Você está na página 1de 6

2° Resumo de Direito Penal-2022.

2-FND – PROF:Japiassú
Felipe Rocha da Veiga Guimarães

1-TEORIA DO CRIME
- Estuda o crime como fato punível.
-Não há no brasil, distinção entre crime e delito.
-Considera-se que crime é a ação (ou omissão) típica, antijurídica e culpável, como será
visto adiante.
2-O Ilícito penal
- o ilícito penal tem como sanção a pena criminal; no ilícito civil vem a ser imposta uma
penalidade, que é a obrigação de compor o prejuízo, seja pela restituição, seja pela
indenização.
3-O Conceito de crime
-a) Conceito formal- Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de
pena;
-b)Conceito material- Crime é um desvalor da vida social,ou seja, uma ação ou omissão
que se proíbe e se procura evitar, ameaçando-a com pena, porque constitui ofensa (dano
ou perigo) a um bem, ou a um valor da vida social. Crime é assim, na concepção
material, a ação ou omissão que contrasta violentamente com valores ou interesses do
corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena. Tal conceito acabou
fracassando. Crime é necessariamente conceito normativo, ou seja, é infração a
proibição ou o mandato estipulado pelo legislador sob ameaça de pena.
-c) Conceito analítico- a o Crime como ação ou omissão típica, antijurídica e culpável.
AÇÃO: é atividade conscientemente dirigida para um fim.
OMISSÃO: É a abstenção de atividade que o agente podia
e devia realizar
A EXPRESSÃO TIPICA corresponde a um tipo de delito, ou seja, a um modelo
legal de fato punível.
ANTIJURIDICA: estabelece ser contraria ao direito, por não existir qualquer
permissão legal para a conduta (legitima defesa, estado de necessidade, etc..)
CULPÁVEL: Juizo de reprovação que recai sobre conduta ilícita de imputável
que tem ou pode ter consciência da ilicitude, sendo-lhe exigível comportamento
conforme o direito.
4- TEORIA DA AÇÃO:
4.1-Noção:
Ação é atividade humana conscientemente dirigida a um fim. Distingue-se do
acontecimento puramente causal ( como a chuva) precisamente porque neste movem-se
forças cegas que não estão encaminhadas à realização de fins. Compreende a
representação ou antecipação mental do resultado a ser alcançado, a escolha dos meios e
a consideração dos efeitos comitentes ou necessários e o movimento corporal dirigido
ao fim proposto. A ação requer atividade voluntária dirigida a um fim determinado.
4.2- Teorias da ação:
Cada um dos sistemas penais propostos definem e analisam a conduta de forma
particular.
A primeira das teorias é chamada de TEORIA CAUSALISTA. Segundo esta,
ação seria comportamento humano que causa resultado. Ela se preocupa exclusivamente
com o aspecto físico, dizendo que a ação é a causa do resultado, agir é causar o
resultado, agir é, efetivamente com movimentos físicos, dar ensejo à causação de
resultados típicos.
Para o causalismo, os elementos psicológicos (dolo e culpa) não integram a conduta e
devem ser analisados dentro da culpabilidade. A ação diz respeito apenas a aspectos
externos e objetivos. Significa dizer que para determinar o conceito de ação basta saber
que o comportamento foi voluntario
-Defeitos:
- comportamentos omissivos, nos quais não existe causação de resultado, mas inexiste o
impedimento de sua ocorrência.
- Caso da tentativa que pode não haver resultado externo
A TEORIA FINALISTA: TEORIA SOCIAL DA AÇÃO
4.3- excludentes da ação
Inexiste ação se o agente atua sem consciência e vontade. Não há, pois, ação, no caso de
coação física irresistível (ex: obrigar alguém, mediante força física irresistível); no caso
de ação em completa inconsciência ( como no caso de sonambulismo ou hipnose) e
ainda nos atos reflexo. Não deixam de ser ação movimentos impulsivos ou instintivos e
os movimentos habituais ou mecânicos.
5-TEORIA DO TIPO
5.1-Conceito
Tipo é o modelo legal do comportamento proibido, compreendendo o conjunto das
características objetivas e subjetivas do fato punível.
5.2- Tipicidade penal
Diz-se que há tipicidade quando o fato se ajusta ao tipo, ou seja, quando corresponde as
características objetivas e subjetivas do modelo legal, abstramente formulado pelo
legislador.
A ilicitude penal é sempre estabelecida pelo legislador em tipos de ação ou
omissão, de sorte que estas correspondem a uma conduta a que a ordem jurídica atribui
relevância, já que o legislador a julga ofensiva a determinados valores da vida social.
5.3-Função do tipo
-Garantia: Princípio da reserva legal, pois ele contém a descrição da conduta
incriminada, a que o fato deve necessariamente ajustar-se.
-Fundamentar ou indiciar a antijuricidade do fato: Já que o tipo é valorização da conduta
mas não implica necessariamente em sua antijuridicidade, em relação à qual apenas
serve, em regra, de indicio.
5.4-Estrutura do tipo
Tipo é a descrição do comportamento proibido e compreende as características objetivas
e subjetivas do fato punível. As características objetivas compõem o tipo objetivo: as
características subjetivas o objetivo.
5.5.-Elementos do tipop
Os elementos normativos enfraquecem a função de garantia do tipo. Cumore no
entanto observar que a valoração realizada pelo juiz deve ser objetiva, isto é, realizada
segundo os padrões vigentes, e não conforme o entendimento do julgador.
6.O TIPO NOS CRIMES COMISSIVOS DOLOSOS
6.1 tipo objetivo
Nos crimes comissivos dolosos, o tipo descreve ação em que há vontade dirigida
ao fato que consuma delito. O tipo objetivo, correspondendo ao aspecto objetivo ou
exterior da ação, tem nesta o seu núcleo fundamental.
Pode o tipo ser constituído de crimes formais ou pode se referir a certo resultado
exterior (crimes materiais). Nos crimes formais o fato punível consuma-se apenas com a
pratica da ação; nos crimes materiais consuma-se com a superveniência do resultado,
que também se chama evento.
6.2- Tipo subjetivo
As ações dos tipos de crimes dolosos não podem ser compreendidas
suficientemente sem a vontade por tras deles. Nesses tipos, o aspecto subjetivo
compõese necessariamente, do dolo. A concepção clássica desconhecia o conceito de
tipo subjetivo, surgindo o dolo como elemento ou forma de culpabilidade.
6.4-Conceito de dolo
“Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo” (art.18,I)
Dolo é a consciência e a vontade na realização da conduta típica.
O prorio CP divide dolo em dolo direto e eventual.
O Dolo direto se subdivide em dolo direto de primeiro grau e dolo direto de segundo
grau.
Há dolo direto de primeiro grau quando o agente se propõe a realização da conduta
típica. O dolo aqui se confunde com intenção. A vontade se dirige à realização do fato
que configura o delito. A dúvida quanto a possibilidade de alcançar o resultado é
irrelevante. Assim não deixa de haver dolo direto se o agente alveja a vitima sem saber
se conseguirá atingi-la. Pratica a conduta para dar causa e produzir resultado criminoso.
Há dolo direto também em relação ao meio e ao resultado que necessariamente
estão ligados à realização da conduta típica, mesmo que não sejam desejados pelo
agente.
Se este sabe que a ação acarreta resultado concomitante, e não obstante a pratica,
que o resultando embora o lamente

Dolo Direto de segundo grau – abrange os efeitos colaterais necessários do fim proposto
ou do meio escolhido
Já o dolo EVENTUAL surge quando o agente assume o risco de produzir o resultado.
Poe-se na perspectiva da vontade, e não da representação, pois esta ultima pode
conduzir também a culpa consciente. ART59. O dolo direto revela maior determinação
e perversidade e é, pois, modalidade mais grave da conduta típica que o dolo eventual.
7.O TIPO NOS CRIMES CULPOSOS
7.1-crimes culposos
Quando o agente, violando o cuidado, a atenção ou a diligencia a que estava
abstrato causa o resultado que podia prever, ou que previu, supondo, no entanto
levianamente que não correria. “não intencional”
“Só existe crime culposo se houver resultado previsível” Previsibilidade Subjetiva
7.2-Elementos do crime culposo
Elementos que precisam estar presentes na conduta praticado para possa haver um crime
culposo.
A) Conduta Lícita: a conduta praticada e dirigida a fim lícito.
B) Previsibilidade
C) Inobservância das normas de atenção, cuidado ou diligencia.: reconhece mas n
observa crime
D) Resultado
No dolo, é típica qualquer ação idônea por meio da qual o agente causa o resultado,
realizando a conduta proibida. Nesse caso, o agente quer o resultado ou assume o risco
de produzilo.
No caso de culpa, a vontade é dirigida a outros fins. O agente causa o resultado porque
atuou sem observar as normas de atenção, cuidado ou diligencia impostas pela vida de
relação, tendo-se em vista as circunstâncias do fato concreto.
A ação que desatenda ao cuidado e à atenção adequados, nas circunstancias em que o
fato o ocorreu, provocando o resultado, é típica, embora trata-se de conduta, em tese,
lícita, que somente adquire status de ilícita por conta do resultado que deu causa.
Culpa consciente e Culpa inconsciente, em que o agente não prevê o resultado mas
deveria, são chamadas espécies de culpa.
7.3-Concorrencia de culpa da vítima
É irrelevante a concorrência de culpa da vitima, pois ela não elimina (embora
atenue) a culpa do agente que deve responder pelo fato. A culpa deve ser considerada na
medida da pena. Somente a culpa exclusiva da vítima isenta o agente de
responsabilidade penal.
8- O TIPO NOS CRIMES OMISSIVOS
8.1 Crimes omissivos
São comissivos os crimes que se praticam por meio de ação. Em tais crimes a
conduta delituosa viola norma que proíbe determinada atividade. Consistem em não
fazer o que a lei manda. Se apresenta sob forma de proibição, ora como ordem ou
comando de agir. No primeiro a norma impõe abstenção de atividade e se transgride por
meio da ação( crimes comissivos). No segundo, a norma impõe comportamento ativo e
se transgride por meio da abstenção da atividade devida (crimes omissivos). Os crimes
comissivos também podem ser praticados por omissão (crimes comissivos por omissão).
Em tais casos o agente viola norma implícita existente junto à norma proibitiva, que lhe
impõe o dever jurídico de impedir o resultado.
2 especies de crimes omissivos:
1-Crimes omissivos próprios: nos quais a omissão consiste na transgressão pura e
simples de um comando que estabelece um dever de agir (ex: omissão de socorro)
2-Crimes comissivos por omissão: consiste na transgressão de um dever jurídico de
impedir o resultado que configura o fato punível. Não o evitou
-São elementos do crime comissivo por omissão:
a) A abstenção da atividade que a norma impõe
b) A superveniência do resultado típico em virtude da omissão
c) A ocorrência da situação de fato de que deflui o dever de agir
8.2-Omissão
Omissão é a abstenção de atividade que o agente podia e devia realizar. Envolve
sempre a necessidade de um termo de relação, que depende de um juízo objetivo.
Somente conhecendo a existência de um dever jurídico de ativar-se, pode-se saber se há
omissão na atividade diversa ou na inatividade da mulher. O dever de agir é essencial à
omissão.
9. Ilicitude
A realização da conduta típica revela, em regra, a ilicitude, pois o tipo é,
substancialmente, tipo de ilícito, ou seja, modelo da conduta que o legislador proíbe e
procura evitar, tornando-a ilícita. E necessário examinar se a ação ou omissão não estão
cobertas por uma norma permissiva, que exclui a antijuricidade.
9.1- Causas da exclusão de antijuricidade( justificação)
Excluem a antijuricidade da ação certas situações nas quais a lei permite a
realização
A) Necessidade (Legitima defesa e estado de necessidade)
B) Causas que defluem da atuação do direito
C) Causa que deflui de situação de ausência de interesse
9.2- Estado de Necessidade
Não atua ilicitamente quem age em estado de necessidade, quem pratica o fato
que a lei define como crime para salvar de perigo atual, que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio. Permite o sacrifico
do bem de menor valor. Estado de necessidade a existência de perigo atual, não
provocado pelo agente. Perigo atual significa probabilidade de dano presente e
imediato. Não pode invocar o estado de necessidade quem por sua vontade provocou o
perigo.
9.3- Legítima defesa
Entende-se LD quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Agressão é todo comportamento que tende lesionar ou por em perigo um bem jurídico.
Pode consistir em omissão, naqueles casos em que o agente tem o dever jurídico de
atuar impedindo o resultado. Somente o ser humano é capaz de agressão, não havendo
legitima defesa contra ataque de animais, mas estado de necessidade. Por meio da
legitima defesa qualquer bem jurídico pode ser defendido.
a) Legitima defesa real ou próprio- tradicional defesa
b) Legitima defesa putativa- hipótese de erro, o agente pode se imaginar
erroneamente em situação de agressão injusta
c) Legitima defesa sucessiva- hipótese de excesso, que permite a legitima defesa do
agressor inicial em relação justamente ao excesso
d) Legitima defesa recíproca- n eh admissível no direito br

Você também pode gostar