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Foram elaborados pela aluna Francisca Ribeiro, tendo por base as aulas e documentos
disponibilizados pela docente Juliana Coutinho. Salienta-se que estes apontamentos são
apenas complementos de estudo, não sendo dispensada, por isso, a leitura das obras
obrigatórias e a presença nas aulas.
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Índice:
Discricionariedade .............................................................................................................9
Pergunta 1 e 2...............................................................................................................40
Pergunta 3 ....................................................................................................................42
Pergunta 4 ....................................................................................................................43
Pergunta 5 ....................................................................................................................43
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Pergunta 6 ....................................................................................................................44
Pergunta 7 ....................................................................................................................44
Pergunta 8 ....................................................................................................................45
Pergunta 9 ....................................................................................................................45
Pergunta 10 ..................................................................................................................46
Pergunta 11 ..................................................................................................................46
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Aula 06.10
Informações relevantes:
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40%. Se o Estado tivesse mais capital social do que o município, esta já seria uma empresa
pública.
I. E.P.E. – Entidades Públicas Empresariais, uma empresa que constitua esta forma,
é uma pessoa coletiva pública, como por exemplo, o Hospital de São João.
II. S.A. – Sociedade Anónima, são pessoas coletivas privadas sob influência pública
dominante.
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de pessoas coletivas privadas as concessionárias (como a BRISA), ou os IPSS
(Instituições Particulares de Solidariedade Social, não se podem qualificar como fins de
interesse público, mas têm fins relevantes para a prossecução de fins de interesses
públicos, e também possuem regimes específicos).
Para além dos sujeitos que a integram, é relevante perceber no que se traduz a atividade
da administração pública. A administração pública, em sentido material, traduz-se, para
além da atividade administrativa, na prática de:
I. Atos Jurídicos – são atos que produzem efeitos jurídicos. Podemos agrupá-los em
três categorias fundamentais, mas que não esgotam os atos jurídicos, ou seja, são as
três categorias principais, mas não são as únicas:
a. Ato Administrativo – ato concreto, a produção dos seus efeitos jurídicos
acontece em situações individuais e concretas. O seu regimento está explicito no
CPA. Alguns exemplos são a decisão dos SASUP quanto ao requerimento da
bolsa de estudos; uma licença de construção; uma contraordenação estradal.
b. Regulamento Administrativo – normas gerais e abstratas, emanadas no
exercício da função administrativa.
c. Contrato Administrativo – negócios jurídicos com, pelo menos, dois sujeitos,
em que pelo menos um dele é contraente (não é necessário ser uma pessoa
coletiva pública, pode ser uma pessoa coletiva privada com influência pública
dominante), e é regido por normas de Direito Administrativo. Essas normas de
DA podem ser as que estão regidas no Código dos Contratos Públicos ou não,
dependendo do contrato. São exemplos de contratos administrativos os contratos
de trabalho dos funcionários públicos.
II. Atos Não Jurídicos – atos que não produzem efeitos jurídicos, apesar de poderem
ser juridicamente relevantes. Um exemplo é uma ordem de demolição que não é
cumprida pelo proprietário do edifício, mas ocorre a operação de demolição – a
operação é um facto não jurídico, embora se funde num ato jurídico anterior, mas
pode ser juridicamente relevante se, no exercício da operação, alguém for atingido
com uma pedra caída do edifício durante a demolição.
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O exercício da função administrativa é controlado pelo exercício da função jurisdicional,
em especial pelos tribunais de função administrativa e fiscal, sobretudo, mas não
exclusivamente. À partida, os litígios que respeitam as relações jurídico administrativas,
ou seja, relações jurídicas que dizem respeito à ordem administrativa, chegam aos
Tribunais Administrativos, mas encontramos um conjunto de situações pontuais que se
reportam a outros tribunais. Este regime está previsto no artigo 212º, nº3 da CRP e no
artigo 4º do Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais (ETAF).
Exemplo: a bolsa de estudo dos SASUP é indeferida, podemos reclamar ao autor do ato
de indeferimento ou ao seu superior hierárquico uma segunda revisão do pedido, e não
recorremos diretamente aos tribunais.
Por outro lado, é possível que a administração pública fiscalize o seu próprio trabalho,
sem intervenção externa, no caso, por exemplo, de um funcionário se aperceber que um
determinado regulamento que costuma aplicar é ilegal.
Também pode existir, ainda, controlo de uma pessoa coletiva pública a outra, através
de dois mecanismos:
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Aula 13.10
Discricionariedade
A diversidade de entidades cria dificuldades no âmbito da aplicação do Direito
Administrativo, obrigando a uma articulação entre critérios orgânicos e subjetivos e entre
critérios materiais e funcionais. Existe uma vinculação total no que diz respeito aos
meios e fins no exercício da atividade administrativa, sem prejuízo da escolha do
legislador lhe fornecer espaço de ação, dependente de uma previsão da lei.
NOTA: o professor Pacheco de Amorim tem uma conceção diferente no que toca a
conceitos indeterminados e discricionariedade.
Quais são as premissas que devemos considerar para decidir entre a aplicação de um
regime de Direito Administrativo ou um regime de Direito Privado?
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empresarial a um regime regra que não seja o regime de Direito Administrativo, porque
existe uma indicação de Direito Constitucional nesse sentido.
Exemplo: a Universidade do Porto é uma pessoa coletiva pública com regime de Direito
privado. O legislador por vezes autoriza a optar pela aplicação de normas de Direito
Administrativa ou normas de Direito privado, não lhe impondo a aplicação, apenas
concedendo essa possibilidade. Estas exceções são, nomeadamente, gestão de recursos
humanos (como a contratação de funcionários) e a gestão financeira e patrimonial.
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Quando falamos de poderes públicos de autoridade falamos da capacidade de
elaborar regulamentos e praticar atos administrativos. Quando a empresa beneficia
de poderes públicos de autoridade para a prática de atos administrativos, é lhe
aplicado o regime de Direito Administrativo, mais concretamente o estabelecido
no Código de Procedimento Administrativo (CPA). Desta forma, se do ato
administrativo praticado resultarem prejuízos geradores de responsabilidade civil
extracontratual, o regime aplicável não é o estabelecido no Código Civil (CC), mas
o da Lei 67/2007, de 31 de dezembro.
1. Fontes internas
• CRP
• Lei em sentido formal – Lei, Decreto-Lei e Decreto Legislativo Regional
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• Regulamentos administrativos – têm competência para os elaborarem, para além
do Estado, os municípios, as freguesias, as autoridades reguladores
independentes, os institutos públicos, as associações publicas e as fundações
públicas
2. Fontes externas
• Direito Internacional Público
• Direito da União Europeia
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No caso de uma norma plurissignificativa, o intérprete, de acordo com este
princípio, é obrigado a escolher o sentido que é mais conforme com o Direito
da União Europeia.
d. Subprincípio da Aplicação Uniforme – as normas de Direito da União Europeia
são aplicadas da mesma forma em todos os Estados membros. Isto consegue-se
através do mecanismo denominado como Reenvio Prejudicial, previsto no
artigo 267º do TFUE. Segundo este critério, no caso da redação das normas não
ser clara, o juiz deve fazer reenvio prejudicial para o TJUE, tendo de aceitar a
decisão tomada por este. Se o juiz estiver obrigado a fazer reenvio prejudicial e
não o fizer, está sujeito a responsabilidade civil extracontratual pelo exercício
da função jurisdicional por erro grosseiro – artigo 13º da Lei 67/2007.
Estes subprincípios não estão presentes em nenhum artigo ou norma concreta, têm
como base jurisprudência do TJUE.
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estes dois sistemas, o que levou a que os diversos critérios de distinção que existiam
inicialmente, como o da organização administrativa, se fossem atenuando e perdendo
relevância, mantendo-se apenas dois. Portanto, atualmente, a distinção entre os dois
sistemas faz-se com base em dois critérios:
Em Portugal existe uma dualidade de jurisdições, pelo que se inseria no sistema francês.
Mas, no que se refere ao privilégio da execução prévia, ele continua como principio geral
ou é exceção?
Para responder a esta questão, consultar: artigo 176º do CPA; artigos 6º e 8º do Decreto-
Lei 4/2015 que aprova o CPA em anexo; artigo 149º do CPA de 1991 – para discussão
na próxima aula.
Aula 27.10
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Em Portugal existe uma dualidade de jurisdições, pelo que se inseria no sistema francês.
Mas, no que se refere ao privilégio da execução prévia, ele continua como principio
geral ou é exceção?
Artigo 176º do CPA -» a menos que se trate de obrigações pecuniárias, casos onde é
sempre possível a execução prévia, ou sem prejuízo de serem invocadas razões de
interesse público. Quando se invoca a necessidade urgente, também se pode executar
coercivamente o ato administrativo.
Artigo 176º
Legalidade da Execução
1. Sem prejuízo do disposto no nº2 do artigo anterior, a satisfação das obrigações e o respeito
por limitações decorrentes de atos administrativos só podem ser impostos coercivamente
pela Administração nos casos e segundo as formas e termos expressamente previstos na lei,
ou em situações de necessidade pública, devidamente fundamentada.
2. A execução coerciva de obrigações pecuniárias é sempre possível, nos termos do artigo 179º.
Nos demais casos, a norma remete para outras leis e, desta forma, parece ser excecional.
Assim, é necessário articular com outros artigos.
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Assim que há uma diretiva europeia, para os Estados membros resulta um dever de
transposição, que é satisfeito pela função legislativa. No entanto, pode acontecer
devido ao subprincípio do efeito direito que, mesmo antes de uma diretiva seja transposta
para o ornamento jurídico nacional, haja possibilidade de particulares junto a particulares
ou perante a Administração Pública, recorrerem aos tribunais e invocarem uma diretiva
que ainda não foi transposta. Mas, para tal, é necessário que as normas que conferem
esses direitos sejam claras e precisas nessa configuração, e que esse Direito esteja
suficientemente concretizado de forma a ser invocado pelos cidadãos dos Estados
membros antes da transposição.
Neste caso, sucedia que o direito a receber uma remuneração a título compensatório
depois da insolvência, não estava na diretiva suficientemente concretizado, de forma a ser
invocado perante os Estados membros. Isso torna essencial a transposição da diretiva,
associando à não transposição danos na esfera jurídica desses trabalhadores, porque não
podem invocar o direito a serem compensados nos tribunais nacionais pela empresa
insolvente.
Por causa disto, invocaram uma ação por incumprimento do Estado junto do TJUE, sendo
que esse incumprimento foi o da não transposição da diretiva. O TJUE considerou este
incumprimento como precedente e condenou o Estado italiano a responsabilidade civil
extra contratual pela não transposição deste diretiva. Uma vez verificada esta
responsabilidade do Estado italiano por incumprimento de Direito da União Europeia,
este Estado foi condenado, também, ao pagamento de uma indemnização aos
trabalhadores desta empresa.
NOTA: Diretiva vertical, quando atua contra o Estado ou Administração Pública; Diretiva
horizontal, quando atua contra particulares.
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Casos Práticos – Grupo I
O Código de Procedimento Administrativo é o regime geral, complementado por um
conjunto de normas especiais de Direito Administrativo que devem ser articuladas com o
CPA (como, por exemplo, o procedimento tributário, a expropriação de propriedade
pública, etc.), de acordo com o artigo 2º do CPA.
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Não são aspetos cumulativos, podem existir todos ou apenas um para a norma ser
discricionária.
Estes conceitos atribuem à norma uma estrutura aberta. O professor Pacheco de Amorim
entende que os conceitos indeterminados atribuem discricionariedade ao órgão. No
entanto, há doutrina que entende o contrario e considera que isso apenas excecionalmente
acontece porque, à partida, o que eles conferem é a interpretação da norma e a sua
aplicação ao caso concreto – ler Freitas do Amaral.
Independentemente da posição que se siga, o que acontece aqui é que a avaliação deve
ser feita por peritos ou implica a consulta por parte destes. Não é qualquer funcionário
que pode ordenar o proprietário a demolir um edifício. Existe um conjunto de
conhecimentos técnicos necessários para a verificação dos pressupostos da norma.
Assim, para se averiguar a existência das condições previstas no artigo 89º, nº2, tem de
existir um relatório de um perito. O preenchimento destes conceitos é preenchido através
de conhecimentos técnicos (discricionariedade técnica) que, no fundo, não são
discricionariedade porque acabamos por ter uma possibilidade de atuação em função da
avaliação técnica, e não múltiplas possibilidades.
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Os princípios gerais da atividade administrativa não são os únicos princípios gerais que
devemos considerar:
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c. Principio da audiência previa – os interessados devem ser sempre ouvidos de
forma a evitar surpresas – exemplos nos artigos 121º e 122º.
d. Principio da transparência – é servido de diversos mecanismos, sendo um
deles o direito à informação procedimental, ou seja, os interessados podem
requerer informações e consulta de documentos, e passagem de servidões
para o caso em que são interessados, de acordo com os artigos 82º a 85º do
CPA.
Uma das questões que se coloca quanto a este princípio é relativa ao seu âmbito de
aplicação, e a resposta desta pergunta é dada pelo artigo 2º do CPA.
O CPA divide-se em 4 partes. Os princípios gerais estão na primeira parte, mas não a
esgotam.
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Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
Aula 03.11
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Toda a atividade administrativa é procedimentalizada. Como vimos, este
procedimento pode ser disciplinado pelo CPA, como regime geral, e por outros diplomas,
como regime especial, como é o caso da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.
De acordo com esta lei, existe a possibilidade de serem aplicadas diferentes penas
disciplinares. Portanto, o procedimento disciplinar termina com:
→ Repreensão escrita – apenas uma nota, do género dos avisos que os professores
enviavam para os encarregados de educação na escola.
→ Multa – pagamento de uma quantia pecuniária, sem que o trabalhador deixe de
exercer funções. Normalmente esta quantia é descontada no salário do
trabalhador.
→ Suspensão do exercício de funções – o trabalhador suspende o exercício de
funções e não recebe qualquer retribuição pelos dias em que não exerce.
→ Despedimento disciplinar ou demissão – ou seja, despedimento sem justa causa.
Não pode ser requerido por parte do trabalhador qualquer sanção remuneratória,
como o subsidio de desemprego.
i. Necessidade da medida
ii. Adequação
iii. Exigência de que não seja excessiva face ao fim que se procura prosseguir
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Neste caso, a medida aplicada parece ser manifestamente excessiva e, por isso, houve
violação do princípio da proporcionalidade.
Primeiro, temos de considerar a norma violada e o tipo de norma que esta a ser
violada, para tentarmos perceber se o vício é orgânico/de competência, material ou
formal/procedimental. Esta distinção prende-se com o tipo de norma que está a ser violada
e a sua interpretação, ou seja, se em causa estiver a violação de uma norma de
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competência é um vicio orgânico, se for uma norma procedimental é um vicio formal, e
se for uma norma que não se reconduz nem a uma norma de competência nem a uma
norma procedimental, estamos perante um vicio material.
Esta situação vale para tudo o que sejam atos da Administração Pública, a não ser
que sejam regulamentos administrativos, porque para estes, a distinção faz-se de outra
forma.
Esta distinção entre vício formal, material ou orgânico, quando falamos em regulamentos
administrativos é relevante por causa do prazo. É importante perceber que regime
temos em cada caso, como está previsto nos artigos 143º e 144º do CPA.
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Retomando a hipótese prática, há lugar à violação do principio da proporcionalidade
porque a sanção é excessiva relativamente ao ilícito praticado pelo trabalhador.
NOTA: A alínea d) do número 2 do artigo 161º do CPA deve ser lida de forma rigorosa,
sobre pena de tudo ser considerado um direito fundamental.
Neste caso, como o enunciado nada nos diz, admitimos que é um contrato público regido
por normas de Direito privado, nomeadamente as normas previstas no código civil.
Aqui está em causa o princípio da boa fé, consagrado no artigo 10º do CPA e no 266º,
nº2 do CPA. A Administração impõe uma atuação correta e leal para com os
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administrados, funciona como um padrão de conduta a respeitar pela Administração
Pública, que a impede:
Assim, apesar de este contrato ser regulado por um regime de direito privado, não deixam
de ser aplicados os princípios gerais – isto é reafirmado pelo artigo 202º, nº2 do CPA.
No que diz respeito ao restante enquadramento, ao que acontece quanto à validade deste
contrato por violação dos princípios da atividade administrativa e ao direito do Joaquim
ser ressarcido pela confiança depositada, o regime a aplicar seria um regime de Direito
Civil. O vício do contrato de arrendamento, que é um contrato de Direito privado, resulta
da violação de um princípio geral de Direito Administrativo. Desta forma, viola-se o
princípio da boa fé e as consequências inerentes são de Direito privado.
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NOTA: princípio da transparência; direito à informação procedimental – artigos 82º e 85º
do CPA; direito à informação não procedimental.
Existe aqui um conflito de direitos: o direito de os dados das crianças não serem acedidos
por terceiros e o direito à informação.
Aula 10.11
A questão aqui levantada é: será que podemos levantar o princípio da igualdade (artigo
13º da CRP e artigo 6º do CPA) para persistirmos na ilegalidade em que incorremos,
porque é isso que acontece em situações idênticas? O que se conclui é que o princípio da
igualdade não pode ser levantado no contexto de ilegalidade, ou seja, não pode valer
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em situações de ilegalidade, face à inercia da administração pública, com fundamento de
uma questão de tratamento diferenciado em questões idênticas.
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interesses, as preferências e a vontade psicológica da pessoa influenciem a vontade
administrativa e os atos administrativos a praticar.
As situações de impedimento são situações das quais resulta para o órgão ou agente
administrativo o dever de comunicação da mesma ao respetivo superior hierárquico ou
ao presidente do órgão colegial, consoante o caso – artigo 70º, nº1 do CPA. A
inobservância deste dever constitui uma infração disciplinar grave, nos termos do artigo
76º, nº2. Portanto, uma das pessoas que está colocada numa das situações previstas no
artigo 69º tem o dever de comunicar e, se não o fizer, incorre numa infração disciplinar
grave. Contudo, sem prejuízo do dever de comunicação, o impedimento também pode ser
invocado pelo próprio órgão colegial, pelo próprio superior hierárquico ou até
mesmo por um terceiro. A partir do momento em que a situação de impedimento é
comunicada pelo órgão ou agente, ou arguida pelo superior hierárquico, órgão colegial
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ou terceiro, abre-se um procedimento do administrativo em relação ao qual o
impedimento se coloca.
Situação diferente é se não for invocado nenhum impedimento porque não existia ou,
tendo sido, não foi declarado como tal. Se isso acontecer, não significa que a decisão
final seja conforme ao principio da imparcialidade, o que significa é que não houve
um conflito de interesses em relação às pessoas que intervêm no caso.
Para além das hipóteses enumeradas no artigo 69º, temos ainda as situações meramente
exemplificativas, previstas no artigo 73º, que constituem fundamento de escusa ou de
suspeição: escusa quando é apresentada pelo próprio órgão ou membro do órgão colegial,
que alerta para a ocorrência de uma das situações elencadas no artigo 73º; quando são
levantadas por um terceiro, diz-se que este levanta suspeição.
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Olhando para o artigo 73º do CPA, o nº1 descreve algumas das situações que podem criar
conflitos de interesses.
Verificada uma destas situações previstas no elenco exemplificativo ou uma outra que se
considere caber numa cláusula geral, DEVE apresentar escusa (é um dever, muito
embora o legislador não lhe faça prever falta disciplinar grave como acontece na situação
de impedimento), sem prejuízo da possibilidade de um terceiro levantar a suspeição.
De seguida, é levantado um incidente, sendo que, neste caso, não decorre para a pessoa
que levantou a escusa ou em relação à qual foi arguida a suspensão, um dever de
suspender a intervenção no procedimento administrativo, mesmo antes deste ter sido
decidido. Se o órgão ou agente que estão reunidas condições para continuar a intervir no
procedimento administrativo até à decisão, pode fazê-lo, porque a lei assim o permite.
Há um incidente que terá de ser decidido, nos termos do artigo 75º do CPA, onde está
previsto um conjunto de remissões (têm de ser lidas com muita atenção). No caso de se
considerar que a situação determinante da escusa ou suspensão se verifica por incidente,
conclui-se com a declaração de escusa ou suspensão, da qual resulta a proibição de
intervenção da pessoa a quem se dirige naquele procedimento administrativo, e a
possibilidade de se substituir essa pessoa por outra, conforme as necessidades. Em
alternativa, pode acontecer que o incidente seja decidido na não declaração de escusa
ou de suspeição e, neste caso, o órgão ou agente pode intervir no procedimento
administrativo, sem prejuízo de que, nos termos do artigo 76º, nº4, se possa concluir
que, apesar de não se verificar nenhuma situação de escusa ou suspeição, a decisão em si
mesma viole o principio de imparcialidade – são situações distintas.
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Sendo um órgão colegial de uma pessoa coletiva pública, a câmara municipal está
sujeita a um conjunto de regras e princípios específicos de funcionamento e organização,
previstos na parte II do CPA (mais especificamente, artigos 20º e seguintes). No entanto,
pode acontecer, como acontece neste caso, que exista legislação especial para
determinados tipos de órgãos, como acontece com os órgãos das autarquias locais.
Portanto, a organização e funcionamento dos órgãos das Autarquias Locais e, portanto,
da câmara municipal que é um órgão do município, está prevista na Lei 75/2013 e na
Lei 169/99, aplicando-se o CPA a titulo subsidiário, nos termos do nº5 do artigo 2º do
CPA.
NOTA: Em termos de analise, devemos começar sempre pelo elenco taxativo, presente
no artigo 69º -» começar sempre pelas exceções do elenco taxativo e, se não estiverem lá
elencadas, passar para o elenco exemplificativo.
O artigo 76º do CPA diz-nos várias coisas, entre elas que, se o vereador teve uma
intervenção após o momento em que invoca o impedimento (não pode enquanto o
incidente é decidido), a essa intervenção, que teve quando não podia, está associado um
vício invalidante cuja consequência, nos termos do nº1 do artigo 76º é a anulabilidade.
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Se não houve lugar à declaração de impedimento, não invalida que possam ser suscitadas
duvidas relativamente à decisão, e se chegar à conclusão que foi violado o princípio da
imparcialidade, temos uma consequência que, à partida, será a anulabilidade. No
entanto, pode acontecer que ocorra uma situação em que a violação do princípio da
imparcialidade é de tal ordem que o ato em vez de prosseguir o interesse público que
deveria prosseguir, satisfaz interesses privados e, deste modo, existe desvio de poder e a
consequência é, de acordo com o artigo 161º, nº2, e) do CPA, é a nulidade.
Aula 17.11
Organização Administrativa
O ponto de partida é perceber que a ideia de organização administrativa portuguesa
parte dos artigos 6º e 267º da CRP, que orientam as tomadas de decisão e organização
administrativa.
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Administração Pública do Estado – o Estado é uma pessoa coletiva pública primária
de base territorial e fins genéricos, ou seja, ao Estado cabe desempenhar todos os fins
de interesse público que, de acordo com a CRP, constituam uma incumbência sua.
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pública criada constitui uma forma de administração indireta,
administração independente, e administração autónoma.
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• Associações públicas – pessoas coletivas públicas de substrato
pessoal, ou seja, regem-se em função de pessoas, os seus
associados. Fazem parte da administração autónoma e estão
sujeitas a uma tutela de mera legalidade.
• Autoridades reguladoras independentes
• Desconcentração
o Originária
o Derivada
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municípios ocupam a função de associados destas associações (como, por
exemplo, as áreas metropolitanas, as comunidades intermunicipais e as
associações de municípios e freguesias de fins específicos).
o Pessoas coletivas privadas sob influência pública dominante
o S.A. – são disciplinadas pelo Decreto Lei 133/2013. Estas empresas são
constituídas pelo Estado, ou seja, é este o seu acionista maioritário ou
quem é capaz de nomear ou destituir a maioria dos membros do seu
concelho de administração ou fiscalização. Constitui uma forma de
administração indireta, o que significa que está sujeita a uma tutela de
mérito e legalidade e, para além disso, de superintendência.
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NOTA: a definição funcional de empresa pública serve para aplicar a duas formas
distintas o mesmo regime, o previsto no Decreto Lei 133/2013.
NOTAS:
• Legislação atualizada a ser utilizada nas aulas – Lei 75/2013 e Lei 169/99; artigo
20º CPA; delegação poderes dos artigos 44º e seguintes;
• Analise crítica da legislação atual – a professora vai indicar as páginas nos
sumários;
• Estudo – a professora vai dar o link e as páginas necessárias no sigarra (é o
necessário para perceber a organização administrativa atual, não vale a pena
perder tempo com coisas desatualizadas e desnecessárias)
Aula 24.11
Lei 75/2013 – artigo 33º: elenco de competências da Câmara Municipal. Olhando para o
número 1 do artigo 33º, encontramos, nas alíneas dd) e qq), as competências relacionadas
com a matéria mencionada no caso.
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Um órgão colegial como a Câmara Municipal toma deliberações, mas para percebermos
de que forma o faz, temos de a enquadrar. A Câmara Municipal é um órgão da pessoa
pública município (artigos 250º e seguintes da CRP), que é um tipo de autarquia local.
Para ser uma autarquia local, tem de cumprir os requisitos previstos nos artigos 235º e
236º da CRP:
→ Base territorial
→ Dirigem-se à satisfação dos interesses públicos da população respetiva
→ Os seus órgãos são eleitos
Existem dois diplomas legislativos sobre esta matéria, a Lei 169/99 e a Lei 75/2013. Na
Lei 169/99 está presente, nos artigos 56º e seguintes, um conjunto de disposições quanto
à composição da câmara municipal. O artigo 56º diz a composição da câmara municipal
e o artigo 57º refere o número de vereadores, no caso:
→ 16 vereadores em Lisboa
→ 12 vereadores no Porto
→ 10 vereadores nos municípios com 100000 ou mais eleitores
→ 8 vereadores nos municípios com entre 50000 e 100000 eleitores
→ 6 vereadores nos municípios com entre 10000 e 50000 eleitores
→ 4 vereadores com 10000 ou menos eleitores
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este é um regime geral, que só é aplicado perante a ausência de um regime especial. É o
que acontece neste caso, em que o regime especial é a Lei 75/2013.
Nos artigos 44º e seguintes deste diploma, está presente um conjunto de disposições
atribuídas aos órgãos das autarquias locais. No artigo 54º, números 1 e 2, está definido o
quórum de funcionamento e o quórum de aprovação, sendo esta uma exceção ao que
resulta do CPA, que define uma maioria absoluta.
NOTA: fazer remissão do artigo 54º da Lei 75/2013 para o artigo 161º, nº2, h) do CPA.
Existe um requisito de eficácia do ato praticado por um órgão colegial, que é a redação
da ata, prevista no artigo 57º, nº4 e no artigo 58º da Lei 75/2013.
A redação da ata é muito importante pelo voto vencido, ou seja, se somos membros e não
concordamos com a decisão tomada, por a considerarmos inoportuna ou inconveniente,
ou porque a entendemos como ilegal, no caso desta ser aprovada, devemos registar em
ata o voto vencido e as respetivas razoes justificativas. O registo na ata do voto vencido
isenta-nos da responsabilidade civil extracontratual que poderá resultar da deliberação
(artigo 58º da Lei 75/2013).
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Quando o legislador, no ato legislativo que constitui uma pessoa coletiva, expressamente
a qualifica como pública, essa qualificação legal expressa não pode ser contrariada
nem afastada, a menos que se verifiquem os pressupostos da interpretação corretiva.
Para além da qualificação legal expressa de uma pessoa coletiva, importa ter em
consideração o seu regime regra previsto, na medida em que, se a pessoa coletiva for
designada como pública e desempenhar uma atividade pública de cariz não empresarial,
mas o seu regime regra for de Direito privado, ou temos um problema de
inconstitucionalidade, ou a qualificação legal expressa está errada, porque essa pessoa é,
na verdade, uma pessoa coletiva privada.
Por outro lado, quando as pessoas coletivas são constituídas por contrato
interadministrativo, esse contrato celebrado é um contrato que assenta numa norma
legal habilitante, ou seja, o contrato dá execução a uma norma legal habilitante que
permite a constituição de uma pessoa coletiva públicas. Assim, sujeita essa constituição
à celebração de um contrato administrativo.
Neste caso, a norma legal não é suficiente para constituir essa pessoa coletiva pública,
é ainda necessária a celebração de um contrato administrativo que se funda e esta
vinculado por essa norma. É o que acontece com a situação de algumas associações
públicas (como as comunidades intermunicipais).
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• Critério da iniciativa – diz que só as pessoas coletivas públicas (pessoas
coletivas públicas primárias – Estado, AL e Regiões Autónomas) é que podem
constituir outras pessoas coletivas públicas;
• É necessário que a pessoa coletiva criada se dirija à prossecução de um fim de
interesse público;
• É necessário que seja titular de poderes públicos de autoridade;
• O regime regra a que esteja sujeito seja um regime regra de Direito
Administrativo.
Estes critérios valem para pessoas coletivas que não estejam qualificadas pelo legislador
como públicas ou privadas. A questão das EPE não é relevante, porque estas já estão
classificadas pelo legislador como públicas.
Pergunta 3:
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o Empresas Públicas
o Empresas Locais
o Institutos Públicos de Regime Comum
Aula 15.12
Pergunta 4:
Não, porque existem institutos públicos com forma independente, como as autoridades
reguladores independentes, e as universidades públicas, que são fundações públicas ou
institutos públicos que, independentemente da forma, constituem sempre uma forma de
administração autónoma (artigo 76º da CRP).
Pergunta 5:
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Não, as Universidades Públicas podem também ter sido constituídas como fundações
públicas de Direito privado, podem ter sido convertidas a Direito privado, e podem ainda
ser constituídas sob a forma de instituto público.
Pergunta 6:
Pergunta 7:
Estas relações estabelecem-se sem que se tenha de instituir uma pessoa coletiva nova,
como por exemplo nos casos de celebração de contratos interadministrativo, conferências
interprocedimentais entre entidades que estão envolvidas na tomada de várias decisões
relacionadas, ou em consenso prévio na tomada de decisão mútua. São relações não
institucionais.
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Pergunta 8:
Não, porque a CRP prevê, nos artigos 235º e 236º, um princípio da tipicidade
relativamente às autarquias locais, que vincula o legislador ordinário, neste caso, a AR,
que tem competência legislativa sobre a matéria, ao abrigo do artigo 164º, alínea m).
Pergunta 9:
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Por vezes, sucede que os órgãos que se instituem como órgãos independentes, como as
entidades administrativas independentes desprovidas de personalidade, isto é, órgãos que
não estão sujeitos a um poder hierárquico e funcionam com independência (comissão de
eleições, comissão de proteção de menores, comissão de proteção de dados, comissão de
acesso a documentos administrativos).
Pergunta 10:
Os ministérios são órgãos da pessoa coletiva pública Estado. No entanto, como essa
pessoa coletiva pública tem atribuições genéricas muito diversificadas, tornou-se
necessário para a sua prossecução que o Governo se organize por matérias ou
atribuições. Esta organização corresponde aos ministérios, que têm a especificidade de
serem órgãos com competências, mas também com atribuições. Se um órgão violar a
competência de outro órgão, fazendo eles parte da mesma pessoa coletiva, a consequência
jurídica é a anulabilidade. Por outro lado, se for o contrário, também é um vício orgânico,
mas a consequência jurídica é a nulidade, ao abrigo do artigo 161º, nº2 alínea b) do CPA.
Pergunta 11:
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estendem por todo o território nacional. Órgãos de coordenação (comissões de
coordenação e desenvolvimento regional, que se qualificam como serviços periféricos
uma vez que existem 3 por zona).
d) Hospital de São João, E.P.E. – é uma entidade pública empresarial, pessoa coletiva
pública de caráter empresarial, resultante de uma opção de descentralização, que
integra a descentralização indireta do Estado, estando sujeita a meios de tutela de mera
legalidade e superintendência. Rege-se pelos seus estatutos, por legislação especial e
pelo Decreto-Lei 133/2013.
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i) Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos – entidade administrativa
independente, desprovida de personalidade jurídica.
NOTA (para as alíneas h), i), j) e k)): podem existir entidades com personalidade
jurídica, como as autoridades reguladores independentes (Lei 67/2013), e entidades sem
personalidade jurídica, como os órgãos, que têm a especificidade de prosseguirem fins
de proteção e garantia dos Direitos Fundamentais e dos Direitos, Liberdades e Garantias,
e terem autonomia financeira, não estando sujeitos a poderes de direção (são
independentes). São sujeitas a um controlo de mera legalidade pela Assembleia da
República, e ambas constituem formas de administração independente. A Comissão
Nacional de Eleições, por exemplo, é um órgão independente, ao passo que a Autoridade
e a Comissão Nacional de Valores são pessoas coletivas independentes.
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dominante, mas exerce uma certa tarefa pública prevista no seu contrato de concessão
(contrato administrativo, regido pelo código dos contratos públicos). Estas empresas
fazem administração pública, mas não integram a Administração Pública.
Pergunta 2:
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Pergunta 3:
Para a resolução desta questão, necessitamos do artigo 242º da CRP (tutela de mera
legalidade), do artigo 165º do CPA (revogação e anulação) e da Lei 27/96 (regime jurídico
da tutela administrativa).
Nos termos do artigo 242º, esta é uma tutela de mera legalidade, seja qual for a atuação
dos órgãos responsáveis por essa tutela (Lei 27/96). Esta lei define o objeto da tutela,
como é que esta tutela se faz e quem é que a realiza. Quem a realiza é a inspeção geral de
finanças e a inspeção geral das autarquias locais, que pertencem aos Ministério da
Administração Interna. Esta tutela procede de acordo com o artigo 6º da Lei 27/96
(inspeções, inquéritos e relatórios).
Assim, o Ministro da Saúde não tem competência para exercer tutela de mera legalidade
sobre as autarquias locais, pelo que qualquer ato que exerça nestes termos corresponde a
um ato inválido.
Pergunta 4:
A Lei 75/2013 atualizou a Lei 169/99, revogando alguns dos seus preceitos. Entre a
Assembleia Municipal e a Câmara Municipal, não existe responsabilidade pública.
Esta assistência e intervenção não podem ser efetuadas nestes termos, dado que o artigo
49º, números 4 e 5 proíbem estas expressões, tipificando-as como contraordenações, a
elas associada a aplicação de uma coima.
Pergunta 5:
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A delegação de poderes está prevista nos artigos 44º e seguintes do CPA.
De acordo com o artigo 36º do CPA, a nulidade de uma delegação implica a nulidade de
todas as subdelegações, ao passo que a revogação de um ato de delegação implica a
revogação dos respetivos atos de subdelegação.
Requisitos de validade:
a. Para que possa delegar a competência de que é titular, é necessário que exista uma
norma que habilite essa delegação.
b. Prática de um ato de delegação de poderes – artigo 45º (poderes indelegáveis) e
artigo 47º (conjunto de requisitos que o ato de delegação deve cumprir).
Pergunta 5:
(continuação)
Os requisitos para que a delegação de poderes seja efetuada estão previstos no artigo 34º,
como norma de habilitação (com as exceções previstas no nº1 deste artigo).
Uma vez que a competência prevista na alínea y) não está prevista nas exceções do artigo
34º, nº1, aplicam-se os requisitos do artigo 45º e seguintes do CPA. Há necessidade de
menção do ato habilitante.
Quanto à subdelegação, temos uma norma de delegação específica, que deve respeitar os
artigos 45º e 46º do CPA.
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NOTA: para a matéria de delegação e subdelegação de poderes, ver os documentos que
a professora colocou no sigarra.
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