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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


Engenharia Mecânica

Macroeconomia: Principais Pontos

Victor Rodrigues Santos Santana


Mariana Gonzaga de Souza
Maria Cecília Torres Guimarães
Davi Souza Olegário

Itabuna – Bahia
2023
Victor Santana (202210957)
Mariana Gonzaga (202210955)
Davi Olegário (202210949)
Maria Cecília Guimarães (202210954)

Macroeconomia: Principais Pontos

Relatório apresentado como parte dos


critérios de avaliação da disciplina
CEC025 – Economia aplicada à
Engenharia. Turma TO4.
Professor: Andreia Andrade dos
Santos

Itabuna – Bahia
2023
Introdução
Nesse relatório buscamos explicitar algumas questões relacionadas ao conceito de
Macroeconomia da melhor maneira possível. O objetivo do documento é sintetizar, em
tópicos, os principais pontos desse ramo de estudo da ciência econômica. Tais pontos são:

1. O que a Macroeconomia estuda?


2. Quais os objetivos da política macroeconômica?
3. Quais os dilemas encontrados na política econômica?
4. Quais os principais instrumentos de política econômica?
5. O que são estoques? Qual o problema que pode existir nesse âmbito?

Ao fim do relatório, uma análise simples de uma política macroeconômica praticada em


cenário nacional, apontando a tipologia da política aplicada, bem como os instrumentos
utilizados na operacionalização da mesma, finalizando com uma análise geral sobre o
desempenho de tal esforço tendo em vista os objetivos almejados e o produto real advindo de
sua execução.
1.O que a Macroeconomia estuda?

Segundo Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas


(FGV), em sua obra “Macroeconomia (2017)”, – Macroeconomia é a aplicação da teoria
econômica ao estudo do crescimento, do ciclo e da determinação do nível de preços da
economia –. Tal citação configura uma boa síntese do ramo de estudo macroeconômico, visto
que seu principal objetivo é de fato entender e aprofundar o conhecimento dos fatores que
causam mudanças nas variáveis do mercado, levando a, por exemplo, o crescimento
econômico de uma nação ou não, bem como estudar os fatores que podem garantir a
manutenção da dinâmica desse crescimento econômico.

De forma sucinta, a Macroeconomia buscar entender o comportamento dos agregados


econômicos, isto é, as grandezas econômicas que quantificam operações em um determinado
recorte temporal, geralmente de curto prazo. Tais agregados tem impacto direto no andamento
das sociedades integradas ao sistema econômico vigente, como por exemplo, emprego e
desemprego, taxa de juros, PIB per capita, valorização ou desvalorização da moeda, entre
outros.

Importante destacar que o estudo macroeconômico tem uma visão mais geral acerca
dos agrupamentos econômicos, buscando compreender os fatores mais preponderantes ao
funcionamento da economia como um todo, não abstendo-se a peculiaridades qualitativas
dentro desses agrupamentos. Tal estudo cabe ao ramo colateral a este, a Microeconomia, que
trabalha paralelamente, mas não será sintetizada nesse relatório.

2. Quais os objetivos da política macroeconômica?

Deve-se manter em perspectiva que o estudo macroeconômico busca compreender os


fatores relacionados ao crescimento econômico em suas facetas gerais, bem como a
manutenção desse crescimento, gerando aumento do bem-estar material dos indivíduos em
uma sociedade. Dessa forma, a política procura integrar tal conhecimento na implementação
de ações que busquem gerar tal ambiente favorável aos setores produtivos em um contexto
nacional, aumentando indicadores socioeconômicos como a taxa de empregabilidade,
consequentemente melhorando os níveis de renda dos trabalhadores através da análise do PIB
per capita, bem como a busca por um equilíbrio do ambiente fiscal do país afim de gerar uma
estabilidade no sistema de preços e um controle maior sobre a inflação, elevando o poder de
compra dos indivíduos nesse contexto. A soma do progresso nessas questões dispostas
anteriormente são fundamentais ao crescimento econômico.

Em suma, pode-se listar os principais objetivos da política macroeconômica como: O


aumento e manutenção do nível de empregabilidade, melhora na renda geral da população e a
diminuição de sua desigualdade, estabilidade de preços através do controle da inflação, e o
crescimento econômico geral como objetivo final de tal política.

3.Quais os dilemas encontrados na política econômica?

Tratando do mundo real e material, a Macroeconomia fornece informações


importantes ao desenvolvimento de políticas públicas, porém é importante destacar que muito
raramente existirão situação “win-win”, onde uma política pública apresenta apenas prós, sem
contras. Fato é que o objetivo dos estudiosos de macroeconomia é fornecer a maior
quantidade de informações sólidas acerca das possíveis consequências de caminhos a serem
tomados, sendo a decisão final cabendo à esfera política da sociedade através de,
preferencialmente, uma análise da conjectura momentânea do país, optando por priorizar
certos aspectos dos agregamentos econômicos possivelmente em detrimento de outros.
Tais situações são denominadas de “trade-off”, ou em uma tradução livre, “troca”,
sendo autoexplicativo, o termo denota uma situação em que uma prioridade deverá ser eleita
frente ao contexto geral momentâneo.

4. Quais os principais instrumentos de política econômica?

Tendo os agrupamentos econômicos em foco, pode-se separar o conjunto de principais


instrumentos de política macroeconômica em: Política Fiscal, Política Monetária, Política
Cambial/Comercial e Política de Renda.

A Política Fiscal diz respeito à tributação e gastos públicos, tendo relação direta ao
consumo, ou não, do setor privado, tendo em mente um objetivo em específico, como por
exemplo, diminuir a inflação ou estimular a geração de empregos e aumento da renda.

A Política Monetária tem relação ao volume monetário e de títulos públicos


circulando, tendo íntima relação com a Política Fiscal, visto que ambas podem influir em
aspectos semelhantes da economia, de maneiras diferentes. Tal política dispõe de
instrumentos como a emissão ou não de moeda, compra e venda de títulos públicos,
regulamentação sobre taxa de juros etc.

Em relação à Política Cambial, de forma sucinta, pode-se defini-la como a responsável


pela regulação da taxa de câmbio da moeda, ou seja, definir uma maior solidez ou liquidez da
variação do câmbio de acordo ao interesse do momento. A Política Comercial trata dos
fenômenos de exportação e importação, ou melhor, trata do incentivo ou não por parte do
governo a tais fenômenos através da manipulação de instrumentos fiscais que se relacionam a
essa dinâmica.

Por fim, a Política de Renda, como o próprio nome indica, conjectura-se no âmbito da
renda populacional, através do controle arbitrário do sistema de renda e preços. Essa política é
muito debatida, principalmente entre economistas e políticos, pois sua atuação tem
consequências consideráveis no desenvolvimento do cenário econômico. Adeptos do
Liberalismo advogam contra tal política, visto que têm como princípio uma baixa intervenção
do Estado no meio econômico, enquanto os Keynesianos acreditam que é papel do Estado, em
certas ocasiões, intermediar as relações econômicas para garantir um contexto socialmente
saudável.

5.O que são estoques? Qual o problema que pode existir nesse âmbito?

Estoques referem-se a um volume de determinado elemento analisado em um recorte


temporal, são formados pela acumulação do elemento em questão e apresenta uma
determinada forma apenas uma vez, visto que em recortes temporais anteriores ou posteriores
ao principal, seu volume será diferente, para mais ou para menos. No âmbito econômico, o
estoque pode ser analisado ao estudar a riqueza de uma nação, por exemplo. Tal riqueza,
composta por vários fatores de renda acumulados em um recorte anual, configura uma
situação momentânea daquele contexto.

Tendo em vista que o conceito chave referente a estoque no âmbito econômico é a


acumulação de capital, existe um problema central que pode ser apontado nesse interim. Em
sociedades economicamente desiguais, onde existe uma larga disparidade de renda entre as
classes sociais, é de fácil intuição inferir que a acumulação de capital não será uma realidade
homogênea em tal contexto, na realidade, apenas uma ínfima parcela da população geral será
capaz de apresentar tal fenômeno. Isso acontece porque, em condições de estagnação
econômica, ou seja, o não crescimento da economia, o ambiente de desigualdade permanece
intocável, porém a acumulação de capital por parte das parcelas mais ricas também persiste,
através da acumulação de ativos, uma forma de manutenção da riqueza. Ou seja, um cenário
de estagnação econômica não só mantém a dinâmica de desigualdade econômica como agrava
tal contexto.

Dessa forma, a importância do estudo macroeconômico aliado a políticas públicas que


visem o crescimento, desenvolvimento e manutenção do crescimento econômico é elevado a
uma potência superior, especialmente em um país como o Brasil, que a tempos apresenta uma
latente desigualdade social como uma de suas principais mazelas

.
A política macroeconômica no Brasil
Um bom exemplo da implementação do estudo macroeconômico aliado ao setor
político no Brasil ocorreu no fim dos anos 90, mais precisamente em 1999, onde um conjunto
de 3 principais políticas foram estipuladas a fim de promover uma estabilização do ambiente
econômico brasileiro e promover seu crescimento de forma sólida conforme tais objetivos
fossem alcançados. Os instrumentos utilizados foram as políticas fiscal, cambial e monetária,
agindo em conjunto para controlar a inflação, principal mazela econômica do cenário
brasileiro há décadas, aumentando o poder de compra geral, regular as contas externas e
conter o endividamento do setor público.

Apontando a política de metas de inflação para análise, percebe-se que foi uma
política monetária que visava o controle da inflação anual de forma gradual, através da
manipulação da taxa de juros, influenciando no nível de demanda e assim, controlando os
preços. De forma resumida, a política utilizou como base o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) para apurar o cumprimento das metas, essas que eram estipuladas com 1,5 ano
de antecedência pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a fim de preparar os agentes
econômicos para as mudanças previstas, que deviam entrar em vigor em um recorte anual (12
meses). As metas de inflação continham em si uma tolerância, para mais ou para menos, que
configuravam um limite seguro para se trabalhar. O principal instrumento aplicado nessa
política foi a taxa básica de juros, também conhecida como taxa SELIC (Sistema Especial de
Liquidação e Custódia).

No ano de 1999 e 2000, a inflação se manteve dentro dos limites aceitáveis, porém nos
anos subsequentes, especialmente em 2002 e 2003, ela ultrapassou tais metas. A rápida
elevação da inflação foi principalmente causada pelo impacto negativo na oferta, resultante da
desvalorização da moeda e dos seus efeitos propagadores. Isso levou a um aumento nos
índices de preços no final de 2002, durante o período de eleição do presidente Lula. Os preços
indexados desempenharam um papel significativo em retardar a redução da taxa de inflação.
Em 2004, com a recuperação do crescimento econômico tanto a nível global quanto nacional,
ocorreu um aumento nos preços, impulsionado pela valorização das commodities agrícolas e
industriais. Isso proporcionou alguma margem para a recuperação dos lucros, mas a taxa de
inflação permaneceu dentro dos limites aceitáveis.
Referências Bibliográficas

1. BARBOSA, Fernando de Holanda. Macroeconomia. Editora


FGV, 2017.
2. ALEM, Ana. Macroeconomia: teoria e prática no Brasil.
Elsevier Brasil, 2010.

3. CINTRA, M. A. M. Suave fracasso: a política macroeconômica


brasileira entre 1999 e 2005. Novos Estudos - CEBRAP, n. 73,
p. 39–56, nov. 2005.

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