ a prática do racismo constitui crime
pessoal do "de cujus"; inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XXXII ­ o Estado promoverá, na forma da
lei, a defesa do consumidor;  XLIII ­ a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
XXXIII ­ todos têm direito a receber dos prática da tortura , o tráfico ilícito de
órgãos públicos informações de seu interesse entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os

120
definidos como crimes hediondos, por eles praticado antes da naturalização, ou de
respondendo os mandantes, os executores e os comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
que, podendo evitá­los, se omitirem;   entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
(Regulamento)
LII ­ não será concedida extradição de
XLIV ­ constitui crime inafiançável e estrangeiro por crime político ou de opinião;
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o LIII ­ ninguém será processado nem
Estado Democrático; sentenciado senão pela autoridade competente;

XLV ­ nenhuma pena passará da pessoa do LIV ­ ninguém será privado da liberdade ou
condenado, podendo a obrigação de reparar o de seus bens sem o devido processo legal;
dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
LV ­ aos litigantes, em processo judicial ou
contra eles executadas, até o limite do valor do
administrativo, e aos acusados em geral são
patrimônio transferido;
assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;
XLVI ­ a lei regulará a individualização da
pena e adotará, entre outras, as seguintes:
LVI ­ são inadmissíveis, no processo, as
provas obtidas por meios ilícitos;
a) privação ou restrição da liberdade;
LVII ­ ninguém será considerado culpado
b) perda de bens; até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
c) multa;
LVIII ­ o civilmente identificado não será
d) prestação social alternativa; submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
e) suspensão ou interdição de direitos;
LIX ­ será admitida ação privada nos crimes
XLVII ­ não haverá penas: de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX; LX ­ a lei só poderá restringir a publicidade
dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
b) de caráter perpétuo;

LXI ­ ninguém será preso senão em


c) de trabalhos forçados;
flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária
d) de banimento; competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em
e) cruéis; lei;

XLVIII ­ a pena será cumprida em LXII ­ a prisão de qualquer pessoa e o local


estabelecimentos distintos, de acordo com a onde se encontre serão comunicados
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada;
XLIX ­ é assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral; LXIII ­ o preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer calado,
L ­ às presidiárias serão asseguradas sendo­lhe assegurada a assistência da família e
condições para que possam permanecer com de advogado;
seus filhos durante o período de amamentação;
LXIV ­ o preso tem direito à identificação
LI ­ nenhum brasileiro será extraditado, dos responsáveis por sua prisão ou por seu
salvo o naturalizado, em caso de crime comum, interrogatório policial;

121
LXV ­ a prisão ilegal será imediatamente histórico e cultural, ficando o autor, salvo
relaxada pela autoridade judiciária; comprovada má­fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
LXVI ­ ninguém será levado à prisão ou
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade LXXIV ­ o Estado prestará assistência
provisória, com ou sem fiança; jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXVII ­ não haverá prisão civil por dívida,
salvo a do responsável pelo inadimplemento LXXV ­ o Estado indenizará o condenado
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia por erro judiciário, assim como o que ficar preso
e a do depositário infiel; além do tempo fixado na sentença;

LXVIII ­ conceder­se­á habeas corpus LXXVI ­ são gratuitos para os


sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado reconhecidamente pobres, na forma da lei:   (Vide
de sofrer violência ou coação em sua liberdade Lei nº 7.844, de 1989)
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
a) o registro civil de nascimento;
LXIX ­ conceder­se­á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, b) a certidão de óbito;
não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou LXXVII ­ são gratuitas as ações de habeas
abuso de poder for autoridade pública ou agente
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
necessários ao exercício da cidadania.
Poder Público;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e
LXX ­ o mandado de segurança coletivo
administrativo, são assegurados a razoável
pode ser impetrado por:
duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela
a) partido político com representação no Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Congresso Nacional;
§ 1º As normas definidoras dos direitos e
b) organização sindical, entidade de classe garantias fundamentais têm aplicação imediata.
ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta
dos interesses de seus membros ou associados;
Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
LXXI ­ conceder­se­á mandado de injunção tratados internacionais em que a República
sempre que a falta de norma regulamentadora Federativa do Brasil seja parte.
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
§ 3º Os tratados e convenções
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso
LXXII ­ conceder­se­á habeas data: Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão
a) para assegurar o conhecimento de equivalentes às emendas constitucionais.
informações relativas à pessoa do impetrante, (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
constantes de registros ou bancos de dados de 2004)  (Atos aprovados na forma deste parágrafo)
entidades governamentais ou de caráter público;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de
b) para a retificação de dados, quando não Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
se prefira fazê­lo por processo sigiloso, judicial ou manifestado adesão. (Incluído pela Emenda
administrativo; Constitucional nº 45, de 2004)

LXXIII ­ qualquer cidadão é parte legítima CAPÍTULO II


para propor ação popular que vise a anular ato DOS DIREITOS SOCIAIS
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade Art. 6º São direitos sociais a educação, a
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o

122
transporte, o lazer, a segurança, a previdência termos da lei; (Redação dada pela Emenda
social, a proteção à maternidade e à infância, a Constitucional nº 20, de 1998)
assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.   (Redação dada pela Emenda XIII ­ duração do trabalho normal não
Constitucional nº 90, de 2015) superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários
Art. 7º São direitos dos trabalhadores e a redução da jornada, mediante acordo ou
urbanos e rurais, além de outros que visem à convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto­Lei
melhoria de sua condição social: nº 5.452, de 1943)

I ­ relação de emprego protegida contra XIV ­ jornada de seis horas para o trabalho
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
termos de lei complementar, que preverá salvo negociação coletiva;
indenização compensatória, dentre outros
direitos; XV ­ repouso semanal remunerado,
preferencialmente aos domingos;
II ­ seguro­desemprego, em caso de
desemprego involuntário; XVI ­ remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
III ­ fundo de garantia do tempo de serviço; normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

IV ­ salário mínimo , fixado em lei, XVII ­ gozo de férias anuais remuneradas


nacionalmente unificado, capaz de atender a suas com, pelo menos, um terço a mais do que o
necessidades vitais básicas e às de sua família salário normal;
com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência XVIII ­ licença à gestante, sem prejuízo do
social, com reajustes periódicos que lhe emprego e do salário, com a duração de cento e
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinte dias;
vinculação para qualquer fim;
XIX ­ licença­paternidade, nos termos
V ­ piso salarial proporcional à extensão e à fixados em lei;
complexidade do trabalho;
XX ­ proteção do mercado de trabalho da
VI ­ irredutibilidade do salário, salvo o mulher, mediante incentivos específicos, nos
disposto em convenção ou acordo coletivo; termos da lei;

VII ­ garantia de salário, nunca inferior ao XXI ­ aviso prévio proporcional ao tempo de
mínimo, para os que percebem remuneração serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
variável; termos da lei;

VIII ­ décimo terceiro salário com base na XXII ­ redução dos riscos inerentes ao
remuneração integral ou no valor da trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
aposentadoria; segurança;

IX – remuneração do trabalho noturno XXIII ­ adicional de remuneração para as


superior à do diurno; atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
X ­ proteção do salário na forma da lei,
constituindo crime sua retenção dolosa; XXIV ­ aposentadoria;

XI – participação nos lucros, ou resultados, XXV ­ assistência gratuita aos filhos e


desvinculada da remuneração, e, dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
excepcionalmente, participação na gestão da anos de idade em creches e pré­escolas;
empresa, conforme definido em lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
53, de 2006)
XII ­ salário­família pago em razão do
dependente do trabalhador de baixa renda nos

123
XXVI ­ reconhecimento das convenções e social.   (Redação dada pela Emenda
acordos coletivos de trabalho; Constitucional nº 72, de 2013)

XXVII ­ proteção em face da automação, na Art. 8º É livre a associação profissional ou


forma da lei; sindical, observado o seguinte:

XXVIII ­ seguro contra acidentes de I ­ a lei não poderá exigir autorização do


trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
indenização a que este está obrigado, quando o registro no órgão competente, vedadas ao
incorrer em dolo ou culpa; Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;
XXIX ­ ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com prazo II ­ é vedada a criação de mais de uma
prescricional de cinco anos para os trabalhadores organização sindical, em qualquer grau,
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a representativa de categoria profissional ou
extinção do contrato de trabalho; (Redação dada econômica, na mesma base territorial, que será
pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de
a) (Revogada). (Redação dada pela um Município;
Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
III ­ ao sindicato cabe a defesa dos direitos
b) (Revogada). (Redação dada pela e interesses coletivos ou individuais da categoria,
Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) inclusive em questões judiciais ou administrativas;

XXX ­ proibição de diferença de salários, de IV ­ a assembléia geral fixará a contribuição


exercício de funções e de critério de admissão que, em se tratando de categoria profissional,
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição
XXXI ­ proibição de qualquer discriminação
prevista em lei;
no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
V ­ ninguém será obrigado a filiar­se ou a
manter­se filiado a sindicato;
XXXII ­ proibição de distinção entre trabalho
manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos; VI ­ é obrigatória a participação dos
sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
XXXIII ­ proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de VII ­ o aposentado filiado tem direito a votar
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, e ser votado nas organizações sindicais;
salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda VIII ­ é vedada a dispensa do empregado
Constitucional nº 20, de 1998) sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se
XXXIV ­ igualdade de direitos entre o eleito, ainda que suplente, até um ano após o
trabalhador com vínculo empregatício final do mandato, salvo se cometer falta grave
permanente e o trabalhador avulso. nos termos da lei.

Parágrafo único. São assegurados à Parágrafo único. As disposições deste


categoria dos trabalhadores domésticos os artigo aplicam­se à organização de sindicatos
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, rurais e de colônias de pescadores, atendidas as
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, condições que a lei estabelecer.
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
condições estabelecidas em lei e observada a Art. 9º É assegurado o direito de greve,
simplificação do cumprimento das obrigações competindo aos trabalhadores decidir sobre a
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da oportunidade de exercê­lo e sobre os interesses
relação de trabalho e suas peculiaridades, os que devam por meio dele defender.
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência

124
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
essenciais e disporá sobre o atendimento das 3, de 1994)
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 1º   Aos portugueses com residência
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os permanente no País, se houver reciprocidade em
responsáveis às penas da lei. favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
Art. 10. É assegurada a participação dos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda
trabalhadores e empregadores nos colegiados Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
dos órgãos públicos em que seus interesses
profissionais ou previdenciários sejam objeto de § 2º A lei não poderá estabelecer distinção
discussão e deliberação. entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos
empregados, é assegurada a eleição de um § 3º São privativos de brasileiro nato os
representante destes com a finalidade exclusiva cargos:
de promover­lhes o entendimento direto com os
empregadores. I ­ de Presidente e Vice­Presidente da
República;
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE II ­ de Presidente da Câmara dos
Deputados;
Art. 12. São brasileiros:
III ­ de Presidente do Senado Federal;
I ­ natos:
IV ­ de Ministro do Supremo Tribunal
a) os nascidos na República Federativa do Federal;
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país; V ­ da carreira diplomática;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai VI ­ de oficial das Forças Armadas.


brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do
VII ­ de Ministro de Estado da Defesa
Brasil;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de
1999)
c) os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
§ 4º ­ Será declarada a perda da
registrados em repartição brasileira competente
nacionalidade do brasileiro que:
ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade I ­ tiver cancelada sua naturalização, por
brasileira; (Redação dada pela Emenda sentença judicial, em virtude de atividade nociva
Constitucional nº 54, de 2007) ao interesse nacional;

II ­ naturalizados: II ­ adquirir outra nacionalidade, salvo nos


casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários
de países de língua portuguesa apenas a) de reconhecimento de nacionalidade
residência por um ano ininterrupto e idoneidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela
moral; Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

b) os estrangeiros de qualquer b) de imposição de naturalização, pela


nacionalidade, residentes na República norma estrangeira, ao brasileiro residente em
Federativa do Brasil há mais de quinze anos estado estrangeiro, como condição para
ininterruptos e sem condenação penal, desde que permanência em seu território ou para o exercício
requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação de direitos civis; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

125
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma condições e percentuais mínimos previstos em
oficial da República Federativa do Brasil. lei, destinam­se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento;  (Redação dada pela
§ 1º São símbolos da República Federativa Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais. VI ­ é garantido ao servidor público civil o
direito à livre associação sindical;
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão ter símbolos próprios. VII ­ o direito de greve será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei específica;
TÍTULO III (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Da Organização do Estado 19, de 1998)

CAPÍTULO VII VIII ­ a lei reservará percentual dos cargos e


DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua
Seção I admissão;
DISPOSIÇÕES GERAIS
IX ­ a lei estabelecerá os casos de
Art. 37. A administração pública direta e contratação por tempo determinado para atender
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos a necessidade temporária de excepcional
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios interesse público;
obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e X ­ a remuneração dos servidores públicos
eficiência e, também, ao seguinte:  (Redação e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em
I ­ os cargos, empregos e funções públicas cada caso, assegurada revisão geral anual,
são acessíveis aos brasileiros que preencham os sempre na mesma data e sem distinção de
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos índices;   (Redação dada pela Emenda
estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Constitucional nº 19, de 1998)  (Regulamento)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI ­ a remuneração e o subsídio dos
II ­ a investidura em cargo ou emprego ocupantes de cargos, funções e empregos
público depende de aprovação prévia em públicos da administração direta, autárquica e
concurso público de provas ou de provas e títulos, fundacional, dos membros de qualquer dos
de acordo com a natureza e a complexidade do Poderes da União, dos Estados, do Distrito
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, Federal e dos Municípios, dos detentores de
ressalvadas as nomeações para cargo em mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
comissão declarado em lei de livre nomeação e os proventos, pensões ou outra espécie
exoneração; (Redação dada pela Emenda remuneratória, percebidos cumulativamente ou
Constitucional nº 19, de 1998) não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
III ­ o prazo de validade do concurso público
Supremo Tribunal Federal, aplicando­se como
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
igual período;
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio
mensal do Governador no âmbito do Poder
IV ­ durante o prazo improrrogável previsto Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
no edital de convocação, aquele aprovado em Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
concurso público de provas ou de provas e títulos subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
será convocado com prioridade sobre novos Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
concursados para assumir cargo ou emprego, na centésimos por cento do subsídio mensal, em
carreira; espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
V ­ as funções de confiança, exercidas este limite aos membros do Ministério Público,
exclusivamente por servidores ocupantes de aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
preenchidos por servidores de carreira nos casos, 41, 19.12.2003)

126
XII ­ os vencimentos dos cargos do Poder complementar, neste último caso, definir as áreas
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser de sua atuação; (Redação dada pela Emenda
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Constitucional nº 19, de 1998)

XIII ­ é vedada a vinculação ou equiparação XX ­ depende de autorização legislativa, em


de quaisquer espécies remuneratórias para o cada caso, a criação de subsidiárias das
efeito de remuneração de pessoal do serviço entidades mencionadas no inciso anterior, assim
público;   (Redação dada pela Emenda como a participação de qualquer delas em
Constitucional nº 19, de 1998) empresa privada;

XIV ­ os acréscimos pecuniários percebidos XXI ­ ressalvados os casos especificados


por servidor público não serão computados nem na legislação, as obras, serviços, compras e
acumulados para fins de concessão de alienações serão contratados mediante processo
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela de licitação pública que assegure igualdade de
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de
XV ­ o subsídio e os vencimentos dos pagamento, mantidas as condições efetivas da
ocupantes de cargos e empregos públicos são proposta, nos termos da lei, o qual somente
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI permitirá as exigências de qualificação técnica e
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, econômica indispensáveis à garantia do
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela cumprimento das obrigações. (Regulamento)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXII ­ as administrações tributárias da
XVI ­ é vedada a acumulação remunerada União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
de cargos públicos, exceto, quando houver Municípios, atividades essenciais ao
compatibilidade de horários, observado em funcionamento do Estado, exercidas por
qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação servidores de carreiras específicas, terão
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de
a) a de dois cargos de professor; (Redação
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
b) a de um cargo de professor com outro
técnico ou científico; (Redação dada pela
§ 1º A publicidade dos atos, programas,
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de
c) a de dois cargos ou empregos privativos orientação social, dela não podendo constar
de profissionais de saúde, com profissões nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda promoção pessoal de autoridades ou servidores
Constitucional nº 34, de 2001) públicos.

XVII ­ a proibição de acumular estende­se a § 2º A não observância do disposto nos


empregos e funções e abrange autarquias, incisos II e III implicará a nulidade do ato e a
fundações, empresas públicas, sociedades de punição da autoridade responsável, nos termos
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades da lei.
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público;   (Redação dada pela Emenda
§ 3º A lei disciplinará as formas de
Constitucional nº 19, de 1998)
participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:
XVIII ­ a administração fazendária e seus (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de 19, de 1998)
competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da lei;
I ­ as reclamações relativas à prestação dos
serviços públicos em geral, asseguradas a
XIX – somente por lei específica poderá ser manutenção de serviços de atendimento ao
criada autarquia e autorizada a instituição de usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
empresa pública, de sociedade de economia da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda
mista e de fundação, cabendo à lei Constitucional nº 19, de 1998)

127
II ­ o acesso dos usuários a registros mista, e suas subsidiárias, que receberem
administrativos e a informações sobre atos de recursos da União, dos Estados, do Distrito
governo, observado o disposto no art. 5º, X e Federal ou dos Municípios para pagamento de
XXXIII;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº despesas de pessoal ou de custeio em geral.
19, de 1998) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
III ­ a disciplina da representação contra o
exercício negligente ou abusivo de cargo, § 10. É vedada a percepção simultânea de
emprego ou função na administração pública. proventos de aposentadoria decorrentes do art.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de
1998) cargo, emprego ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma desta
§ 4º ­ Os atos de improbidade Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
administrativa importarão a suspensão dos comissão declarados em lei de livre nomeação e
direitos políticos, a perda da função pública, a exoneração.  (Incluído pela Emenda
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Constitucional nº 20, de 1998)
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível. § 11. Não serão computadas, para efeito
dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de do caput deste artigo, as parcelas de caráter
prescrição para ilícitos praticados por qualquer indenizatório previstas em lei. (Incluído pela
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.  § 12. Para os fins do disposto no inciso XI
do caput deste artigo, fica facultado aos Estados
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
e as de direito privado prestadoras de serviços mediante emenda às respectivas Constituições e
públicos responderão pelos danos que seus Lei Orgânica, como limite único, o subsídio
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, mensal dos Desembargadores do respectivo
assegurado o direito de regresso contra o Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
responsável nos casos de dolo ou culpa. vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as
parágrafo aos subsídios dos Deputados
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído
administração direta e indireta que possibilite o
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
acesso a informações privilegiadas. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 38. Ao servidor público da
administração direta, autárquica e fundacional, no
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e
exercício de mandato eletivo, aplicam­se as
financeira dos órgãos e entidades da
seguintes disposições: (Redação dada pela
administração direta e indireta poderá ser
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de I ­ tratando­se de mandato eletivo federal,
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda emprego ou função;
Constitucional nº 19, de 1998)
II ­ investido no mandato de Prefeito, será
I ­ o prazo de duração do contrato; afastado do cargo, emprego ou função, sendo­lhe
facultado optar pela sua remuneração;
II ­ os controles e critérios de avaliação de
desempenho, direitos, obrigações e III ­ investido no mandato de Vereador,
responsabilidade dos dirigentes; havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função,
sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
III ­ a remuneração do pessoal."
não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica­se às
empresas públicas e às sociedades de economia

128
IV ­ em qualquer caso que exija o podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
afastamento para o exercício de mandato eletivo, de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
seu tempo de serviço será contado para todos os (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
efeitos legais, exceto para promoção por 1998)
merecimento;
§ 4º O membro de Poder, o detentor de
V ­ para efeito de benefício previdenciário, mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
no caso de afastamento, os valores serão Secretários Estaduais e Municipais serão
determinados como se no exercício estivesse. remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, vedado o acréscimo de
Seção II qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
DOS SERVIDORES PÚBLICOS verba de representação ou outra espécie
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
1998) disposto no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
sua competência, regime jurídico único e planos Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
de carreira para os servidores da administração relação entre a maior e a menor remuneração dos
pública direta, das autarquias e das fundações servidores públicos, obedecido, em qualquer
públicas.  (Vide ADIN nº 2.135­4) caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios instituirão conselho de política de § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e
administração e remuneração de pessoal, integrado por Judiciário publicarão anualmente os valores do
servidores designados pelos respectivos Poderes.       subsídio e da remuneração dos cargos e
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de empregos públicos. (Incluído pela Emenda
1998)       (Vide ADIN nº 2.135­4) Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito


dos demais componentes do sistema Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação
remuneratório observará: (Redação dada pela de recursos orçamentários provenientes da
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) economia com despesas correntes em cada
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e
I ­ a natureza, o grau de responsabilidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento,
a complexidade dos cargos componentes de cada
modernização, reaparelhamento e racionalização
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
do serviço público, inclusive sob a forma de
19, de 1998)
adicional ou prêmio de produtividade. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II ­ os requisitos para a investidura; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos
organizados em carreira poderá ser fixada nos
III ­ as peculiaridades dos cargos. (Incluído termos do § 4º. (Incluído pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Art. 40. Aos servidores titulares de cargos


Federal manterão escolas de governo para a efetivos da União, dos Estados, do Distrito
formação e o aperfeiçoamento dos servidores Federal e dos Municípios, incluídas suas
públicos, constituindo­se a participação nos autarquias e fundações, é assegurado regime de
cursos um dos requisitos para a promoção na previdência de caráter contributivo e solidário,
carreira, facultada, para isso, a celebração de mediante contribuição do respectivo ente público,
convênios ou contratos entre os entes federados. dos servidores ativos e inativos e dos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº pensionistas, observados critérios que preservem
19, de 1998) o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo. (Redação dada pela Emenda
§ 3º Aplica­se aos servidores ocupantes de Constitucional nº 41, 19.12.2003)
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,

129
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que
de previdência de que trata este artigo serão trata este artigo, ressalvados, nos termos
aposentados, calculados os seus proventos a definidos em leis complementares, os casos de
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: servidores: (Redação dada pela Emenda
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº Constitucional nº 47, de 2005)
41, 19.12.2003)
I portadores de deficiência; (Incluído pela
I ­ por invalidez permanente, sendo os Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente II que exerçam atividades de risco; (Incluído
em serviço, moléstia profissional ou doença pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
III cujas atividades sejam exercidas sob
41, 19.12.2003)
condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física. (Incluído pela Emenda
II ­ compulsoriamente, com proventos Constitucional nº 47, de 2005)
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e
§ 5º ­ Os requisitos de idade e de tempo de
cinco) anos de idade, na forma de lei
contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
complementar;       (Redação dada pela Emenda
relação ao disposto no  § 1º, III, "a", para o
Constitucional nº 88, de 2015)
professor que comprove exclusivamente tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na
III ­ voluntariamente, desde que cumprido educação infantil e no ensino fundamental e
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício médio. (Redação dada pela Emenda
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo Constitucional nº 20, de 15/12/98)
em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: (Redação dada pela
§ 6º ­ Ressalvadas as aposentadorias
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, é vedada a percepção de
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco mais de uma aposentadoria à conta do regime de
de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco previdência previsto neste artigo. (Redação dada
anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do
benefício de pensão por morte, que será igual:
b) sessenta e cinco anos de idade, se (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
homem, e sessenta anos de idade, se mulher, 41, 19.12.2003)
com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição. (Redação dada pela Emenda
I ­ ao valor da totalidade dos proventos do
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
servidor falecido, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral
§ 2º ­ Os proventos de aposentadoria e as de previdência social de que trata o art. 201,
pensões, por ocasião de sua concessão, não acrescido de setenta por cento da parcela
poderão exceder a remuneração do respectivo excedente a este limite, caso aposentado à data
servidor, no cargo efetivo em que se deu a do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional
aposentadoria ou que serviu de referência para a nº 41, 19.12.2003)
concessão da pensão. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
II ­ ao valor da totalidade da remuneração
do servidor no cargo efetivo em que se deu o
§ 3º Para o cálculo dos proventos de falecimento, até o limite máximo estabelecido
aposentadoria, por ocasião da sua concessão, para os benefícios do regime geral de previdência
serão consideradas as remunerações utilizadas social de que trata o art. 201, acrescido de
como base para as contribuições do servidor aos setenta por cento da parcela excedente a este
regimes de previdência de que tratam este artigo limite, caso em atividade na data do óbito.
e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e


critérios diferenciados para a concessão de

130
§ 8º É assegurado o reajustamento dos § 15. O regime de previdência
benefícios para preservar­lhes, em caráter complementar de que trata o § 14 será instituído
permanente, o valor real, conforme critérios por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
estabelecidos em lei. (Redação dada pela observado o disposto no art. 202 e seus
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) parágrafos, no que couber, por intermédio de
entidades fechadas de previdência complementar,
§ 9º ­ O tempo de contribuição federal, de natureza pública, que oferecerão aos
estadual ou municipal será contado para efeito de respectivos participantes planos de benefícios
aposentadoria e o tempo de serviço somente na modalidade de contribuição definida.
correspondente para efeito de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 41, 19.12.2003)
15/12/98)
§ 16 ­ Somente mediante sua prévia e
§ 10 ­ A lei não poderá estabelecer qualquer expressa opção, o disposto nos  §§ 14 e 15
forma de contagem de tempo de contribuição poderá ser aplicado ao servidor que tiver
fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº ingressado no serviço público até a data da
20, de 15/12/98) publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência
complementar. (Incluído pela Emenda
§ 11 ­ Aplica­se o limite fixado no art. 37, XI,
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de
cargos ou empregos públicos, bem como de § 17. Todos os valores de remuneração
outras atividades sujeitas a contribuição para o considerados para o cálculo do benefício previsto
regime geral de previdência social, e ao montante no § 3° serão devidamente atualizados, na forma
resultante da adição de proventos de inatividade da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
com remuneração de cargo acumulável na forma 41, 19.12.2003)
desta Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de § 18. Incidirá contribuição sobre os
cargo eletivo. (Incluído pela Emenda proventos de aposentadorias e pensões
Constitucional nº 20, de 15/12/98) concedidas pelo regime de que trata este artigo
que superem o limite máximo estabelecido para
§ 12 ­ Além do disposto neste artigo, o os benefícios do regime geral de previdência
regime de previdência dos servidores públicos social de que trata o art. 201, com percentual
titulares de cargo efetivo observará, no que igual ao estabelecido para os servidores titulares
couber, os requisitos e critérios fixados para o de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
regime geral de previdência social. (Incluído pela Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que
§ 13 ­ Ao servidor ocupante, tenha completado as exigências para
exclusivamente, de cargo em comissão declarado aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º,
em lei de livre nomeação e exoneração bem III, a, e que opte por permanecer em atividade
como de outro cargo temporário ou de emprego fará jus a um abono de permanência equivalente
público, aplica­se o regime geral de previdência ao valor da sua contribuição previdenciária até
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº completar as exigências para aposentadoria
20, de 15/12/98) compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 14 ­ A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, desde que instituam § 20. Fica vedada a existência de mais de
regime de previdência complementar para os um regime próprio de previdência social para os
seus respectivos servidores titulares de cargo servidores titulares de cargos efetivos, e de mais
efetivo, poderão fixar, para o valor das de uma unidade gestora do respectivo regime em
aposentadorias e pensões a serem concedidas cada ente estatal, ressalvado o disposto no art.
pelo regime de que trata este artigo, o limite 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional
máximo estabelecido para os benefícios do nº 41, 19.12.2003)
regime geral de previdência social de que trata o
art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº § 21. A contribuição prevista no § 18 deste
20, de 15/12/98) artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que
superem o dobro do limite máximo estabelecido

131
para os benefícios do regime geral de previdência I ­ o Supremo Tribunal Federal;
social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for I­A o Conselho Nacional de Justiça;
portador de doença incapacitante. (Incluído pela (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 2004)

Art. 41. São estáveis após três anos de II ­ o Superior Tribunal de Justiça;
efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de
II­A ­ o Tribunal Superior do Trabalho;          
concurso público. (Redação dada pela Emenda
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de
Constitucional nº 19, de 1998)
2016)

§ 1º O servidor público estável só perderá o


III ­ os Tribunais Regionais Federais e
cargo: (Redação dada pela Emenda
Juízes Federais;
Constitucional nº 19, de 1998)
IV ­ os Tribunais e Juízes do Trabalho;
I ­ em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998) V ­ os Tribunais e Juízes Eleitorais;

II ­ mediante processo administrativo em VI ­ os Tribunais e Juízes Militares;


que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VII ­ os Tribunais e Juízes dos Estados e do
Distrito Federal e Territórios.
III ­ mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei § 1º O Supremo Tribunal Federal, o
complementar, assegurada ampla defesa. Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído
1998) pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a § 2º O Supremo Tribunal Federal e os


demissão do servidor estável, será ele Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se território nacional.
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua


desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional
ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da


estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa
finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

132
DIREITO ADMINISTRATIVO

133
LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE  
1968
Artigo 241 - São deveres do funcionário:
(Atualizada até a Lei Complementar nº 1.196, de
I - ser assíduo e pontual;
27 de fevereiro de 2013)
II - cumprir as ordens superiores, representando
quando forem manifestamente ilegais;
III - desempenhar com zelo e presteza os
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários trabalhos de que for incumbido;
Públicos Civis do Estado IV - guardar sigilo sobre os assuntos da repartição
CAPÍTULO VII e, especialmente, sobre despachos, decisões ou
providências;
Do Direito de Petição V - representar aos superiores sobre todas as
irregularidades de que tiver conhecimento no
exercício de suas funções;
Artigo 239 - É assegurado a qualquer pessoa,
física ou jurídica, independentemente de
pagamento, o direito de petição contra VI - tratar com urbanidade as pessoas; (NR)
- Inciso VI com redação dada pela Lei Complementar nº
ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de
1.096, de 24/09/2009.
direitos. (NR)
VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde
§ 1º - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre
autorizado;
abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no
VIII - providenciar para que esteja sempre em
serviço público.(NR)
ordem, no assentamento individual, a sua
§ 2º - Em nenhuma hipótese, a Administração
declaração de família;
poderá recusar-se a protocolar, encaminhar ou
IX - zelar pela economia do material do Estado e
apreciar a petição, sob pena de responsabilidade
pela conservação do que for confiado à sua
do agente. (NR)
guarda ou utilização;
- Artigo 239 com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003. X - apresentar -se convenientemente trajado em
serviço ou com uniforme determinado, quando
for o caso;
XI - atender prontamente, com preferência sobre
Artigo 240 - Ao servidor é assegurado o direito de
qualquer outro serviço, às requisições de papéis,
requerer ou representar, bem como, nos termos
documentos, informações ou providências que
desta lei complementar, pedir reconsideração e
lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou
recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias,
administrativas, para defesa do Estado, em Juízo;
salvo previsão legal específica. (NR)
- Artigo 240 com redação dada pela  Lei Complementar
XII - cooperar e manter espírito de solidariedade
n° 942, de 06/06/2003. com os companheiros de trabalho,
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos,
  regimentos, instruções e ordens de serviço que
TÍTULO VI digam respeito às suas funções; e
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS XIV - proceder na vida pública e privada na forma
RESPONSABILIDADES que dignifique a função pública.

 
CAPÍTULO I
Dos Deveres e das Proibições SEÇÃO II

Das Proibições
SEÇÃO I
Dos Deveres  Artigo 242 - Ao funcionário é proibido:

134
acionista, quotista ou comanditário;
I -  Revogado. VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar
- Inciso I revogado pela Lei Complementar nº 1.096, de atos de sabotagem contra o serviço público;
24/09/2009. VIII - praticar a usura;
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade IX - constituir-se procurador de partes ou servir
competente, qualquer documento ou objeto de intermediário perante qualquer repartição
existente na repartição; pública, exceto quando se tratar de interesse de
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em cônjuge ou parente até segundo grau;
palestras, leituras ou outras atividades estranhas X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou
ao serviço; de entidades fiscalizadas, no País, ou no
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa estrangeiro, mesmo quando estiver em missão
justificada; referente à compra de material ou fiscalização de
V - tratar de interesses particulares na repartição; qualquer natureza;
VI - promover manifestações de apreço ou XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para
desapreço dentro da repartição, ou tornar-se desempenhar atividade estranha às funções ou
solidário com elas; para lograr, direta ou indiretamente, qualquer
VII - exercer comércio entre os companheiros de proveito; e
serviço, promover ou subscrever listas de XII - fundar sindicato de funcionários ou deles
donativos dentro da repartição; e fazer parte.
VIII - empregar material do serviço público em Parágrafo único — Não está compreendida na
serviço particular. proibição dos itens II e VI deste artigo, a
Artigo 243 - É proibido ainda, ao funcionário: participação do funcionário em sociedades em
I - fazer contratos de natureza comercial e que o Estado seja acionista, bem assim na direção
industrial com o Governo, por si, ou como ou gerência de cooperativas e associações de
representante de outrem; classe, ou como seu sócio.
II - participar da gerência ou administração de Artigo 244 - É vedado ao funcionário trabalhar
empresas bancárias ou industriais, ou de sob as ordens imediatas de parentes, até
sociedades comerciais, que mantenham relações segundo grau, salvo quando se tratar de função
comerciais ou administrativas com o Governo do de confiança e livre escolha, não podendo
Estado, sejam por este subvencionadas ou exceder a 2 (dois) o número de auxiliares nessas
estejam diretamente relacionadas com a condições.
finalidade da repartição ou serviço em que esteja
lotado;  
III - requerer ou promover a concessão de CAPÍTULO II
privilégios, garantias de juros ou outros favores
semelhantes, federais, estaduais ou municipais, Das Responsabilidades
exceto privilégio de invenção própria;
 
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho,
emprego ou função em empresas, Artigo 245 - O funcionário é responsável por
estabelecimentos ou instituições que tenham todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à
relações com o Governo, em matéria que se Fazenda Estadual, por dolo ou culpa,
relacione com a finalidade da repartição ou devidamente apurados.
serviço em que esteja lotado; Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, responsabilidade:
sem autorização do Presidente da República; I - pela sonegação de valores e objetos confiados
VI - comerciar ou ter parte em sociedades à sua guarda ou responsabilidade, ou por não
comerciais nas condições mencionadas no item II prestar contas, ou por não as tomar, na forma e
deste artigo, podendo, em qualquer caso, ser no prazo estabelecidos nas leis, regulamentos,

135
regimentos, instruções e ordens de serviço; vantagens devidas, o servidor absolvido pela
II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros Justiça, mediante simples comprovação do
prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob trânsito em julgado de decisão que negue a
sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou existência de sua autoria ou do fato que deu
fiscalização; origem à sua demissão.(NR)
III - pela falta ou inexatidão das necessárias § 3º - O processo administrativo só poderá ser
averbações nas notas de despacho, guias e outros sobrestado para aguardar decisão judicial por
documentos da receita, ou que tenham com eles despacho motivado da autoridade competente
relação; e para aplicar a pena.(NR)
IV - por qualquer erro de cálculo ou redução - §§ 1º ao 3º acrescentados pela  Lei Complementar n° 942,
contra a Fazenda Estadual. de 06/06/2003.
Artigo 246 - O funcionário que adquirir materiais  
em desacordo com disposições legais e
regulamentares, será responsabilizado pelo TÍTULO VII
respectivo custo, sem prejuízo das penalidades
disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao
desconto no seu vencimento ou remuneração. DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA
Artigo 247 - Nos casos de indenização à Fazenda PUNIBILIDADE E DAS PROVIDÊNCIAS
Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de PRELIMINARES (NR)
uma só vez, a importância do prejuízo causado
- Título VII com redação dada pela  Lei Complementar n°
em virtude de alcance, desfalque, remissão ou
942, de 06/06/2003
omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos
prazos legais.
Artigo 248 - Fora dos casos incluídos no artigo CAPÍTULO I
anterior, a importância da indenização poderá ser
Das Penalidades e de sua Aplicação
descontada do vencimento ou remuneração não
excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do  
valor destes.
Artigo 251 - São penas disciplinares:
Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo
I - repreensão;
único do art. 245, não tendo havido má-fé, será
II - suspensão;
aplicada a pena de repreensão e, na reincidência,
III - multa;
a de suspensão.
IV - demissão;
Artigo 249 - Será igualmente responsabilizado o
V - demissão a bem do serviço público; e
funcionário que, fora dos casos expressamente
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade
previstos nas leis, regulamentos ou regimentos,
Artigo 252 - Na aplicação das penas disciplinares
cometer a pessoas estranhas às repartições, o
serão consideradas a natureza e a gravidade da
desempenho de encargos que lhe competirem ou
infração e os danos que dela provierem para o
aos seus subordinados.
serviço público.
Artigo 250 - A responsabilidade administrativa
Artigo 253 - A pena de repreensão será aplicada
não exime o funcionário da responsabilidade civil
por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de
ou criminal que no caso couber, nem o
cumprimento dos deveres.
pagamento da indenização a que ficar obrigado,
Artigo 254 - A pena de suspensão, que não
na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena
excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em
disciplinar em que incorrer.
caso de falta grave ou de reincidência.
§ 1º - A responsabilidade administrativa é
§ 1º -  O funcionário suspenso perderá todas as
independente da civil e da criminal.(NR)
vantagens e direitos decorrentes do exercício do
§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no
cargo.
cargo que ocupava e com todos os direitos e

136
§ 2º - A autoridade que aplicar a pena de que fora de suas funções mas em razão delas;
suspensão poderá converter essa penalidade em VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por quaisquer valores a pessoas que tratem de
dia de vencimento ou remuneração, sendo o interesses ou o tenham na repartição, ou estejam
funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer sujeitos à sua fiscalização;
em serviço. IX - exercer advocacia administrativa; e
Artigo 255 - A pena de multa será aplicada na X - apresentar com dolo declaração falsa em
forma e nos casos expressamente previstos em matéria de salário-família, sem prejuízo da
lei ou regulamento. responsabilidade civil e de procedimento
Artigo 256 - Será aplicada a pena de demissão criminal, que no caso couber.
nos casos de: XI - praticar ato definido como crime hediondo,
I - abandono de cargo; tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
II - procedimento irregular, de natureza grave; afins e terrorismo; (NR)
III - ineficiência no serviço; XII - praticar ato definido como crime contra o
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e Sistema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, de bens, direitos ou valores; (NR)
por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, XIII - praticar ato definido em lei como de
interpoladamente, durante 1 (um) ano. improbidade.(NR)
§ 1º - Considerar-se-á abandono de cargo, o não - Incisos XI ao XIII acrescentados pela  Lei Complementar
comparecimento do funcionário por mais de (30) n° 942, de 06/06/2003.
dias consecutivos ex-vi do art. 63. Artigo 258 - O ato que demitir o funcionário
§ 2º - A pena de demissão por ineficiência no mencionará sempre a disposição legal em que se
serviço, só será aplicada quando verificada a fundamenta.
impossibilidade de readaptação. Artigo 259 - Será aplicada a pena de cassação de
Artigo 257 - Será aplicada a pena de demissão a aposentadoria ou disponibilidade, se ficar
bem do serviço público ao funcionário que: provado que o inativo:
I - for convencido de incontinência pública e I - praticou, quando em atividade, falta grave
escandalosa e de vício de jogos proibidos; para a qual é cominada nesta lei a pena de
demissão ou de demissão a bem do serviço
público;
II - praticar ato definido como crime contra a II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
administração pública, a fé pública e a Fazenda III - aceitou representação de Estado estrangeiro
Estadual, ou previsto nas leis relativas à sem prévia autorização do Presidente da
segurança e à defesa nacional; (NR) República; e
- Inciso II com redação dada pela Lei Complementar n°
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
942, de 06/06/2003.
III - revelar segredos de que tenha conhecimento
em razão do cargo, desde que o faça Artigo 260 - Para aplicação das penalidades
dolosamente e com prejuízo para o Estado ou previstas no artigo 251, são competentes: (NR)
particulares; I - o Governador; (NR)
IV - praticar insubordinação grave; II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral
V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra do Estado e os Superintendentes de Autarquia;
funcionários ou particulares, salvo se em legítima (NR)
defesa; III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão;
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos; (NR)
VII - receber ou solicitar propinas, comissões, IV - os Coordenadores, até a de suspensão
presentes ou vantagens de qualquer espécie, limitada a 60 (sessenta) dias; e (NR)
diretamente ou por intermédio de outrem, ainda V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a

137
de suspensão limitada a 30 (trinta) dias. (NR) - Artigo 261 com redação dada pela  Lei Complementar
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e n° 942, de 06/06/2003.
diversidade de sanções, a competência será da Artigo 262 - O funcionário que, sem justa causa,
autoridade responsável pela imposição da deixar de atender a qualquer exigência para cujo
penalidade mais grave. (NR) cumprimento seja marcado prazo certo, terá
- Artigo 260 com redação dada pela  Lei Complementar suspenso o pagamento de seu vencimento ou
n° 942, de 06/06/2003. remuneração até que satisfaça essa exigência.
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou
em disponibilidade o disposto neste artigo.
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela
Artigo 263 - Deverão constar do assentamento
prescrição: (NR)
individual do funcionário todas as penas que lhe
I - da falta sujeita à pena de repreensão, forem impostas.
suspensão ou multa, em 2 (dois) anos; (NR)
 
II - da falta sujeita à pena de demissão, de
demissão a bem do serviço público e de cassação CAPÍTULO II
da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco)
Das Providências Preliminares (NR)
anos; (NR)
III - da falta prevista em lei como infração penal, - Capítulo II com redação dada pela Lei Complementar n°
no prazo de prescrição em abstrato da pena 942, de 06/06/2003
criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR)
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR) Artigo 264 - A autoridade que, por qualquer
2 - do dia em que tenha cessado a continuação meio, tiver conhecimento de irregularidade
ou a permanência, nas faltas continuadas ou praticada por servidor é obrigada a adotar
permanentes. (NR) providências visando à sua imediata apuração,
§ 2º - Interrompem a prescrição a portaria que sem prejuízo das medidas urgentes que o caso
instaura sindicância e a que instaura processo exigir. (NR)
administrativo.(NR) - Artigo 264 com redação dada pela  Lei Complementar
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR) n° 942, de 06/06/2003.
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao
da pena efetivamente aplicada; (NR)
Artigo 265 - A autoridade realizará apuração
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da
preliminar, de natureza simplesmente
pena em tese cabível. (NR)
investigativa, quando a infração não estiver
§ 4º - A prescrição não corre: (NR)
suficientemente caracterizada ou definida
1 - enquanto sobrestado o processo
autoria. (NR)
administrativo para aguardar decisão judicial, na
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída
forma do § 3º do artigo 250; (NR)
no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a
que venha a ser restabelecido. (NR)
autoridade deverá imediatamente encaminhar ao
§ 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a
Chefe de Gabinete relatório das diligências
autoridade julgadora determinará o registro do
realizadas e definir o tempo necessário para o
fato nos assentamentos individuais do servidor.
término dos trabalhos. (NR)
(NR)
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a
§ 6º - A decisão que reconhecer a existência de
autoridade deverá opinar fundamentadamente
prescrição deverá desde logo determinar, quando
pelo arquivamento ou pela instauração de
for o caso, as providências necessárias à
sindicância ou de processo administrativo. (NR)
apuração da responsabilidade pela sua
- Artigo 265 com redação dada pela Lei Complementar
ocorrência. (NR)
n° 942, de 06/06/2003.

138
CAPÍTULO I
Artigo 266 - Determinada a instauração de
Das Disposições Gerais (NR)
sindicância ou processo administrativo, ou no seu
curso, havendo conveniência para a instrução ou - Título VIII e Capítulo I com redação dada pela Lei
para o serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por Complementar n° 942, de 06/06/2003.
despacho fundamentado, ordenar as seguintes
Artigo 268 - A apuração das infrações será feita
providências: (NR)
mediante sindicância ou processo administrativo,
I - afastamento preventivo do servidor, quando o
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
recomendar a moralidade administrativa ou a
(NR)
apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos
- Artigo 268 com redação dada pela Lei Complementar
ou vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias,
n° 942, de 06/06/2003.
prorrogáveis uma única vez por igual período;
(NR)
II - designação do servidor acusado para o Artigo 269 - Será instaurada sindicância quando a
exercício de atividades exclusivamente falta disciplinar, por sua natureza, possa
burocráticas até decisão final do procedimento; determinar as penas de repreensão, suspensão
(NR) ou multa. (NR)
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, - Artigo 269 com redação dada pela Lei Complementar
armas e algemas; (NR) n° 942, de 06/06/2003.
IV - proibição do porte de armas; (NR)
V - comparecimento obrigatório, em
periodicidade a ser estabelecida, para tomar Artigo 270 - Será obrigatório o processo
ciência dos atos do procedimento. (NR) administrativo quando a falta disciplinar, por sua
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração natureza, possa determinar as penas de
ou presidir sindicância ou processo demissão, de demissão a bem do serviço público
administrativo poderá representar ao Chefe de e de cassação de aposentadoria ou
Gabinete para propor a aplicação das medidas disponibilidade. (NR)
previstas neste artigo, bem como sua cessação ou - Artigo 270 com redação dada pela Lei Complementar
alteração. (NR) n° 942, de 06/06/2003.
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer
momento, por despacho fundamentado, fazer
cessar ou alterar as medidas previstas neste Artigo 271 - Os procedimentos disciplinares
artigo. (NR) punitivos serão realizados pela Procuradoria
- Artigo 266 com redação dada pela Lei Complementar Geral do Estado e presididos por Procurador do
n° 942, de 06/06/2003. Estado confirmado na carreira. (NR)
- Artigo 271 com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.
Artigo 267 - O período de afastamento
preventivo computa-se como de efetivo
exercício, não sendo descontado da pena de CAPÍTULO II
suspensão eventualmente aplicada. (NR)
- Artigo 267 com redação dada pela Lei Complementar
Da Sindicância
n° 942, de 06/06/2003.  
  Artigo 272 - São competentes para determinar a
TÍTULO VIII instauração de sindicância as autoridades
enumeradas no artigo 260. (NR)
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR (NR) Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o

139
Procurador do Estado que a presidir comunicará Artigo 277 - O processo administrativo deverá ser
o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR) instaurado por portaria, no prazo improrrogável
- Artigo 272 com redação dada pela  Lei Complementar de 8 (oito) dias do recebimento da determinação,
n° 942, de 06/06/2003. e concluído no de 90 (noventa) dias da citação do
acusado. (NR)
Artigo 273 - Aplicam-se à sindicância as regras § 1º - Da portaria deverão constar o nome e a
previstas nesta lei complementar para o processo identificação do acusado, a infração que lhe é
administrativo, com as seguintes modificações: atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a
(NR) indicação das normas infringidas e a penalidade
I - a autoridade sindicante e cada acusado mais elevada em tese cabível. (NR)
poderão arrolar até 3 (três) testemunhas; (NR) § 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo processo, o Procurador do Estado que o presidir
de 60 (sessenta) dias; (NR) deverá imediatamente encaminhar ao seu
III - com o relatório, a sindicância será enviada à superior hierárquico relatório indicando as
autoridade competente para a decisão. (NR) providências faltantes e o tempo necessário para
- Artigo 273 com redação dada pela  Lei Complementar término dos trabalhos. (NR)
n° 942, de 06/06/2003. § 3º - O superior hierárquico dará ciência dos
fatos a que se refere o parágrafo anterior e das
providências que houver adotado à autoridade
que determinou a instauração do processo. (NR)
CAPÍTULO III
- Artigo 277 com redação dada pela Lei Complementar
Do Processo Administrativo (NR) n° 942, de 06/06/2003.
- Capítulo III com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.
Artigo 278 - Autuada a portaria e demais peças
Artigo 274 - São competentes para determinar a
preexistentes, designará o presidente dia e hora
instauração de processo administrativo as
para audiência de interrogatório, determinando a
autoridades enumeradas no artigo 260, até o
citação do acusado e a notificação do
inciso IV, inclusive. (NR)
denunciante, se houver. (NR)
- Artigo 274 com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003. § 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)
1 - cópia da portaria; (NR)
2 - data, hora e local do interrogatório, que
poderá ser acompanhado pelo advogado do
Artigo 275 - Não poderá ser encarregado da
acusado; (NR)
apuração, nem atuar como secretário, amigo
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se
íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim,
houver, que deverá ser acompanhada pelo
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau
advogado do acusado; (NR)
inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer
4 - esclarecimento de que o acusado será
integrante do núcleo familiar do denunciante ou
defendido por advogado dativo, caso não
do acusado, bem assim o subordinado deste. (NR)
- Artigo 275 com redação dada pela Lei Complementar
constitua advogado próprio; (NR)
n° 942, de 06/06/2003. 5 - informação de que o acusado poderá arrolar
testemunhas e requerer provas, no prazo de 3
Artigo 276 - A autoridade ou o funcionário (três) dias após a data designada para seu
designado deverão comunicar, desde logo, à interrogatório; (NR)
autoridade competente, o impedimento que 6 - advertência de que o processo será extinto se
houver. (NR) o acusado pedir exoneração até o interrogatório,
- Artigo 276 com redação dada pela Lei Complementar quando se tratar exclusivamente de abandono de
n° 942, de 06/06/2003.
cargo ou função, bem como inassiduidade. (NR)

140
§ 2º - A citação do acusado será feita § 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou
pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias antes do assistir aos atos e termos do processo, não sendo
interrogatório, por intermédio do respectivo obrigatória qualquer notificação. (NR)
superior hierárquico, ou diretamente, onde possa § 2º - O advogado será intimado por publicação
ser encontrado. (NR) no Diário Oficial do Estado, de que conste seu
§ 3º - Não sendo encontrado em seu local de nome e número de inscrição na Ordem dos
trabalho ou no endereço constante de seu Advogados do Brasil, bem como os dados
assentamento individual, furtando-se o acusado à necessários à identificação do procedimento.
citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação (NR)
far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário § 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros
Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes ou negando-se a constituir advogado, o
do interrogatório. (NR) presidente nomeará advogado dativo. (NR)
- Artigo 278 com redação dada pela Lei Complementar § 4º — O acusado poderá, a qualquer tempo,
n° 942, de 06/06/2003. constituir advogado para prosseguir na sua
defesa. (NR)
- Artigo 282 com redação dada pela Lei Complementar
Artigo 279 - Havendo denunciante, este deverá n° 942, de 06/06/2003.
prestar declarações, no interregno entre a data
da citação e a fixada para o interrogatório do
acusado, sendo notificado para tal fim. (NR)  
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser Artigo 283 - Comparecendo ou não o acusado ao
acompanhada pelo advogado do acusado, interrogatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias
próprio ou dativo. (NR) para requerer a produção de provas, ou
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do apresentá-las. (NR)
denunciante; antes porém de ser interrogado, § 1º - O presidente e cada acusado poderão
poderá ter ciência das declarações que aquele arrolar até 5 (cinco) testemunhas. (NR)
houver prestado. (NR) § 2º - A prova de antecedentes do acusado será
- Artigo 279 com redação dada pela Lei Complementar feita exclusivamente por documentos, até as
n° 942, de 06/06/2003. alegações finais. (NR)
§ 3º - Até a data do interrogatório,será designada
a audiência de instrução. (NR)
Artigo 280 - Não comparecendo o acusado, será, - Artigo 283 com redação dada pela Lei Complementar
por despacho, decretada sua revelia, n° 942, de 06/06/2003
prosseguindo-se nos demais atos e termos do
processo. (NR)
- Artigo 280 com redação dada pela Lei Complementar Artigo 284 - Na audiência de instrução, serão
n° 942, de 06/06/2003. ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas
pelo presidente e pelo acusado. (NR)
Parágrafo único - Tratando-se de servidor
Artigo 281 - Ao acusado revel será nomeado público, seu comparecimento poderá ser
advogado dativo. (NR) solicitado ao respectivo superior imediato com as
- Artigo 281 com redação dada pela Lei Complementar indicações necessárias. (NR)
n° 942, de 06/06/2003. - Artigo 284 com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.

Artigo 282 - O acusado poderá constituir


advogado que o representará em todos os atos e Artigo 285 - A testemunha não poderá eximir-se
termos do processo. (NR) de depor, salvo se for ascendente, descendente,

141
cônjuge, ainda que legalmente separado, Artigo 287 - As testemunhas arroladas pelo
companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe acusado comparecerão à audiência designada
ou filho adotivo do acusado, exceto quando não independente de notificação. (NR)
for possível, por outro modo, obter-se ou § 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo
integrar-se a prova do fato e de suas depoimento for relevante e que não comparecer
circunstâncias. (NR) espontaneamente. (NR)
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for § 2º - Se a testemunha não for localizada, a
com o denunciante, ficam elas proibidas de defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na
depor, observada a exceção deste artigo.(NR) mesma data designada para a audiência outra
§ 2º - Ao servidor que se recusar a depor, sem testemunha, independente de notificação. (NR)
justa causa, será pela autoridade competente - Artigo 287 com redação dada pela Lei Complementar
adotada a providência a que se refere o artigo n° 942, de 06/06/2003.
262, mediante comunicação do presidente. (NR)
§ 3º - O servidor que tiver de depor como
testemunha fora da sede de seu exercício, terá Artigo 288 - Em qualquer fase do processo,
direito a transporte e diárias na forma da poderá o presidente, de ofício ou a requerimento
legislação em vigor, podendo ainda expedir-se da defesa, ordenar diligências que entenda
precatória para esse efeito à autoridade do convenientes. (NR)
domicílio do depoente. (NR) § 1º - As informações necessárias à instrução do
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em processo serão solicitadas diretamente, sem
razão de função, ministério, ofício ou profissão, observância de vinculação hierárquica, mediante
devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas ofício, do qual cópia será juntada aos autos. (NR)
pela parte interessada, quiserem dar o seu § 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou
testemunho. (NR) peritos oficiais, o presidente os requisitará,
- Artigo 285 com redação dada pela Lei Complementar observados os impedimentos do artigo 275. (NR)
n° 942, de 06/06/2003. - Artigo 288 com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.

Artigo 286 - A testemunha que morar em


comarca diversa poderá ser inquirida pela
Artigo 289 - Durante a instrução, os autos do
autoridade do lugar de sua residência,
procedimento administrativo permanecerão na
expedindo-se, para esse fim, carta precatória,
repartição competente. (NR)
com prazo razoável, intimada a defesa. (NR)
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado,
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da mediante simples solicitação, sempre que não
imputação e os esclarecimentos pretendidos, prejudicar o curso do procedimento. (NR)
bem como a advertência sobre a necessidade da § 2º - A concessão de vista será obrigatória, no
presença de advogado. (NR) prazo para manifestação do acusado ou para
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá apresentação de recursos, mediante publicação
a instrução do procedimento. (NR) no Diário Oficial do Estado. (NR)
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento § 3º - Não corre o prazo senão depois da
poderá prosseguir até final decisão; a todo publicação a que se refere o parágrafo anterior e
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será desde que os autos estejam efetivamente
juntada aos autos. (NR) disponíveis para vista. (NR)
- Artigo 286 com redação dada pela Lei Complementar § 4º - Ao advogado é assegurado o direito de
n° 942, de 06/06/2003 retirar os autos da repartição, mediante recibo,
durante o prazo para manifestação de seu
representado, salvo na hipótese de prazo
comum, de processo sob regime de segredo de

142
justiça ou quando existirem nos autos indicando, nesse caso, a pena que entender
documentos originais de difícil restauração ou cabível. (NR)
ocorrer circunstância relevante que justifique a § 2º - O relatório deverá conter, também, a
permanência dos autos na repartição, sugestão de quaisquer outras providências de
reconhecida pela autoridade em despacho interesse do serviço público. (NR)
motivado. (NR) - Artigo 293 com redação dada pela Lei Complementar
- Artigo 289 com redação dada pela Lei Complementar n° 942, de 06/06/2003.
n° 942, de 06/06/2003.

Artigo 294 - Relatado, o processo será


Artigo 290 - Somente poderão ser indeferidos encaminhado à autoridade que determinou sua
pelo presidente, mediante decisão instauração. (NR)
fundamentada, os requerimentos de nenhum - Artigo 294 com redação dada pela Lei Complementar
interesse para o esclarecimento do fato, bem n° 942, de 06/06/2003.
como as provas ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias. (NR)
- Artigo 290 com redação dada pela Lei Complementar Artigo 295 - Recebendo o processo relatado, a
n° 942, de 06/06/2003. autoridade que houver determinado sua
instauração deverá, no prazo de 20 (vinte) dias,
proferir o julgamento ou determinar a realização
Artigo 291 - Quando, no curso do procedimento, de diligência, sempre que necessária ao
surgirem fatos novos imputáveis ao acusado, esclarecimento de fatos. (NR)
poderá ser promovida a instauração de novo - Artigo 295 com redação dada pela Lei Complementar
procedimento para sua apuração, ou, caso n° 942, de 06/06/2003.
conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se
oportunidade de defesa. (NR)
- Artigo 291 com redação dada pela Lei Complementar Artigo 296 - Determinada a diligência, a
n° 942, de 06/06/2003. autoridade encarregada do processo
administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para
seu cumprimento, abrindo vista à defesa para
Artigo 292 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á manifestar-se em 5 (cinco) dias. (NR)
vista dos autos à defesa, que poderá apresentar - Artigo 296 com redação dada pela Lei Complementar
alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR) n° 942, de 06/06/2003.
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as
alegações finais, o presidente designará
advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR) Artigo 297 - Quando escaparem à sua alçada as
- Artigo 292 com redação dada pela Lei Complementar penalidades e providências que lhe parecerem
n° 942, de 06/06/2003. cabíveis, a autoridade que determinou a
instauração do processo administrativo deverá
propô-las, justificadamente, dentro do prazo para
Artigo 293 - O relatório deverá ser apresentado julgamento, à autoridade competente. (NR)
no prazo de 10 (dez) dias, contados da - Artigo 297 com redação dada pela  Lei Complementar
apresentação das alegações finais. (NR) n° 942, de 06/06/2003.

§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a


cada acusado, separadamente, as irregularidades Artigo 298 - A autoridade que proferir decisão
imputadas, as provas colhidas e as razões de determinará os atos dela decorrentes e as
defesa, propondo a absolvição ou punição e providências necessárias a sua execução. (NR)

143
- Artigo 298 com redação dada pela  Lei Complementar Artigo 303 - As autoridades responsáveis pela
n° 942, de 06/06/2003. condução do processo administrativo e do
inquérito policial se auxiliarão para que os
mesmos se concluam dentro dos prazos
Artigo 299 - As decisões serão sempre publicadas respectivos. (NR)
no Diário Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 - Artigo 303 com redação dada pela  Lei Complementar
(oito) dias, bem como averbadas no registro n° 942, de 06/06/2003.
funcional do servidor. (NR)
- Artigo 299 com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003. Artigo 304 - Quando o ato atribuído ao
funcionário for considerado criminoso, serão
remetidas à autoridade competente cópias
Artigo 300 - Terão forma processual resumida, autenticadas das peças essenciais do processo.
quando possível, todos os termos lavrados pelo (NR)
secretário, quais sejam: autuação, juntada, - Artigo 304 com redação dada pela  Lei Complementar
conclusão, intimação, data de recebimento, bem n° 942, de 06/06/2003.
como certidões e compromissos. (NR)
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará
na ordem cronológica da apresentação, Artigo 305 - Não será declarada a nulidade de
rubricando o presidente as folhas acrescidas. (NR) nenhum ato processual que não houver influído
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não na apuração da verdade substancial ou
conste do processo, nele deverão figurar por diretamente na decisão do processo ou
cópia. (NR) sindicância. (NR)
- Artigo 300 com redação dada pela  Lei Complementar - Artigo 305 com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003. n° 942, de 06/06/2003.

Artigo 301 - Constará sempre dos autos da Artigo 306 - É defeso fornecer à imprensa ou a
sindicância ou do processo a folha de serviço do outros meios de divulgação notas sobre os atos
indiciado. (NR) processuais, salvo no interesse da Administração,
- Artigo 301 com redação dada pela  Lei Complementar a juízo do Secretário de Estado ou do Procurador
n° 942, de 06/06/2003. Geral do Estado. (NR)
- Artigo 306 com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.
Artigo 302 - Quando ao funcionário se imputar
crime, praticado na esfera administrativa, a
autoridade que determinou a instauração do Artigo 307 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo
processo administrativo providenciará para que exercício, contados do cumprimento da sanção
se instaure, simultaneamente, o inquérito disciplinar, sem cometimento de nova infração,
policial. (NR) não mais poderá aquela ser considerada em
Parágrafo único - Quando se tratar de crime prejuízo do infrator, inclusive para efeito de
praticado fora da esfera administrativa, a reincidência. (NR)
autoridade policial dará ciência dele à autoridade Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem
administrativa. (NR) do serviço público acarretam a incompatibilidade
- Artigo 302 com redação dada pela  Lei Complementar para nova investidura em cargo, função ou
n° 942, de 06/06/2003. emprego público, pelo prazo de 5 (cinco) e 10
(dez) anos, respectivamente. (NR)

144
- Artigo 307 com redação dada pela  Lei Complementar CAPÍTULO V
n° 942, de 06/06/2003.
Dos Recursos (NR)
  - Capítulo V com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.

 
CAPÍTULO IV
Artigo 312 - Caberá recurso, por uma única vez,
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função da decisão que aplicar penalidade. (NR)
e por Inassiduidade (NR) § 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias,
- Capítulo IV com redação dada pela  Lei Complementar
contados da publicação da decisão impugnada no
n° 942, de 06/06/2003.
Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal
do servidor, quando for o caso. (NR)
Artigo 308 - Verificada a ocorrência de faltas ao § 2º - Do recurso deverá constar, além do nome e
serviço que caracterizem abandono de cargo ou qualificação do recorrente, a exposição das
função, bem como inassiduidade, o superior razões de inconformismo. (NR)
imediato comunicará o fato à autoridade § 3º - O recurso será apresentado à autoridade
competente para determinar a instauração de que aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dez)
processo disciplinar, instruindo a representação dias para, motivadamente, manter sua decisão
com cópia da ficha funcional do servidor e ou reformá-la. (NR)
atestados de freqüência. (NR) § 4º - Mantida a decisão, ou reformada
parcialmente, será imediatamente encaminhada
- Artigo 308 com redação dada pela  Lei Complementar
a reexame pelo superior hierárquico. (NR)
n° 942, de 06/06/2003.
§ 5º - O recurso será apreciado pela autoridade
competente ainda que incorretamente
denominado ou endereçado. (NR)
Artigo 309 - Não será instaurado processo para
- Artigo 312 com redação dada pela  Lei Complementar
apurar abandono de cargo ou função, bem como n° 942, de 06/06/2003.
inassiduidade, se o servidor tiver pedido
exoneração. (NR)
- Artigo 309 com redação dada pela  Lei Complementar
Artigo 313 - Caberá pedido de reconsideração,
n° 942, de 06/06/2003.
que não poderá ser renovado, de decisão tomada
pelo Governador do Estado em única instância,
no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
Artigo 310 - Extingue-se o processo instaurado
- Artigo 313 com redação dada pela Lei Complementar
exclusivamente para apurar abandono de cargo n° 942, de 06/06/2003.
ou função, bem como inassiduidade, se o
indiciado pedir exoneração até a data designada
para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR)
Artigo 314 - Os recursos de que trata esta lei
- Artigo 310 com redação dada pela Lei Complementar
complementar não têm efeito suspensivo; os que
n° 942, de 06/06/2003.
forem providos darão lugar às retificações
necessárias, retroagindo seus efeitos à data do
Artigo 311 - A defesa só poderá versar sobre ato punitivo. (NR)
força maior, coação ilegal ou motivo legalmente - Artigo 314 com redação dada pela Lei Complementar
justificável. (NR) n° 942, de 06/06/2003.
- Artigo 311 com redação dada pela  Lei Complementar
 
n° 942, de 06/06/2003.
CAPÍTULO VI
  

145
Da Revisão (NR) decisão final. (NR)
- Capítulo VI com redação dada pela  Lei Complementar - Artigo 318 com redação dada pela Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003. n° 942, de 06/06/2003.

 
Artigo 319 - Deferido o processamento da
revisão, será este realizado por Procurador de
Artigo 315 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a Estado que não tenha funcionado no
revisão de punição disciplinar de que não caiba procedimento disciplinar de que resultou a
mais recurso, se surgirem fatos ou circunstâncias punição do requerente. (NR)
ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de - Artigo 319 com redação dada pela  Lei Complementar
procedimento, que possam justificar redução ou n° 942, de 06/06/2003.
anulação da pena aplicada. (NR)
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão
não constitui fundamento do pedido. (NR) Artigo 320 - Recebido o pedido, o presidente
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido providenciará o apensamento dos autos originais
pelo mesmo fundamento. (NR) e notificará o requerente para, no prazo de 8
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com (oito) dias, oferecer rol de testemunhas, ou
este artigo serão indeferidos. (NR) requerer outras provas que pretenda produzir.
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR) (NR)
- Artigo 315 com redação dada pela Lei Complementar
Parágrafo único - No processamento da revisão
n° 942, de 06/06/2003.
serão observadas as normas previstas nesta lei
complementar para o processo administrativo.
(NR)
Artigo 316 - A pena imposta não poderá ser - Artigo 320 com redação dada pela  Lei Complementar
agravada pela revisão. (NR) n° 942, de 06/06/2003.
- Artigo 316 com redação dada pela  Lei Complementar
n° 942, de 06/06/2003.
Artigo 321 - A decisão que julgar procedente a
revisão poderá alterar a classificação da infração,
Artigo 317 - A instauração de processo revisional absolver o punido, modificar a pena ou anular o
poderá ser requerida fundamentadamente pelo processo, restabelecendo os direitos atingidos
interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu pela decisão reformada. (NR)
curador, cônjuge, companheiro, ascendente, - Artigo 321 com redação dada pela  Lei Complementar
descendente ou irmão, sempre por intermédio de n° 942, de 06/06/2003.
advogado. (NR)
Parágrafo único - O pedido será instruído com as  
provas que o requerente possuir ou com Disposições Finais
indicação daquelas que pretenda produzir. (NR)
- Artigo 317 com redação dada pela  Lei Complementar  
n° 942, de 06/06/2003.
Artigo 322 - O dia 28 de outubro será consagrado
ao "Funcionário Público Estadual".
Artigo 323 - Os prazos previstos neste Estatuto
Artigo 318 - A autoridade que aplicou a
serão todos contados por dias corridos.
penalidade, ou que a tiver confirmado em grau
Parágrafo único - Não se computará no prazo o
de recurso, será competente para o exame da
dia inicial, prorrogando-se o vencimento, que
admissibilidade do pedido de revisão, bem como,
incidir em sábado, domingo, feriado ou
caso deferido o processamento, para a sua
facultativo, para o primeiro dia útil seguinte.

146
147
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.         Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível
Dispõe sobre as ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
sanções aplicáveis aos observância dos princípios de legalidade,
agentes públicos nos impessoalidade, moralidade e publicidade no trato
casos de dos assuntos que lhe são afetos.
enriquecimento ilícito no
  exercício de mandato,         Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio
cargo, emprego ou público por ação ou omissão, dolosa ou culposa,
função na administração do agente ou de terceiro, dar­se­á o integral
pública direta, indireta ressarcimento do dano.
ou fundacional e dá
outras providências.         Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito,
perderá o agente público ou terceiro beneficiário
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte lei:         Art. 7° Quando o ato de improbidade causar
lesão ao patrimônio público ou ensejar
CAPÍTULO I enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
Das Disposições Gerais administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a
        Art. 1° Os atos de improbidade praticados indisponibilidade dos bens do indiciado.
por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou         Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
fundacional de qualquer dos Poderes da União, refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, assegurem o integral ressarcimento do dano, ou
de Território, de empresa incorporada ao sobre o acréscimo patrimonial resultante do
patrimônio público ou de entidade para cuja enriquecimento ilícito.
criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do         Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão
patrimônio ou da receita anual, serão punidos na ao patrimônio público ou se enriquecer
forma desta lei. ilicitamente está sujeito às cominações desta lei
até o limite do valor da herança.
        Parágrafo único. Estão também sujeitos às
penalidades desta lei os atos de improbidade CAPÍTULO II
praticados contra o patrimônio de entidade que Dos Atos de Improbidade Administrativa
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como Seção I
daquelas para cuja criação ou custeio o erário Dos Atos de Improbidade Administrativa que
haja concorrido ou concorra com menos de Importam Enriquecimento Ilícito
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando­se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a         Art. 9° Constitui ato de improbidade
contribuição dos cofres públicos. administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial
indevida em razão do exercício de cargo,
        Art. 2° Reputa­se agente público, para os mandato, função, emprego ou atividade nas
efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
que transitoriamente ou sem remuneração, por notadamente:
eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas         I ­ receber, para si ou para outrem, dinheiro,
entidades mencionadas no artigo anterior. bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título
de comissão, percentagem, gratificação ou
        Art. 3° As disposições desta lei são presente de quem tenha interesse, direto ou
aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo indireto, que possa ser atingido ou amparado por
não sendo agente público, induza ou concorra ação ou omissão decorrente das atribuições do
para a prática do ato de improbidade ou dele se agente público;
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

148
        II ­ perceber vantagem econômica, direta ou         XI ­ incorporar, por qualquer forma, ao seu
indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
locação de bem móvel ou imóvel, ou a integrantes do acervo patrimonial das entidades
contratação de serviços pelas entidades referidas mencionadas no art. 1° desta lei;
no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
        XII ­ usar, em proveito próprio, bens, rendas,
        III ­ perceber vantagem econômica, direta ou verbas ou valores integrantes do acervo
indireta, para facilitar a alienação, permuta ou patrimonial das entidades mencionadas no art. 1°
locação de bem público ou o fornecimento de desta lei.
serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado; Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
        IV ­ utilizar, em obra ou serviço particular, Causam Prejuízo ao Erário
veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à         Art. 10. Constitui ato de improbidade
disposição de qualquer das entidades administrativa que causa lesão ao erário qualquer
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
trabalho de servidores públicos, empregados ou perda patrimonial, desvio, apropriação,
terceiros contratados por essas entidades; malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta
        V ­ receber vantagem econômica de lei, e notadamente:
qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar
a exploração ou a prática de jogos de azar, de         I ­ facilitar ou concorrer por qualquer forma
lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de para a incorporação ao patrimônio particular, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
aceitar promessa de tal vantagem; ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
        VI ­ receber vantagem econômica de
qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer         II ­ permitir ou concorrer para que pessoa
declaração falsa sobre medição ou avaliação em física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
obras públicas ou qualquer outro serviço, ou verbas ou valores integrantes do acervo
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
característica de mercadorias ou bens fornecidos desta lei, sem a observância das formalidades
a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
desta lei;
        III ­ doar à pessoa física ou jurídica bem
        VII ­ adquirir, para si ou para outrem, no como ao ente despersonalizado, ainda que de
exercício de mandato, cargo, emprego ou função fins educativos ou assistências, bens, rendas,
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
desproporcional à evolução do patrimônio ou à entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
renda do agente público; observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
        VIII ­ aceitar emprego, comissão ou exercer
atividade de consultoria ou assessoramento para         IV ­ permitir ou facilitar a alienação, permuta
pessoa física ou jurídica que tenha interesse ou locação de bem integrante do patrimônio de
suscetível de ser atingido ou amparado por ação qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
ou omissão decorrente das atribuições do agente lei, ou ainda a prestação de serviço por parte
público, durante a atividade; delas, por preço inferior ao de mercado;

        IX ­ perceber vantagem econômica para         V ­ permitir ou facilitar a aquisição, permuta
intermediar a liberação ou aplicação de verba ou locação de bem ou serviço por preço superior
pública de qualquer natureza; ao de mercado;

        X ­ receber vantagem econômica de         VI ­ realizar operação financeira sem


qualquer natureza, direta ou indiretamente, para observância das normas legais e regulamentares
omitir ato de ofício, providência ou declaração a ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
que esteja obrigado;

149
        VII ­ conceder benefício administrativo ou XVII ­ permitir ou concorrer para que
fiscal sem a observância das formalidades legais pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
ou regulamentares aplicáveis à espécie; rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidade privada
        VIII ­ frustrar a licitude de processo licitatório mediante celebração de parcerias, sem a
ou dispensá­lo indevidamente observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;          
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)    
        VIII ­ frustrar a licitude de processo licitatório
(Vigência)
ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou
dispensá­los indevidamente;          (Redação dada XVIII ­ celebrar parcerias da administração
pela Lei nº 13.019, de 2014)     (Vigência) pública com entidades privadas sem a
observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;          
        IX ­ ordenar ou permitir a realização de
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)    
despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
(Vigência)
        X ­ agir negligentemente na arrecadação de
XIX ­ agir negligentemente na celebração,
tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
fiscalização e análise das prestações de contas
conservação do patrimônio público;
de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas;           (Incluído pela Lei
        XI ­ liberar verba pública sem a estrita nº 13.019, de 2014)     (Vigência)
observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XX ­ liberar recursos de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades
        XII ­ permitir, facilitar ou concorrer para que privadas sem a estrita observância das normas
terceiro se enriqueça ilicitamente; pertinentes ou influir de qualquer forma para a
sua aplicação irregular.           (Incluído pela Lei nº
        XIII ­ permitir que se utilize, em obra ou 13.019, de 2014)     (Vigência)
serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, XXI ­ liberar recursos de parcerias firmadas
de propriedade ou à disposição de qualquer das pela administração pública com entidades
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem privadas sem a estrita observância das normas
como o trabalho de servidor público, empregados pertinentes ou influir de qualquer forma para a
ou terceiros contratados por essas entidades. sua aplicação irregular.           (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014)     (Vigência)
        XIV – celebrar contrato ou outro instrumento
que tenha por objeto a prestação de serviços Seção II­A
públicos por meio da gestão associada sem (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de
observar as formalidades previstas na lei;       2016)  (Produção de efeito)
(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Dos Atos de Improbidade Administrativa
        XV – celebrar contrato de rateio de consórcio Decorrentes de Concessão ou Aplicação
público sem suficiente e prévia dotação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
orçamentária, ou sem observar as formalidades
previstas na lei.        (Incluído pela Lei nº 11.107,
Art. 10­A.  Constitui ato de improbidade
de 2005)
administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro
        XVI ­ facilitar ou concorrer, por qualquer ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o
forma, para a incorporação, ao patrimônio § 1º do art. 8º­A da Lei Complementar nº 116, de
particular de pessoa física ou jurídica, de bens, 31 de julho de 2003.  (Incluído pela Lei
rendas, verbas ou valores públicos transferidos Complementar nº 157, de 2016)  (Produção de
pela administração pública a entidades privadas efeito)
mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou
Seção III
regulamentares aplicáveis à espécie;          
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)    
Atentam Contra os Princípios da
(Vigência)
Administração Pública

150
        Art. 11. Constitui ato de improbidade         I ­ na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou
administrativa que atenta contra os princípios da valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
administração pública qualquer ação ou omissão ressarcimento integral do dano, quando houver,
que viole os deveres de honestidade, perda da função pública, suspensão dos direitos
imparcialidade, legalidade, e lealdade às políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
instituições, e notadamente: civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder
        I ­ praticar ato visando fim proibido em lei ou Público ou receber benefícios ou incentivos
regulamento ou diverso daquele previsto, na fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
regra de competência; ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez
anos;
        II ­ retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício;
        II ­ na hipótese do art. 10, ressarcimento
integral do dano, perda dos bens ou valores
        III ­ revelar fato ou circunstância de que tem
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
ciência em razão das atribuições e que deva
concorrer esta circunstância, perda da função
permanecer em segredo;
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas
        IV ­ negar publicidade aos atos oficiais; vezes o valor do dano e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou
        V ­ frustrar a licitude de concurso público; incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de
        VI ­ deixar de prestar contas quando esteja pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
obrigado a fazê­lo; pelo prazo de cinco anos;

        VII ­ revelar ou permitir que chegue ao         III ­ na hipótese do art. 11, ressarcimento
conhecimento de terceiro, antes da respectiva integral do dano, se houver, perda da função
divulgação oficial, teor de medida política ou pública, suspensão dos direitos políticos de três a
econômica capaz de afetar o preço de cinco anos, pagamento de multa civil de até cem
mercadoria, bem ou serviço. vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente e proibição de contratar com o Poder
        VIII ­ descumprir as normas relativas à Público ou receber benefícios ou incentivos
celebração, fiscalização e aprovação de contas fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
de parcerias firmadas pela administração pública ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
com entidades privadas.           (Redação dada qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
pela Lei nº 13.019, de 2014)       (Vigência) anos.

IX ­ deixar de cumprir a exigência de IV ­ na hipótese prevista no art. 10­A, perda


requisitos de acessibilidade previstos na da função pública, suspensão dos direitos
legislação.         (Incluído pela Lei nº 13.146, de políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil
2015)       (Vigência) de até 3 (três) vezes o valor do benefício
financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
Lei Complementar nº 157, de 2016)
CAPÍTULO III
Das Penas
        Parágrafo único. Na fixação das penas
previstas nesta lei o juiz levará em conta a
        Art. 12. Independentemente das sanções
extensão do dano causado, assim como o
penais, civis e administrativas, previstas na
proveito patrimonial obtido pelo agente.
legislação específica, está o responsável pelo ato
de improbidade sujeito às seguintes cominações:
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
        Art. 12.  Independentemente das sanções
penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato         Art. 13. A posse e o exercício de agente
de improbidade sujeito às seguintes cominações, público ficam condicionados à apresentação de
que podem ser aplicadas isolada ou declaração dos bens e valores que compõem o
cumulativamente, de acordo com a gravidade do seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no
fato:         (Redação dada pela Lei nº 12.120, de serviço de pessoal competente. (Regulamento)   
2009). (Regulamento)

151
        § 1° A declaração compreenderá imóveis,         Art. 15. A comissão processante dará
móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal
qualquer outra espécie de bens e valores ou Conselho de Contas da existência de
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, procedimento administrativo para apurar a prática
quando for o caso, abrangerá os bens e valores de ato de improbidade.
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a         Parágrafo único. O Ministério Público ou
dependência econômica do declarante, excluídos Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. requerimento, designar representante para
acompanhar o procedimento administrativo.
        § 2º A declaração de bens será anualmente
atualizada e na data em que o agente público         Art. 16. Havendo fundados indícios de
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego responsabilidade, a comissão representará ao
ou função. Ministério Público ou à procuradoria do órgão
para que requeira ao juízo competente a
        § 3º Será punido com a pena de demissão, a decretação do seqüestro dos bens do agente ou
bem do serviço público, sem prejuízo de outras terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
sanções cabíveis, o agente público que se causado dano ao patrimônio público.
recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.         § 1º O pedido de seqüestro será processado
de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
        § 4º O declarante, a seu critério, poderá Código de Processo Civil.
entregar cópia da declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal na         § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a
conformidade da legislação do Imposto sobre a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
Renda e proventos de qualquer natureza, com as contas bancárias e aplicações financeiras
necessárias atualizações, para suprir a exigência mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da
contida no caput e no § 2° deste artigo . lei e dos tratados internacionais.

CAPÍTULO V         Art. 17. A ação principal, que terá o rito


Do Procedimento Administrativo e do Processo ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou
Judicial pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta
dias da efetivação da medida cautelar.
        Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar
à autoridade administrativa competente para que         § 1º É vedada a transação, acordo ou
seja instaurada investigação destinada a apurar a conciliação nas ações de que trata o caput.        
prática de ato de improbidade. (Revogado pela Medida provisória nº 703, de
2015)       (Vigência encerrada)
        § 1º A representação, que será escrita ou
reduzida a termo e assinada, conterá a         § 1º É vedada a transação, acordo ou
qualificação do representante, as informações conciliação nas ações de que trata o caput.
sobre o fato e sua autoria e a indicação das
provas de que tenha conhecimento.
        § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso,
promoverá as ações necessárias à
        § 2º A autoridade administrativa rejeitará a complementação do ressarcimento do patrimônio
representação, em despacho fundamentado, se público.
esta não contiver as formalidades estabelecidas
no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
        § 3º No caso da ação principal ter sido
representação ao Ministério Público, nos termos
proposta pelo Ministério Público, a pessoa jurídica
do art. 22 desta lei.
interessada integrará a lide na qualidade de
litisconsorte, devendo suprir as omissões e falhas
        § 3º Atendidos os requisitos da da inicial e apresentar ou indicar os meios de
representação, a autoridade determinará a prova de que disponha.
imediata apuração dos fatos que, em se tratando         § 3o  No caso de a ação principal ter sido
de servidores federais, será processada na forma proposta pelo Ministério Público, aplica­se, no
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no
de dezembro de 1990 e, em se tratando de 4.717, de 29 de junho de 1965.           (Redação
servidor militar, de acordo com os respectivos
regulamentos disciplinares.

152
dada pela Medida Provisória nº 1.472­31, de         § 12.  Aplica­se aos depoimentos ou
1996) inquirições realizadas nos processos regidos por
esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do
        § 3o  No caso de a ação principal ter sido Código de Processo Penal.        (Incluído pela
proposta pelo Ministério Público, aplica­se, no Medida Provisória nº 2.225­45, de 2001)
que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no
4.717, de 29 de junho de 1965.         (Redação § 13.  Para os efeitos deste artigo, também
dada pela Lei nº 9.366, de 1996) se considera pessoa jurídica interessada o ente
tributante que figurar no polo ativo da obrigação
        § 4º O Ministério Público, se não intervir no tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art.
processo como parte, atuará obrigatoriamente, 8º­A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho
como fiscal da lei, sob pena de nulidade. de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157,
de 2016)
        § 5o  A propositura da ação prevenirá a
jurisdição do juízo para todas as ações         Art. 18. A sentença que julgar procedente
posteriormente intentadas que possuam a mesma ação civil de reparação de dano ou decretar a
causa de pedir ou o mesmo objeto.         (Incluído perda dos bens havidos ilicitamente determinará
pela Medida provisória nº 2.180­35, de 2001) o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o
caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
pelo ilícito.
        § 6o  A ação será instruída com documentos
ou justificação que contenham indícios suficientes
da existência do ato de improbidade ou com CAPÍTULO VI
razões fundamentadas da impossibilidade de Das Disposições Penais
apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as         Art. 19. Constitui crime a representação por
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código ato de improbidade contra agente público ou
de Processo Civil.        (Incluído pela Medida terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia
Provisória nº 2.225­45, de 2001) o sabe inocente.

        § 7o  Estando a inicial em devida forma, o         Pena: detenção de seis a dez meses e
juiz mandará autuá­la e ordenará a notificação do multa.
requerido, para oferecer manifestação por escrito,
que poderá ser instruída com documentos e         Parágrafo único. Além da sanção penal, o
justificações, dentro do prazo de quinze denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
dias.          (Incluído pela Medida Provisória nº pelos danos materiais, morais ou à imagem que
2.225­45, de 2001) houver provocado.

        § 8o  Recebida a manifestação, o juiz, no         Art. 20. A perda da função pública e a
prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, suspensão dos direitos políticos só se efetivam
rejeitará a ação, se convencido da inexistência do com o trânsito em julgado da sentença
ato de improbidade, da improcedência da ação ou condenatória.
da inadequação da via eleita. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225­45, de 2001)
        Parágrafo único. A autoridade judicial ou
administrativa competente poderá determinar o
        § 9o  Recebida a petição inicial, será o réu afastamento do agente público do exercício do
citado para apresentar contestação.       (Incluído cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
pela Medida Provisória nº 2.225­45, de 2001) remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
        § 10.  Da decisão que receber a petição
inicial, caberá agravo de instrumento.                 Art. 21. A aplicação das sanções previstas
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225­45, de nesta lei independe:
2001)
        I ­ da efetiva ocorrência de dano ao
        § 11.  Em qualquer fase do processo, patrimônio público;
reconhecida a inadequação da ação de
improbidade, o juiz extinguirá o processo sem
        I ­ da efetiva ocorrência de dano ao
julgamento do mérito.          (Incluído pela Medida
patrimônio público, salvo quanto à pena de
Provisória nº 2.225­45, de 2001)

153
ressarcimento;         (Redação dada pela Lei nº
12.120, de 2009).

        II ­ da aprovação ou rejeição das contas pelo


órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

        Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto


nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a
requerimento de autoridade administrativa ou
mediante representação formulada de acordo
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento
administrativo.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição

        Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos


as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:

        I ­ até cinco anos após o término do


exercício de mandato, de cargo em comissão ou
de função de confiança;

        II ­ dentro do prazo prescricional previsto em


lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos
casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III ­ até cinco anos da data da apresentação


à administração pública da prestação de contas
final pelas entidades referidas no parágrafo único
do art. 1o desta Lei.         (Incluído pela Lei nº
13.019, de 2014)       (Vigência)

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

        Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de


sua publicação.

        Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164,


de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de
dezembro de 1958 e demais disposições em
contrário.

154
NORMAS DA CORREGEDORIA

155
CAPÍTULO II ordinárias ou extraordinárias e visitas
correcionais.
DA FUNÇÃO CORRECIONAL
§ 1º A correição ordinária consiste na fiscalização
Seção I
prevista e efetivada segundo estas normas e leis
Das Atribuições de organização judiciária.

§ 2º A correição extraordinária consiste em


fiscalização excepcional, realizada a qualquer
Art. 5º A função correcional consiste na momento e sem prévio anúncio e poderá ser
orientação, reorganização e fiscalização dos geral ou parcial, conforme as necessidades e
órgãos e serviços judiciários de primeira conveniência do serviço correcional.
instância, bem como na fiscalização da polícia
judiciária, dos estabelecimentos prisionais e dos § 3º A visita correcional consiste na fiscalização
demais estabelecimentos em relação aos quais, direcionada à verificação da regularidade de
por imposição legal, esses deveres forem funcionamento da unidade, do saneamento de
atribuídos ao Poder Judiciário e é exercida, no irregularidades constatadas em correições ou ao
Estado de São Paulo, pelo Corregedor Geral da exame de algum aspecto da regularidade ou da
Justiça e, nos limites de suas atribuições, pelos continuidade dos serviços e atos praticados.
Juízes de Primeiro Grau.
§ 4º As atas das correições e visitas serão
§ 1º No desempenho da função correcional, encaminhadas à Corregedoria Geral da Justiça
poderão ser editadas ordens de serviço e demais nos prazos que seguem:
atos administrativos de orientação e disciplina,
I - correição ordinária – até 60 (sessenta) dias
corrigidos os erros e sancionadas as infrações,
após realizada; I
após regular procedimento administrativo
disciplinar, sem prejuízo de apurações civis e I - correição extraordinária ou visita correcional –
criminais. até 15 (quinze) dias após realizada.

§ 2º As ordens de serviço e demais atos § 5º A Corregedoria Geral da Justiça


administrativos editados pelo Juiz Corregedor implementará, gradativamente, a correição
Permanente serão encaminhados à Corregedoria virtual, com vistas ao controle permanente das
Geral da Justiça para revisão hierárquica. atividades subordinadas à sua disciplina.

§ 3º Consultas sobre aplicação ou interpretação


destas Normas de Serviço serão apreciadas pelo
Art. 7º A Corregedoria Permanente será exercida
Juiz Corregedor Permanente que, a requerimento
pelo juiz a que a normatividade correcional
do interessado ou de ofício se houver dúvida
cometer tal atribuição.
fundada devidamente justificada, submeterá suas
decisões à Corregedoria Geral da Justiça. § 1º O Corregedor Geral da Justiça, com
aprovação do Conselho Superior da Magistratura,
poderá, por motivo de interesse público ou
Subseção I conveniência da administração, alterar a
designação do Corregedor Permanente.
Da Corregedoria Permanente e Das Correições
Ordinárias, Extraordinárias e Visitas Correcionais § 2º Se não houver alteração no início do ano
judiciário, prevalecerão as designações do ano
anterior.
Art. 6º A função correcional será exercida em
caráter permanente e mediante correições

156
Art. 8º O Juiz Corregedor Permanente efetuará, Juízes Assessores da Corregedoria Geral ou do
uma vez por ano, de preferência no mês de Juiz Corregedor Permanente, sem prejuízo de
dezembro, correição ordinária em todas as requisição de auxílio externo ou de requisição de
serventias, repartições e demais força policial.
estabelecimentos sujeitos à sua fiscalização
correcional, lavrando-se o correspondente termo
no livro próprio. Art. 12. Os livros e classificadores obrigatórios
previstos nestas Normas de Serviço serão
§ 1º A correição ordinária será anunciada por
submetidos ao Juiz Corregedor Permanente para
edital, afixado no átrio do fórum e publicado no
visto por ocasião das correições ordinárias ou
Diário da Justiça Eletrônico, com pelo menos
extraordinárias e sempre que forem por este
quinze dias de antecedência, bem como
requisitados.
comunicada à Ordem dos Advogados do Brasil da
respectiva subseção. Parágrafo único. No caso de registros controlados
exclusivamente pela via eletrônica, os relatórios
§ 2º O Juiz Corregedor Permanente seguirá o
de pendências gerados pelo sistema
termo padrão de correição disponibilizado pela
informatizado serão vistados pelo juiz.
Corregedoria Geral da Justiça.

Art. 13. Os estabelecimentos prisionais e outros


Art. 9º Em até 30 (trinta) dias depois de assumir a
destinados ao recolhimento de pessoas, sujeitos
corregedoria permanente em caráter definitivo, o
à atividade correcional do juízo, serão visitados
juiz fará visita correcional às unidades sob sua
uma vez por mês (art. 66, inciso VII, da LEP).
corregedoria, com o intuito de constatar a
regularidade dos serviços, observado o modelo § 1º Realizará a visita o Juiz Corregedor
disponibilizado. Permanente ou o juiz a quem, por decisão do
Corregedor Geral da Justiça, essa atribuição for
§ 1º A visita correcional independe de edital ou
delegada.
qualquer outra providência e dela se lançará
sucinto termo no livro de visitas e correições, no § 2º A inspeção mensal será registrada em termo
qual também constarão as determinações que o sucinto no Livro de Visitas e Correições, podendo
Juiz Corregedor Permanente eventualmente fizer conter unicamente o registro da presença, sem
no momento. prejuízo do cadastro eletrônico da inspeção
perante o Conselho Nacional de Justiça e, após
§ 2º Se o juiz assumir a corregedoria permanente
sua lavratura, cópia será encaminhada à
em caráter definitivo a partir do mês de
autoridade administrativa da unidade prisional,
novembro, a correição geral ordinária prescindirá
para arquivamento em livro de folhas soltas.
da visita correcional.
§ 3º Ressalvado o afastamento deferido por
prazo igual ou superior a trinta dias, ou motivo
Art. 10. O escrivão auxiliará o Juiz Corregedor relevante devidamente comunicado à
Permanente nas diligências correcionais, Corregedoria Geral da Justiça, o Juiz Corregedor
facultada a nomeação de escrivão ‘ad hoc’ entre Permanente realizará, pessoalmente, as visitas
os demais servidores da unidade. mensais, vedada a atribuição dessa atividade ao
juiz que estiver respondendo pela vara por
período inferior.
Art. 11. Durante os serviços correcionais, todos os
funcionários da unidade permanecerão à
disposição do Corregedor Geral da Justiça, dos

157
Art. 14. A sistemática prevista no art. 13 não Art. 17. Eventuais recursos serão entranhados
desobriga a visita mensal às Cadeias Públicas, sob nos autos originais e remetidos à Corregedoria
responsabilidade tanto dos Juízes de Varas Geral da Justiça.
Privativas de Execuções Criminais como daqueles
Art. 18. Sem prejuízo da atribuição ao Juiz
que acumulem outros serviços anexos.
Corregedor Permanente, o Corregedor Geral da
Justiça poderá aplicar, originariamente, as
sanções cabíveis e, enquanto não prescrita a
Subseção II
infração, reexaminar, de ofício ou mediante
Das Apurações Preliminares, Sindicâncias e provocação, decisões absolutórias ou de
Processos Administrativos arquivamento.

Art. 15. As apurações preliminares, as CAPÍTULO III


sindicâncias e os processos administrativos
DOS OFÍCIOS DE JUSTIÇA EM GERAL
relativos ao pessoal das serventias judiciais serão
realizados pelos Juízes Corregedores Seção I
Permanentes a que, na atualidade do
Disposições Iniciais
procedimento, estiverem subordinados os
servidores.

Parágrafo único. O Corregedor Geral da Justiça Art. 26. As disposições deste capítulo têm caráter
poderá avocar procedimento disciplinar em geral e aplicam-se a todos os ofícios de justiça, no
qualquer fase, a pedido ou de ofício, designar Juiz que não contrariarem as disposições específicas
Corregedor Processante para todos os atos contidas em capítulo próprio.
pertinentes e atribuir serviços auxiliares à
unidade diversa daquela a que estiver vinculado o
servidor. Art. 27. Os servidores da justiça darão
atendimento prioritário às pessoas portadoras de
deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes
Art. 16. Os Juízes Corregedores Permanentes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo,
comunicarão à Corregedoria Geral da Justiça a mediante garantia de lugar privilegiado em filas,
instauração de qualquer procedimento distribuição de senhas com numeração adequada
administrativo, mediante remessa de cópia da ao atendimento preferencial, alocação de espaço
portaria inaugural, para processamento do para atendimento exclusivo no balcão, ou
acompanhamento: I - das apurações preliminares implantação de qualquer outro sistema que,
pela Diretoria da Corregedoria – DICOGE; II - das observadas as peculiaridades existentes, assegure
sindicâncias e dos processos administrativos pela a prioridade.
Secretaria de Planejamento de Recursos
Humanos – SPRH.

Parágrafo único. Idêntico procedimento adotar- Seção II


se-á em relação a todos os atos decisórios Das Atribuições
subsequentes e, ao término do procedimento,
remeter-se-á cópia da decisão proferida, com
ciência ao servidor do decidido, e certidão Art. 28. Atribuir-se-ão aos ofícios de justiça os
indicativa do trânsito em julgado. serviços inerentes à competência das respectivas
varas e da Corregedoria Permanente.

158
(emissão de certidões, ofícios, mandados, cargas
de autos etc.).
Art. 29. Competem aos ofícios de justiça os
serviços do foro judicial, atribuindo-se-lhes a Parágrafo único. Para efeito de divisão do
numeração ordinal e a denominação da trabalho entre os escreventes técnicos
respectiva vara, onde houver mais de uma. judiciários, oficiais de justiça e juízes, e outras
providências necessárias à ordem do serviço, o
§ 1º Nas comarcas e foros distritais com mais de
sistema informatizado atribuirá a cada processo
uma vara, haverá um ofício ou seção de
distribuído um número de controle interno da
distribuição judicial, ao qual incumbem os
unidade judicial, sem prejuízo do número do
serviços de distribuição, de contadoria e
processo (número do protocolo que seguirá série
partidoria e, nos termos da lei, do arquivo geral.
única).
§ 2º Nas comarcas em que existir uma única vara
e um único ofício de justiça, a este competem as
atribuições dos serviços de distribuição, de Art. 48. Iniciada a operação do SAJ/PG, de
contadoria e partidoria. utilização obrigatória pelas varas e ofícios de
justiça, serão excluídos todos os programas
eventualmente em uso.
Seção V

Do Sistema Informatizado Oficial


Subseção II
Subseção I
Da Segurança do Sistema
Disposições Gerais

Art. 49. Os níveis de acesso às informações e o


Art. 46. Os procedimentos de registro e respectivo credenciamento (senha) dos
documentação dos processos judiciais e funcionários, para operação do SAJ/PG, serão
administrativos realizar-se-ão diretamente no estabelecidos em expediente interno pela
sistema informatizado oficial ou em livros e Corregedoria Geral da Justiça, com a participação
classificadores, conforme disciplina destas da Secretaria de Tecnologia da Informação - STI.2
Normas de Serviço, e destinam-se:
§ 1º É vedado ao funcionário credenciado ceder a
I - à preservação da memória de dados extraídos respectiva senha ou permitir que outrem,
dos feitos e da respectiva movimentação funcionário ou não, use-a para acessar
processual; indevidamente o sistema informatizado.

II - ao controle dos processos, de modo a garantir § 2º Os escrivães judiciais comunicarão


a segurança, assegurar a pronta localização física, prontamente à STI as alterações no quadro
verificar o andamento e permitir a elaboração de funcional da unidade, para o processamento da
estatísticas e outros instrumentos de revogação ou novo credenciamento.
aprimoramento da prestação jurisdicional.

Art. 50. As alterações, exclusões e retificações


Art. 47. Os servidores dos ofícios de justiça feitas de modo geral nos dados registrados pelo
deverão se adaptar continuamente às evoluções sistema serão definidas por níveis de criticidade,
do sistema informatizado oficial, utilizando cujo acesso a Corregedoria Geral da Justiça
plenamente as funcionalidades disponibilizadas estabelecerá. Os dados retificados, alterados ou
para a realização dos atos pertinentes ao serviço excluídos serão conservados pelo sistema e todas

159
as operações realizadas vinculadas ao usuário § 2º As anotações de movimentação processual
que as realiza. devem ser fidedignas, claras e atualizadas, de
forma a refletir o atual estado do processo e a
Art. 51. Os escrivães judiciais do serviço de
garantir a utilidade do sistema.
distribuição e dos ofícios de justiça realizarão
auditoria semanal no sistema, de acordo com os § 3º O arquivamento dos autos será precedido
níveis de criticidade definidos, comunicando à da conferência e eventual atualização do
Corregedoria Geral da Justiça qualquer cadastro, para que nele figurem os dados
irregularidade.6 necessários à extração de certidão.

Subseção III Art. 54. Constarão do sistema informatizado:

Do Cadastramento, Movimentação e Controle I - nos processos cíveis, de família e sucessões, da


Eletrônico de Processos e Incidentes Processuais fazenda pública, da infância e juventude, de
acidentes do trabalho e do juizado especial cível:
o número do processo; o nome e a qualificação
Art. 52. Os distribuidores e os ofícios de justiça do autor e do réu; a natureza do feito; a data da
deverão, no sistema informatizado oficial, distribuição; o número, livro e folhas do registro
observadas suas respectivas atribuições: da sentença, quando adotado; o inteiro teor de
pronunciamentos judiciais (despachos, decisões
I - cadastrar todos os feitos distribuídos ao interlocutórias, sentenças e acórdãos); anotações
respectivo juízo; sobre recursos; a data do trânsito em julgado; o
II - anotar a movimentação e a prática dos atos arquivamento (data e caixa) e outras observações
processuais (citações, intimações, juntadas de que se entenderem relevantes;
mandados e respectiva data, termos, despachos, II - nos processos criminais, do júri e do juizado
cargas, sentenças, remessas à instância superior especial criminal: o número do processo; o nome
para recurso, entrega ou remessa de autos que e qualificação do réu; a data do fato; a data do
não importem em devolução etc.); recebimento ou rejeição da denúncia; o artigo de
III - consignar os serviços administrativos lei em que o réu foi incurso; a data da suspensão
pertinentes (desarquivamentos, inutilização ou do processo (art. 366 do Código de Processo
destruição de autos etc.). Penal e juizado especial criminal); a data da
prisão; o número, livro e folhas do registro da
sentença, quando adotado; o inteiro teor de
Art. 53. A inserção de dados no sistema pronunciamentos judiciais (despachos, decisões
informatizado oficial será a mais completa e interlocutórias, sentenças e acórdãos); anotações
abrangente possível, de modo que todas as sobre recursos; a data da decisão confirmatória
ocorrências do processo físico constem do da pronúncia; a data do trânsito em julgado; a
ambiente virtual, formando banco de dados que data da expedição da guia de recolhimento, de
servirá de memória permanente. tratamento ou de internação; o arquivamento
(data e caixa) e outras observações que se
§ 1º O cadastro conterá as principais informações entenderem relevantes;
a respeito do processo, de modo a individualizá-
lo com exatidão (qualificação das partes e de III - nos processos de execução criminal: o nome e
eventuais representantes, advogados e os qualificação do sentenciado, com a filiação e
respectivos números de inscrição na OAB, valor sempre que possível o número do RG; as guias de
da causa, objeto recolhimento registradas, a discriminação das
da ação etc). penas impostas em ordem sequencial; os
incidentes de execução da pena; anotações sobre

160
recursos; o inteiro teor dos julgamentos; as antecedentes do réu), além de outros nomes e
progressões de regime; o cadastro de alcunhas utilizadas pelo acusado;
comparecimento de albergados; os benefícios
b) se pessoa jurídica ou assemelhada, sua firma
concedidos; as remições de pena e outras
ou denominação, o número de inscrição no CNPJ,
observações que se entenderem relevantes;
e o endereço da sede, inclusive CEP.
IV - nas cartas precatórias, especialmente:
§ 1º Quaisquer outros dados de qualificação que
indicação completa do juízo deprecante, com
auxiliem na precisa identificação das partes (RG,
número do processo de origem conforme padrão
título de eleitor, nome da mãe etc) também serão
estabelecido pela Resolução nº 65 do CNJ, da
lançados no sistema informatizado oficial.
natureza da ação e da diligência deprecada.
§ 2º Incumbirá aos distribuidores e aos ofícios de
§ 1º Todos os litisconsortes, intervenientes e
justiça o cadastramento dos dados constantes
terceiros interessados, bem como seus
das petições iniciais.1 § 3º As vítimas
respectivos representantes, serão cadastrados.
identificadas na denúncia ou queixa, e também as
§ 2º Não será admitida exclusão de parte no testemunhas de processo criminal – sejam estas
processo, procedendo-se à sua baixa, quando de acusação, defesa ou comuns –, terão suas
necessário. qualificações lançadas no sistema informatizado
oficial, exceto quando, ao darem conta de coação
ou grave ameaça, após deferimento do juiz,
Art. 55. A qualificação das partes será lançada no pedirem para não haver identificação de seus
sistema informatizado oficial da forma mais dados de qualificação e endereço.
completa possível, com os seguintes dados
disponíveis nas postulações iniciais ou
intermediárias: Art. 56. Os dados obrigatórios previstos no art. 55
serão apresentados pelos requerentes, na
I - em relação às partes nos procedimentos cíveis
petição inicial, e pelos requeridos, na primeira
e aos autores de ação penal privada:
oportunidade de postulação em juízo
a) se pessoa natural, o nome completo, o número (contestação, juntada de procuração, pedido de
de inscrição no CPF, nacionalidade, o estado civil, vista, defesa preliminar, pedido de revogação de
a profissão, bem como o endereço residencial ou prisão preventiva etc.).
domiciliar completo, inclusive CEP;
§ 1º Não se impõe a obrigação prevista neste
b) se pessoa jurídica ou assemelhada, sua firma artigo:
ou denominação, o número de inscrição no CNPJ
I - para as ações nas quais essas exigências
e o endereço da sede, inclusive CEP;
comprometam o acesso à Justiça, conforme
II - em relação aos acusados em ações penais prudente arbítrio do juiz a quem for distribuído o
públicas ou privadas: feito; II - quando a parte não estiver inscrita no
CPF ou CNPJ, caso em que deverá firmar
a) se pessoa natural, o nome completo, a filiação, declaração expressa nesse sentido, respondendo
a data de nascimento, nacionalidade, pela veracidade da afirmação.
naturalidade, sexo, cor, estado civil, profissão, o
endereço completo da residência e trabalho, ou § 2º Em qualquer hipótese prevista no § 1º,
dos locais em que o réu possa ser encontrado, caberá às partes o fornecimento de outros dados
acompanhados do respectivo CEP, bem como, se conducentes à sua perfeita individualização (por
houver, o número de inscrição no CPF, o número exemplo, RG, título de eleitor, filiação etc.), para
do RG, o número do RGC (disponível na folha de que o ofício de justiça efetue o devido
cadastramento.

161
novas diligências, e respectivas datas, também
serão anotadas no sistema.
Art. 57. Nos ofícios de justiça, o registro e
controle da movimentação dos feitos realizar-se- Art. 59. A extinção do processo, em caso de
ão exclusivamente pelo sistema informatizado improcedência total da demanda, por força do
oficial, vedadas a elaboração de fichário por acolhimento de impugnação do devedor (art.
nome de autor e a utilização de fichas individuais 1.015, parágrafo único, do CPC) ou em razão da
materializadas em papel ou constantes de outros estabilização da tutela (art. 304 do CPC), e a
sistemas informatizados. extinção do processo de execução, por força de
procedência de embargos de devedor, serão
§ 1º Os ofícios de justiça conservarão as fichas
cadastradas no sistema diretamente pelo ofício
que compõem o fichário por nome de autor, até
de justiça assim que as respectivas sentenças
então materializadas em papel, podendo
transitarem em julgado (ou quando retornarem
inutilizá-las desde que todos os dados que delas
de superior instância com trânsito em julgado).
constem sejam anotados no sistema, de forma a
No mais, a extinção será cadastrada apenas
possibilitar a extração de certidões.
quando encerrado definitivamente o processo,
§ 2º As fichas individuais serão encerradas e nada restando a ser deliberado ou cumprido pelo
mantidas em local próprio no oficio de justiça, até ofício de justiça (sentença ou acordo),
a extinção dos processos a que se referem, e considerando-se isoladamente, para tanto, a ação
serão grampeadas na contracapa dos autos, por principal, a reconvenção, o pedido contraposto, a
ocasião de seu arquivamento, podendo, no ação declaratória incidental, a oposição, os
entanto, ser inutilizadas desde que anotados no embargos de devedor (à execução, à execução
sistema informatizado oficial todos os dados que fiscal, à adjudicação, à alienação ou à
delas constem de forma a possibilitar a extração arrematação) e os embargos de terceiro.
de certidões.

§ 3º O procedimento de inutilização das fichas


Art. 60. A entrega definitiva dos autos de
em nome do autor e das fichas individuais será
notificação, interpelação, protesto ou produção
realizado no âmbito e sob a responsabilidade do
antecipada de provas, quando os processos ainda
Juiz Corregedor Permanente, o qual verificará a
tramitarem sob a forma física, será cadastrada
pertinência da medida, a presença de registro
pelo ofício de justiça, no sistema informatizado,
eletrônico de todas as fichas, conservação dos
em campos distintos, observada a permanência
documentos de valor histórico, a segurança de
em cartório durante 1 (um) mês para extração de
todo o processo em vista das informações
cópias e certidões pelos interessados no caso de
contidas nos documentos e demais providências
produção antecipada de prova.
administrativas correlatas.

Art. 61. Compete aos ofícios de justiça:


Art. 58. As cartas precatórias serão cadastradas
no sistema informatizado seguindo as mesmas I - cadastrar diretamente no sistema
regras dos processos comuns, consignando-se, informatizado oficial qualquer dos dados
ainda, a indicação completa do juízo deprecante, constantes dos arts. 54 e 55, quando forem
e não apenas da comarca de origem, os nomes conhecidas, necessitarem de retificação ou
das partes, a natureza da ação e a diligência sofrerem alteração após a distribuição;
deprecada.
II - na hipótese de expedição de certidão de
Parágrafo único. As movimentações pertinentes, homonímia, a inserção, no sistema informatizado
como a devolução à origem ou o retorno para oficial, dos eventuais dados de qualificação ainda

162
não lançados no sistema, também certificando a V - Registro das decisões terminativas proferidas
adoção dessa providência no documento; em feitos administrativos;

III - cadastrar, no sistema informatizado oficial, a VI - pertinentes à Corregedoria Permanente,


decretação do segredo de justiça, a concessão da previstos no art. 23, quando for o caso e no que
justiça gratuita, o deferimento da tramitação couber.
prioritária do processo (idosos, pessoa com
deficiência, portadores de doenças graves), ou o
reconhecimento de qualquer benefício Art. 64. Os Ofícios de Justiça manterão também: I
processual a alguma das partes;5 IV- proceder às
alterações devidas no sistema, na hipótese de - Livro de Cargas de Mandados, salvo se as
determinação judicial de retificação do respectivas varas forem atendidas pelas Seções
procedimento da ação para ordinário ou sumário. Administrativa de Distribuição de Mandados;

§ 1º Na hipótese constante do inciso II deste II - controle, pela utilização de livros de folhas


artigo, tratando-se de feito não cadastrado, a soltas ou outro meio idôneo, da remessa e
providência será precedida de específico recebimento de feitos aos Tribunais, até que seja
cadastramento. implementado no sistema informatizado oficial o
controle eletrônico;
§ 2º O segredo de justiça poderá, ainda, ser
gerado automaticamente pelo sistema III - controle do horário de entrada e saída por
informatizado, a depender da natureza da ação. intermédio do livro ponto ou do relógio
mecânico, caso existam servidores não
cadastrados no sistema de ponto biométrico;
Art. 62. Quando a mesma parte estiver vinculada IV - Livro de Registro Geral de Feitos, com índice,
a processos que tramitam em outros ofícios de se não estiverem integrados ao sistema
justiça, as eventuais retificações de seus dados informatizado oficial;
não serão aplicadas aos feitos de outro juízo.
V - Livro de Registro de Sentença, salvo se
cadastrada no sistema informatizado oficial, com
assinatura digital ou com outro sistema de
Seção VI
segurança aprovado pela Corregedoria Geral da
Dos Livros e Classificadores Obrigatórios Justiça e que também impeça a sua adulteração.

Subseção I

Dos Livros Obrigatórios Art. 65. Nos ofícios de justiça integrados ao


sistema informatizado oficial, os registros de
remessa e recebimento de feitos e petições
Art. 63. Os ofícios de justiça em geral possuirão formalizar-se-ão exclusivamente pelas vias
os seguintes livros: eletrônicas.

I - Visitas e Correições;

II - Protocolo de Autos e Papéis em Geral; Art. 66. Os livros em geral, inclusive de folhas
soltas, serão abertos, numerados, autenticados e
III - Cargas de Autos; encerrados pelo escrivão judicial, sempre na
IV - Registro de Feitos Administrativos mesma oportunidade, podendo ser utilizado,
(sindicâncias, procedimentos disciplinares, para este fim, processo mecânico de
representações, etc.); autenticação previamente aprovado pelo Juiz
Corregedor Permanente, vedada a substituição

163
de folhas.1 Parágrafo único. As folhas soltas, uma § 2º Poderá o juiz indicar servidor autorizado a
vez completado o uso, serão imediatamente receber no sistema informatizado as cargas de
encaminhadas para encadernação. autos remetidos à conclusão.

Art. 67. O Livro de Visitas e Correições será


organizado em folhas soltas, iniciado por termo
Art. 70. O Livro de Carga de Mandados poderá ser
padrão de abertura, disponibilizado no Portal da
desdobrado em número equivalente ao dos
Corregedoria - modelos e formulários -, lavrado
oficiais de justiça em exercício, destinando-se um
pelo Escrivão e formado gradativamente pelos
para cada qual. Parágrafo único. Serão também
originais das atas de correições e visitas
registradas no Livro de Carga de Mandados as
realizados na unidade, devidamente assinadas e
petições que, por despacho judicial, sirvam como
rubricadas pelo Juiz Corregedor Permanente,
tal.
Escrivão e demais funcionários da unidade.

§ 1º Os originais das atas que formarão o Livro de


Visitas e Correições serão numeradas e Art. 71. Todas as cargas receberão as
chanceladas pelo Escrivão Judicial após a sua correspondentes baixas, assim que restituídos os
anexação ao Livro. autos ou mandados, na presença do interessado,
sempre que possível ou por este exigido.
§ 2º O Livro de Visitas e Correições não excederá
100 (cem) folhas, salvo determinação judicial em Parágrafo único. Quando não utilizada a carga
contrário ou para a manutenção da continuidade eletrônica, será lançada certidão nos autos,
da peça correcional, podendo, nestes casos, ser mencionado a data da carga e da restituição, de
encerrado por termo contemporâneo à última acordo com os assentamentos do livro de carga.
ata, com mais ou menos folhas.

Art. 72. O Livro Registro de Sentenças formar-se-á


Art. 68. O Livro Protocolo de Autos e Papéis em pelas vias emitidas para tal fim, numeradas em
Geral, com tantos desdobramentos quantos série anual renovável (1/80, 2/80, 3/80, ... , 1/82,
recomendem a natureza e o movimento do ofício 2/82 etc.) e autenticadas pelo escrivão judicial, o
de justiça, destina-se ao registro da entrega ou qual certificará sua correspondência com o teor
remessa, que não impliquem devolução. da sentença constante dos autos.

§ 1º O registro previsto neste artigo far-se-á em


até 5 (cinco) dias após a baixa dos autos em
Art. 69. Os Livros de Cargas de Autos serão
cartório pelo juiz.
desdobrados em tantos livros quantos forem os
destinatários (juízes, promotores de justiça, para § 2º A decisão relativa a embargos de declaração
advogados, para contador, etc). e a que liquidar sentença condenatória cível,
proferida no âmbito do Poder Judiciário do
§ 1º A carga e descarga de autos entre os
Estado de São Paulo, serão averbadas ao registro
usuários internos do sistema informatizado oficial
da sentença embargada ou liquidada, com
serão feitas eletronicamente e controladas
utilização do sistema informatizado.
exclusivamente por intermédio do sistema, onde
serão registrados, obrigatoriamente, no campo § 3º A decisão que liquidar outros títulos
próprio, o envio, o recebimento e a devolução, executivos judiciais (por exemplo, a sentença
com indicação de data e de usuário responsável penal condenatória) será registrada no livro de
por cada ato. registro de sentença, porquanto impossível,
neste caso, a averbação.

164
§ 4º Todas as sentenças terão seu teor mediante prévia autorização do Juiz Corregedor
integralmente registrado no sistema Permanente. A autorização consignará os
informatizado oficial e no livro tratado neste elementos indispensáveis à identificação do livro,
artigo. e será arquivada em classificador próprio, com
certidão da data e da forma de inutilização.
§ 5º O registro da sentença, com indicação do
número de ordem, do livro e da folha em que Subseção II
realizado o assento, será certificado nos autos, na
Dos Classificadores Obrigatórios
última folha da sentença registranda.

§ 6º As sentenças cadastradas no sistema


informatizado oficial com assinatura digital ficam Art. 75. Os ofícios de justiça possuirão os
dispensadas da funcionalidade do registro, bem seguintes classificadores:
como da elaboração de livro próprio e da
certidão prevista no § 5º deste artigo. I - para atos normativos e decisões da
Corregedoria Permanente, com índice por
§ 7º Aplicam-se as disposições deste artigo, no assunto;
que couber, às decisões terminativas proferidas
em feitos administrativos. II - para cópias de ofícios expedidos;

§ 8º Registra-se como sentença a decisão que III - para ofícios recebidos;


extingue o processo em que houve estabilização IV - para GRD - guias de recolhimento de
da lide, na forma do artigo 304 do Código de diligências do oficial de justiça;
Processo Civil.
V - para cópias de guias de levantamento
expedidas em favor dos auxiliares da justiça não
Art. 73. Manter-se-á rigoroso controle sobre os funcionários na Justiça Estadual;
livros em geral, incumbindo-se o Juiz Corregedor VI - Revogado;
Permanente de coibir eventuais abusos ou
excessos. VII - para relatórios de cargas eletrônicas;

VIII - para petições e documentos


desentranhados;
Art. 74. Os livros em andamento ou findos serão
bem conservados, em local adequado e seguro IX - para autorizações e certidões de inutilização
dentro do ofício de justiça, devidamente de livros e classificadores obrigatórios.
ordenados e, quando for o caso, encadernados,
classificados ou catalogados.
Art. 76. Os atos normativos, decisões e
§ 1º O desaparecimento e a danificação de comunicados do Conselho Superior da
qualquer livro serão comunicados imediatamente Magistratura e da Corregedoria Geral da Justiça
ao Juiz Corregedor Permanente. A sua de interesse do ofício de justiça serão arquivados
restauração será feita desde logo, sob a e indexados, com índice por assunto, mediante
supervisão do juiz e à vista dos elementos utilização do sistema informatizado, facultada a
existentes. manutenção de classificadores próprios.
§ 2º Após revisados e decorridos 2 (dois) anos do
último registro efetuado, os livros de cargas de
autos e mandados, desde que reputados sem Art. 77. O classificador referido no inciso II do art.
utilidade para conservação em arquivo pelo 75 destina-se ao arquivamento, em ordem
escrivão judicial, poderão ser inutilizados, cronológica, das cópias de ofícios que não se

165
refiram a feito do próprio ofício de justiça.3 § 1º II - a escrituração será sempre feita em vernáculo,
Esse classificador será aberto com folha(s) para o preferencialmente por meio eletrônico, com tinta
registro de todos os ofícios, com numeração preta ou azul, indelével;
sequencial e renovável anualmente, na(s) qual(is)
III - os numerais serão expressos em algarismos e
consignarse-ão, ao lado do número de registro, o
por extenso;
número do processo ou a circunstância de não se
referir a nenhum feito e o destino. § 2º No IV - os espaços em branco e não aproveitados,
presente classificador poderão ser arquivados os nos livros e autos de processo, serão inutilizados;
respectivos recibos de correspondência, se for o
caso. V - as assinaturas deverão ser colhidas
imediatamente após a lavratura do ato ou termo,
e identificadas com o nome por extenso do
signatário.
Art. 78. Os ofícios e mensagens eletrônicas
expedidos e recebidos, mencionados nos incisos
II, III e VI do art. 75, serão conservadas pelo prazo
de 1 (um) ano, a partir da data de expedição ou Art. 81. Na escrituração serão evitadas as
do recebimento pelo ofício de justiça. seguintes práticas:

Paragrafo único. Decorrido o prazo estabelecido, I - entrelinhas, erros de digitação, omissões,


e desde que reputados sem utilidade para emendas, rasuras ou borrões;
conservação pelo escrivão judicial, serão II - anotações de “sem efeito”;
inutilizados, mediante a autorização do Juiz
Corregedor Permanente, nos termos do § 2º do III - anotações a lápis nos livros e autos de
art. 74. processo, mesmo que a título provisório.

§ 1º Na ocorrência das irregularidades previstas


no inciso I, far-se-ão as devidas ressalvas, antes
Art. 79. As guias de recolhimento de diligências da subscrição do ato, de forma legível e
do oficial de justiça serão conservadas pelo prazo autenticada.
mínimo de dois anos contados do arquivamento,
aplicandose, quanto à inutilização, o disposto no § 2º As anotações previstas no inciso II, quando
do § 2º do art. 74. estritamente necessárias, sempre serão datadas
e autenticadas com a assinatura de quem as haja
lançado nos autos.
Seção VII

Da Escrituração Art. 82. Na escrituração é vedada:

I - a utilização de borracha ou raspagem por


Art. 80. Na lavratura de atos, termos, requisições, outro meio mecânico, bem como a uso de
ordens, autorizações, informações, certidões ou corretivo, detergente ou outro meio químico de
traslados, que constarão de livros, autos de correção;
processo, ou papéis avulsos, excluídas as II - a assinatura de atos ou termos em branco,
autuações e capas, serão observados os seguintes total ou parcialmente;
requisitos:
III - a utilização de abreviaturas, abreviações,
I - o papel utilizado terá fundo inteiramente acrônimos, siglas ou símbolos, excetuando-se as
branco ou ser reciclado, salvo disposição formas consagradas pelo Vocabulário Ortográfico
expressa em contrário; da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de
Letras, as adotadas por órgãos oficiais e as

166
convencionadas por determinada área do I - na expedição de alvarás de soltura, mandados
conhecimento humano; ou contramandados de prisão, requisições de
preso e demais atos para os quais a lei exige
IV - a utilização de chancela, ou de qualquer
certificação de autenticidade;1 II - quando houver
recurso que propicie a reprodução mecânica da
dúvida sobre a autenticidade da firma.2 § 2º Nos
assinatura do juiz.2
ofícios de justiça contemplados com sistema
informatizado oficial, que permita a utilização da
ferramenta consistente na assinatura por
Art. 83. A escrituração de termos, atos e papéis certificação digital, dispensa-se a certificação de
em geral observará os critérios da clareza, autenticidade da assinatura do juiz.
objetividade e síntese, sem descuidar da perfeita
individualização de pessoas, fatos ou coisas,
quando necessária.
Art. 85. Os mandados, as cartas postais, os ofícios
§ 1º A qualificação das pessoas trará os gerais de comunicação, expedidos em
elementos necessários à sua identificação: cumprimento de ato judicial, em não havendo
determinação do juiz em sentido contrário, serão
I – tratando-se de pessoa física, constarão o assinados pelos escrivães, declarando que o
nome completo e o número de inscrição no CPF fazem por ordem do juiz.
ou o número do RG ou, faltante este último, a
filiação, sem prejuízo de outros dados que § 1º A subscrição do juiz é obrigtória quando:
auxiliem na sua identificação;
I - a lei ou estas Normas de Serviço
II – tratando-se de pessoa jurídica, constarão a expressamente o exigirem (por exemplo, busca e
firma ou denominação, o número de inscrição no apreensão cautelar, prisão, contramandado de
CNPJ e o endereço da sede, sem prejuízo de prisão e alvará de soltura, alvarás em geral,
outros dados que auxiliem na sua identificação. levantamento de depósito judicial, ordem de
arrombamento explícita ou implícita etc);
§ 2º Nos ofícios e cartas precatórias expedidas,
constarão a comarca, a vara e o endereço II - houver determinação de desconto de pensão
completo do Fórum remetente, inclusive com o alimentícia;
número do código de endereçamento postal
III - os documentos ou papéis forem dirigidos a
(CEP), telefone e o correio eletrônico (e-mail)
autoridades (por exemplo, membros do Poder
institucional.
Judiciário, do Ministério Público e do Poder
Legislativo; chefe do Poder Executivo; Delegados
de Polícia; Comandantes da Polícia Militar e das
Art. 84. Os instrumentos de ordens, requisições, Forças Armadas).
precatórias, ofícios e autorizações judiciais, bem
como dos demais atos e termos processuais § 2º A emissão de cartas postais, considerada
(sentenças, decisões e despachos), conterão, de inclusive a expedição por meio eletrônico,
forma legível, o nome completo, o cargo ou independerão da assinatura do escrivão ou
função da autoridade judiciária e dos servidores escreventes, desde que do documento conste o
que os lavrem, confiram e subscrevam, a fim de nome e o cargo do funcionário emitente, inexista
se permitir a rápida identificação. determinação do juiz em sentido contrário, a
hipótese não se enquadre nas disposições
§ 1º O escrivão certificará a autenticidade da contidas no § 1º deste artigo e seja observado o
firma do juiz que subscreveu o documento, disposto no parágrafo único do art. 94.
indicando-lhe o nome, o cargo e o exercício no
juízo, nas seguintes hipóteses:

167
Art. 86. As disposições previstas nesta seção, § 1º O encerramento e a abertura dos novos
relativas à escrituração em meio físico, aplicam- volumes serão certificados em folhas
se, no que couber, à escrituração no sistema regularmente numeradas, prosseguindo-se a
informatizado oficial, especialmente: numeração sem solução de continuidade no
volume subsequente.
I - no cadastramento de dados;
§ 2º A numeração ordinal indicativa de novos
II - na movimentação processual;
volumes será destacada nas respectivas
III - na lavratura e expedição de documentos, autuações e anotada na autuação do primeiro
sejam ou não juntados a autos de processo. volume.

Seção VIII Art. 90. Nos feitos antecedidos por


procedimentos preparatórios, a peça inaugural
Da Ordem dos Serviços dos Processos em Geral (petição inicial de ação civil pública,
Subseção I representação em procedimento afeto à área
infracional da infância e juventude, denúncia em
Da Autuação, Abertura de Volumes e ação penal pública etc.) terá numeração própria,
Numeração de Feitos apondo-se o número da folha, seguido da letra
“i” (1-i; 2-i; 3-i...), de tal forma que a numeração
dos mencionados procedimentos preparatórios
Art. 87. Ao receber a petição inicial ou a (inquéritos civis, comunicações de atos
denúncia, o ofício de justiça providenciará, em 24 infracionais, inquéritos policiais etc) seja sempre
(vinte e quatro) horas, a autuação, nela afixando aproveitada integralmente.
a etiqueta que, gerada pelo sistema
informatizado e oriunda do distribuidor, atribui
número ao processo e traz outros dados Art. 91. Os escrivães judiciais ou, sob sua
relevantes (juízo, natureza do feito, nomes das supervisão, os escreventes zelarão pela correta
partes, data etc.). numeração das folhas dos autos.
Parágrafo único. É dispensada a lavratura de § 1º Em caso de erro na numeração, certificar-se-
certidão, no interior dos autos, da autuação e do á a ocorrência, sendo vedada a renumeração.
registro do processo.
§ 2º Na hipótese de numeração repetida,
acrescentar-se-á apenas uma letra do alfabeto,
Art. 88. O ofício de justiça afixará nas autuações em sequência (188-a, 188-b, 188-c etc.),
tarjas coloridas, na posição horizontal, para certificando-se.
assinalar situações especiais descritas nestas
Normas de Serviço.
Subseção II

Da Recepção e Juntada de Petições, Dos Atos e


Art. 89. Os autos de processos não excederão de Termos Judiciais e Das Cotas nos Autos
200 (duzentas) folhas em cada volume, salvo
determinação judicial expressa em contrário ou
para manter peça processual com seus Art. 92. É vedado aos ofícios de justiça receber e
documentos anexos, podendo, nestes casos, ser juntar petições que não tenham sido
encerrado com mais ou menos folhas. encaminhadas pelo setor de protocolo, salvo:

168
I – quanto às petições de requerimento de (ofícios expedidos, mandados, etc.), por original
juntada de procuração ou de substabelecimento ou por cópia, rubricado pelo emitente. A data
apresentadas pelo interessado diretamente ao constante do documento deverá corresponder à
ofício de justiça, caso em que o termo de juntada de sua efetiva emissão.3
mencionará esta circunstância;

II – quando houver, em cada caso concreto,


Art. 95. Ressalvado o disposto no art. 140, é
expressa decisão fundamentada do juiz do feito
vedado o lançamento de termos no verso de
dispensando o protocolo no setor próprio.
petições, documentos, guias etc., devendo ser
usada, quando necessária, outra folha, com
inutilização dos espaços em branco.
Art. 93. Por ocasião da juntada de petições e
documentos (ofícios recebidos, laudos,
mandados, precatórias etc.), lavrar-se-á o
Art. 96. São vedados o lançamento de cotas
respectivo termo de juntada.
marginais ou interlineares nos autos, a prática de
§ 1º Para a juntada, na mesma oportunidade, de sublinhar palavras à tinta ou a lápis, ou o
duas ou mais petições ou documentos, será emprego de expressões injuriosas nos escritos
confeccionado um único termo de juntada com a apresentados no processo, incumbindo ao
relação das peças. serventuário, ao constatar a irregularidade,
comunicá-la imediatamente ao juiz.
§ 2º É vedado o lançamento do termo de juntada
na própria petição ou documento a serem
encartados aos autos.
Subseção III
§ 3º Recebidas petições via fac-símile ou por
Da Movimentação dos Autos
correio eletrônico (e-mail) diretamente no ofício
de justiça ou na vara, será imediatamente
lançado número de protocolo no corpo do
documento, para oportuno controle dos prazos Art. 97. Deverá ser feita conclusão dos autos no
previstos no caput e parágrafo único do art. 2º da prazo de 1 (um) dia e executados os atos
Lei Federal nº 9.800, de 26.05.1999. processuais no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 4º Recebida petição inicial ou intermediária § 1º Os juízes atenderão, preferencialmente, à


acompanhada de objetos de inviável ordem cronológica de conclusão para proferir
entranhamento aos autos do processo, o escrivão sentença ou acórdão
deverá conferir, arrolar e quantificá-los, lavrando § 2º O escrivão atenderá, preferencialmente, a
certidão, sempre que possível na presença do ordem cronológica de recebimento para
interessado, mantendo-os sob sua guarda e publicação e efetivação dos pronunciamentos
responsabilidade até encerramento da demanda. judiciais.

§ 3º Serão considerados para fins do que dispõe o


Art. 94. Todos os atos e termos do processo serão art. 12 do Código de Processo Civil os processos
certificados nos autos e anotados no sistema físicos com movimentação “Conclusos para
informatizado oficial. Sentença”.

Parágrafo único. Dispensa-se a certificação e


anotação de que trata o caput com relação à Art. 98. Constarão dos termos de movimentação
emissão de documento que passe a fazer dos processos a data do efetivo encaminhamento
imediatamente parte integrante dos autos dos autos e, sempre que possível, os nomes, por

169
extenso, dos juízes, representantes do Ministério encadernados, classificados ou catalogados,
Público, advogados ou daqueles a quem se aplicando-se, quanto ao seu descarte, o disposto
refiram. no § 2º do art. 74.

§ 1º São vedados, sob qualquer pretexto, termos


de conclusão ou de vista
Seção X
sem data ou, ainda, a permanência dos autos em
cartório depois de assinados os respectivos Das Certidões
termos.

§ 2º Nenhum processo será entregue com termo


de vista, a promotor de justiça ou advogado, sem Art. 104. A expedição de certidões em breve
prévia assinatura no livro de carga ou no relatório relatório ou de inteiro teor compete
de carga eletrônica, e correspondente exclusivamente aos ofícios de justiça.
andamento no sistema informatizado. § 1º Sempre que possível, as certidões serão
§ 3º Todas as conclusões ao juiz serão anotadas expedidas com base nos assentamentos
no sistema informatizado, acrescendo-se a carga, constantes do sistema informatizado, cabendo ao
em meio físico ou eletrônico, somente quanto escrivão dar a sua fé pública do que nele constar
aos autos conclusos que não receberem ou não, admitida, de qualquer forma, a consulta
despacho ou não forem sentenciados até o final aos autos de processos em andamento ou findos,
do expediente do dia. livros ou papéis a seu cargo, caso em que se
designará o número e a página do livro ou
§ 4º Se o juiz se recusar a assinar, consignar-se-á processo onde se encontra o assentamento.
essa ocorrência no assentamento da carga.
§ 2º As certidões serão expedidas no prazo de 5
§ 5º A conclusão dos autos ao juiz será efetuada (cinco) dias, contados da data do recebimento do
diariamente, sem limitação de número. respectivo pedido pelo ofício de justiça, fornecido
ao interessado protocolo de requerimento.

§ 3º Serão atendidos em 5 (cinco) dias úteis os


Art. 99. Nenhum processo permanecerá
pedidos de certidões de objeto e pé formulados
paralisado em cartório, além dos prazos legais ou
pelo correio eletrônico (e-mail) institucional de
fixados, ou ficará sem andamento por mais de 30
um ofício de justiça para outro. A certidão será
(trinta) dias, no aguardo de diligências
elaborada e encaminhada pelo ofício de Justiça
(informações, respostas a ofícios ou requisições,
diretamente à unidade solicitante.
providências das partes etc.).
§ 4º Se houver necessidade de requisição de
Parágrafo único. Decorrido o prazo de 30 (trinta)
autos do Arquivo Geral, os prazos deste artigo
dias, o ofício de justiça reiterará a diligência uma
contar-se-ão do recebimento do feito pelo ofício
única vez e, em caso de não atendimento, será
de justiça.
aberta conclusão ao juiz, para as providências
cabíveis. § 5º A expedição de certidão de processos que
correm em segredo de justiça dependerá de
despacho do juiz competente.
Seção IX

Dos Papéis em Andamento ou Findos


Art. 104-A. A requerimento escrito do credor,
tratando-se de sentença cível, transitada em
julgado, que reconheça a existência de obrigação
Art. 103. Os papéis em andamento ou findos
de pagar quantia ou alimentos, expedir-se-á
serão bem conservados e, quando for o caso,

170
certidão de teor da decisão para fins de protesto III - o seguinte texto, ao pé do instrumento: “É
extrajudicial, a qual deverá indicar: vedado ao oficial de justiça o recebimento de
qualquer numerário diretamente da parte. A
I - nome; número de inscrição no cadastro do
identificação do oficial de justiça, no
Ministério da Fazenda (CPF e CNPJ), no registro
desempenho de suas funções, será feita
geral de identidade (RG) ou no registro nacional
mediante apresentação de carteira funcional,
de estrangeiro (RNE); e endereço do credor;
obrigatória em todas as diligências.”.
II - nome; número de inscrição no cadastro do
§1º Nos mandados em geral, constarão todos os
Ministério da Fazenda (CPF e CNPJ), no registro
endereços dos destinatários da ordem judicial,
geral de identidade (RG) ou no registro nacional
declinados ou existentes nos autos, inclusive do
de estrangeiro (RNE); e endereço do devedor;
local de trabalho.
III- número do processo judicial;
§ 2º Aos mandados e contramandados de prisão
IV - o valor da dívida; e alvarás de soltura aplicam-se as disposições
constantes na Seção XII do Capítulo IV, no que
V - a data em que, após intimação do executado, couberem.3
decorreu o prazo legal para pagamento
voluntário.

§ 1º As certidões serão expedidas no prazo de Art. 106. Na hipótese do mandado anterior não
três (03) dias, contados da data do recebimento consignar elementos essenciais para o
do respectivo pedido pelo ofício de justiça. cumprimento da nova diligência, será dispensado
o seu desentranhamento e aditamento,
§ 2º A expedição de certidão de processos que expedindo-se novo mandado.4
correm em segredo de justiça dependerá de
despacho do juiz competente.

§ 3º Em todos os casos, a certidão será levada a Art. 107. Os mandados serão entregues ou
protesto sob a responsabilidade do credor. encaminhados aos encarregados das diligências
mediante a respectiva carga.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto
será cancelado por determinação do juiz,
mediante ofício a ser expedido ao cartório, no
Art. 108. Os mandados que devam ser cumpridos
prazo de 3 (três) dias, contado da data de
pelos oficiais de justiça serão distribuídos, na
protocolo do requerimento, desde que
forma regulada pela Corregedoria Geral da
comprovada a satisfação integral da obrigação.
Justiça, aos que estiverem lotados ou à
disposição das respectivas comarcas ou varas.

Parágrafo único. Os mandados de prisão não


serão entregues aos oficiais de justiça, mas
Seção XI encaminhados ao Instituto de Identificação
Dos Mandados Ricardo Gumbleton Daunt - IIRGD.5

Art. 105. Constarão de todos os mandados Art. 109. Nas certidões de expedição e de entrega
expedidos: dos mandados, constarão o nome do oficial de
justiça a quem confiado o mandado e a data da
I - o número do respectivo processo; respectiva carga.
II - o número de ordem da carga correspondente
registrada no livro próprio;

171
Art. 110. Mensalmente, o escrivão relacionará os serão por meio eletrônico, observadas as regras
mandados em poder dos oficiais de justiça, além estabelecidas nesta Seção.
dos prazos legais ou fixados, comunicando ao Juiz
Corregedor Permanente, para as providências
cabíveis. Art. 113. Serão transmitidas eletronicamente:

I - informações que devam ser prestadas à


segunda instância, conforme determinação do
relator;

II - ofícios;
Seção XII
III - comunicações;
Dos Ofícios
IV - solicitações;

V - pedidos e encaminhamento de certidões de


Art. 111. A lavratura de ofícios observará as objeto e pé, certidões criminais e certidões de
regras de escrituração dispostas na Seção VII do distribuição;
presente capítulo e o seguinte:
VI - cartas precatórias, nos casos de urgência.
I - os ofícios extraídos de processos, exceto
aqueles destinados a instruir precatórios ou
requisições de pequeno valor, serão datados e Art. 114. A transmissão eletrônica de informações
identificados com o número dos autos e documentos será realizada por dirigente,
respectivos, com numeração sequencial e escrivão judicial, chefe de seção e escrevente
renovável anualmente, anexada uma cópia técnico judiciário.
exclusivamente nos autos;

II - os ofícios que não se refiram a feito do próprio


ofício de justiça serão numerados Art. 115. O remetente da comunicação eletrônica
sequencialmente, em série renovável deverá:
anualmente, de acordo com as respectivas datas I - utilizar seu correio eletrônico (e-mail)
de expedição, arquivada uma cópia no institucional, e não o da unidade em que lotado,
classificador próprio. para enviar a mensagem;

II - preencher o campo “para” com o endereço


Seção XIII eletrônico da unidade destinatária e o campo
“assunto” com o número do processo e a
especificação de uma hipótese do art. 113;
Das Comunicações Oficiais, Transmissão de III - digitar, no corpo do texto da mensagem
Informações Processuais e Prática de Atos eletrônica, os dados do processo (número,
Processuais por Meio Eletrônico unidade judiciária, comarca e partes) e o
endereço do correio eletrônico (e-mail)
institucional da unidade em que lotado;
Art. 112. Ressalvada a utilização dos meios
IV - juntar aos autos cópia da mensagem
convencionais no caso de indisponibilidade do
eletrônica enviada, dispensadas a impressão e a
sistema informatizado e do sistema de malote
juntada de anexos que consistirem em peças do
digital, quando implantado, as comunicações
processo, ou, quando a mensagem não se referir
oficiais que transitem entre os ofícios de justiça

172
a feito do próprio ofício de justiça, arquivá-la no Art. 117. A resposta aos e-mails deverá ser dada
classificador correspondente; eletronicamente, cabendo ao juiz, a quem a
mensagem houver sido encaminhada nos termos
V - anexar à mensagem os documentos
do inciso V do art. 116, ou ao funcionário,
necessários, no padrão PDF e sem restrição de
encarregado do envio da resposta, preencher no
impressão ou salvamento;
campo “para” o endereço do correio eletrônico
VI - selecionar as opções de confirmação de (e-mail) da unidade cartorária do remetente da
entrega e de confirmação de leitura da mensagem original.
mensagem;

VII - assinar a mensagem com seu certificado


Art. 118. Na ausência da expedição de
digital;
confirmação de entrega e leitura pelo
VIII - imprimir os comprovantes de confirmação destinatário da mensagem, presumir-se-ão
de entrega e de leitura, para juntada aos autos, recebidas e lidas as mensagens no primeiro dia
assim que recebê-los; útil subsequente ao do envio.

IX - inserir no sistema informatizado de Parágrafo único. Tratando-se de medidas


andamento processual a informação de envio da urgentes, se frustrada a entrega, ou se não
mensagem eletrônica. confirmados o recebimento e a leitura até o dia
seguinte à transmissão, o remetente entrará em
contato telefônico com o destinatário e, se o
Art. 116. O ofício de justiça que receber a caso, reenviará a mensagem, de tudo lavrando-se
mensagem deverá: certidão nos autos.4

I - expedir eletronicamente as confirmações de


entrega e de leitura da mensagem, que valerão Art. 119. Em se tratando de documentos que
como protocolo; devam ser juntados em processo digital, será
II - imprimir a mensagem, bem como os eventuais feita em PDF a impressão de que cuidam os
anexos, para juntada aos autos do processo ou incisos IV e VIII do art. 115 e o inciso II do art.
arquivamento em classificador próprio, se for o 116.
caso;

III - inserir no sistema informatizado de Art. 120. Nos casos de inoperância do certificado
andamento processual a informação de digital ou enquanto não for disponibilizado, o
recebimento da mensagem eletrônica, se for o remetente materializará o documento em papel,
caso; colherá a assinatura, digitalizará o documento
IV - promover a conclusão, no prazo legal, assinado e o enviará como anexo da mensagem
quando a mensagem se referir a providências a eletrônica.6
cargo do juiz;

V - encaminhar eletronicamente a mensagem, no Art. 121. Cumpridas as providências dos arts. 115,
mesmo prazo da conclusão, ao correio eletrônico 116 e 117, as mensagens eletrônicas e seus
(e-mail) institucional do juiz, se este assim o anexos serão deletados.
determinar, ou ao correio eletrônico (e-mail)
institucional do funcionário, a quem couber o
envio da resposta.
Seção XIV

Das Cartas Precatórias, Rogatórias e Arbitrais

173
o escrivão do juízo deprecado, de tudo
certificando nos autos. Parágrafo único. Em caso
Art. 122. A carta precatória será confeccionada
de inércia, os autos serão conclusos ao juiz do
em 3 (três) vias, servindo, uma delas, de contrafé.
feito para as providências cabíveis.
§ 1º O pagamento da taxa judiciária, devida em
razão do cumprimento, deverá ser demonstrado
até o momento da distribuição, mediante a Art. 128. É permitida a retirada da carta cumprida
juntada da 1ª via original do respectivo junto ao juízo deprecado, para a entrega ao juízo
comprovante de recolhimento. deprecante, desde que nela conste o nome do
advogado da parte que tiver interesse no
§ 2º Quando o ato deprecado for a citação, será
cumprimento do ato8, com o número da
instruída com tantas cópias da petição inicial
respectiva inscrição na Ordem dos Advogados do
quantas sejam as pessoas a citar.
Brasil.

Art. 123. Constatado que o ato pode ser


Art. 129. Ao retornar cumprida a precatória, o
cumprido em endereço de jurisdição diversa
escrivão judicial juntará, aos autos principais,
daquela constante da carta precatória, ou ainda,
apenas as peças essenciais, imprescindíveis à
que o endereço originário pertence à outra
compreensão das diligências realizadas no juízo
jurisdição, deverá o juízo deprecado encaminhá-
deprecado, especialmente as certidões de lavra
la ao juízo competente, comunicando tal fato ao
dos oficiais de justiça e os termos do que foi
juízo deprecante.
deprecado, salvo determinação judicial em
contrário.9

Art. 124. O juízo deprecado devolverá a carta


precatória, independentemente de cumprimento,
Art. 130. Havendo urgência, transmitir-se-á a
quando não devidamente instruída e não houver
carta precatória por fac-símile (fax), telegrama,
regularização no prazo determinado.
telefone, radiograma ou correio eletrônico (e-
mail), observando-se as cautelas previstas nos
arts. 264 e 265 do Código de Processo Civil e nos
Art. 125. As cartas precatórias não serão arts. 354 e 356 do Código de Processo Penal.1
autuadas, servindo os encartes remetidos pelo Parágrafo único. A via original da carta não será
juízo deprecante como face das mesmas, sobre encaminhada ao juízo deprecado. Será encartada
os quais o ofício de justiça deprecado afixará a aos autos, juntamente com a certidão de sua
etiqueta adesiva remetida pelo ofício do transmissão, tão-logo ocorra o pedido de
distribuidor, que servirá de identificação das confirmação de seu teor por parte do juízo
partes e da natureza do feito, cuidando também destinatário.2
anotar no alto, à direita, o número do processo.

Art. 131. As cartas rogatórias cíveis e criminais


Art. 126. As cartas precatórias, quando possível, serão expedidas conforme o procedimento,
servirão como mandado. modelos e formulários aprovados e divulgados
pela Corregedoria Geral da Justiça no sítio do
Tribunal de Justiça na internet.
Art. 127. Não atendidos pedidos de informações
sobre o cumprimento do ato, cumprirá ao ofício
de justiça do juízo deprecante reiterar a Seção XV
solicitação e estabelecer contato telefônico com

174
Das Intimações autos, com o número da respectiva inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil, a não ser que a
parte indique outro ou, no máximo, 2 (dois)
Art. 132. A intimação dos atos e termos do nomes, ou indique o nome da sociedade de
processo ou de expediente administrativo far-se- advogados a que seu advogado pertença.
á, sempre que possível, por meio eletrônico e
II - as decisões interlocutórias e sentenças serão
mediante publicação no Diário da Justiça
publicadas somente na sua parte dispositiva; os
Eletrônico.
atos ordinatórios e despachos de mero
Parágrafo único. É vedado ao servidor dos ofícios expediente serão transcritos ou resumidos com
de justiça prestar informações por telefone aos os elementos necessários à explicitação do
advogados, aos membros do Ministério Público, conteúdo da ordem judicial
às partes e ao público em geral acerca dos atos e (quem e sobre o que se deve manifestar, ter
termos do processo. ciência, providenciar, etc.).

Art. 133. Os despachos, decisões interlocutórias Parágrafo único. Será publicada apenas a parte
e sentenças devem ser encaminhados à dispositiva das decisões proferidas em
publicação no Diário da Justiça Eletrônico, dentro procedimentos de natureza disciplinar ou em
do prazo máximo de 3 (três) dias, a contar da processos de dúvida, podendo o Corregedor
devolução dos autos em cartório. Geral da Justiça, se entender necessário,
determinar a sua publicação integral, após o
Parágrafo único. O mesmo prazo deverá ser trânsito em julgado.
observado para fins de cumprimento da
intimação por meio eletrônico.
Art. 136. A publicação omissa em relação aos
requisitos constantes dos arts. 134 e 135 e que
Art. 134. As intimações de atos ordinatórios, cause efetivo prejuízo a qualquer das partes será
despachos, decisões interlocutórias e sentenças, considerada nula.
qualquer que seja o meio empregado, consumar-
se-ão de maneira objetiva e precisa, sem
ambiguidades e omissões, e conterão:
Art. 137. Quando ocorrer erro ou omissão de
I – o número dos autos, o objeto do processo, elemento indispensável na publicação,
segundo a tabela vigente, e o nome das partes; independentemente de despacho ou de
reclamação da parte, proceder-seá
II – o resumo ou transcrição daquilo que deva ser imediatamente à retificação e nova publicação,
dado conhecimento, suficientes para o encartando-se aos autos cópia do ato
entendimento dos respectivos conteúdos; incorretamente publicado.
III - o nome dos advogados das partes com o
número de suas respectivas inscrições na Ordem
dos Advogados do Brasil. Art. 138. Da publicação no Diário da Justiça
Eletrônico a respeito de processos sujeitos ao
segredo de justiça constarão as iniciais das
Art. 135. Nas intimações pela imprensa: partes.

I - quando qualquer das partes estiver


representada nos autos por mais de 1 (um) Art. 139. Os escrivães judiciais farão publicar no
advogado, o ofício de justiça fará constar o nome Diário da Justiça, juntamente com as respectivas
de qualquer subscritor da petição inicial, da intimações, o valor da taxa judiciária que deve ser
contestação ou da primeira intervenção nos

175
recolhida pelas partes, bem como o valor das IV - a entrega da minuta, para fins de publicação,
importâncias que, objeto de cálculo, devam ser sempre mediante recibo,poderá ser feita a
depositadas, em quaisquer processos e a estagiário ou advogado com procuração nos
qualquer título. autos.1

Parágrafo único. Todas as intimações, publicadas Parágrafo único. Quando o processo tramitar sob
para que as partes se manifestem sobre cálculos segredo de justiça, os editais de citação deverão
e contas, conterão os respectivos valores, em conter o nome completo do réu e apenas o
resumo, limitando-se a publicação ao que baste conteúdo indispensável à finalidade do ato, sem
para a perfeita ciência das partes sobre o objeto as especificações da petição inicial, abreviandose
do cálculo ou da conta. os nomes das demais partes envolvidas a fim de
resguardar o segredo de justiça.2

Art. 140. A publicação de atos ordinatórios,


despachos, decisões interlocutórias e sentenças, Art. 142. Caberá aos escrivães judiciais velar pelo
no Diário da Justiça Eletrônico, será documentada adequado cumprimento das normas atinentes às
pelo encarte, aos autos, da respectiva certidão publicações ou às intimações por carta,
gerada automaticamente pelo sistema conferindo diariamente seu teor, sem prejuízo da
informatizado oficial ou, na impossibilidade, pela fiscalização ordinária dos Juízes Corregedores
certidão aposta na mesma folha, ao pé, ou, se Permanentes.
não houver espaço, no verso da folha em que
lançado o ato publicado.
Seção XVII
Parágrafo único. As publicações feitas no Diário
da Justiça Eletrônico comprovam-se mediante Da Consulta e da Carga dos Autos
certidão, independentemente da juntada do
exemplar impresso.
Art. 157. O acesso aos autos judiciais e
administrativos de processos em andamento ou
Art. 141. Nas intimações por edital: findos, mesmo sem procuração, quando não
estejam sujeitos a segredo de justiça, é
I - extraído o edital, conferido e assinado, serão
assegurado aos advogados, estagiários de Direito
autenticadas as respectivas folhas com a chancela
e ao público em geral, por meio do exame em
do ofício de justiça, devendo escrivão rubricar
balcão do ofício de justiça ou seção
cada uma delas;
administrativa, podendo ser tomados
II - as publicações de edital feitas no Diário da apontamentos, solicitadas cópias reprográficas,
Justiça Eletrônico, na rede mundial de bem como utilizado escâner portátil ou máquina
computadores, no sítio do respectivo tribunal ou fotográfica, vedado, nestas hipóteses, o
na plataforma de editais do Conselho Nacional de desencarte das peças processuais para
Justiça comprovam-se mediante certidão, reprodução.
independentemente da juntada do exemplar
Parágrafo único. Os escrivães judiciais e os chefes
impresso;
de seção judiciária manterão, pessoalmente ou
III - a publicação de edital em jornal de ampla mediante servidor designado, rigorosa vigilância
circulação local será providenciada pela parte ou sobre os autos dos processos, sobretudo quando
por agência de publicidade de sua escolha e do seu exame, por qualquer pessoa, no balcão do
comprovada nos autos mediante a juntada do ofício de justiça ou seção administrativa.
exemplar original;

176
Art. 158. Para garantia do direito de acesso aos inscritos na OAB. Referida autorização deverá
autos que não corram em segredo de justiça, conter o nome do acadêmico, o número de seu
poderão os advogados ou estagiários de Direito, RG e o número e/ou nome das partes do
regularmente inscritos na OAB, que não tenham processo a que se refere a autorização, que será
sido constituídos procuradores de quaisquer das juntada posteriormente aos autos.
partes, retirar os autos para cópia, pelo período
§ 2º É vedado o acesso a autos de processos que
de 1 (uma) hora, mediante controle de
correm em segredo de justiça por estagiários não
movimentação física, devendo o serventuário
inscritos ou com inscrição vencida na OAB.
consultar ao sítio da Ordem dos Advogados do
Brasil da Internet, à vista da Carteira da OAB
apresentada pelo advogado ou estagiário de
Direito interessado, com impressão dos dados Art. 161. A carga de autos judiciais e
obtidos, os quais serão conferidos pelo servidor administrativos em andamento no cartório é
antes da entrega dos autos, observadas, ainda, as reservada unicamente a advogados ou estagiários
demais cautelas previstas para a carga rápida, de Direito regularmente inscritos na OAB,
conforme o disposto no art. 165. constituídos procuradores de alguma das partes,
ressalvado, nos processos findos e que não
Parágrafo único. A carga rápida de que trata este estejam sujeitos a segredo de justiça, a carga por
artigo também será concedida à pessoa advogado mesmo sem procuração, pelo prazo de
credenciada pelo advogado ou sociedade de 10 (dez) dias.
advogados, não sendo dispensada a consulta ao
sítio da Ordem dos Advogados do Brasil dos Parágrafo único. A carga de autos também
dados referentes ao advogado ou sociedade de poderá ser realizada por pessoa credenciada a
advogados que autorizar a retirada dos autos. O pedido do advogado ou da sociedade de
preposto deverá apresentar, além da autorização advogados, pela Advocacia Pública, pela
prevista no § 7º do artigo 272 do Código de Defensoria Pública ou pelo Ministério Público, o
Processo Civil, o respectivo documento de que implicará intimação de qualquer decisão
identidade. contida no processo retirado, ainda que
pendente de publicação.

Art. 159. Nos casos complexos ou com


pluralidade de interesses, a fim de que não seja Art. 162. O escrivão ou o escrevente responsável
prejudicado nem o andamento do feito e nem o pelo atendimento registrará a retirada e a
acesso aos autos, fica autorizada a retirada de devolução de autos, mediante anotação no
cópias de todo o feito, que ficarão à disposição sistema informatizado oficial e no relatório de
para consulta dos interessados. carga emitido pelo sistema (carga eletrônica),
observadas as seguintes cautelas:

I – na retirada dos autos, o advogado, estagiário


Art. 160. Na hipótese de os processos correrem de Direito ou pessoa credenciada lançará sua
em segredo de justiça, o seu exame, em cartório, assinatura no relatório de carga emitido pelo
será restrito às partes e a seus procuradores sistema informatizado, arquivando-se o
devidamente constituídos. documento provisoriamente em classificador
próprio;
§ 1º As entidades que reconhecidamente
prestam serviços de assistência judiciária II - na devolução do feito, o servidor do ofício de
poderão, por intermédio de advogado com justiça ou da seção administrativa efetuará a
procuração nos autos, autorizar a consulta de baixa no relatório de carga, juntando-o
processos que tramitam em segredo de justiça imediatamente aos autos.
em cartório pelos acadêmicos de Direito não

177
§ 1º O livro de carga de autos para advogados § 2º O funcionário ou estagiário deverá portar o
será utilizado quando não for possível a utilização documento de identidade e a cédula ou crachá
do sistema informatizado, caso em que serão funcional, conforme o caso, no momento da
lançados, no livro, a assinatura do destinatário e, retirada dos autos, para que o ofício de justiça
nos autos, o termo de carga e recebimento. possa verificar, mediante conferência das
petições arquivadas, se a pessoa encontra-se
§ 2º No relatório eletrônico ou no livro de carga
autorizada a subscrever a carga.
constarão o número da carteira profissional e
respectiva seção, expedida pela OAB, em nome § 3º A carga dos autos será feita em nome da
do destinatário ou o número da carteira de pessoa que subscreveu a autorização e dela
identidade, quando tratar-se de pessoa constarão os dados da pessoa que estiver
credenciada pelo advogado ou sociedade de retirando os autos.
advogados, facultado ao servidor, na dúvida,
§ 4º Qualquer alteração no rol de pessoas
solicitar a exibição dos documentos.
autorizadas a retirar os autos deverá ser
§ 3º A baixa da carga de autos, constante de imediatamente comunicada ao Juiz Corregedor
relatório eletrônico ou de livro de carga, far-se-á Permanente.
imediatamente, à vista do interessado, sendo-lhe
facultada a obtenção de recibo de autos,
assinado pelo servidor, em instrumento Art. 164. Não havendo fluência de prazo, os autos
previamente confeccionado pelo interessado e somente serão retirados em carga mediante
do qual constarão designação da ofício de justiça requerimento.
ou da seção administrativa, número do processo,
tipo de demanda, nome das partes e data da § 1º Na fluência de prazo, os autos não sairão do
devolução. A cada auto processual corresponderá ofício de justiça, salvo nas hipóteses
um recibo e a subscrição pelo servidor não expressamente previstas na legislação vigente,
implica reconhecimento da respectiva ressalvado, porém, em seu curso ou em outras
regularidade interna. hipóteses de impossibilidade de retirada dos
autos, o direito de requisição de cópias quando
§ 4º O procedimento previsto neste artigo poderá houver justificada urgência na extração
ser aplicado a outras modalidades de cargas, respectiva, mediante autorização judicial,
desde que disponível a funcionalidade (carga observando-se o procedimento próprio.
eletrônica) no sistema informatizado para outros
destinatários e o método se revele eficiente. § 2º Na fluência de prazo comum, só em conjunto
ou mediante prévio ajuste por petição nos autos
os procuradores das partes ou seus prepostos
retirarão os autos, ressalvada a obtenção de
Art. 163. Os advogados, a sociedade de
cópias para a qual cada procurador ou preposto
advogados, os representantes judiciais da
poderá retirá-los pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis)
Fazenda Pública e os membros do Ministério
horas, mediante carga, independentemente de
Público e da Defensoria Pública, mediante
ajuste, observado o término do expediente
petição dirigida ao Juiz Corregedor Permanente,
forense.
poderão indicar prepostos, funcionários ou
estagiários autorizados a retirarem, em nome
daqueles, os autos em carga.
Art. 165. A carga rápida dos autos será concedida
§ 1º Da petição, que será arquivada em pasta pelo escrivão ou o escrevente responsável pelo
própria, constarão os nomes completos, os atendimento, pelo período de uma hora,
números dos documentos de identidade, do CPF mediante controle de movimentação física dos
e os números das identificações funcionais, se o autos, conforme formulário a ser preenchido e
caso.

178
assinado por advogado ou estagiário de Direito § 4º Na hipótese de extravio dos autos, o
devidamente constituído no processo, ou ainda expediente de cobrança instruirá o respectivo
por pessoa credenciada pelo advogado ou procedimento de restauração.
sociedade de advogados, respeitado o seguinte
procedimento:
Art. 168. O escrivão ou o chefe de seção deverá,
I - os requerimentos serão recepcionados e
mensalmente, até o décimo dia útil do mês
atendidos desde que formulados até às 18h;
subsequente, verificar o cumprimento dos prazos
II - o formulário de controle de movimentação de devolução dos autos retirados, relacionar, em
física será juntado aos autos no exato momento duas vias, os autos em poder das partes além dos
de sua devolução ao ofício de justiça, prazos legais ou fixados, a primeira encaminhada,
certificando-se o respectivo período de vista; sob forma de representação, ao Juiz Corregedor
Permanente, para as providências previstas no
III - na hipótese dos autos não serem restituídos
art. 167 e a segunda via, para acompanhamento
no período fixado, competirá ao escrivão judicial
e controle, arquivada em pasta própria.
representar, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, ao Juiz Corregedor Permanente, inclusive Art. 169. O disposto nesta seção aplica-se, no
para fins de providências competentes junto à que couber, a todos os demais destinatários de
Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, arts. 34, carga.
inciso XXII, e 37, inciso I).

Seção XVIII
Art. 166. É vedada a retenção do documento de
Do Desentranhamento de Peças e Documentos
identificação do advogado ou do estagiário de
dos Autos
Direito no ofício de justiça, para a finalidade de
controle de carga de autos, em qualquer
modalidade ou circunstância.
Art. 170. O desentranhamento de peças e de
documentos, facultada a substituição por cópia
simples, poderá ser requerido pelo interessado
Art. 167. O advogado deve restituir, no prazo
ou determinado de ofício pelo juiz.
legal, os autos que tiver retirado do ofício de
justiça. Se intimado pessoalmente, o advogado
não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias,
perderá o direito à vista fora de cartório e Art. 171. Não haverá substituição das peças ou
incorrerá em multa correspondente à metade do dos documentos desentranhados por cópia
salário mínimo. quando, a critério do juiz do processo, referirem-
se a:
§ 1º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à
seção local da Ordem dos Advogados do Brasil I - manifestação intempestiva do peticionário;
para procedimento disciplinar e imposição das II - documentação evidentemente estranha aos
penalidades. autos;
§ 2º O expediente de cobrança de autos receberá III - documentos que não tenham servido de base
autuação singela, sem necessidade de registro. para fundamentação de
§ 3º Devolvidos os autos, o ofício de justiça, qualquer decisão proferida nos autos ou para a
depois de seu minucioso exame, juntará o manifestação da parte contrária.
expediente de cobrança de autos, certificando a § 1º Nestas hipóteses, será colocada uma folha
data e o nome de quem os retirou e devolveu. em branco no lugar das peças ou documentos

179
desentranhados, anotando-se a folha dos autos Art. 174. Transitada em julgado a sentença, os
em que lançada a certidão de desentranhamento, objetos anexados às manifestações processuais
vedada a renumeração das folhas do processo. § serão devolvidos às partes ou seus procuradores,
mediante solicitação ou intimação para retirada
2º As peças e documentos juntados por equívoco
em até 30 (trinta) dias, sob pena de destruição.3
aos autos serão imediatamente desentranhados
e juntados aos autos corretos ou, quando não
digam respeito a feitos da vara ou ofício de
Art. 175. O escrivão verificará periodicamente o
justiça, devolvidos ao setor de protocolo, de tudo
classificador para arquivamento provisório de
lavrando-se certidão.
petições e documentos desentranhados:

I - quando constatar a existência de peças não


Art. 172. Deferido ou determinado de ofício o retiradas há 1 (um) ano do desentranhamento,
desentranhamento, caberá ao ofício de justiça: reiterará a intimação dos advogados para retirá-
las;
I - desentranhar as peças, certificando-se;
II - decorridos 2 (dois) anos do
II - manter os documentos em local adequado,
desentranhamento, as petições e documentos
para sua posterior entrega;
não retirados pelos advogados serão
III - intimar o interessado a retirar a encaminhadas à Ordem dos Advogados do Brasil
documentação no prazo de 5 (cinco) dias, se local, anotando-se no sistema informatizado
outro não for assinalado pelo Juiz. oficial. Parágrafo único. Nas demais hipóteses, o
escrivão remeterá à conclusão as petições e
§ 1º A certidão de desentranhamento documentos desentranhados e não retirados,
mencionará a numeração das folhas para que o juiz determine a destinação
desentranhadas e, quando o caso, daquela na adequada.
qual se determinou o ato e a eventual
substituição por cópias simples.

§ 2º As peças desentranhadas dos autos, Seção XIX


enquanto não entregues ao interessado, serão
Do Arquivamento de Processos
guardadas em classificador próprio, sendo
vedado grampeá-las na contracapa dos autos. Subseção I

§ 3º A devolução de peças desentranhadas Disposições Gerais


efetuar-se-á mediante termo nos autos, lançado
imediatamente após a certidão de
desentranhamento, constando o nome e Art. 176. Nenhum processo será arquivado sem
documento de identificação de quem as recebeu sentença definitiva ou terminativa, incluindo
em devolução, além do competente recibo. nesse último caso a hipótese de decisão de
extinção do processo em razão da estabilização
da tutela de que trata o art. 304, §1º do Código
Art. 173. Salvo motivada determinação judicial de Processo Civil, salvo os casos legais de
em sentido contrário e os títulos de crédito, fica suspensão do processo por prazo indeterminado,
dispensada a certificação do número do processo quando não será comunicada a sua extinção.
nas peças e documentos desentranhados dos
autos.
Art. 177. Após a publicação da decisão que
determinou o arquivamento, os processos
permanecerão no ofício de justiça por 30 (trinta)

180
dias, findo os quais serão confeccionados os Parágrafo único. No sistema informatizado oficial
pacotes de arquivo em, no máximo, 30 (trinta) será anotado o número da caixa de arquivamento
dias, realizadas as anotações e atos necessários. do respectivo processo.

Art. 178. Quando o cumprimento da sentença Art. 180. Todos os processos conterão,
condenatória cível se der em juízo diverso obrigatoriamente, o número correspondente da
daquele que a proferiu (art. 516, parágrafo único, caixa em que arquivado, escrito na autuação, de
do CPC), o arquivamento dos autos, no âmbito do forma bem legível.
Poder Judiciário do Estado de São Paulo, deverá
Parágrafo único. Na autuação constará a
ser promovido pelo juízo da execução, que
denominação completa do ofício de justiça e,
realizará todos os cadastramentos pertinentes à
quando houver necessidade de fazer nova capa,
extinção do processo, quando for o caso.
será conservada a denominação originária.6

Art. 179. O arquivo de processos será organizado


Art. 181. Os requerimentos de desarquivamento
em caixas padronizadas, com volumes que não
de autos, ressalvadas as exceções legais, serão
ultrapassem a capacidade das caixas de arquivo,
instruídos com o comprovante de recolhimento
adotadas, ainda, as seguintes cautelas:
da respectiva taxa.
I - as caixas de arquivo serão numeradas,
§ 1º Na ausência da guia de recolhimento, o
independentemente do número do feito, pelo
advogado (subscritor ou responsável indicado)
critério ordinal crescente e sem interrupção
será intimado a recolher as respectivas custas ou
quando da passagem de um ano para outro,
retirar a petição, no prazo de 5 (cinco) dias. § 2º
mudando-se somente o ano em que ocorreu o
Da publicação no Diário da Justiça Eletrônico,
arquivamento (por exemplo, admitindo-se que a
com a observação de se tratar de “petição
última caixa do ano de 2011 recebeu o número
irregular”, constará, quando possível, todos os
200/11, a próxima, do ano seguinte, receberá o
dados necessários a sua identificação. § 3º
número 201/12 e assim sucessivamente);
Desatendida a intimação no prazo estabelecido, a
II - havendo necessidade de desdobramento, por petição será encaminhada à Ordem dos
motivo de apensamentos ou aumento de Advogados do Brasil local.
volumes que impossibilitem a acomodação na
mesma caixa, o arquivamento será renovado
(nova caixa com numeração atual), feitas as Subseção II
devidas anotações e comunicando a ocorrência
ao Arquivo Geral, mediante ofício. É vedado, no Do Arquivamento de Processos na Comarca da
caso de desdobramento de caixas, o uso de letras Capital
aditivas (por exemplo, 1-A, 1-B, 1-C etc);

III - na tampa da caixa de arquivo será colado o Art. 182. Na Comarca da Capital, determinado o
impresso próprio, emitido pelo sistema arquivamento do feito e observados os
informatizado oficial, onde serão anotados a dispositivos da subseção precedente, os escrivães
denominação completa do ofício de justiça remeterão os autos ao Arquivo Geral.
correspondente e os números dos processos, em
ordem crescente, desprezando-se o ano do Parágrafo único. A remessa de processos ao
registro do feito. Será anotado na parte inferior Arquivo Geral será feita pelo ofício de justiça de
do impresso, o número da respectiva caixa, de acordo com a escala de retirada periodicamente
forma destacada. publicada no Diário da Justiça Eletrônico.

181
desatendimento da requisição e imediata
devolução ao expedidor, para regularização.
Art. 183. Os ofícios de justiça requisitarão,
quando necessário, os processos depositados no
Arquivo Geral, mediante impresso próprio, a ser
Art. 185. Além do requerimento formulado ao
preenchido em todos os seus campos, conferido
ofício de justiça onde tramitou o feito, o
e assinado pelo escrivão.3
interessado poderá solicitar o desarquivamento,
§ 1º Se o interesse recair sobre processo em consultar e obter cópias reprográficas dos
apenso, da requisição constará o processo processos depositados no Arquivo Geral
principal ao qual ele se encontra apensado. diretamente nas dependências da Coordenadoria
de Arquivos, Setor de Consultas.
§ 2º Antes de requisitar o processo, os ofícios de
justiça verificarão se a caixa de arquivamento foi § 1º A requisição de consulta será feita em 4
de fato remetida ao Arquivo Geral, bem como se (quatro) vias, servindo uma delas de protocolo à
o processo solicitado não se encontra no próprio parte interessada.2
ofício.
§ 2º. Os processos permanecerão à disposição do
§ 3º Quando se tratar de requisição de processos interessado no local de consulta pelo prazo de 8
por parte dos ofícios de justiça integrantes de (oito) dias úteis, findo o qual serão devolvidos ao
foro regional, o requisitante deverá mencionar na arquivo.
requisição a que vara distrital pertencia o feito.

§ 4º Não será permitida a reiteração de


Art. 186. O interessado poderá consultar os
requisição antes de decorridos 10 (dez) dias
processos no próprio ofício de justiça de origem,
contados da data do protocolo.
promovendo o escrivão a expedição da
§ 5º Em casos de urgência, o processo poderá ser requisição.
retirado diretamente no Arquivo Geral, mediante
Parágrafo único. O interessado no
regular requisição, acompanhada de memorando
desarquivamento será intimado, por qualquer
assinado pelo escrivão do ofício de justiça
meio idôneo de comunicação, da chegada dos
requisitante e visado pelo juiz. Nessa hipótese, o
autos ao cartório e do prazo de 30 (trinta) dias
processo somente será entregue a funcionário do
para manifestação, bem como de que, decorrido
ofício de justiça requisitante.
o prazo sem manifestação, os autos retornarão
§ 6º Fica vedada às partes e advogados a retirada ao arquivo. 5
de processos nos depósitos do Arquivo Geral

§ 7º Assim que recebidos os autos do arquivo, o


Art. 187. Caberá ao Arquivo Geral a extração e
ofício de justiça lançará o recebimento no
remessa de cópias reprográficas de autos
sistema informatizado oficial, evitando-se novas
arquivados, em atendimento à solicitação da
requisições de processos que já se encontram nas
Secretaria da Administração Penitenciária ou da
unidades judiciais.
direção de estabelecimento prisional, desde que
§ 8º Para rearquivamento de processos, os ofícios o ofício de justiça encaminhe, mediante relação,
de justiça utilizarão a relação de devolução ao o próprio ofício de referidos órgãos, com as
arquivo. anotações necessárias à localização do processo,
observado o § 2º do art. 966

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se


Art. 184. Qualquer irregularidade constatada no
somente aos ofícios de justiça do Fórum Criminal
preenchimento da requisição que impossibilite a
da Barra Funda.
localização do feito no Arquivo Geral implicará no

182
II - pelos entes conveniados, por meio seguro da
integração de sistemas;
Art. 188. É expressamente vedado o manuseio de
autos processados em segredo de justiça, III - nos sistemas internos, por magistrados,
exceção feita às partes e aos advogados por elas servidores, funcionários e terceiros autorizados
constituídos, ou mediante ordem judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
expressa.
Parágrafo único. O uso inadequado do sistema de
Parágrafo único. A extração de cópia reprográfica processamento eletrônico do Tribunal de Justiça
ou certidão de processos com segredo de justiça, do Estado de São Paulo que venha a causar
bem como o desentranhamento de documentos, prejuízo às partes ou à atividade jurisdicional
dependerão de despacho do juiz competente. importará bloqueio do cadastro do usuário, sem
prejuízo das demais cominações legais.

Art. 189. Permiti-se a pesquisa histórica em


dependência apropriada junto ao Arquivo Geral, Art. 1.192. A autenticidade e integridade dos atos
desde que previamente autorizada. e peças processuais serão garantidas por sistema
de segurança eletrônica, mediante uso de
CAPÍTULO XII
certificação digital (ICP-Brasil – Padrão A3).
DO PROCESSO ELETRÔNICO
§ 1º Os documentos produzidos de forma
Seção I eletrônica serão assinados digitalmente por seu
autor, como garantia da origem e de seu
Do Sistema de Processamento Eletrônico signatário.

§ 2º Os documentos digitalizados serão assinados


Art. 1.189. Processo eletrônico é o processo ou rubricados;
judicial cujas peças, documentos e atos I - no momento da digitalização, para fins de
processuais constituem um conjunto de arquivos autenticação;
digitais, que tramitam e são transmitidos,
comunicados, armazenados e consultados por II - no momento da transmissão, caso não
meio eletrônico, nos termos da Lei nº 11.419, de tenham sido previamente assinados ou
19 de dezembro de 2006. rubricados.

§ 3º Fazem a mesma prova que os originais as


reproduções digitalizadas de qualquer
Art. 1.190. O sistema de processamento documento, público ou particular, quando
eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus
São Paulo será utilizado como meio eletrônico de auxiliares, pelo Ministério Público e seus
tramitação de processos judiciais, comunicação auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições
de atos e transmissão de peças processuais.·· públicas em geral e por advogados públicos ou
privados, ressalvada a alegação motivada e
fundamentada de adulteração antes ou durante o
Art. 1.191. O acesso ao sistema de processo de digitalização.
processamento eletrônico será feito:
§ 4º Os originais dos documentos digitalizados,
I - no sítio eletrônico do Tribunal de Justiça do mencionados no § 3º deste artigo, deverão ser
Estado de São Paulo na internet, por qualquer preservados pelo seu detentor até o final do
pessoa credenciada, mediante uso de certificação prazo para interposição de ação rescisória,
digital (ICPBrasil – Padrão A3);

183
observadas, quanto aos ofícios de justiça, as Justiça Eletrônico – DJE para retirada da petição.
disposições destas Normas de Serviço. Se o Ofício de Justiça verificar o recebimento
indevido antes do cadastramento, devolverá a
petição ao protocolo de origem. Se a verificação
Art. 1.193. É de exclusiva responsabilidade do ocorrer após o cadastramento da petição pelo
titular de certificação digital o uso e sigilo da Ofício de Justiça, caberá a este adotar as
chave privada da sua identidade digital, não providências necessárias para a devida
sendo oponível, em nenhuma hipótese, alegação regularização.
de seu uso indevido.
§ 2º Admitir-se-á, nos Foros Digitais, o protocolo
integrado de petições em papel dirigidas a
processos físicos em tramitação nas demais
Art. 1.194. Todos os atos processuais do processo Comarcas do Estado.5
eletrônico serão assinados eletronicamente, por
meio de certificação digital.
Art. 1.222. Em caso de indisponibilidade do
serviço de peticionamento eletrônico ou
Art. 1.195. Será considerada original a versão impossibilidade técnica, a petição intermediária
armazenada no servidor do Tribunal de Justiça do em papel será recebida desde que observados os
Estado de São Paulo, enquanto o processo estiver requisitos do § 4º do artigo 1.205 destas Normas
em tramitação ou arquivado. de Serviço.

§ 1º Deferida a juntada pelo juiz do feito, o ofício


Seção IV de justiça protocolará a petição, dispensada a
remessa para o Setor de Protocolo, e caso
Do Protocolo de Petições Intermediárias verifique o funcionamento do sistema
informatizado, procederá à digitalização das
peças e o trâmite eletrônico regular do processo.
Art. 1.220. As petições intermediárias serão
apresentadas pelo peticionamento eletrônico e § 2º Caso inoperante o sistema, o processamento
encaminhadas diretamente ao ofício de justiça seguirá fisicamente, devendo o ofício de justiça
correspondente. proceder à digitalização tão logo seja
restabelecido o funcionamento.
Parágrafo único. Na hipótese de materialização
do processo, cuja tramitação era em meio § 3º Nos casos dos parágrafos anteriores,
eletrônico, passarão a ser admitidas petições em cientificar-se-á o requerente de que terá 45
meio físico. Retomada a tramitação no meio (quarenta e cinco) dias, a partir da digitalização,
eletrônico, não mais serão admitidas petições em para retirar a petição, sob pena de inutilização da
meio físico. peça e dos documentos pelo ofício de justiça.

Seção V

Art. 1.221. Ressalvado o disposto neste Capítulo, Da Consulta às Movimentações Processuais e


os Setores de Protocolo do Tribunal de Justiça do Decisões
Estado de São Paulo não poderão receber
petições em papel dirigidas aos processos que
tramitam eletronicamente. Art. 1.224. É livre a consulta, no sítio do Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo, às
§ 1º Em caso de recebimento indevido, caberá ao movimentações processuais, inteiro teor das
Setor de Protocolo de origem cancelar o
protocolo e intimar o peticionário pelo Diário da

184
decisões, sentenças, votos, acórdãos e aos Art. 1.226. A consulta da íntegra de processos
mandados de prisão registrados no BNMP. eletrônicos na internet observará as seguintes
regras:
§ 1º O advogado, o defensor público, as partes e
o membro do Ministério Público, cadastrados e I - os advogados, após cadastramento no Portal E-
habilitados nos autos, terão acesso a todo o Saj, e mediante uso da certificação digital ou
conteúdo do processo eletrônico. login e senha, poderão consultar a íntegra de
processos públicos e a íntegra de processos em
§ 2º Os advogados, defensores públicos,
que decretado o segredo de justiça, desde que,
procuradores e membros do Ministério Público,
no último caso, estejam vinculados por força de
não vinculados a processo, previamente
procuração nos autos;
identificados, poderão acessar todos os atos e
documentos processuais armazenados, salvo nos II - às partes será fornecida senha para acesso à
casos de processos em sigilo ou segredo de íntegra de seu processo eletrônico juntamente
justiça. com a citação ou quando solicitada, sendo
possível o requerimento e a retirada pelo
advogado constituído, circunstância essa que
Art. 1.225. Os processos que tramitam no sistema deverá ser certificada nos autos;
de processamento eletrônico do Tribunal de
III - para consulta da íntegra dos autos digitais na
Justiça do Estado de São Paulo, em segredo de
internet será fornecida senha de acesso a peritos,
justiça, só poderão ser consultados pelas partes e
assistentes e outros auxiliares da justiça
procuradores habilitados a atuar no processo.
nomeados nos autos, de acordo com o tipo de
§ 1° A indicação de que um processo está participação no processo.
submetido a segredo de justiça deverá ser
Parágrafo único. As senhas de acesso serão
incluída no sistema de processamento eletrônico
fornecidas exclusivamente pelo respectivo ofício
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
de justiça, sendo necessária a comprovação
I - no ato do ajuizamento por indicação do documental da condição de parte, na hipótese do
advogado ou procurador; requerimento previsto no inciso II, e a
autorização do magistrado, nas hipóteses do
II - no ato da transmissão, quando se tratar de inciso III.
recurso interposto em primeiro grau, pelo órgão
judicial de origem;

III – por determinação do juiz ou do relator; Art. 1.226-A. O acesso à integra dos processos
digitais que não tramitem sob segredo de justiça
IV – automaticamente, por expressa previsão a terceiro interessado será franqueado mediante
legal, conforme tabela de classes e assuntos uso de senha pessoal e intransferível,
padronizadas no sistema. disponibilizada para utilização pelo período de 24
§ 2° A indicação implica impossibilidade de (vinte e quatro) horas após a sua emissão.
consulta dos autos por quem não seja parte no § 1º O terceiro interessado apresentará
processo, nos termos da legislação específica, e é requerimento próprio contendo sua qualificação
presumida válida, até decisão judicial em sentido e a declaração de responsabilidade pessoal pelo
contrário, de ofício ou a requerimento da parte. conteúdo das informações acessadas.
§3º A indicação proveniente do advogado ou § 2º A impressão da senha será providenciada
procurador será submetida à imediata análise pela unidade judicial por onde tramita o feito,
pelo juiz. sendo uma senha por processo/interessado.

185
§ 3º Após digitalizados e importados para os Art. 1.238. A criação de modelos de grupo ou
autos, os requerimentos serão arquivados em usuário realizar-se-á a partir dos modelos
classificador próprio. institucionais ou da autoria intelectual do
magistrado e somente será permitida para as
§ 4º Decorridos 45 (quarenta e cinco) dias da
seguintes categorias:
emissão da senha, os documentos mencionados
no parágrafo anterior poderão ser inutilizados, I - ajuizamentos;
observadas as diretrizes do Comunicado SAD nº
II - atos ordinatórios;
11/2010.5
III - certidões de cartório;

IV – despachos;
Art. 1.227. Sempre que possível, os documentos
serão disponibilizados na internet para impressão V - decisões;
pelo advogado ou interessado.
VI – requerimentos;
Parágrafo único: Revogado.
VII - sentenças;

VIII - termos de audiência;


Seção VI
IX - Setor Técnico – Assistente Social;
Da Tramitação dos Processos Eletrônicos
X - Setor Técnico – Psicologia.
Subseção I
Parágrafo único. Na configuração dos modelos de
Disposição inicial grupo ou usuário, o ofício de justiça preencherá:

I - na aba “Informações”, o nome, tipo, área e a


classificação "grupo";1
Art. 1.228. Aplicam-se aos Ofícios de Justiça
Digitais e ao processo eletrônico, II - na aba “Movimentações”, a movimentação
subsidiariamente, e no que compatível, os que reflita o teor do expediente;
dispositivos previstos nos demais capítulos destas
Normas de Serviço. III - na aba “Compartilhamentos”, o tipo “grupo”;

IV - na aba “Assinaturas”, o(s) agente(s) que


assinará(ão) o documento;
Subseção III
V - na aba “Atos do documento”, o tipo de ato, a
Da Elaboração de Expedientes pelo Ofício de forma, o código do modelo se o caso, o prazo, o
Justiça tipo de seleção (partes a que se destina o
documento) e o modo de finalização.

Art. 1.237. Na elaboração dos documentos, serão


utilizados os modelos de expediente Art. 1.239. O juiz somente lançará no documento
institucionais padronizados, autorizados e assinatura eletrônica, mesmo que o ato deva ser
aprovados pela Corregedoria Geral da Justiça. praticado junto à unidade judicial ou extrajudicial
de outro Estado da Federação.
Parágrafo único. Os modelos institucionais
possuirão a respectiva movimentação vinculada,
a fim de garantir estatísticas fidedignas.
Subseção V

Do Cumprimento de Ordens Judiciais

186
Art. 1.243. Nos ofícios de justiça onde implantado
o fluxo por atos, o cumprimento das ordens
judiciais dar-se-á pelos subfluxos de documentos.

Subseção XIII

Da Expedição de Mandados de Levantamento

Art. 1.265. Os processos que se encontram na


fase de expedição de mandados de levantamento
serão encaminhados para a fila “ag. análise de
cartório urgente”.

187
ESTATUTO PESSOA COM DEFICIÊNCIA

188
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. I ­ os impedimentos nas funções e nas
estruturas do corpo;
Institui a Lei Brasileira
Mensagem de veto de Inclusão da Pessoa II ­ os fatores socioambientais, psicológicos
com Deficiência e pessoais;
Vigência (Estatuto da Pessoa
com Deficiência). III ­ a limitação no desempenho de
atividades; e
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço
saber que o Congresso Nacional decreta e eu IV ­ a restrição de participação.
sanciono a seguinte Lei:
§ 2o  O Poder Executivo criará instrumentos
LIVRO I para avaliação da deficiência.

PARTE GERAL Art. 3o  Para fins de aplicação desta Lei,


consideram­se:
TÍTULO I
I ­ acessibilidade: possibilidade e condição
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários,
CAPÍTULO I equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus
sistemas e tecnologias, bem como de outros
DISPOSIÇÕES GERAIS
serviços e instalações abertos ao público, de uso
público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
Art. 1o  É instituída a Lei Brasileira de urbana como na rural, por pessoa com deficiência
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da ou com mobilidade reduzida;
Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e
a promover, em condições de igualdade, o
II ­ desenho universal: concepção de
exercício dos direitos e das liberdades
produtos, ambientes, programas e serviços a
fundamentais por pessoa com deficiência,
serem usados por todas as pessoas, sem
visando à sua inclusão social e cidadania.
necessidade de adaptação ou de projeto
específico, incluindo os recursos de tecnologia
Parágrafo único.  Esta Lei tem como base a assistiva;
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
III ­ tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
ratificados pelo Congresso Nacional por meio do
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que
em conformidade com o procedimento previsto no
objetivem promover a funcionalidade, relacionada
§ 3o do art. 5o da Constituição da República
à atividade e à participação da pessoa com
Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando
plano jurídico externo, desde 31 de agosto de
à sua autonomia, independência, qualidade de
2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de
vida e inclusão social;
25 de agosto de 2009, data de início de sua
vigência no plano interno.
IV ­ barreiras: qualquer entrave, obstáculo,
atitude ou comportamento que limite ou impeça a
Art. 2  Considera­se pessoa com
o
participação social da pessoa, bem como o gozo,
deficiência aquela que tem impedimento de longo
a fruição e o exercício de seus direitos à
prazo de natureza física, mental, intelectual ou
acessibilidade, à liberdade de movimento e de
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
expressão, à comunicação, ao acesso à
barreiras, pode obstruir sua participação plena e
informação, à compreensão, à circulação com
efetiva na sociedade em igualdade de condições
segurança, entre outros, classificadas em:
com as demais pessoas.  
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
§ 1o  A avaliação da deficiência, quando
vias e nos espaços públicos e privados abertos
necessária, será biopsicossocial, realizada por
ao público ou de uso coletivo;
equipe multiprofissional e interdisciplinar e
considerará:      (Vigência)

189
b) barreiras arquitetônicas: as existentes modificação ou seu traslado não provoque
nos edifícios públicos e privados; alterações substanciais nesses elementos, tais
como semáforos, postes de sinalização e
c) barreiras nos transportes: as existentes similares, terminais e pontos de acesso coletivo
nos sistemas e meios de transportes; às telecomunicações, fontes de água, lixeiras,
toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga;
d) barreiras nas comunicações e na
informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude
ou comportamento que dificulte ou impossibilite a IX ­ pessoa com mobilidade reduzida:
expressão ou o recebimento de mensagens e de aquela que tenha, por qualquer motivo,
informações por intermédio de sistemas de dificuldade de movimentação, permanente ou
comunicação e de tecnologia da informação; temporária, gerando redução efetiva da
mobilidade, da flexibilidade, da coordenação
motora ou da percepção, incluindo idoso,
e) barreiras atitudinais: atitudes ou
gestante, lactante, pessoa com criança de colo e
comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
obeso;
participação social da pessoa com deficiência em
igualdade de condições e oportunidades com as
demais pessoas; X ­ residências inclusivas: unidades de
oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema
Único de Assistência Social (Suas) localizadas
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam
em áreas residenciais da comunidade, com
ou impedem o acesso da pessoa com deficiência
estruturas adequadas, que possam contar com
às tecnologias;
apoio psicossocial para o atendimento das
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a
V ­ comunicação: forma de interação dos jovens e adultos com deficiência, em situação de
cidadãos que abrange, entre outras opções, as dependência, que não dispõem de condições de
línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais autossustentabilidade e com vínculos familiares
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o fragilizados ou rompidos;
sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
os caracteres ampliados, os dispositivos
XI ­ moradia para a vida independente da
multimídia, assim como a linguagem simples,
pessoa com deficiência: moradia com estruturas
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de
adequadas capazes de proporcionar serviços de
voz digitalizados e os modos, meios e formatos
apoio coletivos e individualizados que respeitem e
aumentativos e alternativos de comunicação,
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
incluindo as tecnologias da informação e das
com deficiência;  
comunicações;

XII ­ atendente pessoal: pessoa, membro ou


VI ­ adaptações razoáveis: adaptações,
não da família, que, com ou sem remuneração,
modificações e ajustes necessários e adequados
assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à
que não acarretem ônus desproporcional e
pessoa com deficiência no exercício de suas
indevido, quando requeridos em cada caso, a fim
atividades diárias, excluídas as técnicas ou os
de assegurar que a pessoa com deficiência possa
procedimentos identificados com profissões
gozar ou exercer, em igualdade de condições e
legalmente estabelecidas;
oportunidades com as demais pessoas, todos os
direitos e liberdades fundamentais;
XIII ­ profissional de apoio escolar: pessoa
que exerce atividades de alimentação, higiene e
VII ­ elemento de urbanização: quaisquer
locomoção do estudante com deficiência e atua
componentes de obras de urbanização, tais como
em todas as atividades escolares nas quais se
os referentes a pavimentação, saneamento,
fizer necessária, em todos os níveis e
encanamento para esgotos, distribuição de
modalidades de ensino, em instituições públicas e
energia elétrica e de gás, iluminação pública,
privadas, excluídas as técnicas ou os
serviços de comunicação, abastecimento e
procedimentos identificados com profissões
distribuição de água, paisagismo e os que
legalmente estabelecidas;
materializam as indicações do planejamento
urbanístico;  
XIV ­ acompanhante: aquele que
acompanha a pessoa com deficiência, podendo
VIII ­ mobiliário urbano: conjunto de objetos
ou não desempenhar as funções de atendente
existentes nas vias e nos espaços públicos,
pessoal.
superpostos ou adicionados aos elementos de
urbanização ou de edificação, de forma que sua

190
CAPÍTULO II Art. 7o  É dever de todos comunicar à
autoridade competente qualquer forma de
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
com deficiência.
Art. 4o  Toda pessoa com deficiência tem
direito à igualdade de oportunidades com as Parágrafo único.  Se, no exercício de suas
demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie funções, os juízes e os tribunais tiverem
de discriminação. conhecimento de fatos que caracterizem as
violações previstas nesta Lei, devem remeter
peças ao Ministério Público para as providências
§ 1o  Considera­se discriminação em razão cabíveis.
da deficiência toda forma de distinção, restrição
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o
propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou Art. 8o  É dever do Estado, da sociedade e
anular o reconhecimento ou o exercício dos da família assegurar à pessoa com deficiência,
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com prioridade, a efetivação dos direitos
com deficiência, incluindo a recusa de referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à
adaptações razoáveis e de fornecimento de paternidade e à maternidade, à alimentação, à
tecnologias assistivas. habitação, à educação, à profissionalização, ao
trabalho, à previdência social, à habilitação e à
reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à
§ 2o  A pessoa com deficiência não está cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à
obrigada à fruição de benefícios decorrentes de informação, à comunicação, aos avanços
ação afirmativa. científicos e tecnológicos, à dignidade, ao
respeito, à liberdade, à convivência familiar e
Art. 5o  A pessoa com deficiência será comunitária, entre outros decorrentes da
protegida de toda forma de negligência, Constituição Federal, da Convenção sobre os
discriminação, exploração, violência, tortura, Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
crueldade, opressão e tratamento desumano ou Protocolo Facultativo e das leis e de outras
degradante. normas que garantam seu bem­estar pessoal,
social e econômico.
Parágrafo único.  Para os fins da proteção
mencionada no caput deste artigo, são Seção Única
considerados especialmente vulneráveis a
criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com
Do Atendimento Prioritário
deficiência.

Art. 6o  A deficiência não afeta a plena Art. 9o  A pessoa com deficiência tem direito
capacidade civil da pessoa, inclusive para: a receber atendimento prioritário, sobretudo com
a finalidade de:
I ­ casar­se e constituir união estável;
I ­ proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
II ­ exercer direitos sexuais e reprodutivos;
II ­ atendimento em todas as instituições e
III ­ exercer o direito de decidir sobre o serviços de atendimento ao público;
número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento
familiar; III ­ disponibilização de recursos, tanto
humanos quanto tecnológicos, que garantam
atendimento em igualdade de condições com as
IV ­ conservar sua fertilidade, sendo vedada demais pessoas;
a esterilização compulsória;
IV ­ disponibilização de pontos de parada,
V ­ exercer o direito à família e à estações e terminais acessíveis de transporte
convivência familiar e comunitária; e coletivo de passageiros e garantia de segurança
no embarque e no desembarque;
VI ­ exercer o direito à guarda, à tutela, à
curatela e à adoção, como adotante ou adotando, V ­ acesso a informações e disponibilização
em igualdade de oportunidades com as demais de recursos de comunicação acessíveis;
pessoas.

191
VI ­ recebimento de restituição de imposto § 2o  A pesquisa científica envolvendo
de renda; pessoa com deficiência em situação de tutela ou
de curatela deve ser realizada, em caráter
VII ­ tramitação processual e procedimentos excepcional, apenas quando houver indícios de
judiciais e administrativos em que for parte ou benefício direto para sua saúde ou para a saúde
interessada, em todos os atos e diligências. de outras pessoas com deficiência e desde que
não haja outra opção de pesquisa de eficácia
comparável com participantes não tutelados ou
§ 1o  Os direitos previstos neste artigo são
curatelados.
extensivos ao acompanhante da pessoa com
deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto
quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste Art. 13.  A pessoa com deficiência somente será
artigo. atendida sem seu consentimento prévio, livre e
esclarecido em casos de risco de morte e de
§ 2o  Nos serviços de emergência públicos emergência em saúde, resguardado seu superior
e privados, a prioridade conferida por esta Lei é interesse e adotadas as salvaguardas legais
condicionada aos protocolos de atendimento cabíveis.  CAPÍTULO VI
médico.
DO DIREITO AO TRABALHO
TÍTULO II
Seção I
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Disposições Gerais
CAPÍTULO I
Art. 34.  A pessoa com deficiência tem
DO DIREITO À VIDA direito ao trabalho de sua livre escolha e
aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em
igualdade de oportunidades com as demais
Art. 10.  Compete ao poder público garantir pessoas.
a dignidade da pessoa com deficiência ao longo
de toda a vida. 
§ 1o  As pessoas jurídicas de direito público,
privado ou de qualquer natureza são obrigadas a
Parágrafo único.  Em situações de risco, garantir ambientes de trabalho acessíveis e
emergência ou estado de calamidade pública, a inclusivos.
pessoa com deficiência será considerada
vulnerável, devendo o poder público adotar
medidas para sua proteção e segurança. § 2o  A pessoa com deficiência tem direito,
em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, a condições justas e favoráveis de
Art. 11.  A pessoa com deficiência não trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho
poderá ser obrigada a se submeter a intervenção de igual valor.
clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
institucionalização forçada.
§ 3o  É vedada restrição ao trabalho da
pessoa com deficiência e qualquer discriminação
Parágrafo único.  O consentimento da em razão de sua condição, inclusive nas etapas
pessoa com deficiência em situação de curatela de recrutamento, seleção, contratação, admissão,
poderá ser suprido, na forma da lei. exames admissional e periódico, permanência no
emprego, ascensão profissional e reabilitação
Art. 12.  O consentimento prévio, livre e profissional, bem como exigência de aptidão
esclarecido da pessoa com deficiência é plena.
indispensável para a realização de tratamento,
procedimento, hospitalização e pesquisa § 4o  A pessoa com deficiência tem direito à
científica. participação e ao acesso a cursos, treinamentos,
educação continuada, planos de carreira,
§ 1o  Em caso de pessoa com deficiência promoções, bonificações e incentivos
em situação de curatela, deve ser assegurada profissionais oferecidos pelo empregador, em
sua participação, no maior grau possível, para a igualdade de oportunidades com os demais
obtenção de consentimento. empregados.

192
§ 5o  É garantida aos trabalhadores com profissional deverão ser oferecidos em ambientes
deficiência acessibilidade em cursos de formação acessíveis e inclusivos.
e de capacitação.
§ 5o  A habilitação profissional e a
Art. 35.  É finalidade primordial das políticas reabilitação profissional devem ocorrer articuladas
públicas de trabalho e emprego promover e com as redes públicas e privadas, especialmente
garantir condições de acesso e de permanência de saúde, de ensino e de assistência social, em
da pessoa com deficiência no campo de trabalho. todos os níveis e modalidades, em entidades de
formação profissional ou diretamente com o
Parágrafo único.  Os programas de estímulo empregador.
ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo,
incluídos o cooperativismo e o associativismo, § 6o  A habilitação profissional pode ocorrer
devem prever a participação da pessoa com em empresas por meio de prévia formalização do
deficiência e a disponibilização de linhas de contrato de emprego da pessoa com deficiência,
crédito, quando necessárias. que será considerada para o cumprimento da
reserva de vagas prevista em lei, desde que por
Seção II tempo determinado e concomitante com a
inclusão profissional na empresa, observado o
disposto em regulamento.
Da Habilitação Profissional e Reabilitação
Profissional
§ 7o  A habilitação profissional e a
reabilitação profissional atenderão à pessoa com
Art. 36.  O poder público deve implementar deficiência.
serviços e programas completos de habilitação
profissional e de reabilitação profissional para que
a pessoa com deficiência possa ingressar, Seção III
continuar ou retornar ao campo do trabalho,
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no
interesse. Trabalho

§ 1o  Equipe multidisciplinar indicará, com Art. 37.  Constitui modo de inclusão da


base em critérios previstos no § 1o do art. 2o pessoa com deficiência no trabalho a colocação
desta Lei, programa de habilitação ou de competitiva, em igualdade de oportunidades com
reabilitação que possibilite à pessoa com as demais pessoas, nos termos da legislação
deficiência restaurar sua capacidade e habilidade trabalhista e previdenciária, na qual devem ser
profissional ou adquirir novas capacidades e atendidas as regras de acessibilidade, o
habilidades de trabalho. fornecimento de recursos de tecnologia assistiva
e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
§ 2o  A habilitação profissional corresponde
ao processo destinado a propiciar à pessoa com Parágrafo único.  A colocação competitiva
deficiência aquisição de conhecimentos, da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio
habilidades e aptidões para exercício de profissão de trabalho com apoio, observadas as seguintes
ou de ocupação, permitindo nível suficiente de diretrizes:
desenvolvimento profissional para ingresso no
campo de trabalho. I ­ prioridade no atendimento à pessoa com
deficiência com maior dificuldade de inserção no
§ 3o  Os serviços de habilitação profissional, campo de trabalho;
de reabilitação profissional e de educação
profissional devem ser dotados de recursos II ­ provisão de suportes individualizados
necessários para atender a toda pessoa com que atendam a necessidades específicas da
deficiência, independentemente de sua pessoa com deficiência, inclusive a
característica específica, a fim de que ela possa disponibilização de recursos de tecnologia
ser capacitada para trabalho que lhe seja assistiva, de agente facilitador e de apoio no
adequado e ter perspectivas de obtê­lo, de ambiente de trabalho;
conservá­lo e de nele progredir.
III ­ respeito ao perfil vocacional e ao
§ 4o  Os serviços de habilitação profissional, interesse da pessoa com deficiência apoiada;
de reabilitação profissional e de educação

193
IV ­ oferta de aconselhamento e de apoio o respeito pela diferença e pela aceitação das
aos empregadores, com vistas à definição de pessoas com deficiência como parte da
estratégias de inclusão e de superação de diversidade humana e da humanidade; e) a
barreiras, inclusive atitudinais; igualdade de oportunidades; f) a acessibilidade;
g) a igualdade entre o homem e a mulher; e h)
V ­ realização de avaliações periódicas; o respeito pelo desenvolvimento das
capacidades das crianças com deficiência e
VI ­ articulação intersetorial das políticas pelo direito das crianças com deficiência de
públicas; preservar sua identidade;
CONSIDERANDO a Convenção sobre os
VII ­ possibilidade de participação de
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
organizações da sociedade civil.
Protocolo Facultativo, adotada em 13 de
dezembro de 2006, por meio da Resolução
Art. 38.  A entidade contratada para a
61/106, durante a 61ª sessão da Assembleia
realização de processo seletivo público ou
Geral da Organização das Nações Unidas
privado para cargo, função ou emprego está
obrigada à observância do disposto nesta Lei e (ONU);
em outras normas de acessibilidade vigentes. CONSIDERANDO a ratificação pelo Estado
Brasileiro da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo
Facultativo com equivalência de emenda
Resolução Nº 230 de 22/06/2016 CNJ constitucional, por meio do Decreto Legislativo
nº 186, de 9 de julho de 2008, com a devida
promulgação pelo Decreto nº 6.949, de 25 de
agosto de 2009;
Ementa: Orienta a adequação das atividades CONSIDERANDO que nos termos desse novo
dos órgãos do Poder Judiciário e de seus tratado de direitos humanos a deficiência é um
serviços auxiliares às determinações exaradas conceito em evolução, que resulta da interação
pela Convenção Internacional sobre os Direitos entre pessoas com deficiência e as barreiras
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo relativas às atitudes e ao ambiente que
Facultativo e pela Lei Brasileira de Inclusão da impedem a sua plena e efetiva participação na
Pessoa com Deficiência por meio – entre sociedade em igualdade de oportunidades com
outras medidas – da convolação em resolução as demais pessoas;
a Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009, bem
como da instituição de Comissões CONSIDERANDO que a acessibilidade foi
Permanentes de Acessibilidade e Inclusão. reconhecida na Convenção como princípio e
como direito, sendo também considerada
Origem: Presidência garantia para o pleno e efetivo exercício de
demais direitos;
 
CONSIDERANDO que a Convenção determina
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL
que os Estados Partes devem reafirmar que as
DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições,
pessoas com deficiência têm o direito de ser
CONSIDERANDO que, conforme o art. 5º, reconhecidas em qualquer lugar como pessoas
caput, da Constituição de 1988, todos são perante a lei e que gozam de capacidade legal
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer em igualdade de condições com as demais
natureza, garantindo-se a inviolabilidade do pessoas em todos os aspectos da vida, sendo
direito à igualdade; que deverão ser tomadas medidas apropriadas
para prover o acesso de pessoas com
CONSIDERANDO os princípios gerais deficiência ao apoio que necessitarem no
estabelecidos pelo art. 3º da aludida exercício de sua capacidade legal;
Convenção Internacional sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, quais sejam: a) o CONSIDERANDO que os artigos 3º e 5º da
respeito pela dignidade inerente, a autonomia Constituição Federal de 1988 têm a igualdade
individual, inclusive a liberdade de fazer as como princípio e a promoção do bem de todos,
próprias escolhas, e a independência das sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
pessoas; b) a não discriminação; c) a plena e idade e quaisquer outras formas de
efetiva participação e inclusão na sociedade; d) discriminação, como um objetivo fundamental

194
da República Federativa do Brasil, do que CONSIDERANDO a necessidade de
decorre a necessidade de promoção e proteção aperfeiçoamento da Recomendação CNJ
dos direitos humanos de todas as pessoas, 27/2009 pelo advento da Lei 13.146/2015 (Lei
com e sem deficiência, em igualdade de Brasileira de Inclusão);
condições;
CONSIDERANDO a ratificação unânime da
CONSIDERANDO o disposto na Lei nº 7.853, medida liminar concedida nos autos dos
de 24 de outubro de 1989, Decreto nº 3.298, de Pedidos de Providências 0004258-
21 de dezembro de 1999, Lei nº 10.048, de 08 58.2015.2.00.0000 e 0004756-
de novembro de 2000, Lei nº 10.098, de 19 de 57.2015.2.00.0000, pelo Plenário do Conselho
dezembro de 2000, e no Decreto nº 5.296, de 2 Nacional de Justiça;
de dezembro de 2004, que estabelecem
normas gerais e critérios básicos para a CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do
promoção da acessibilidade das pessoas com CNJ no Procedimento de Comissão 006029-
deficiência ou mobilidade reduzida, mediante a 71.2015.2.00.0000, na 232ª Sessão Ordinária,
supressão de barreiras e de obstáculos nas realizada em 31 de maio de 2016;
vias, espaços e serviços públicos, no mobiliário  
urbano, na construção e reforma de edifícios e
nos meios de transporte e de comunicação, RESOLVE:
com prazos determinados para seu
 
cumprimento e implementação;
CAPÍTULO I
CONSIDERANDO que ao Poder Público e seus
órgãos cabe assegurar às pessoas com DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
deficiência o pleno exercício de seus direitos,
inclusive o direito ao trabalho, e de outros que,   
decorrentes da Constituição e das leis, Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação
propiciem seu bem-estar pessoal, social e das atividades dos órgãos do Poder Judiciário
econômico, cabendo aos órgãos e entidades e de seus serviços auxiliares em relação às
da administração direta e indireta dispensar, no determinações exaradas pela Convenção
âmbito de sua competência e finalidade, aos Internacional sobre os Direitos das Pessoas
assuntos objetos desta Resolução, tratamento com Deficiência e seu Protocolo Facultativo
prioritário e adequado, tendente a viabilizar, (promulgada por meio do Decreto nº
sem prejuízo de outras, medidas que visem 6.949/2009) e pela Lei Brasileira de Inclusão da
garantir o acesso aos serviços concernentes, o Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).
empenho quanto ao surgimento e à
manutenção de empregos e a promoção de Parágrafo único. Para tanto, entre outras
ações eficazes que propiciem a inclusão e a medidas, convola-se, em resolução, a
adequada ambientação, nos locais de trabalho, Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009, bem
de pessoas com deficiência; como institui-se as Comissões Permanentes de
Acessibilidade e Inclusão.
CONSIDERANDO que a efetiva prestação de
serviços públicos e de interesse público Art. 2º Para fins de aplicação desta Resolução,
depende, no caso das pessoas com consideram-se:
deficiência, da implementação de medidas que
assegurem a ampla e irrestrita acessibilidade I - “discriminação por motivo de deficiência”
física, arquitetônica, comunicacional e significa qualquer diferenciação, exclusão ou
atitudinal; restrição, por ação ou omissão, baseada em
deficiência, com o propósito ou efeito de
CONSIDERANDO que a Administração Pública impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o
tem papel preponderante na criação de novos desfrute ou o exercício, em igualdade de
padrões de consumo e produção e na oportunidades com as demais pessoas, de
construção de uma sociedade mais inclusiva, direitos humanos e liberdades fundamentais
razão pela qual detém a capacidade e o dever nos âmbitos político, econômico, social,
de potencializar, estimular e multiplicar a cultural, civil ou qualquer outro, incluindo a
utilização de recursos e tecnologias assistivas recusa de adaptações razoáveis e de
com vistas à garantia plena da acessibilidade e fornecimento de tecnologias assistivas;
a inclusão das pessoas com deficiência;

195
II - “acessibilidade” significa possibilidade e V - “desenho universal” significa a concepção
condição de alcance para utilização, com de produtos, ambientes, programas e serviços
segurança e autonomia, de espaços, a serem usados, na maior medida possível, por
mobiliários, equipamentos urbanos, todas as pessoas, sem necessidade de
edificações, transportes, informação e adaptação ou projeto específico. O “desenho
comunicação, inclusive seus sistemas e universal” não excluirá as ajudas técnicas para
tecnologias, bem como de outros serviços e grupos específicos de pessoas com deficiência,
instalações abertos ao público, de uso público quando necessárias;
ou privados de uso coletivo, tanto na zona
urbana como na rural, por pessoa com VI - “tecnologia assistiva” (ou “ajuda técnica”)
deficiência ou com mobilidade reduzida; significa produtos, equipamentos, dispositivos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas e
III - “barreiras” significa qualquer entrave, serviços que objetivem promover a
obstáculo, atitude ou comportamento que limite funcionalidade, relacionada à atividade e
ou impeça a participação social da pessoa, à participação da pessoa com deficiência ou
bem como o gozo, a fruição e o exercício de com mobilidade reduzida, visando à sua
seus direitos à acessibilidade, à liberdade de autonomia, independência, qualidade de vida e
movimento e de expressão, à comunicação, ao inclusão social;
acesso à informação, à compreensão,
à circulação com segurança, entre outros, VII - “comunicação” significa forma de interação
classificadas em: dos cidadãos que abrange, entre outras
opções, as línguas, inclusive a Língua
a) “barreiras urbanísticas”: as existentes nas Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de
vias e nos espaços públicos e privados abertos textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
ao público ou de uso coletivo; comunicação tátil, os caracteres ampliados, os
dispositivos multimídia, assim como a
b) “barreiras arquitetônicas”: as existentes nos linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
edifícios públicos e privados; auditivos e os meios de voz digitalizados e os
c) “barreiras nos transportes”: as existentes nos modos, meios e formatos aumentativos e
sistemas e meios de transportes; alternativos de comunicação, incluindo as
tecnologias da informação e das
d) “barreiras nas comunicações e na comunicações;
informação”: qualquer entrave, obstáculo,
atitude ou comportamento que dificulte ou VIII - “atendente pessoal” significa pessoa,
impossibilite a expressão ou o recebimento de membro ou não da família, que, com ou sem
mensagens e de informações por intermédio de remuneração, assiste ou presta cuidados
sistemas de comunicação e de tecnologia da básicos e essenciais à pessoa com deficiência
informação; no exercício de suas atividades diárias,
excluídas as técnicas ou os procedimentos
e) “barreiras atitudinais”: atitudes ou identificados com profissões legalmente
comportamentos que impeçam ou prejudiquem estabelecidas; e
a participação social da pessoa com deficiência
em igualdade de condições e oportunidades IX - “acompanhante” significa aquele que
com as demais pessoas; e acompanha a pessoa com deficiência, podendo
ou não desempenhar as funções de atendente
f) “barreiras tecnológicas”: as que dificultam ou pessoal.
impedem o acesso da pessoa com deficiência
às tecnologias.  

IV - “adaptação razoável” significa as CAPÍTULO II


modificações e os ajustes necessários e DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS A
adequados que não acarretem ônus TODAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
desproporcional ou indevido, quando
requeridos em cada caso, a fim de assegurar Seção I
que as pessoas com deficiência possam gozar
ou exercer, em igualdade de oportunidades Da Igualdade e suas Implicações
com as demais pessoas, todos os direitos Subseção I
humanos e liberdades fundamentais;
Da Igualdade e da Inclusão

196
  capacitados para o uso e interpretação da
Libras.
Art. 3º A fim de promover a igualdade, adotar-
se-ão, com urgência, medidas apropriadas para § 3º As edificações públicas já existentes
eliminar e prevenir quaisquer barreiras devem garantir acessibilidade à pessoa com
urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, deficiência em todas as suas dependências e
nas comunicações e na informação, atitudinais serviços, tendo como referência as normas de
ou tecnológicas, devendo-se garantir às acessibilidade vigentes.
pessoas com deficiência – servidores,
serventuários extrajudiciais, terceirizados ou § 4º A construção, a reforma, a ampliação ou a
não – quantas adaptações razoáveis ou mudança de uso de edificações deverão ser
mesmo tecnologias assistivas sejam executadas de modo a serem acessíveis.
necessárias para assegurar acessibilidade § 5º A formulação, a implementação e a
plena, coibindo qualquer forma de manutenção das ações de acessibilidade
discriminação por motivo de deficiência. atenderão às seguintes premissas básicas:
  I - eleição de prioridades, elaboração de
Subseção II cronograma e reserva de recursos para
implementação das ações; e
Da Acessibilidade com Segurança e Autonomia
II - planejamento contínuo e articulado entre os
  setores envolvidos.
Art. 4º Para promover a acessibilidade dos § 6º Para atender aos usuários externos que
usuários do Poder Judiciário e dos seus tenham deficiência, dever-se-á reservar, nas
serviços auxiliares que tenham deficiência, a áreas de estacionamento abertas ao público,
qual não ocorre sem segurança ou sem vagas próximas aos acessos de circulação de
autonomia, dever-se-á, entre outras atividades, pedestres, devidamente sinalizadas, para
promover: veículos que transportem pessoas com
deficiência e com comprometimento de
I - atendimento ao público – pessoal, por mobilidade, desde que devidamente
telefone ou por qualquer meio eletrônico – que identificados, em percentual equivalente a 2%
seja adequado a esses usuários, inclusive (dois por cento) do total, garantida, no mínimo,
aceitando e facilitando, em trâmites oficiais, o 1 (uma) vaga.
uso de línguas de sinais, braille, comunicação
aumentativa e alternativa, e de todos os demais § 7º Mesmo se todas as vagas disponíveis
meios, modos e formatos acessíveis de estiverem ocupadas, a Administração deverá
comunicação, à escolha das pessoas com agir com o máximo de empenho para, na
deficiência; medida do possível, facilitar o acesso do
usuário com deficiência às suas dependências,
II - adaptações arquitetônicas que permitam a ainda que, para tanto, seja necessário dar
livre e autônoma movimentação desses acesso a vaga destinada ao público interno do
usuários, tais como rampas, elevadores e órgão.
vagas de estacionamento próximas aos locais
de atendimento; e Art. 5º É proibido ao Poder Judiciário e seus
serviços auxiliares impor ao usuário com
III - acesso facilitado para a circulação de deficiência custo anormal, direto ou indireto,
transporte público nos locais mais próximos para o amplo acesso a serviço público
possíveis aos postos de atendimento. oferecido.
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com Art. 6º Todos os procedimentos licitatórios do
deficiência em todo o processo judicial, o poder Poder Judiciário deverão se ater para produtos
público deve capacitar os membros, os acessíveis às pessoas com deficiência, sejam
servidores e terceirizados que atuam no Poder servidores ou não.
Judiciário quanto aos direitos da pessoa com
deficiência. § 1º O desenho universal sera# sempre tomado
como regra de caráter geral.
§ 2º Cada órgão do Poder Judiciário deverá
dispor de, pelo menos, cinco por cento de § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente
servidores, funcionários e terceirizados o desenho universal não possa ser

197
empreendido, deve ser adotada adaptação participação de magistrados e servidores, com
razoável. e sem deficiência, objetivando que essas
Comissões fiscalizem, planejem, elaborem e
Art. 7º Os órgãos do Poder Judiciário deverão, acompanhem os projetos arquitetônicos de
com urgência, proporcionar aos seus usuários acessibilidade e projetos “pedagógicos” de
processo eletrônico adequado e acessível a treinamento e capacitação dos profissionais e
todos os tipos de deficiência, inclusive às funcionários que trabalhem com as pessoas
pessoas que tenham deficiência visual, auditiva com deficiência, com fixação de metas anuais,
ou da fala. direcionados à promoção da acessibilidade
§ 1º Devem ser oferecidos todos os recursos para pessoas com deficiência, tais quais as
de tecnologia assistiva disponíveis para que a descritas a seguir:
pessoa com deficiência tenha garantido o I – construção e/ou reforma para garantir
acesso à justiça, sempre que figure em um dos acessibilidade para pessoas com termos da
polos da ação ou atue como testemunha, normativa técnica em vigor (ABNT 9050),
partícipe da lide posta em juízo, advogado, inclusive construção de rampas, adequação de
defensor público, magistrado ou membro do sanitários, instalação de elevadores, reserva de
Ministério Público. vagas em estacionamento, instalação de piso
§ 2º A pessoa com deficiência tem garantido o tátil direcional e de alerta, sinalização sonora
acesso ao conteúdo de todos os atos para pessoas com deficiência visual, bem como
processuais de seu interesse, inclusive no sinalizações visuais acessíveis a pessoas com
exercício da advocacia. deficiência auditiva, pessoas com baixa visão e
pessoas com deficiência intelectual, adaptação
Art. 8º Os serviços notariais e de registro não de mobiliário (incluindo púlpitos), portas e
podem negar ou criar óbices ou condições corredores em todas as dependências e em
diferenciadas à prestação de seus serviços em toda a extensão (Tribunais, Fóruns, Juizados
razão de deficiência do solicitante, devendo Especiais etc);
reconhecer sua capacidade legal plena,
garantida a acessibilidade. II – locação de imóveis, aquisição ou
construções novas somente deverão ser feitas
Parágrafo único. O descumprimento do se com acessibilidade;
disposto no caput deste artigo constitui
discriminação em razão de deficiência. III – permissão de entrada e permanência de
cães-guias em todas as dependências dos
Art. 9º Os Tribunais relacionados nos incisos II edifícios e sua extensão;
a VII do art. 92 da Constituição Federal de
1988 e os serviços auxiliares do Poder IV – habilitação de servidores em cursos
Judiciário devem adotar medidas para a oficiais de Linguagem Brasileira de Sinais,
remoção de barreiras físicas, tecnológicas, custeados pela Administração, formados por
arquitetônicas, de comunicação e atitudinais professores oriundos de instituições
para promover o amplo e irrestrito acesso de oficialmente reconhecidas no ensino de
pessoas com deficiência às suas respectivas Linguagem Brasileira de Sinais para ministrar
carreiras e dependências e o efetivo gozo dos os cursos internos, a fim de assegurar que as
serviços que prestam, promovendo a secretarias e cartórios das Varas e Tribunais
conscientização de servidores e jurisdicionados disponibilizem pessoal capacitado a atender
sobre a importância da acessibilidade para surdos, prestando-lhes informações em
garantir o pleno exercício de direitos. Linguagem Brasileira de Sinais;

  V – nomeação de tradutor e intérprete de


Linguagem Brasileira de Sinais, sempre que
Subseção III figurar no processo pessoa com deficiência
auditiva, escolhido dentre aqueles devidamente
Das Comissões Permanentes de
habilitados e aprovados em curso oficial de
Acessibilidade e Inclusão
tradução e interpretação de Linguagem
  Brasileira de Sinais ou detentores do certificado
de proficiência em Linguagem Brasileira de
Art. 10. Serão instituídas por cada Tribunal, no Sinais – PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do
prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, Decreto 5.626/2005, o qual deverá prestar
Comissões Permanentes de Acessibilidade e compromisso e, em qualquer hipótese, será
Inclusão, com caráter multidisciplinar, com

198
custeado pela administração dos órgãos do como, com altura compatível para usuários de
Judiciário; cadeira de rodas.
VI – sendo a pessoa com deficiência auditiva Art. 11. Os órgãos do Poder Judiciário
partícipe do processo oralizado e se assim o relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da
preferir, o Juiz deverá com ela se comunicar Constituição Federal de 1988 devem criar
por anotações escritas ou por meios unidades administrativas específicas,
eletrônicos, o que inclui a legenda em tempo diretamente vinculadas à Presidência de cada
real, bem como adotar medidas que viabilizem órgão, responsáveis pela implementação das
a leitura labial; ações da respectiva Comissão Permanente de
Acessibilidade e Inclusão.
VII – nomeação ou permissão de utilização de
guia-intérprete, sempre que figurar no processo Art. 12. É indispensável parecer da Comissão
pessoa com deficiência auditiva e visual, o qual Permanente de Acessibilidade e Inclusão em
deverá prestar compromisso e, em qualquer questões relacionadas aos direitos das
hipótese, será custeado pela administração dos pessoas com deficiência e nos demais
órgãos do Judiciário; assuntos conexos à acessibilidade e inclusão
no âmbito dos Tribunais.
VIII – registro da audiência, caso o Juiz
entenda necessário, por filmagem de todos os Art. 13. Os prazos e as eventuais despesas
atos nela praticados, sempre que presente decorrentes da implementação desta
pessoa com deficiência auditiva; Resolução serão definidos pelos tribunais,
ouvida a respectiva Comissão Permanente de
IX – aquisição de impressora em Braille, Acessibilidade e o órgão interno responsável
produção e manutenção do material de pela elaboração do Planejamento Estratégico,
comunicação acessível, especialmente o com vistas à sua efetiva implementação.
website, que deverá ser compatível com a
maioria dos softwares livres e gratuitos de  
leitura de tela das pessoas com deficiência
visual; Seção II

X – inclusão, em todos os editais de concursos Da não Discriminação


públicos, da previsão constitucional de reserva  
de cargos para pessoas com deficiência,
inclusive nos que tratam do ingresso na Art. 14. É proibida qualquer forma de
magistratura (CF, art. 37, VIII); discriminação por motivo de deficiência,
devendo-se garantir a#s pessoas com
XI – anotação na capa dos autos da prioridade deficiência – servidores, serventuários
concedida à tramitação de processos extrajudiciais, terceirizados ou não – igual e
administrativos cuja parte seja uma pessoa efetiva proteção legal contra a discriminação
com deficiência e de processos judiciais se por qualquer motivo.
tiver idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, nos  
termos da Lei n. 12.008, de 06 de agosto de
Seção III
2009;
Da Proteção da Integridade Física e Psíquica
XII – realização de oficinas de conscientização
de servidores e magistrados sobre os direitos  
das pessoas com deficiência;
Art. 15. Toda pessoa com deficiência –
XIII – utilização de intérprete de Linguagem servidor, serventuário extrajudicial, terceirizado
Brasileira de Sinais, legenda, audiodescrição e ou não – tem o direito a que sua integridade
comunicação em linguagem acessível em física e mental seja respeitada, em igualdade
todas as manifestações públicas, dentre elas de condições com as demais pessoas.
propagandas, pronunciamentos oficiais, vídeos
educativos, eventos e reuniões; Art. 16. A pessoa com deficiência tem direito a
receber atendimento prioritário, sobretudo com
XIV – disponibilização de equipamentos de a finalidade de:
autoatendimento para consulta processual
acessíveis, com sistema de voz ou de leitura de I - proteção e socorro em quaisquer
tela para pessoas com deficiência visual, bem circunstâncias;

199
II - atendimento em todos os serviços de Da Inclusão de Pessoa com Deficiência no
atendimento ao público; Serviço Público
III - disponibilização de recursos, tanto  
humanos quanto tecnológicos, que garantam
atendimento em igualdade de condições com Art. 19. Os editais de concursos públicos para
as demais pessoas; ingresso nos quadros do Poder Judiciário e de
seus serviços auxiliares deverão prever, nos
IV - acesso a informações e disponibilização de objetos de avaliação, disciplina que abarque os
recursos de comunicação acessíveis; direitos das pessoas com deficiência.
V - tramitação processual e procedimentos Art. 20. Imediatamente após a posse de
judiciais e administrativos em que for parte ou servidor, serventuário extrajudicial ou
interessada, em todos os atos e diligências. contratação de terceirizado com deficiência,
dever-se-á informar a ele de forma detalhada
Parágrafo único. Os direitos previstos neste sobre seus direitos e sobre a existência desta
artigo são extensivos ao acompanhante da Resolução.
pessoa com deficiência ou ao seu atendente
pessoal, exceto quanto ao disposto no inciso V Art. 21. Cada órgão do Poder Judiciário deverá
deste artigo. manter um cadastro dos servidores,
serventuários extrajudiciais e terceirizados com
  deficiência que trabalham no seu quadro.
CAPÍTULO III § 1º Esse cadastro deve especificar as
DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS AOS deficiências e as necessidades particulares de
SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA cada servidor, terceirizado ou serventuário
extrajudicial.
Seção I
§ 2º A atualização do cadastro deve ser
Da Aplicabilidade dos Capítulos Anteriores permanente, devendo ocorrer uma revisão
detalhada uma vez por ano.
 
§ 3º Na revisão anual, cada um dos servidores,
Art. 17. Aplicam-se aos servidores, aos
serventuários extrajudiciais ou terceirizado com
serventuários extrajudiciais e aos terceirizados
deficiência deverá ser pessoalmente
com deficiência, no que couber, todas as
questionado sobre a existência de possíveis
disposições previstas nos Capítulos anteriores
sugestões ou adaptações referentes à sua
desta Resolução.
plena inclusão no ambiente de trabalho.
 
§ 4º Para cada sugestão dada, deverá haver
Seção II uma resposta formal do Poder Judiciário em
prazo razoável.
Da Avaliação
Art. 22. Constitui modo de inclusão da pessoa
  com deficiência no trabalho a colocação
Art. 18. A avaliação da deficiência, quando competitiva, em igualdade de oportunidades
necessária, será biopsicossocial, realizada por com as demais pessoas, nos termos da
equipe multiprofissional e interdisciplinar e legislação trabalhista e previdenciária, na qual
considerará: devem ser atendidas as regras de
acessibilidade, o fornecimento de recursos de
I - os impedimentos nas funções e nas tecnologia assistiva e a adaptação razoável no
estruturas do corpo; ambiente de trabalho.
II - os fatores socioambientais, psicológicos e Parágrafo único. A colocação competitiva da
pessoais; pessoa com deficiência pode ocorrer por meio
de trabalho com apoio, observadas as
III - a limitação no desempenho de atividades; e seguintes diretrizes:
IV - a restrição de participação. I - prioridade no atendimento à pessoa com
  deficiência com maior dificuldade de inserção
no campo de trabalho;
Seção III

200
II - provisão de suportes individualizados que tecnologia assistiva que maximizem sua
atendam a necessidades específicas da autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de
pessoa com deficiência, inclusive a vida.
disponibilização de recursos de tecnologia
assistiva, de agente facilitador e de apoio no Art. 25. Se houver qualquer tipo de
ambiente de trabalho; estacionamento interno, será garantido ao
servidor com deficiência que possua
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse comprometimento de mobilidade vaga no local
da pessoa com deficiência apoiada; mais próximo ao seu local de trabalho.
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos § 1º O percentual aplicável aos
empregadores, com vistas à definição de estacionamentos externos a que se referem o
estratégias de inclusão e de superação de art. 4º, § 6º, desta Resolução e o art. 47 da Lei
barreiras, inclusive atitudinais; 13.146/2015 não é aplicável ao estacionamento
interno do órgão, devendo-se garantir vaga no
V - realização de avaliações periódicas; estacionamento interno a cada servidor com
VI - articulação intersetorial das políticas mobilidade comprometida.
públicas; e § 2º O caminho existente entre a vaga do
VII - possibilidade de participação de estacionamento interno e o local de trabalho do
organizações da sociedade civil. servidor com mobilidade comprometida não
deve conter qualquer tipo de barreira que
Art. 23. A pessoa com deficiência tem direito ao impossibilite ou mesmo dificulte o seu acesso.
trabalho de sua livre escolha e aceitação, em
ambiente acessível e inclusivo, em igualdade Art. 26. Se o órgão possibilitar aos seus
de oportunidades com as demais pessoas. servidores a realização de trabalho por meio do
sistema “home office”, dever-se-á dar
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário são prioridade aos servidores com mobilidade
obrigados a garantir ambientes de trabalho comprometida que manifestem interesse na
acessíveis e inclusivos. utilização desse sistema.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em § 1º A Administração não poderá obrigar o
igualdade de oportunidades com as demais servidor com mobilidade comprometida a
pessoas, a condições justas e favoráveis de utilizar o sistema “home office”, mesmo diante
trabalho, incluindo igual remuneração por da existência de muitos custos para a
trabalho de igual valor. promoção da acessibilidade do servidor em seu
local de trabalho.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa
com deficiência e qualquer discriminação em § 2º Os custos inerentes à adaptação do
razão de sua condição, inclusive nas etapas de servidor com deficiência ao sistema “home
recrutamento, seleção, contratação, admissão, office” deverão ser suportados exclusivamente
exames admissional e periódico, permanência pela Administração.
no emprego, ascensão profissional e
reabilitação profissional, bem como exigência Art. 27. Ao servidor ou terceirizado com
de aptidão plena. deficiência é garantida adaptação ergonômica
da sua estação de trabalho.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito
à participação e ao acesso a cursos, Art. 28. Se houver serviço de saúde no órgão,
treinamentos, educação continuada, planos de aos servidores com deficiência será garantido
carreira, promoções, bonificações e incentivos atendimento compatível com as suas
profissionais oferecidos pelo empregador, em deficiências.
igualdade de oportunidades com os demais  
empregados.
Seção IV
§ 5º É garantida aos trabalhadores com
deficiência acessibilidade em cursos de Do Horário Especial
formação e de capacitação.
 
Art. 24. É garantido à pessoa com deficiência
acesso a produtos, recursos, estratégias, Art. 29. A concessão de horário especial
práticas, processos, métodos e serviços de conforme o art. 98, § 2º, da Lei 8.112/1990 a

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servidor com deficiência não justifica qualquer  
atitude discriminatória.
Art. 32. A concessão de horário especial
§ 1º Admitindo-se a possibilidade de conforme o art. 98, § 3º, da Lei 8.112/1990 a
acumulação de banco de horas pelos demais servidor que tenha cônjuge, filho ou
servidores do órgão, também deverá ser dependente com deficiência não justifica
admitida a mesma possibilidade em relação ao qualquer atitude discriminatória.
servidor com horário especial, mas de modo
proporcional. § 1º Admitindo-se a possibilidade de
acumulação de banco de horas pelos demais
§ 2º Ao servidor a quem se tenha concedido servidores do órgão, também deverá ser
horário especial não poderá ser negado ou admitida a mesma possibilidade em relação ao
dificultado, colocando-o em situação de servidor com horário especial, em igualdade de
desigualdade com os demais servidores, o condições com os demais.
exercício de função de confiança ou de cargo
em comissão. § 2º Ao servidor a quem se tenha concedido
horário especial não poderá ser negado ou
§ 3º O servidor com horário especial não será dificultado, colocando-o em situação de
obrigado a realizar, conforme o interesse da desigualdade com os demais servidores, o
Administração, horas extras, se essa extensão exercício de função de confiança ou de cargo
da sua jornada de trabalho puder ocasionar em comissão.
qualquer dano à sua saúde.
§ 3º O servidor com horário especial não será
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, obrigado a realizar, conforme o interesse da
determinar a diminuição da jornada de trabalho Administração, horas extras, se essa extensão
dos seus servidores, ainda que por curto da sua jornada de trabalho puder ocasionar
período, esse mesmo benefício deverá ser qualquer dano relacionado ao seu cônjuge,
aproveitado de forma proporcional pelo servidor filho ou dependente com deficiência.
a quem tenha sido concedido horário especial.
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade,
  determinar a diminuição da jornada de trabalho
dos seus servidores, ainda que por curto
CAPÍTULO IV período, esse mesmo benefício deverá ser
DAS DISPOSIÇÕES RELACIONADAS AOS aproveitado pelo servidor a quem tenha sido
SERVIDORES QUE TENHAM CÔNJUGE, concedido horário especial.
FILHO OU DEPENDENTE COM DEFICIÊNCIA  
Seção I CAPÍTULO V
Da Facilitação dos Cuidados DISPOSIÇÕES FINAIS
   
Art. 30. Se o órgão possibilitar aos seus Art. 33. Incorre em pena de advertência o
servidores a realização de trabalho por meio do servidor, terceirizado ou o serventuário
sistema “home office”, dever-se-á dar extrajudicial que:
prioridade aos servidores que tenham cônjuge,
filho ou dependente com deficiência e que I - conquanto possua atribuições relacionadas a
manifestem interesse na utilização desse possível eliminação e prevenção de quaisquer
sistema. barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos
transportes, nas comunicações e na
Art. 31. Se houver serviço de saúde no órgão, informação, atitudinais ou tecnológicas, não se
ao cônjuge, filho ou dependente com empenhe, com a máxima celeridade possível,
deficiência de servidor será garantido para a supressão e prevenção dessas
atendimento compatível com as suas barreiras;
deficiências.
II - embora possua atribuições relacionadas
  à promoção de adaptações razoáveis ou ao
Seção II oferecimento de tecnologias assistivas
necessárias à acessibilidade de pessoa com
Do Horário Especial deficiência – servidor, serventuário extrajudicial

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ou não –, não se empenhe, com a máxima extrajudicial é indiferente para fins de aplicação
celeridade possível, para estabelecer a da advertência.
condição de acessibilidade;
§ 3º Em razão da prioridade na tramitação dos
III - no exercício das suas atribuições, tenha processos administrativos destinados
qualquer outra espécie de atitude à inclusão e à não discriminação de pessoa
discriminatória por motivo de deficiência ou com deficiência, a grande quantidade de
descumpra qualquer dos termos desta processos a serem concluídos não justifica o
Resolução. afastamento de advertência pelo
descumprimento dos deveres descritos neste
§ 1º Também incorrerá em pena de advertência artigo.
o servidor ou o serventuário extrajudicial que,
tendo conhecimento do descumprimento de um § 4º As práticas anteriores da Administração
dos incisos do caput deste artigo, deixar de Pública não justificam o afastamento de
comunicá-lo à autoridade competente, para que advertência pelo descumprimento dos deveres
esta promova a apuração do fato. descritos neste artigo.
§ 2º O fato de a conduta ter ocorrido em face Art. 34. Esta Resolução entra em vigor na data
de usuário ou contra servidor do mesmo da sua publicação.
quadro, terceirizado ou serventuário

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